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Lara Honório – Acadêmica de Medicina Filtração glomerular: A figura mostra os mecanismos renais de manipulação do plasma. A artéria renal, origina a arteríola aferente que é o vaso de entrada que dá acesso aos capilares glomerulares. O vaso de saída é a arteríola eferente que se ramifica, formando o leito de capilares peritubulares e depois da continuidade com o sistema venoso. O fluxo sanguíneo renal entra nos capilares glomerulares, parte é filtrada em direção a Cápsula de Bawman e a outra parte do fluxo segue o caminho saindo pela arteríola eferente em direção aos capilares peritubulares. Um processo de saída de líquido dos capilares glomerualres em direção a capsula de Bawman, esse processo terá nome de filtração glomerular. O filtrado desce em direção a região tubular e, além disso, alguns solutos e água podem ser secretados da região peritubular para o túbulo, e isso se chama secreção tubular. O líquido que continua na região tubular é reabsorvido para a região dos capilares peritubulares e se chama reabsorção tubular. O resultado dos três eventos é a urina. Então, a urina é o produto do que foi filtrado, do que foi secretado, menos o que foi reabsorvido. Filtração glomerular: Em média 180L de plasma são filtrados por dia na filtração glomerular em uma média de 60x/dia. Apenas 1,5L são excretados na forma de urina, o restante desse líquido (plasma), passa pelo processo de reabsorção tubular ao longo da região tubular. Primeira etapa de formação da urina por filtração glomerular: Lara Honório – Acadêmica de Medicina Os capilares glomerulares apresentam características físicas que determinam o que o será filtrado para o espaço de Bawman. Os capilares sistêmicos (microcirculação não renal), é constituído por uma única camada de células endoteliais que apresenta poros conhecidos por fenestras. A parede do capilar glomerular é constituída de 3 camadas, isso o torna altamente seletivo. Possui células endoteliais, membrana basal glomerular e células epiteliais (podócitos), compondo as três camadas. As células endoteliais apresentam poros por onde passa água e solutos (menores que o poro). Porém, as hemácias são maiores que os poros então elas não são filtradas, por isso na urina não pode existir sangue. Portanto a presença de hemácia na urina pode indicar sugestão de lesão da barreira de filtração e que pode ser sugestivo de cálculo renal. A membrana basal glomerular formada por fibras de colágenos, compostas por proteínas de proteoglicano (são proteínas ligadas a um carboidrato, ele tem carga elétrica negativa). A albumina é carregada com carga elétrica negativa e embora seja grande consegue passar pelo poro, mas na membrana basal glomerular ela se repele por se tratar de cargas igual a do proteoglicano. Isso é, há uma força de repulsão e isso faz com que a albumina não seja filtrada. Consequentemente, não é para existir albumina na urina, caso contrário, indica lesão de membrana basal glomerular. Os podócitos possuem fendas de filtração e junto às outras duas estruturas supracitadas formam a barreira de filtração. Att.: Produtos de carga positiva tem mais facilidade em ser filtrados, mas considera-se também o tamanho, pois precisa passar pelo poro da célula endotelial. Já produtos de carga negativa tem maior dificuldade de serem filtrados devido à força de repulsão. Íons como Cl e bicarbonato, apesar de serem carregados negativamente, possuem peso molecular pequeno então, mesmo com certa resistência, conseguem ser filtrados. Att.: A membrana basal endotelial possui três laminas, a rara interna, rara densa e rara externa. Lara Honório – Acadêmica de Medicina Portanto, as características da membrana do capilar glomerular são: a elevada permeabilidade para água, solutos, proteínas de baixo peso molecular e permeabilidade seletiva discriminando solutos (proteínas) na dependência do tamanho, carga (ânions de carga elétrica negativa são pobremente filtrados) e forma. Membrana basal glomerular: Rica em proteoglicanos, estrutura extracelular amorfa, rica em heparan sulfato. A destruição dela pode ser evidenciada por doenças autoimunes e tem características proteinúria. Impactos da proteinúria: pressão oncótica entre agua e albumina, é a perda de albumina, aumenta pressão do que sair para o interstício, aumentando o volume de líquido no interstício formando o edema. Já a alteração da pressão arterial vem do volume de perda da urina muito grande. A albumina puxa água, então perdendo água, diminui volume sanguíneo e baixa a PA, por perda de volume circulante. Células mesangiais (mesangial): Os capilares glomerulares são vestidos por células mesangiais que revestem o capilar na parte externa, dando estrutura. Quando a célula mesangial contrai estimula a vasoconstrição, comprimindo o capilar glomerular e provocando a redução da filtração, essa é a sua influencia. Contração da célula mesangial > diminui luz do capilar > diminui a superfície de filtração > coeficiente de filtração (kf) é reduzido = diminuição da filtração glomerular. Lara Honório – Acadêmica de Medicina Ela pode fazer fagocitose, o que provoca limpeza e proteção do mesangio contra invasores. Produz agente vasoativos, renina e a angiontensina 2, constrictores e assim modula a ação da filtração glomerular. Determinantes da filtração glomerular: São características anatômicas dos capilares glomerulares que são os tipos celulares que compõem os glomérulos e as forças de Starlink pelos capilares glomerulares que são fatores hemodinâmicos. Quanto a características anatômicas, influencia: coeficiente de filtração (kf), permeabilidade hidráulica (K) e a superfície disponível para filtração (S), segundo a seguinte formula: Equação de Starling: No capilar glomerular há pressão hidrostática, que é a pressão que o líquido exerce na parede de um recipiente. Isso é, o fluxo sanguíneo que chega da arteríola aferente par ao capilar glomerular exerce uma pressão hidrostática no capilar glomerular. Dentro do capilar a pressão hidrostática permanece constante por conta da diferença de calibre entre as arteríolas, já que a arteríola aferente possui maior calibre em relação a arteríola eferente. A pressão oncótica ou colodoismótica está dentro do capilar glomerular, promovida pela albumina. Essa pressão pode sofrer variação. No inicio do capilar glomerular a quantidade de plasma em relação a albumina é bem maior, então a pressão oncótica no inicio do capilar glomerular não é tão grande. A pressão oncótica não favorece a filtração, portanto, quanto maior a pressão oncótica menor a filtração. No espaço de Bawman tem a pressão hidrostática/pressão tubular do espaço d Bawman, que é uma força de oposição a filtração. No espaço de Bawman, a pressão é constante, pois a medida que o liquido enche a capsula ele também está descendo para o tubo proximal. Ao somar a pressão do espaço de Bawman + a pressão oncótica do capilar glomerular e o valor é = a pressão hidrostática no capilar glomerular, não existe mais filtração. Apesar de não haver filtração, continua tendo saída do fluxo sanguíneo renal, chegando a arteríola eferente em direção ao capilar paratubular. Obs.: Tem mais filtração no começo do capilar glomerular que no fim dele. Lara Honório – Acadêmica de Medicina Cálculo da pressão de Ultrafltração (PUF): Recapitulando, a equação de Staling calcula o quanto que ocorreu de filtração glomerular. Na primeira situação, há filtração glomerular. Já na segunda situação, como zera (força de oposição = força de favorecimento) a diferença, não há filtração. O fluxo sanguíneo renalque chega ao capilar peritubular tem grande concentração de albumina, uma alta pressão coledosmóitica. No primeiro caso, quando tem a constrição da arteríola aferente, a pressão hidrostática diminui e a filtração glomerular diminui também, assim como o fluxo sanguíneo renal também diminui. Na segunda há constrição na arteríola eferente, a pressão hidrostática aumenta, a filtração glomerular aumenta e o fluxo sanguíneo renal diminui porque fechou a saída. No terceiro, há vasodilatação da arteríola eferente, pressão hidrostática no capilar glomerular diminui, filtração glomerular diminui e fluxo sanguíneo renal aumenta. No quarto, dilatação na arteríola aferente, pressão hidrostática aumenta, filtração glomerular aumenta e fluxo sanguíneo renal aumenta também. Att.: No caso de pacientes com cálculo renal onde há obstrução do ureter, a filtração glomerular vai diminuir. A urina se acumula no ureter e a nova urina formada pelo néfron não consegue chegar à bexiga, a pressão hidrostática aumenta na região tubular, que é uma força de oposição. Aumentando a pressão hidrostática no espaço de Bawman a força de oposição é maior que a de filtração, fazendo a diminuição da filtração glomerular. Outra aplicação clínica: um paciente possuir insuficiência hepática, o fígado produz albumina e a condição de insuficiência faz ter menor quantidade de albumina diminuindo a pressão coledosmótica/oncótica sendo um capilar hiperfiltrante. Lara Honório – Acadêmica de Medicina Exercícios de fixação: R.: 1,3,7,6,2,5,4,8. Arteríola aferente > glomérulo > cápsula de Bawman > túbulo proximal > alça de Henle > túbulo distal > túbulo coletor > pelve renal. R. 2: Células endoteliais: apresentam poros por onde passam água e solutos de tamanho menor que o poro, é seletiva quanto a forma e tamanho da estrutura que deseja passar para ser filtrada. Membrana basal glomerular: formada por fibras colágenas e composta por proteoglicanos de carga negativa, faz a seletividade de passagem do poro por meio de afinidade de cargas elétricas, o que explica o motivo de mesmo tendo baixo peso molecular, a albumina consegue passar pela membrana, mas é repelida por possuir carga negativa e assim não é filtrada. Podócitos: possuem fendas de filtração que também são seletivas por meio de carga, forma e peso molecular da estrutura que deseja passar e ser filtrada. R. 3: Pela destruição da camada de membrana basal glomerular, o paciente apresentará proteinúria e a quantidade de liquido que sai do capilar para o interstício é aumentada e isso levará a um outro efeito que é o edema. Isso acontece porque a integridade funcional da membrana é comprometida, então a interação entre as 3 camadas é dificultada e o ultrafiltrado tem déficit na seletividade da filtração. E causa também a queda da PA. Suponha que um tumor esteja pressionando e obstruindo o ureter direito. Que efeito isso poderia ter sobre a pressão de ultrafiltração? E, consequentemente, sobre a filtração glomerular? R. 4: Com a obstrução do ureter, a urina formada não fluirá e aumentará a pressão hidrostática na Cápsula de Bowman, a qual se opõem à pressão hidrostática glomerular, favorável à filtração glomerular. Ou seja, o aumento da pressão na Cápsula de Bawman diminui a taxa de filtração glomerular e também a pressão de ultrafiltração, [PUF = Phcg – (Pco + Phcb)].