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Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro - UNIRIO Centro de Ciências Biológicas e da Saúde – CCBS Instituto de Biociências – IBIO Departamento de Ciências Naturais – DCN Disciplina: Elementos de Ecologia Curso: Biomedicina Prática realizada no dia: 28/10/2014 Saída de Campo – Jardim Botânico Rio de Janeiro Semestre 02 Ano 2014 1. Caracterização e adaptações da Mata Atlântica A Mata Atlântica, também chamada de Floresta Atlântica, apresenta rica biodiversidade, sendo uma das mais importantes florestas tropicais do mundo.Mesmo com toda sua fragmentação,há diversas espécies de fauna e flora que estão sendo ainda,descobertas. Foi visto que há diversas formações inclusas, apresentando vegetações, desde as que, a princípio, associamos ao clima árido,tais como àquelas que armazenam águas em suas folhas,raízes e caules, quanto as de grande porte,que forma uma floresta fechada e densa. Devido à essa diversidade, elas apresentam algumas adaptações que de adéquam ao meio. A presença de cactos e seus espinhos são adaptações das folhas para que a planta se protegesse de predadores e não perdesse água facilmente. Árvores adultas e mais altas compõem o dossel, que recebem a maior intensidade de luz solar e apresentam folhas de diferentes tamanhos. Essas também apresentam dificuldades de obtenção de água, pois suas folhas encontram-se longe do solo. Juntamente, há o estrato arbustivo, que vivem toda a sua vida sombreadas pelas árvores do dossel, ou quando adultas elas passam a atingir maiores alturas e mudam suas características adaptativas. O estrato herbáceo é formado por plantas de pequeno porte que vivem rasteiras ao solo. Em ambos, há caules finos e grossos e folhas maiores para que possam absorver maior luz solar. Existem, também, plantas que crescem usando os troncos e folhas de outras plantas como substrato, e outras são fixas, mas se apoiam sobre outras na tentativa de alcançar o dossel. No caso das plantas que não são fixas no solo, elas precisaram passar por diversas adaptações, principalmente para a captação de água, como no caso das bromélias, que formam um reservatório de água no centro da planta. Em regiões onde há uma maior presença de umidade, ocasiona a predominância de espécies mais adaptadas e que necessitam desse tipo de ambiente, como por exemplo, os musgos e samambaias. Observou-se também que há plantas que não são endêmicas, que foram introduzidas,e,hoje,podem ser consideradas pragas. Um exemplo é a Jaqueira, que é exótica da Ásia, porém, atualmente, está muito presente em tal cenário. As folhas que caem das árvores e se acumulam no chão da floresta cria um hábitat para inúmeros animais e micro-organismos, como fungos e bactérias ,os principais responsáveis pelo processo de decomposição. Esse é a transformação de toda matéria morta em nutrientes, é a reciclagem desses. Sem isso haveria um acúmulo de matéria orgânica. Essa camada recebe o nome de serrapilheira. Sua importância deve-se ao fato de proteger o sola,evitando a erosão e mantendo a umidade. Certas espécies de répteis e anfíbios tem uma adaptação especial,coloração que se confunde com as folhas secas,sendo uma defesa para os predadores. A presença dessa Mata, assim como as demais, está intimamente ligada às chuvas. A umidade recorrente do Oceano Atlântico é “atraída” pela vegetação, formando os “rios suspensos”. Quanto mais se fragmenta, ocorre as secas. Desta forma, há um papel importante no equilíbrio da água. 2. Ciclagem de Materiais no Sistema Natural de Mata Atlântica Os solos de Mata Atlântica apresentam decréscimo significativo dos teores de nutrientes de acordo com a profundidade. Os solos sob mata geralmente apresentam menores valores de pH (solo ácido), uma vez que a mineralização da matéria orgânica e os produtos ácidos da evapotranspiração das plantas contribuem para a acidez do terreno mais fundo. Quanto mais ácidos os solos, menor é a Capacidade de Troca Catiônica (CTC) e menor é disponibilidade de nutriente, já que as raízes terão mais dificuldade em absorver cátions necessários a sobrevivência da planta do solo. As principais fontes de entrada de nutrientes são: a chuva e o intemperismo das rochas. As perdas mais relevantes de nutrientes, neste ciclo, são ocasionadas pelos processos de erosão e lixiviação, queimadas, desnitrificação e colheita florestal. O maior estoque de nutrientes está na parte aérea das árvores e a queda das folhas, liberando esses nutrientes de volta ao meio terrestre, constitui a via mais importante do ciclo biogeoquímico por meio da deposição do material orgânico; Presença de muitas raízes finas na superfície do solo penetrando a manta explica como se dá a manutenção de uma floresta natural sobre um solo de baixa fertilidade. 2.1 Entrada de Energia no Sistema Natural de Mata Atlântica A mata atlântica trata-se de floresta cujos componentes vegetais têm folhas largas, que possui mata dos trópicos úmidos e vive em encostas. Essas florestas ocorrem em regiões mais litorâneas, embora possam adentrar um pouco mais na região continental, e seu nome decorre do fato de normalmente estar situada próxima ao oceano Atlântico. Disto decorre a umidade transportada pelos ventos que sopram do mar. Como consequência dessa umidade, surge a possibilidade de terem seus componentes, na maioria, folhas largas e possuindo esta umidade constante, aliadas às altas temperaturas é que garante o caráter de vegetação perenifólia, porque a queda periódica das folhas de certa vegetação é determinada, ou pela falta de água (seca física - queda de folha na caatinga), ou pelas temperaturas muito baixas que impedem a absorção da água embora ela esteja presente (seca fisiológica - queda das folhas nas matas de climas temperados). Além da umidade, este ambiente recebe muita energia radiante solar, o que garante as folhas perenifólias e largas uma grande capacidade fotossintética. Estes tipos de floresta é assolado também por altos índices pluviométricos, portanto trata-se de uma floresta exuberante, de crescimento rápido, e sempre verde, ou seja, as folhas não caem. 3. As transformações no tempo Quando uma área florestal é perturbada por origem antrópica de forma intensa e constante, observam-se perdas significativas de vegetação original e de bancos de semente. Sendo assim, a germinação e o reflorestamento são processos prejudicados e de longo prazo. O processo de sucessão ecológica é complexo e dependente de variáveis. Contudo, a habilidade de regeneração florestal está relacionada com o processo de desmatamento e o grau de perturbação sofrida pela área. O processo clássico de sucessão estabelece uma floresta pioneira que é substituída por floresta secundária inicial e essa por sua vez evolui para florestas secundárias tardias, chegando ao momento de clímax. Esse processo corresponde a uma lógica seqüencial temporal que depende de crescimento, reprodução, necessidade luminosa, concentração de materiais inorgânicos e biomassa, entre outros. Como acima descrito, o processo de sucessão ecológica se inicia com espécies pioneiras. Na verdade, não é apenas um organismo específico que recoloniza alguma área devastada, assim tanto animais, como algas, como espécies vegetais como gramíneas e entre outros, podem iniciar um processo de regeneração ambiental. Os núcleos de vegetação arbustivo/arbóreos partem de um ponto inicial, que seriam os indivíduos isolados. Quando alguma espécie é resistente às alterações ambientais, inicia a reabilitação de áreas vegetais prejudicadas por estabelecer ambientes favoráveis às outras espécies da fauna característica da área, ou seja, ocasiona recrutamento de outras espécies. Os núcleos de vegetação arbustivo/arbóreospodem seguir evoluindo no processo de sucessão. Com o aumento da área dos núcleos também há o aumento de espécies não pioneiras. Os núcleos de vegetação acarretam melhores condições ao ecossistema, tanto a partir das modificações no sombreamento, como em função das características químicas do solo. A biodiversidade amplifica o processo de restauração florestal e o fluxo gênico permite à fauna uma resistência às intempéries naturais. Além disso, o aumento de diversidade de espécies da fauna e flora em um ambiente de maneira natural promove o avanço ecológico da área. Nota-se que espécies rasteiras proporcionam melhoramento no solo para o estabelecimento de outras espécies, plantas que ocupam o dossel promovem o sombreamento essencial para certas espécies de plantas, sendo inclusive um fator limitante de crescimento para garantir o equilíbrio ecológico. Portanto, a restauração passiva de pastagens abandonadas é um processo lento, dependente de variáveis e ocorre de maneira crescente, em que um organismo vivo inicia o ciclo de vida que possui diversas escalas biológicas. 4. Considerações finais Com a aula prática sobre Mata Atlântica, no Jardim Botânico, tivemos oportunidade de ver características da Mata Atlântica, fazendo associações com o conteúdo que foi dado em sala de aula. Esse link foi muito útil,pois uma aula em sala de aula,se torna completa quando temos oportunidade de vivenciar e ver,realmente,a teoria em prática. Para os próximos períodos, temos como sugestão o conhecimento prévio do local onde faremos a trilha, para que não seja necessário ficar procurando e possamos aproveitar mais da atividade. E,se possível,marcar um ponto de saída para ir para o JB,uma vez que muitos alunos moram longe e encontram enormes dificuldades de realizarem o trajeto. 5. Referências Bibliográficas: A Mata Atlântica. Disponível em http://www.tomdamata.org.br/mata/bancodados_flora.asp> Acessado em 17 de Novembro de 2014. Blog Floresta do Mundo. Ciclagem de nutrientes na Mata Atlântica. Disponível em <http://borgesengenheiro.blogspot.com.br/2011/12/aula-de-hoje-ciclagem- de-nutrientes-na_23.html > Acessado em 17 de novembro de 2014 Catalão. G. C. A sucessão ecológica em área de mata atlântica submetida a uso de roça na década de 1970, Parque Estadual da Pedra Branca, Rio de Janeiro, 11p. EcoEco – Economia Ecológia Disponível em < http://www.ecoeco.org.br/conteudo/publicacoes/encontros/iv_en/mesa1/4.pdf > Acessado em 17 de novembro de 2014. Mata Atlântica Disponível em < http://www.ib.usp.br/ecosteiros/textos_educ/mata/flora/flora.htm> Acessado em 17 de Novembro de 2014. Programa Educar . Centro de Divulgação Científica e Cultural - USP São Paulo Disponível em < http://educar.sc.usp.br/licenciatura/trabalhos/mataatl.htm > Acessado em 17 de novembro de 2014. Santos, O. R. P. 2014. Caracterização de núcleos de vegetação como subsídio à restauração passiva em pastagens abandonadas. Dissertação de Mestrado em Ecologia, Escola Nacional de Botânica Tropical, Rio de Janeiro, 61p. http://borgesengenheiro.blogspot.com.br/2011/12/aula-de-hoje-ciclagem-de-nutrientes-na_23.html http://borgesengenheiro.blogspot.com.br/2011/12/aula-de-hoje-ciclagem-de-nutrientes-na_23.html http://www.ecoeco.org.br/conteudo/publicacoes/encontros/iv_en/mesa1/4.pdf http://educar.sc.usp.br/licenciatura/trabalhos/mataatl.htm Texto de apoio para a Atividade nº 06 BIOLOGIA ENSINO MEDIO. Disponível em < http://www.ipecparanagua.com.br/paginadebiologia6.htm> Acessado em 17 de Novembro de 2014. UENF – Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro . Disponível em <http://uenf.br/pos-graduacao/ecologia-recursosnaturais/files/2013/11/ANA- PAULA-DA-SILVA-.pdf > Acessado em 17 de novembro de 2014. http://uenf.br/pos-graduacao/ecologia-recursosnaturais/files/2013/11/ANA-PAULA-DA-SILVA-.pdf http://uenf.br/pos-graduacao/ecologia-recursosnaturais/files/2013/11/ANA-PAULA-DA-SILVA-.pdf