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Distúrbios Intestinais: Diarreia e Constipação

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DIARREIA 
• Infecção, doença ou deficiência do sistema imunológico podem desestabilizar o 
ecossistema. 
• A DIARREIA geralmente é o primeiro sintoma de um desequilíbrio da flora intestinal 
• Quanto a etiologia classifica-se em: 
DIARREIA OSMÓTICA 
 
 
 
 
 
• Exemplos - Deficiência de lactase, laxantes contendo Mg, carboidratos não absorvidos 
nos estados de má absorção 
 
DIARREIA SECRETÓRIA 
 
 
 
 
• Exemplo: Shighela, E. Coli, Cólera 
 
DIARREIA EXSUDATIVA 
 
 
 
 
 
 
 
 
• Exemplo: salmonela, Colite ulcerativa, shiguelose, amebíase, colite 
peseudomembranosa. 
 Distúrbios de digestão 
  Pressão osmótica no intestino 
 Passagem de líquidos para a luz intestinal. 
 Processo infeccioso 
Liberação de ENTEROTOXINAS BACTERIANAS 
 Hipersecreção de água e eletrólitos pelo enterócito 
 
 
 
 
 
Processos Inflamatórios ou Infiltrativos 
 
Lesões da mucosa 
Sangue Muco Pus 
 
Aumento do volume e da fluidez das fezes 
CONTATO MUCOSO LIMITADO 
 
 
 
 
 
 
EX: síndrome do intestino curto, colecistectomia total , remoção ampla do intestino delgado. 
 
TRATAMENTO 
• Oferta líquidos eletrólitos 
• Leite e derivados são evitados inicialmente 
• Oferta de fibras solúveis 
• Evitar fontes de fibras insolúveis 
• Dieta antifermentativa 
• No período de remissão... 
Utilizar PROBIÓTICO para recuperação de flora bacteriana 
 
CONSTIPAÇÃO INTESTINAL 
• É a alteração do trânsito intestinal, mais especificamente do intestino grosso, 
caracterizada por diminuição do número de evacuações, com fezes endurecidas e 
esforço á defecação 
• É a exoneração pouco frequente das fezes ou a eliminação de fezes extremamente 
sólida e de pequeno volume 
• É a sensação de esvaziamento incompleto do reto após o ato de defecar. 
Classifica-se: 
Constipação Cólica: Relacionada com alterações da função propulsora do cólon 
Constipação Retal: Relacionada com transtorno do reflexo da defecação 
ETIOLOGIA DA CONSTIPAÇÃO 
Gastrointestinais 
 Neoplasia; 
 Doenças do intestino grosso (malformações, obstrução) 
Condições em que há diminuição da superfície de absorção 
 
Aumento do volume e da fluidez das fezes 
 
 Fissura anal ou Hemorróida; 
 Abuso de laxantes 
Sistêmicas/Neurogênicas/Metabólicas 
 Hábitos deficientes de eliminação de fezes (repetidas ausências de respostas imediatas 
á necessidade de evacuar); 
 Dieta Inadequada (Líquidos e Fibras); 
 Uso de drogas; 
 Falta de exercício; 
 Doenças vasculares do intestino grosso; 
Anormalidades endócrinas e metabólicas (DM) 
PAPEL DAS FIBRAS ALIMENTARES NA PREVENÇÃO OU TRATAMENTO DA OBSTIPAÇÃO 
INTESTINAL 
• Forma massa para as fezes 
• Absorve e fixa água ( volume fecal) 
• Controla o tempo de trânsito 
• As fibras facilitam e regularizam a exoneração das fezes 
• As fibras dietéticas tem a capacidade de aprisionar água →  volume das fezes 
→ distensão do cólon → impulso de defecar 
• O efeito estimulante é derivado de AGCC voláteis que a ação colônica 
bacteriana produz a partir da fibra 
 
AÇÃO DAS FIBRAS NO TGI 
Fibra Solúvel: 
• Retarda o esvaziamento gástrico e o tempo de trânsito 
• Reduz absorção de glicose 
• Reduz a absorção de lipídeos (ligação ac. biliares) 
• Altera a composição da flora intestinal e o metabolismo (AGCC) (acetato, 
propionato, butirato) 
• Proliferação de bifidobactérias no cólon (equilíbrio da flora intestinal) 
• Aumenta o volume e a maciez das fezes 
• Formam soluções viscosas e têm a capacidade de reter moléculas orgânicas e cátions 
metálicos 
 
CONDUTA NUTRICIONAL 
• Adultos normais: 
 20-35g/dia (10g-13g/1000 kcal); ADA 1993 
• Criança acima de 2 anos: 
 idade criança + 5g/dia (até 20anos) 
• Idosos: 
 10-13g/1000Kcal ingerida 
• Aumento da ingestão hídrica (no mínimo 8 copos por dia) - 1ml/Kcal 
• Alimentos formadores de resíduo intestinais; 
• Adequação da dieta 
 
INSTRUMENTO: Anamnese alimentar, observando-se a freqüência e a quantidade de 
ingestão dos grupos fontes de vegetais 
 
Diretrizes para dietas ricas em fibras 
 
• Aumentar o consumo de pães com grãos integrais, cereais e outros produtos com grãos 
integrais, para 6 -11 porções por dia; 
• Aumentar o consumo de vegetais, legumes, frutas, castanhas e sementes comestíveis 
para 5 – 8 porções por dia; 
• Aumentar o consumo de líquidos para pelo menos 2 litros por dia 
Estas diretrizes devem ser lentamente implementadas, em um período de 1 a 2 
semanas, para dar ao TGI tempo para ajustar e minimizar sintomas de desconforto 
ou gases 
 
Consequências do Constipação intestinal 
 
DOENÇA DIVERTICULAR 
É uma patologia benigna, extremamente comum à partir da 5a década de vida, na 
maioria das vezes sem sintomas, que consiste na formação de divertículos 
(HERNIAÇÕES) em alguns segmentos do cólon ou mesmo em todo seu trajeto, exceto 
no reto e ânus 
São mais comumente encontrados ao nível do sigmoide 
Estima-se que 30% da população com mais de 45 anos de idade apresente doença 
diverticular e que 10 a 25% deles possam vir a desenvolver diverticulite 
 
 
 
 
 
 
 
Teoria de formação dos divertículos 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Esforço exercido pelo cólon para a expulsão de 
bolo fecal pobre em resíduos 
 Aumento da pressão intracolônica 
Mucosa intestinal pressionada pelo orifícios 
Aspecto saculiforme 
DOENÇA DIVERTICULAR 
 
 
 
 
 
Classificação da Doença DiverticularClassificação da Doença Diverticular 
• De acordo com as características dos divertículos 
• Hipotônica - os divertículos são de base larga e habitualmente distribuídos ao longo do 
cólon. Esta forma é mais comum após a quinta década de vida e tem como complicação 
o sangramento; 
• Hipertônica - os divertículos são de base estreita e a parede intestinal comprometida 
tende a ser espessada. Esta condição afeta preferencialmente adultos jovens e se 
associa a infecções (diverticulite). O sigmóide é o segmento mais afetado, podendo o 
descendente também estar comprometido 
• Mista - alguns pacientes podem apresentar ambas as formas acima descritas. 
Manifestações da diverticulite aguda 
 
 
Constipação,
diarréia
Dor abdominal leve. 
Diverticulite: Febre, dor abdominal intensa e 
obstrução abdominal, podendo evoluir com 
abscesso, fístulas e perfuração 
Inflamação ou abscesso da parede intestinal; 
Perfuração com peritonite localizada; 
Perfuração com peritonite disseminada;
Perfuração com fístula (externa ou interna);
Obstrução.
Uma vez formado o 
divertículo é permanente. 
Nenhum tratamento foi encontrado para impedir 
complicações ou fazer regredir a doença diverticular 
• A diverticulite aguda não complicada  comprometimento limita-se à parede 
intestinal ou quando existe um abscesso pericólico bastante reduzido 
• A diverticulite aguda complicada  quando ocorre alguma das outras alterações 
acima mencionadas. 
TRATAMENTO DA DOENÇA DIVERTICULAR 
• Uma dieta normal rica em fibras aumenta o volume das fezes e impede a constipação 
teoricamente pode ajudar impedindo a formação de novos divertículos. 
• Os alimentos líquidos ou pobres em fibras são recomendados durante os ataque de 
diverticulite.→ Progredir conforme tolerância ( fibras) 
 
DOENÇA INFLAMATÓRIA INTESTINAL 
CONCEITO 
São inflamações crônicas que cursam de maneira imprevisível com surto de atividade 
intercalada com período de acalmia variáveis. São conhecidas Retocolite Ulcerativa 
Inespecífica (RCUI) e Doença de Chron (DC). 
ETIOLOGIA 
Indefinida 
 Fatores genéticos; 
 Origem imunológica; 
 Origem Infecciosa; 
 Fatores Ambientais; 
 Origem psicológica 
 
É diagnosticada frequentemente em pacientes com idades entre 15-30 anos; 
Ambos os sexos são igualmente afetados; 
A resposta imunológica exagerada parece ser grandemente responsável pelo dano 
ocorrido no tecido GI; 
O risco de neoplasias é aumentado em pacientes com DII 
 
QUADRO CLÍNICO 
• Diarréiaintensa com muco e sangue; 
• Distúrbio hidroeletrolítico; 
• Desnutrição***; 
• Dor abdominal; 
• Anorexia (deficiência de zinco  diarréia e fístulas); 
• Febre*; 
• Fadiga; 
• Anemia (Ferro, ác.biliar, B12); 
• Esteatorréia ( do pool de sais biliares → absorção de gordura); 
• Retardo do desenvolvimento somático em crianças. 
A severidade, duração e a localização da doença são importantes na resposta ao 
tratamento 
 
DOENÇA DE CHRON 
 É caracterizada por inflamação crônica do tipo granulomatosa não-caseificante. 
 Pode afetar qualquer parte do TGI, desde a boca até o anus, mas envolve 
predominantemente o íleo terminal e o cólon. 
 A inflamação compromete todas as camadas da parede intestinal, atingindo o 
mesentério e os gânglios linfáticos regionais e é descontínua (segmentar) 
 Pode ocorrer fístulas intestinais internas e externas (perdedora de proteínas) 
 Há exacerbação aguda , obstrução intestinal e doença perineal 
 Ocorre redução das enzimas da borda em escova 
 
RETOCOLITE ULCERATIVA INESPECÍFICA (RCUI) 
 A inflamação é delimitada á mucosa do cólon e a doença se estende sempre a partir 
do reto; 
 Apresenta mucosa difusamente inflamada; 
 Doença é contínua; 
 São raros o envolvimento seroso, estrituras e estreitamentos. 
 Ocorre no cólon (70%) e no íleo (10-30%); 
 A lesão tem origem habitual na região reto- sigmóide; 
 Manifestação mais freqüente é a diarréia sanguinolenta e sangramento retal; 
 São comuns nas pessoas jovens com idade entre 15 a 30 anos. 
 
 
Esquema Representativo das DII 
crhon RCUI 
 
TERAPIA NUTRICIONAL NA DII 
OBJETIVOS 
• Recuperar e/ou manter o estado nutricional 
• Manter o crescimento em crianças 
• Fornecer aporte adequado de nutrientes 
• Contribuir para o alívio dos sintomas 
CARACTERÍSTICAS DA DIETA 
• Hipercalórica 35-50Kcal/KgPI/dia / GEB X FA X 1,75 
• Hiperproteíca- 1,0-1,5g/KgPI/dia(2,0g/KgPI/dia- Desnutrição) 
• Normoglicídica- 50-55% do VCT 
• Hipolipídica < 20% das calorias totais 
• Fracionamento –6 a 8 refeições por dia 
• Suplemento de vitaminas e minerais (B12, C, E, B6, Mg, Fe, Ca, Folato, Zn, Cu, Se) - 
MULTIVITAMÍNICO 
• Antifermentativa 
 
 
 
 
Alimentos formadores de gases: 
• Brócolis, couve-flor, repolho, nabo, cebola crua, 
pimentão, rabanete, batata-doce; 
• Grãos de leguminosas: Feijão, ervilha seca; 
• Frutos do mar; 
• Ovo; 
• Semente oleaginosa: nozes, castanhas; 
• Excesso de açúcar***; 
• Doces concentrados 
FIBRAS 
FASE AGUDA 
 Rica em fibras solúveis (bactérias → AGCC→fonte energia) 
 Pobre em fibras insolúveis – de acordo com tolerância 
 Isenta de lactose (sem leite e derivados) 
 Controle de mono e dissacarídeo (restringir açúcar) 
FASE REMISSÃO 
 Evoluir progressivamente o teor de fibras insolúveis e de dissacarídeos 
OBS: Em casos de estenose intestinal – 
 Não aumentar fibras 
Tipos de Fibras 
Insolúveis: 
 Celulose (farinha de trigo integral, feijões, ervilha, maça, farelo, repolho, raízes); 
 Lignina (vegetais maduros e trigo) 
 Hemicelulose tipo B (farelo, cereais, soja, grãos integrais). 
Solúveis: 
 Pectina (maça, casca de Frutas, morango) 
 Gomas (aveia, leguminosas secas) 
 Algumas hemiceluloses (psyllium) 
 Fruto-oligossacarídios 
 Alho, cebola, banana, tomate, alcachofra 
NUTRIENTES ESPECÍFICOS: 
GLUTAMINA: 
 Fonte de energia para células de rápida proliferação (células intestinais) 
 A glutamina  a permeabilidade intestinal na DII, evita translocação bacteriana 
 Recomenda-se 30g de glutamina. 
ARGININA: 
 Ativadores potentes de células polimorfonucleares e células T (melhora da resposta 
imunológica) 
Acido Graxo Ômega 3 
 Contribui para a ↓ resposta inflamatória (3,5g/dia) 
NUTRIÇÃO ENTERAL NA DII 
 É indicada quando houver deficiência de crescimento em crianças ou ingestão 
inadequada de nutrientes e desnutrição 
 Tipos de Nutrição Enteral 
 Fórmula Elementar ou Semi Elementar**** 
 Fórmulas Poliméricas 
Dieta elementar ou semi-elementar 
Requer mínima ação enzimática; 
VANTAGENS: 
 Exclui fatores dietéticos com ação antigênica; 
 Estimula secreção de hormônios (efeito trófico, integridade da mucosa, previne 
translocação bacteriana) 
 Repouso intestinal mais completo do que com as poliméricas 
 Remissão da DC 
 Custo inferior a NPT 
 Pode ser usado em domicílio 
 Repouso intestinal mais completo 
Dieta elementar ou semi-elementar 
Requer mínima ação enzimática; 
DESVANTAGENS: 
 Baixa Palatabilidade; 
 Complicações como: Diarréia, sangramento, RGE e aspiração 
 Não usar por muito tempo. 
NUTRIÇÃO PARENTERAL NA DII 
É indicada : 
 Obstrução intestinal 
 Síndrome do Intestino Curto 
 Hemorragia colônica 
 Perfuração intestinal 
 Terapia Coadjuvante

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