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Livro de Leis Povos e Comunidades Tradicionais

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ORGANIZAÇÃO: MARIA TEREZA QUEIROZ CARVALHO
DIAGRAMAÇÃO: MAYCON DANTAS SILVA
COLABORAÇÃO: NICOLY RIBEIRO ALMEIDA
DIREITOS DE POVOS E 
COMUNIDADES TRADICIONAIS
Marcos Legais
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FICHA TÉCNICA
2018 - SECRETARIA DE ESTADO DE DESENVOLVIMENTO AGRÁRIO DE MINAS 
GERAIS
TODOS OS DIREITOS RESERVADOS À SECRETARIA DE ESTADO DE DESENVOLVIMENTO 
AGRÁRIO
SECRETÁRIO EM EXERCÍCIO
ALEXANDRE DE LIMA CHUMBINHO
SUPERINTENDÊNCIA DE TERRITÓRIOS COLETIVOS
MARIA TEREZA QUEIROZ CARVALHO
COLABORAÇÃO
EQUIPE SEDA
PROJETO GRÁFICO E DIAGRAMAÇÃO
MAYCON DANTAS SILVA E ELIZANGELA APARECIDA CARVALHO
SECRETARIA DE ESTADO DE DESENVOLVIMENTO AGRÁRIO
CIDADE ADMINISTRATIVA DE MINAS GERAIS 
RODOVIA PAPA JOÃO PAULO II, 4001 - SERRA VERDE
EDÍFICIO GERAIS, 11º ANDAR - CEP 31630-901 - BELO HORIZONTE - MINAS GERAIS
TIRAGEM: 1500 EXEMPLARES
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. PERMITIDA REPRODUÇÃO PARCIAL OU TOTAL DESTA OBRA 
DESDE QUE CITADA A FONTE.
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 5
APRESENTAÇÃO
 No intuito de contribuir no desenvolvimento das atividades da Secretaria de 
Estado de Desenvolvimento Agrário – SEDA e subsidiar os(as) servidores(as) na consulta 
às normas existentes sobre os povos e comunidades tradicionais, foram compiladas no 
presente documento as normas federais, estaduais e internacionais que dispõem sobre 
o tema. 
 Foram selecionados artigos específicos da Constituição Federal de 1988 e da 
Constituição Estadual de Minas Gerais de 1989 que dispõem sobre povos e comunidades 
tradicionais, terras públicas e devolutas, política agrária e fundiária e reforma agrária, uso 
especial de bem patrimonial do Estado por terceiro, atividades da administração pública 
e outros. Portanto, optou-se por não disponibilizar o inteiro teor dessas legislações, 
considerando o objetivo exposto no parágrafo anterior.
 As demais normas federais, estaduais e internacionais, abrangendo Portarias e 
Instruções Normativas dos órgãos públicos que trabalham com a temática dos direitos 
dos povos e comunidades tradicionais, estão atualizadas até a data da publicação do 
presente documento.
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SUMÁRIO
CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988 ................................... 8
Artigos da Constituição Federal de 1988
CONSTITUIÇÃO ESTADUAL DE 1989 ............................... 13
Artigos da Constituição Estadual de 1989
NORMAS FEDERAIS ............................................................ 19
DECRETO-LEI Nº 3.365, DE 21 DE JUNHO DE 1941 ............................................19
Dispõe sobre desapropriações por utilidade pública
LEI Nº 4.132, DE 10 DE SETEMBRO DE 1962 ....................................................27
Define os casos de desapropriação por interesse social e dispõe sobre sua aplicação
LEI Nº 6.001, DE 19 DE DEZEMBRO DE 1973 ....................................................28
Dispõe sobre o Estatuto do Índio
LEI Nº 6.383, DE 7 DE DEZEMBRO DE 1976 ....................................................40
Dispõe sobre o Processo Discriminatório de Terras Devolutas da União, e dá outras pro-
vidências
LEI Nº 9.985, DE 18 DE JULHO DE 2000 .........................................................47
Regulamenta o Art. 225, §1º, incisos I, II, III e VII da Constituição Federal, institui o Siste-
ma Nacional de Unidades de Conservação da Natureza e dá outras providências
DECRETO Nº 4.340, DE 22 DE AGOSTO DE 2002 ...........................................66
Regulamenta artigos da Lei nº 9985, de 18 de julho de 2000, que dispõe sobre o Siste-
ma Nacional de Unidades de Conservação da Natureza – SNUC, e dá outras providên-
cia
DECRETO Nº 4.887, DE 20 DE NOVEMBRO DE 2003 ......................................77
Regulamenta o procedimento para identificação, reconhecimento, delimitação, demar-
cação e titulação das terras ocupadas por remanescentes das comunidades dos qui-
lombos de que trata o art. 68 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias
PORTARIA Nº 98, DE 26 DE NOVEMBRO DE 2007 .........................................82
Regulamenta o procedimento para identificação, reconhecimento, delimitação, demar-
cação e titulação das terras ocupadas por remanescentes das comunidades de quilom-
bo de que trata o art. 68/ADCT, e o disposto nos arts. 215 e 216 da Constituição Federal
DECRETO Nº 6.040, DE 7 DE FEVEREIRO DE 2007 ..........................................83
Institui a Política Nacional de Desenvolvimento Sustentável dos Povos e Comunidades 
Tradicionais
INSTRUÇÃO NORMATIVA Nº 03, DE 18 DE SETEMBRO DE 2007 (ICMBIO) .........88
Disciplina as diretrizes, normas e procedimentos para a criação de Unidade de Conser-
 7
vação Federal das categorias Reserva Extrativista e Reserva de Desenvolvimento Sus-
tentável
INSTRUÇÃO NORMATIVA Nº 5, DE 15 DE MAIO DE 2008 (ICMBIO) ...................93
Dispõe sobre o procedimento administrativo para a realização de estudos técnicos e 
consulta pública para a criação de unidade de conservação federal
INSTRUÇÃO NORMATIVA Nº 57 DE 20 DE OUTUBRO DE 2009 (INCRA) ...........94
Regulamenta o procedimento para identificação, reconhecimento, delimitação, de-
marcação, desintrusão, titulação e registro das terras ocupadas por remanescentes 
das comunidades dos quilombos de que tratam o Art.68 do Ato das Disposições Cons-
titucionais Transitórias da Constituição Federal de 1988 e o Decreto nº 4.887, de 20 de 
novembro de 2003
NORMAS ESTADUAIS ....................................................... 107
LEI Nº 7.373, DE 03 DE OUTUBRO DE 1978 (TEXTO ATUALIZADO) ................. 107
Dispõe sobre legitimação e doação de terras devolutas do Estado em zona urbana ou 
de expansão urbana
LEI Nº 11.020, DE 08 DE JANEIRO DE 1993 (TEXTO ATUALIZADO) .................... 111
Dispõe sobre as terras públicas e devolutas estaduais e dá outras providências
DECRETO Nº 34.801, DE 28 DE JUNHO 1993 (TEXTO ORIGINAL) ..................... 121
Regulamenta a Lei nº 11.020, de 8 de janeiro de 1993, que dispõe sobre as terras públi-
cas e devolutas estaduais e dá outras providências
LEI Nº 13.689, DE 28 DE JULHO DE 2000 (TEXTO ATUALIZADO) ................... 140
Dispõe sobre a implantação de agrovilas no Estado e dá outras providências
LEI Nº 13.965, DE 27 DE JULHO DE 2001 (TEXTO ATUALIZADO) .................... 142
Cria o Programa Mineiro de Incentivo ao cultivo, à extração, ao consumo, à comerciali-
zação e à Transformação do Pequi e demais frutos e produtos nativos do cerrado – Pró-
-Pequi
LEI Nº 14.313, DE 19 DE JUNHO DE 2002 .......................................................144
Isenta beneficiários de terras rurais do pagamento de emolumentos, na forma que es-
pecifica
LEI Nº21.147, DE 14 DE JANEIRO DE 2014 ......................................................145
Institui a Política Estadual para o desenvolvimento sustentável de povos e comunidades 
tradiconais de Minas Gerais
DECRETO Nº 46.671, DE 16 DE MAIO DE 2014 (TEXTO ATUALIZADO) ..............149
Cria a Comissão Estadual para o Desenvolvimento Sustentável dos Povos e Comunida-
des Tradicionais de Minas Gerais
DECRETO Nº 47.289, DE 20 DE NOBEMBRO DE 2017 (TEXTO ORIGINAL) ........153
Regulamenta a Lei 21.147, de 14 janeiro de 2014, que institui a política estadual para o 
desenvolvimento sustentável dos povos e comunidades tradicionais de Minas Gerais
NORMAS INTERNACIONAIS .............................................. 159
DECRETO Nº 5.051, DE 19 DE ABRIL DE 2004 (CONVENÇÃO 169 DA OIT 
SOBRE POVOS INDÍGENAS E TRIBAIS) ....................................................159
CONVENÇÃO SOBRE DIVERSIDADE BIOLÓGICA ........................................... 171
8 CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988
DA UNIÃO
Art. 20 – São bens da União:
(...)
XI – as terras tradicionalmente ocupadas pelos índios.
Art. 22 – Compete privativamente à União legislar sobre:
(...)
XIV – populações indígenas;
(...)
§ 1º No âmbito da legislação concorrente, a competência da União limitar-se-á a 
estabelecer normas gerais.
§ 2º A competência da União para legislar sobre normas gerais não exclui a competência 
suplementar dos Estados.
§ 3º Inexistindo lei federal sobre normasgerais, os Estados exercerão a competência 
legislativa plena, para atender a suas peculiaridades.
§ 4º A superveniência de lei federal sobre normas gerais suspende a eficácia da lei 
estadual, no que lhe for contrário.
DOS ESTADOS FEDERADOS
Art. 25. Os Estados organizam-se e regem-se pelas Constituições e leis que adotarem, 
observados os princípios desta Constituição.
§ 1º São reservadas aos Estados as competências que não lhes sejam vedadas por esta 
Constituição.
Art. 26. Incluem-se entre os bens dos Estados:
(...)
IV – as terras devolutas não compreendidas entre as da União.
DAS ATRIBUIÇÕES DO CONGRESSO NACIONAL
Art. 49 – É da competência exclusiva do Congresso Nacional:
CONSTITUIÇÃO
FEDERAL 1988
 9CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988
(...)
XVII – aprovar, previamente, a alienação ou concessão de terras públicas com área 
superior a dois mil e quinhentos hectares.
(...)
DA POLÍTICA AGRÍCOLA E FUNDIÁRIA E DA REFORMA AGRÁRIA (vide Lei 4.132/1962 
– desapropriação por interesse social – e Lei 3.365/1941 – desapropriação por utilidade 
pública)
Art. 184. Compete à União desapropriar por interesse social, para fins de reforma 
agrária, o imóvel rural que não esteja cumprindo sua função social, mediante prévia e 
justa indenização em títulos da dívida agrária, com cláusula de preservação do valor real, 
resgatáveis no prazo de até vinte anos, a partir do segundo ano de sua emissão, e cuja 
utilização será definida em lei.
§ 1º As benfeitorias úteis e necessárias serão indenizadas em dinheiro.
§ 2º O decreto que declarar o imóvel como de interesse social, para fins de reforma 
agrária, autoriza a União a propor a ação de desapropriação.
§ 3º Cabe à lei complementar estabelecer procedimento contraditório especial, de rito 
sumário, para o processo judicial de desapropriação.
§ 4º O orçamento fixará anualmente o volume total de títulos da dívida agrária, assim 
como o montante de recursos para atender ao programa de reforma agrária no exercício.
§ 5º São isentas de impostos federais, estaduais e municipais as operações de 
transferência de imóveis desapropriados para fins de reforma agrária.
Art. 185. São insuscetíveis de desapropriação para fins de reforma agrária:
I – a pequena e média propriedade rural, assim definida em lei, desde que seu proprietário 
não possua outra;
II – a propriedade produtiva.
Parágrafo único. A lei garantirá tratamento especial à propriedade produtiva e fixará 
normas para o cumprimento dos requisitos relativos a sua função social.
Art. 186. A função social é cumprida quando a propriedade rural atende, simultaneamente, 
segundo critérios e graus de exigência estabelecidos em lei, aos seguintes requisitos:
I – aproveitamento racional e adequado;
II – utilização adequada dos recursos naturais disponíveis e preservação do meio 
ambiente;
III – observância das disposições que regulam as relações de trabalho;
IV – exploração que favoreça o bem-estar dos proprietários e dos trabalhadores.
Art. 187. A política agrícola será planejada e executada na forma da lei, com a participação 
efetiva do setor de produção, envolvendo produtores e trabalhadores rurais, bem como 
dos setores de comercialização, de armazenamento e de transportes, levando em conta, 
especialmente:
10 CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988
I – os instrumentos creditícios e fiscais;
II – os preços compatíveis com os custos de produção e a garantia de comercialização;
III – o incentivo à pesquisa e à tecnologia;
IV – a assistência técnica e extensão rural;
V – o seguro agrícola;
VI – o cooperativismo;
VII – a eletrificação rural e irrigação;
VIII – a habitação para o trabalhador rural.
§ 1º Incluem-se no planejamento agrícola as atividades agroindustriais, agropecuárias, 
pesqueiras e florestais.
§ 2º Serão compatibilizadas as ações de política agrícola e de reforma agrária.
Art. 188. A destinação de terras públicas e devolutas será compatibilizada com a política 
agrícola e com o plano nacional de reforma agrária.
§ 1º A alienação ou a concessão, a qualquer título, de terras públicas com área superior 
a dois mil e quinhentos hectares a pessoa física ou jurídica, ainda que por interposta 
pessoa, dependerá de prévia aprovação do Congresso Nacional.
§ 2º Excetuam-se do disposto no parágrafo anterior as alienações ou as concessões de 
terras públicas para fins de reforma agrária.
Art. 189. Os beneficiários da distribuição de imóveis rurais pela reforma agrária receberão 
títulos de domínio ou de concessão de uso, inegociáveis pelo prazo de dez anos.
Parágrafo único. O título de domínio e a concessão de uso serão conferidos ao homem 
ou à mulher, ou a ambos, independentemente do estado civil, nos termos e condições 
previstos em lei.
Art. 190. A lei regulará e limitará a aquisição ou o arrendamento de propriedade rural 
por pessoa física ou jurídica estrangeira e estabelecerá os casos que dependerão de 
autorização do Congresso Nacional.
Art. 191. Aquele que, não sendo proprietário de imóvel rural ou urbano, possua como 
seu, por cinco anos ininterruptos, sem oposição, área de terra, em zona rural, não 
superior a cinquenta hectares, tornando-a produtiva por seu trabalho ou de sua família, 
tendo nela sua moradia, adquirir-lhe-á a propriedade.
Parágrafo único. Os imóveis públicos não serão adquiridos por usucapião.
DA CULTURA
Art. 216. Constituem patrimônio cultural brasileiro os bens de natureza material 
e imaterial, tomados individualmente ou em conjunto, portadores de referência à 
identidade, à ação, à memória dos diferentes grupos formadores da sociedade brasileira, 
nos quais se incluem:
(...)
 11CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988
§ 5º Ficam tombados todos os documentos e os sítios detentores de reminiscências 
históricas dos antigos quilombos.
(...)
DOS ÍNDIOS (vide Lei 6.001/1973)
Art. 231. São reconhecidos aos índios sua organização social, costumes, línguas, crenças 
e tradições, e os direitos originários sobre as terras que tradicionalmente ocupam, 
competindo à União demarcá-las, proteger e fazer respeitar todos os seus bens.
§ 1º São terras tradicionalmente ocupadas pelos índios as por eles habitadas em 
caráter permanente, as utilizadas para suas atividades produtivas, as imprescindíveis à 
preservação dos recursos ambientais necessários a seu bem-estar e as necessárias a sua 
reprodução física e cultural, segundo seus usos, costumes e tradições.
§ 2º As terras tradicionalmente ocupadas pelos índios destinam-se a sua posse 
permanente, cabendo-lhes o usufruto exclusivo das riquezas do solo, dos rios e dos 
lagos nelas existentes.
§ 3º O aproveitamento dos recursos hídricos, incluídos os potenciais energéticos, a 
pesquisa e a lavra das riquezas minerais em terras indígenas só podem ser efetivados 
com autorização do Congresso Nacional, ouvidas as comunidades afetadas, ficando-
lhes assegurada participação nos resultados da lavra, na forma da lei.
§ 4º As terras de que trata este artigo são inalienáveis e indisponíveis, e os direitos sobre 
elas, imprescritíveis.
§ 5º É vedada a remoção dos grupos indígenas de suas terras, salvo, ad referendum 
do Congresso Nacional, em caso de catástrofe ou epidemia que ponha em risco sua 
população, ou no interesse da soberania do País, após deliberação do Congresso 
Nacional, garantido, em qualquer hipótese, o retorno imediato logo que cesse o risco.
§ 6º São nulos e extintos, não produzindo efeitos jurídicos, os atos que tenham por objeto 
a ocupação, o domínio e a posse das terras a que se refere este artigo, ou a exploração 
das riquezas naturais do solo, dos rios e dos lagos nelas existentes, ressalvado relevante 
interesse público da União, segundo o que dispuser lei complementar, não gerando a 
nulidade e a extinção direito a indenização ou a ações contra a União, salvo, na forma 
da lei, quanto às benfeitorias derivadas da ocupação de boa-fé.
§ 7º Não se aplica às terras indígenas o disposto no art. 174, § 3º e § 4º.
Art. 232. Os índios, suas comunidades e organizações são partes legítimas para ingressar 
em juízoem defesa de seus direitos e interesses, intervindo o Ministério Público em 
todos os atos do processo.
DAS DISPOSIÇÕES CONSTITUCIONAIS GERAIS
Art. 243. As propriedades rurais e urbanas de qualquer região do País onde forem 
localizadas culturas ilegais de plantas psicotrópicas ou a exploração de trabalho escravo 
na forma da lei serão expropriadas e destinadas à reforma agrária e a programas de 
12 CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988
habitação popular, sem qualquer indenização ao proprietário e sem prejuízo de outras 
sanções previstas em lei, observado, no que couber, o disposto no art. 5º. (Redação 
dada pela EC n. 81/2014)
Parágrafo único. Todo e qualquer bem de valor econômico apreendido em decorrência 
do tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins e da exploração de trabalho escravo 
será confiscado e reverterá a fundo especial com destinação específica, na forma da lei. 
(Redação dada pela EC n. 81/2014)
ATO DAS DISPOSIÇÕES CONSTITUCIONAIS TRANSITÓRIAS (Vide Decreto 
4887/2003)
Art. 67. A União concluirá a demarcação das terras indígenas no prazo de cinco anos a 
partir da promulgação da Constituição.
Art. 68. Aos remanescentes das comunidades dos quilombos que estejam ocupando 
suas terras é reconhecida a propriedade definitiva, devendo o Estado emitir-lhes os 
títulos respectivos.
 13CONSTITUIÇÃO ESTADUAL DE 1989
DA COMPETÊNCIA DO ESTADO
Art. 10 – Compete ao Estado:
(...)
XI – instituir plano de aproveitamento e destinação de terra pública e devoluta, 
compatibilizando-o com a política agrícola e com o plano nacional de reforma agrária;
XII – criar sistema integrado de parques estaduais, reservas biológicas, estações 
ecológicas e equivalentes, adequado à conservação dos ecossistemas do Estado, para 
proteção ecológica, pesquisa científica e recreação pública, e dotá-los dos serviços 
públicos indispensáveis às suas finalidades;
DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
Art. 13 - A atividade de administração pública dos Poderes do Estado e a de entidade 
descentralizada se sujeitarão aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, 
publicidade, eficiência e razoabilidade.
§ 1º – A moralidade e a razoabilidade dos atos do Poder Público serão apuradas, para 
efeito de controle e invalidação, em face dos dados objetivos de cada caso.
§ 2º – O agente público motivará o ato administrativo que praticar, explicitando-lhe o 
fundamento legal, o fático e a finalidade.
(...)
Art. 14 - Administração pública direta é a que compete a órgão de qualquer dos Poderes 
do Estado.
§ 7º – As relações jurídicas entre o Estado e o particular prestador de serviço público em 
virtude de delegação, sob a forma de concessão, permissão ou autorização, são regidas 
pelo direito público.
§ 12º – O Estado e os Municípios disciplinarão, por meio de lei, os consórcios públicos 
e os convênios de cooperação com os entes federados, autorizando a gestão associada 
de serviços públicos bem como a transferência total ou parcial de encargos, serviços, 
pessoal e bens essenciais à continuidade dos serviços transferidos.
Art. 15 – Lei estadual disciplinará o procedimento de licitação, obrigatória para a 
contratação de obra, serviço, compra, alienação, concessão e permissão, em todas as 
modalidades, para a administração pública direta, autárquica e fundacional, bem como 
para as empresas públicas e sociedades de economia mista.
CONSTITUIÇÃO 
ESTADUAL 1989
14 CONSTITUIÇÃO ESTADUAL DE 1989
§ 1º – Na licitação a cargo do Estado ou de entidade de administração indireta, observar-
se-ão, entre outros, sob pena de nulidade, os princípios de isonomia, publicidade, 
probidade administrativa, vinculação ao instrumento convocatório e julgamento 
objetivo.
Art. 18 – A aquisição de bem imóvel, a título oneroso, depende de avaliação prévia e 
de autorização legislativa, exigida ainda, para a alienação, a licitação, salvo nos casos de 
permuta e doação, observada a lei.
§ 1º – A alienação de bem móvel depende de avaliação prévia e de licitação, dispensável 
esta, na forma da lei, nos casos de:
I – doação;
II – permuta.
§ 2º – O uso especial de bem patrimonial do Estado por terceiro será objeto, na forma 
da lei, de:
I – concessão, mediante contrato de direito público, remunerada ou gratuita, ou a título 
de direito real resolúvel;
II – permissão;
III – cessão;
IV – autorização.
§ 3º – Os bens do patrimônio estadual devem ser cadastrados, zelados e tecnicamente 
identificados, especialmente as edificações de interesse administrativo, as terras 
públicas e a documentação dos serviços públicos.
§ 4º – O cadastramento e a identificação técnica dos imóveis do Estado, de que trata o 
parágrafo anterior, devem ser anualmente atualizados, garantido o acesso às informações 
neles contidas.
§ 5º – O disposto neste artigo se aplica às autarquias e às fundações públicas.
DAS ATRIBUIÇÕES DA ASSEMBLEIA LEGISLATIVA
Art. 61 – Cabe à Assembleia Legislativa, com a sanção do Governador, não exigida 
esta para o especificado no art. 62, dispor sobre todas as matérias de competência do 
Estado, especificamente:
(...)
XIV – bens do domínio público;
XV – aquisição onerosa e alienação de bem imóvel do Estado;
(...)
Art. 62 – Compete privativamente à Assembleia Legislativa:
 15CONSTITUIÇÃO ESTADUAL DE 1989
(...)
XXXIV – aprovar, previamente, a alienação ou a concessão de terra pública, ressalvados:
a) os casos previstos no § 2º do art. 246 e nos §§ 3º e 8º do art. 247;
b) a alienação ou a concessão de terras públicas e devolutas rurais previstas no art. 247, 
com área de até 100ha (cem hectares);
DA FISCALIZAÇÃO E DOS CONTROLES
Art. 76 – O controle externo, a cargo da Assembleia Legislativa, será exercido com o 
auxílio do Tribunal de Contas, ao qual compete:
(...)
XV – apreciar a legalidade, legitimidade, economicidade e razoabilidade de contrato, 
convênio, ajuste ou instrumento congênere que envolvam concessão, cessão, doação 
ou permissão de qualquer natureza, a título oneroso ou gratuito, de responsabilidade do 
Estado, por qualquer de seus órgãos ou entidade da administração indireta;
(...)DA POLÍTICA RURAL (vide Lei Estadual 11.020/1993, Decreto Estadual 34801/1993, 
Lei Federal 6383/1976)
Art. 247 – O Estado adotará programas de desenvolvimento rural destinados a fomentar 
a produção agropecuária, organizar o abastecimento alimentar, promover o bem-estar 
do homem que vive do trabalho da terra e fixá-lo no campo, compatibilizados com a 
política agrícola e com o plano de reforma agrária estabelecidos pela União.
§ 1º – Para a consecução dos objetivos indicados neste artigo, será assegurada, no 
planejamento e na execução da política rural, na forma da lei, a participação dos 
setores de produção, envolvendo produtores e trabalhadores rurais, e dos setores de 
comercialização, armazenamento, transportes e abastecimento, levando-se em conta, 
especialmente:
I – os instrumentos creditícios e fiscais; 
II – o incentivo à pesquisa tecnológica e científica e à difusão de seus resultados;
III – a assistência técnica e a extensão rural;
IV – o seguro agrícola;
V – o cooperativismo;
VI – a eletrificação rural e a irrigação;
VII – a habitação para o trabalhador rural;
VIII – o cumprimento da função social da propriedade;
16 CONSTITUIÇÃO ESTADUAL DE 1989
IX – a alienação ou a concessão, a qualquer título, de terra pública para assentamento 
de trabalhador rural ou produtor rural, pessoa física ou jurídica, ainda que por interposta 
pessoa, compatibilizadas com os objetivos da reforma agrária e limitadas a 100ha (cem 
hectares).
§ 2º – A alienação ou concessão de que trata o inciso IX do parágrafo anterior será 
permitida uma única vez a cada beneficiário, ainda que a negociação se verifique após 
o prazo fixado no § 4º.
§ 3º – Independem da prévia autorização legislativa:
I – a alienação ou concessão de terra pública previstas no plano de reforma agrária 
estadual, aprovado em lei;
II – a concessão gratuita do domínio de área devoluta rural não superior a 50ha (cinquenta 
hectares) a quem, nãosendo proprietário de imóvel rural ou urbano, a possua como 
sua, por 5 (cinco) anos ininterruptos, sem oposição, tenha nela sua moradia e a tenha 
tornado produtiva.
§ 4º – Será outorgado título de domínio ou de concessão de uso, inegociável pelo prazo 
de dez anos, ao beneficiário do disposto no inciso IX do § 1º que comprovar exploração 
efetiva e vinculação pessoal à terra, nos termos e condições previstos em lei.
§ 5º – O título de domínio e a concessão de uso serão conferidos ao homem ou à 
mulher, ou a ambos, independentemente do estado civil, nos termos e nas condições 
previstos em lei.
§ 6º – Quem tornar economicamente produtiva terra devoluta estadual e comprovar 
sua vinculação pessoal a ela terá preferência para adquirir-lhe o domínio, até a área 
de duzentos e cinquenta hectares, contra o pagamento do seu valor, acrescido dos 
emolumentos.
§ 7º – São vedadas a alienação e a concessão de terra pública:
I – a membro dos Poderes Executivo, Judiciário e Legislativo e a dirigente de órgão e 
entidade de administração pública direta e indireta;
II – a servidor de órgão ou entidade da Administração Pública vinculado ao sistema de 
política rural do Estado;
III – a proprietário de mais de duzentos e cinquenta hectares;
IV – a pessoa jurídica cuja titularidade do poder decisório seja de estrangeiro;
V – a cônjuge ou a parente consanguíneo ou afim, até o terceiro grau, ou por adoção, das 
autoridades e do servidor indicados, respectivamente, nos incisos I e II e de beneficiário 
de terra pública rural em área contígua à do beneficiário.
§ 8º – Na ação judicial discriminatória, o Estado poderá firmar acordo para a legitimação 
de terra devoluta rural com área de até 250ha (duzentos e cinquenta hectares), atendidos 
os seguintes requisitos:
I – cumprimento da função social, nos termos do art. 186 da Constituição Federal; e
II – devolução, pelo ocupante, da área remanescente.
 17CONSTITUIÇÃO ESTADUAL DE 1989
§ 9º – Serão encaminhados à Assembleia Legislativa:
I – relatório anual das atividades relacionadas com a alienação ou a concessão 
administrativa, sem prévia autorização legislativa, de terras públicas e devolutas;
II – relação das terras públicas e devolutas a serem legitimadas ou concedidas 
administrativamente, com antecedência mínima de 90 (noventa) dias da expedição do 
título ou da celebração do contrato.
Art. 248 – O Estado formulará, mediante lei, a política rural, conforme a regionalização 
prevista nesta Constituição, observadas as peculiaridades locais, para desenvolver e 
consolidar a diversificação e a especialização regionais, asseguradas as seguintes 
medidas:
I – implantação e manutenção de núcleos gratuitos de profissionalização específica;
II – criação e manutenção de fazendas-modelo e de serviços de preservação e controle 
da saúde animal;
III – divulgação de dados técnicos relevantes concernentes à política rural;
IV – oferta, pelo Poder Público, de infraestrutura de armazenagem, de garantia de 
mercado na área estadual e de sistema viário adequado ao escoamento da produção;
V – repressão ao uso de anabolizante e ao uso indiscriminado de agrotóxico;
VI – incentivo, com a participação do Município, à criação de granja, sítio e chácara em 
núcleo rural, em sistema familiar;
VII – estímulo à organização participativa da população rural;
VIII – adoção de treinamento de prática preventiva de medicinas humana e veterinária 
e de técnicas de exploração e de reposição florestal, compatibilizadas com a exploração 
do solo e a preservação do meio ambiente;
IX – oferta, pelo Poder Público, de escolas, postos de saúde, centros de lazer e centros 
de treinamento de mão de obra rural, e de condições para implantação de instalações 
de saneamento básico;
X – incentivo ao uso de tecnologias adequadas ao manejo do solo;
XI – programas de fornecimento de insumos básicos e de serviços de mecanização 
agrícola;
XII – programas de controle de erosão, de manutenção de fertilidade e de recuperação 
de solos degradados;
XIII – assistência técnica e extensão rural, com atendimento gratuito aos pequenos 
produtores rurais e suas formas associativas e aos beneficiários de projeto de reforma 
agrária;
XIV – prioridade para o abastecimento interno, notadamente no que diz respeito ao 
apoio aos produtores de gêneros alimentícios básicos;
XV – criação e manutenção de núcleos de demonstração e experimentação de tecnologia 
apropriada à pequena produção;
18 CONSTITUIÇÃO ESTADUAL DE 1989
XVI – apoio às iniciativas de comercialização direta entre pequenos produtores rurais e 
consumidores.
 19NORMAS FEDERAIS - Decreto Lei 3.365/1941
DECRETO-LEI Nº 3.365, DE 21 DE JUNHO DE 1941
Dispõe sobre desapropriações por utilidade pública.
O Presidente da República, usando da atribuição que lhe confere o art. 180 da 
Constituição, decreta :
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
Art. 1º A desapropriação por utilidade pública regular-se-á por esta lei, em todo o 
território nacional.
Art. 2º Mediante declaração de utilidade pública, todos os bens poderão ser 
desapropriados pela União, pelos Estados, Municípios, Distrito Federal e Territórios.
§ 1º A desapropriação do espaço aéreo ou do subsolo só se tornará necessária, quando 
de sua utilização resultar prejuízo patrimonial do proprietário do solo.
§ 2º Os bens do domínio dos Estados, Municípios, Distrito Federal e Territórios poderão 
ser desapropriados pela União, e os dos Municípios pelos Estados, mas, em qualquer 
caso, ao ato deverá preceder autorização legislativa.
§ 3º É vedada a desapropriação, pelos Estados, Distrito Federal, Territórios e Municípios 
de ações, cotas e direitos representativos do capital de instituições e empresas 
cujo funcionamento dependa de autorização do Governo Federal e se subordine à 
sua fiscalização, salvo mediante prévia autorização, por decreto do Presidente da 
República. (Incluído pelo Decreto-lei nº 856, de 1969)
Art. 3º Os concessionários de serviços públicos e os estabelecimentos de caráter público 
ou que exerçam funções delegadas de poder público poderão promover desapropriações 
mediante autorização expressa, constante de lei ou contrato.
Art. 4º A desapropriação poderá abranger a área contígua necessária ao desenvolvimento 
da obra a que se destina, e as zonas que se valorizarem extraordinariamente, em 
consequência da realização do serviço. Em qualquer caso, a declaração de utilidade 
pública deverá compreendê-las, mencionando-se quais as indispensáveis à continuação 
da obra e as que se destinam à revenda.
Parágrafo único. Quando a desapropriação destinar-se à urbanização ou à reurbanização 
realizada mediante concessão ou parceria público-privada, o edital de licitação poderá 
prever que a receita decorrente da revenda ou utilização imobiliária integre projeto 
associado por conta e risco do concessionário, garantido ao poder concedente no 
mínimo o ressarcimento dos desembolsos com indenizações, quando estas ficarem sob 
sua responsabilidade. (Incluído pela Lei nº 12.873, de 2013)
Art. 5º Consideram-se casos de utilidade pública:
NORMAS FEDERAIS
20 NORMAS FEDERAIS - Decreto Lei 3.365/1941
a) a segurança nacional;
b) a defesa do Estado;
c) o socorro público em caso de calamidade;
d) a salubridade pública;
e) a criação e melhoramento de centros de população, seu abastecimento regular de 
meios de subsistência;
f) o aproveitamento industrial das minas e das jazidas minerais, das águas e da energia 
hidráulica;
g) a assistência pública, as obras de higiene e decoração, casas de saúde, clínicas, 
estações de clima e fontes medicinais;
h) a exploração ou a conservação dos serviços públicos;
i) a abertura, conservação e melhoramento de vias ou logradouros públicos; a execução 
de planos de urbanização; o parcelamento do solo, com ou sem edificação, para sua 
melhor utilização econômica, higiênica ou estética; a construção ou ampliação de 
distritos industriais; (Redação dada pela Lei nº 9.785, de 1999)
j) o funcionamento dos meios de transporte coletivo;
k) a preservaçãoe conservação dos monumentos históricos e artísticos, isolados ou 
integrados em conjuntos urbanos ou rurais, bem como as medidas necessárias a manter-
lhes e realçar lhes os aspectos mais valiosos ou característicos e, ainda, a proteção de 
paisagens e locais particularmente dotados pela natureza;
l) a preservação e a conservação adequada de arquivos, documentos e outros bens 
moveis de valor histórico ou artístico;
m) a construção de edifícios públicos, monumentos comemorativos e cemitérios;
n) a criação de estádios, aeródromos ou campos de pouso para aeronaves;
o) a reedição ou divulgação de obra ou invento de natureza científica, artística ou 
literária;
p) os demais casos previstos por leis especiais.
§ 1º - A construção ou ampliação de distritos industriais, de que trata a 
alínea i do caput deste artigo, inclui o loteamento das áreas necessárias à instalação de 
indústrias e atividades correlatas, bem como a revenda ou locação dos respectivos lotes 
a empresas previamente qualificadas. (Incluído pela Lei nº 6.602, de 1978)
§ 2º - A efetivação da desapropriação para fins de criação ou ampliação de distritos 
industriais depende de aprovação, prévia e expressa, pelo Poder Público competente, 
do respectivo projeto de implantação. (Incluído pela Lei nº 6.602, de 1978)
§ 3º Ao imóvel desapropriado para implantação de parcelamento popular, destinado às 
classes de menor renda, não se dará outra utilização nem haverá retrocessão. (Incluído 
pela Lei nº 9.785, de 1999)
 21NORMAS FEDERAIS - Decreto Lei 3.365/1941
Art. 6º A declaração de utilidade pública far-se-á por decreto do Presidente da República, 
Governador, Interventor ou Prefeito.
Art. 7º Declarada a utilidade pública, ficam as autoridades administrativas autorizadas 
a penetrar nos prédios compreendidos na declaração, podendo recorrer, em caso de 
oposição, ao auxílio de força policial. Àquele que for molestado por excesso ou abuso 
de poder, cabe indenização por perdas e danos, sem prejuízo da ação penal.
Art. 8º O Poder Legislativo poderá tomar a iniciativa da desapropriação, cumprindo, 
neste caso, ao Executivo, praticar os atos necessários à sua efetivação.
Art. 9º Ao Poder Judiciário é vedado, no processo de desapropriação, decidir se se 
verificam ou não os casos de utilidade pública.
Art. 10. A desapropriação deverá efetivar-se mediante acordo ou intentar-se 
judicialmente, dentro de cinco anos, contados da data da expedição do respectivo 
decreto e findos os quais este caducará. (Vide Decreto-lei nº 9.282, de 1946) 
Neste caso, somente decorrido um ano, poderá ser o mesmo bem objeto de nova 
declaração.
Parágrafo único. Extingue-se em cinco anos o direito de propor ação que vise a 
indenização por restrições decorrentes de atos do Poder Público. (Incluído pela Medida 
Provisória nº 2.183-56, de 2001)
DO PROCESSO JUDICIAL
Art. 11. A ação, quando a União for autora, será proposta no Distrito Federal ou no foro 
da Capital do Estado onde for domiciliado o réu, perante o juízo privativo, se houver; 
sendo outro o autor, no foro da situação dos bens.
Art. 12. Somente os juízes que tiverem garantia de vitaliciedade, inamovibilidade e 
irredutibilidade de vencimentos poderão conhecer dos processos de desapropriação.
Art. 13. A petição inicial, além dos requisitos previstos no Código de Processo Civil, 
conterá a oferta do preço e será instruída com um exemplar do contrato, ou do jornal 
oficial que houver publicado o decreto de desapropriação, ou cópia autenticada dos 
mesmos, e a planta ou descrição dos bens e suas confrontações.
Parágrafo único. Sendo o valor da causa igual ou inferior a dois contos de réis (2:000$0), 
dispensam-se os autos suplementares.
Art. 14. Ao despachar a inicial, o juiz designará um perito de sua livre escolha, sempre 
que possível, técnico, para proceder à avaliação dos bens.
Parágrafo único. O autor e o réu poderão indicar assistente técnico do perito.
Art. 15. Se o expropriante alegar urgência e depositar quantia arbitrada de conformidade 
com o art. 685 do Código de Processo Civil, o juiz mandará imiti-lo provisoriamente na 
posse dos bens;
Parágrafo único. (Revogado pela Lei nº 2.786, de 1956)
22 NORMAS FEDERAIS - Decreto Lei 3.365/1941
§ 1º A imissão provisória poderá ser feita, independente da citação do réu, mediante o 
depósito: (Incluído pela Lei nº 2.786, de 1956)
a) do preço oferecido, se este for superior a 20 (vinte) vezes o valor locativo, caso o 
imóvel esteja sujeito ao imposto predial; (Incluída pela Lei nº 2.786, de 1956)
b) da quantia correspondente a 20 (vinte) vezes o valor locativo, estando o imóvel sujeito 
ao imposto predial e sendo menor o preço oferecido; (Incluída pela Lei nº 2.786, de 
1956)
c) do valor cadastral do imóvel, para fins de lançamento do imposto territorial, urbano 
ou rural, caso o referido valor tenha sido atualizado no ano fiscal imediatamente 
anterior; (Incluída pela Lei nº 2.786, de 1956)
d) não tendo havido a atualização a que se refere o inciso c, o juiz fixará independente 
de avaliação, a importância do depósito, tendo em vista a época em que houver sido 
fixado 
originalmente o valor cadastral e a valorização ou desvalorização posterior do 
imóvel. (Incluída pela Lei nº 2.786, de 1956)
§ 2º A alegação de urgência, que não poderá ser renovada, obrigará o expropriante a 
requerer a imissão provisória dentro do prazo improrrogável de 120 (cento e vinte) dias. 
(Incluído pela Lei nº 2.786, de 1956)
§ 3º Excedido o prazo fixado no parágrafo anterior não será concedida a imissão 
provisória. (Incluído pela Lei nº 2.786, de 1956)
§ 4º A imissão provisória na posse será registrada no registro de imóveis 
competente. (Incluído pela Lei nº 11.977, de 2009)
Art. 15-A No caso de imissão prévia na posse, na desapropriação por necessidade ou 
utilidade pública e interesse social, inclusive para fins de reforma agrária, havendo 
divergência entre o preço ofertado em juízo e o valor do bem, fixado na sentença, 
expressos em termos reais, incidirão juros compensatórios de até seis por cento ao ano 
sobre o valor da diferença eventualmente apurada, a contar da imissão na posse, vedado 
o cálculo de juros compostos. (Incluído pela Medida Provisória nº 2.183-56, de 2001)
§ 1º Os juros compensatórios destinam-se, apenas, a compensar a perda de renda 
comprovadamente sofrida pelo proprietário. (Incluído pela Medida Provisória nº 2.183-
56, de 2001) (Vide ADIN nº 2.332-2)
§ 2º Não serão devidos juros compensatórios quando o imóvel possuir graus de utilização 
da terra e de eficiência na exploração iguais a zero. (Incluído pela Medida Provisória nº 
2.183-56, de 2001) (Vide ADIN nº 2.332-2)
§ 3º O disposto no caput deste artigo aplica-se também às ações ordinárias de 
indenização por apossamento administrativo ou desapropriação indireta, bem assim às 
ações que visem a indenização por restrições decorrentes de atos do Poder Público, 
em especial aqueles destinados à proteção ambiental, incidindo os juros sobre o valor 
fixado na sentença. (Incluído pela Medida Provisória nº 2.183-56, de 2001)
 23NORMAS FEDERAIS - Decreto Lei 3.365/1941
§ 4º Nas ações referidas no § 3o, não será o Poder Público onerado por juros 
compensatórios relativos a período anterior à aquisição da propriedade ou posse titulada 
pelo autor da ação. (Incluído pela Medida Provisória nº 2.183-56, de 2001) (Vide ADIN 
nº 2.332-2)
Art. 15-B Nas ações a que se refere o art. 15-A, os juros moratórios destinam-se a 
recompor a perda decorrente do atraso no efetivo pagamento da indenização fixada na 
decisão final de mérito, e somente serão devidos à razão de até seis por cento ao ano, 
a partir de 1o de janeiro do exercício seguinte àquele em que o pagamento deveria ser 
feito, nos termos do art. 100 da Constituição. (Incluído pela Medida Provisória nº 2.183-
56, de 2001)
Art. 16. A citação far-se-á por mandado na pessoa do proprietário dos bens; a do marido 
dispensa a dá mulher; a de um sócio, ou administrador, a dos demais, quando o bem 
pertencera sociedade; a do administrador da coisa no caso de condomínio, exceto o 
de edifício de apartamento constituindo cada um propriedade autônoma, a dos demais 
condôminos e a do inventariante, e, se não houver, a do cônjuge, herdeiro, ou legatário, 
detentor da herança, a dos demais interessados, quando o bem pertencer a espólio.
Parágrafo único. Quando não encontrar o citando, mas ciente de que se encontra no 
território da jurisdição do juiz, o oficial portador do mandado marcará desde logo hora 
certa para a citação, ao fim de 48 horas, independentemente de nova diligência ou 
despacho.
Art. 17. Quando a ação não for proposta no foro do domicilio ou da residência do réu, a 
citação far-se-á por precatória, se ó mesmo estiver em lugar certo, fora do território da 
jurisdição do juiz.
Art. 18. A citação far-se-á por edital se o citando não for conhecido, ou estiver em lugar 
ignorado, incerto ou inacessível, ou, ainda, no estrangeiro, o que dois oficiais do juízo 
certificarão.
Art. 19. Feita a citação, a causa seguirá com o rito ordinário.
Art. 20. A contestação só poderá versar sobre vício do processo judicial ou impugnação 
do preço; qualquer outra questão deverá ser decidida por ação direta.
Art. 21. A instância não se interrompe. No caso de falecimento do réu, ou perda de sua 
capacidade civil, o juiz, logo que disso tenha conhecimento, nomeará curador à lide, até 
que se lhe habilite o interessado.
Parágrafo único. Os atos praticados da data do falecimento ou perda da capacidade à 
investidura do curador à lide poderão ser ratificados ou impugnados por ele, ou pelo 
representante do espólio, ou do incapaz.
Art. 22. Havendo concordância sobre o preço, o juiz o homologará por sentença no 
despacho saneador.
Art. 23. Findo o prazo para a contestação e não havendo concordância expressa quanto 
ao preço, o perito apresentará o laudo em cartório até cinco dias, pelo menos, antes da 
audiência de instrução e julgamento.
24 NORMAS FEDERAIS - Decreto Lei 3.365/1941
§ 1º O perito poderá requisitar das autoridades públicas os esclarecimentos ou 
documentos que se tornarem necessários à elaboração do laudo, e deverá indicar nele, 
entre outras circunstâncias atendíveis para a fixação da indenização, as enumeradas no 
art. 27.
Ser-lhe-ão abonadas, como custas, as despesas com certidões e, a arbítrio do juiz, as de 
outros documentos que juntar ao laudo.
§ 2º Antes de proferido o despacho saneador, poderá o perito solicitar prazo especial 
para apresentação do laudo.
Art. 24. Na audiência de instrução e julgamento proceder-se-á na conformidade do 
Código de Processo Civil. Encerrado o debate, o juiz proferirá sentença fixando o preço 
da indenização.
Parágrafo único. Se não se julgar habilitado a decidir, o juiz designará desde logo outra 
audiência que se realizará dentro de 10 dias afim de publicar a sentença.
Art. 25. O principal e os acessórios serão computados em parcelas autônomas.
Parágrafo único. O juiz poderá arbitrar quantia módica para desmonte e transporte de 
maquinismos instalados e em funcionamento.
Art. 26. No valor da indenização, que será contemporâneo da avaliação, não se incluirão 
os direitos de terceiros contra o expropriado. (Redação dada pela Lei nº 2.786, de 1956)
§ 1º Serão atendidas as benfeitorias necessárias feitas após a desapropriação; as úteis, 
quando feitas com autorização do expropriante. (Renumerado do Parágrafo Único pela 
Lei nº 4.686, de 1965)
§ 2º Decorrido prazo superior a um ano a partir da avaliação, o Juiz ou Tribunal, antes 
da decisão final, determinará a correção monetária do valor apurado, conforme índice 
que será fixado, trimestralmente, pela Secretaria de Planejamento da Presidência da 
República. (Redação dada pela Lei nº 6.306, de 1978)
Art. 27. O juiz indicará na sentença os fatos que motivaram o seu convencimento e 
deverá atender, especialmente, à estimação dos bens para efeitos fiscais; ao preço 
de aquisição e interesse que deles aufere o proprietário; à sua situação, estado de 
conservação e segurança; ao valor venal dos da mesma espécie, nos últimos cinco anos, 
e à valorização ou depreciação de área remanescente, pertencente ao réu.
§ 1º A sentença que fixar o valor da indenização quando este for superior ao preço 
oferecido condenará o desapropriante a pagar honorários do advogado, que serão 
fixados entre meio e cinco por cento do valor da diferença, observado o disposto no § 
4o do art. 20 do Código de Processo Civil, não podendo os honorários ultrapassar R$ 
151.000,00 (cento e cinquenta e um mil reais). (Redação dada Medida Provisória nº 
2.183-56, de 2001) (Vide ADIN nº 2.332-2)
§ 2º A transmissão da propriedade, decorrente de desapropriação amigável ou judicial, 
não ficará sujeita ao imposto de lucro imobiliário. (Incluído pela Lei nº 2.786, de 1956)
§ 3º O disposto no § 1o deste artigo se aplica: (Incluído pela Medida Provisória nº 2.183-
56, de 2001)
 25NORMAS FEDERAIS - Decreto Lei 3.365/1941
I - ao procedimento contraditório especial, de rito sumário, para o processo de 
desapropriação de imóvel rural, por interesse social, para fins de reforma agrária; 
(Incluído pela Medida Provisória nº 2.183-56, de 2001)
II - às ações de indenização por apossamento administrativo ou desapropriação 
indireta. (Incluído pela Medida Provisória nº 2.183-56, de 2001)
§ 4º O valor a que se refere o § 1o será atualizado, a partir de maio de 2000, no dia 
1o de janeiro de cada ano, com base na variação acumulada do Índice de Preços ao 
Consumidor Amplo - IPCA do respectivo período. (Incluído pela Medida Provisória nº 
2.183-56, de 2001)
Art. 28. Da sentença que fixar o preço da indenização caberá apelação com efeito 
simplesmente devolutivo, quando interposta pelo expropriado, e com ambos os efeitos, 
quando o for pelo expropriante.
§ 1 º A sentença que condenar a Fazenda Pública em quantia superior ao dobro da 
oferecida fica sujeita ao duplo grau de jurisdição. (Redação dada pela Lei nº 6.071, de 
1974)
§ 2º Nas causas de valor igual ou inferior a dois contos de réis (2:000$0), observar-se-á 
o disposto no art. 839 do Código de Processo Civil.
Art. 29. Efetuado o pagamento ou a consignação, expedir-se-á, em favor do expropriante, 
mandado de imissão de posse, valendo a sentença como título hábil para a transcrição 
no registro de imóveis.
Art. 30. As custas serão pagas pelo autor se o réu aceitar o preço oferecido; em caso 
contrário, pelo vencido, ou em proporção, na forma da lei.
DISPOSIÇÕES FINAIS
Art. 31. Ficam sub-rogados no preço quaisquer ônus ou direitos que recaiam sobre o 
bem expropriado.
Art. 32. O pagamento do preço será prévio e em dinheiro. (Redação dada pela Lei nº 
2.786, de 1956)
§ 1º As dívidas fiscais serão deduzidas dos valores depositados, quando inscritas e 
ajuizadas. (Incluído pela Lei nº 11.977, de 2009)
§ 2º Incluem-se na disposição prevista no § 1o as multas decorrentes de inadimplemento 
e de obrigações fiscais. (Incluído pela Lei nº 11.977, de 2009)
§ 3º A discussão acerca dos valores inscritos ou executados será realizada em ação 
própria. (Incluído pela Lei nº 11.977, de 2009)
Art. 33. O depósito do preço fixado por sentença, à disposição do juiz da causa, é 
considerado pagamento prévio da indenização.
26 NORMAS FEDERAIS - Decreto Lei 3.365/1941
§ 1º O depósito far-se-á no Banco do Brasil ou, onde este não tiver agência, em 
estabelecimento bancário acreditado, a critério do juiz. (Renumerado do Parágrafo 
Único pela Lei nº 2.786, de 1956)
§ 2º O desapropriado, ainda que discorde do preço oferecido, do arbitrado ou do fixado 
pela sentença, poderá levantar até 80% (oitenta por cento) do depósito feito para o fim 
previsto neste e no art. 15, observado o processo estabelecido no art. 34. (Incluído pela 
Lei nº 2.786, de 1956)
Art. 34. O levantamento do preço será deferido mediante prova de propriedade, de 
quitação de dívidas fiscais que recaiam sobre o bem expropriado, e publicação de editais, 
com o prazo de 10 dias, para conhecimento de terceiros.Parágrafo único. Se o juiz verificar que há dúvida fundada sobre o domínio, o preço 
ficará em depósito, ressalvada aos interessados a ação própria para disputá-lo.
Art. 34-A. Se houver concordância, reduzida a termo, do expropriado, a decisão concessiva 
da imissão provisória na posse implicará a aquisição da propriedade pelo expropriante 
com o consequente registro da propriedade na matrícula do imóvel. (Incluído pela Lei nº 
13.465, de 2017)
§ 1º A concordância escrita do expropriado não implica renúncia ao seu direito de 
questionar o preço ofertado em juízo. (Incluído pela Lei nº 13.465, de 2017)
§ 2º Na hipótese deste artigo, o expropriado poderá levantar 100% (cem por cento) do 
depósito de que trata o art. 33 deste Decreto-Lei. (Incluído pela Lei nº 13.465, de 2017)
§ 3º Do valor a ser levantado pelo expropriado devem ser deduzidos os valores dispostos 
nos §§ 1o e 2o do art. 32 deste Decreto-Lei, bem como, a critério do juiz, aqueles tidos 
como necessários para o custeio das despesas processuais. (Incluído pela Lei nº 13.465, 
de 2017)
Art. 35. Os bens expropriados, uma vez incorporados à Fazenda Pública, não podem ser 
objeto de reivindicação, ainda que fundada em nulidade do processo de desapropriação. 
Qualquer ação, julgada procedente, resolver-se-á em perdas e danos.
Art. 36. É permitida a ocupação temporária, que será indenizada, afinal, por ação 
própria, de terrenos não edificados, vizinhos às obras e necessários à sua realização. O 
expropriante prestará caução, quando exigida.
Art. 37. Aquele cujo bem for prejudicado extraordinariamente em sua destinação 
econômica pela desapropriação de áreas contíguas terá direito a reclamar perdas e 
danos do expropriante.
Art. 38. O réu responderá perante terceiros, e por ação própria, pela omissão ou 
sonegação de quaisquer informações que possam interessar à marcha do processo ou 
ao recebimento da indenização.
Art. 39. A ação de desapropriação pode ser proposta durante as férias forenses, e não 
se interrompe pela superveniência destas.
Art. 40. O expropriante poderá constituir servidões, mediante indenização na forma 
desta lei.
 27NORMAS FEDERAIS - Lei 4.132/1962
Art. 41. As disposições desta lei aplicam-se aos processos de desapropriação em 
curso, não se permitindo depois de sua vigência outros termos e atos além dos por ela 
admitidos, nem o seu processamento por forma diversa da que por ela é regulada.
Art. 42. No que esta lei for omissa aplica-se o Código de Processo Civil.
Art. 43. Esta lei entrará em vigor 10 dias depois de publicada, no Distrito Federal, e 30 
dias no Estados e Território do Acre, revogadas as disposições em contrário.
LEI Nº 4.132, DE 10 DE SETEMBRO DE 1962
Define os casos de desapropriação por interesse social e dispõe sobre sua aplicação.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu 
sanciono a seguinte lei:
Art. 1º A desapropriação por interesse social será decretada para promover a justa 
distribuição da propriedade ou condicionar o seu uso ao bem estar social, na forma do 
art. 147 da Constituição Federal.
Art. 2º Considera-se de interesse social:
I - o aproveitamento de todo bem improdutivo ou explorado sem correspondência com 
as necessidades de habitação, trabalho e consumo dos centros de população a que deve 
ou possa suprir por seu destino econômico;
II - a instalação ou a intensificação das culturas nas áreas em cuja exploração não se 
obedeça a plano de zoneamento agrícola, VETADO;
III - o estabelecimento e a manutenção de colônias ou cooperativas de povoamento e 
trabalho agrícola:
IV - a manutenção de posseiros em terrenos urbanos onde, com a tolerância expressa ou 
tácita do proprietário, tenham construído sua habilitação, formando núcleos residenciais 
de mais de 10 (dez) famílias;
V - a construção de casa populares;
VI - as terras e águas suscetíveis de valorização extraordinária, pela conclusão de obras 
e serviços públicos, notadamente de saneamento, portos, transporte, eletrificação 
armazenamento de água e irrigação, no caso em que não sejam ditas áreas socialmente 
aproveitadas;
VII - a proteção do solo e a preservação de cursos e mananciais de água e de reservas 
florestais.
VIII - a utilização de áreas, locais ou bens que, por suas características, sejam apropriados 
ao desenvolvimento de atividades turísticas. (Incluído pela Lei nº 6.513, de 20.12.77)
28 NORMAS FEDERAIS - Lei 6.001/1973
§ 1º O disposto no item I deste artigo só se aplicará nos casos de bens retirados de 
produção ou tratando-se de imóveis rurais cuja produção, por ineficientemente 
explorados, seja inferior à média da região, atendidas as condições naturais do seu solo 
e sua situação em relação aos mercados.
§ 2º As necessidades de habitação, trabalho e consumo serão apuradas anualmente 
segundo a conjuntura e condições econômicas locais, cabendo o seu estudo e 
verificação às autoridades encarregadas de velar pelo bem estar e pelo abastecimento 
das respectivas populações.
Art. 3º O expropriante tem o prazo de 2 (dois) anos, a partir da decretação da 
desapropriação por interesse social, para efetivar a aludida desapropriação e iniciar as 
providências de aproveitamento do bem expropriado.
Parágrafo único. VETADO.
Art. 4º Os bens desapropriados serão objeto de venda ou locação, a quem estiver em 
condições de dar-lhes a destinação social prevista.
Art. 5º No que esta lei for omissa aplicam-se as normas legais que regulam a desapropriação 
por unidade pública, inclusive no tocante ao processo e à justa indenização devida ao 
proprietário.
Art. 6º Revogam-se as disposições em contrário.
LEI Nº 6.001, DE 19 DE DEZEMBRO DE 1973
Dispõe sobre o Estatuto do Índio.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA , faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu 
sanciono a seguinte Lei:
TÍTULO I
Dos Princípios e Definições
Art. 1º Esta Lei regula a situação jurídica dos índios ou silvícolas e das comunidades 
indígenas, com o propósito de preservar a sua cultura e integrá-los, progressiva e 
harmoniosamente, à comunhão nacional.
Parágrafo único. Aos índios e às comunidades indígenas se estende a proteção das leis 
do País, nos mesmos termos em que se aplicam aos demais brasileiros, resguardados os 
usos, costumes e tradições indígenas, bem como as condições peculiares reconhecidas 
nesta Lei.
Art. 2° Cumpre à União, aos Estados e aos Municípios, bem como aos órgãos das 
respectivas administrações indiretas, nos limites de sua competência, para a proteção 
das comunidades indígenas e a preservação dos seus direitos:
 29NORMAS FEDERAIS - Lei 6.001/1973
I - estender aos índios os benefícios da legislação comum, sempre que possível a sua 
aplicação;
II - prestar assistência aos índios e às comunidades indígenas ainda não integrados à 
comunhão nacional;
III - respeitar, ao proporcionar aos índios meios para o seu desenvolvimento, as 
peculiaridades inerentes à sua condição;
IV - assegurar aos índios a possibilidade de livre escolha dos seus meios de vida e 
subsistência;
V - garantir aos índios a permanência voluntária no seu habitat , proporcionando-lhes ali 
recursos para seu desenvolvimento e progresso;
VI - respeitar, no processo de integração do índio à comunhão nacional, a coesão das 
comunidades indígenas, os seus valores culturais, tradições, usos e costumes;
VII - executar, sempre que possível mediante a colaboração dos índios, os programas e 
projetos tendentes a beneficiar as comunidades indígenas;
VIII - utilizar a cooperação, o espírito de iniciativa e as qualidades pessoais do índio, 
tendo em vista a melhoria de suas condições de vida e a sua integração no processo de 
desenvolvimento;
IX - garantir aos índios e comunidades indígenas, nos termos da Constituição, a posse 
permanente das terras que habitam, reconhecendo-lhes o direito ao usufruto exclusivo 
das riquezas naturais e de todas as utilidades naquelas terras existentes;
X - garantir aos índios o pleno exercício dos direitos civis e políticos que em face da 
legislação lhescouberem.
Parágrafo único. (Vetado).
Art. 3º Para os efeitos de lei, ficam estabelecidas as definições a seguir discriminadas:
I - Índio ou Silvícola - É todo indivíduo de origem e ascendência pré-colombiana que 
se identifica e é identificado como pertencente a um grupo étnico cujas características 
culturais o distinguem da sociedade nacional;
II - Comunidade Indígena ou Grupo Tribal - É um conjunto de famílias ou comunidades 
índias, quer vivendo em estado de completo isolamento em relação aos outros setores 
da comunhão nacional, quer em contatos intermitentes ou permanentes, sem contudo 
estarem neles integrados.
Art. 4º Os índios são considerados:
I - Isolados - Quando vivem em grupos desconhecidos ou de que se possuem poucos e 
vagos informes através de contatos eventuais com elementos da comunhão nacional;
II - Em vias de integração - Quando, em contato intermitente ou permanente com 
grupos estranhos, conservam menor ou maior parte das condições de sua vida nativa, 
mas aceitam algumas práticas e modos de existência comuns aos demais setores da 
comunhão nacional, da qual vão necessitando cada vez mais para o próprio sustento;
30 NORMAS FEDERAIS - Lei 6.001/1973
III - Integrados - Quando incorporados à comunhão nacional e reconhecidos no 
pleno exercício dos direitos civis, ainda que conservem usos, costumes e tradições 
característicos da sua cultura.
TÍTULO II
Dos Direitos Civis e Políticos
CAPÍTULO I
Dos Princípios
Art. 5º Aplicam-se aos índios ou silvícolas as normas dos artigos 145 e 146, da 
Constituição Federal, relativas à nacionalidade e à cidadania.
Parágrafo único. O exercício dos direitos civis e políticos pelo índio depende da 
verificação das condições especiais estabelecidas nesta Lei e na legislação pertinente.
Art. 6º Serão respeitados os usos, costumes e tradições das comunidades indígenas e 
seus efeitos, nas relações de família, na ordem de sucessão, no regime de propriedade e 
nos atos ou negócios realizados entre índios, salvo se optarem pela aplicação do direito 
comum.
Parágrafo único. Aplicam-se as normas de direito comum às relações entre índios não 
integrados e pessoas estranhas à comunidade indígena, excetuados os que forem menos 
favoráveis a eles e ressalvado o disposto nesta Lei.
CAPÍTULO Il
Da Assistência ou Tutela
Art. 7º Os índios e as comunidades indígenas ainda não integrados à comunhão nacional 
ficam sujeito ao regime tutelar estabelecido nesta Lei.
§ 1º Ao regime tutelar estabelecido nesta Lei aplicam-se no que couber, os princípios 
e normas da tutela de direito comum, independendo, todavia, o exercício da tutela da 
especialização de bens imóveis em hipoteca legal, bem como da prestação de caução 
real ou fidejussória.
§ 2º Incumbe a tutela à União, que a exercerá através do competente órgão federal de 
assistência aos silvícolas.
Art. 8º São nulos os atos praticados entre o índio não integrado e qualquer pessoa 
estranha à comunidade indígena quando não tenha havido assistência do órgão tutelar 
competente.
 31NORMAS FEDERAIS - Lei 6.001/1973
Parágrafo único. Não se aplica a regra deste artigo no caso em que o índio revele 
consciência e conhecimento do ato praticado, desde que não lhe seja prejudicial, e da 
extensão dos seus efeitos.
Art. 9º Qualquer índio poderá requerer ao Juiz competente a sua liberação do regime 
tutelar previsto nesta Lei, investindo-se na plenitude da capacidade civil, desde que 
preencha os requisitos seguintes:
I - idade mínima de 21 anos;
II - conhecimento da língua portuguesa;
III - habilitação para o exercício de atividade útil, na comunhão nacional;
IV - razoável compreensão dos usos e costumes da comunhão nacional.
Parágrafo único. O Juiz decidirá após instrução sumária, ouvidos o órgão de assistência 
ao índio e o Ministério Público, transcrita a sentença concessiva no registro civil.
Art. 10. Satisfeitos os requisitos do artigo anterior e a pedido escrito do interessado, 
o órgão de assistência poderá reconhecer ao índio, mediante declaração formal, a 
condição de integrado, cessando toda restrição à capacidade, desde que, homologado 
judicialmente o ato, seja inscrito no registro civil.
Art. 11. Mediante decreto do Presidente da República, poderá ser declarada a emancipação 
da comunidade indígena e de seus membros, quanto ao regime tutelar estabelecido 
em lei, desde que requerida pela maioria dos membros do grupo e comprovada, em 
inquérito realizado pelo órgão federal competente, a sua plena integração na comunhão 
nacional.
Parágrafo único. Para os efeitos do disposto neste artigo, exigir-se-á o preenchimento, 
pelos requerentes, dos requisitos estabelecidos no artigo 9º.
CAPÍTULO III
Do Registro Civil
Art. 12. Os nascimentos e óbitos, e os casamentos civis dos índios não integrados, 
serão registrados de acordo com a legislação comum, atendidas as peculiaridades de 
sua condição quanto à qualificação do nome, prenome e filiação.
Parágrafo único. O registro civil será feito a pedido do interessado ou da autoridade 
administrativa competente.
Art. 13. Haverá livros próprios, no órgão competente de assistência, para o registro 
administrativo de nascimentos e óbitos dos índios, da cessação de sua incapacidade e 
dos casamentos contraídos segundo os costumes tribais.
Parágrafo único. O registro administrativo constituirá, quando couber documento hábil 
para proceder ao registro civil do ato correspondente, admitido, na falta deste, como 
meio subsidiário de prova.
32 NORMAS FEDERAIS - Lei 6.001/1973
CAPÍTULO IV
Das Condições de Trabalho
Art. 14. Não haverá discriminação entre trabalhadores indígenas e os demais 
trabalhadores, aplicando-se-lhes todos os direitos e garantias das leis trabalhistas e de 
previdência social.
Parágrafo único. É permitida a adaptação de condições de trabalho aos usos e costumes 
da comunidade a que pertencer o índio.
Art. 15. Será nulo o contrato de trabalho ou de locação de serviços realizado com os 
índios de que trata o artigo 4°, I.
Art. 16. Os contratos de trabalho ou de locação de serviços realizados com indígenas 
em processo de integração ou habitantes de parques ou colônias agrícolas dependerão 
de prévia aprovação do órgão de proteção ao índio, obedecendo, quando necessário, a 
normas próprias.
§ 1º Será estimulada a realização de contratos por equipe, ou a domicílio, sob a orientação 
do órgão competente, de modo a favorecer a continuidade da via comunitária.
§ 2º Em qualquer caso de prestação de serviços por indígenas não integrados, o órgão 
de proteção ao índio exercerá permanente fiscalização das condições de trabalho, 
denunciando os abusos e providenciando a aplicação das sanções cabíveis.
§ 3º O órgão de assistência ao indígena propiciará o acesso, aos seus quadros, de índios 
integrados, estimulando a sua especialização indigenista.
TÍTULO III
Das Terras dos Índios
CAPÍTULO I
Das Disposições Gerais
Art. 17. Reputam-se terras indígenas:
I - as terras ocupadas ou habitadas pelos silvícolas, a que se referem os artigos 4º, IV, 
e 198, da Constituição; (Regulamento) (Vide Decreto nº 22, de 1991) (Vide Decreto nº 
1.775, de 1996)
II - as áreas reservadas de que trata o Capítulo III deste Título;
III - as terras de domínio das comunidades indígenas ou de silvícolas.
 33NORMAS FEDERAIS - Lei 6.001/1973
Art. 18. As terras indígenas não poderão ser objeto de arrendamento ou de qualquer 
ato ou negócio jurídico que restrinja o pleno exercício da posse direta pela comunidade 
indígena ou pelos silvícolas.
§ 1º Nessas áreas, é vedada a qualquer pessoa estranha aos grupos tribais ou 
comunidades indígenas a prática da caça, pesca ou coleta de frutos, assim como de 
atividade agropecuária ou extrativa.
§ 2º (Vetado).
Art. 19. As terras indígenas, por iniciativa e sob orientação do órgão federal de 
assistência ao índio, serão administrativamente demarcadas, de acordo com o processo 
estabelecido em decreto do Poder Executivo.
§ 1º A demarcação promovida nos termos deste artigo, homologada pelo Presidenteda 
República, será registrada em livro próprio do Serviço do Patrimônio da União (SPU) e 
do registro imobiliário da comarca da situação das terras.
§ 2º Contra a demarcação processada nos termos deste artigo não caberá a concessão 
de interdito possessório, facultado aos interessados contra ela recorrer à ação petitória 
ou à demarcatória.
Art. 20. Em caráter excepcional e por qualquer dos motivos adiante enumerados, poderá 
a União intervir, se não houver solução alternativa, em área indígena, determinada a 
providência por decreto do Presidente da República.
1º A intervenção poderá ser decretada:
a) para pôr termo à luta entre grupos tribais;
b) para combater graves surtos epidêmicos, que possam acarretar o extermínio da 
comunidade indígena, ou qualquer mal que ponha em risco a integridade do silvícola ou 
do grupo tribal;
c) por imposição da segurança nacional;
d) para a realização de obras públicas que interessem ao desenvolvimento nacional;
e) para reprimir a turbação ou esbulho em larga escala;
f) para a exploração de riquezas do subsolo de relevante interesse para a segurança e o 
desenvolvimento nacional.
2º A intervenção executar-se-á nas condições estipuladas no decreto e sempre por 
meios suasórios, dela podendo resultar, segundo a gravidade do fato, uma ou algumas 
das medidas seguintes:
a) contenção de hostilidades, evitando-se o emprego de força contra os índios;
b) deslocamento temporário de grupos tribais de uma para outra área;
c) remoção de grupos tribais de uma para outra área.
3º Somente caberá a remoção de grupo tribal quando de todo impossível ou 
desaconselhável a sua permanência na área sob intervenção, destinando-se à comunidade 
indígena removida área equivalente à anterior, inclusive quanto às condições ecológicas.
34 NORMAS FEDERAIS - Lei 6.001/1973
4º A comunidade indígena removida será integralmente ressarcida dos prejuízos 
decorrentes da remoção.
5º O ato de intervenção terá a assistência direta do órgão federal que exercita a tutela 
do índio.
Art. 21. As terras espontânea e definitivamente abandonadas por comunidade indígena 
ou grupo tribal reverterão, por proposta do órgão federal de assistência ao índio e 
mediante ato declaratório do Poder Executivo, à posse e ao domínio pleno da União.
CAPÍTULO II
Das Terras Ocupadas
Art. 22. Cabe aos índios ou silvícolas a posse permanente das terras que habitam e o 
direito ao usufruto exclusivo das riquezas naturais e de todas as utilidades naquelas 
terras existentes.
Parágrafo único. As terras ocupadas pelos índios, nos termos deste artigo, serão bens 
inalienáveis da União (artigo 4º, IV, e 198, da Constituição Federal).
Art. 23. Considera-se posse do índio ou silvícola a ocupação efetiva da terra que, de 
acordo com os usos, costumes e tradições tribais, detém e onde habita ou exerce 
atividade indispensável à sua subsistência ou economicamente útil.
Art. 24. O usufruto assegurado aos índios ou silvícolas compreende o direito à posse, 
uso e percepção das riquezas naturais e de todas as utilidades existentes nas terras 
ocupadas, bem assim ao produto da exploração econômica de tais riquezas naturais e 
utilidades.
§ 1° Incluem-se, no usufruto, que se estende aos acessórios e seus acrescidos, o uso dos 
mananciais e das águas dos trechos das vias fluviais compreendidos nas terras ocupadas.
§ 2° É garantido ao índio o exclusivo exercício da caça e pesca nas áreas por ele ocupadas, 
devendo ser executadas por forma suasória as medidas de polícia que em relação a ele 
eventualmente tiverem de ser aplicadas.
Art. 25. O reconhecimento do direito dos índios e grupos tribais à posse permanente 
das terras por eles habitadas, nos termos do artigo 198, da Constituição Federal, 
independerá de sua demarcação, e será assegurado pelo órgão federal de assistência 
aos silvícolas, atendendo à situação atual e ao consenso histórico sobre a antiguidade 
da ocupação, sem prejuízo das medidas cabíveis que, na omissão ou erro do referido 
órgão, tomar qualquer dos Poderes da República.
CAPÍTULO III
Das Áreas Reservadas
 35NORMAS FEDERAIS - Lei 6.001/1973
Art. 26. A União poderá estabelecer, em qualquer parte do território nacional, áreas 
destinadas à posse e ocupação pelos índios, onde possam viver e obter meios de 
subsistência, com direito ao usufruto e utilização das riquezas naturais e dos bens nelas 
existentes, respeitadas as restrições legais.
Parágrafo único. As áreas reservadas na forma deste artigo não se confundem com as 
de posse imemorial das tribos indígenas, podendo organizar-se sob uma das seguintes 
modalidades:
a) reserva indígena;
b) parque indígena;
c) colônia agrícola indígena.
Art. 27. Reserva indígena é uma área destinada a servidor de habitat a grupo indígena, 
com os meios suficientes à sua subsistência.
Art. 28. Parque indígena é a área contida em terra na posse de índios, cujo grau de 
integração permita assistência econômica, educacional e sanitária dos órgãos da União, 
em que se preservem as reservas de flora e fauna e as belezas naturais da região.
§ 1º Na administração dos parques serão respeitados a liberdade, usos, costumes e 
tradições dos índios.
§ 2° As medidas de polícia, necessárias à ordem interna e à preservação das riquezas 
existentes na área do parque, deverão ser tomadas por meios suasórios e de acordo 
com o interesse dos índios que nela habitem.
§ 3º O loteamento das terras dos parques indígenas obedecerá ao regime de propriedade, 
usos e costumes tribais, bem como às normas administrativas nacionais, que deverão 
ajustar-se aos interesses das comunidades indígenas.
Art. 29. Colônia agrícola indígena é a área destinada à exploração agropecuária, 
administrada pelo órgão de assistência ao índio, onde convivam tribos aculturadas e 
membros da comunidade nacional.
Art. 30. Território federal indígena é a unidade administrativa subordinada à União, 
instituída em região na qual pelo menos um terço da população seja formado por índios.
Art. 31. As disposições deste Capítulo serão aplicadas, no que couber, às áreas em que 
a posse decorra da aplicação do artigo 198, da Constituição Federal.
CAPÍTULO IV
Das Terras de Domínio Indígena
Art. 32. São de propriedade plena do índio ou da comunidade indígena, conforme o 
caso, as terras havidas por qualquer das formas de aquisição do domínio, nos termos da 
legislação civil.
36 NORMAS FEDERAIS - Lei 6.001/1973
Art. 33. O índio, integrado ou não, que ocupe como próprio, por dez anos consecutivos, 
trecho de terra inferior a cinquenta hectares, adquirir-lhe-á a propriedade plena.
Parágrafo único. O disposto neste artigo não se aplica às terras do domínio da União, 
ocupadas por grupos tribais, às áreas reservadas de que trata esta Lei, nem às terras de 
propriedade coletiva de grupo tribal.
CAPÍTULO V
Da Defesa das Terras Indígenas
Art. 34. O órgão federal de assistência ao índio poderá solicitar a colaboração das Forças 
Armadas e Auxiliares e da Polícia Federal, para assegurar a proteção das terras ocupadas 
pelos índios e pelas comunidades indígenas.
Art. 35. Cabe ao órgão federal de assistência ao índio a defesa judicial ou extrajudicial 
dos direitos dos silvícolas e das comunidades indígenas.
Art. 36. Sem prejuízo do disposto no artigo anterior, compete à União adotar as medidas 
administrativas ou propor, por intermédio do Ministério Público Federal, as medidas 
judiciais adequadas à proteção da posse dos silvícolas sobre as terras que habitem.
Parágrafo único. Quando as medidas judiciais previstas neste artigo forem propostas 
pelo órgão federal de assistência, ou contra ele, a União será litisconsorte ativa ou 
passiva.
Art. 37. Os grupos tribais ou comunidades indígenas são partes legítimas para a defesa 
dos seus direitos em juízo, cabendo-lhes, no caso, a assistência do Ministério Público 
Federal ou do órgão de proteção ao índio.
Art. 38. As terras indígenas são inusucapíveis e sobre elas não poderá recair 
desapropriação, salvo o previsto no artigo 20.
TÍTULO IV
Dos Bens eRenda do Patrimônio Indígena
Art. 39. Constituem bens do Patrimônio Indígena:
I - as terras pertencentes ao domínio dos grupos tribais ou comunidades indígenas;
II - o usufruto exclusivo das riquezas naturais e de todas as utilidades existentes nas terras 
ocupadas por grupos tribais ou comunidades indígenas e nas áreas a eles reservadas;
III - os bens móveis ou imóveis, adquiridos a qualquer título.
Art. 40. São titulares do Patrimônio Indígena:
I - a população indígena do País, no tocante a bens ou rendas pertencentes ou destinadas 
aos silvícolas, sem discriminação de pessoas ou grupos tribais;
 37NORMAS FEDERAIS - Lei 6.001/1973
II - o grupo tribal ou comunidade indígena determinada, quanto à posse e usufruto das 
terras por ele exclusivamente ocupadas, ou a ele reservadas;
III - a comunidade indígena ou grupo tribal nomeado no título aquisitivo da propriedade, 
em relação aos respectivos imóveis ou móveis.
Art. 41. Não integram o Patrimônio Indígena:
I - as terras de exclusiva posse ou domínio do índio ou silvícola, individualmente 
considerado, e o usufruto das
respectivas riquezas naturais e utilidades;
II - a habitação, os móveis e utensílios domésticos, os objetos de uso pessoal, os 
instrumentos de trabalho e os produtos da lavoura, caça, pesca e coleta ou do trabalho 
em geral dos silvícolas.
Art. 42. Cabe ao órgão de assistência a gestão do Patrimônio Indígena, propiciando-se, 
porém, a participação dos silvícolas e dos grupos tribais na administração dos próprios 
bens, sendo-lhes totalmente confiado o encargo, quando demonstrem capacidade 
efetiva para o seu exercício.
Parágrafo único. O arrolamento dos bens do Patrimônio Indígena será permanentemente 
atualizado, procedendo-se à fiscalização rigorosa de sua gestão, mediante controle 
interno e externo, a fim de tornar efetiva a responsabilidade dos seus administradores.
Art. 43. A renda indígena é a resultante da aplicação de bens e utilidades integrantes do 
Patrimônio Indígena, sob a responsabilidade do órgão de assistência ao índio.
§ 1º A renda indígena será preferencialmente reaplicada em atividades rentáveis ou 
utilizada em programas de assistência ao índio.
§ 2° A reaplicação prevista no parágrafo anterior reverterá principalmente em benefício 
da comunidade que produziu os primeiros resultados econômicos.
Art. 44. As riquezas do solo, nas áreas indígenas, somente pelos silvícolas podem ser 
exploradas, cabendo-lhes com exclusividade o exercício da garimpagem, faiscação e 
cata das áreas referidas. (Regulamento)
Art. 45. A exploração das riquezas do subsolo nas áreas pertencentes aos índios, ou 
do domínio da União, mas na posse de comunidades indígenas, far-se-á nos termos da 
legislação vigente, observado o disposto nesta Lei. (Regulamento)
§ 1º O Ministério do Interior, através do órgão competente de assistência aos índios, 
representará os interesses da União, como proprietária do solo, mas a participação no 
resultado da exploração, as indenizações e a renda devida pela ocupação do terreno, 
reverterão em benefício dos índios e constituirão fontes de renda indígena.
§ 2º Na salvaguarda dos interesses do Patrimônio Indígena e do bem-estar dos silvícolas, 
a autorização de pesquisa ou lavra, a terceiros, nas posses tribais, estará condicionada a 
prévio entendimento com o órgão de assistência ao índio.
38 NORMAS FEDERAIS - Lei 6.001/1973
Art. 46. O corte de madeira nas florestas indígenas, consideradas em regime de 
preservação permanente, de acordo com a letra g e § 2º, do artigo 3°, do Código Florestal, 
está condicionado à existência de programas ou projetos para o aproveitamento das 
terras respectivas na exploração agropecuária, na indústria ou no reflorestamento.
TÍTULO V
Da Educação, Cultura e Saúde
Art. 47. É assegurado o respeito ao patrimônio cultural das comunidades indígenas, 
seus valores artísticos e meios de expressão.
Art. 48. Estende-se à população indígena, com as necessárias adaptações, o sistema de 
ensino em vigor no País.
Art. 49. A alfabetização dos índios far-se-á na língua do grupo a que pertençam, e em 
português, salvaguardado o uso da primeira.
Art. 50. A educação do índio será orientada para a integração na comunhão nacional 
mediante processo de gradativa compreensão dos problemas gerais e valores da 
sociedade nacional, bem como do aproveitamento das suas aptidões individuais.
Art. 51. A assistência aos menores, para fins educacionais, será prestada, quanto possível, 
sem afastá-los do convívio familiar ou tribal.
Art. 52. Será proporcionada ao índio a formação profissional adequada, de acordo com 
o seu grau de aculturação.
Art. 53. O artesanato e as indústrias rurais serão estimulados, no sentido de elevar o 
padrão de vida do índio com a conveniente adaptação às condições técnicas modernas.
Art. 54. Os índios têm direito aos meios de proteção à saúde facultados à comunhão 
nacional.
Parágrafo único. Na infância, na maternidade, na doença e na velhice, deve ser assegurada 
ao silvícola, especial assistência dos poderes públicos, em estabelecimentos a esse fim 
destinados.
Art. 55. O regime geral da previdência social será extensivo aos índios, atendidas as 
condições sociais, econômicas e culturais das comunidades beneficiadas.
TÍTULO VI
Das Normas Penais
CAPÍTULO I
 39NORMAS FEDERAIS - Lei 6.001/1973
Dos Princípios
Art. 56. No caso de condenação de índio por infração penal, a pena deverá ser atenuada 
e na sua aplicação o Juiz atenderá também ao grau de integração do silvícola.
Parágrafo único. As penas de reclusão e de detenção serão cumpridas, se possível, 
em regime especial de semiliberdade, no local de funcionamento do órgão federal de 
assistência aos índios mais próximos da habitação do condenado.
Art. 57. Será tolerada a aplicação, pelos grupos tribais, de acordo com as instituições 
próprias, de sanções penais ou disciplinares contra os seus membros, desde que não 
revistam caráter cruel ou infamante, proibida em qualquer caso a pena de morte.
CAPÍTULO II
Dos Crimes Contra os Índios
Art. 58. Constituem crimes contra os índios e a cultura indígena:
I - escarnecer de cerimônia, rito, uso, costume ou tradição culturais indígenas, vilipendiá-
los ou perturbar, de qualquer modo, a sua prática. Pena - detenção de um a três meses;
II - utilizar o índio ou comunidade indígena como objeto de propaganda turística ou de 
exibição para fins lucrativos.
Pena - detenção de dois a seis meses;
III - propiciar, por qualquer meio, a aquisição, o uso e a disseminação de bebidas 
alcoólicas, nos grupos tribais ou entre índios não integrados. Pena - detenção de seis 
meses a dois anos.
Parágrafo único. As penas estatuídas neste artigo são agravadas de um terço, quando 
o crime for praticado por funcionário ou empregado do órgão de assistência ao índio.
Art. 59. No caso de crime contra a pessoa, o patrimônio ou os costumes, em que o 
ofendido seja índio não integrado ou comunidade indígena, a pena será agravada de um 
terço.
TÍTULO VII
Disposições Gerais
Art. 60. Os bens e rendas do Patrimônio Indígena gozam de plena isenção tributária.
Art. 61. São extensivos aos interesses do Patrimônio Indígena os privilégios da Fazenda 
Pública, quanto à impenhorabilidade de bens, rendas e serviços, ações especiais, prazos 
processuais, juros e custas.
40 NORMAS FEDERAIS - Lei 6.383/1976
Art. 62. Ficam declaradas a nulidade e a extinção dos efeitos jurídicos dos atos de 
qualquer natureza que tenham por objeto o domínio, a posse ou a ocupação das terras 
habitadas pelos índios ou comunidades indígenas.
§ 1° Aplica-se o disposto deste artigo às terras que tenham sido desocupadas pelos 
índios ou comunidades indígenas em virtude de ato ilegítimo de autoridade e particular.
§ 2º Ninguém terá direito a ação ou indenização contra a União, o órgão de assistência 
ao índio ou os silvícolas em virtude da nulidade e extinção de que trata este artigo, ou 
de suas consequências econômicas.
§ 3º Em caráter excepcional e a juízo exclusivo do dirigente do

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