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Unidade I CIÊNCIAS ECONÔMICAS INTEGRADA Prof. Claudio Ditticio Objetivos da disciplina Discussão de aspectos relacionados ao subdesenvolvimentismo, desenvolvimento e desenvolvimentismo sob a ótica de uma economia capitalista. Mostrar a evolução do planejamento no Brasil a partir de uma perspectiva histórica, considerando os propósitos e as ações do governo em função dos projetos de crescimento e desenvolvimento econômicos. Identificar as questões que dificultam o desenvolvimento brasileiro. Assuntos integrantes da Unidade I Condições verificadas em economia subdesenvolvida; Modelo de substituição de importações; Medidas de crescimento; Medidas de desenvolvimento econômico; Desenvolvimentismo no pensamento econômico brasileiro; Necessidades que justificam a intervenção governamental na economia; O planejamento visto sob a ótica da iniciativa privada. Características de uma economia subdesenvolvida (Sandroni, 1999, p. 580) Instabilidade dos sistemas econômico, social e político do país, comparativamente aos das nações industrializadas; Exportação fundamentada em produtos primários; Forte participação de produtos industrializados na pauta de importações; Importação significativa de tecnologia e capitais estrangeiros; Altas taxas de desemprego; Baixas produtividade e renda per capita; Mercado interno bastante limitado; Baixo nível de poupança. Características de uma economia subdesenvolvida (Sandroni, 1999, p. 580) Subconsumo acentuado. [...] O subdesenvolvimento está ligado ao problema da dependência, que atinge desde países extremamente pobres, como Bangladesh, até países de considerável nível de industrialização e diversificação do aparelho produtivo, como Brasil, México e mesmo os ricos Estados árabes produtores de petróleo. Forte exportação de produtos primários A maior parte da produção industrial é voltada para o atendimento às necessidades do mercado interno; Os produtos de exportação possuem baixo valor agregado, notadamente aqueles que são provenientes do setor primário. Produtividade e competitividade no mercado externo Na medida em que uma maior quantidade de países participa do comércio internacional, destacam-se as questões da produtividade e da competitividade. Ganham espaço os países com pauta exportadora diversificada. A competitividade é refletida por menores custos de produção, maior estabilidade de preços (produtos internos e os voltados à exportação) e melhores condições logísticas e de infraestrutura do país. Inflação e dificuldades orçamentárias Altas taxas de inflação, aliadas às dificuldades orçamentárias de governos de países subdesenvolvidos, atuam como entraves à capacidade do setor público no financiamento de projetos em áreas estratégicas, ou de infraestrutura (que guardam relação com transportes, educação, saúde, comunicações e área social). A distinção centro x periferia Conceito desenvolvido pela Comissão Econômica para América Latina (Cepal) e adotado com o intuito de descrever um processo de multiplicação do avanço tecnológico na economia mundial que permita responder às questões relacionadas com a distribuição dos ganhos entre os participantes. Conclui a teoria que, com o avanço do capitalismo industrial e a chamada nova divisão internacional do trabalho, os ganhos derivados das relações entre diferentes regiões não foram distribuídos de maneira uniforme. Deterioração dos termos de troca entre os países A periferia exporta bens de baixo valor e importa os de elevado valor agregado – há, pois, transferência de excedente e de ganhos de produtividade para o centro. A divisão internacional do trabalho aumenta a disparidade entre os dois polos e o centro, dado o seu progresso técnico, tende a reduzir sua taxa de expansão das importações de bens primários. Estudos realizados pela consultoria Loomis, Sayles & Company Indicadores econômicos, financeiros e sociais de 100 países – desenvolvidos e emergentes: a) Econômicos: tamanho da população; renda per capita; produtividade e competitividade oferecidas pelos setores de infraestrutura e o mercado de trabalho. b) Financeiros: potencial de crédito do país, avaliado pelo mercado internacional; estabilidade monetária; participação do mercado de ações como proporção do PIB. c) Sociais: posição do país no Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) e suas condições de educação, saúde e bem- estar; Índice da Economia do Conhecimento (IEC), conforme o Banco Mundial e indicador que relaciona liberdade civil e direitos políticos. Composição da economia subdesenvolvida Setores: subsistência de mercado interno e externo. Subsistência: pequenos latifúndios de baixa produtividade e dedicados à produção - a monetização é quase inexistente. O consumo exercido pelo setor é de sua própria produção, restando apenas uma pequena parte do que foi produzido para abastecimento do setor voltado ao mercado externo. Desempenho do setor exportador pode beneficiar ou prejudicar o dinamismo do mercado rural e também do urbano e industrial. Economia voltada à exportação Colheita de café no Estado de São Paulo em 1902, caracterizando a economia agroexportadora. Fonte:livro-texto. O setor externo na economia subdesenvolvida O setor externo facilita o escoamento da produção e o aprovisionamento de bens que as economias não produzem, mas necessitam importar. Como não é produtor, seu dinamismo é dependente da demanda por produtos primários do mercado internacional. Os preços de exportação são influenciados pela demanda externa e pelo potencial produtivo da oferta de bens pelos setores de subsistência nos países subdesenvolvidos. Características do modelo de substituição de importações Processo interno de desenvolvimento, estimulado por desequilíbrio externo e que resulta na dinamização, crescimento e diversificação do setor industrial. Não se trata somente da produção local de bens antes importados. A orientação econômica passa a ser direcionada para a industrialização e o atendimento ao mercado interno. Visa inicialmente equilibrar o balanço de pagamentos do país. O apoio de medidas protecionistas Forte dependência de medidas protecionistas pelo governo: desvalorização cambial; elevação das tarifas de importações para produtos e setores sob proteção; forte presença do Estado na condução da industrialização - legislação e adequação de suas instituições; Desenvolvimento de infraestrutura (energia, água, saneamento e estradas para o escoamento da produção). A evolução do modelo de substituição de importações Quando a economia atingir a maturidade, o seu desempenho passa a ser comandado por um conjunto de transformações pelas quais passou e que afetam o setor de mercado interno, independentemente do desempenho da base exportadora. Críticas ao modelo de substituição de importações Protecionismo excessivo pode fazer com que as indústrias sejam mais ineficientes, dado que não contam com uma significativa concorrência de terceiros. Uma das maiores críticas que ao modelo é a concentração da renda, o aumento dos preços (com perda de bem-estar para a sociedade) às custas da elevação dos lucros empresariais. No modelo, nada funciona sem a existência do elemento-chave, materializado pela demanda externa por produtos primários. Interatividade Aponte, entre as alternativas a seguir, quais características identificam uma economia subdesenvolvida: I. Completa estabilidade dos sistemas econômico, social e político de um país no início do processo de substituição de importações. II. Exportação baseada em produtos primários de forte aceitação no mercado externo. III. Pequena importação de tecnologia e capitais estrangeiros. IV. Baixas taxas de desemprego. Interatividade a) Estão corretos os itensI e IV. b) Estão corretos os itens II e III. c) Está correto o item II. d) Está correto o item I. e) Estão corretos os itens III e IV. Resposta Aponte, entre as alternativas a seguir, quais características identificam uma economia subdesenvolvida: I. Completa estabilidade dos sistemas econômico, social e político de um país no início do processo de substituição de importações. II. Exportação baseada em produtos primários de forte aceitação no mercado externo. III. Pequena importação de tecnologia e capitais estrangeiros. IV. Baixas taxas de desemprego. Resposta a) Estão corretos os itens I e IV. b) Estão corretos os itens II e III. c) Está correto o item II. d) Está correto o item I. e) Estão corretos os itens III e IV. Características do desenvolvimento A diferenciação entre as economias – subdesenvolvida da desenvolvida – é refletida pelo grau de industrialização desta última, que necessita de elevados níveis de investimentos e, portanto, de capital, que muitas vezes é gerado no âmbito das exportações de bens primários. Esses investimentos são constituídos, em grande parte, por bens de capital importados, financiados pelas exportações. Características do desenvolvimento Na economia industrializada, a base exportadora tem efeitos sobre o multiplicador do setor de mercado interno, bem como na necessidade de financiamento de importação de bens de capital, se assim necessário. Somente haverá exportação de bens em duas condições: a primeira é a demanda externa e a segunda, a produção interna com excedente. Características do desenvolvimento O aumento das exportações de bens produzidos internamente injeta recursos na economia doméstica, que tanto podem ser utilizados para ampliar o consumo interno por bens internos, como para ampliar as condições de aquisição de bens de capital que são importados. Saldos comerciais positivos impulsionam o acesso à tecnologia, gerando economias de escala e elevação da produtividade da economia doméstica. Importância da base exportadora A base exportadora aparece como a causa do crescimento econômico das regiões subdesenvolvidas, principalmente nos seus primeiros estágios, e como elemento dinâmico de aumento de eficiência e competitividade em economias industrializadas. Condições para o desenvolvimento Em resumo, o decolar da economia em desenvolvimento depende: do crescimento de suas exportações, com base no nível de produtividade e competitividade da economia doméstica; do grau de integração das cadeias produtivas internas; da estrutura interna de distribuição de renda; da eliminação dos estrangulamentos do desenvolvimento econômico. Diferenças entre crescimento e desenvolvimento econômico Crescimento é representado pelo aumento da renda do país. De outra parte, desenvolvimento implica em conhecer os beneficiários do aumento da renda, considerando, pois, aspectos como: distribuição de renda, para que o crescimento não seja concentrador ou excludente; respeito ambiental, relacionado com as condições de sustentabilidade da atividade econômica. Novas medidas de medição da economia Foram criadas novas medidas, em adição às meramente quantitativas de produção ou de “crescimento”. Entre as medidas de crescimento econômico, destacam-se o PIB e o PNB. O PIB representa a soma, em valores monetários, de todos os bens e serviços finais produzidos no país em determinado período de tempo. Para o seu cálculo, ele descarta a renda do exterior, tanto a recebida quanto a enviada. Considerando-se N o número de habitantes, o PIB per capita será dado por: PIB per capita = PIB/N Novas medidas de medição da economia O PNB difere do PIB porque ele considera tanto as rendas enviadas para o exterior quanto as recebidas pelo exterior. PNB = PIB – Ree (Receita Enviada para o Exterior) + Rre (Receita Recebida do Exterior). PNB per capita = PNB/N Novas medidas de medição da economia Nos países em desenvolvimento, o PNB é menor do que o PIB, dado que neles há considerável remessa de lucros para o exterior. Associado ao crescimento econômico, outros efeitos podem estar ocorrendo, como: transferência de renda para outros países: reduz a capacidade de importar e realizar investimentos tecnológicos; apropriação de excedente, produtivo ou financeiro, por poucas pessoas: concentra a renda e a riqueza, causando precarização das condições de uma parcela da sociedade. Novas medidas de medição da economia Baixos salários, limitando o crescimento da demanda e dos investimentos. Dificuldades para implantação de atividades interligadas às empresas que mais crescem, exportadoras ou de mercado interno: impacta negativamente a produtividade do país. Definição de desenvolvimento econômico (Bresser-Pereira e Gala, 2008, p. 79) O desenvolvimento econômico depende, do lado da oferta, dos recursos naturais existentes, do estoque de capital físico disponível e da capacidade humana de produção, e, do lado da demanda, da acumulação de capital, do consumo e das exportações. Oferta e demanda devem crescer de forma equilibrada e a primeira geralmente excede a segunda; há generalizado desemprego de recursos humanos, alta emigração de pessoal educado para os países ricos, baixas taxas de crescimento. IDH – Índice de desenvolvimento humano Esse indicador considera que é necessário analisar, além do crescimento, outras condições da sociedade, como a expectativa de vida e questões educacionais. O índice engloba informações sobre: a) a Renda Nacional Bruta per capita (corrigida pela paridade do poder de compra; b) a longevidade (medida pela expectativa de vida ao nascer); c) a educação (avaliada por média de anos de educação de adultos e expectativa de anos de escolaridade para crianças em idade de iniciar a vida escolar). Interpretação do IDH IDH ≥ 0,9 Desenvolvimento humano muito elevado 0,8 ≤ IDH < 0,9 Desenvolvimento humano elevado 0,5 ≤ IDH < 0,7 Desenvolvimento humano médio IDH < 0,5 Desenvolvimento humano baixo Mudanças no IDH Tem ocorrido várias mudanças na composição do IDH: Subíndice de educação: engloba dois indicadores, que foram alterados ao longo do tempo, passando-se a privilegiar, ao invés da taxa de alfabetização, a média de anos de estudo da população adulta (25 anos ou mais). No que tange ao Subíndice de renda, o PIB per capita foi substituído pela RNB (Renda Nacional Bruta) per capita, que também leva em conta recursos enviados ou recebidos do exterior e que, por exemplo, possibilita o cômputo da verba de ajuda humanitária recebida pelo país. Cálculo do IDH Até a edição de 2009, o IDH era calculado como a média simples dos três subíndices (somavam-se os três e dividia-se o resultado por três). A partir do relatório de 2010, recorre-se à média geométrica: multiplicam-se os três subíndices e calcula-se a raiz cúbica do resultado. Cada subíndice aumenta sua importância relativa com relação aos demais. Cálculo do IDH Antes, um desempenho baixo em uma dimensão poderia ser diretamente compensado por um desempenho melhor em outra. Com o novo cálculo, essa compensação perde força – um valor ruim em um dos subíndices tem impacto maior em todo o índice. Além disso, a metodologia permite que 1% de queda na expectativa de vida, por exemplo, tenha o mesmo impacto que 1% de queda na renda ou na educação. IDH do Brasil Indicadores do Brasil Expectativa de vida ao nascer (anos) Expectativa de anos de estudo Média de anos de estudo 2000 70,3 14,3 5,6 2005 71,7 14,2 6,6 2010 73,1 15,2 7,2 2011 73,4 15,2 7,2 2012 73,7 15,2 7,2 2013 73,9 15,2 7,2 IDH do Brasil O gráfico a seguir apresenta a taxa de crescimento médio anual do IDH para período selecionado de acordo com as estatísticas da PNUD. É possível perceber que o Brasil entra, na década de 2010,em forte queda no índice, o que faz interromper a evolução conquistada no período anterior. Crescimento anual por período. Fonte: livro-texto. Interatividade Grande ênfase vem sendo dada ao IDH e a respeito desse indicador pode ser entendido como correto: I. Tem se mantido constante desde o seu início nos anos 1940. II. Dá mais ênfase aos aspectos quantitativos do que qualitativos do crescimento de um país. III. Inclui em seu cálculo medições relacionadas com aspectos educacionais e de saúde da população. IV. O Brasil possui um dos mais baixos índices comparativamente aos demais países. Interatividade Está(ão) correto(s): a) Apenas IV. b) I e II. c) Apenas III. d) II e III. e) III e IV. Resposta Grande ênfase vem sendo dada ao IDH e a respeito desse indicador pode ser entendido como correto: I. Tem se mantido constante desde o seu início nos anos 1940. II. Dá mais ênfase aos aspectos quantitativos do que qualitativos do crescimento de um país. III. Inclui em seu cálculo medições relacionadas com aspectos educacionais e de saúde da população. IV. O Brasil possui um dos mais baixos índices comparativamente aos demais países. Resposta Está(ão) correto(s): a) Apenas IV. b) I e II. c) Apenas III. d) II e III. e) III e IV. Discussões sobre o desenvolvimento econômico As discussões acerca do desenvolvimentismo nas economias capitalistas surgiram por volta dos anos 1930, em função da Grande Depressão daquele período, em que as políticas de desenvolvimento passam a enfatizar a industrialização via substituição de importações, com eventuais incentivos às exportações. Trata-se, além disso, de se pensar o desenvolvimento econômico das nações liderado por políticas governamentais que impulsionam a demanda agregada, bem como a produção. Discussões sobre o desenvolvimento econômico A partir desse momento, do ponto de vista da teoria econômica, haverá uma mudança de orientação. As economias capitalistas, antes da Grande Depressão, eram analisadas pelo lado da oferta, valendo a máxima de Jean Baptist Say de que a oferta cria sua própria procura, bem como a noção de mão invisível smithiana. Com as ideas de Keynes, a análise econômica volta-se agora para o lado da demanda efetiva da economia. Características de uma economia subdesenvolvida (Sandroni, 1999, p. 580) O subdesenvolvimento está ligado ao problema da dependência, que atinge desde países extremamente pobres, como Bangladesh, até países de considerável nível de industrialização e diversificação do aparelho produtivo, como Brasil, México e mesmo os ricos Estados árabes produtores de petróleo. Medidas de governo relacionadas com o desenvolvimentismo Pensando em termos de desenvolvimentismo em ambiente de substituição de importações, algumas medidas governamentais fazem-se necessárias como: adoção de barreiras alfandegárias e intervenções no mercado cambial, com a manipulação da taxa de câmbio e confisco de divisas; controle quantitativo de importações, a fim de evitar a fuga de divisas com gastos supérfluos e proporcionar mercado para a indústria nacional nascente. Medidas de governo relacionadas com o desenvolvimentismo Incentivos a indústrias específicas através de créditos subsidiados e renúncias fiscais, com a participação de empresas estatais e de empresas estrangeiras. Aumento do poder de compra das populações rurais por meio de políticas agrícolas, envolvendo crédito, seguro, preços mínimos, estoques reguladores, investimentos em estradas rurais, comercialização da produção e reforma agrária. Implantação de infraestrutura de transportes, energia e comunicações. A solução dos entraves para o desenvolvimento Para que a economia consiga atravessar o estágio do subdesenvolvimento para o desenvolvimento, a política desenvolvimentista deverá estar centrada em alguns pontos de estrangulamento, cuja solução no curto prazo não é tão simples. Um desses entraves está relacionado à dificuldade da economia doméstica conseguir diversificar a produção interna e, por consequência, melhorar sua pauta de exportações para a obtenção de superávits em transações correntes no balanço de pagamentos. A solução dos entraves para o desenvolvimento Para que haja diversificação da produção, o empresário deve entrar em ação no sentido de buscar novas alternativas em produzir o que o mercado deseja. É necessário o espírito empreendedor, criativo, arrojado e visionário para verificar e acompanhar o que a demanda – nacional e internacional – aguarda de sua produção. Em um ambiente de economia em que as relações internacionais não são tão fortes, o acesso a novos meios de produção e novas formas de invenção se apresenta como entrave ao empreendedorismo e à criação. A transição para uma economia industrializada A transição de uma economia de subsistência para outra, industrializada, com amplo mercado interno, pressupõe o combate a obstáculos criados pelo próprio crescimento econômico. O desenvolvimento ocorreria por etapas, começando pela economia de subsistência, passando pelas exportações e pelas inovações tecnológicas, e terminando pela era do consumo de massa com altos níveis de bem-estar para o conjunto da população nacional, a exemplo do welfare state. Desenvolvimento por etapas (ROSTOW) Primeira etapa: economia com população predominantemente empregada no setor agrícola – baixa tecnologia de produção e processos rudimentares – baixa produtividade – volume produzido é suficiente para atender à demanda com certa folga – posse da terra como status de poder e riqueza (grande importância aos clãs/famílias). Segunda etapa: criação das pré-condições para o arranco ou a decolagem rumo ao crescimento: Desenvolvimento por etapas (ROSTOW) Há uma demanda social por melhores níveis educacionais – ascensão da classe média, enquanto a classe dominante tradicional passa a sofrer com a concorrência de grupos industriais urbanos. Criam-se forças endógenas e autônomas para o crescimento econômico autossustentado – valorização da expertise individual do ser humano quanto ao seu potencial criativo. Terceira etapa: arranco ou decolagem, tendo sido superados os entraves vigentes. O desenvolvimento surge com normalidade e aparecem novas indústrias, tecnologicamente interligadas – lucros reinvestidos na criação de novas condições de produção. Desenvolvimento por etapas (ROSTOW) Cresce o nível de emprego, inclusive no setor de serviços, apoiando o bom desenvolvimento do comércio e da indústria do setor produtor de bens de consumo. Destacam-se as inovações tecnológicas e a produção de novos produtos – acesso a novas fontes de insumos de produção – setor agrícola também consome bens industrializados. Quarta etapa: marcha para a maturidade, com: longo intervalo de crescimento econômico continuado, no qual a economia assimila a tecnologia moderna – indústria de bens de capital – aumenta as exportações de produtos manufaturados com tecnologia intensiva. Desenvolvimento por etapas (ROSTOW) A sociedade passa a obter internamente boa parte da tecnologia adotada em seu processo produtivo – são desenvolvidas outras indústrias em relação às da decolagem. Quinta etapa: consumo em massa, com a liderança dos setores produtores de bens de consumo duráveis e de serviços. Ocorre ligeira queda de preços em função de melhores condições de oferta e de competitividade entre as empresas – elevação do salário real – permitindo, assim, o consumo em massa. Investimentos do Estado na assistência social – Welfare State (anos 1950 a 1970). Desenvolvimentismo no pensamento econômico brasileiro Bielschowsky (2000) indica duas linhas de interpretação acerca do desenvolvimentismo: uma ligada ao setor privado e outra ao público. No primeiro caso, a ideia prevalecenteera a da proteção aos interesses da classe empresarial, com uma visão nacionalista, Na área pública, citam-se os não nacionalistas (ações deveriam ser tomadas pelo mercado, a partir dos interesses empresariais) e nacionalistas (estatização de setores estratégicos, como energia, mineração e transportes, apoio à indústria de base). Desenvolvimentismo no pensamento econômico brasileiro Defesa de intervenção estatal na economia. Políticas econômicas orientadas ao planejamento. Subordinação da política monetária à política de desenvolvimento. Adoção, por parte do Estado, de medidas econômicas de cunho social. Necessidade da intervenção governamental Identificam-se quatro características principais que dificultariam, ou até mesmo impossibilitariam a obtenção ótima através do setor privado. Governo atua paralelamente ao setor privado, procurando estabelecer a produção ótima dos bens e serviços que satisfaçam as necessidades da sociedade. Indivisibilidade do produto. Externalidades. Custo de produção decrescente e mercados imperfeitos. Riscos e incertezas na oferta dos bens. Falhas de mercado Existência de bens públicos. Existência de monopólios naturais. Externalidades. Mercados incompletos. Falhas de informação. Desemprego e inflação (demanda, inercial, de custos). Interatividade Para Rostow, a transição de uma economia de subsistência para outra, industrializada, com amplo mercado interno, pressupõe a transição de inúmeros obstáculos e, assim: I. O desenvolvimento ocorre em uma única e súbita etapa, devido ao boom de importações de tecnologia. II. O desenvolvimento se dá em etapas, a partir da evolução das exportações e das inovações. III. O início do desenvolvimento se dá quando a economia adentra a fase do consumo de massa. IV. O consumo em massa é atingido na última fase do processo. Interatividade Está(ão) correto(s): a) Apenas IV. b) II e III. c) I e IV. d) II e IV. e) I e III. Resposta Para Rostow, a transição de uma economia de subsistência para outra, industrializada, com amplo mercado interno, pressupõe a transição de inúmeros obstáculos e, assim: I. O desenvolvimento ocorre em uma única e súbita etapa, devido ao boom de importações de tecnologia. II. O desenvolvimento se dá em etapas, a partir da evolução das exportações e das inovações. III. O início do desenvolvimento se dá quando a economia adentra a fase do consumo de massa. IV. O consumo em massa é atingido na última fase do processo. Resposta Está(ão) correto(s): a) Apenas IV. b) II e III. c) I e IV. d) II e IV. e) I e III. Funções do governo Considera Musgrave que são três as funções do governo com relação à economia: a) promover ajustamentos na alocação de recursos (função alocativa); b) promover ajustamentos na distribuição de renda (função distributiva); c) manter a estabilidade econômica (função estabilizadora). Função alocativa Caracteriza a alocação de recursos pela atividade estatal quando não houver eficiência da iniciativa privada ou quando a natureza da atividade indicar a necessidade da presença do Estado. É o processo pelo qual o governo divide os recursos para utilização no setor público e privado, oferecendo bens públicos, semipúblicos e meritórios, como rodovias, segurança, educação, saúde aos cidadãos. Função alocativa Alocação por parte do governo de recursos diretos para a produção e, portanto, a oferta dos bens, como defesa nacional e serviços de segurança pública. Compras governamentais em que o governo adquire a produção efetuada por outras empresas e repassa os bens à sociedade, como ocorre com merenda ou em campanhas de vacinação. Indução do setor privado ao aumento da produção via subsídios ou incentivos fiscais. Através de empresas estatais, o governo efetua a produção de algum bem ou serviço não oferecido pela iniciativa privada. Função distributiva O mercado funcionando livremente sem a interferência do governo não se preocupará com a concentração de renda e da riqueza, uma vez que as atividades econômicas alcancem seus objetivos, atingindo frações segmentadas da sociedade, detentoras de recursos para as compras dos bens e serviços produzidos na economia. Função distributiva Programas de transferência – forma direta de redistribuição: Tributação progressiva, permitindo a arrecadação de recursos pelo governo, paga pelas camadas mais ricas da sociedade e sua utilização como forma de financiamento de programas voltados para a parcela da população de mais baixa renda. Função estabilizadora Esta função está estreitamente ligada ao combate ao desemprego e à inflação, admitidas como falhas de mercado. Visa, de forma abrangente, assegurar um desejável nível de emprego e estabilidade nos preços que são entendidos como não sendo totalmente controlados pelo sistema de livre- mercado. Função estabilizadora Quando o desemprego prevalece, o governo aumenta o nível de demanda no mercado, elevando seus gastos ou diminuindo seus tributos, recolocando a produção no pleno emprego. Mas, se há inflação, o governo pode reduzir essa demanda, ajustando seus gastos e/ou a carga tributária. Função estabilizadora Com base em política fiscal, o governo pode corrigir a falha de mercado representada pelo desemprego através da elevação dos gastos públicos, liberando maior quantidade de dinheiro no sistema econômico, incentivando o crescimento do consumo e, assim, os níveis de produção das empresas. A lista de objetivos governamentais parece pequena, mas permite que seja notada uma infinidade de ações a serem tomadas para cada um desses objetivos. A necessidade do planejamento das funções do governo Para que o governo consiga atingir seus objetivos, torna-se necessário planejamento como visão de futuro. O planejamento governamental que se faz por política pública requer, de um lado, recursos monetários para que se coloque em prática determinada ação e, de outro, as fontes de tais recursos. Os governos devem adotar critérios racionais no desenho de suas políticas públicas para que sejam privilegiadas as técnicas e as decisões estratégicas para o crescimento e o atendimento às prioridades sociais. Planejamentos e orçamentos Podemos admitir ser o planejamento uma importantíssima ferramenta de gestão administrativa em qualquer ambiente que se pense, o que requer, obviamente, preparação, organização e estruturação daquilo que se almeja alcançar. Quais são as tarefas mais importantes que devem ser efetuadas em primeiro lugar e se as demais que não forem executadas naquele período não impactarão em resultados negativos. Planejamentos e orçamentos Outra questão importante, que está intimamente ligada ao planejamento individual ou coletivo, é o orçamento. Planejamentos na iniciativa privada Há um grande número de empresas, de portes variados, atuando em diferentes segmentos da atividade econômica. O planejamento também difere conforme o porte das empresas. Planejamentos para atendimento às diferentes hierarquias da organização Operacional: curto prazo. Tático: médio prazo. Estratégico: longo prazo. Interatividade Entre as funções a cargo do governo, conforme definidas por Musgrave, pode ser mencionada a alocativa, cujas características são: I. Produção de bens e serviços não realizada de forma eficiente pela iniciativa privada. II. Cessão de renda para unidades carentes da sociedade. III. O governo pode realizar a alocação de recursos de forma direta ou indiretamente, com compras ou concessões junto a fornecedores. IV. Essa intervenção do governo jamais deve ocorrer com base em subsídios ou incentivos fiscais. Interatividade Está(ão) correta(s): a) I e II. b) Apenas IV. c) I e III. d) II e IV. e) Apenas I. Resposta Entre as funções a cargodo governo, conforme definidas por Musgrave, pode ser mencionada a alocativa, cujas características são: I. Produção de bens e serviços não realizada de forma eficiente pela iniciativa privada. II. Cessão de renda para unidades carentes da sociedade. III. O governo pode realizar a alocação de recursos de forma direta ou indiretamente, com compras ou concessões junto a fornecedores. IV. Essa intervenção do governo jamais deve ocorrer com base em subsídios ou incentivos fiscais. Resposta Está(ão) correta(s): a) I e II. b) Apenas IV. c) I e III. d) II e IV. e) Apenas I. ATÉ A PRÓXIMA!