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@marialaurarosado ORGANIZAÇÃO DO ESTADO ( ARTS.18 - 43, CF) - Na federação, o poder político é descentralizado; - O Estado federal → repartição constitucional de competências: elemento fundamental da federação. - Ao repartir competências entre os entes federativos, a Constituição está harmonizando a convivência entre União, Estados, Distrito Federal e Municípios, bem como viabilizando o pacto federativo. A repartição de competências é baseada nos princípios: a) da predominância do interesse= a União cuidará das matérias de predominância do interesse geral (nacional); aos Estados, caberão as matérias de interesse regional; e aos Municípios, caberão as matérias de interesse local. b) da subsidiariedade = as questões devem ser resolvidas pelo ente federativo que estiver mais próximo da tomada de decisões A CF/88 enumera expressamente as competências da União a) Exclusivas: indelegáveis (administrativa ou materiais) - art. 21, CF b) Privativas: delegáveis (legislativas) - art. 22, CF OBS: O art. 22 relaciona as matérias cuja iniciativa privativa é da União, ou seja, os demais entes federados não podem legislar, mesmo diante da omissão da União. Entretanto, é possível que Estados e Distrito Federal (jamais Municípios!) legislem sobre questões específicas (nunca gerais!) dessas matérias, desde que a União lhes delegue tal competência por lei complementar. Nessa hipótese, Estados-membros e Distrito Federal apenas podem fazer o que foi permitido pela União via delegação legislativa, uma vez que a competência originária permanece exclusivamente dela, em caráter pleno. → Na falta da delegação, é inconstitucional qualquer lei estadual ou do Distrito Federal que disponha sobre as matérias do art. 22 da Constituição. - Enumera expressamente as competências dos Municípios. (art. 30). - Não lista as competências dos Estados → Por isso, diz-se que os Estados possuem competência remanescente, ou seja, as matérias que não foram atribuídas pela CF/88 à União ou aos Municípios serão outorgadas aos Estados. - A CF/88 estabelece: a) Competências comuns, que são de todos os entes federativos, em conjunto. b) Competências concorrentes entre a União, os Estados e o Distrito Federal OBS: Nas competências concorrentes cabe à União estabelecer as normas gerais e aos Estados e Distrito Federal a competência suplementar. Competências Comuns → Estão elencadas no art. 23, sendo comuns a todos os entes federativos. Competência legislativa concorrente → art. 24 “Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre…” OBS: A competência da União está limitada ao estabelecimento de regras gerais. Caso a União não edite as normas gerais, Estados e Distrito Federal exercerão competência legislativa plena, para atender a suas peculiaridades. Caso a União posteriormente edite a regra geral, essa suspenderá a eficácia da lei estadual apenas no que for contrária àquela. Competências dos Estados e do Distrito Federal → art. 25, §1º, CF: São reservadas aos Estados as competências que não lhes sejam vedadas por esta Constituição. OBS: A Constituição atribui ao Distrito Federal as competências legislativas, administrativas e tributárias reservadas aos estados e aos municípios (CF, art. 32, §1º). OBS: Nem toda a competência residual foi atribuída aos Estados. Exceção: competência residual tributária. Competências dos Municípios → são listadas, em sua maior parte no art. 30, podendo ser exclusiva ou suplementar. *** IMPORTANTE *** - Súmula Vinculante 38: É competente o Município para fixar o horário de funcionamento de estabelecimento comercial. OBS: o horário de funcionamento dos bancos. Segundo o STF e o STJ, as leis municipais não podem estipular o horário de funcionamento dos bancos. A competência para definir o horário de funcionamento das instituições financeiras é da União. Isso porque esse assunto (horário bancário) traz consequências diretas para transações comerciais intermunicipais e interestaduais, transferências de valores entre pessoas em diferentes partes do país, contratos e outras situações que transcendem (ultrapassam) o interesse local do Município → ou @marialaurarosado seja o horário de funcionamento bancário é um assunto de interesse nacional - Não usurpa a competência da União para legislar sobre normas gerais de educação, lei estadual que fixa número máximo de alunos por salas de aula de escolas públicas ou particulares, situadas no respectivo Estado-membro. - Os municípios possuem competência legislativa para instituir obrigação dirigida aos estabelecimentos bancários, no sentido de que estes instalem equipamentos de segurança em imóveis destinados ao atendimento do público, para segurança das pessoas. - A União é o ente federativo que detém a competência para representar o Estado brasileiro no plano internacional. A soberania é atributo da República Federativa do Brasil; a União é ente dotado de autonomia. - Súmula Vinculante nº 46, “a definição dos crimes de responsabilidade e o estabelecimento das respectivas normas de processo e julgamento são da competência legislativa privativa da União.” - É inconstitucional lei estadual que limita o valor das quantias cobradas pelo uso de estacionamento. A inconstitucionalidade da lei estadual se deve ao fato de que é competência privativa da União legislar sobre direito civil. - A União tem competência privativa para legislar sobre trânsito e transporte. Logo, são inconstitucionais: a) lei estadual ou distrital que estabeleça a obrigatoriedade do uso de cinto de segurança; b) lei estadual ou distrital que comine penalidades a quem seja flagrado em estado de embriaguez na condução de veículo automotor; c) lei estadual ou distrital que dispõe sobre instalação de aparelho, equipamento ou qualquer outro meio tecnológico de controle de velocidade de veículos automotores nas vias do Distrito Federal; d) lei estadual ou distrital que torna obrigatório a qualquer veículo automotor transitar permanentemente com os faróis acesos nas rodovias. @marialaurarosado