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VA 1 - DIREITO EMPRESARIAL III

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PARECER JURIDICO nº 10/2021
Ao Sr. Carlos Alberto.
Trata-se de uma solicitação de um parecer técnico jurídico com base no processo de execução judicial de título, no qual foi penhorada uma sala comercial de propriedade do Sr. Carlos Alberto adquirida na constância do seu casamento com Betina - com esforços comum de ambos - após o não pagamento do titulo, para analisar a possibilidade de livrar o bem penhorado da constrição judicial, ou, ao menos, a parte pertencente a sua esposa. E importante salientar que Carlos Alberto e Betina são casados no regime de separação total de bens, no ano de 1979, sendo observadas as regras no código civil vigente na época, Código Civil de 1916.
FUNDAMENTOS
O caso em tela envolve um bem penhorado adquirido na constância do casamento do Sr. Carlos Alberto e sua esposa Sra. Betina, mediante os esforços comuns de ambos. Acontece que, o regime de comunhão desse matrimonio é Separação Total de Bens.
Apesar de constar no art. 1.687, do Código Civil 2002 que estipulada a separação de bens, estes permanecerão sob a administração exclusiva de cada um dos cônjuges, que os poderá livremente alienar ou gravar de ônus real, devemos observar as regras do Código Civil de 1916.
Dessa forma, vejamos o que preceitua o art. 235, I, do CC de 1916: 
Art. 235. O marido não pode, sem consentimento da mulher, qualquer que seja o regime de bens:
I. Alienar, moveis ou direitos reais, direitos reais sobre imóveis alheios 
Nesses termos, a promissória feita pelo Sr. Carlos Alberto se torna nula, uma vez que sua esposa Sra Betina não autorizou tão pouco sabia o que estava sendo feito.
Observamos ainda o art. 239 do CC de 1916:
Art. 239. A anulação dos atos do marido praticados sem outorga da mulher, ou sem suprimento do juiz, só poderá ser demandada por ela, os seus herdeiros.
Ora, dessa forma é necessária a interposição de embargo de terceiros, uma vez que o artigo acima é claro quando diz “só poderá ser demandada por ela”.
O presente recurso está previsto no art. 674, do CPC, transcrito abaixo:
Art. 674. Quem, não sendo parte no processo, sofrer constrição ou ameaça de constrição sobre bens que possua ou sobre os quais tenha direito incompatível com o ato constritivo, poderá requerer seu desfazimento ou sua inibição por meio de embargos de terceiro.
§ 2º Considera-se terceiro, para ajuizamento dos embargos:
I - o cônjuge ou companheiro, quando defende a posse de bens próprios ou de sua meação, ressalvado o disposto no art. 843 ;
CONCLUSÃO
Diante do exposto, a orientação jurídica para obter êxito na exclusão da penhora recaída no bem comum do casal é que seja ajuizada a ação Embargos de terceiro, por dependência, nos termos do art. 674, do Código de Processo Civil, pois mesmo que a Sra. Betina não seja parte do processo de execução, sofre ameaça de constrição de seu bem. 
Belo Horizonte, data.
Advogado
OAB/UF

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