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Fechamento – Problema 2 Módulo Febre, Infamação e Infecção Hyana M. 1 O vírus da Dengue é um arbovírus do gênero Flavivírus, que pertence a familia Flaviviridae. Vetor: Aedes aegypti. São conhecidos 4 sorotipos diferentes: 1. DENV-1 2. DENV-2 3. DENV-3 4. DENV-4 Dengue é uma doença espectral: ela pode se apresentar desde formas leves (assintomáticas, oligossintomáticos), ate formas graves, com quadro de síndrome hemorrágica. Dengue é uma Doença de notificação compulsória, você precisa notificar quando paciente tiver dengue ou suspeita de dengue. O vírus da dengue é transmitido por mosquitos fêmea, principalmente da espécie Aedes aegypti e, em menor proporção, da espécie Aedes albopictus. Aedes aegypti: um mosquito de hábito diurno, com preferência por ambientes urbanos e se alimenta principalmente se sangue humano. Sua proliferação ocorre através da deposição de ovos em água parada, que eclodem posteriormente formando larvas. Esses ovos podem sobreviver por cerca de 1 ano ou mais fora da água, aguardando condições favoráveis para se desenvolver. 1. O mosquito adquire o vírus ao picar uma pessoa doente na fase de viremia, que começa um dia antes do surgimento da febre e vai até o sexto dia de doença. 2. Uma vez infectada a fêmea do mosquito inocula o vírus junto com a sua saliva ao picar a pessoa sadia. a fêmea deposita a sua saliva contendo vírus dentro da corrente sanguínea do hospedeiro, fazendo com que alcance a circulação no plasma e tenha contato com as células alvo do vírus, ex; monócitos, macrófagos, células dendrites e endoteliais de capilares. Período de Incubação: Varia de 3 a 15 dias, sendo, em média, de 5 a 6 dias. Período de Transmissibilidade: A transmissão ocorre enquanto houver presença de vírus no sangue do homem (período de viremia). Este período começa um dia antes do aparecimento da febre e vai até o 6º dia da doença. IgM: com 6 dias após a infecção já é produzido IgM, que vai neutralizar o vírus e marcar o inicio do declínio da viremia. IgG: a produção de IgG vai começar com 6 a 10 dias de evolução. Os níveis de IgG ↑ durante a recuperação do paciente e depois eles ↓, e permanecem assim por muito tempo, oq eu permite uma resposta secundaria. O ministério da saúde classifica a dengue em 3 fases clinicas: febril, critica e de recuperação: Cada sorotipo é diferente quanto à antigenicidade e à genética. Assintomático/oligossintomático Clássica (sem complicações) Grave Grave (com choque) Manifestações clinicas: Febre alta Cefaleia que se concentra retro orbitária (dor ao redor dos olhos) Mialgias, artralgias, dor óssea Exantema maculopapular generalizado – erupções cutâneas Dor lombar Náuseas Anorexia Fechamento – Problema 2 Módulo Febre, Infamação e Infecção Hyana M. 2 1. Fase Febril: A primeira manifestação é a febre que tem duração de 2-7 dias, geralmente alta (39ºC a 40ºC), de início abrupto, associada à: 1. Cefaleia 2. Adinamia (redução da força muscular, debilitação muscular e fraqueza) 3. Mialgias 4. Artralgias 5. Dor retro orbitaria 6. O exantema esta presente em 50% dos casos, é predominantemente do tipo máculopapular (é um tipo de exantema caracterizado por uma área vermelha e plana na pele com pápulas pequenas e confluentes), atingindo face, tronco e membros. Além disso, o paciente também pode ter náuseas e vômitos, anorexia, diarreia. Após a fase febril, grande parte dos pacientes recupera-se gradativamente com melhora do estado geral e retorno do apetite. 2. Fase critica: Após a fase febril, boa parte dos pacientes evoluem direto para a recuperação, havendo melhoras dos sintomas e do estado geral. Mas uma parte dos pacientes podem entrar na fase critica, que se caracteriza por uma melhora da febre entre o 3º e o 7º dia de doença, associada ao desenvolvimento de sinais de alarme. Tem duração de 1-2 dias. De maneira sistemática, a gente sempre precisa investigar a presença desses sinais em pacientes com diagnóstico ou suspeita de Dengue e mesmo quando não encontramos nada, deveremos orientar os pacientes para que retornem ao serviço caso identifiquem qualquer um desses sinais. O que a presença de algum sinal de alarme quer dizer? Indica que o paciente esta deteriorando e tem chance de maior e evloir com complicações da doença, ex; choque, hemorragia grave e disfunção orgânica. A maioria dos sinais de alarme é resultante do: ↑ da permeabilidade vascular, que marca o inicio do deterioramento clinico do paciente e também a sua possível evolução para choque, através do extravasamento de plasma. Dengue Grave: Nessa fase da doença, vai haver extravasamento de plasma e tem chance de ocorrer choque ou acumulo de líquido com desconforto respiratório, hemorragias ou disfunção orgânica, como do coração, pulmões, rins, fígado e SNC. Choque: ocorre quando um grande volume de plasma é perdido através do extravasamento, o que geralmente ocorre entre os dias quatro ou cinco de doença, geralmente precedido por sinais de alarme. Hemorragia: outra complicação da dengue grave que ocorre devido ao aumento da permeabilidade vascular e plaquetopenia. É mais frequente em pacientes com histórico de úlcera péptica ou gastrites e devido a ingestão de AAS, AINE e anticoagulantes. Disfunção orgânica: também pode ocorrer grave comprometimento orgânico, como hepatites, encefalites ou miorcardites. Alguns pacientes podem ainda apresentar manifestações neurológicas, como convulsões e irritabilidade. O grave comprometimento orgânico, como hepatites, encefalites ou miorcardites pode ocorrer sem o concomitante extravasamento plasmático ou choque. As miocardites por dengue são expressas principalmente por alterações do ritmo cardíaco (taquicardias e bradicardias). Alguns pacientes podem ainda apresentar manifestações neurológicas, como convulsões e irritabilidade. 3. Fase de recuperação: Nessa fase os pacientes que passaram pela fase crítica apresentam progressiva melhora clínica. O débito urinário se normaliza ou aumenta, podem ocorrer ainda bradicardia e mudanças no eletrocardiograma. Alguns pacientes podem apresentar um rash cutâneo acompanhado ou não de prurido generalizado. Infecções bacterianas poderão ser percebidas nesta fase ou ainda no final do curso clínico. É importante continuar acompanhando o paciente por um tempo e mantê-lo orientado de que deve retornar aos serviço caso identifique algum dos sinais de alarme. Sinais de Alarme na Dengue: 1. Dor abdominal intensa (referida ou à pappação) 2. Vômitos persistentes 3. Acúmulo de líquidos (ascite, derrame pleural, derrame pericárdico) 4. Hipotensão postural e/ou lipotimia 5. Hepatomegalia maior que 2 cm abaixo do rebordo costal 6. Sangramento de mucosa 7. Letargia e/ou irritabilidade 8. Aumento progressivo do hematócrito Fechamento – Problema 2 Módulo Febre, Infamação e Infecção Hyana M. 3 1. Anamnese: Pesquisar a presença de febre, referida ou medida, incluindo a febre do dia anterior à consulta. Pesquisar: Data de inicia da febre e de outros sintomas Presença de sinais de alarme Alterações gastrointestinais (náuseas, vômitos, diarreia, gastrite) Alterações no estado da consciência (irritabilidade; sonolência; letargia - estado de profunda e prolongada inconsciência, semelhante ao sono profundo; lipotimia - sensação de perda de dos sentidos e da força muscular, mas sem a perda da consciência e com integral conservação das funções respiratória e cardíaca; tontura; convulsão e vertigem - tontura em que há perda do equilíbrio corporal) Diurese: frequência nas últimas 24 horas, volume e hora da última micção. Se existem familiares com dengue ou denguena comunidade, ou história de viagem recente para áreas endêmicas de dengue (14 dias antes do início dos sintomas). Condições preexistentes, tais como lactentes menores (29 dias a 6 meses de vida), adultos maiores de 65 anos, gestante, obesidade, asma, diabetes mellitus, hipertensão etc. 2. Exame físico geral: Valorizar e registrar os sinais vitais: temperatura, qualidade de pulso, frequência cardíaca, pressão arterial, pressão de pulso e frequência respiratória, PAM (pressão arterial média). Avaliar: Estado de consciência com a escala de Glasgow Estado de hidratação. Avaliado por: umidade das mucosas (língua e mucosa oral), turgor da pele (elástico), crianças – fontanela, idosos – turgor da região frontal (sinais discretos de desidratação) Estado hemodinâmico: pulso e pressão arterial, determinar a pressão arterial média e a pressão de pulso ou pressão diferencial, enchimento capilar. Verificar a presença de derrames pleurais, taquipneia, respiração de Kussmaul (respiração do indivíduo é lenta e profunda). Pesquisar a presença de dor abdominal, ascite (acúmulo anormal de líquidos dentro da cavidade peritoneal), hepatomegalia. Investigar a presença de exantema, petéquias ou sinal de Herman "mar vermelho com ilhas brancas". Buscar manifestações hemorrágicas espontâneas ou provocadas (prova do laço, que frequentemente é negativa em pessoas obesas e durante o choque). A partir da anamnese, do exame físico e dos resultados laboratoriais (hemograma completo), os médicos devem ser capazes de responder as seguintes perguntas: É dengue? SINAIS DE ALARME: Dor abdominal intensa (referida ou à palpação) e contínua. Vômitos persistentes. Acúmulo de líquidos (ascite, derrame pleural, derrame pericárdico). Hipotensão postural e/ou lipotimia. Hepatomegalia maior do que 2 cm abaixo do rebordo costal. Sangramento de mucosa. Letargia e/ou irritabilidade. Aumento progressivo do hematócrito. Fechamento – Problema 2 Módulo Febre, Infamação e Infecção Hyana M. 4 Em que fase (febril/crítica/recuperação) o paciente se encontra? Tem sinais de alarme? Qual o estado hemodinâmico e de hidratação? Está em choque? Tem condições preexistentes? O paciente requer hospitalização? Em qual grupo de estadiamento (grupos A, B, C ou D) o paciente se encontra? A classificação de risco do paciente com dengue visa reduzir o tempo de espera no serviço de saúde. O atendimento inicial ao paciente com suspeita de dengue deve ser baseado na anamnese e história clínica. Deve-se classificar o paciente em 3 grupos para manejo adequado: 1. Grupo A: paciente com suspeita de dengue, sem sinais de alarme ou condições especiais; 2. Grupo B: paciente com suspeita de dengue, sem sinais de alarme mas com condições especiais; 3. Grupo C: paciente com diagnóstico de dengue e com sinais de alarme; 4. Grupo D: paciente com diagnóstico de dengue grave, apresentando choque, hemorragia ou disfunção orgânica. O manejo adequado dos pacientes depende do reconhecimento precoce dos sinais de alarme, do contínuo acompanhamento, do reestadiamento dos casos (dinâmico e contínuo) e da pronta reposição volêmica. Grupo A: Caracterização: 1. Caso suspeito de dengue. 2. Ausência de sinais de alarme. 3. Sem comorbidades, grupo de risco ou condições clínicas especiais. Conduta 1. Exames laboratoriais complementares a critério médico. 2. Prescrever paracetamol e/ou dipirona 3. Não utilizar salicilatos ou anti-inflamatórios não esteroides. 4. Orientar repouso e prescrever dieta e hidratação oral 5. Orientar o paciente para: Não se automedicar. Procurar imediatamente o serviço de urgência em caso de sangramentos ou sinais/sintomas de alarme. 6. Agendar o retorno para reavaliação clínica no dia de melhora da febre (possível início da fase crítica); caso não haja defervescência, retornar no quinto dia de doença. 7. Notificar, preencher “cartão da dengue” e liberar o paciente para o domicílio com orientações. 8. Orientar sobre a eliminação de criadouros do Aedes aegypti. 9. Os exames específicos para confirmação não são necessários para condução clínica. Sua realização deve ser orientada de acordo com a situação epidemiológica. Grupo B: Caracterização: 1. Caso suspeito de dengue. 2. Ausência de sinais de alarme. 3. Com sangramento espontâneo de pele (petéquias) ou induzido (prova do laço positiva). Classificação De Risco De Acordo Com Os Sinais E Sintomas Azul: Grupo A – atendimento de acordo com o horário de chegada. Verde: Grupo B – prioridade não- urgente. Amarelo: Grupo C – urgência, atendimento o mais rápido possível. Vermelho: Grupo D – emergência, paciente com necessidade de atendimento imediato. Uso de drogas sintomáticas nos casos de dengue Dipirona sódica: Adultos: 20 gotas ou 1 comprimido (500 mg) até de 6/6 horas. Crianças: 10 mg/kg/dose até de 6/6 horas (respeitar dose máxima para peso e idade, ver estimativa de peso em crianças, Anexo B). Gotas: 500 mg/ml (1 ml = 20 gotas); solução oral: 50 mg/ml; supositório pediátrico: 300 mg por unidade; solução injetável: 500 mg/ml; comprimidos: 500 mg por unidade. Paracetamol : Adultos: 40-55 gotas ou 1 comprimido (500 a 750 mg) até de 6/6 horas. Crianças: 10 mg/kg/dose até de 6/6 horas (respeitar dose máxima para peso e idade): gotas: 200 mg/ml (1 ml = 20 gotas); comprimidos: 500 a 750 mg por unidade. Não utilizar doses maiores que a recomendada anteriormente, considerando que doses elevadas são hepatotóxicas. Fechamento – Problema 2 Módulo Febre, Infamação e Infecção Hyana M. 5 4. Condições clínicas especiais e/ou de risco social ou comorbidades (lactentes – menores de 2 anos –, gestantes, adultos com idade acima de 65 anos, hipertensão arterial ou outras doenças cardiovasculares graves, diabetes mellitus, doença pulmonar obstrutiva crônica (Dpoc), doenças hematológicas crônicas (principalmente anemia falciforme e púrpuras), doença renal crônica, doença ácido péptica, hepatopatias e doenças autoimunes). Conduta: 1. Solicitar exames complementares: Hemograma completo, obrigatório para todos os pacientes. Colher amostra no momento do atendimento. Liberar o resultado em até duas horas, ou no máximo 4 horas. Avaliar a hemoconcentração. Outros exames deverão ser solicitados de acordo com a condição clínica associada ou a critério médico. 2. O paciente deve permanecer em acompanhamento e observação até o resultado dos exames. 3. Prescrever hidratação oral conforme recomendado para o grupo A, até o resultado dos exames. 4. Prescrever paracetamol e/ou dipirona. 5. Seguir conduta conforme reavaliação clínica e resultados laboratoriais: Paciente com hematócrito normal: Tratamento em regime ambulatorial com reavaliação clínica diária. Agendar o retorno para reclassificação do paciente, com reavaliação clínica e laboratorial diária, até 48 horas após a queda da febre ou imediata, na presença de sinais de alarme. Orientar o paciente para não se automedicar, permanecer em repouso e procurar imediatamente o serviço de urgência em caso de sangramentos ou sinais/sintomas de alarme. Preencher “cartão da dengue” e liberar o paciente para o domicílio com orientações. Orientar sobre a eliminação de criadouros do Aedes aegypti. Paciente com surgimento de sinais de alarme: Seguir conduta do grupo C. 6. Notificar o caso. 7. Os Exames específicos para confirmação não são necessários para condução clínica. Sua realização deve ser orientada de acordo com a situação epidemiológica. Grupo C: Caracterização: 1. Caso suspeito de dengue. 2. Presença de algum sinal de alarme: Dor abdominal intensa (referida ou à palpação) e contínua. Vômitospersistentes. Acúmulo de líquidos (ascite, derrame pleural, derrame pericárdico). Hipotensão postural e/ou lipotímia. Hepatomegalia maior do que 2 cm abaixo do rebordo costal. Sangramento de mucosa. Letargia e/ou irritabilidade. Aumento progressivo do hematócrito. Conduta: 1. Para os pacientes do grupo C, o mais importante é iniciar a reposição volêmica imediata, em qualquer ponto de atenção, independente do nível de complexidade, inclusive durante eventual transferência para uma unidade de referência, mesmo na ausência de exames complementares. 2. Realizar exames complementares obrigatórios: Hemograma completo. Dosagem de albumina sérica e transaminases. 3. Os exames de imagem recomendados são Radiografia de tórax (PA, perfil e incidência de Laurell) Ultrassonografia de abdome. O exame ultrassonográfico é mais sensível para diagnosticar derrames cavitários, quando comparados à radiografia. Fechamento – Problema 2 Módulo Febre, Infamação e Infecção Hyana M. 6 4. Outros exames poderão ser realizados conforme necessidade: glicemia, ureia, creatinina, eletrólitos, gasometria, TPAE e ecocardiograma. 5. Proceder a reavaliação clínica (sinais vitais, PA, avaliar diurese: desejável 1 ml/kg/h) após uma hora, manter a hidratação de 10 ml/kg/hora, na segunda hora, até a avaliação do hematócrito que deverá ocorrer em duas horas (após a etapa de reposição volêmica). Sendo o total máximo de cada fase de expansão 20 ml/kg em duas horas, para garantir administração gradativa e monitorada. 6. Se não houver melhora do hematócrito ou dos sinais hemodinâmicos, repetir a fase de expansão até três vezes. Seguir a orientação de reavaliação clínica (sinais vitais, PA, avaliar diurese) após uma hora, e de hematócrito em duas horas (após conclusão de cada etapa). 7. Se houver melhora clínica e laboratorial após a(s) fase(s) de expansão, iniciar a fase de manutenção: Primeira fase: 25 ml/kg em 6 horas. Se houver melhora iniciar segunda fase. Segunda fase: 25 ml/kg em 8 horas, sendo 1/3 com soro fisiológico e 2/3 com soro glicosado. 8. Exames para confirmação de dengue são obrigatórios para os pacientes do grupo C, mas não são essenciais para conduta clínica. Na primeira coleta de sangue, solicitar realização destes exames, atentando para a necessidade de acondicionamento adequado: -20ºC para realização da sorologia (após o quinto dia) e -70ºC para realização do isolamento viral ou PCR (até o quinto dia de doença). 9. Prescrever paracetamol e/ou dipirona. 10. Notificar o caso. 11. Após preencher critérios de alta, o retorno para reavaliação clínica e laboratorial segue orientação conforme grupo B. 12. Preencher cartão de acompanhamento. 13. Orientar sobre a eliminação de criadouros do Aedes aegypti e sobre a importância do retorno para reavaliação clínica. Os pacientes do Grupo C devem permanecer em leito de internação até estabilização e critérios de alta, por um período mínimo de 48 horas. ATENÇÃO: Se não houver melhora clínica e laboratorial conduzir como grupo D. Pacientes do grupo C precisam de avaliação contínua, se necessário pela equipe de Enfermagem. Na presença de qualquer sinal de agravamento ou choque a reavaliação médica deve ser imediata. Grupo D: Caracterização: 1. Caso suspeito de dengue. 2. Presença de sinais de choque, sangramento grave ou disfunção grave de órgãos. Conduta: 1. Reposição volêmica (adultos e crianças): Iniciar imediatamente fase de expansão rápida parenteral, com solução salina isotônica: 20 ml/kg em até 20 minutos, em qualquer nível de complexidade, inclusive durante eventual transferência para uma unidade de referência, mesmo na ausência de exames complementares. Caso necessário, repetir por até 3x, de acordo com avaliação clínica. Reavaliação clínica a cada 15-30 minutos e de hematócrito em 2 horas; Se houver melhora clínica e laboratorial após fases de expansão, retornar para a fase de expansão do grupo C e seguir a conduta recomendada para o grupo. Estes pacientes devem permanecer em acompanhamento em leito de UTI até estabilização (mínimo 48 horas), e após estabilização permanecer em leito de internação. 2. Realizar exames complementares obrigatórios: Hemograma completo. Dosagem de albumina sérica e transaminases. 3. Os exames de imagem recomendados são Radiografia de tórax (PA, perfil e incidência de Laurell -- decúbito lateral com raios horizontais) Ultrassonografia de abdome. O exame ultrassonográfico é mais sensível para diagnosticar derrames cavitários, quando comparados à radiografia. Sinais de Choque: 1. Taquicardia. 2. Extremidades distais frias. 3. Pulso fraco e filiforme. 4. Enchimento capilar lento (>2 segundos). 5. Pressão arterial convergente (< 1,5 ml/kg/h ). 6. h) Hipotensão arterial (fase tardia do choque). 7. Cianose (fase tardia do choque) Fechamento – Problema 2 Módulo Febre, Infamação e Infecção Hyana M. 7 4. Outros exames poderão ser realizados conforme necessidade: glicemia, ureia, creatinina, eletrólitos, gasometria, TPAE e ecocardiograma. 5. Exames para confirmação de dengue são obrigatórios para os pacientes do grupo C, mas não são essenciais para conduta clínica. Na primeira coleta de sangue, solicitar realização destes exames, atentando para a necessidade de acondicionamento adequado: -20ºC para realização da sorologia (após o quinto dia) e -70ºC para realização do isolamento viral ou PCR (até o quinto dia de doença). 6. Acompanhamento em leito de terapia intensiva. 7. No caso de resposta inadequada, caracterizada pela persistência do choque, deve-se avaliar: Se o hematócrito estiver em ascensão, após a reposição volêmica adequada – utilizar expansores plasmáticos (albumina 0,5-1 g/kg); preparar solução de albumina a 5% (para cada 100 ml desta solução, usar 25 ml de albumina a 20% e 75 ml de SF a 0,9%); na falta desta, usar coloides sintéticos, 10 ml/kg/hora. Se o hematócrito estiver em queda e houver persistência do choque – investigar hemorragias e avaliar a coagulação. Na presença de hemorragia, transfundir concentrado de hemácias (10 a 15 ml/kg/dia). Na presença de coagulopatias avaliar necessidade de uso de plasma fresco (10 ml/kg), vitamina K endovenosa e crioprecipitado (1 U para cada 5-10 kg). Considerar a transfusão de plaquetas nas seguintes condições: sangramento persistente não controlado, depois de corrigidos os fatores de coagulação e do choque, e com trombocitopenia e INR (é a relação entre o tempo de protrombina do doente e um valor padrão do tempo de protrombina, vai refletir no tempo necessário para o sangue coagular) maior que 1,5 vezes o valor normal. 8. Se o hematócrito estiver em queda com resolução do choque, ausência de sangramentos, mas com o surgimento de outros sinais de gravidade, observar: Sinais de desconforto respiratório, sinais de insuficiência cardíaca congestiva e investigar hiperhidratação. Deve-se tratar com diminuição importante da infusão de líquido, uso de diuréticos e drogas inotrópicas, quando necessário. 9. A infusão de líquidos deve ser interrompida ou reduzida à velocidade mínima necessária se: Houver término do extravasamento plasmático; Normalização da pressão arterial, do pulso e da perfusão periférica; Diminuição do hematócrito, na ausência de sangramento; Diurese normalizada; Resolução dos sintomas abdominais. 10. Notificar o caso. 11. Após preencher critérios de alta, o retorno para reavaliação clínica e laboratorial segue orientação conforme grupo B. 12. Preencher cartão de acompanhamento. 13. Orientar o retorno após a alta. A reposição volêmica precoce e adequada é um fator determinante para a prevenção de fenômenos hemorrágicos, principalmente ligados a coagulopatia de consumo. 1. Presença de sinaisde alarme ou de choque, sangramento grave ou comprometimento grave de órgão (grupos C e D). 2. Recusa na ingestão de alimentos e líquidos. 3. Comprometimento respiratório: dor torácica, dificuldade respiratória, diminuição do murmúrio vesicular ou outros sinais de gravidade. 4. Impossibilidade de seguimento ou retorno à unidade de saúde. 5. Comorbidades descompensadas como diabetes mellitus, hipertensão arterial, insuficiência cardíaca, uso de dicumarínicos, crise asmática etc. 6. Outras situações a critério clínico. Os pacientes precisam preencher todos os seis critérios a seguir: Fechamento – Problema 2 Módulo Febre, Infamação e Infecção Hyana M. 8 1. Estabilização hemodinâmica durante 48 horas. 2. Ausência de febre por 48 horas. 3. Melhora visível do quadro clínico. 4. Hematócrito normal e estável por 24 horas. 5. Plaquetas em elevação e acima de 50.000/mm³. 1. A partir do 6 dia do início dos sintomas: sorologia (ELISA); 2. Até o 5 dia do início dos sintomas: Detecção de antígenos virais: NS1, isolamento viral, RT-PCR e imunohistoquímica. Se positivos confirmam o caso; se negativos, uma nova amostra para sorologia IgM deve ser realizada para confirmação ou descarte. 1. Caso suspeito de dengue: Aquela pessoa que vive em área onde se registram casos de dengue, ou que tenha viajado nos últimos 14 dias para área com ocorrência de transmissão de dengue. Dve apresentar febre, podendo ser entre 2-7 dias, e também ter 2 ou mais das seguintes manifestações: Também pode ser considerado caso suspeito toda criança proveniente de (ou residente em) área com transmissão de dengue, com quadro febril agudo, usualmente entre dois e sete dias, e sem foco de infecção aparente. 2. Caso suspeito de dengue com sinais de alarme: É todo caso de dengue que, no período de defervescência da febre, apresenta 1 ou + dos seguintes sinais de alarme: 1. Dor abdominal intensa e contínua, ou dor a palpação do abdome. 2. Vômitos persistentes. 3. Acumulação de líquidos (ascites, derrame pleural, derrame pericárdico). 4. Sangramento de mucosa 5. Letargia ou irritabilidade. 6. Hipotensão postural e/ou lipotimia. 7. Hepatomegalia maior do que 2 cm. 8. Aumento progressivo do hematócrito. 3. Caso suspeito de dengue grave: É todo caso de dengue que apresenta 1 ou + dos resultados a seguir: 1. Choque devido ao extravasamento grave de plasma evidenciado por taquicardia, extremidades frias e tempo de enchimento capilar igual ou maior a 3 segundos, pulso débil ou indetectável, pressão diferencial convergente ≤20 mmHg; hipotensão arterial em fase tardia, acumulação de líquidos com insuficiência respiratória. 2. Sangramento grave, segundo a avaliação do médico (exemplos: hematêmese, melena, metrorragia volumosa, sangramento do sistema nervoso central). 3. Comprometimento grave de órgãos, como: dano hepático importante (AST/ALT>1.000), sistema nervoso central (alteração da consciência), coração (miocardite) ou outros órgãos. 4. Caso Confirmado: É todo caso suspeito de dengue confirmado laboratorialmente (sorologia IgM, NS1teste rápido ou ELISA, isolamento viral, PCR, imuno-histoquimica). No curso de uma epidemia, a confirmação pode ser feita por meio de critério clínico-epidemiológico, exceto nos primeiros casos da área, que deverão ter confirmação laboratorial. 5. Caso descartado: Todo caso suspeito de dengue que possui 1 ou + dos critérios a seguir: 1. Diagnóstico laboratorial negativo (sorologia IgM). Deve confirmar se as amostras foram coletadas no período adequado. 2. Tenha diagnóstico laboratorial de outra entidade clínica. 3. Seja um caso sem exame laboratorial, cujas investigações clínica e epidemiológica são compatíveis com outras doenças. prova do laço: A prova do laço deve ser feita em todo paciente com suspeita de dengue. Por que ela vai permitir identificar a fragilidade dos vasos sanguíneos. Como identifica o risco de sangramento, a prova do laço não precisa ser utilizada quando já existem sinais de hemorragia, como sangramento nas gengivas e nariz ou presença de sangue urina. Nem sempre a prova do laço vai ser positivo em pessoas com dengue, então após o resultado positivo deve fazer um exame de sangue que confirme a presença do vírus. Pode apresentar falsos positivos tbm em situações como por ex: uso de aspirina, corticoides, fase de pré ou pós-menopausa, ou quando existe queimadura solar, pessoas obesas e durante o choque. Como é feita a prova do laço: 1. Deve desenhar um quadrado com 2,5 cm, no antebraço. 2. Depois verificar a pressão arterial do paciente (sentado ou de pé). 3. Insulflar novamente o manguito do esfigmomanômetro ate o Nauseas/vômitos Exantema Mialgias, artralgias Cefaleia, dor retro-orbital Petéquias Prova do laço positiva Leucopenia Fechamento – Problema 2 Módulo Febre, Infamação e Infecção Hyana M. 9 valor médio – entre a pressão máxima e a mínima. Pra saber o valor médio é só somar a Pressão arterial máxima com a Pressão arterial mínima e dividir por 2. Ex: se o valor de PA for 120x80, você insufla o manguito ate os 100 mmHg. 4. Espera 5 minutos com o manguito insuflado na mesma pressão. 5. Desinsuflar e retirar o manguito (depois dos 5 min). 6. Deixa o sangue coagular +/- 2 min. Agora, deve avaliar q quantidade de pontos avermelhados (petéquias) dentro do quadrado na pele pra saber o resultado do teste. A prova é considerada positiva se houver 20 ou mais petéquias. Mas se for um resultado com 5-19 petéquias, já pode indicar suspeita de dengue, e ai deve fazer outros exames que ajudam a confirmar se há ou não infecção. https://portalarquivos2.saude.gov.br/images/pdf/2016/janeiro/14/dengue-manejo-adulto-crianca-5d.pdf https://portalarquivos2.saude.gov.br/images/pdf/2016/janeiro/14/dengue-manejo-adulto-crianca-5d.pdf