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Indaial – 2020 Infraestrutura de redes de Computadores Prof. Jorge Werner 2a Edição Copyright © UNIASSELVI 2020 Elaboração: Prof. Dr. Jorge Werner Revisão, Diagramação e Produção: Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri UNIASSELVI – Indaial. Impresso por: W492i Werner, Jorge Infraestrutura de redes de computadores. / Jorge Werner. – Indaial: UNIASSELVI, 2020. 211 p.; il. ISBN 978-65-5663-059-5 1. Redes de computadores. - Brasil. Centro Universitário Leonardo Da Vinci. CDD 004.6 apresentação Prezado acadêmico! O Livro Didático de Infraestrutura de Redes de Computadores apresentará a você um conteúdo bastante interessante sobre a introdução às redes de computadores e a comunicação de dados; os fundamentos de comunicação de dados; os principais protocolos, meios de transmissão, topologias e normas; os fundamentos de redes LANs, WANs e redes sem fio, além de um pouco sobre o gerenciamento das redes de computadores. A internet, assim como a Computação em Nuvem, está presente em nosso dia a dia, conectando milhares de usuários, milhares de dispositivos, com o intuído de promover a comunicação mais eficiente e robusta. A competitividade do mundo moderno traz novos desafios e a comunicação eficiente se torna cada vez mais um dos importantes pontos na busca do sucesso nas organizações. Neste livro didático, a proposta é buscar todo o histórico sobre o surgimento da comunicação de dados, para que você possa compreender todos os caminhos de inovação que foram trilhados para chegar até a fase atual, com conexão de milhares de dispositivos – computadores, smartphones, webcams, servidores, entre outros. É importante conhecer os conceitos relacionados à comunicação de dados e perceber que vários destes conceitos estão presentes nos componentes da própria internet. Estes conceitos também são utilizados em vários outros tipos de redes, tais como as redes que atendem e dão suporte à telefonia fixa e móvel, bem como nas redes sem fio. A grande rede de computadores, ou melhor, a internet, segue o mesmo princípio de conectividade, que surgiu na primeira comunicação, com a invenção do primeiro telégrafo, na década de 1830. A comunicação ocorre através de um transmissor e um receptor. As mudanças ocorreram, pois foram surgindo novos elementos, dispositivos, padrões, normas, que acabaram adicionando recursos a todo esse ambiente. Caro acadêmico, você conseguiria imaginar um mundo sem internet? Sem trocar informações em tempo real? Ou ainda, um mundo sem telefone? Ou melhor, um mundo sem a possibilidade de trocar informações entre computadores que pertençam a uma mesma organização? Pois bem, se você respondeu “não” às perguntas, você pode imaginar: é incrível como somos todos dependentes do conceito básico de conectividade. Então, conectividade nada mais é do que “poder estar conectado”. Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfim, tanto para você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há novi- dades em nosso material. Na Educação a Distância, o livro impresso, entregue a todos os acadêmicos desde 2005, é o material base da disciplina. A partir de 2017, nossos livros estão de visual novo, com um formato mais prático, que cabe na bolsa e facilita a leitura. O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova diagra- mação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também contribui para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo. Assim, a UNIASSELVI, preocupando-se com o impacto de nossas ações sobre o ambiente, apresenta também este livro no formato digital. Assim, você, acadêmico, tem a possibilida- de de estudá-lo com versatilidade nas telas do celular, tablet ou computador. Eu mesmo, UNI, ganhei um novo layout, você me verá frequentemente e surgirei para apresentar dicas de vídeos e outras fontes de conhecimento que complementam o assun- to em questão. Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa continuar seus estudos com um material de qualidade. Aproveito o momento para convidá-lo para um bate-papo sobre o Exame Nacional de Desempenho de Estudantes – ENADE. Bons estudos! NOTA Este é o fascinante mundo da comunicação em rede e sobre o qual o homem construiu inúmeras outras invenções. Do telefone ao satélite, da fibra óptica à internet sem fio. Aproveite, revise e construa novos conceitos que inevitavelmente farão parte de sua vida. Bons estudos e sucesso na sua vida acadêmica! Prof. Dr. Jorge Werner Olá, acadêmico! Iniciamos agora mais uma disciplina e com ela um novo conhecimento. Com o objetivo de enriquecer seu conhecimento, construímos, além do livro que está em suas mãos, uma rica trilha de aprendizagem, por meio dela você terá contato com o vídeo da disciplina, o objeto de aprendizagem, materiais complemen- tares, entre outros, todos pensados e construídos na intenção de auxiliar seu crescimento. Acesse o QR Code, que levará ao AVA, e veja as novidades que preparamos para seu estudo. Conte conosco, estaremos juntos nesta caminhada! LEMBRETE sumárIo UNIDADE 1 — PRINCÍPIOS DAS REDES DE COMUNICAÇÃO ............................................. 1 TÓPICO 1 — HISTÓRICO DAS REDES E DA COMUNICAÇÃO DE DADOS ...................... 3 1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................... 3 2 HISTÓRICO DA COMPUTAÇÃO................................................................................................... 3 3 HISTÓRICO DA COMUNICAÇÃO DE DADOS ........................................................................ 7 4 HISTÓRICO DAS REDES DE COMPUTADORES .................................................................... 10 5 HISTÓRICO DAS TELECOMUNICAÇÕES ............................................................................... 13 RESUMO DO TÓPICO 1..................................................................................................................... 16 AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 17 TÓPICO 2 — INTRODUÇÃO À COMUNICAÇÃO DE DADOS E ÀS REDES DE COMPUTADORES...................................................................................................... 19 1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 19 2 FUNDAMENTOS DA COMUNICAÇÃO DE DADOS ............................................................. 19 3 REDES DE COMPUTADORES ....................................................................................................... 32 4 CONCEITOS DAS REDES DE COMPUTADORES ................................................................... 36 RESUMO DO TÓPICO 2..................................................................................................................... 40 AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 41 TÓPICO 3 — FUNDAMENTOS DAS REDES DE COMPUTADORES .................................... 43 1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 43 2 COMPONENTES E FUNCIONAMENTO DAS REDES............................................................ 43 3 MEIOS DE TRANSMISSÃO ........................................................................................................... 47 4 TOPOLOGIAS DE REDES .............................................................................................................. 51 4.1 CONCEITOS DE TOPOLOGIA.................................................................................................. 52 4.2 TIPOS DE TOPOLOGIA .............................................................................................................. 53 LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................................................ 60 RESUMO DO TÓPICO 3..................................................................................................................... 62 AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 63 UNIDADE 2 — NORMAS, PROTOCOLOS E DISPOSITIVOS DE REDE .............................. 65 TÓPICO 1 — NORMAS E ÓRGÃOS REGULAMENTADORES................................................ 67 1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 67 2 PADRÕES ............................................................................................................................................ 67 3 ÓRGÃOS REGULADORES............................................................................................................. 69 4 NORMAS EM DESTAQUE ............................................................................................................. 72 RESUMO DO TÓPICO 1..................................................................................................................... 81 AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 82 TÓPICO 2 — PROTOCOLOS DE COMUNICAÇÃO ................................................................... 85 1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 85 2 APLICAÇÕES E PROTOCOLOS DE COMUNICAÇÃO .......................................................... 85 3 PILHA DO PROTOCOLO TCP/IP ................................................................................................. 88 4 ENDEREÇAMENTO TCP/IP ........................................................................................................... 98 5 SERVIÇO DE DHCP ....................................................................................................................... 109 RESUMO DO TÓPICO 2................................................................................................................... 110 AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 112 TÓPICO 3 — DISPOSITIVOS DE REDE ...................................................................................... 115 1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 115 2 PLACA DE REDE ............................................................................................................................. 115 3 REPETIDOR ...................................................................................................................................... 116 4 O HUB ................................................................................................................................................ 117 5 O SWITCH ........................................................................................................................................ 118 6 O ROTEADOR ................................................................................................................................. 120 7 O FIREWALL ..................................................................................................................................... 124 LEITURA COMPLEMENTAR .......................................................................................................... 126 RESUMO DO TÓPICO 3................................................................................................................... 130 AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 132 UNIDADE 3 — TIPOS DE REDES E GERENCIAMENTO DE REDES .................................. 135 TÓPICO 1 — REDES LAN E REDES WAN ................................................................................... 137 1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 137 2 REDES LOCAIS ............................................................................................................................... 138 3 REDES DE LONGA DISTÂNCIA ................................................................................................ 142 3.1 TECNOLOGIAS USADAS EM BACKBONES ...................................................................... 149 3.1.1 Redes IP .............................................................................................................................. 149 3.1.2 Redes MPLS ....................................................................................................................... 152 3.1.3 Redes ATM ......................................................................................................................... 156 4 REDES DE ACESSO DE ÚLTIMA MILHA ................................................................................ 158 4.1 REDES METÁLICA E DSL ....................................................................................................... 159 4.2 REDE COAXIAL ........................................................................................................................ 162 4.3 REDES FTTC e FTTH ............................................................................................................... 164 RESUMO DO TÓPICO 1................................................................................................................... 166 AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 168 TÓPICO 2 — REDES SEM FIO ........................................................................................................ 171 1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 171 2 REDES LOCAIS SEM FIO ............................................................................................................. 173 3 REDES DE LONGA DISTÂNCIA SEM FIO .............................................................................. 176 4 ARQUITETURA DE REDE SEM FIO .......................................................................................... 178 5 SUBCAMADA MAC ....................................................................................................................... 181 6 ACCESS POINTS ............................................................................................................................. 183 7 SEGURANÇA NAS REDES SEM FIO ......................................................................................... 185 RESUMO DO TÓPICO 2................................................................................................................... 188 AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 189 TÓPICO 3 — CONCEITOS DE GERENCIAMENTO DE REDES ............................................ 191 1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 191 2 FUNDAMENTOS DO GERENCIAMENTO DE REDES ......................................................... 191 3 HISTÓRICO DO GERENCIAMENTODE REDES .................................................................. 194 4 ANÁLISE DE PROTOCOLOS ...................................................................................................... 197 4.1 TIPOS DE ANALISADORES DE PROTOCOLOS.................................................................. 200 LEITURA COMPLEMENTAR .......................................................................................................... 203 RESUMO DO TÓPICO 3................................................................................................................... 209 AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 210 REFERÊNCIAS .................................................................................................................................... 211 1 UNIDADE 1 — PRINCÍPIOS DAS REDES DE COMUNICAÇÃO OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM PLANO DE ESTUDOS A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de: • conhecer o histórico relacionado às redes de computadores e das telecomunicações; • conhecer a comunicação de dados, as redes de computadores e a internet; • conhecer os conceitos básicos relacionados à comunicação de dados; • compreender o funcionamento da comunicação de dados. • identificar e compreender os principais meios de transmissão de dados; • compreender o funcionamento das topologias de redes. Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer da unidade, você encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo apresentado. TÓPICO 1 – HISTÓRICO DAS REDES E DA COMUNICAÇÃO DE DADOS TÓPICO 2 – INTRODUÇÃO À COMUNICAÇÃO DE DADOS E ÀS REDES DE COMPUTADORES TÓPICO 3 – FUNDAMENTOS DAS REDES DE COMPUTADORES Preparado para ampliar seus conhecimentos? Respire e vamos em frente! Procure um ambiente que facilite a concentração, assim absorverá melhor as informações. CHAMADA 2 3 TÓPICO 1 — UNIDADE 1 HISTÓRICO DAS REDES E DA COMUNICAÇÃO DE DADOS 1 INTRODUÇÃO A ideia deste tópico é que você, acadêmico, possa compreender de maneira geral todo o histórico partindo de conceitos introdutórios da computação, da comunicação de dados, das redes de computadores e das telecomunicações. O conhecimento do passo a passo decorrido para o início da comunicação, assim como os grandes feitos históricos para o surgimento das redes de computadores, é essencial para a melhor compreensão dos conceitos relacionados a infraestrutura das redes de comunicação. A cada dia que passa, somos cada vez mais dependentes das novas tecnologias, sobretudo das novas tecnologias de comunicação que nos trazem diversas facilidades ao nosso dia a dia. Atualmente é possível se comunicar através dos mais variados tipos de redes, trocando informações em tempo real, on-line, recebendo e enviando informações pelo mundo inteiro. Antigamente, a comunicação era precária e demorada, através de cartas, ou até mesmo o código Morse era utilizado. Hoje, dentre outras acessibilidades tecnológicas nas redes de comunicações, temos a televisão, a internet, os celulares, e os aplicativos, como, por exemplo, o WhatsApp, que a cada nova atualização possibilita diferentes formas de comunicação, tudo conectado às infraestruturas de redes de telecomunicações. Há diversas fontes de informação sobre as redes de computadores, existindo grandes obras e importantes autores que já escreveram e escrevem sobre a computação de modo geral, e em específico sobre as redes de computadores. Os livros de autores internacionais, reconhecidos na área, como, Andrew Tanenbaum, James Kurose, Douglas Comer, Behrouz Forouzan, e mesmo autores nacionais como Gabriel Torres, Carlos Eduardo Morimoto e Mario Dantas, destacam-se devido ao excelente conteúdo de suas obras. 2 HISTÓRICO DA COMPUTAÇÃO A primeira pergunta que pode vir em mente quando pensamos na computação é: como foi o surgimento da computação? O termo computação tem origem no latim da palavra computatio. A palavra permite associar a noção de cômputo, enquanto uma conta ou um cálculo. UNIDADE 1 — PRINCÍPIOS DAS REDES DE COMUNICAÇÃO 4 Entendendo o conceito de computação, pensamos no histórico. O primeiro instrumento que surgiu por volta de 3000 a.C. com o intuito de realizar cálculos foi o ábaco, conforme pode ser visto na Figura 1. O ábaco é o mais antigo instrumento de computação que se tem conhecimento. Você sabia que devido a sua simplicidade e eficiência o ábaco foi o principal instrumento de cálculo até o século XVII. Em 1642 Blaise Pascal, inventou a primeira calculadora mecânica. A Pascalina, como ficou conhecida a invenção de Blaise Pascal, foi capaz de realizar adições matemáticas (FILHO; ALEXANDRE, 2015). FIGURA 1 – ÁBACO FONTE: <http://tertisco-alexandru.com/images/soan-pan.gif>. Acesso em: 10 set. 2019. A evolução ocorreu em 1670, quando Gottfried von Leibniz inventou uma calculadora que efetuava as quatro operações matemáticas fundamentais, e, além disso, extraía a raiz quadrada. Mais tarde, em 1801, Joseph Marie Jacquard teve a ideia de utilizar os cartões perfurados para a programação dos seus teares na produção de tecidos. O sistema de cartões perfurados representava os desenhos pretendidos nos tecidos, criou assim, o primeiro tear programável (FILHO; ALEXANDRE, 2015). Charles Babbage, professor de matemática, por volta de 1833, inventou a Máquina Analítica considerada o primeiro computador de uso geral. A invenção projetada por ele nunca saiu do papel, devido às técnicas avançadas e bastante caras. No entanto, abriu caminho para a construção do que hoje teríamos como um computador digital mecânico automático totalmente controlado por um programa (FILHO; ALEXANDRE, 2015). Alguns anos depois, George Boole iniciava um processo que implicaria em importantes aplicações tecnológicas. Em 1847 publicou o livro A Análise Matemática da Lógica. Sua proposta era de que qualquer coisa podia ser representada por símbolos e regras. O desenvolvimento de suas ideias deu origem à chamada álgebra de Boole. Boole é conhecido como o inventor da lógica matemática (FILHO; ALEXANDRE, 2015). TÓPICO 1 — HISTÓRICO DAS REDES E DA COMUNICAÇÃO DE DADOS 5 Em 1890, Hermann Hollerith desenvolveu um equipamento que visava minimizar o imenso trabalho dispensado no censo dos Estados Unidos. Seu invento baseava-se nos cartões perfurados idealizados por Jacquard e o sucesso foi tão grande que ele fundou, em 1896, a TMC (do inglês, Tabulation Machine Company). A TMC veio a fundir-se com mais duas empresas formando a CTRC (do inglês, Computing Tabulation Recording Company). Anos depois da morte de Hollerith, a CTRC mudou de nome, e assim nasceu a popularmente conhecida IBM (do inglês, Internacional Business Machine) (FILHO; ALEXANDRE, 2015). Já no início do século XX, Alan Turing inventou um dispositivo, capaz de receber instruções para trabalhar com qualquer tipo de informação, chamado de Máquina de Turing. A máquina funcionaria usando mecanismos relacionados com conceitos de cálculo de entrada, saída e com um programa. Alan Turing é tido como o Pai da Computação (FILHO; ALEXANDRE, 2015). Anos mais tarde, o matemático húngaro John von Neumann, por volta de 1945, formalizou o projeto lógico de um computador. Ele sugeriu que as instruções fossem armazenadas em uma memória. Até então elas eram lidas de cartões perfurados e executadas, uma a uma. Participou do projeto de construção do ENIAC (do inglês, Eletronic Numerical Integrator and Calculator), construído durante a Segunda Guerra Mundial, cuja foto da época podemos ver na Figura 2, o ENIAC foi concebido dentro de um programa do exército americano que procurava automatizar o cálculo de tabelas balísticas. Inaugurado em fevereiro de 1946, era uma calculadora universal programável e eletrônica, pesava cerca de 30 toneladas, com 1500 relés, 17 mil válvulas, e 150 kW de potência. As operações aritméticas e as de armazenamento de dadoseram conduzidas eletronicamente (FILHO; ALEXANDRE, 2015). Alan Turing, o pai da computação, desenvolveu um sistema chamado “bombe”, para traduzir os textos secretos dos alemães, gerados pelas máquinas de criptografia conhecidas como “Enigma”. A “bombe” traduzia comunicações codificadas pela “Enigma”, transformando-as em uma mensagem verdadeira e compreensível. NOTA UNIDADE 1 — PRINCÍPIOS DAS REDES DE COMUNICAÇÃO 6 FIGURA 2 – ENIAC FONTE: <https://tecnoblog.net/wp-content/uploads/2011/02/785px-Eniac.jpg>. Acesso em: 10 set. 2019. No final da década de 1940, Claude Shannon, um estudante do MIT (do inglês, Massachusetts Institute of Technology), em sua tese de mestrado, criou as operações lógicas usando código binário (FILHO; ALEXANDRE, 2015). Já no início da década de 50, várias máquinas foram construídas. Elas eram todas diferentes, mas todas seguiam a chamada arquitetura de Von Neumann, delineada nos primeiros trabalhos sobre a construção de computadores digitais. Nesta década também surgem as quatro primeiras máquinas construídas com transistores, em vez de válvulas, e os nomes dados foram: SEAC, TRANSAC S100, Atlas Guidance Model I e CDC 1604, todas de construção americana (FILHO; ALEXANDRE, 2015). Os circuitos integrados foram desenvolvidos e aperfeiçoados nos anos 60 sob influência do programa espacial americano, possibilitando o surgimento de minicomputadores que eram mais poderosos e bem menores (FILHO; ALEXANDRE, 2015). Em 1971, a Intel lançou o primeiro microprocessador. Durante essa década também foram desenvolvidos grandes computadores chamados de mainframes e surgiu o primeiro computador pessoal, o Apple II, feito em 1976 pelos americanos Steven Jobs e Stephan Wozniak (FILHO; ALEXANDRE, 2015). A IBM, em 1983, lançou o computador pessoal — PC (do inglês, Personal Computer). A memória RAM máxima, utilizando-se apenas partes fornecidas pela IBM, era de 256 KB. O processador era um Intel 8088, rodando a 4,77 MHz. O computador pessoal da IBM foi vendido em configurações com 16 KB e 64 KB de RAM pré-instalada. A máquina foi um grande fracasso no mercado doméstico, mas seu uso comercial disseminou-se rapidamente. TÓPICO 1 — HISTÓRICO DAS REDES E DA COMUNICAÇÃO DE DADOS 7 3 HISTÓRICO DA COMUNICAÇÃO DE DADOS Mas como surgiu a comunicação de dados? A comunicação de dados começou com a invenção do telégrafo pelo pintor e inventor Samuel Finley Morse em 1838. As mensagens eram codificadas em cadeias de símbolos binários e então transmitidas manualmente por um operador através de um dispositivo gerador de pulsos elétricos. Foram implantadas cerca de 40 milhas de linha para telégrafo em 1844. Com a utilização das linhas de telégrafo, em 1860, realizou-se a transmissão de 15bits/s. O Código Morse foi inventado com a finalidade de representar as letras do alfabeto, que se constituía em um conjunto de códigos com a finalidade de estabelecer a comunicação. É possível verificar na Figura 3, o conjunto de símbolos utilizados na comunicação com o telégrafo (FILHO; ALEXANDRE, 2015). FIGURA 3 – SÍMBOLOS UTILIZADOS NO CÓDIGO MORSE FONTE: <https://s1.static.brasilescola.uol.com.br/be/e/codigo%20morse.jpg>. Acesso em: 10 set. 2019. Os dados de radar, codificados em binário, foram transmitidos via facilidades de telégrafo para computadores na década de 1940. Os dados eram transmitidos usando a Bell System “common carriers” (linhas e troncos). A empresa Bell System foi fundada por Alexander Graham Bell criador do telefone (FILHO; ALEXANDRE, 2015). O primeiro registro de resgate marítimo, após ter pedido de socorro, utilizando o Código Morse, ocorreu em 1899, no Estreito de Dover. INTERESSA NTE UNIDADE 1 — PRINCÍPIOS DAS REDES DE COMUNICAÇÃO 8 As “common carriers” tornaram disponíveis dispositivos de entrada/saída que poderiam ser usados para enviar informação escrita ou codificada sobre linhas telefônicas. O termo TTY (do inglês, Teletypewriter) surgiu das máquinas que permitiam comunicação direta entre pessoas/máquinas utilizando papel como tela. Cada comando digitado surgia no papel imediatamente através de um sistema de impressão mecânico. Um exemplo ilustrativo da comunicação, em que dois TTY trocam mensagens distantes entre si, utilizando as redes de telefonia existentes (FILHO; ALEXANDRE, 2015). No final da década de 1950 ocorreu a explosão de desenvolvimentos para facilitar o uso de computadores remotamente. Os primeiros terminais interativos foram desenvolvidos na década de 1960 e permitiam aos usuários acessarem o computador central através de linhas de comunicação. Nessa época surgiram os sistemas de tempo compartilhado (do inglês, Time Sharing). O fornecimento de computadores com interfaces (terminais, modems e linhas analógicas) para “batch processing”. O computador roda no modo “batch” em uma parte do dia. Na outra parte do dia o computador coleta informações de locais remotos (FILHO; ALEXANDRE, 2015). Uma das primeiras redes de computadores experimentais, entrou em operação entre 1969 e 1970, através do projeto ARPAnet estimulado pela ARPA (do inglês, Advanced Research Projects Agency, e, em português, Agência para Projetos de Pesquisa Avançados) que passou a se chamar DARPA e faz parte do Departamento de Defesa dos Estados Unidos. A Figura 4 mostra o mapa da ARPAnet interligando as universidades americanas. As quatro universidades americanas, SRI (Stanford Research Institute), UCLA (University of California at Los Angeles), UCSB (University of California, Santa Barbara) e UTAH (University of Utah), foram interligadas por esta rede que utilizava a tecnologia de comutação de pacotes. FIGURA 4 - UM MAPA DA ARPANET EM DEZEMBRO DE 1969 FONTE: <https://www.darpa.mil/ddm_gallery/1969%20ARPANET%20290x230.png>. Acesso em: 10 set. 2019. TÓPICO 1 — HISTÓRICO DAS REDES E DA COMUNICAÇÃO DE DADOS 9 Mais tarde, em dezembro de 1970, conforme aparece na Figura 5, a rede já se expandia interligando 13 universidades americanas. A primeira demonstração pública do sistema ocorreu em 1972 e a primeira conexão internacional da ARPAnet ocorreu em 1973 com a University College of London, na Inglaterra (KUROSE, 2013). A ideia do projeto ARPAnet era a construção de um sistema de comunicações que não pudesse ser interrompido por avarias locais. Essa preocupação era devido à guerra fria que estava no seu auge. Os militares americanos queriam uma rede de telecomunicações que não possuísse uma central e que não pudesse ser destruída por nenhum ataque localizado (KUROSE, 2013). FIGURA 5 – UM MAPA DA ARPANET EM DEZEMBRO DE 1970 FONTE: <http://mercury.lcs.mit.edu/~jnc/tech/jpg/Arpanet/G70DecS.jpg>. Acesso em: 10 set. 2019. Anos mais tarde, o DCA (do inglês, Defense Communication Agency) dividiu a ARPAnet, formando duas redes, sendo que a parte maior ficou conhecida como MILNET e a outra parte ficou reservada para futuras pesquisas (KUROSE, 2013). Em 1962, a agência ARPA contratou J.C.R. Licklider para liderar as suas novas iniciativas através do IPTO (do inglês, Information Processing Techniques Office), da Agência. Um dos sonhos de Licklider era uma rede de computadores que permitisse o trabalho cooperativo em grupos, mesmo que fossem integrados por pessoas geograficamente distantes, além de permitir o compartilhamento de recursos escassos. NOTA UNIDADE 1 — PRINCÍPIOS DAS REDES DE COMUNICAÇÃO 10 4 HISTÓRICO DAS REDES DE COMPUTADORES Em meados de 1979, a ARPA criou o ICCB (do inglês, Internet Control and Configuration Board) que reunia pesquisadores envolvidos no desenvolvimento do protocolo de controle e transmissão, conhecido como, TCP/IP (do inglês, Transmission Control Protocol/Internet Protocol). No início dos anos 80, surgia a Internet, a partir do momento em que a ARPA passou a adotar os novos protocolos TCP/IP nas máquinas de sua rede de pesquisa. A partir disso a ARPAnet se tornou o “backbone” da Internet (KUROSE, 2013). Para incentivar pesquisadoresdas universidades a adotar e usar os novos protocolos, o DARPA tornou disponível uma implementação de baixo custo. Nessa época, muitas universidades usavam o sistema operacional UNIX disponível na University of California: Berkeley Software Distribution, também chamado Berkeley UNIX ou BSD UNIX. A ARPA conseguiu atingir cerca de 90% dos departamentos de ciência da computação das universidades com a integração do TCP/IP ao BSD UNIX (KUROSE, 2013). A ARPAnet crescia com grande velocidade e, no final de 1970 contava com quase 200 máquinas. Já ao final de 1980 este número era de aproximadamente cem mil. Segundo Kurose (2010), a década de 1980 foi um período de grande crescimento. Um usuário experiente de unix pode facilmente aprender a fazer uma cópia remota de arquivo (RPC – do inglês, Remote Procedure Call), utilizando as redes de computadores existentes. Era possível além de trocar mensagens, também utilizar protocolos para a cópia dos arquivos. Assim o usuário poderia ter uma cópia idêntica do arquivo remotamente (KUROSE, 2013). O BSD UNIX forneceu uma nova abstração do sistema operacional conhecida como socket, que permitem aos programas de aplicação acessar os protocolos de comunicação. Em 1986, o NSF (do inglês, National Science Foundation) financiou várias redes regionais para se conectarem com as principais instituições voltadas para pesquisa científica e integrarem a internet. Dos projetos paralelos à ARPAnet, conforme Kurose (2013), a BITNET (do inglês, Because It's Time to NETwork) conectava várias universidades americanas permitindo a troca de e-mails e transferência de arquivos. A CSNET (do inglês, Computer Science Network – a rede da ciência de computadores) é oficialmente constituída para permitir a conexão de pesquisadores e universidades, sem acesso à ARPAnet. Criou-se então, a NFSNET (do inglês, National Science Foundation Network) para permitir o acesso aos centros de supercomputação da NSF (KUROSE, 2013). A NFSNET iniciou sua operação da rede com a velocidade de 56 Kbps, e ao final dos anos 80 já tinha alcançado a velocidade de 1,5 Mbps, criando uma grande rede que se estendia por todo o território dos Estados Unidos (KUROSE, 2013). TÓPICO 1 — HISTÓRICO DAS REDES E DA COMUNICAÇÃO DE DADOS 11 Além de abranger o território norte-americano, em 1989 conectaram- se à rede a Austrália, a Alemanha, Israel, Itália, Japão, México, Holanda, Nova Zelândia e Reino Unido. Estava assim inaugurada a internet de abrangência mundial. Conheça mais da história da NSF em: http://www.nsf.gov/news/news_summ. jsp?cntn_id=103050. DICAS Inicialmente, os nomes e endereços de todos os computadores ligados à internet eram mantidos em um arquivo e editados mensalmente. Já em 1985 um banco de dados central já não seria o suficiente. Um novo mecanismo foi desenvolvido, o DNS (do inglês, Domain Name System), Sistema de Nomes do Domínio (com máquinas chamadas name servers, ou seja, servidores de nomes). Alguns dados históricos sobre a Internet: • 1986 – 20.000 computadores ligados a internet; • 1987 – taxa de crescimento de 15% ao mês; • 1990 – 200.000 computadores; • 1994 – 3.000.000 de computadores conectados à internet em 61 países. Algumas datas que igualmente devem ser conhecidas: • 1969 – foi criada a ARPAnet nos Estados Unidos. • 1972 – foi lançado o primeiro programa de e-mail por Ray Tomlinson. • 1972 – surgiu o protocolo NCP, o qual deu origem ao TCP/IP. • 1976 – Robert M. Metcalfe desenvolveu o padrão Ethernet. • 1983 – adoção do TCP/IP na ARPAnet. • 1990 – Tim Beners-Lee lançou o hypertexto. • 1993 – nasceu a interface gráfica da internet. No Brasil, as redes começaram a surgir em 1988, ligando universidades e centros de pesquisa do Rio de Janeiro, São Paulo e Porto Alegre a instituições nos Estados Unidos. No mesmo ano, o Ibase (Instituto Brasileiro de Análises Econômicas e Sociais), começou a testar o AlterNex, o primeiro serviço brasileiro de internet não acadêmica e não governamental que, em 1992, seria aberto ao acesso público. UNIDADE 1 — PRINCÍPIOS DAS REDES DE COMUNICAÇÃO 12 A RNP (Rede Nacional de Pesquisas) criada pelo CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico) surgiu em 1989 para unir as redes que ligavam as universidades e centros de pesquisas e formar um backbone de alcance nacional. As diretrizes técnicas, a coordenação das pesquisas e desenvolvimento dos protocolos TCP/IP foi realizado pelo IAB (do inglês, Internet Architecture Board) que surgiu em 1983 quando a ARPA reorganizou o ICCB. A partir de 1989 a IAB passou a se encarregar dos aspectos políticos e comerciais do binômio TCP/IP – internet. Os dois principais grupos do IAB são: • IRTF (do inglês, Internet Research Task Force) grupo de pesquisa que coordena as atividades de pesquisa do TCP/IP. • IETF (do inglês, Internet Engineering Task Force) grupo de trabalho que concentra problemas de engenharia. Os relatórios técnicos da documentação de trabalhos na Internet, proposição de protocolos novos ou revisados e padrões dos protocolos TCP/IP são chamados de RFCs (do inglês, Requests for Comments). Anteriormente foram publicados os IENs (do inglês, Internet Engineering Notes). O INTERNIC (do inglês, Internet Network Information Center) trata de muitos detalhes administrativos para a Internet e distribui RFCs e IENs. Em 1991 ocorreu a abertura comercial da internet, com a adoção do modelo baseado nos provedores de acesso à internet, os quais se tornaram responsáveis pelo tráfego e pela estrutura principal da rede, o backbone da internet. Em 1992 a grande rede, a internet mundial, já possuía mais de 7.500 redes, com aproximadamente 1.000.000 de computadores conectados. No ano seguinte, em 1993 surge a interface gráfica da web através do primeiro navegador, o “MOSAIC”, Figura 6, predecessor do conhecido navegador “Netscape”. FIGURA 6 – PRIMEIRO NAVEGADOR DE INTERNET FONTE: <https://encrypted-tbn0.gstatic.com/images?q=tbn%3AANd9GcRSEvYkMqbPxf0Pxraq- -nOnWSyWmK5ZlyRV3Y3iObK5ZQ2PB28e>. Acesso em: 10 set. 2019. TÓPICO 1 — HISTÓRICO DAS REDES E DA COMUNICAÇÃO DE DADOS 13 A partir de 1995, ocorre no Brasil, a abertura comercial da Internet, sendo a Embratel, até então, a grande operadora do backbone da rede. É implementado o modelo de provedores de acesso, semelhante ao modelo americano. De forma mais detalhada é importante destacar as participações de instituições como a FAPESP (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo) e a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) como pioneiras na conexão do Brasil às redes americanas. Todo esse desenvolvimento foi realizado, apesar das dificuldades e da reserva de mercado existente nesta época. Com a posse de Fernando Henrique Cardoso, em 1995, criou-se o Comitê Gestor da Internet no Brasil, que passou o coordenar formalmente a implantação da internet em todo o território nacional. A RNP passou a adotar um modelo misto, no qual a rede passava a suportar tanto o tráfego acadêmico, quanto comercial. Nascia a internet para uso acadêmico e comercial no Brasil. Não deixe de conhecer e acessar os sites que indicamos a seguir. Estes sites, atualmente, tem um importante papel para o funcionamento da internet no Brasil: • A Rede Nacional de Pesquisas: http://www.rnp.br/. • O Comitê Gestor da Internet no Brasil: http://www.cgi.br/. • O Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR (registro de domínios no Brasil): http://registro.br/. A estrutura da rede atual da RNP está disponível em: http://www.rnp.br/ backbone/index.php. O site do registro.br é especialmente importante, pois é nele que efetuamos o registro dos domínios referentes aos sites que desejamos disponibilizar na internet. IMPORTANT E 5 HISTÓRICO DAS TELECOMUNICAÇÕES O histórico das telecomunicações pode ter começado com os sinais de fogo e fumaça na pré-história, batidas em troncos e tambores, pombos-correio, entre outros. As redes de telecomunicações sofreram umagrande evolução desde os tempos de Alexander Graham Bell até os nossos dias. Passamos de redes analógicas, comutadas manualmente, às modernas centrais digitais com transmissão através de cabos de fibra ótica. UNIDADE 1 — PRINCÍPIOS DAS REDES DE COMUNICAÇÃO 14 Para cada tipo de serviço especializado (telefonia, telex, comunicação de dados etc.) criaram-se redes dedicadas, onde em geral, apenas os meios de transmissão de longa distância são compartilhados. Desse modo, chegamos ao cenário a seguir, no qual um usuário corporativo necessita contratar diversos serviços com, possivelmente, fornecedores diferentes, para atender às diversas necessidades de comunicação de sua empresa. A rede telefônica utiliza uma técnica conhecida como comutação de circuitos, na qual canais de voz, com largura de faixa de 4kHz, são alocados de forma dedicada ao longo do percurso entre os terminais chamador e o chamado, enquanto durar a conexão (chamada telefônica). Apesar de boa parte dos canais de comunicação entre as centrais, assim como a própria central de comutação, serem digitais, os acessos aos usuários são ainda, na sua maioria, analógicos. Desse modo, equipamentos como computadores necessitam transmitir os seus dados digitais analogicamente, através de modems. Posteriormente, este sinal analógico será codificado digitalmente nas centrais para transmissão na rede telefônica digital. Na central digital destino, ele é decodificado para analógico para ser entregue ao usuário remoto, no qual é demodulado para digital (pelo modem) para que o computador destino possa processar a informação recebida. É realizada uma multiplexação por divisão no tempo (TDM, do inglês, Time Division Multipexing) entre as estações final, interurbana e de comutação intermediária, sendo que todo o tráfego é realizado através de fibra ótica e a largura de banda sempre aumenta no sentido da estação de comutação intermediária. Nos primórdios da fibra ótica, cada companhia telefônica tinha seu próprio sistema ótico TDM. Assim, em 1989, a CCITT (Comitê Consultivo Internacional de Telegrafia e Telefonia) divulgou um conjunto de recomendações chamado Hierarquia Digital Síncrona – SDH (do inglês, Synchronous Digital Hierarchy) — acompanhado do padrão Rede Óptica Síncrona – SONET (do inglês, Synchronous Optical NETwork). SDH e SONET se diferem em poucos aspectos. Em 1865 representantes de diversos governos europeus se reuniram para formar o CCITT, predecessor do atual ITU (do inglês, International Telecommunication Union). A missão do CCITT era padronizar as telecomunicações internacionais, até então dominadas pelo telégrafo. Em 1947 o ITU tornou-se um órgão das Nações Unidas. A tarefa do ITU-T (do inglês, T – Telecommunications) é definir recomendações técnicas para interfaces de telefonia, telégrafos e comunicação de dados (recomendações que se transformam em padrões internacionais). TÓPICO 1 — HISTÓRICO DAS REDES E DA COMUNICAÇÃO DE DADOS 15 O endereço http://www.telephonetribute.com/timeline.html apresenta uma lista dos principais fatos das telecomunicações ao longo da história. DICAS A Internet 2 pela visão da RNP: com a evolução das redes de telecomunicações e das novas tecnologias, o surgimento de novas tendências e de redes mais avançadas para conexão é uma realidade atual. A internet 2 é um exemplo de projeto nesta expectativa. Conheça mais sobre a Internet 2 acessando o link: https://memoria.rnp.br/redes/internet2.html. NOTA 16 Neste tópico, você aprendeu que: • A computação surgiu da necessidade de realizar cálculos, inicialmente utilizando o ábaco. • Alan Turing é tido como o pai da computação, ele criou o primeiro mecanismo para processar dados automaticamente. • O Código Morse foi inventado com a finalidade de representar as letras do alfabeto, e transmitir esses dados a distância. • A ARPAnet foi o embrião das redes de computadores. • A NSFNET foi a rede sucessora da ARPAnet. • No Brasil, a RNP foi a primeira iniciativa brasileira de uma grande rede com conexão mundial. • Uma rede de computadores possui três elementos básicos: o hardware, o software de rede e o meio físico. • O TCP/IP é o protocolo de comunicação da internet. • A internet é uma grande rede de computadores, conectando o mundo através dos grandes backbones. A comunicação entre estas redes ocorre através do uso de protocolos comuns. RESUMO DO TÓPICO 1 17 1 Sobre o histórico da computação e o início da comunicação, conhecemos diversos ilustres nomes, que, de alguma forma, contribuíram para o nascimento da computação, que nada mais é do que processar dados ou informações. No entanto, um nome não pode passar despercebido, pois tem notória importância na história, sendo chamado de o pai da computação. Qual é o seu nome? a) ( ) Alan Turing. b) ( ) Blaise Pascal. c) ( ) Gottfried von Leibniz. d) ( ) George Boole. 2 O histórico das redes de computadores, teve diversos passos que contribuíram de forma muito importante para a inovação e o surgimento da internet. No entanto, uma das siglas deve ser lembrada em especial. Qual foi a rede de computadores que deu origem à internet? a) ( ) ARPAnet. b) ( ) NSFNET. c) ( ) MBONE. d) ( ) RNP. 3 Ainda sobre o surgimento da internet, diversas aplicações surgiram, no entanto uma delas tem principal significado, pois revolucionou a forma com que as informações começaram a ser divulgadas, ou melhor, transmitidas. O MOSAIC é tido como o primeiro navegador. O que representou o surgimento do primeiro navegador? a) ( ) A criação de padrões de endereçamento. b) ( ) O surgimento da interface gráfica da web. c) ( ) O acesso às redes de longa distância. d) ( ) A comunicação através do e-mail. 4 Sobre o surgimento da comunicação, a priori tivemos diversas invenções que contribuíram para a evolução e utilização de meios de comunicação diferentes. Porém uma delas se destaca pela inovação e seu início. Com qual invenção começou a comunicação de dados? a) ( ) Começou com a invenção do telégrafo pelo pintor e inventor Samuel Finley Morse em 1838. b) ( ) Começou com a invenção do telefone em 1838. c) ( ) Começou com a invenção do ábaco em 1748. d) ( ) Começou com a invenção do radar em 1940. AUTOATIVIDADE 18 5 O surgimento das redes de computadores impactou o mundo, sobretudo pela facilidade e eficiência na comunicação. É importante também conhecer sobre o surgimento e crescimento dessa tecnologia no Brasil. Quando começaram a surgir as redes no Brasil? a) ( ) 1945. b) ( ) 1988. c) ( ) 1987. d) ( ) 1968. 6 O histórico das telecomunicações caminha junto com o histórico das comunicações e da computação. Basicamente, as telecomunicações definem e contribuem para a padronização de todos os equipamentos e backbones que formam a rede mundial. Dada a importância, destacamos os órgãos que contribuem para sua disseminação. Nesse contexto, qual é a tarefa do ITU-T (do inglês, International Telecommunication Union – Telecommunications)? a) ( ) É definir recomendações técnicas para interfaces de telefonia, telégrafos e comunicação de dados. b) ( ) É definir informações para a computação. c) ( ) É atrapalhar a comunicação de dados. d) ( ) É definir recomendações técnicas para interfaces web e de internet. 19 TÓPICO 2 — UNIDADE 1 INTRODUÇÃO À COMUNICAÇÃO DE DADOS E ÀS REDES DE COMPUTADORES 1 INTRODUÇÃO A proposta deste tópico é apresentar os conceitos básicos de comunicação de dados, digitalização da informação, meios de comunicação e tecnologias usadas em redes de comunicação de dados e redes de computadores. O tópico detalha os primeiros passos que são necessários ao entendimento da comunicação, desde uma comunicação gestual, verbal e escrita. Ainda neste tópico, serão descritos os elementos da comunicação, o que é necessário para comunicação. Algo nos elementos do processo de comunicação também serão descritos, pensando em todo o contextoda comunicação atual. Os sinais e seus elementos físicos são apresentados e discutidos, de forma que o acadêmico tenha um conhecimento sobre os sinais analógicos e digitais. As variações nos sinais das ondas portadoras são apresentadas. E todo o processo de modulação e demodulação. Os tipos de transmissão e os modos de transmissão que auxiliam na comunicação de dados e nos diferentes protocolos são detalhados e exemplificados. Por fim, apresentaremos ao acadêmico os modelos de computação e suas diferentes topologias que acabam ajudando a formar as redes de computadores. 2 FUNDAMENTOS DA COMUNICAÇÃO DE DADOS Em nossas origens usamos vários métodos para nos comunicar. Entre eles, podemos citar: • A comunicação gestual. • A comunicação verbal. • A comunicação escrita. 20 UNIDADE 1 — PRINCÍPIOS DAS REDES DE COMUNICAÇÃO A comunicação escrita apoiou-se em conjuntos de símbolos destinados a registrar de forma compreensível eventos e fatos. Entre estes símbolos podemos citar os hieróglifos, os algarismos e os diversos símbolos de nosso alfabeto atual. A evolução da comunicação escrita passou por diversos eventos históricos, a qual destaca-se as seguintes datas e pessoas, tais como: • 1540 – Gutenberg – impressão com tipos móveis. • 1838 – Asmuel Morse – o telégrafo e o código Morse. • Thomas Edison – telégrafo impresso. • 1876 – Graham Bell – coinventou e patenteou o telefone. Em todas essas inovações, é possível identificar os componentes fundamentais do processo de comunicação. Podemos perceber que todo o processo de comunicação, em um modelo simplificado descreve características essenciais de funcionamento. A fonte e o destinatário, apresentados na Figura 7. FIGURA 7 – ELEMENTOS DA COMUNICAÇÃO FONTE: Adaptado de Tanenbaum (2011) Fonte Destinatário A fonte produz informação, dispondo de elementos simples e símbolos. O destinatário é para quem a informação é dirigida. O processo de comunicação passa pelos seguintes elementos: • Geração de uma ideia na origem. • Descrição da ideia por um conjunto de símbolos. • Codificação dos símbolos em uma forma propícia à transmissão em meio físico. • Transmissão dos símbolos ao destino. • Decodificação e reprodução dos símbolos. • Entendimento da ideia original. Um processo de comunicação é composto por mensagens de uma origem que serão enviadas para um destino. NOTA TÓPICO 2 — INTRODUÇÃO À COMUNICAÇÃO DE DADOS E ÀS REDES DE COMPUTADORES 21 A ideia básica é termos um alfabeto de elementos, por exemplo, “a = {A, B, C, ...}”, no qual o símbolo é um conjunto ordenado de elementos. O conjunto completo de símbolos forma o alfabeto de símbolos. Do alfabeto “a” pode-se compor os símbolos AA, AB ou AAA, BBA. A saída da fonte será sempre de símbolos. A mensagem é o que a fonte produz, consistindo em um conjunto ordenado de símbolos que a mesma seleciona de seu alfabeto, conforme critérios próprios. A informação é considerada relacionada com a aleatoriedade no aparecimento dos símbolos. A cada símbolo é associado uma quantidade de informação que é a função de sua probabilidade de ocorrência. O problema básico consiste em estudar uma maneira de como serão transmitidos estes símbolos, de modo que a informação associada não seja perdida nem alterada. Dessa forma, os componentes para um processo de comunicação de dados, podem ser igualmente identificados na Figura 8, como sendo o transmissor ou emissor, o meio, o receptor, os ruídos do ambiente e a própria mensagem. FIGURA 8 – ELEMENTOS DO PROCESSO DE COMUNICAÇÃO FONTE: Adaptado de Tanenbaum (2011) Fonte DestinatárioEmissor Meio Receptor Ruído Canal O canal transporta os símbolos e a informação associada da fonte até o destino. O emissor entrega um sinal de energia adequado. O meio propaga a energia entregue pelo emissor até o receptor. O receptor retira a energia do meio e recupera os símbolos. No entanto, alguns problemas nos diferentes meios de transmissão podem ocorrer, por exemplo, os ruídos e a distorção dos dados. O foco da comunicação de dados é direcionado para: a transferência, o método e a garantia da informação na transmissão. Sendo assim, é necessário destacar que os processos de comunicação se utilizam de algoritmos, softwares, organizados em protocolos de comunicação como um importante elemento do próprio processo de comunicação. 22 UNIDADE 1 — PRINCÍPIOS DAS REDES DE COMUNICAÇÃO Basicamente, na comunicação de dados temos as informações, que são associadas a ideias ou dados manipulados pelos agentes que as criam, manipulam e processam. Também temos os sinais que correspondem à materialização específica dessas informações utilizadas no momento da transmissão. Nada mais são do que algum tipo de energia que se propagam através de meios físicos específicos. Os termos analógico e digital correspondem à variação dos sinais elétricos. Basicamente o termo analógico significa uma variação contínua, e o termo digital uma variação discreta dos sinais elétricos. • Sinais elétricos analógicos: os sinais elétricos analógicos são representados por uma onda contínua que varia em função do tempo, ou seja, variam continuamente com o tempo. Ou seja, é o sinal formado por uma variação constante, entre valores limites, de forma contínua. Por exemplo, é um sinal que varia aleatoriamente no tempo, passa por todos os infinitos valores existentes entre estes dois extremos. • Sinais elétricos digitais: os sinais elétricos digitais variam discretamente com o tempo, ocupando valores (ou níveis) bem definidos durante intervalos de tempo determinados. O sinal digital é menos complexo porque apresenta apenas valores discretos no tempo e na amplitude. Por exemplo, é o sinal elétrico formado por pulsos elétricos identificando 0s e 1s, assumindo apenas valores inteiros (0, 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9 e 10). O processo de comunicação poderá sofrer de variações, ou melhor, interferências, um sinal indesejado que provoca um ruído. O ruído poderá prejudicar a clareza na mensagem entre o transmissor e o receptor. IMPORTANT E Na transmissão analógica os sinais elétricos variam continuamente entre todos os valores possíveis, permitidos pelo meio de transmissão. Um exemplo de transmissão analógica é apresentado no Gráfico 1. O sinal analógico, utilizado em canais e circuitos analógicos, trafega por uma faixa de frequência muito grande, o que resulta em muitas oscilações e, consequentemente, em queda de qualidade. Além disso, ele ocupa mais espaço e oferece menos conteúdo, dificultando a otimização dos recursos de telecomunicações. TÓPICO 2 — INTRODUÇÃO À COMUNICAÇÃO DE DADOS E ÀS REDES DE COMPUTADORES 23 GRÁFICO 1 – SINAL ANALÓGICO FONTE: Adaptado de Tanenbaum (2011) Na transmissão digital uma série de sinais que tem apenas dois valores elétricos (ou gama discreta de valores) é transmitida. Um exemplo de formato de sinal elétrico digital é apresentado na Gráfico 2. O sinal digital, utilizado em canais ou circuitos digitais, é mais preciso, assim sua qualidade não oscila, os custos para armazenamento e o tempo para processamento dos dados são também muito inferiores. GRÁFICO 2 – SINAL DIGITAL FONTE: Adaptado de Tanenbaum (2011) Este último tipo de sinal é obtido pela rápida inversão do estado corrente. O Quadro 1 apresenta um exemplo de variação de sinais e sua representação na troca de estados para a transmissão de dados. A transmissão digital é a que mais se adapta à forma binária de codificação usada em processamento eletrônico de dados. 24 UNIDADE 1 — PRINCÍPIOS DAS REDES DE COMUNICAÇÃO QUADRO 1 – EXEMPLO DE VARIAÇÃO DE SINAIS DIGITAIS FONTE: Adaptado de Tanenbaum (2011) 0 1 Por emissão → ausência presença Por interrupção → presença ausência Por dupla corrente → “-1” “+1” As limitações que meios de transmissão impõem aos sinais transmitidos podem ser contornadas através do processo de modulação. O processo de modulação consiste em imprimir uma informação em uma ondaportadora pela variação de um ou mais dos seus parâmetros. A escolha do tipo de modulação de acordo com os requisitos e as necessidades do projeto é uma decisão fundamental para garantir em grande parte o êxito de um sistema de comunicação. Existem três técnicas básicas de modulação. A variação nos sinais das ondas portadoras é composta e definida através de três quantidades matemáticas: • Amplitude A modulação por amplitude varia a amplitude da portadora (portadora, é uma onda de sinal senoidal) conforme a amplitude do sinal modulante. A variação na amplitude da onda ocorre conforme interesse no sinal. Não ocorre variação de frequência e fase na onda. A ideia é verificar o deslocamento máximo de um sinal em relação ao nível zero. A principal vantagem dessa técnica é a facilidade para realizar a modulação e demodulação, entretanto, tem duas grandes desvantagens: a velocidade da troca de amplitude é limitada pela largura de banda da linha e a outra é que pequenas mudanças da amplitude sofrem detecção não confiável. As desvantagens da modulação em amplitude fizeram com que esta técnica não fosse mais utilizada pelos modems, a não ser em conjunção com outras técnicas. A Figura 9 apresenta um exemplo de onda em modulação em amplitude. TÓPICO 2 — INTRODUÇÃO À COMUNICAÇÃO DE DADOS E ÀS REDES DE COMPUTADORES 25 FIGURA 9 – MODULAÇÃO EM AMPLITUDE FONTE: Adaptado de Tanenbaum (2011) • Frequência Na modulação por frequência, a frequência da onda portadora é alterada de acordo com o sinal modulante. O número de vezes que um sinal se repete dentro de um intervalo de tempo fixo, geralmente 1 segundo, é medida em Hz (hertz). Essa técnica também é conhecida como FSK (do inglês, Frequency Shift Keying). As suas desvantagens são a limitação da variação da frequência pela largura de banda da linha e a distorção causada pelas linhas torna a detecção mais difícil do que na modulação de amplitude. A Figura 10, apresenta um exemplo de onda em modulação em frequência. FIGURA 10 - MODULAÇÃO EM FREQUÊNCIA FONTE: Adaptado de Tanenbaum (2011) • Fase Na modulação por fase, a fase da onda portadora varia de acordo com o sinal modulante. Essa técnica, para detectar a fase de cada símbolo, requer sincronização de fase entre receptor e transmissor, complicando o projeto do receptor. A modulação por fase é pouco usada, pois precisa de equipamento mais complexo para a sua recepção. A Figura 11 apresenta um exemplo de onda em modulação em frequência. 26 UNIDADE 1 — PRINCÍPIOS DAS REDES DE COMUNICAÇÃO FIGURA 11 – MODULAÇÃO EM FASE FONTE: Adaptado de Tanenbaum (2011) As diferentes técnicas de modulação proporcionaram a grande evolução nos meios de comunicação. DICAS Todo sinal periódico pode ser decomposto como uma soma de sinais senoidais básicos de frequências fixas. Estes sinais básicos que formam os componentes do sinal original são denominados harmônicos. Um sinal não periódico também pode ser decomposto em sinais básicos, porém com frequências distintas. O conjunto destes sinais básicos é denominado espectro de frequências. A Figura 12 apresenta um sinal digital transmitido através de uma onda portadora utilizando os diferentes tipos de modulações citados, modulação em amplitude, modulação em frequência e modulação em fase. TÓPICO 2 — INTRODUÇÃO À COMUNICAÇÃO DE DADOS E ÀS REDES DE COMPUTADORES 27 FIGURA 12 – MODULAÇÃO EM AMPLITUDE, FREQUÊNCIA E FASE FONTE: Adaptado de Tanenbaum (2011) Sinal Digital Onda Portadora Amplitude Frequência Fase O processo de demodulação é o processo de recuperação da informação (extração do sinal modulante) de uma onda portadora, sendo necessário que o processo de modulação seja reversível. O modem (modulador-demodulador) é o dispositivo que realiza a adequação dos sinais binários ao canal de transmissão analógico, servindo de interface entre este canal e o terminal de dados e permitindo a transmissão de sinais a longa distância. Ou seja, o modem pega um sinal digital e transforma, ou modula, em um sinal analógico, que será então transmitido num meio de transmissão analógico, como é o caso da rede telefônica metálica. Computador gera sinal digital, então vai para o modem que transforma para analógico, transmite, e, no outro lado, outro modem recebe o sinal analógico e demodula para digital (assim o computador ou central telefônica que é digital também, recebe o sinal digital original). A banda passante é o intervalo de frequências que compõe o sinal. Por exemplo, a banda passante do sistema telefônico é de 300 Hz a 3300 Hz. Nesse caso, o espectro de frequência do pulso deve ser deslocado para a parte do espectro disponível para transmissão. 28 UNIDADE 1 — PRINCÍPIOS DAS REDES DE COMUNICAÇÃO Todo meio de transmissão tem características próprias que provocam perdas nos sinais transmitidos, e que variam de acordo com as frequências. A técnica de modulação permitiu diversificação de aplicações: • Transmissão de várias informações no mesmo meio, utilizando frequências diferentes. • Fonia e telegrafia no mesmo canal. • Vídeo, voz e dados no mesmo canal. A maioria dos modems em operação transmite uma onda portadora senoidal contínua que é modificada de acordo com os dados que devem ser enviados. Modem banda base é um tipo de modem que não executa modulação analógica de sinal digital, mas apenas converte um sinal digital em outro codificado, mais apropriado para transmissão digital, neste caso. ATENCAO A transmissão de dados também pode ser feita através de fibras ópticas, utilizando variações na intensidade da luz como sinal, o que permite a transmissão de dados a altíssimas velocidades. O tipo de transmissão mais conhecido entre os usuários de computadores residenciais é a transmissão por conexões telefônicas, utilizando-se modem ou modems ADSL. O modem recebe o sinal digital do computador e coloca-o dentro de uma onda com a frequência necessária para a transmissão através da linha telefônica. No processo de comunicação de dados, podemos ainda destacar dois conceitos utilizados nas redes das operadoras, a saber: os circuitos de voz e os circuitos de dados. Os circuitos de voz são especializados e exclusivos para a comunicação de voz, utilizados na telefonia tradicional. Já os circuitos de dados são dedicados exclusivamente à transmissão de dados. A importância destes conceitos está relacionada ao modelo de comunicação de dados e à evolução das tecnologias de transmissão. Atualmente, a mesma linha física é utilizada para a transmissão de voz e dados, como, por exemplo, para o acesso à internet. Este novo conceito utiliza um único meio físico, no caso a linha telefônica, para transmitir diversos tipos de redes e serviços, sendo denominado de rede convergente. Com esse conceito, através de um único par de fios, podemos compartilhar múltiplos recursos de redes. TÓPICO 2 — INTRODUÇÃO À COMUNICAÇÃO DE DADOS E ÀS REDES DE COMPUTADORES 29 Agora vamos fazer uma pequena análise, com relação aos tipos de ligação, entre o emissor e o receptor da mensagem no processo de comunicação. Esta análise é necessária em função dos três tipos de transmissão de dados utilizados atualmente, a saber: a transmissão por fios metálicos ou cabos de cobre, a transmissão através de fibras ópticas e a transmissão por irradiação eletromagnética (ondas de rádio). Esses três tipos de transmissão, em função do meio físico utilizado, permitem os seguintes tipos de ligação: • Ponto a ponto: nesse tipo de transmissão, o canal de comunicação é utilizado para a transferência diretamente entre o emissor e o receptor. Esse tipo de ligação pode ser dedicado ou comutado. ◦ Dedicado: mantém os equipamentos sempre conectados entre si, mesmo quando não está ocorrendo a transmissão. Exemplo: conexão entre dois provedores de internet. ◦ Comutado: o elo é estabelecido e mantido durante a transmissão; utiliza-se a rede pública de telefonia (discado)para esse tipo de conexão. Exemplo: conexão residencial com a internet. A Figura 13, apresenta um tipo de transmissão ponto a ponto. FIGURA 13 – PONTO A PONTO FONTE: Adaptado de Tanenbaum (2011) • Multiponto: o canal de comunicação pode ser compartilhado entre diversas estações. Exemplo: uma rede Ethernet com arquitetura de barramento único. A Figura 14, apresenta um tipo de transmissão multiponto. 30 UNIDADE 1 — PRINCÍPIOS DAS REDES DE COMUNICAÇÃO FIGURA 14 – MULTIPONTO FONTE: Adaptado de Tanenbaum (2011) • Mesh: a topologia Mesh (malha), apesar de semelhante a multiponto em alguns aspectos, mostra um grande diferencial. Enquanto o tráfego ocorre entre a estação base e as estações e vice-versa, na topologia Mesh o tráfego pode ser distribuído por outras estações. A Figura 15, apresenta um tipo de transmissão Mesh. FIGURA 15 – MESH FONTE: Adaptado de Tanenbaum (2011) TÓPICO 2 — INTRODUÇÃO À COMUNICAÇÃO DE DADOS E ÀS REDES DE COMPUTADORES 31 O processo de comunicação é baseado inicialmente nas formas das ligações físicas, mas também é importante perceber que o sentido da própria transmissão de dados e informações é uma de suas características. Segundo Dantas (2002), é possível utilizarmos como exemplo de modo de transmissão, uma aula. Quando o docente está lecionando, o sentido da transmissão é do docente para o aluno. Já quando ocorrem perguntas, o sentido da transmissão é do aluno para o docente. A comunicação de dados entre dois dispositivos computacionais pode ocorrer de diferentes modos, classificados conforme a quantidade de transmissores: • Simplex: a transmissão de dados é caracterizada sempre em um único sentido. Como exemplo, podemos citar as estações rádio e de televisão, o envio de dados para a impressora, ou até mesmo a comunicação do mouse com o computador. Em resumo há apenas transmissão. • Half-Duplex: este modo de transmissão é caraterizado pela transmissão em ambas as direções (bidirecional), porém não simultâneos. A comunicação ocorre de forma alternada, ou seja, uma por vez. O exemplo didático é encontrado na operação dos rádios comunicadores, conhecidos no Brasil, como rádio cidadão, ou faixa cidadão, ou PX, ou ainda como rádios amadores. É possível falar e ouvir através do aparelho de rádio comunicador, porém não de forma simultânea. Outro exemplo, seriam os antigos aparelhos de fax. • Full-Duplex: no modo de transmissão full-duplex o fluxo de dados e das informações também ocorre igualmente nos dois sentidos (bidirecional), porém de forma simultânea. O exemplo prático, para este modo de transmissão, é o nosso conhecido telefone. Na telefonia convencional podemos falar e ouvir simultaneamente. A Figura 16 ilustra os três modos de transmissão utilizados no processo de comunicação. Atualmente é desejável que todos os equipamentos conectados às redes operem em modo full-duplex. Entretanto, por questões operacionais técnicas, de custo e de demanda, os diversos dispositivos de redes, como, por exemplo, a transmissão dos canais de rádio e televisão analógicos, operam em comunicação simpex; já as placas de rede, operavam em modo half-duplex. 32 UNIDADE 1 — PRINCÍPIOS DAS REDES DE COMUNICAÇÃO FIGURA 16 – MODOS DE TRANSMISSÃO FONTE: Adaptado de Tanenbaum (2011) Transmissor A Receptor B Transmissão Simplex (rádio FM) Transmissor A Receptor B Transmissão Half-duplex (rádio amador) Transmissor A Receptor B Transmissão Full-duplex (telefone) Os modos de comunicação simplex, half-duplex e full-duplex são importantes padrões para as redes de telecomunicações IMPORTANT E 3 REDES DE COMPUTADORES A partir do momento em que passamos a usar mais de um computador, seja dentro de uma empresa, instituição, ou mesmo dentro de uma residência, certamente surge a necessidade de transferir arquivos e programas, compartilhar a conexão com a internet e compartilhar periféricos de uso comum entre os computadores. Certamente, comprar uma impressora, um modem e um drive de CD-ROM para cada computador e, ainda por cima, usar CDs gravados, ou mesmo dispositivos de armazenamento externos como pendrive ou HD Externo (do inglês, Hard Disk) para trocar arquivos, não é a maneira mais produtiva, nem a mais barata de se fazer isso. Hoje há em nosso cotidiano uma grande variedade de dispositivos que possibilitam o acesso a informações. Esse acesso ocorre em função da maior disponibilidade de conexão às redes, porém o próprio conceito de rede deve ser adequadamente compreendido com o objetivo de conhecer seus componentes básicos e entender o conceito de conectividade e comunicação. TÓPICO 2 — INTRODUÇÃO À COMUNICAÇÃO DE DADOS E ÀS REDES DE COMPUTADORES 33 Uma rede de computadores é a conexão de dois ou mais computadores para permitir o compartilhamento de recursos e a troca de informações entre as máquinas. Uma rede de computadores tem como objetivo principal a troca de dados entre computadores. Em alguns casos, seria suficiente construir redes de computadores limitadas, que conectam somente algumas máquinas. Por exemplo, num pequeno escritório de contabilidade, com alguns computadores e uma impressora, poderia se construir uma pequena rede para permitir o compartilhamento da impressora entre os usuários. Atualmente, com a importância cada vez maior de se dispor de acesso a informações e facilidades de comunicação, as redes de computadores estão projetadas para crescer indefinidamente, sendo a internet um bom exemplo. No caso do escritório de contabilidade, a pouco citado, além da possibilidade de compartilhamento de recursos, uma conexão com outras redes e a internet pode oferecer acesso a informações importantes, como códigos de leis e acompanhar o andamento de processos, além de propiciar um meio de comunicação bastante ágil, facilitando o trabalho tanto dos prestadores do serviço de contabilidade como dos clientes. A conectividade dos computadores em rede pode ocorrer em diferentes escalas. A rede mais simples consiste em dois ou mais computadores conectados por um meio físico, tal como um par metálico ou um cabo coaxial. O meio físico que conecta dois computadores costuma ser chamado de enlace de comunicação e os computadores são chamados de nós. Um enlace de comunicação limitado a um par de nós é chamado de enlace ponto a ponto. Um enlace pode também envolver mais de dois nós, neste caso, podemos chamá-lo de enlace multiponto. Para comunicar de forma eficiente e eficaz, é necessário que os componentes básicos da rede estejam adequadamente instalados, configurados e operacionais. Você pode se perguntar: quais são os componentes básicos de uma rede de computadores e da internet? Veja, na Figura 17, os componentes que formam uma rede de computadores. É possível identificar os elementos básicos que compõem uma rede de computadores, a saber: o meio físico, o hardware de rede e os softwares de redes. 34 UNIDADE 1 — PRINCÍPIOS DAS REDES DE COMUNICAÇÃO FIGURA 17 – COMPONENTES BÁSICOS DE REDE FONTE: Adaptado de Torres (2010) Cada um desses elementos básicos tem um importante papel no processo de comunicação. De modo geral é importante destacar aqui cada um dos elementos básicos, com exemplos didáticos e comuns ao uso cotidiano, normalmente utilizados para compor uma rede de computadores, ou até mesmo a internet. Conheça um pouco mais sobre as redes de computadores visitando o Site da Teleco em: https://www.teleco.com.br/tutoriais/tutorialrcompam/default.asp. DICAS Várias são as vantagens das redes de computadores. • computadores se comunicando através de longas distâncias; • compartilhamento de recursos de hardware e software; • segurança das informações; • flexibilidade de trabalho. TÓPICO 2 — INTRODUÇÃO À COMUNICAÇÃO DE DADOS E ÀS REDES DE COMPUTADORES 35 As redes de computadores surgiram a partir de 1946, quando a empresa IBM deu início à construção dos supercomputadores chamados mainframes. NOTA Com a invenção dos supercomputadores e o surgimento dasredes de computadores, também foram criados os modelos de comunicação. Os modelos de comunicação se diferenciavam pela forma de distribuição dos elementos de rede, ou melhor de processar os dados computacionais. Os modelos de computação são classificados como: • Computação Centralizada: neste modelo de computação, as informações eram armazenadas e processadas em grandes computadores (mainframes) e através de terminais “burros” eram acessados. Os terminais burros, como eram chamados na época, possuíam apenas um monitor e um teclado conectados aos servidores através de cabos coaxiais. A Figura 18 apresenta o modelo de computação centralizada. FIGURA 18 – CENTRALIZADO FONTE: Adaptado de Torres (2010) • Computação Distribuída: os terminais de vídeo foram dando lugar aos microcomputadores pessoais, de tamanho menor, mas com capacidade de processamento semelhante à dos supercomputadores. Dessa forma não havia mais a necessidade de centralizar as informações pessoais. A Figura 19 apresenta o modelo de computação distribuída. 36 UNIDADE 1 — PRINCÍPIOS DAS REDES DE COMUNICAÇÃO FIGURA 19 – DISTRIBUÍDA FONTE: adaptado de Torres (2010) • Comutação híbrida: neste modelo de computação, todos os computadores realmente compartilham seus recursos de processamento, ou seja, em vez de apenas um computador processando e distribuindo a informação ou um computador processando a sua informação, o que ocorre é que dois ou mais computadores processam a mesma informação, realizando a tarefa muito mais rapidamente. 4 CONCEITOS DAS REDES DE COMPUTADORES É importante que se saiba como é a definição das redes de computadores. Pensando nisso temos que o termo rede, vem do latim rete, que significa uma estrutura que dispõe de um padrão característico. Um computador, por sua vez, é uma máquina que efetua cálculos, que computa, ou seja, que processa dados e possibilita a execução de sequências ou rotinas. Assim, uma rede de computadores, é um conjunto dessas máquinas, onde cada um dos integrantes compartilha dados ou informações uns com os outros. Na literatura podemos destacar os seguintes conceitos: “Conjunto de computadores autônomos interconectados por uma única tecnologia” (TANENBAUM, 2011, p. 2). Em vez de darmos uma definição em uma única frase, tentaremos uma abordagem mais descritiva. Há dois modos de fazer isso: um deles é descrever a Internet em detalhes, isto é, os componentes básicos de hardware e software que a formam; outro é descrever a Internet como uma infraestrutura de rede que provê serviços para aplicações distribuídas (KUROSE, 2013, p. 2). TÓPICO 2 — INTRODUÇÃO À COMUNICAÇÃO DE DADOS E ÀS REDES DE COMPUTADORES 37 Outro conceito importante sobre as redes de computadores, que se destaca é sobre a internet. Na literatura podemos destacar o conceito de Kurose: “É uma rede de computadores mundial, isto é, uma rede que interconecta milhões de equipamentos de computação em todo o mundo” (KUROSE, 2013, p. 3). De modo geral, é importante destacar aqui cada um dos elementos básicos, com exemplos didáticos e comuns ao uso cotidiano, normalmente utilizados para compor uma rede de computadores ou até mesmo a internet. A Figura 20 apresenta um modelo básico de redes de computadores. Eventualmente, os computadores podem ler os arquivos armazenados nos outros computadores, podem utilizar a impressora, bem como utilizar a internet através de uma única conexão, utilizando um Modem (TORRES, 2011). FIGURA 20 – MODELO BÁSICO DE REDE DE COMPUTADORES FONTE: Adaptado de Torres (2011) As redes são classificadas de diferentes formas, por exemplo, quanto à abrangência, quanto ao modelo computacional, quanto ao tipo de comutação, quanto à garantia de entrega, quanto à topologia, quanto ao método de transmissão, quanto à arquitetura, quanto à pilha de protocolos. Assim, podemos determinar uma classificação inicial, por tipos de redes, observando quanto a sua abrangência. A abrangência trata de acordo como o tamanho da área geográfica que as redes compreendem. As classificações quanto à abrangência mais comuns são: • LAN (Local Area Network): a rede de área local é um tipo de rede que possui uma abrangência restrita – a sua área de alcance e operação são restritas. Também é conhecida como rede local ou LAN. Um exemplo de rede local seria em uma sala comercial atendendo a uma empresa pequena, por exemplo, uma agência de viagens. Veja a seguir algumas características de uma LAN: ◦ Abrangência restrita, até um quilômetro (empresa, escritório, campus, escola, casa). ◦ Administração, gerenciamento e manutenção: são privados, ou seja, feitos pelo próprio gerente ou administrador da rede local, não por empresas terceirizadas. ◦ Alta velocidade de transmissão dentro da rede. 38 UNIDADE 1 — PRINCÍPIOS DAS REDES DE COMUNICAÇÃO ◦ Alta confiabilidade. ◦ Protocolo de acesso ao meio físico (Ethernet etc.). ◦ Protocolo de comunicação (TCP/IP etc.). ◦ Abrangência restrita: um escritório, uma instituição, uma escola. • WAN (Wide Area Network): a rede WAN é uma rede de área ampla, ou seja, uma rede de longa distância. A sua abrangência se estende por vários quilômetros ou até mesmo cidades, países ou continentes. A internet é classificada como uma rede de longa distância, basicamente sendo formada pela interligação de várias redes regionais. As redes de longa distância podem, por exemplo, interligar filiais de empresas. As redes WAN apresentam as seguintes características: ◦ Grande abrangência, até milhares de quilômetros ou mesmo por todo um país ou continente. ◦ A administração é pública ou privada. ◦ Grande velocidade, com restrições. ◦ Protocolos de acesso ao meio físico (ATM etc.). • MAN (Metropolitan Area Network): a rede MAN é uma rede de área metropolitana, ou seja, uma rede que pode abranger uma cidade inteira. É uma classificação que abrange, por exemplo, a interligação de prédios dentro de uma cidade, podendo ou não utilizar operadoras de telecomunicações para a interligação das redes. Elas apresentam as seguintes características: ◦ A administração é privada. ◦ Grande velocidade, com restrições. ◦ Redes que abrangem a cidade ◦ Abrangência até 10 quilômetros • PAN (Personal Area Network): a rede PAN é uma rede de área pessoal, também conhecida como rede de uso pessoal. A redes PAN normalmente são redes sem fio. As tecnologias que podem serem utilizadas, podem ser o bluetooth, o infravermelho, ou até mesmo o Wi-Fi. Elas apresentam as seguintes características: ◦ A administração é privada. ◦ Abrangência de 20 até 30 metros, no caso por exemplo de redes Wi-Fi residenciais. É importante destacar as redes de aplicações específicas, como as redes de armazenamento de dados denominadas de SAN (do inglês, Storage Area Network) e NAS (do inglês, Network Storage Area). São redes especializadas para dispositivos de armazenamento, específicas para tratar de grandes volumes de dados. As redes de grandes empresas que tratam de um grande volume de dados, e precisam cuidar da integridade, e da disponibilidade dos dados, utilizam esses conceitos. Os centros de dados (do inglês, datacenters) do Google, da Amazon, da Americanas, são exemplos de empresas que utilizam esses tipos de redes. Existem alguns outros conceitos básicos sobre redes que devem ser conhecidos. TÓPICO 2 — INTRODUÇÃO À COMUNICAÇÃO DE DADOS E ÀS REDES DE COMPUTADORES 39 • Internet: a internet é a grande rede mundial de computadores. • Intranet: a intranet é uma rede privada, muito semelhante à internet, porém, que possui acesso apenas interno, para os funcionários de uma empresa, por exemplo. Em geral, uma empresa possui muitas aplicações ou softwares que são acessados pelo navegador web, e desta forma trabalha com os protocolos da internet. Contudo, a empresa não pode permitir que as aplicações fiquem disponíveis na Internet sendo acessado apenas na rede interna e privada da empresa. • Extranet: no caso da Extranet, é a mistura da rede interna