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INTERVENÇÃO DE TERCEIROS
DEFINIÇÃO: é ato jurídico processual pelo qual um terceiro, espontaneamente ou de forma provocada, torna-se parte.
Ato jurídico processual (def.): é o ato jurídico que produz efeitos no processo. Parte (def.): sujeito parcial do processo.
Terceiro (def.): quem não é parte.
Obs.: a denunciação da lide feita pelo autor (CPC, art. 127) não resulta tecnicamente em intervenção de terceiro, sendo caso de litisconsórcio inicial; assim como a desconsideração da personalidade jurídica requerida na petição inicial (CPC, art. 134, §2º).
PREMISSAS:
1ª Terceiros são todos os sujeitos estranhos a dado processo, que se tornam partes a partir do momento em que intervenham.
2ª Todas as intervenções de terceiros caracterizam-se como incidentes processuais (= incidentes do processo15), pois terceiro ingressa em processo existente, impondo-lhe alguma modificação e dele passando a fazer parte; o processo torna-se mais complexo, mas é o mesmo. Note-se que se gerasse processo novo, o terceiro não estaria intervindo em processo anterior para dele fazer parte.
FUNDAMENTOS (CRFB, arts.: 5º, LV; 37, caput):
- contraditório: permitir que participe da construção da decisão terceiro que poderá ser atingido por ela e ou terceiro que possa contribuir com o aprimoramento da decisão a ser prolatada.
 - eficiência processual: resolver-se o maior número possível de questões relacionadas entre si em um mesmo processo.
EFEITOS NO PROCESSO:
Subjetivamente: o processo sempre será alterado, com a substituição de sujeito(s) parcial(is) ou ampliação de um dos polos.
Objetivamente: algumas intervenções ampliam-no, com a introdução de nova demanda.
CONSIDERAÇÕES GERAIS SOBRE AS MUDANÇAS:
1. A oposição desaparece do rol de intervenções de terceiro e passa a figurar como um procedimento especial (CPC, arts. 682-686; CPC-73, arts. 56-61).
E é procedimento especial mesmo: (i) é processo incidente distribuído por dependência (CPC, art. 683); (b) prazo de defesa é comum e não dobrado, mesmo que no caso se tratem de litisconsortes com advogados distintos (CPC, art. 683) etc.
2. Desaparecimento da nomeação à autoria desapareceu (CPC-73, arts. 62-69), tendo surgido em seu lugar as regras dos arts. 338 e 339 do CPC.
Contemplam, diante da alegação de ilegitimidade passiva:
 - o direito do autor trocar o réu que alegou sua ilegitimidade ou ampliar o polo passivo da demanda;
 - o dever de o réu indicar quem é o legitimado passivo sempre que tiver conhecimento. Ex.: se digo que sou parte ilegítima por ser empregado, tenho que informar de quem sou empregado.
Obs.1: Parece com a nomeação à autoria, mas é bem mais simples. CPC generaliza: sempre que souber, tem que indicar quem é.
Obs.2 (Para o réu). Convém que o padrão da defesa seja: sou ilegítimo e não sei quem é a parte legítima, até porque caberá ação indenizatória contra o réu que se omitir nesse dever.
Obs.3 (Para o autor). Ampliar o polo passivo aumentará a condenação em honorários no caso de eventual derrota (CPC, art. 85, §2º).
1) O CPC passa a contar com a regulamentação de 02 (duas) novas modalidades de intervenção de terceiros: incidente de desconsideração da personalidade jurídica (CPC, arts. 133-137) e amicus curiae (CPC, art. 138).
2) Deixa-se claro que a reconvenção pode resultar em intervenção de terceiro (CPC, art. 343, §§3º e 4º).
CABIMENTO (regras gerais):
1) Todas as modalidades cabem no procedimento comum do processo de conhecimento.
2) A única modalidade cabível em juizado especial cível é a “desconsideração da personalidade jurídica” (IDPJ); v. Lei 9.099/95, art. 10 e CPC, art. 1.062.
3) Assistência, amicus curiae e IDPJ cabem também em execução.
4) Há outras modalidades de intervenções de terceiros exclusivas do processo de execução17.