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Laís Kemelly - M13 DOR P1 Intermediária Introdução A temperatura corporal é proveniente do calor produzido pelo metabolismo. Deve haver um equilíbrio entre a produção e perda de calor. Esse equilíbrio é mantido pelo mecanismo termorregulador, controlado pelo hipotálamo. Perda de calor • Impulsos nervosos que promovem vasodilatação periférica • Aumento do fluxo sanguíneo na superfície corporal • Estímulo das glândulas sudoríparas Retenção de calor • Vasoconstricção periférica • Diminuição do sangue circulante local • Menor perda na superfície corpórea Isso que é a febre, uma retenção de calor. Mecanismo de Termorregulação Normal A temperatura central do organismo geralmente fica próxima a 37º C, para conservação das funções metabólicas. A termorregulação depende de um sistema de controle fisiológico, que envolve: • Termorreceptores centrais • Termorreceptores periféricos • Sistema de condução aferente • Controle central de integração dos impulsos térmicos • Sistema de respostas eferentes, levando a respostas compensatórias Ou seja, temos sinais chegando (aferências), sendo processados (integração) e gerando uma resposta sistêmica (eferências) O controle central é feito pelo hipotálamo, que integra os impulsos térmicos provenientes dos termorreceptores. Dizemos que o hipotálamo regula a temperatura corporal média, porque leva em relação os valores centrais e periféricos. • Hipotálamo anterior → integração das informações aferentes térmicas • Hipotálamo posterior → início das respostas efetoras Quando o impulso excede ou fica abaixo da faixa limiar de temperatura, ocorrem respostas termorreguladoras autonômicas que mantém a temperatura do corpo em valor adequado ao estímulo Os impulsos termais são enviados por termorreceptores que podem ser periféricos ou centrais. • Nervos periféricos → transmitem informações obtidas pelos termorreceptores da pele • A temperatura do sangue que irriga o hipotálamo leva a informação central Fisiopatologia da Febre Laís Kemelly - M13 DOR P1 Intermediária Os termorreceptores são sensíveis para frio e calor e cada um gera descargas em uma faixa de temperatura. • Receptores para frio → entre 25º - 30º • Receptores para calor → entre 45º - 50º Existe uma faixa interlimiar de temperatura, entre 36,7º a 37,1º, na qual não há resposta efetora. Temperaturas acima ou abaixo desse limiar iniciam resposta efetora. Febre A febre é um mecanismo fisiológico que consiste na elevação da temperatura corporal com aumento da temperatura do termostato hipotalâmico. • Temperatura axilar ou oral > 37,5º C • Temperatura retal > 38º C A finalidade da febre é a ativação do sistema imune, provocando: • Aceleração da quimiotaxia de neutrófilos • Secreção de substâncias antibacterianas (peróxidos, superóxidos, lisozima e lactoferrina) • Aumento da produção de IFN • Estimulação das fases de reconhecimento e sensibilização da resposta imunológica com maior proliferação de linfócitos T e uma interação mais eficiente desse com o macrófago. • Diminuição da disponibilidade de ferro, a qual limita a proliferação bacteriana e de alguns tumores Manifestações clínicas A febre causada por pirógenos endógenos causa: • Sensação de frio • Piloereção • Extremidades frias • Mínima/ausência de sudorese Fisiopatologia Além da questão de aferência/eferência citada anteriormente, a depender do estímulo, uma porção específica do hipotálamo será ativada. • Hipotálamo anterior → centro dissipador de calor, promove vasodilatação vascular periférica e aumento da sudorese • Hipotálamo posterior → conservação de calor, promove vasoconstrição periférica, aumento da atividade metabólica e aumento do tônus muscular. (esse é o da febre) Em condições normais, o nível de termorregulação do hipotálamo é 36,5º C. Quando temos febre, esse nível é elevado, ativando o centro promotor/conservador de calor. Quando ocorre a elevação do termostato? O organismo sofre a ação de pirógenos exógenos, que ativam a resposta imune. Essa resposta ativa algumas citocinas pirogênicas (IL-1, IL-6, TNF...), que atuam com pirógenos endógenos. Como são citocinas pró- inflamatórias, aumentam a expressão das ciclo- oxigenases (COX) que convertem o ácido araquidônico em prostaglandinas, principalmente a PGE2. A PGE2 atravessa a barreira hematoencefálica e atua em seus receptores nas células gliais. Nesse ponto, ela estimula o AMPc e ativa as terminações nervosas do hipotálamo posterior, aumentando o ponto de ajuste da termorregulação e iniciando a resposta febril.