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Análise de Risco na Produção de Tijolos Cerâmicos A construção civil está contida em um dos ramos mais perigosos do mundo no que diz respeito a acidentes no trabalho, tornando-se preocupante qualquer irrelevância diante dos meios de precauções. Na indústria de fabricação de cerâmicos houve uma queda na taxa de acidentes de trabalho (acidentes a cada 1.000 trabalhadores) de 30% entre 2012 e 2017, uma média de -6% ao ano. As partes do corpo mais afetadas devido aos acidentes foram as mãos e lesões múltiplas em membros superiores. Fabricação do Tijolo Fluxograma Extração de Materia Prima Mistura de Argilas Desintegradores Misturador Laminação Extrução Corte Secagem Queima Inspeção Estoque Transporte • EXTRAÇÃO DA MATÉRIA – PRIMA (ARGILA) A argila é extraída das jazidas com o auxílio de retroescavadeiras e transportadas até o pátio da olaria em caminhões do tipo caçamba para estocagem a céu aberto. A argila é um minério extremamente fino, que chega a ser menor que 0,005mm. • PROCESSO DE PREPARAÇÃO DA MATÉRIA Ocorre a mistura de diversos tipos de argila de acordo com a dosagem estipulada e após são despejadas em um caixão de alimentação instalado sobre uma esteira transportadora, a qual conduz estes elementos para os processos seguintes: DESINTEGRADORES Os desintegradores são equipamentos voltados para a trituração dos torrões provenientes do processo de alimentação. Esta etapa contribui para tornar a massa mais homogênea. O equipamento funciona como facas rotativas revestidas com solda dura que vão batendo na argila e destorroando a mesma. MISTURADOR Como a argila vem seca é necessário colocar água, então nos misturadores a argila e a água são misturadas, formando assim, o “traço” ideal para a produção dos tijolos cerâmicos, permite atribuir à argila características semelhantes, o que evitará deformações ou variações de textura, cor e resistência. O equipamento, possui hélices que através de movimentos circulares, permite a quebra de torrões e a homogeneização da massa juntamente com a água misturada para a obtenção da plasticidade correta. O material preparado fica estocado protegido das intempéries para alimentar as próximas etapas do processo produtivo. LAMINAÇÃO No processo de laminação, rolos compactam a argila, eliminando o ar e os poros, transformando a argila em um material mais denso. Na laminação são eliminadas ainda pequenas pedras e outros materiais que podem ocasionar defeito nos produtos. EXTRUSÃO Após a laminação a massa argilosa é encaminhada para maromba ou extrusora. Neste equipamento a argila é forçada por um Rosca sem-fim (caracol) ou pistão para que passe em um molde definido de acordo com o tipo e formato do produto a ser produzido, formando assim uma coluna contínua para posterior corte. CORTE Após a extrusão as peças passam pelo processo de corte, sendo a coluna contínua é conduzida por uma esteira, onde fios metálicos realizam o corte das peças em dimensões pré-estabelecidas, conforme determina a norma ABNT do setor. SECAGEM O processo de secagem antecede a queima e é utilizado para retirar o excesso de água, utilizado durante a fabricação do produto. QUEIMA Após a secagem as peças finalmente podem ser encaminhadas para os fornos, em temperaturas sempre entre 750 e 900ºC. O processo de queima proporciona ao tijolo cerâmico aumento de massa específica, dureza e resistência mecânica. Ficam de 6 a 7 dias queimando e após, ficam dois dias resfriando para depois irem prontas para o pátio. INSPEÇÃO Após a queima, os tijolos devem ser inspecionados visualmente para retirar dos lotes produtos defeituosos. Por último os produtos são armazenados no estoque final para transporte. No setor administrativo: • Há risco ergonômico elevado, por conta de má postura; No setor de extração de matéria prima: • Risco físico médio por ficar muito tempo exposto ao sol, podendo causar problemas de pele e exaustão em função do calor e ruídos das máquinas que pode ocasionar perda auditiva; • Risco ergonômico elevado decorrente de má postura. • Risco de acidentes médio de como esmagamento, queda em função de ser usado máquinas de grande porte, como a retroescavadeira, onde o operador pode não ver o outro. • Risco químico Alto por conta da poeira que fica em suspensão no momento da extração. • Setor de preparação da massa No setor de preparação da massa, onde há a esteira que vai levando a argila, para realizar os processos que inclui desintegradores, misturador e laminação, extrusão e corte apresenta os seguintes riscos: • Risco físico medio que é em função do barulho da máquina esteira e a extrusora, podendo causar perda auditiva, calor excessivo, que pode levar o trabalhador a exaustão e desgaste físico em grande tempo de exposição contínua • Risco ergonômico alto pela postura dos trabalhares e pelo tempo em pé; • Risco de acidentes alto, pois se o trabalhador não for orientado e tiver bastante atenção as máquinas podem cortas a mão como é o caso do desintegrador e misturador e a cortadora, por conta de suas hélices, facas e o fio metálico e risco de esmagamento no laminador por ter cilindros. • Risco Químico médio devido a poeira de argila durante o transporte entre as esteiras para o misturador, que podem gerar problemas respiratórios por sua inalação. • No setor de secagem • Risco Ergonômico elevado em função de ter que carregar os tijolos que pode causar fadiga muscular e câimbras. • Risco Físico médio pela exposição ao sol que prejudica a pele e desgasta o funcionário. • No setor de Queima • Risco Físico alto em função das altas temperatura dos fornos entre 750 e 900ºC, podem causar trabalhador a exaustão e desgaste físico com grande tempo de exposição contínua. • Risco Ergonômico alto que podem gerar problemas como os de coluna devido ao carregamento manual de tijolos para os fornos, desconforto físico, fadiga muscular, câimbras, exaustão e problemas de LER/DORT. • Risco Químico alto devido à fumaça que podem ocasionar problemas respiratórios causados pela inalação, irritação nos olhos causados pela exposição direta à fumaça e desidratação por exposição direta ao calor dos fornos. • Risco de acidentes alto por queimadura • No setor de estoque e transporte • Risco Ergonômico alto que podem gerar problemas como de coluna devido ao carregamento manual de tijolos no processo de retirada do pátio para o caminhão e/ou contêineres e vice e versa, com grande desgaste físico. • Risco físico medio devido à exposição prolongada ao sol pode gerar problemas de pele e exaustão.