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MÓDULO 1: PRINCÍPIOS DAS CIÊNCIAS 
CRIMINAIS 
 
TEMA 2 – PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS 
EXPLÍCITOS II 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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RESUMO 
 
Conceito 
 
Com previsão expressa no art. 5º, incisos XLVII e XLIX, da Constituição Federal, a Humanidade 
é um princípio regulador, que direciona a forma como o Estado deve tratar o sujeito, instituindo 
inexistir penas de morte, caráter perpétuo, de trabalhos forçados, de banimento e cruéis, 
bem como assegurar aos presos o respeito à integridade física e moral. 
 
A missão deste princípio é garantir o respeito do ser humano como tal, refutando seu tratamento 
como coisa ou animal. Justamente em razão da humanidade, se exige que a benevolência e a 
complacência guiem o tratamento dos seres humanos, inclusive no que tange a forma de sua 
punição. 
 
Nem se olvide que as sanções penais devem sempre considerar a condição humana de seus 
destinatários, não perdendo de vista o respeito ao atual caráter social de que são imbuídas, fruto 
de autentica conquista do direito penal moderno. 
 
Como cediço, em tempos remotos, foram instituídas penas de cunho vingativo e retaliativo, 
impingindo sofrimento e crueldade em demasia aos executados, com o claro intuito de fazê-los 
padecer publicamente, inclusive, como forma de intimidar a população. 
 
Com o passar do tempo, tais ideais deram espaço ao caráter retributivo, ao seu turno calcado na 
proporcionalidade das reprimendas, bem como na ressocialização do sentenciado, sem perder 
de vista os direitos humanos. 
 
Justamente sob esse viés é que deve ser observada a humanidade, pois não pode o Estado se 
igualar aos infratores, violando sua integridade moral e física, tratando-os com semelhante 
brutalidade e desrespeito. 
 
Ao revés, o exemplo deve vir de cima, ou seja, cabe ao Estado propiciar a restauração da ordem, 
ante a adoção de medidas positivas que redirecionem o comportamento do sujeito, servindo-lhe 
como incentivo para se manter no caminho do bem. 
 
Aula III – Humanidade 
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Por certo, não se pode esperar a ressocialização de alguém submetido à situação desumana, 
afinal, quanto mais degradado, menos chances possui de se regenerar. 
 
Assim como aos pais cabe a criação dos filhos e aos professores incumbe a educação dos 
alunos, ao Estado compete a correção e orientação dos cidadãos. Em todos os casos, a 
humanidade é a melhor ferramenta para se atingir tais finalidades, posto ser método mais seguro 
contra efeitos deletérios. 
 
Pensemos numa forma de correção que lance mão de açoites e humilhações. Inevitavelmente, 
ensejará traumas, por vezes irreparáveis, ao destinatário, cujas chances de insucesso acentuam-
se em comparação com aquele submetido a repreensão digna e indulgente. 
 
Em suma, a humanidade condiz com o respeito do ser humano como tal, demandando atuação 
exemplar pelo Estado, em resposta aos desvios cometidos por alguém. 
 
Breve histórico 
 
Durante sua evolução histórica, o Direito Penal passou inicialmente por 3 fases de vingança: 
 
a) Vingança divina = escorada em ideais sagrados de convivência, permitia a vingança aos 
integrantes do clã, geralmente representados por um sacerdote, em face daquele que, por 
infringir as regras (tabus), provocasse a ira dos deuses, fazendo com que o mal (geralmente 
personificado por fenômenos naturais como raios, trovões e vendavais) se abatesse sobre o 
grupo. As punições eram severas, implicando no banimento (desterro) ou o sacrifício da 
própria vida; 
b) Vingança privada = os agrupamentos crescem e formam tribos, geralmente estabelecidas por 
vínculos de sangue, surgindo a consciência de que determinadas condutas feriam não apenas 
a vítima, mas todo o seu grupo, dando ensejo a vingança coletiva, culminando em grandes 
batalhas que resultaram na dizimação de povos. Para evitar a generalização das contendas, 
diversos povos passam a adotar o denominado Critério de Talião (talis = tal qual), apregoando 
a vingança do ofendido em face de seu ofensor, de forma rigorosamente recíproca e mediante 
esforços próprios; 
c) Vingança pública = com a organização social sob a forma de Estados, a população confere ao 
soberano a tarefa punitiva que, contudo, passa a ser exercida com crescente abuso e 
arbitrariedade, instituindo-se penas cruéis e degradantes, contra as quais o cidadão não tinha 
chances de se defender. Mutilações, açoites, penas de morte, prisões perpétuas insalubres e 
confisco desmedido de bens, eram práticas comumente adotadas pelo modelo déspota-
absolutista, instituído na idade medieval. 
 
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Somente com a Revolução Francesa e os movimentos Renascentista e Iluminista, rompem-se 
tais paradigmas, culminando em novos ideais, em prol da preservação do ser humano e de suas 
liberdades, ante a abstenção pelo Estado face ao respeito a todas as garantias individuais. 
 
Nesse bojo, temos na Escola Clássica a raiz do pensamento humanitário, sendo repudiada toda 
e qualquer penal cruel (inclusive de morte) e, em seu lugar, veementemente defendida a adoção 
do critério de proporcionalidade entre a reprimenda e o mau ocasionado. 
 
Portanto, inaugurando-se o raciocínio voltado a estabelecer uma forma de punição limitada pela 
sensibilidade humana. 
 
Concretude atual da humanidade 
 
A presença dos direitos humanos em nosso ordenamento jurídico é herança direta da evolução 
do direito penal ao longo dos tempos. 
 
As garantias de tratamento adequado e condizente com o status humano são inerentes ao 
modelo instituído pelo Estado Democrático de Direito, consoante o qual, ao cidadão tudo é 
permitido, desde que não seja proibido. 
 
Note que tal raciocínio conduz à máxima de que muito mais se pode, do que se veda, ou seja, o 
sujeito tem ampla liberdade para exercer seus pensamentos, escolher o que lhe agrada, 
desenvolver seus gostos, optar por uma religião, constituir um patrimônio, locomover-se, formar 
a sua personalidade, dentre outras tantas que lhe são asseguradas. 
 
Por certo, a liberdade é característica inerente à realização do indivíduo enquanto ser humano, 
permitindo-o buscar a felicidade interior, ante o exercício de suas vontades. 
 
Com efeito, resta evidente a íntima relação entre prisão e direitos humanos, afinal, ao ter sua 
liberdade cerceada, o sujeito não perde seu status de ser humano, tornando inadmissível 
tratamentos indignos, degradantes e desumanos. 
 
Entretanto, a crise do sistema penitenciário é realidade presente no atual cenário nacional, 
inclusive reforça pelas recentes rebeliões, amplamente divulgadas pelos meios de comunicação. 
 
A superlotação dos presídios, propiciando condições nefastas, insalubres, fétidas e subumanas 
são constantemente denunciadas pela mídia em geral.Cobra-se do Poder Público uma iniciativa 
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para sanear tais situações, contudo, pouco faz para alterar positivamente este quadro. 
 
Ao revés, diversas são as justificativas conferidas para explicar o inexplicável. Em meio a isso, 
surgem absurdas medidas paliativas, que visam a acomodar a situação, como a prisão de seres 
humanos em containers, reforçando o total desrespeito e desmazelo à condição humana. 
 
O Judiciário é reiteradamente provocado a intervir para assegurar o fiel cumprimento às leis e 
suas próprias decisões, por vezes ignoradas ou flagrantemente descumpridas pelo Executivo. 
 
Tomemos como exemplo o agigantado número de recursos e ações voltados à satisfação da 
progressão de regime, já deferida por decisão judicial, entretanto não cumprida, em razão da 
ausência de vagas. 
 
No mesmo passo, também se insere a total carência de estrutura da maior parte dos hospitais de 
custódia e tratamento, espalhados em nosso país, para executar as medidas de segurança 
conferidas aos portadores de enfermidades mentais, tolhendo-os do efetivo tratamento clínico, 
que lhes é garantido. 
 
Em suma, a humanidade é constantemente olvidada e aviltada, ante a patente omissão do Poder 
Público, em propiciar meios para assegurar a concretização de todas as garantias e direitos 
inerentes à condição humana, daqueles que estão recolhidos sob a sua tutela, em cumprimento 
as sanções penais. 
 
LEITURA COMPLEMENTAR 
 
1 - “Uma discussão muito relevante e atual diz respeito a um tema por demais interessante: a 
Constitucionalização do Direito. Tal tendência cumpre o papel de buscar adequar os demais 
ramos do Direito ao Direito Constitucional, haja vista, que o Direito Constitucional é a matriz do 
ordenamento jurídico pátrio, que reflete a carga valorativa e principiológica presente no ideário 
da Carga Magna. Nesse sentido, pensar o Direito Penal dentro de uma perspectiva 
constitucionalista, corrobora para a fase pós-positivista do Direito, em que se priva pelo respeito 
aos princípios reconhecidos nos textos legais, visando justamente à promoção do fim maior do 
Direito – a Justiça. (...)” 
 
Para a íntegra do texto, segue link abaixo: 
 
A primazia ao princípio da humanidade no Direito Penal contemporâneo em respeito à 
tendência constitucionalizante do Direito 
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http://www.direitonet.com.br/artigos/exibir/2982/A-primazia-ao-principio-da-humanidade-no-Direito-Penal-contemporaneo-em-respeito-a-tendencia-constitucionalizante-do-Direito
 
2 - “Desde os primórdios da sociedade onde as penas sofridas por aqueles que praticavam algum 
tipo de crime eram penas duras, na maioria das vezes o indivíduo perdia um membro de acordo 
com o crime praticado, ou até mesmo a vida. 
 
Diante de todo o histórico é que surgiu os Direitos Humanos, um conjunto de normas que visa 
resguardar aquele que esteja sofrendo qualquer tipo de abuso quanto a aplicabilidade de sua 
pena. 
 
Tendo em vista as crises envolvendo o Sistema Prisional e seus diversos detentos com seus 
planos mirabolantes de fugas, rebeliões, motins, motivados por um anseio de se verem libertos 
de um local onde estão ali para serem soltos novamente quando estiverem adeptos ao mundo 
em que vivemos, o tema se insere no contexto humano e digno, onde os Direitos Humanos, 
principal órgão regulador é o que resguarda os direitos dos presos. (...)” 
 
Para a íntegra do texto, segue link abaixo: 
 
Direitos humanos: sistema prisional à luz do princípio da humanidade 
 
FONTE BIBLIOGRÁFICA 
 
NUCCI, Guilherme de Souza, Princípios Constitucionais Penais e Processuais Penais. 4. ed. Rio 
de janeiro: Forense, 2015 – págs. 145 a 152; 
 
NUCCI, Guilherme de Souza, Código Penal Comentado. 16. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2016 
– nota 1-F, do art. 1º; 
 
NUCCI, Guilherme de Souza, Curso de Direito Penal. Rio de Janeiro: Forense, 2017. Vol. 1, págs. 
73 a 76. 
 
JURISPRUDÊNCIA 
 
“AGRAVO REGIMENTAL EM HABEAS CORPUS. EXECUÇÃO PENAL. PROGRESSÃO DE REGIME 
DEFERIDA PELO JUÍZO DAS EXECUÇÕES. AUSÊNCIA DE VAGA EM ESTABELECIMENTO 
COMPATÍVEL COM O REGIME PRISIONAL SEMIABERTO. CUMPRIMENTO DA PENA EM REGIME 
FECHADO. CONSTRANGIMENTO ILEGAL DEMONSTRADO. DESVIO DE FINALIDADE DA 
PRETENSÃO EXECUTÓRIA. PRISÃO DOMICILIAR. EXCEPCIONALIDADE. CABIMENTO. 
PRECEDENTES DESTA CORTE SUPERIOR. NÃO APRESENTAÇÃO DE ARGUMENTOS NOVOS 
PELO AGRAVANTE PARA INVALIDAR A DECISÃO AGRAVADA. MANUTENÇÃO POR SEUS 07
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https://jus.com.br/artigos/44340/direitos-humanos-sistema-prisional-a-luz-do-principio-da-humanidade
PRÓPRIOS FUNDAMENTOS. 
1. Esta Corte Superior de Justiça tem entendido que a ineficiência do Estado em assegurar instituições 
em condições adequadas ao cumprimento de pena em regime semiaberto autoriza, ainda que 
excepcionalmente, a concessão da prisão domiciliar. A superlotação e a precariedade do estabelecimento 
penal, é dizer, a ausência de condições necessárias ao cumprimento da pena em regime semiaberto, 
permite ao condenado a possibilidade de ser colocado em prisão domiciliar, até que solvida a pendência, 
em homenagem aos princípios da dignidade da pessoa humana, da humanidade das penas e da 
individualização da pena. 
2. O agravante não apresentou argumentos novos capazes de infirmar os fundamentos que alicerçaram 
a decisão agravada, razão que enseja a negativa de provimento ao agravo regimental. 
3. Agravo regimental improvido.” (STJ, AgRg no HC 275.742/RS, Rel. Ministro SEBASTIÃO REIS 
JÚNIOR, SEXTA TURMA, julgado em 10/09/2013, DJe 24/09/2013) 
 
“HABEAS CORPUS. EXECUÇÃO PENAL. PROGRESSÃO AO REGIME ABERTO. 
SUPERLOTAÇÃO E PRECARIEDADE DAS CASAS DE ALBERGADO. CONSTRANGIMENTO ILEGAL. 
OCORRÊNCIA. CUMPRIMENTO EM REGIME ABERTO DOMICILIAR. POSSIBILIDADE. ORDEM 
CONCEDIDA. 
1. "A superlotação e a precariedade do estabelecimento penal, é dizer, a ausência de condições 
necessárias ao cumprimento da pena em regime aberto, permite ao condenado a possibilidade de ser 
colocado em prisão domiciliar, até que solvida a pendência, em homenagem aos princípios da dignidade 
da pessoa humana, da humanidade da pena e da individualização da pena." - HC 216.828/RS, Rel. 
Ministra MARIA THEREZA DE ASSIS MOURA, SEXTA TURMA, julgado em 02/02/2012, DJe 15/02/2012. 
2. Ordem CONCEDIDA para que o paciente seja imediatamente colocado em regime aberto domiciliar, 
até o surgimento de vaga em casa de albergado com condições mínimas necessárias ao adequado 
cumprimento da pena em regime aberto, restabelecido o decisum de primeiro grau.” (STJ, HC 217.058/RS, 
Rel. Ministro VASCO DELLA GIUSTINA (DESEMBARGADOR CONVOCADO DO TJ/RS), SEXTA 
TURMA, julgado em 20/03/2012, DJe 11/04/2012) 
 
“CONFLITO DE COMPETÊNCIA. EXECUÇÃO PENAL. TRANSFERÊNCIA DE PRESO PARA PRESÍDIO 
FEDERAL. NOVA SOLICITAÇÃO DE PRORROGAÇÃO DE PRAZO DE PERMANÊNCIA. 
NECESSIDADE NÃO DEMONSTRADA. PRINCÍPIOS DA PROPORCIONALIDADE E HUMANIDADE 
DAS PENAS. 
1. Segundo a Lei nº 11.671/08, a inclusão do preso em presídio federalde segurança máxima será 
excepcional. Também excepcional é a renovação do prazo de permanência, consoante preceitua o § 1º 
do art. 10. 
2. O condenado foi transferido para o sistema prisional federal em 30/11/2007 e lá se encontra até hoje 
aguardando a solução de possível recambiamento. São, portanto, mais de três anos submetido às 
condições típicas das unidades penitenciárias de segurança máxima, com rigoroso regime de isolamento 
diário e distanciamento da família. Condições essas que, segundo a própria lei, determinam o caráter 
excepcional da prorrogação do prazo. 
3. Se é verdade que a segurança pública deve ser resguardada, não menos importante é que a nossa 
Carta Política erige como direito fundamental o Princípio da Humanidade das Penas, consectário de um 
dos fundamentos da República: a dignidade da pessoa humana. 
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4. A medida de inserção do apenado, a essa altura, no Presídio Federal, não anda em consonância com 
a proporcionalidade em sentido estrito. Isso porque, realizada a ponderação dos valores, da segurança 
pública, de um lado, e, de outro, o direito individual à humanidade das penas - este agregado ao caráter 
excepcional do cumprimento em regime penitenciário federal -, tem-se que o primeiro cede lugar ao 
segundo, um vez que, no caso concreto, o condenado já ultrapassa três anos de permanência no rigoroso 
regime de segurança máxima. 
5. Conflito conhecido para declarar competente o Juízo da Vara Federal e Juizado Especial Federal 
Criminal Adjunto de Lajeado, Seção Judiciária do Rio Grande do Sul, o suscitante, para a execução da 
pena de Roberto Tenório Bezerra, o qual deverá ser recambiado do Presídio Federal de Campo 
Grande/MS.” (STJ, CC 113.271/RS, Rel. Ministro OG FERNANDES, TERCEIRA SEÇÃO, julgado em 
13/04/2011, DJe 21/03/2012) 
 
 
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