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Entrevista inicial
Thainá Oliveira de Melo – Psicologia 
2
O que avaliar?
A entrevista inicial também tem a importante finalidade de marcar um “clima de trabalho”, e por essa razão deve correr da forma mais livre e espontânea possível. 
· Se diferencia das sessões comuns do curso da análise
Pois sua natureza permite que o analista seja algo mais diretivo, enfocando mais objetivamente a alguns aspectos que necessitam serem avaliados para a definição do contrato e do projeto analítico. 
O analista levará em conta:
	1. O tipo de encaminhamento que trouxe o paciente até ele, e como foi o contato inicial; 
	2. A aparência exterior, incluída a forma de como o paciente está vestido, como saúda, manifesta-se algum sintoma visível, como é a sua movimentação motora, o seu jeito de discursar...; 
	3. A realidade exterior, isto é, as suas condições socioeconômicas, o seu entorno familiar, a sua posição profissional, o seu projeto de vida próximo e futuro...; 
	4. O histórico familiar, sendo que, muitas vezes, para pacientes com manifestações depressivas, é útil averiguar se há na família casos de internações, suicídios, alcoolismo, prescrição de uso de antidepressivos...; 
	5. O grau de motivação, principalmente levando em conta se o paciente está disposto a enfrentar uma jornada que não é fácil e sem uma garantia de resultados exitosos; 
	6. A escolha e estilo das suas relações objetais reais, ou seja, se há uma compulsividade em repetir as mesmas configurações vinculares;
	7. A forma de como ele se comunica, verbal e não-verbalmente. 
Mundo interior do paciente (se possível)
· ID
Quais são as pulsões predominantes, se as de vida ou as de morte, que se manifestam por meio do tipo de necessidades, desejos, demandas ou atos masoquistas, e que caracterizam tanto a sua sexualidade como a agressividade... 
· Ego
 Conceitualmente essa estrutura psíquica compreende um conjunto de funções e de representações. 
· É importante o terapeuta observar como são as capacidades egóicas que o paciente está demonstrando na entrevista inicial (como funciona a sua percepção: escuta daquilo que ele está ouvindo do analista); 
· A maneira dele pensar, conceituar, ajuizar e discriminar; 
· Como é a sua função de conhecer (ou desconhecer) as verdades; 
· Como são as suas emoções e quais são os afetos que mais o afetam; 
· A sua maneira de estabelecer correlações, nexos associativos e aquisição de insights; 
· Como é o conteúdo e a forma de sua linguagem e comunicação verbal (não importa tanto o que o paciente “fala”, mas, sim, o que ele “diz”); a maneira de como ele age (ou “atua”) aquilo que planeja etc.
É importante que o psicanalista colha uma ideia razoável de quais são os inconscientes mecanismos de defesa que o paciente mobiliza para enfrentar as suas angústias e conflitos 
Representações do ego
	1. Como o sujeito representa a si próprio
	2. A sua imagem psíquica, corporal e a sua autoestima; 
	3. Como estão estruturadas as suas relações objetais internalizadas e que também podem ser percebidas pelo esboço da transferência nascente; 
	4. Com quem e como são as identificações do paciente; 
	5. Avaliação da estruturado do sentimento de identidade do sujeito. 
· Superego
Trata-se, portanto, de uma instância que pode atingir uma condição essencialmente punitiva, muitas vezes com características extremas de perseguição e crueldade;
· No entanto, em situações normais, exerce a função de um normativo e indispensável “ego auxiliar”.
A pessoa que está sendo avaliada para um tratamento psicanalítico, como qualquer outra pessoa, é um sujeito com uma série de determinações que ele desconhece
· Sendo assim operam desde o seu inconsciente, sob a forma de necessidades, desejos, capacidades latentes, mandamentos, proibições, expectativas, predições e falsas convicções.
É necessário que, pelo menos, o analista tenha em mente aos aspectos que foram acima referidos e procure aproximar-se deles o mais possível na entrevista inicial
Indicações e Contraindicações
Alguns critérios que antigamente eram usados para excluir uma possível análise, hoje em dia já são indicados para a mesma
· Um exemplo de um desses critérios é a idade, a qual antigamente crianças, bem como adolescentes e idosos seriam excluídos de uma possível análise, hoje em dia já são indicados para a mesma
Persistem como contraindicações indiscutíveis para a análise como escolha prioritária, os casos de alguma forma de degenerescência mental, ou aqueles pacientes que não demonstram a condição mínima de abstração e simbolização, bem como também para aqueles que apresentam uma motivação esdrúxula, além de outras situações afins.
· Não é raro os psicanalistas confrontam-se com situações nas quais a pesagem dos fatores favoráveis e desfavoráveis revelados pela entrevista inicial não foi suficiente para que se definisse uma possibilidade de fazer ou não fazer a análise
Nestes casos muitos psicanalistas recorrem “análise de prova”
Análise de prova: Consiste em prolongar a “entrevista inicial” por um período relativamente mais longo para que só então ambos do par analítico assumam uma posição definitiva quanto à efetivação formal da análise.
O que cabe interpretar na entrevista inicial?
Cabem as “interpretações compreensivas” que não só são permissíveis, como também são necessárias para o estabelecimento de um necessário “rapport”, de uma “aliança terapêutica”.
· Qualquer pessoa que está tencionando expor o seu mundo interno a um estranho, necessariamente está algo assustado e desconfiado, e nada é mais importante para ele do que saber que está sendo compreendido
Referências: 
Zimerman, David E. Fundamentos psicanalíticos recurso eletrônico: teoria, técnica e clínica: uma abordagem didática. David E. Zimerman. Dados eletrônicos. – Porto Alegre: Artmed, 2007.

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