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IBADEP Institu to B íblico da A ssem bléia de Deus - E nsino e pesquisa IBADEP - Institu to B íblico da A ssem bléia de Deus - E nsino e Pesquisa Av. B rasil, S/N° - E letrosiü - Cx. Postal 248 85980-000 - G uaíra - PR Fone/Fax: (44) 3642-2581 / 3642-6961 / 3642-5431 E-m ail: íbadep a ibadep.com Site: www.ibadep.com A luno(a):................................................................................... DIGITALIZAÇÃO IBADEP ESDRAS DIGITAL E PASTOR DIGITAL http://www.ibadep.com Geografia Bíblica Pesquisado e adaptado pela Equipe Redatorial para Curso exclusivo do IBADEP - Instituto Bíblico das Igrejas Evangélicas Assembléias de Deus do Estado do Paraná. Com auxílio de adaptação e esboço de vários ensinadores Mapas T01 a T04: Extraído da Bíblia de Referência Thompson, Frank Charles Thompson, Mapas 1 a 16, São Paulo: Editora Vida, 1992. Mapas P01 a P15: Extraído da Bíblia de Estudo Pentecostal, Donald C. Stamps, Rio de Janeiro: CPAD, 1995. Mapas T01 a T04 foram utilizados com a devida autorização da Editora Vida. Todos os direitos reservados. Os infratores estarão sujeitos às penalidades da lei. Mapas P01 a P15 foram utilizados com a devida autorização da Sociedade Bíblica do Brasil. Todos os Direitos Reservados. Os infratores estarão sujeitos às penalidades da lei. 9a Edição - Abril/2007 Todos os direitos reservados ao IBADEP Diretorias CIEADEP Pr. José Pimentel de Carvalho - Presidente de Honra Pr. Israel Sodré - Presidente Pr. José Anunciação dos Santos - I o Vice-Presidente Pr. Moisés Lacour - 2o Vice-Presidente Pr. Ival Theodoro da Silva - I o Secretário Pr. Samuel Azevedo dos Santos - 2o Secretário Pr. Simão Bilek - I o Tesoureiro Pr. Mirislan Douglas Scheffel - 2o Tesoureiro AEADEPAR - Conselho Deliberativo Pr. Israel Sodré - Presidente Pr. Ival Teodoro da Silva - Relator Pr. José Anunciação dos Santos - Membro Pr. Moisés Lacour - Membro Pr. Samuel Azevedo dos Santos - Membro Pr. Simão Bilek - Membro Pr. Mirislan Douglas Scheffel - Membro Pr. José Carlos Correia - Membro Pr. Perci Fontoura - Membro AEADEPAR - Conselho de Administração Pr. José Polini - Presidente Pr. Robson José Brito - Vice-Presidente Pr. Moysés Ramos - I o Secretário Pr. Hercílio Tenório de Barros - 2o Secretário Pr. Edilson dos Santos Siqueira - I o Tesoureiro Pr. Luiz Carlos Firmino - 2o Tesoureiro IBADEP Pr. Hércules Carvalho Denobi - Coord. Administrativo Pr. José Carlos Teodoro Delfino - Coord. Financeiro Cremos 1) Em um só Deus, eternamente subsistente em três pessoas: O Pai, Filho e o Espírito Santo. (Dt 6.4; Mt 28.19; Mc 12.29). 2) Na inspiração verbal da Bíblia Sagrada, única regra infalível de fé normativa para a vida e o caráter cristão (2Tm 3.14-17). 3 ) Na concepção virginal de Jesus, em sua morte vicária e expiatória, em sua ressurreição corporal dentre os mortos e sua ascensão vitoriosa aos céus (Is 7.14; Rm 8.34 e At 1.9). 4 ) Na pecaminosidade do homem que o destituiu da glória de Deus, e que somente o arrependimento e a fé na obra expiatória e redentora de Jesus Cristo é que pode restaurá- lo a Deus (Rm 3.23 e At 3.19). 5) Na necessidade absoluta do novo nascimento pela fé em Cristo e pelo poder atuante do Espírito Santo e da Palavra de Deus, para tornar o homem digno do Reino dos Céus (Jo 3.3-8). 6) No perdão dos pecados, na salvação presente e perfeita e na eterna justificação da alma recebidos gratuitamente de Deus pela fé no sacrifício efetuado por Jesus Cristo em nosso favor (At 10.43; Rm 10.13; 3.24-26 e Hb 7.25; 5.9). 7) No batismo bíblico efetuado por imersão do corpo inteiro uma só vez em águas, em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, conforme determinou o Senhor Jesus Cristo (Mt 28.19; Rm 6.1-6 e Cl 2.12). 8 ) Na necessidade e na possibi lidade que temos de viver vida santa mediante a obra expiatória e redentora de Jesus no Calvário, através do poder regenerador, inspirador e santif icador do Espírito Santo, que nos capacita a viver como fiéis testemunhas do poder de Cristo (Hb 9.14 e IPe 1.15). 9) No batismo bíblico no Espírito Santo que nos é dado por Deus mediante a intercessão de Cristo, com a evidência inicial de falar em outras línguas, conforme a sua vontade (At 1.5; 2.4; 10.44-46; 19.1-7). 10) Na atual idade dos dons espirituais distribuídos pelo Espírito Santo à Igreja para sua edificação, conforme a sua soberana vontade (ICo 12.1 12). 1 1 ) Na Segunda Vinda premilenial de Cristo, em duas fases distintas. Primeira - invisível ao mundo, para arrebatar a sua Igreja fiel da terra, antes da Grande Tribulação; segunda - visível e corporal, com sua Igreja glorificada, para reinar sobre o mundo durante mil anos ( lT s 4.16. 17; ICo 15.51-54; Ap 20.4; Zc 14.5; Jd 14). 12) Que todos os cristãos comparecerão ante o Tribunal de Cristo, para receber recompensa dos seus feitos em favor da causa de Cristo na terra (2Co 5.10). 13) No juízo vindouro que recompensará os fiéis e condenará os infiéis (Ap 20.11-15). 14) E na vida eterna de gozo e felicidade para os fiéis e de tristeza e tormento para os infiéis (Mt 25.46). Metodologia de Estudo Para obter um bom aproveitamento, o aluno deve estar consciente do porquê da sua dedicação de tempo e esforço no afã de galgar um degrau a mais em sua formação. Lembre-se que você é o autor de sua história e que é necessário atualizar-se. Desenvolva sua capacidade de raciocínio e de solução de problemas, bem como se integre na problemática atual, para que possa vir a ser um elemento útil a si mesmo e à Igreja em que está inserido. Consciente desta realidade, não apenas acumule conteúdos visando preparar-se para provas ou trabalhos por fazer. Tente seguir o roteiro sugerido abaixo e comprove os resultados: 1. Devocional: a) Faça uma oração de agradecimento a Deus pela sua salvação e por proporcionar-lhe a oportunidade de estudar a sua Palavra, para assim ganhar almas para o Reino de Deus; b) Com a sua humildade e oração, Deus irá i luminar e direcionar suas faculdades mentais através do Espírito Santo, desvendando mistérios contidos em sua Palavra; c) Para melhor aproveitamento do estudo, temos que ser organizados, ler com precisão as lições, meditar com atenção os conteúdos. 2. Local de estudo: Você precisa dispor de um lugar próprio para estudar em casa. Ele deve ser: a) Bem arejado e com boa iluminação (de preferência, que a luz venha da esquerda); b) Isolado da circulação de pessoas; c) Longe de sons de rádio, televisão e conversas. 3. Disposição: Tudo o que fazemos por opção alcança bons resultados. Por isso adquira o hábito de estudar voluntariamente, sem imposições. Conscientize-se da importância dos itens abaixo: a) Estabelecer um horário de estudo extraclasse, dividindo-se entre as disciplinas do currículo (dispense mais tempo às matérias em que tiver maior dificuldade); b) Reservar, diariamente, algum tempo para descanso e lazer. Assim, quando estudar, estará desl igado de outras atividades; c) Concentrar-se no que está fazendo; d) Adotar uma correta postura (sentar-se à mesa, tronco ereto), para evitar o cansaço físico; e) Não passar para outra lição antes de dominar bem o que estiver estudando; f) Não abusar das capacidades físicas e mentais. Quando perceber que está cansado e o estudo não alcança mais um bom rendimento, faça uma pausa para descansar. 4. Aproveitamento das aulas: Cada disciplina apresenta características próprias, envolvendo diferentes comportamentos, a saber: raciocínio, analogia, interpretação, apl icação ou simplesmente habilidades motoras. Todas, no entanto, exigem sua participação ativa. Para alcançar melhor aproveitamento, procure: a) Colaborar para a manutenção da disciplina na sala-de-aula; b) Participar ativamente das aulas, dando colaborações espontâneas e perguntando quando algo não lhe ficar bem claro; c) Anotar as observações complementares do monitor em caderno apropriado. d) Anotar datas de provas ou entrega de trabalhos.. Estudo extradasse: Observando as dicas dos itens 1 e 2, você deve: a) Fazer diariamente as tarefas propostas; b) Rever os conteúdos do dia; c) Preparar as aulas da semana seguinte. Se constatar alguma dúvida, anote-a, e apresenta ao monitor na aula seguinte. Procure não deixar suas dúvidas se acumulem. d) Materiais que poderão ajudá-lo: s Mais que uma versão ou tradução da Bíblia Sagrada; y Atlas Bíblico; s Dicionário Bíblico; s Enciclopédia Bíblica; s Livros de Histórias Gerais e Bíblicas; s Um bom dicionário de Português; s Livros e apostilas que tratem do mesmo assunto. e) Se o estudo for em grupo, tenha sempre em mente: v' A necessidade de dar a sua colaboração pessoal; ■S O direito de todos os integrantes opinarem. . Aproveitamento nas avaliações: a) Revise toda a matéria antes da avaliação; b) Permaneça calmo e seguro (você estudou!); c) Concentre-se no que está fazendo; d) Não tenha pressa; e) Leia atentamente todas as questões; f) Resolva primeiro as questões mais acessíveis; g) Havendo tempo, revise tudo antes de entregar a prova. Bom Desempenho! Abreviaturas a.C. antes de Cristo. ARA Almeida Revista e Atualizada ARC Almeida Revista e Corrida AT Antigo Testamento BV Bíblia Viva BLH Bíblia na Linguagem de Hoje c. Cerca de, aproximadamente, cap. capítulo; caps. - capítulos, cf. confere, compare. d.C. depois de Cristo. e.g. por exemplo. Fig. Figurado. fig. figurado; figuradamente, gr. grego hb. hebraico i.e. isto é. IBB Imprensa Bíblica Brasileira Km Símbolo de quilometro lit. literal, l iteralmente. LXX Septuaginta (versão grega do AT) m Símbolo de metro. MSS manuscritos NT Novo Testamento NVI Nova Versão Internacional p. página. ref. referência; refs. - referências ss. e os seguintes (isto é, os versículos consecutivos de um capítulo até o seu final. Por exemplo: IPe 2.1ss, significa IPe 2.1-25). séc. século (s). v. versículo; vv. versículos, ver veja índice Lição 1 - 0 Mundo Bíb l ico........................................ 13 Lição 2 - Geografia Física da Pa lest ina.................... 39 Lição 3 - Geografia Econômica e Humana da Palestina.................................................... 71 Lição 4 - Geografia Política da Pa lest ina................. 95 Lição 5 - A Ásia Menor e as Viagens do Apóstolo P a u lo .........................................................119 Referências Bib l iográf icas........................................ 141 Mapas Bíblicos .......................................................... 143 Lição 1 O Mundo Bíblico O mundo bíblico situa-se no atual Oriente Médio e terras do contorno do Mar Mediterrâneo, mais precisamente na Mesopotâmia, nas planícies entre os rios Tigres e Eufrates. É ele o berço da raça humana. Na dispersão das raças após o dilúvio (Gn 10 e 11): t Sem povoou o sudoeste da Ásia; t Cão povoou a África, Canaã e a Península Arábica; í Jafé povoou a Europa e parte da Ásia. O Fértil Crescente Se traçarmos uma linha curva partindo do Egito, passando pela Palestina e a Síria Mediterrânea, e, seguindo depois até ao Golfo Pérsico, teremos uma meia lua razoavelmente perfeita. Há quatro mil anos, esse poderoso semicírculo em redor do deserto da Arábia, denominado "Fértil Crescente" abrigava grande número de cultura e civil izações ligadas umas às outras como pérolas e um colar. Dela irradiou luz clara para toda humanidade. Ali foi o centro de civilizações desde a chamada "Idade da Pedra até a Idade do Ouro" da cultura greco-romana. 13 Como já vimos, a faixa de terra estreita que vai de Ur, no sul da antiga Caldéia, até as proximidades do Nilo, é chamado então de Fértil Crescente. Em algum ponto dessa imensa região, a humanidade teve o seu berço, antes e depois do dilúvio. Civil izações importantes, tais como a Suméria, a Acádia e a Aramita, deram inicio ao progresso e os levaram para outras partes da terra. Tigre e Eufrates, no Oriente e no Ocidente, l igavam-se por estradas reais, que passavam por Harã, Alepo, Damasco, Jerusalém e alcançavam o Egito. Caldéia, Assíria e Egito se tornaram potências. Essas potências disputavam em campo de batalha o domínio do mundo. Canaã estava no centro dessas potências entre a Mesopotâmia e o Nilo. A terra de Canaã era uma passagem obrigatória para assírios, caldeus e egípcios. Sendo assim, Canaã se tornou o centro do Fértil Crescente, terras disputadas pelas potências do Mundo Antigo. Por isto, o Velho Testamento registra muitas vezes Israel sendo ameaçado pelos assírios e caldeus, recorrendo ao poder militar do Egito e vice-versa. Quando Napolassar, auxi liado por Ciaxiares, rei dos persas, destruiu Nínive e sepultou o grande Império Assírio e lançou as bases do Império Caldeu, com capital em Babilônia, todas estas potências perseguiram Israel e atacaram o Egito, e o Egito revidou também com suas tropas. Do poder dos gregos, Judá não se livrou; os romanos subjugaram Israel e destruíram Jerusalém em 70 d.C. e só foi restaurado o Estado Judaico em 1948 d.C. Desde que os judeus se implantaram na Palestina, no meado do século passado, o mundo todo passou a se despertar pelo Oriente Médio, e até 14 mesmo os árabes, esquecidos por séculos, passaram a ocupar um lugar proeminente1 entre as nações. Os árabes se impõem pelo petróleo e os judeus pelo valor espiritual. Israel retornou à terra que Deus deu a Abraão e à sua descendência em possessão perpétua, conduzido pelo braço do Senhor, porque lhe está reservado por profecias, papel importante nos acontecimentos que precederão ao arrebatamento da Igreja, à Gna_ad_e Tribulação, à Volta de Cristo e o Milênio. Israel mais uma vez, ocupando o centro das atenções da terra e Jerusalém, sendo a coroa para todos os povos. Limites do Mundo Bíblico Em termos gerais pode-se delinear a área do Mundo Antigo da seguinte maneira: Ao norte: começa na Espanha, passa pelo norte da Itália e Mar Negro e vai até ao Mar Cáspio; ® Ao leste: uma linha reta que parte do Mar Cáspio, e passando pelo Golfo Pérsico vai até o Mar Arábico; (§ ) Ao sul: uma linha reta que, partindo do Mar Arábico, vai à direção oeste, passando pela Etiópia e terminando no deserto da Líbia, no continente africano; ® Ao oeste: uma linha reta que parte do sul do deserto da Líbia e termina na Espanha, abrangendo o Egito e as regiões do norte da Áfr ica. Em termos mais específ icos diríamos que a referida área fica situada entre longitude 5o oeste e 55° leste, e entre 10° e 45° latitude norte. 1 Que se a l te ia ac ima do que o c i r cunda; que sobressa i . 15 A Extensão do Mundo Bíblico No Mundo Bíblico encontram-se diversas regiões, áreas, países e acidentes naturais. Citaremos apenas alguns casos, dado o limitado espaço que temos. Mesopotâmia (Gn 24.10; Dt 23.4; At 2.9). Berço da humanidade. Não é verdade o que muitos manuais de História Geral declaram ser o Egito o berço da humanidade. A verdade está na Bíblia. Aqui existiu o Éden Adâmico. Na Mesopotâmia destacam-se dois países: s Babilônia, de capital do mesmo nome. Outros nomes antigos: Caldéia (Ez 11.24); Sinear (Gn 14.1); Sumer. É o sul da Mesopotâmia. •/ Assíria (Gn 2.14; 10.11). É o norte da Mesopotâmia. É hoje parte do Iraque. Capital: Nínive, destruída em 607 a.C. Ao oeste ficava o Reino de Mari. Os mitânios habitavam em volta de Haran, ao Norte da Assíria. Arábia. Capital: Petra (gr.) e Sela (hb.). Vai da foz do Nilo ao Golfo Pérsico. Local onde Israel peregrinou à procura de Canaã,. A parte da Península do Sinai era chamada Arábia Pétrea. A Lei foi dada nessa terra e o tabernáculo foi erigido pela primeira vez nesse lugar. A região de Ofir, fornecedora de ouro ficava possivelmente na Arábia (1 Rs 9.28). Pérsia. Documentos desenterrados nas últimas décadas revelam-nos existirem duas Pérsias. A Grande Pérsia, localizada no sudeste de Elã é 16 atualmente o Irã e a Pequena Pérsia l imitava-se, ao norte, pela Magna Média. Em um sentido amplo, o territóriopersa compreendia o Planalto do Irã, toda a região confinada pelo Golfo Pérsico, os vales do Tigre e do Ciro, o Mar Cáspio e os rios Oxus, Jaxartes e Indo. No tempo de Assuero, marido de Ester, as possessões persas estendiam-se da índia à Grécia, do Danúbio ao Mar Negro, e do Monte Cáucaso ao Mar Cáspio ao norte e atingia, ainda, o deserto da Arábia e Núbia. Elão. Região além do Tigre, ao oriente da Babilônia, limitada ao norte pela Síria e pela Média; ao sul pelo Golfo Pérsico, ao oriente e ao sudeste, pela Pérsia. Hoje incorporado no Irã. Capital: Susã (Gn 14.1; At 2.9). Média. Esta região ficava ao norte de Elão, ao leste da Assíria, ao sul do Mar Cáspio e partes da Armênia, e ao oeste da Pártia. Há uma única menção dos partas na Bíblia, em Atos 2.9, onde se faz referência aos povos representados em Jerusalém no dia de Pentecostes. ** Armênia. Em sua parte encontra-se o planalto chamado antigamente de Ararate (Gn 8.4) que por sua vez, localiza-se na Ásia Ocidental. É o lugar das nascentes dos rios Eufrates, Tigre e Aras. Síria. Mesmo que Arã (Não confundir com Harã). Capital: Damasco (Is 7.8). Seu território não é o mesmo da Síria moderna (At 11.26). 17 Nos dias de Jesus tornara-se sede da província romana, da qual fazia parte a Palestina (Lc 2.2). A capital dessa província era Ant ioauia. A Síria era na época governada por um legado1 romano. Fenícia. Atualmente é o Líbano, em parte. Cidades principais: Tiro e Sidon. Os fenícios eram navegantes famosos e primitivos exploradores; fundaram Cartago, na África do Norte (hoje Túnis). Nosso alfabeto vem dos fenícios cerca de 1500 a.C. ( IRs 9.26-28; Mt 11.22; 15.21). Egito. É o país mais citado na Bíblia depois da Palestina. Em hebraico seu nome é Mi.zraim (Gn 10.6). Teve várias capitais nos tempos bíblicos. Parte do seu futuro, profeticamente falando, está em Ezequiel 29.15. Fica ao norte da África. Etiópia. Fica ao sul do Egito. Segundo Gênesis 2.13, existia outra Etiópia na região norte da Mesopotâmia - a chamada Terra de Cush (hebraico). A profecia em Salmos 68.31 a respeito da Etiópia, teve seu cumprimento a partir de Atos 8.26 39, quando a fé cristã foi ali introduzida. É país de princípios cristãos até hoje. A Etiópia da Bíblia compreende hoje a Abissínia e a Somália. Líbia. Extensa região da África do Norte. Simão, o que ajudou Jesus a levar a cruz, era natural de C irene - cidade da Líbia (Mt 27.32). 1 Na ant iga Roma, com is sá r io do Senado en ca r r egado de f i s ca l i z a r a adm in i s t r a ção das prov ínc ias . 18 Igualmente, no dia de Pentecostes estavam cireneus em Jerusalém (At 2.10). Ásia. A Ásia dos tempos bíblicos não era como o atual continente asiático atual, era uma província romana situada na parte ocidental da chamada Ásia Menor ou Anatól ia (At 6.9; 19.22; 27.2; IPe 1.1; Ap 1.4,11). Capital dessa província: Éfeso. Toda a região dessa antiga Ásia Menor compreende hoje o território da Turquia. ■** Grécia ou Hélade (At 20.2). No Antigo Testamento, em hebraico, é Java ou Iônia (Gn 10.4,5). A maior parte da Grécia Antiga era conhecida pelo nome de_Acaia_.(At 18.12); nome esse derivado dos aqueus - povo que a habitou. Na época do Novo Testamento a Grécia era constituída de estados isolados sob os romanos. Nesse tempo, sua capital política era Corinto, não Atenas. Em Corinto residia o procônsul romano. ** Macedônia (At 19.21). Ficava ao norte da Grécia. A antiga Macedônia é hoje parte do território de vários países, a saber: norte da Grécia^ sul dâ Bulgária, Iugoslávia e parte da Turquia. O ministério do apóstolo Paulo ocorreu na Ásia Menor, Grécia e Macedônia, principalmente. A capital da Macedônia era Pella. Ilírico (Rm 15.19). Região européia onde Paulo ministrou a Palavra de Deus. É hoje a Albânia e parte da Iugoslávia. A parte principal da Iugoslávia de hoje é a antiga Dalmácia de 2Timóteo 4.10. 19 Itália (At 27.1; Hb 13.24). País banhado pelo Mediterrâneo, situado ao sul da Europa. Em Roma, sua capital, foi fundado um diminuto reino em 753 a.C., que mais tarde viria a ser senhor absoluto do mundo conhecido - O Império Romano. Para a Itália Paulo viajou e pregou o Evangelho como prisioneiro. *■ Espanha (Rm 15.24,28). Paulo manifestou o propósito de viajar para a Espanha. Segundo os estudiosos da Bíblia, a cidade de Társis mencionada em Jonas 1.3; 4.2; ficava ao sul da Espanha., sendo no tempo de Jonas o extremo do mundo conhecido do povo comum. Foi a Espanha grande perseguidora dos cristãos durante a Idade Média, especialmente através dos tribunais da sinistra Inquisição. Palestina ou Canaã. Região banhada pelo Mediterrâneo ao oeste, tendo ao norte a Fenícia e a Síria, e ao leste e sul da Arábia, sendo que ao sui também fica parte do Egito. As suas características serão estudadas detalhadamente mais adiante neste livro. Ilhas dos Gentios ou Ilhas do Mar. É designação aplicada na Bíblia às ilhas do Mediterrâneo e Mar Egeu, das quais as principais são: Creta, Chipre, Rodes, Patmos, Mitilene, Samotrácia e talvez Malta e Sicília, bem como de regiões mais remotas1, pouco conhecidas nos tempos bíblicos. 1 Mu ito a fa s tado no espaço; d i s tante , d i s tanc iado . 20 Montanhas Uma vez que vamos estudar separadamente - na lição 2 deste livro - a Geografia da Palestina, trataremos neste tópico das montanhas extrapalestínicas do Mundo Antigo relacionadas com a história bíblica. Destas, as quatro mais importantes são as seguintes: ■*' Ararate. Fica no sudeste da Armênia; célebre pelo encalhe da arca de IMoé; tem cerca de 5.000 metros de altitude. Devemos notar, entretanto, que o texto bíblico em Gênesis 8.4 diz que a arca parou sobre "os montes de Ararate". Portanto ignora-se o local exato do pouso da arca, embora a tradição aponte a montanha mais alta da região como tal e cujo nome é Ararate. Sinai ou Horebe. Local izado no extremo sudoeste da Ásia, na Península1 do Sinai, que tem forma tr iangular e que é banhado por dois braços do Mar Vermelho chamados Golfo de Suez e Golfo de Ácaba, ficando este do lado oriental da península e aquele do lado ocidental. A península da sua natureza divide-se em duas partes: s Uma ao norte, predominante, deserta e com leves elevações; s Outra ao sul, na qual predominam a topografia montanhosa, de elevações entre 1000 e 2000 metros de altitude cortada por vales de dimensões variadas, cobertas de alguma 1 Porção de te rra ce rc ada de água por to do s os la dos , menos um, pelo qual se l iga a out ra terra. 21 vegetação em certas épocas do ano. É nesta região sul da península que se localiza o monte Sinai, também chamado Horebe. , No monte Sinai Moisés recebeu a Lei com a qual se firmou o pacto entre Deus e o povo de Israel, originando-se, assim, a nacionalidade hebraica com seus aspectos religioso e civil. No mesmo monte, uns poucos anos antes, Moisés teve a visão da sarça ardente - quando apascentava os rebanhos do seu sogro - e seis séculos depois Elias, o profeta, teve a visão de Deus ( lR s 19) em que lhe foi revelado que, apesar da idolatria de Israel havia muitos joelhos em seu meio que não se haviam dobrado a Baal. Hoje o Sinai é conhecido pelo nome de Jebel-Musa, que significa "monte de Moisés". Líbanos. A cordi lheira1 dos montes Líbanos, que corre paralelamente à costa oriental do Mediterrâneo, fica na parte ocidental da Síria, ao norte da Palestina, e apresenta-se em duas divisões: Líbano e Antelíbano. Esta divisão não é conhecida nas Escrituras Sagradas, mas vem desde os tempos da dominação grega e persiste até hoje. A cadeia de montanhas que fica ao oeste é conhecida como Líbano e a que fica ao leste como Antelíbano. A altitude de ambas as cadeias varia entre 1.900 e 3.300 metros. A sua extensão na direção norte-sul é de aproximadamente 180km e na direção oeste-leste varia entre 20 e 30 km em linha aérea. 1 S is t ema de a l tas m on ta nhas que se d e senvo l vemem grande ex te nsão , ge ra lmen te pa ra le la s e p r ó x im as ao l i toral , l an çando cade ia s de mon tanhas se cundár ia s . 22 0 vale que separa as duas cadeias de montanhas toma nomes diferentes: v' Ao sul é chamado vale do Leontes, por onde corre o rio do mesmo nome; •/ Pouco mais para o norte é conhecido como o vale de Mispá. que se estende por entre os contrafortes das duas cadeias; ■s E do centro para o norte toma o nome de vale do Orontes, pois serve de leito para o rio do mesmo nome. No tempo de Josué o vale era conhecido simplesmente como vale do Líbano. Era famoso pela sua fertil idade. Nas encostas dos Líbanos cresciam os famosos cedros e as esbeltas faias, madeiras empregadas na construção do templo de Salomão, cobertura de navios, palácios dos reis, instrumentos musicais, enfim, por serem de grande duração. Os montes Líbanos são freqüentemente citados nas Escrituras. Seir. Na real idade Seir não é um monte isolado e sim uma serra de montanhas que corre na direção norte-sul na região de Edom, na Arábia Ocidental (durante a dominação romana denominada Arábia Pétrea), entre o sul do Mar Morto e o estremo norte do Golfo Ácaba, cuja altitude varia entre 300 e 2.000 metros na encosta leste. Um pouco afastado da serra, mas pertencendo ao mesmo sistema, fica o monte Hor, onde morreu Arão, irmão de Moisés, durante a peregrinação de Israel em demanda1 à terra da promessa. Nas montanhas de Seir, provavelmente na sua parte norte, habitava Esaú, na região central dos 1 Em busca de; à pro cu ra de. 23 montes Seir onde ficava a cidade-fortaleza Petra, também conhecida como Selá. posto militar guardião das fronteiras meridionais do Império Romano. Questionário f Assinale com "X" as alternativas corretas 1. O Mundo Bíblico situa-se no atual: a)[H Continente Asiático e parte da Oceania b ) H Oriente Médio e terras do contorno do Mar Mediterrâneo c )D Ocidente, precisamente no continente europeu e africano d )D Oriente Próximo e terras do litoral do Golfo Ácaba 2. Na Mesopotámia, berço da humanidade, destacam- se dois países: a )D Fenícia e Egito b ) 0 Egito e Babilônia c)[3 Babilônia e Assíria d)D Espanha e Palestina 3. Célebre pelo encalhe da arca de Noé; fica no sudeste da Armênia. a)EH Monte Seir b ) 0 Monte Sinai c )D Monte Horebe d)Q3 Monte Ararate f Marque "C" para Certo e "E" para Errado 4.ICI A faixa de terra estreita que vai de Ur, no sul da antiga Caldéia, até as proximidades do Nilo, é chamado então de Fértil Crescente 5 . 0 O Egito foi o local onde Israel peregrinou à procura de Canaã 24 Rios Na vasta área do Mundo Antigo podemos considerar quatro rios importantes: Nilo, Tigre Eufrates e Jordão. Nilo. Com cerca de 6.500 km de comprimento, é 0 primeiro rio do continente africano e o segundo do mundo, tendo suas nascentes na região dos grandes lagos da África Equatorial, por onde se estende seus dois braços chamados Nilo Branco e Nilo Azul e seus afluentes. O Nilo corre na direção sul-norte através do Egito, desaguando no Mediterrâneo através de um vasto estuário1 de 250 km de largura, formado pelo os três braços (que antigamente eram sete), denominado delta. As chuvas produzidas pelas nuvens formadas sobre o Oceano Índico e levadas pelos ventos sobre as cordilheiras da África Oriental e Equatorial faziam transbordar o Nilo e seus afluentes, levando para o Egito a aluvião2 ferti l izante das vertentes das montanhas. O transbordamento do Nilo nas regiões áridas do Egito e conseqüentes abundância das colheitas, notadamente na região do delta, era considerado pelos egípcios obras dos seus deuses. Caráter sagrado que o povo atribuía ao rio. A parte navegável ia até a Ilha Elefantina, antigamente chamada Yeb, 1.145 km ao sul de Cairo, junto da primeira catarata. Há mais cinco 1 T ipo de foz em que o curso de água se abre mais ou menos la rgamen te . 2 Depó s i to de casca lho , areia e argi l a que se fo rma j un to às margens ou à foz dos r ios, p roven ien te do t r aba l ho de erosão; a lúv io . 25 outras cataratas no alto Nilo que não permitem a navegação. Além de ser o ponto final da rota comercial, a Ilha Elefantina também era o posto mil itar mais avançado do governo egípcio na direção sul, pois as escavações nela efetuada mostram vestígios de fortificações que abrigavam guarnições militares. Provas iguais nos oferecem as ruínas da cidade de Siene (moderna Assuã), referida em Ezequiel 29.10, que fica em frente da ilha. Na mesma ilha ainda foram encontradas ruínas de colônias judaicas e documentos em papiro em grande quantidade que relatam acontecimentos entre 400 e 525 a.C., oferecendo novos dados sobre a dispersão dos judeus pelo mundo de então, suplementando, assim, a narrativa bíblica relativa ao assunto. ■*" Tigre (gr.) ou Hidéquel (hb.). Este é o rio que nasce nas montanhas da Armênia, corre na direção sudeste banhando o lado oriental da Mesopotâmia até juntar-se com o rio Eufrates, cerca de 160 km antes do Golfo Pérsico. Devido à mudança do leito do rio através dos tempos - pelos os meios naturais (inundações), e artificiais (canalização) - e também preferências de suas diversas nascentes, o percurso total do Tigre varia entre 1.780 e 2.300 km segundo os dados oferecidos pelos diversos autores. Nos tempos remotos ele desaguava diretamente no Golfo Pérsico, mas, devido ao aluvião formado na baixa Mesopotâmia, hoje despeja as águas no Eufrates que daí para frente recebe o nome de Shat-el-Arab. Em sua margem esquerda, na altura de seu terço superior, ficam as ruínas da antiguíssima 26 cidade de Nínive, cuja história começa no terceiro milênio a.C., e no seu terço inferior, na margem direita, fica a cidade de Bagdá. Fora os primeiros capítulos de Gênesis, pouquíssimas são as referências bíblicas ao Tigre. Eufrates, o "Grande Rio". As suas nascentes acham-se no maciço montanhoso da Armênia. De início, o rio corre para o ocidente, chegando a uma distância de apenas 93 km do Mediterrâneo. Depois toma a direção sudeste, atravessando a célebre cidade de Babilônia a cerca de 140 km do seu estuário. O curso total deste rio também varia entre 2.880 e 3.330 km, segundo diversos autores. Aparentemente esta diferença se explica pelas mesmas razões citadas com referência ao comprimento do rio Tigre. Na época da maior glória do domínio hebreu o rio Eufrates era o seu limite nordeste. Também constituía o limite ocidental da Mesopotâmia extremamente fértil especialmente na região sul, ou baixa - Mesopotâmia, também chamada Caldéia. Todos os anos os dois rios depositam uma faixa de terra no fundo do Golfo Pérsico fazendo-o recuar. Calcula-se que desde os tempos de Abraão, quando a sua cidade (ür) era porto marítimo, o Golfo Pérsico tenha recuado cerca de 250 km. Também o Eufrates nos tempos antigos desaguava diretamente no Golfo Pérsico. Hoje, cerca de 160 km ao norte do referido Golfo junta-se com o Tigre e daí em diante é chamado Shat-el-Arab. Jordão. Este é o rio da terra santa, inúmeras vezes referido nas Escrituras Sagradas. É formado por 27 várias nascentes nas encostas noroeste e oeste do monte Hermom - sendo quatro as principais: a Bareighit, Hasbani, Ledã e Banias - e corre na direção norte-sul. No seu percurso total, cerca de 340 km pelo leito s inuoso1, atravessa dois lagos - o de Merom (atualmente chamado Hulé) e o da Galiléia - desaguando no Mar Morto. A peculiaridade do Jordão é que este é o único rio do mundo cujo leito é inferior ao nível do mar. A depressão começa desde 3 km ao sul das águas de Merom e continua cada vez mais acentuada até chegar a 426 metros no Mar Morto, cuja profundidade chega a 400 metros. Portanto, trata-se de uma depressão de 826 metros sendo a mais profunda do globo terrestre. O Jordão nasce nas montanhas do Anti líbano, ao oeste do monte Hermom, e é o principal rio da Palestina, ele corre na direção norte- sul, dividindo o estadojudaico em duas partes diferentes deixando na região leste a Transjordânia e na região oeste, a terra de Canaã. Seu nome significa "decaimento" ou "aquele que desce"; e em virtude de sua grande sinuosidade, tem sido apelidado de "serpentina". No seu curso superior, ao norte, estão as fronteiras sírio-israelense e. jordano-israelense. Nascentes: Esse rio inicia-se nos montes do Antilíbano, (especialmente o Hermom) em cujos picos a neve cai o ano todo; e quando esta sofre a alta temperatura, torna-se líquida e vai se deslizando pela superfície da terra, ou se infiltrando pelas brechas do solo até formar as nascentes do rio Jordão. 1 Que apresenta cu rvas i r regu la res , em sen t i dos d i fe rentes; ondu l an te , to r tuoso , f l exuoso . 28 O início do rio propriamente dito começa através do encontro de quatro principais riachos: s Hasbani. É um riacho com cerca de 40 km de extensão, que mana de uma grande fonte chamada "Ain Furar", onde a altitude é de cerca de 520 metros acima do nível do mar, com cerca de 300 metros de profundidade. s Banias. Cujo nome significa "o deus da fertil idade". É o mais oriental de todos. Esse riacho nasce perto das ruínas de Banias - antiga Cesaréia de Filipe (Mt 16.13), no sopé do monte Hermom, onde a elevação é de 348 metros acima do nível do mar. s Ledã. Essa é a fonte central e mais volumosa. Está a 157 metros acima do nível do mar. Inicia- se perto de Tel-el-Cadi, a antiga Dã da Bíblia. Trata-se de uma poderosa nascente que brota do solo naquele ponto. s Bareighit. Esse riacho é mais ocidental e mais alto, iniciando a 563 metros acima do nível do mar, e cujas fontes não se alimentam das torrentes do Hermom. Primeiro se encontram as vertentes, Banias e Bareighit, e logo após Ledã, e um pouco mais ao sul, esses três se ajuntam ao de Hasbani, e assim está formado o início do rio Jordão. Para um estudo mais detalhado, costuma- se dividir o curso do rio Jordão em três trechos, a saber: A Região das Nascentes, o Jordão Superior e o Jordão Inferior. s Região das Nascentes. Essa região, é exatamente a que acabamos de descrever nos seus aspectos mais setentrionais que se estende até o lago de Meron. Após a fusão das quatro nascentes já descritas, o Jordão atravessa uma 29 planície pantanosa numa extensão de 11 km e entra no lago de Meron. A sua largura varia muito nesse trecho, e a profundidade varia de 3 a 4 metros. s Jordão Superior. Trata-se da parte que está entre o lago de Meron e o Mar da Galiléia, com uma extensão de 20 km. Esse trecho é quase reto, com uma caída de 225 metros, o suficiente para fazer com que as águas fiquem altamente impetuosas, causando enormes erosões. A velocidade das águas nesse trecho é tão grande, a ponto de quase 20 km adentro do Mar da Galiléia ainda dá para perceber a sua correnteza. A largura do rio nesse trecho varia entre 8 a 15 metros, onde o seu leito percorre um terreno rochoso entre uma vegetação média. v' Jordão Inferior. É a região que fica entre o Mar da Galiléia e o Mar Morto. Esse trecho mede cerca de 117 km em linha reta, e cerca de 340 km pelo leito tortuoso do rio, com uma largura que oscila entre 25 a 35 metros, indo 1 a 4 metros de profundidade. O declive desse trecho é de 200 metros, levando o rio a descer precipitadamente formando meandros1 e cascatas, alargando o vale até uma extensão de 15 km, como ocorre nas proximidades de Jericó. Há outros três grandes rios no Mundo Antigo, porém sem importância para a geografiar bíblica, são eles: Leontes e Orontes na Síria - o primeiro correndo no seu último trecho pelo limite norte de Canaã e o segundo banhando a cidade de Antioquia - e Tibre na Itália, em cuja margem esquerda fica Roma. 1 S inuos idade , rodeio, vo l te io de curso de água, de cam inho, etc. 30 Desertos Na Bíblia encontramos várias referências a desertos, e isto em virtude das peregrinações dos patriarcas e do povo de Israel bem como da formação de Moisés, o grande guia do povo de Deus, que se efetuou especialmente nos desertos do êxodo. A idéia de deserto entre os judeus abrangia três aspectos: ■s Yeshimon: deserto absoluto, onde não há possibil idade de sobrevivência animal ou vegetal; s Heraboth: lugar devastado, desértico, em conseqüência de destruição. É o caso da cidade destruída pela guerra; s Midbar ou Arabah: deserto com certas possibil idades de vida animal e vegetal que, na época chuvosa do ano transformava-se em campo. Os israelitas peregrinaram 40 anos em desertos destes aspectos. Aqui abordaremos os desertos extrapalestínicos, deixando os palestínicos para mais adiante (lição 2). Os desertos extrapalestínicos relacionados com as narrativas bíblicas podem ser divididos em dois grupos, tomando-se a linha Mar Morto - Golfo de Ácaba como divisória: O grupo do oeste: s Shur (Êx 15.22), que alguns identificam como o de Etam (Êx 13.20), estende-se pelo noroeste da Península do Sinai, ao largo da fronteira nordeste do Egito e costa oriental do Mar Vermelho (Golfo de Suez) à altura do seu terço superior; 31 s Sin, que é o prolongamento do anterior na direção sul da costa oriental do mesmo mar, abrangendo o terço médio da mesma; s Sinai, que abrange toda a parte sul da península incluindo o monte Sinai, bem como a parte oriental da mesma até o fundo do Golfo de Ácaba; s Parã, que cobre todo o centro da península, deslocando-se um pouco para nordeste da mesma; s Cades, ou Cades-Barnéia, pequena área que fica ao norte do Parã e leste de Shur; s Zim, fica ao leste de Cades. Estes dois últimos desertos constituíam o limite sul da Palestina, também conhecidos pelo nome de Negeb; s Berseba. Este é um pequeno deserto em torno da cidade de Berseba, o marco meridional da terra santa. A expressão "de Dã a Berseba" era maneira de definir a extensão norte-sul do território palestínico. O grupo do leste: s Idumeu, que fica ao sudeste do Mar Morto; s Moabe, ao nordeste do mesmo mar; s Quedemote, ao norte de Moabe; Diblat e Beser, cuja localização é desconhecida, são desertos de pouquíssima importância histórica. Cidades O estudo das cidades do Mundo Antigo requer que as dividamos em dois grupos: extrapalestínico e palestínico (este será estudado na lição 4). 32 *■ Cidades principais do grupo extrapalestínico. Destacam-se neste grupo, pela sua importância e relação com os hebreus e com o crist ianismo primitivo, as seguintes: 1. Ur. Situada no sul da Babilônia ou Caldéia, hoje chamada Mugheir (perto das escavações da antiga Ur). Cidade natural do patriarca Abraão; centro industrial, agrícola e comercial de grande importância; porto marítimo, segundo as descobertas arqueológicas (o Golfo Pérsico antigamente ia até Ur); antedi luviana. Nas escavações arqueológicas de Ur temos as mais antigas evidências da cultura sumeriana. 2. Nínive. Segundo Gênesis 10.11 foi uma das antigas cidades da Assíria. Tornou-se a capital do mundo no período áureo do Império Assírio. Ficava a margem oriental do Tigre Superior, 50 km ao norte da confluência do rio Zabe com o Tigre. Foi tomada pelos babilônios em 612 a.C., terminando assim a sua glória. Dois dos livros proféticos do Antigo Testamento têm Nínive por objetivo: Jonas e Naum. 3. Damasco. Segundo os historiadores é "a cidade viva mais antiga da terra", localizada ao sul da Síria, no planalto oriental do Antel íbano. Através dos séculos tem sido a capital da Síria. Notável por se constituir centro estratégico para o comércio do Mundo Antigo, por tratar-se de 33 um ponto de entroncamento1 das estradas que comunicavam Egito e Arábia com Assíria, Babilônia e Roma (via Éfeso, na Ásia Menor). É citada freqüentemente nas Escrituras Sagradas em que as referências vão desde os dias das peregrinações de Abraão (Gn 14) até o tempo do apóstolo Paulo (Gl 1.17). 4. Mênfis. Os hebreus a conheciam pelo nome de Nofe (Is 19.13). A cidade mais importante do Egitosetentrional que, segundo Heródoto, teria sido edificado por Menes, primeiro rei do Egito mencionado na história, localizada na margem ocidental do Nilo, cerca de 20 km ao sul de Cairo, atual capital do Egito. As pirâmides egípcias mais famosas ficam perto desta cidade. 5. Babilônia. A antiga e bela capital do famoso Império Babilónico, notável pelos seus maravilhosos palácios, jardins suspensos, muralhas quase inexpugnáveis2. Segundo Heródoto, historiador grego - citado por J. D. Davis em seu Dicionário da Bíblia - as muralhas que cercavam a "cidade maravilhosa" do Mundo Antigo eram duplas e tinham cerca de 28 metros de largura e até 112 metros de altura e 96 km de extensão, construída de tijolos com argamassa3 de betume com 250 torres e 100 portões de cobre. 1 Ponto de j unção de doi s ou mais cam inhos , de duas ou mais co isas. 2 Invenc í ve l , indes t ru t í ve l , inaba láve l . 3 M istura de um ag l u t inant e com areia e água, em p reg ad a no a s sen tam en to de a lvena r i a , t i jo los, l adr i lhos , etc., da qual resu lta uma massa de c on s i s tênc ia mais ou menos p lás t i ca , que endu rece com o tempo. 34 Esta cidade foi edificada sobre as duas margens do rio Eufrates, em torno do local da torre de Babel, cerca de 500 km ao noroeste do Golfo Pérsico (250 km no tempo de Abraão, pois Ur, cidade do patriarca, era cidade marítima conforme provam as escavações em suas ruínas que hoje ficam a cerca de 250 km do fundo do Golfo Pérsico). As suas origens pré-históricas remontam aos dias de Ninrode (Gn 10.8-9). Foi na cidade de Babilônia que Alexandre, o grande, terminou seus dias em 323 a.C. 6. Harã. Poucos informes têm dessa cidade. Porém sabemos que ficava na região chamada Harã - Naaraim, Padã-Arã, no planalto setentrional da Mesopotâmia, onde permaneceram por algum tempo Tera e seu filho depois de deixarem Ur.. Entretanto, pelo que se pode concluir de alguns dados arqueológicos, tratava-se de um importante centro militar e comercial, ponto de convergência dos caminhos da Assíria, Babilônia, Ásia Menor, Egito (via Palestina) e Síria. 7. Tiro. Cidade antiga e muito importante na Fenícia. Conforme relatos de escritores e historiadores antigos (Heródoto e outros), sua fundação remonta a 2.750 anos a.C. De início, a cidade foi edificada sobre um pequeno promontório1,, transferindo-se mais tarde para uma ilha mais próxima a fim de resistir melhor aos constantes ataques dos inimigos. Mas, Alexandre, o Grande, tomou a Ilha de Tiro em 332 a.C., depois de sete meses de cerco, tendo 1 Cabo f o rm ado de rochas e l e vada s ou a l cant i s. 35 construído um molhe1 através do estreito que separava do continente. Foram os tírios navegantes e comerciantes famosos que mantinham relações com as mais distantes regiões. Foram eles que fundaram Cartago, na África setentrional, no século IX a.C. Na época de Davi e Salomão, o rei de Tiro - Hirão - manteve estreita amizade com Israel, ajudando com sua madeira e artífice a construir os palácios e o templo (2Cr 2.1-16). Foram as cidades fenícias: Tiro e Sidon, as únicas em território estrangeiro que Jesus visitou durante o seu ministério terreno (Mt 15.21-31). O nome moderno dessa cidade é Sur. 8. Sidon. Outra cidade importante e muita antiga da Fenícia, cerca de 30 km ao norte de Tiro, porto marítimo do Mediterrâneo, é freqüentemente referida na Bíblia. Foi arrasada, muitas vezes, pelos conquistadores, e reconstruída. Hoje seu nome é Saida. A importância desta cidade foi tão grande que os historiadores da antigüidade freqüentemente referia-se aos sidônios como sinônimo de fenícios. Um dos reis sidônios, Etbaal, era pai de Jezabel, a terrível mulher de Acabe, rei de Israel. 9. Atenas. Este é o nome da capital Ática, um dos estados da Grécia, fundada em 1156 a.C., que em 1834 tornou-se a capital de todo o reino da Grécia. Está cerca de S km de distância do mar Pireu., sendo seu porto comercial mais próximo Falero. 1 Es t ru tura mar í t ima en ra i z ada em terra, e que pode s e rv i r de queb r a -m a r (q. v.), gu ia - co r ren te ou cais acos táve l . 36 Atenas era célebre como centro da ciência, da literatura e das artes do Mundo Antigo, atraindo inúmeros estudantes de todas as regiões. As referências bíblicas a esta cidade são todas elas relacionadas com a obra missionária de PâliLo (At 17.15-18.1; lT s 3.1). 10. Éfeso. Cidade mais importante da costa ocidental da „Ásia Menor, cuja origem remonta o século XI a.C., localizada na margem direita do rio Caister. cerca de 18 km da desembocadura deste no Mar Egeu, na província,de Lídia. Era a um só tempo o porto mais importante do Egeu Oriental, a capital da Ásia proconsular e o entroncamento das duas estradas mais importantes (leste-oeste e norte-sul) da grande península no tempo dos romanos. Seu magnífico templo consagrado à deusa Diana (Ártemis dos gregos), levou 220 anos para ser construído e tinha 55 metros de largura por 112 metros de comprimento. Seu teatro com capacidade para 25 mil pessoas assentadas e seu hipódromo eram de famõ mundial. Paulo, reconhecendo a importância estratégica de Éfeso, ficou ali durante dois anos e • rês meses (At 19.8-10) entre os anos 54 e 57 d.C., leal izando o seu maior trabalho missionário. 11. Roma. Cidade das mais antigas da Península itálica, edificada sobre sete colinas, na margem osquerda do rio T ibre, a 24 km da desembocadura deste no Mar Tirreno, na costa ocidental da península. A data de sua fundação, universalmente .)ceita, é 753 a.C. Famosa por ter sido a capital política e cultural do mundo por vários séculos. 37 No tempo do apóstolo Paulo a "cidade eterna" - como é chamada - já possuía cerca de 1.000.000 (um milhão) de habitantes. Paulo esteve preso em Roma durante dois anos e dali escreveu quatro epístolas: Efésios, Filipenses, Colossenses e Filemom. Questionário f Assinale com "X" as alternativas corretas 6. Quatro rios mais importantes do Mundo Antigo: a)[ZI Zabe, Eufrates, Jordão e Quisom b)CH Belus, Caister, Zabe e Banias c)Q Nilo, Tigre Eufrates e Jordão d ) 0 Caister, Banias, Tigre e Nilo 7. Segundo os judeus, o deserto absoluto, onde não há possibilidade de sobrevivência animal ou vegetal é: a )D O Midbar b)D O Arabah c )D O Heraboth d) EU O Yeshimon 8. Cidade natural do patriarca Abraão, de grande importância econômica nos tempos bíblicos a )D Ur b)C] Damasco c)D Sidon d)D Nínive Marque "C" para Certo e "E" para Errado 9.|C I O rio Nilo tem cerca de 6.500 km de comprimento e é o primeiro rio do continente africano 10.Ly Paulo esteve preso em Roma durante dois anos e dali escreveu duas epístolas 38 Lição 2________________ Geografia Física da Palestina O nome "Palestina" deriva-se do termo Filistia, ou seja, a terra habitada pelos filisteus. Na Bíblia este nome é dado a uma faixa de terra ao sudoeste de Canaã, ao largo do Mar Mediterrâneo até ao Egito. Posteriormente, figuras como Plínio e Josefo, passaram a chamar por este nome toda a região de Canaã. E desde os tempos do domínio romano até os dias que precederam a fundação do moderno Estado de Israel, Palestina era o nome mais usado. Outros nomes são: v'' Canaã ou Terra de Canaã (Gn 13.12); / Terra dos Amorreus; s Terra dos Hebreus (Gn 40.15); ̂ Terra de Israel ou Terra dos Israel itas (ISm 13.19; 2Rs 5.2; Mt 2.20); s Terra de Judá ou Judéia (Ne 5.14; Is 26.1; Jo 3.22; At 10.39); s Terra da Promessa ou Terra Prometida (Hb 11.9); ✓ Terra Santa (Zc 2.12; SI 78.54 - ARA); ̂ Terra Formosa (Dn 8.9); s Terra do Senhor (Os 9.3); s Terra Gloriosa (Dn 11.41). 39 Localizada no continente asiático, a 30° latitude norte, banhada pelo Mar Mediterrâneo (extremo leste) em toda a extensão do seu limite ocidental, mais ou menos eqüidistante1 dos pontos principais do Mundo Antigo, a Palestina constituía-se num centro de gravidade para o mundo e as civilizações da antiguidade.Do ponto de vista comercial ficava na rota obrigatória do tráfego entre o oriente e o ocidente, bem como entre o norte e o sul; e do ponto de vista político era passagem inevitável dos exércitos conquistadores das grandes potências ao seu redor, razão pela qual estas se interessavam por sua conquista e fortificação. Com isso, a Palestina sofreu devastações em repetidas ocasiões durante a sua história. @ Limite sul: Cades-Barnéia e o ribeiro el-Arish, na Arábia, el-Arish é o "rio do Egito" (Gn 15.18). @ Limite norte: Síria e Fenícia. (§ Limite oeste: Mar Mediterrâneo. É na Bíblia chamado de Mar Grande (Dn 7.2). @ Limite leste: Síria e Arábia. Naturalmente estes são os limites médios ou prevalecentes da história política da Palestina, havendo épocas em que eles sofriam algumas modificações resultantes das conquistas ou perdas nas guerras. Topografia O termo "Topografia" significa, literalmente, descrição de um lugar ou de uma região. A Palestina pode ser dividida em quatro seções, a saber: 1 Que di sta igua lmente . 40 s Planície da costa do Mediterrâneo; s Região montanhosa central; s Vale do Jordão; ■s Planalto Oriental, ou zona montanhosa de Gileade, na Transjordânia. Planícies A palavra "planície" significa uma grande porção de terreno plano, enquanto que "planalto" significa uma grande porção de terreno plano sobre montes ou serras. Planície Costeira. Israel apossou-se das montanhas centrais, quando ocupou a terra prometida, e depois, fez tentativa esporádica de estender seu domínio até o litoral. Mas esta região estava ocupada pela poderosa nação dos filisteus. Davi conseguiu controlá-la por um momento, mas durante a maior parte da história israelita foram os fil isteus que, a partir das suas cinco cidades, fizeram pressão em direção às colinas. Naquela época o litoral não era região particularmente atraente, e consistia em uma faixa de dunas1, areia misturada com bosques e alguns pântanos. Ao sul do monte Carmelo não apresentava grandes pontos naturais. Os fi l isteus não eram navegadores. O primeiro grande porto nesta faixa costeira foi o porto oficial de Cesaréia, construída pelo rei Herodes, o grande, não muito tempo antes do nascimento de Jesus Cristo. 1 Monte de areia moved iç a fo rmado pela ação do vento . 41 Ao sul do monte Carmelo a área era chamada de Planície da Filistéia e Planície de Saron, ao norte do Carmelo Planície de Aser. Continuando para o norte a planície se restringe, mas em compensação oferece melhores portos naturais, a partir dos quais operavam os fenícios navegadores e comerciantes. Planície do Aco (ou Acre). A palavra Acre (hb. akko) significa "areia quente" (Jz 1.31), e os Cruzados1 lhe deram o nome de "São João de Acre". Esta planície está na região do extremo noroeste da costa palestínica, ao sul da Fenícia e se estendendo até o monte Carmelo. No norte ela é mais estreita, medindo aproximadamente 5 km, e vai se alargando pouco a pouco, até alcançar 17 km ao sul. É irrigada por dois pequenos rios, a saber: o rio Belus ao norte e o rio Quisom ao sul, ao pé do monte Carmelo. As terras do centro que rodeia os montes são fertil íssimas, com exceção da parte praiana, onde as areias são muito quentes. Esta região coube por sorte a tribo de Aser (Js 19.25-28) que não conseguiu expulsar os cananeus. ■*" Planície de Saron. A palavra "Saron" é semítica, e significa "zona de bosques". Essa planície está entre o sul do monte Carmelo e a cidade de Jope. Ela se alarga na direção das montanhas da região central à medida que avança para o sul, medindo 85 km no sentido norte-sul, com uma 1 Exped i ção mi l i ta r de c a rá te r re l ig ioso que se fazia na Idade Méd ia, cont ra hereges ou inf i éis. 42 largura que varia de 15 a 25 km, tendo a sua faixa mais estreita que se encontra nas proximidades do monte Carmelo. Esta planície tornou-se famosa por causa das variedades de flores e lírios que ali medravam1 (Ct 2.1-2). Planície da Filistia. Essa planície compreende a faixa de terra habitada pelos filisteus, que fica entre Jope e Gaza, no sudeste da Palestina, medindo cerca de 75 km de comprimento por 25 km de largura. As cinco cidades principais dos fil isteus, fortemente muradas, eram: Gaza, Ascalon, Azoto, Gate e Ecrom. As três primeiras eram marít imas e as duas últimas ficavam no interior. Tais cidades eram as fortalezas da planície. Planície de Sefelá. A palavra Sefelá, l iteralmente significa "terras boas" ou "mais baixas". Essa região propriamente dita, é mais uma faixa de terra do que uma planície; trata-se de um altiplano rochoso que corre da costa, rumo sudeste, se estendendo até a fronteira da tribo de Judá (Dt 1.7; Js 10.40; 12.8; 15.33; 2Cr 26.10; 28.18). Na sua região norte ela l imita-se com a Filistia, ao sul com o vale de Aijalom e Berseba, e ao leste com as montanhas de Judá. Planície de Jezreel ou Esdraelon. O nome profético dessa região é "Armagedom". Apesar dessa região ser classificada como vale, pela sua extensão e aspecto do conjunto, preferimos qualificá-la de planície. 1 Crescer , vege tando ; de senvo lv er -s e . 43 Esse local encontra-se na confluência de três vales, o mais importante é o de Jezreel, que está situado entre os montes da Galiléia e os de Samaria, alargando-se para o noroeste até as fraldas1 do monte Carmelo e sul dos montes Líbanos. Os três vales se formam ao leste da imensa planície separada pelo monte Gilboa e o pequeno Hermom. O do centro é o maior. É o Jezreel, que desce abruptamente para o Jordão. A entrada do vale está na cidade de Jezreel que foi a capital do Reino do Norte. A planície é cortada pelo rio Quisom do leste para o oeste, com destino ao Mar Mediterrâneo. O termo "esdraelon", é grego e não aparece na Bíblia, enquanto "Jezreel" aparece por 29 vezes no Antigo Testamento. Há quem pensa que Jezreel e Esdraelon não sejam o mesmo lugar. Em Josué 17.16 e 2Crônicas 35.22 esse lugar é chamado de "Vale de Megido". Essa é a maior planície de todo o Israel, medindo 40 km de comprimento por 20 km de largura. Essa região foi na verdade o celeiro de Israel, especialmente nos tempos da monarquia. Suas terras eram abundantemente férteis, regadas pelas constantes chuvas, pelo orvalho que caia do céu e pelos rios. Alguns intérpretes vêem na palavra "Armagedom" uma transliteração do hebraico Armegido, que significa, colina ou montanha de Megido. Além dessas, existem outras planícies menores espalhadas pelo interior da Palestina, como a de Jericó, a de Dotam, a de Moabe, a de Genezaré etc. 1 A par te infer ior , as abas , o sopé (de ser ra, monte , etc). 44 Vales Apesar de ser a Palestina, terra de muitos vales conforme disse Moisés, contentemos em estudar apenas alguns dos mais importantes (Dt 11 . 10 , 11 ): 1. Vale do Jordão. É uma depressão geológica; os lados seguem duas falhas paralelas da crosta terrestre até a depressão conhecida pelo nome de Arabá, terminando no Golfo de Ácaba. As falhas são a causa que explica o caráter íngreme1 do vale. As praias do Mar Morto encontram-se 388 metros abaixo do nível do mar. A distância entre a linha do horizonte das montanhas de um lado para outro do vale é de 15 a 20 km. Nenhuma estrada importante percorre este vale, o que se explica pelo fundo difícil e continuamente interrompido pelo rio e seus afluentes e ainda pelas altas temperaturas estivais2. Este é o maior vale de toda a Palestina, que inicia no sopé3 do monte Hermom (extremo norte) e desce em direção sul, até terminar no Mar Morto. No seu ponto inicial esse vale é um tanto estreito medindo 100 metros; mas na medida em que vai se alargando ele cresce pouco a pouco. E logo um pouco abaixo do Mar da Galiléia ele mede 3 km, na região de Jericó ele chega até 15 km, e depois começa a estreitar-se novamente antes de chegar ao Mar Morto, seu ponto final. Por este grande vale corre o rio Jordão, do qual o seu nome deriva. 1 Dif íc il de subir; que tem for te decl ive; ab rupto , esc arpado , n l cant i l ado 1 Re ferente ao, ou própr i o do est io; ca lmoso, est ivo , est io. ' Base (de mon tanha) ; fa lda. 45 Este é o mais profundo vale de toda a face da terra, com 426 metros abaixo do nível do Mar Mediterrâneo, em uma distância de 215 km em linha reta desde o monte Hermom até ao Mar Morto. Grande parte desse vale é de ferti lidade exuberante, o que enriquecia a agricultura israelense. Este é o vale de maior contraste geológico da face da terra. Como já vimos, ele inicia no sopé do monte Hermom a 3.000 metros de altitude, e termina no Mar Morto com cerca de 426 metros abaixo do nível do mar, com a agravante deste ter aproximadamente 400 metros de profundidade. Onde ele nasce, no monte Hermom, sua temperatura climática é bastante fria, em virtude da neve, enquanto no seu término, no Mar Morto, a temperatura chega a 50° no verão. A natureza do terreno desse vale é das mais variadas que se pode imaginar. A sua vegetação não é muito diferente, produzindo até maçãs, pêras e uvas. 2. Vale Acor. A palavra "Acor" significa "perturbação". O nome desse vale deriva-se de Acã. Este vale fica entre as terras que pertenciam às tribos de Judá e Benjamim, ao sul de Jericó. Foi neste vale que ocorreu o triste episódio que envolveu a vida de Acã e sua família (Js 7.24-26). 3. Vale de Aijalom (Js 10.12). A palavra "Aija lom" significa "das gazelas". Este vale situa-se na região de Sefelá, 24 km ao noroeste de Jerusalém. Este vale tem uma extensão de 18 km de comprimento na direção do Mediterrâneo, por 9 km de largura. 46 4. Vale de Escol (Nm 13.22-27). A palavra "Escol" em hebraico significa "cacho". Este vale fica ao oeste de Hebrom, e é muito famoso pela sua ferti l idade especialmente na plantação de uvas. 5. Vale de Hebrom. Esse vale fica cerca de 30 km a sudoeste de Jerusalém, onde foi edificada a célebre cidade de Hebrom, em cujas cercanias fixou-se por longo tempo a família de Abraão. Planaltos A definição de planalto é: uma grande extensão de terras sobre montanhas ou serras. A Palestina é geralmente vista com dois planaltos, a saber: s O Planalto Central, que existe como a continuação dos montes Liba nos e se estende pelo centro do país na direção norte-sul; e ̂ O Planalto Oriental, que pode ser considerado como continuação do Anti líbano, andando na mesma rota do anterior. Ambos variam em altitude, medindo de 650 a 1.300 metros. *■ Planalto Central. Esse planalto é compreendido pela região onde habitavam as tribos de: Naftali, Efraim e Judá. s O Planalto de Naftali, corresponde à região da Galiléia ao norte; ̂ O Planalto de Efraim corresponde à região de Samaria, ao centro; e s O Planalto de Judá situa-se ao sul, entre Betei e Hebrom. 47 Planalto Oriental. Esse planalto situa-se ao oriente do rio Jordão e também está subdividido em três partes diferentes, a saber: Basã, Gíleade e Moabe. ■s Planalto de Basã. Também conhecido como Auran, que se estende desde o sul do monte Hermom até o vale por onde corre o rio Iarmuque. A ferti lidade dessa região é mais apropriada para o plantio de trigo e pastagem para o gado. •/ Planalto de Gileade. Que se situa entre o Iarmuque e o Hebrom, cortado pelo rio Jaboque; esta é uma região ferti l íss ima. Essas terras são famosas pela abundante produção do bálsamo, muito apreciado no período do AT (Jr 8.22). Essa região, é hoje chamada de Jordânia. s Planalto de Moabe. Localiza-se ao leste da última parte do curso do rio Jordão e do Mar Morto, indo até o rio Arnon. Esta região é um tanto rochosa entrecortado de prados e de lindas pastagens. Essa região levou esse nome em virtude de ter sido colonizada pelo filho de Ló (Gn 19.37). Montes da Palestina Canaã é uma terra montanhosa por excelência; esta é a razão da Bíblia chamá-la de " terra de montes e vales" (Dt 11.11). O núcleo central dos reinos hebreus encontra-se na região montanhosa ao longo do divisor de águas, que de um lado desce para o litoral e do outro para o vale do Jordão. Estas alturas atingem acima de 1.000 metros no seu ponto culminante, próximo a Hebrom. 48 O declive desapareceu há muito tempo, dando lugar a descalvados1 tabuleiros de calcário e terrenos pobres. A agricultura é praticada em terraços e em campos de animais. Na extremidade setentrional desta região certo números de colinas isoladas voltam à vizinha planície de Jezreel, a cadeia montanhosa retoma o seu caminho, avança na direção norte, elevando-se gradativamente à medida que se aproxima dos altos montes do Líbano. É constituída de patamares que geralmente se voltam para o sul ou sudoeste. Os mais baixos destes "degraus de escada" eram e são uma espécie de bacias férteis, separadas entre si por estéreis encostas de calcário. À medida que aumenta a altitude, as plataformas tornam-se escalvadas e batidas pelo vento até constituírem uma área desolada e estéril, destituída das f lorestas que cobrem as encostas das montanhas mais altas ao norte. Toda esta parte forma a região da Galiléia, c'ls vezes subdividida em alta e baixa Galiléia. Os limites meridionais e orientais da região são claros. Mas ao norte a divisa se perde nas montanhas. Os montes da Palestina normalmente são divididos em dois grupos gerais, a saber: s Montes Palestínicos, que ficam ao oeste do Jordão; e s Montes Transjordânicos, que se localizam ao leste do Jordão. I. Montes Palestínicos. i . l . Hermom. Este monte fica no extremo sul da cadeia dos montes Anti líbano, no limite sul da Síria e I al ta de vege ta ção ; á r ido , esté r i l , ca lvo , es ca l vado. 49 extremo norte da Palestina, também, conhecido como monte Sirion e monte Senir. Devido à sua altitude que atinge pouco mais de 3.000 metros (os dados oferecidos pelos vários autores divergem consideravelmente quanto à altitude deste monte, oscilando entre 2.750 e 3.365 metros), há uma escassez de vegetação (exceto nas encostas inferiores onde a vegetação é extremamente rica). Sua cobertura é permanente de neve e gelo. Este monte se reveste de uma imponência1 majestosa, podendo ser avistado de muitas partes da Palestina, Síria, Arábia, Fenícia e Mediterrâneo. Durante o inverno o enorme véu de neve baixa até cerca de 1.500 metros. À medida que avança o verão a neve vai derretendo, formando fios de água e riachos que descem pelas encostas e regam as partes inferiores do monte e os vales, ficando no seu tríplice cume (formado por três elevações ou picos dispostos em triângulo) uma calota de gelo que reflete os raios solares, como um espelho, a distâncias enormes. Hermom tem um papel importante na formação do clima da região, principalmente da Palestina, como catal isador das correntes de ar quente e úmido vindas do Mediterrâneo e precipitador2 das mesmas em forma do orvalho denso em áreas mais próximas e chuvas abundantes em regiões próximas e distantes. Isto, devido à baixa temperatura reinante em suas culminâncias. 1.2. Monte Tabor. Em hebraico significa "pedreira" ou simplesmente "montanha". Este monte está a 615 metros acima do nível do Mar Mediterrâneo e tem 1 Que impõe admi ração ; ma je s to so , magn i f i cen te . 2 At i ra r , lançar , a r r em essa r 50 120 metros de altitude, e fica totalmente isolado. I stá localizado na Galiléia, na parte nordeste da exuberante Planície de Esdraelon, tem uma distância ili' 10 km da cidade de Nazaré e 16 km do Mar da (i < 11 i I é i a . 1.3. Monte Gilboa. É mais que um monte, parece ser mais uina pequena cordilheira. O monte Gilboa tem 13 km ili1 comprimento, com uma largura que varia entre 5 8 km; com cerca de 543 metros de altitude. Nele •hi■ cultivam oliveiras, f igueiras e alguns cereais que ii.io necessitam de muita umidade. 1.4. Monte Carmelo. Não é propriamente dito um monte, mas •.im uma pequena cordilheira, situada no Planalto i iMitral na direção oeste, formando um promontório .ui sulda Planície do Acre, sendo a única parte da M.ilcstina que avança mar adentro, formando, ao imite, a baía do Acre onde está situada a atual i ui.ide de Haifa. Em seus f lancos1 existem várias cavernas, i|iii> pelos seus aspectos internos parecem que já Im em habitadas. A cadeia montanhosa do Carmelo se ■ blende por cerca de 48 km, na direção noroeste- uil< ste, desde as margens do Mar Mediterrâneo, ao m i I da baía de Acre, até à Planície de Dotã. Em um sentido mais estrito, o monte i .li melo é o pico principal dessa curta cadeia nmiitanhosa, que alcança um máximo de 531 metros, i‘iii sua extremidade nordeste, e que fica cerca de 19 I m i distante da beira-mar. r .uh: lateral de qua lq ue r ob je to; lado. 51 1.5. Montes de Efraim. Trata-se de uma região localizada no Planalto Central, onde se localiza a tribo de Efraim, meia tribo de Manassés e um pouco da tribo de Benjamim. Esta região é também conhecida como "monte de NaftaIi", bem como norte de Israel e monte de Samaria (Js 20.7; Jr 31.5-6). Os mais importantes desses montes são: Ebal e Gerizim, conhecidos também como montes das bênçãos e monte das maldições (Dt 11.29; 27.1-13; Js 8.33). O monte Ebal tem 300 metros e está a mais de 100 metros acima do nível do Mar Mediterrâneo. 1.6. Monte Sião. Alguns entendem que significa "montanha ereta", outros dizem que é "estrutura", mas, não falta quem defende o significado "colina ressicada1 pelo sol". Este monte situa-se na região leste da cidade de Jerusalém, com aproximadamente 800 metros de altitude, sendo a montanha mais alta da cidade sagrada. Antigamente, nas proximidades deste monte estava a fortaleza dos jebuseus (2Sm 5.17; ICr 11.5). 1.7. Monte Moriá. Segundo a tradição judaica, este monte está localizado ao lado leste do monte Sião, medindo cerca de 800 metros de altitude. É de forma alongada, tendo na sua parte mais baixa o monte Ofe l. A primeira vez que a palavra "Moriá" aparece na Bíblia é em Gênesis 22.2, e não se refere 1 To rna r resseco; ressequ i r , ressecar . 52 a um monte, mas, a uma região onde tem muitos montes; e foi em um destes montes o lugar em que Abraão iria sacrificar Isaque por ordem de Deus. 1.8. Monte das Oliveiras. Este monte está situado na região oriental da cidade de Jerusalém, separado da cidade pelo vale do Cedron. Ele faz parte de uma pequena cordilheira, com cerca de 3 km de comprimento. A distância deste monte até o centro de Jerusalém era de 15 estádios (Jo 11.18), cerca de 2.775 metros, "jornada de um sábado" (At 1.12). Betfagé e Betânia estavam neste monte, lietfagé significa "casa do figo", e Betânia, significa "casa da tâmara". Na encosta ocidental deste monte rstava o Jardim do Getsêmani. Nos tempos do AT, essa região de muita lisrtilidade, era coberta por grandes oliveiras, vinhedos, figueiras e outras árvores frutíferas e ui namentais. A palavra "Getsêmani" (hb.) significa ''prensa de azeite". 1.9. Áreas ao pé dos montes. Entre o litoral e as altitudes montanhosas rstende-se uma zona constituída de colinas baixas ,io pé das montanhas, outrora cobertas de florestas i‘ s icômoros1. Hoje grande parte dessa região é i ultivada. 2 . Montes da Transjordânia. Os montes da Transjordânia são aqueles i|iie ficam ao lado oriental do rio Jordão, onde se i".labeleceram as tribos de Rúberi, Gade e a meia ii ibo de Manassés. i i í í ne ro de ár vo res da famí l i a das a r to cá rpeas , esp éc ie de Ii(iiiAi r a , de oito a qu inze me t ros de a l tura. 53 A Transjordânia é uma região montanhosa semelhante à ocidental, porém mais elevada. A área é rica de água e fornece ótimas pastagens para grandes rebanhos de ovinos e bovinos. As montanhas sobem de 600 a 700 metros ao leste da Galiléia para quase 2.000 metros ao leste e ao sul do Mar Morto. Estas são cada vez mais chuvosas à medida que se elevam, constituindo uma faixa fértil entre o vale árido, de um lado, e o deserto arábico, do outro. 2.1. Montes de Basã. É uma região montanhosa de muita fertil idade, que está situada no Planalto Oriental. Ao norte faz divisa com o monte Hermom, ao leste, l imita-se com o deserto da Síria e parte do deserto da Arábia, e ao sul com o vale do Iarmuque e ao oeste com o rio Jordão e o Mar da Galiléia. Este monte é referido no Salmo 68.15. 2.2. Monte de Gileade. Este é mais um conjunto montanhoso, que vai do sul do rio Iarmuque e se estende até o Mar Morto. Toda sua extensão era de 90 km de comprimento, por 30 km de largura. O rio Jaboque divide esta região montanhosa, de leste a oeste, em duas partes quase iguais; ficando ao norte a tribo de Gade e ao sul a tribo de Rúben. Nos tempos de Jesus, esta região era chamada de Peréia. O nome "Gileade" tem origem no encontro de Jacó com Labão (Gn 31.46-48), e logo após com o Anjo do Senhor (Gn 32). 2.3. Monte Nebo ou Pisga. Com 800 metros de altitude, este monte localiza-se a cerca de 15 km ao leste da foz do rio 54 Jordão e por trás da Planície de Moabe, perto do Mar Morto. Alguns palestinólogos entendem que o monte Pisga (Nm 21.20) é um acidente geográfico do monte Abarim, que compreendia toda a região montanhosa, onde se localizava também o pico do monte Nebo. Calvário. Pequena elevação fora dos muros de Jerusalém. Fica ao norte, perto da Porta de Damasco (Lc 23.33). Calvário vem do latim "calvária" - crânio. Em hebraico é Gólgota - crânio, caveira (Mt 27.33; Jo 19.17). No local acima, em 1885 o general inglês Charles George Gordon descobriu um túmulo, cujas pesquisas revelaram nunca ter sido o mesmo ocupado continuamente. Passou a ser tido como o de Cristo. 55 Questionário f Assinale com "X" as alternativas corretas 1. O termo "Topografia" significa, literalmente: a )D Grande porção de terreno plano b)[ZI Descrição de um lugar ou de uma região c )D Grande porção de terreno plano sobre montes ou serras d )D Conjunto de estados da atmosfera próprios de um lugar 2. O mais profundo vale de toda a face da terra, com 426 metros abaixo do nível do Mar Mediterrâneo: a )Q Vale de Escol b ) 0 Vale do Jordão c )D Vale de Aijalom d ) 0 Vale de Hebrom 3. A Palestina é geralmente vista com dois planaltos: a ) 0 O Planalto Oriental e o Planalto de Ur b ) 0 O Planalto de Ur e o Planalto de Basã c )D O Planalto de Basã e o Planalto Central d ) 0 O Planalto Central e o Planalto Oriental f Marque "C" para Certo e "E" para Errado 4.P=] A palavra "planalto" significa uma grande porção de terreno plano 5 .C O Planalto Oriental está subdividido em três partes diferentes: Basã, Gileade e Moabe 56 Hidrografia1 O sistema hidrográfico da Palestina é talvez um dos mais pobres do mundo. Desde os tempos patriarcais vemos o quanto aquela terra tem sido castigada pela seca. Mesmo com toda engenharia desenvolvida no atual Estado Israelense a terra ainda sofre com as terríveis secas, com exceção da orla marítima, onde as chuvas são mais freqüentes. Apesar de todas estas deficiências, a Palestina é chamada na Bíblia de "terra que mana leite e mel" (Êx 33.3); "jardim regado" (Gn 13.10; Is 58.11); " terras das chuvas" (Dt 11.11); a " terra da abundância" (Dt 28.11). A hidrografia da Palestina pode ser dividida i:m três partes, a saber: Mares, Lagoas e Rios. Mares Mar Mediterrâneo. Banha a Europa Meridional, a Ásia Ocidental, a África Setentrional e toda a costa ocidental da Palestina. Liga três continentes, Ásia, Africa e Europa e era o único mar navegado nos I( mpos bíblicos. A palavra "Mediterrâneo", não aparece na lUblia nenhuma vez, esse mar é mencionado na híblia com o nome de Mar Grande (Js 1.4); Mar ocidental (Dt 11.24); Mar dos Filisteus (Êx 23.31). Apesar de todos estes nomes, o termo mais usado na llíblia para se referir a este mar é "O Mar". 1 A palavra H id rogra f i a é fo rmada por do is vo cábu lo s gregos l l l d ro" (água) e " g r a p h e i n ” ( des creve r) ; sendo ass im, H idrogra f ia é a c iênc ia que es tuda as r eg i õesaquát i cas . 57 Os gregos o chamavam de "Mar Grande", e os romanos de "Internum Maré” . Com uma extensão de 4.500 km, o Mediterrâneo é o maior dos mares internos. Neste mar estão as ilhas de Chipre (At 4.36; 11.19; 13.4; 15.39; 27.4), Creta (At 27.7,12 13,21; Tt 1.5) e Malta (At 28.1). Para os judeus, o Mediterrâneo constituía numa enorme defesa natural, em seu flanco ocidental, uma vez que na sua costa não havia nenhum porto exceto o da cidade de Jope. Mar Morto. Localiza-se no extremo sul do rio Jordão. Fica na foz do rio Jordão, entre as montanhas de Judá e as montanhas de Moabe, na região mais profunda do planeta. Não tem saída, mas produz uma imensa evaporação de aproximadamente oito milhões de toneladas de água por dia, o suficiente para controlar suas dimensões. No verão, a temperatura chega até 50°. Está situado entre Israel e a Jordânia, a uma distância de 24 km ao leste de Jerusalém. Tem cerca de 74 km de norte a sul e 16 km de leste a oeste, com um total de 930 km. O Mar Morto é profundíssimo, medindo cerca de 300 metros de profundidade. Seu ponto mais profundo tem 410 metros. Fica a quase 369 metros abaixo do nível do Mar Mediterrâneo, o que faz o mais baixo lençol de água do mundo. Ao longo da história, esse mar tem sido conhecido por diversos nomes; em algumas passagens bíblicas ele é chamado de "Mar Salgado" (Gn 14.3; Nm 34.12), "Mar do Arabá" (Dt 3.17; 4.49), "Mar do Oriente" (Ez 47.18; Jl 2.20; Zc 14.8). O Mar Morto é um dos mais salgados do planeta, sua água contém 25% de salinidade. 58 Além do sal, existem em abundância nas águas desse mar outros elementos químicos como magnésio, cloro, potássio, cálcio, bromo e enxofre. ■*' Mar da Galiléia. O Mar da Galiléia que não é propriamente um mar, mas um grande lago de água doce, está localizado ao lado norte da Palestina e é formado exclusivamente pelo alargamento do rio Jordão, num I recho do seu curso. Com uma forma ovalada1, nos lembra uma pêra. Este mar está aproximadamente a 18km ao sul do lago de Meron, e 96 km ao norte de Jerusalém. I stá a 212 metros abaixo do nível do mar Mediterrâneo, medindo aproximadamente 18 km de • umprimento e cerca de 14 km de largura. As suas margens que dão para o oriente .íío montanhosas, enquanto o seu lado ocidental e 11a parte noroeste estendem-se planícies férteis com (Idades que foram muito importantes nos tempos bíblicos. Tem em média 45 metros de profundidade; ii sua parte mais rasa não chega menos de 4 metros (1(5 profundidade; e a sua parte mais funda não vai .ilém de 50 metros de profundidade. Fica situado em uma grande bacia, ( .lusada por uma grande falha geológica. Com águas ivermelhadas e turvas, deságua exausto sobre este Uiande lago de água doce o rio Jordão. Apesar disso, | t suas águas são relativamente limpas. Além do rio Jordão, ele recebe muitas Imites em suas margens. Entretanto, suas praias localizadas ao norte e ao leste são barrentas e i nchosas. O Mar da Galiléia nos tempos bíblicos í ipirece com vários nomes, a saber: 1 I o rnado oval. 59 ✓ Quinerete (Dt 3.17; Js 13.27; 19.35; Nm 34.11). Esse vocábulo vem de "Kinnor", que significa "cítara", pelo fato de parecer com este instrumento musical, que é ovalado, em forma de uma pêra. s Lago de Genesaré (Lc 5.1; Mc 6.53). Ganhou esse nome, pelo fato de estar localizado em uma planície no seu ângulo noroeste chamada "Genesaré". Este nome significa "Jardim do príncipe". s Tiberíades (Jo 6.1,23; 21.1) recebeu esse nome, por causa da cidade de Tiberíades, construída pelo rei Herodes Antipas, em homenagem ao imperador Tibério César. s Mar da Galiléia (Mt 4.18). Esse nome lhe foi dado pelo fato de estar localizado em uma divisão política do Império Romano na Palestina, chamada de "Galiléia". Lagos O único lago existente em todo o território palestínico é o Lago de Merom; mencionado apenas duas vezes no livro de Josué (Js 11.5,7) com o nome de "águas de Merom". O seu nome atual é "Lago de Hulé" (nome árabe). Esse lago mede cerca de 8 km de comprimento por 6 km de largura, tendo 3 a 4 metros de profundidade, está a 2 metros acima do nível do Mar Mediterrâneo e a 280 metros acima do Mar da Galiléia, lugar aonde iam as águas que por ele passava. O seu nome significa literalmente "superior", talvez pela sua posição geográfica, ao compará-lo com o Mar da Galiléia e o Mar Morto. 60 As suas águas eram doces e produziam muitos peixes. A sua parte norte era inóspita1, e icpleta de mosquito transmissor da malária. Antigamente, nas margens desse lago vicejava2 o papiro. Esse lago não existe mais, porque foi totalmente drenado pela engenharia de Israel, ioduzindo-o a uns pequenos açudes. Rios Todos os cursos de água da Palestina (com exceção do Jordão) são de pouca expressão. A palavra "Rio" no hebraico aparece em diversas lormas: s "W a d i " , Trata-se de uma ravina3, ou de um leito seco onde só correm águas em seu leito no período do inverno ou de chuvas. S "N ãh ã r " , é o vocábulo normalmente usado para designar um rio comum. Os rios da Palestina são divididos em duas hiicias hidrográficas: Bacia do Mediterrâneo e Bacia tio Jordão, l. Bacia do Mediterrâneo. 1.1. Belus. Esse não é propriamente dito um rio de .'i()uas perene, mas tão somente um "Wadi", que fica •,eco por quase dois terços do ano. Tradicionalmente irm sido identificado com o rio Sior-Libnate mencionado em Josué 19.26. Apesar de não ser identificado a localidade deste rio, muitos autores dizem que ele deveria estar ao sul da tribo de Aser, onde corria um riacho. 1 I [Ti que não se pode v iver. Ilrotar, p roduz i r , lançar . 1 I scavação provocada pela enxur rada; bar ranco . 61 O nome "Belus" foi dado pelos gregos. Os judeus e os árabes o chamam hoje de "Nannã". 1.2. Quisom ou Kschon. Trata-se de um rio profundo e de águas rápidas, em certos meses do ano quase não pode ser atravessado. Este é o maior rio da Bacia do Mediterrâneo, e o segundo de toda a Palestina, perdendo somente para o Jordão. Esse rio nasce nas pequenas correntes dos montes Gilboa e Tabor, e vai recebendo águas de outras pequenas vertentes; correndo na direção noroeste do monte Carmelo, ele passa pela planície de Esdraelon; e em fim, deságua no Mar Mediterrâneo, na parte sul da baía de Acre. Sem muita certeza, alguns autores dizem que o seu nome significa "turvo e tortuoso". Em Juizes 5.19 esse rio é chamado de "águas de Megido". Em virtude do grande episódio que envolveu o profeta Elias e os profetas de Baal ( lR s 18.40), é atualmente chamado de "Nah el Mukatta" que significa "rio da matança". 1.3. Caná (Js 16.8; 17.9). Trata-se de um "Wadi" e não de um rio de águas perenes. Nascendo em Samaria, esse rio se estende pela planície de Saron irrigando suas terras em direção ao mar Mediterrâneo onde termina o seu curso. Tem esse nome, em virtude do seu leito correr nas proximidades da cidade de "Caná de Efraim". 1.4. Gaás (2Sm 23.30; lC r 11.32). Aqui temos um outro " Wadi”, que atravessa o território de Saron na direção leste- oeste terminando no Mar Mediterrâneo, nas proximidades da antiga cidade de Jope. 62 1.5. Soreque (Jz 16.4). O nome "Soreque" significa "vinha seleta". Este também não é um rio perene, porém, um "Wadi". A palavra Soreque, indicava tanto um ribeiro quanto um vale, entre Asquelom e Gaza, não muito longe da cidade de Zorá. Este rio nasce nas montanhas de Judá, ao sudoeste da cidade de Jerusalém, e anda em direção noroeste f indando o seu trecho no Mar Mediterrâneo entre Jope e Ascalom, na região setentrional da l ilistia. 1.6. Besor (ISm 30.9,21). A palavra "Besor" no hebraico significa "Refrigério". Este é o maior "Wadi" da Palestina, localiza-se nas vizinhanças de Ziclague, na região sul de Judá. Nasce no sul das montanhas de Judá, iiassa pelo lado sul de Berseba e precipita-se no Mar Mediterrâneo cerca de 8km ao sul da cidade de Gaza. 2. Bacia do Jordão. Compreende-se como Bacia do Jordão,.111ueIas fontes de água que deságuam no leito do rio lordão, e elas estão tanto na parte leste como oeste ilo Jordão. Na lição 1 estudamos sobre o rio Jordão e Muatros principais riachos. Agora, continuamos a ver mlros riachos importantes: 2.1. Querite. Aqui temos mais um dos muitos "Wadi" existentes na Palestina. Até hoje se discute a verdadeira localidade desse ribeiro de águas iiil ormitentes1. ' i,M11' apr esenta in te r r upções ou suspen sões ; não cont ínuo. 63 Baseando em IReis 17.5, onde diz que esse ribeiro está ao oriente do Jordão, alguns autores identif icam-no na margem oriental do Jordão. Porém, a maioria dos autores diz que tal ribeiro situa-se na margem ocidental. Entende-se que esse "Wadi" desce dos montes de Efraim e desemboca no Jordão, pela margem ocidental, um pouco ao norte de Jericó, depois de percorrer uma região agreste, povoada de corvos e águias. 2.2. Cedron (Jo 18.1). Trata-se também de um "Wadi" e não de um rio perene. Não passa de apenas um riacho com regime de inverno, que atravessa o vale de Josafá. O termo é apl icado tanto ao riacho quanto ao vale por meio do qual flui. O seu nome significa "turvo", "melancól ico" (no hebraico). Somente nos tempos chuvosos é que produz águas impetuosas. Nasce a 2 km ao noroeste de Jerusalém e, correndo na direção sudeste, passa ao lado da cidade de Jerusalém, e deságua no Mar Morto, numa distância de 40 km, por um leito profundo e sinuoso (1 Rs 2.37; 15.13; 2Cr 15.16; Jr 31.40; 2Sm 15.23). 2.3. Iarmuque. Apesar de não ser mencionado na Bíblia, este rio é o principal afluente na região leste do rio Jordão. O seu corpo é formado por três braços, sendo que o mais setentrional recebe abundantemente águas das vertentes orientais e meridionais do monte Hermom. O seu encontro com o rio Jordão ocorre 6 km ao sul do Mar da Galiléia. 2.4. Jaboque (Gn 32.22,23). Este rio nasce no sul do monte Gileade, a princípio corre para o leste, depois para o norte e noroeste, fazendo uma semi-elípse, até despejar 64 '.uas águas no Jordão entre o Mar da Galiléia e o Mar Morto, após um trajeto de 130 km. O seu nome significa "o que derrama". 2.5. Arnon (Is 16.2; Nm 21.13; Dt 2.24). O seu nome no hebraico significa "murmúrio". Nasce nas montanhas de Moabe e ao leste do Mar Morto termina o seu leito. Formado por dois braços esse rio percorre 80 km. Primeiramente, esse rio separava os moabitas dos amorreus e depois os moabitas do lerritório israelita da Transjordânia. Em épocas de chuva é bastante volumoso, mas no rigor do verão ( hega a secar. Desertos Palestínicos Deserto da Judéia. As áreas localizadas do Leste dos montes de Judá ao rio Jordão e ao mar Morto formam o deserto da Judéia. Subdivide-se este em vários desertos sem importância: Maon, Zife e En-Gedi. Nessa árida região, perambulou Davi quando era perseguido pelo rei Saul. Eis mais alguns desertos de Judá: Tecoa e Jeruel. Nesse território, o rei Josafá obteve estrondosa vitória sobre as forças moabitas e ,-irnonitas. Nessa mesma região, o profeta Amós exerceu o seu ministério e João Batista clamou i ontra seus reticentes contemporâneos. Desertos de Jericó, Bete-Áven e Gabaom. O deserto de Jericó fica no território henjamita. Esse desolado território forma, segundo descreve o pastor Tognini, um longo desfiladeiro inchoso de cerca de 15 km que desce de Jerusalém a lericó. 65 Nessa área, há muitas cavernas, nas quais escondem-se malfeitores. Essa região serviu de cenário para a Parábola do Bom Samaritano, contada por Jesus Cristo. Bete-Áven e Gabaom são outros importantes desertos de Jericó. Em Gabaom, por exemplo, obteve Josué importante vitória sobre os inimigos dos israelitas. Clima da Terra Santa Israel, geograficamente, localiza-se na faixa subtropical. Explica-se, portanto, a variedade de seu clima. Genericamente, contudo, apenas duas estações sobressaem na Terra Santa: a chuvosa e a seca. Ambas são acompanhadas, respectivamente, com muito frio e calor. O clima nas montanhas. Um país montanhoso, assim é Israel. Hebrom é o ponto mais elevado do território israelita, com mais de mil metros. Jerusalém, por seu turno, encontra-se a 800 metros de altura. Nas montanhas, o clima é fresco e bastante ventilado. No verão, esse quadro altera-se um pouco, em conseqüência das correntes de ar quente provenientes do Sul e do Ocidente. Na cidade santa, durante o inverno, a temperatura chega a 6 graus positivos, com neves e freqüentes geadas. No verão, os termômetros oscilam entre 14 e 29 graus. O clima no litoral. Encontrando-se ao ocidente do mar Mediterrâneo, Israel é bafejado por reconfortadoras e constantes brisas, principalmente à noite. 66 Durante o inverno, a temperatura baixa para menos de 14° em Gaza e Jafa. No pico do verão, os termômetros chegam a registrar 34o! Em algumas localidades situadas mais ao norte, o inverno torna se insuportável. O clima no deserto. De uma maneira geral, nos desertos de Israel, as temperaturas oscilam, no verão, entre 43°, 47° e 50°. Inclui-se, nessa classificação, o Vale do Jordão. Ventos. As correntes de ventos que varrem o Oriente Médio encarregam-se da formação do clima da Terra Santa: As úmidas, do mar Mediterrâneo; As frias, dos montes do Norte; e As quentes, das regiões desérticas. Eis como os hebreus classificavam os ventos: ̂ Safon, portador de geadas; s Quadim, faz crescer a vegetação; s O do Oeste encarrega-se das chuvas; e ̂ Darom é mensageiro do calor. Há, também, uma corrente de ar proveniente da Arábia, cognominada Sirô. Esses ventos são tão quentes que chegam a queimar a lavoura. Estações. Depreendemos de algumas passagens bíblicas (|ue, no Oriente Médio, havia somente duas estações: inverno e verão. Diz o profeta Isaías: "E/es serão deixados luntos às aves dos montes e aos animais da terra e •iobre eles veranearão as aves de rapina, e todos os ,mimais da terra invernarão sobre eles" (Is 18.6). 67 Começava o inverno em outubro e estendia-se até o mês de março. Nessa época, os montes cobriam-se de neve. O verão tinha o seu início em abril e ia até setembro. Os agricultores aproveitavam bem essa estação para colher e preparar a terra. Chuvas. Ao contrário do Egito, as chuvas em Israel são abundantes. As primeiras chuvas começam em outubro e, constituem-se em fortes aguaceiros, notadamente, no litoral. Nas montanhas, as precipitações são fracas e finas. No deserto não chove. Alguns estudiosos, porém, acreditam que, no tempo de Herodes, o Grande, as chuvas não eram escassas nas regiões desérticas. Isto porque, ele construiu uma fortaleza em Massada com grandes cisternas, para captar água proveniente das chuvas. Eis a média das precipitações pluviais: 1.090 mm por ano. O orvalho continua a cair na Terra Santa. Até mesmo as áreas desérticas recebem essa dádiva dos céus. O orvalho de Hermom, por exemplo, é proverbial. 68 Questionário >’ Assinale com "X" as alternativas corretas 6. Quanto ao Mar Morto, é INCERTO afirmar que: a) EU É profundíssimo, medindo cerca de 300 metros b)[H Em algumas passagens bíblicas ele é chamado de "Mar Salgado" c )Q É um dos mais salgados do planeta, sua água contém 25% de salinidade d ) 0 Os gregos o chamavam de "Mar Grande", e os romanos de "Internum Maré" /. O único lago existente em todo o território palestínico é o Lago de: a)CU Ledã b|)KI Merom c)D Orontes d)Q Leontes H, Os rios da Palestina são divididos em duas bacias hidrográficas, a saber: a)CH Bacia da Galiléia e Bacia do Atlântico b ) 0 Bacia do Atlântico e Bacia do Mar Morto c)H. Bacia do Mediterrâneo e Bacia do Jordão d)EH Bacia do Jordão e Bacia do Golfo Pérsico ' Marque "C" para Certo e "E" para Errado '• £ j "Wadi", é o vocábulo hebraico normalmente usado para designar um rio comum III-[«'_] O Mar da Galiléia não é propriamente um mar, mas um grande lago de água doce 69 Lição 3________________ Geografia Econômica e Humana da Palestina Devido a variedadedo clima e do solo a Palestina oferece também abundante variedade de produtos nos três reinos da natureza: vegetal, <mimai e mineral. Reino Vegetal No reino vegetal os produtos mais comuns <’ram o trigo, a oliva e a uva. Estes eram os elementos básicos da alimentação dos hebreus e lormavam o trinômio tão repetido na Bíblia - "pão, .i/eite, e vinho". Também era comum: cevada, lentilha, feijão, pepino, cebola, alho, mostarda, figo, melão e etc. Das plantas silvestres podemos citar: o i *dro, o pinheiro, a faia, o carvalho, a acácia, a lulmeira, a murta, o lírio do campo e a rosa de mon. Embora em maior ou menor proporção, 11 (i (I e - se encontrar toda esta flora pela extensão total Hn território palestino. Convém notar aqui que: 11 Na Judéia são mais comuns os olivais e vinhedos, que prosperam mesmo em terrenos pedregosos; 71 ■/ Em Samaria, são os bosques de acácias, cedros e pinheiros; ■s Na Galiléia, os cereais, embora estes sejam também comuns nos vales e planícies de outras regiões. Reino Animal Os animais palestínicos mais importantes eram: s A vaca, a ovelha, a cabra, a mula, o camelo, o jumento, o cavalo e o cão, na ordem dos domésticos que serviam tanto para o alimento como para o trabalho e transporte; s Corça, lebre, chacal, lobo, raposa, leopardo, leão, hiena, víbora, camaleão e outros na ordem dos selvagens, dos quais somente uns poucos podiam servir para o consumo; s Perdiz, codorniz, pombo, galinha, avestruz, cegonha, rola, pelicano, corvo e tantas outras aves; s Abelhas e gafanhotos de várias espécies, moscas, mosquitos, formigas, etc., na ordem dos insetos; e s Uma abundante variedade de peixes (cerca de 43 espécies). Referência especial merece o gafanhoto que até hoje é consumido como alimento, especialmente pela classe pobre, e do qual João Batista se alimentava. Arrancando-lhe as asas e os pés, puxa-se a cabeça, comprimindo ao mesmo tempo o corpo, assim retirando-lhe os intestinos. Depois o corpo do gafanhoto é secado ao sol, tostado no fogo ou frito no azeite, e está pronto para o consumo. 72 Reino Mineral Entre os metais o mais abundante parece t<?r sido a prata ( lR s 10.27), depois cobre, estanho, i humbo, enxofre, betume1 e também ouro. i utretanto, a Bíblia não indica que estes minerais nos tempos antigos fossem extraídos do solo p.ilestino, com exceção de betume (Gn 14.10) na irgião de Sodoma e Gomorra, ao sul do Mar Morto. Hoje, porém, há bastante mineração de carvão, '..ilgema, potassa, enxofre, ferro, cobre, etc. O comércio nos tempos bíblicos variava i onforme as circunstâncias políticas em relação aos l> uses vizinhos. Assim, a Palestina comerciava os ■'.%us produtos com Síria, Arábia, Egito e in incipalmente com a Fenícia (Ez 27.17). Os Habitantes Primitivos da Palestina Bem nos primórdios da história étnica da i'|l«stina, antes da chegada de Abraão a terra então ■ li.imada Canaã, a região era ocupada por diversas 11 ihos conhecidas sob o nome geral de cananeus (Gn I ’ (>; 24.3-37); essas tribos eram dez, a princípio, i 'Mluzindo-se para sete no tempo da conquista (Gn i 18-21; Dt 7.1). Pelo que nos informa Moisés em Gênesis ui i 5 20, quase todos os povos da região da Terra 'Li Promessa eram da estirpe2 camita, pois eram cndentes do filho mais moço de Cão, chamado 1 .-ui,|ã. As cidades desses povos eram muradas e i"i i II Içadas, cada uma tendo o seu próprio rei, l . l l lO. *11 1111'm , t ronco , l i nhagem, raça, as cendênc i a , cepa. 73 exceto umas poucas que eram de natureza mais nômade. Esses reinos eram, geralmente, independentes e bastante bel icosos1 para alcançar a supremacia. Alguns desses reinos, e em certas épocas quase todos eles, eram subordinados ao Egito. Os mais importantes deles são os seguintes: @ Cananeus. Ainda que esta designação seja, aplicada, na linguagem bíblica, a todos os povos da Palestina primitiva, no sentido mais restrito se limitava aos descendentes de Canaã que habitavam na costa do Mediterrâneo, desde a baía do Acre até Jope, ao norte da Palestina, desde o Mediterrâneo até o vale do Jordão, e ao longo do vale do Jordão até ao sul do Mar Morto. As provas arqueológicas nos dão a idéia desta distribuição. @ Amorreus. É outro povo descendente de Canaã, filho de Cão, embora alguns historiadores, baseados em Deuteronômio 1.44, o classif iquem como cananeus. Parece, porém, mais razoável fazer uma distinção entre os dois povos parentes. Os amorreus ocupavam no tempo da conquista à região ao sul e leste de Jerusalém e a vasta região montanhosa ao leste do Jordão, a Transjordânia (Nm 13.29). @ Heteus. Também estes são camitas, pois descendem de Hete, filho de Canaã e neto de Cão (Gn 10.15). Hoje são conhecidos como hiteus e hititas, nos registros históricos e arqueológicos. 1 Hab i tu ado à guer ra. 74 Parece que no tempo de Abraão era um povo que rivalizava com os cananeus e os amorreus em poder e número. Pelo que já se conhece deste povo, as áreas por eles ocupadas, em diversas épocas de sua história, estendiam-se desde a Ásia Menor, norte da Palestina, Síria, indo até o rio Eufrates. Abraão os encontrou também em Hebrom (Gn 23). Heveus. Segundo Gênesis 10.15-17, este povo também era camita, pois descendia da família de Canaã, filho mais novo de Cão. Pouco se sabe de sua história. Parece que não era muito numeroso. Nos dias de Jacó uma colônia deles encontrava-se em Siquém. A área maior por eles ocupada, em mistura com algumas outras tribos, foi ao oeste de Hermom (Js 11.3; Jz 3.3). Jebuseus. Jebus ou Jerusalém era o único lugar onde luibitava este pequeno povo, pois não é mencionada mitra área ocupada por eles. Porém, ainda que pequeno, era um povo valente. Encastelado na sua cidadela de Ofel (Sião?) resistiu aos ataques de Josué e seus exércitos, embora este lograsse aprisionar e matar a M'u rei (Js 10.23,24). 'f1 Perizeus. Este era um dos povos que habitavam na ivrra de Canaã e que parece evidente não ter origem i .imita, primeiramente, por não constar o seu nome ii.i lista dos filhos de Cão em Gênesis 10.15-20, e i.nnbém por não ter o costume de murar as suas i idades, uma vez que a sua ocupação era a 75 agricultura, como provam as escavações arqueológicas, levando, portanto, um tipo de vida diferente. @ Refains. Também conhecidos como anaquins e emins (Js 11.21 e Dt 2.10-11). Também estes não parecem possuir qualquer parentesco com os cananeus. Habitavam em algumas regiões de ambos os lados do Jordão e de Hebrom, pertencendo a uma raça aborígene1 de gigantes (Dt 2.10). @ Girgazeus. Segundo Gênesis 10.16, eram camitas. São várias vezes mencionados na Bíblia, mas não se sabe em que parte da Palestina habitavam. Alguns admitem que tenham ocupado alguma área na margem ocidental do Jordão, ou ao oeste de Jericó. Os Habitantes Vizinhos da Palestina nos Tempos da Conquista pelos Hebreus Devido a posição geográfica da Palestina, vários foram os povos que se limitavam com ela. Alguns desses povos vizinhos eram francamente hostis ao povo de Deus, outros apenas desconfiados, e só uns poucos - como os fenícios - de atitudes cordiais. @ Amalequitas. Freqüentemente citados na Bíblia; sempre hostis ao povo de Deus; de origem muito incerta. Era um povo numeroso e poderoso, nômade, cujo 1 D iz -se de hab i tante de reg ião de que é o r ig inár io ; au tó c tone , ind ígena, nat ivo. 76 U:rritório principal era de guerrilhas e pi lhagens1 e hcava entre o Mar Vermelho ao sul, Neguebe (área deserta entre o sul da Palestina e Egito) ao oeste e l dom ao leste (sul do Mar Morto), (ISm 15.7). Durante vários séculos antes do seu extermínio2, Deus usou os amalequitas como instrumentos para castigar o seu povo rebelde (Jz 1.12-13; 6.3-5). ̂ Edomitas ou Idumeus. Estes são semitas, pois são parentes dos hebreus, descendentes de Esaú, irmão de Jacó. O capítulo 36 de Gênesis fala da numerosa descendência de Esaú que se estabeleceu na montanha deSeir, ou seja, na região entre o sul de Moabe e Mar Morto e o Golfo de Ácaba, que é um v.isto maciço montanhoso de cerca de 180 km de extensão, conquistado pelos aborígenes horeus onde llnresceram cidades como Elath ( lR s 9.26), Ezion- (..rber (Dt 2.8), Bosra (Gn 36.33) e Selá ou Petra (J Rs 14.7), que foi a capital. Herodes, o Grande, que governou cerca de 10 anos sobre os judeus durante o domínio romano, i*i.i idumeu. Moabitas. Segundo Gênesis 19.37 os moabitas eram descendentes de Moabe, filho de Ló que era sobrinho di' Abraão. Portanto, também eles eram semitas. Apesar do parentesco, sempre foram Inimigos declarados dos hebreus, embora algumas v*ies demonstrassem boa vontade para com alguns drlfts - como no caso de Davi e sua família quando P*1! seguidos por Saul (ISm 22.3). i ui Lo pra t i cado pe las t r opas que ocupam c id ades c onqu i s ta das ii i ombates; saque. .■nina total; chac ina , asso la ção , an iqu i l am en to . 77 Ocupavam o território ao leste do Mar Morto e do Jordão até a altura do rio Jaboque. Como fizeram os edomitas, também os moabitas recusaram a Israel passagem pelo seu território quando este já se aproximava de Canaã. Moabe foi reduzido à ruína por Nabucodonosor, para nunca mais se reerguer. Contudo, Deus honrou uma mulher moabita, Rute, escolhendo-a para bisavó de Davi, integrando, portanto, a linhagem de Jesus. É o que ameniza a triste memória daquele povo. @ Midianitas. Eram semitas, pois descendia de Midiã, filho de Abraão com Cetura (Quetura), (Gn 25.1-6). Antigas listas genealógicas árabes mencionam uma tribo por nome Ketura, dando como seu local de habitação as proximidades da cidade de Meca. Tudo faz crer que mais tarde se expandiram para oeste-norte, pois nos tempos de Moisés parece que a "terra de Mid iã”, para onde este fugira do Egito e onde se casara (Êx 2.15-22), ficava ao leste do Sinai. Nos dias do patriarca Jacó, seu filho José foi vendido a uma caravana de mercadores midianitas que o levaram ao Egito, onde o venderam como escravo ao capitão da guarda de Faraó, Potifar (Gn 37.25,28,36). Parece, pois, tratar-se de um povo nômade que f inalmente desapareceu. @ Amonitas. Igualmente semitas, descendentes de Ló (Gn 19.38), viviam nômades na região da Transjordânia, ao norte do rio Arnon, entre o Jordão e o deserto arábico. Foram muito cruéis e vingativos para com o povo de Israel, atacando e pi lhando muitas vezes por longos anos durante os períodos dos Juizes e do Reino. 78 @ Sírios. Ao nordeste e norte da Palestina ficavam os domínios da Síria cujas relações com o povo de Deus foram ora fraternais, ora hostis. Sabemos que os sírios (ou arameus) aos quais nos tempos do Reino Unido de Israel eram organizados em pequenos reinos independentes, sempre conhecidos pelo nome de sua cidade principal, eram da estirpe semita. Três destes reinos sírios l imitavam-se com a Palestina e em diversas épocas guerreavam com esta; eram eles: ̂ Damasco (ou Aram-Damasco), que foi mais poderoso e mais hostil para com Israel; s Zobá (ou Aram-Zobá), situado ao oeste de Damasco, indo até Hamate (ISm 14.47); e •/ Maaca (ou Aram-Maaca), ao oeste de Zobá, indo até os limites da Fenícia ( lC r 19.7-19). ̂ Fenícios. Este foi um grande povo que habitava na estreita faixa de terra ao norte da Palestina, entre os montes Líbanos e o Mediterrâneo, desenvolvendo, I><*Ia navegação e comércio, uma vasta riqueza (Ez .>/). Este povo era camita (Gn 10.15-19), embora ■■na língua pertencesse ao grupo semita. As duas cidades que sobressaíam em 'Inerentes épocas eram Tiro e Sidon. As divindades iMlncipais dos fenícios eram Baal e Astarote, cujo ' 111to se infiltrou em Israel e atingiu o auge no n inado de Acabe que se casou com a princesa meia Jezabel. f ' Filisteus. Este povo, cuja origem é desconhecida (umbora pela referência de Juizes 14.3, em que os l i l r leus são chamados "incircuncisos", possa 79 concluir-se que, não sendo semitas, deveriam ser camitas), ocupavam uma área de terra no extremo sul da costa palestínica e eram extremamente belicosos, razão por que Deus não permitiu que o seu povo por ocasião do êxodo seguisse o caminho mais curto para Canaã que passava pela terra dos fil isteus (Êx 13.17). As cinco cidades fortif icadas dos f il isteus representavam os cinco estados independentes, mas confederados, e cujos nomes foram Asquelom, Gaza, Gat, Azdod e Ecrón. Na divisão da Terra da Promessa, a Filistia coube às tribos de Judá e Dã. Somente depois da morte de Josué é que Judá atacou a Filistia e tomou Gaza, Asquelom e Ecrón (Jz 1.18). Nunca foi possível uma paz permanente entre os filisteus e os hebreus. Estiveram em lutas constantes durante toda a história de Israel, isto é, durante os períodos dos Juizes, do Reino Unido, dos Dois Reinos e de Judá quando ficou sozinho na Palestina. Depois do cativeiro de Judá, a Síria anexou a Filistia e só depois das conquistas de Alexandre, o Grande, que destruiu Gaza, a última cidade fortificada que resistiu, que os filisteus desapareceram para sempre como povo. Além desses povos vizinhos mais próximos que apreciamos neste estudo, devemos mencionar os grandes povos mais distantes dos limites da Palestina e com os quais Israel teve relações diplomáticas, ou belicosas. São eles: s Os egípcios ao sul, e s Babilónicos e assírios ao leste. Não nos deteremos nos detalhes da história dessas relações, uma vez que esta já foi abordada na parte referente ao Mundo Antigo. 80 Questionário y Assinale com "X" as alternativas corretas I. Elementos básicos da alimentação dos hebreus: a ) B O trigo, a oliva e a uva b ) d O mel, o feijão e a oliva c)CH O milho, o trigo e o arroz d)D O arroz, o feijão e a mandioca Foi alimento de João Batista e até hoje é consumido, especialmente pela classe pobre a ) 0 Chacal b)D Hiena c )D Camaleão d ) 0 Gafanhoto I. Antes da chegada de Abraão à Canaã, a região era ocupada por diversas tribos conhecidas sob o nome geral de: a)ED Assírios b)El Cananeus c)D Palestinos d)D Filisteus Marque "C" para Certo e "E" para Errado i |l | Os amonitas e os moabitas são descendentes de i 'có, neto de Abraão I I1 | Os refains também são conhecidos como anaquins f emins, e pertencem a uma raça aborígene de < i i c) a nte s 81 Cidades Palestínicas Abraão, quando chegou à Terra da Promessa (Canaã), já encontrou muitas cidades, das quais algumas são mencionadas no livro de Gênesis. Geralmente as cidades palestínicas antigas eram construídas sobre elevações ou mesmo montes, cercadas de muros defensivos de altura e largura variadas, com portas pesadas providas de trancas seguras, com torres de vigia sobre os muros e ainda uma va la1 circulando-as por fora dos muros (Dt 3.5). Passemos em revista as principais cidades palestínicas: ® Jericó. Segundo alguns pesquisadores, Jericó, se não é a cidade mais antiga do mundo, certamente é a mais antiga de toda a Canaã. Fica localizada na parte inferior do vale do Jordão, a 8 km deste na direção oeste, a 12 km ao norte do Mar Morto e 24 km de Jerusalém na direção leste; e, ainda, a 272 metros abaixo do nível do Mediterrâneo, junto à fonte de Elizeu ou Ain es-Sultan. No tempo da conquista de Canaã pelo povo de Israel, Jericó era uma cidade grande e bem fortificada, dominando a passagem do Jordão ao sudeste da Palestina à margem do caminho de Jerusalém para a Transjordânia. ^ Hebrom. Situada ao sul das montanhas de Judá, ao oeste do Mar Morto, a 32 km ao sul de Jerusalém, figura também entre "as cidades mais antigas do mundo". 1 Vala pro funda que serve para d e m a r c a r te r ras ou domín io s . 82 Seu nome primitivo foi Quiriate-Arba (Gn 23.2; 35.27; Js 14.15; Jz 1.10). Hebrom não é mencionada no Novo Testamento. Existe até hoje, inm o nome de el-Khalil, habitada em sua grande maioria por maometanos que construíram sobre a ■ i n ti g a cova de Macpela uma mesquita1, onde é vodada2 a entradade cristãos. Belém. Também é uma das mais antigas cidades dii Palestina. Situada a 10 km ao sul de Jerusalém, iid estrada que vai de Hebrom, numa colina de 700 metros de altitude nas montanhas de Judá, numa icgião sobremodo fértil. Seu nome bíblico é Bethlehem-Efrata (que '.ignifica "casa de pão") ou Belém de Judá, para distinguir de outra cidade de igual nome existente na Planície de Esdraelon. A primeira menção de Belém na Bíblia é iHativa nos tempos patriarcais, na morte de Raquel, .1 amada de Jacó, que ocorreu pouco ao norte desta i idade por ocasião do nascimento de Benjamim (Gn is .16-19). Também ali nasceu Davi, o notável rei de Ijrael, e Jesus o Filho de Deus e Salvador do mundo. ̂ Jope (Jafa ou Yafa). É outra cidade das mais antigas da l'. destina. Segundo alguns escritores antigos - lulestínicos e romanos - é até antediluviana. Segundo os registros egípcios o seu nome |.i era conhecido nos dias de Faraó Totmes III (1490- I 'I i5 a.C.), bem como nos de Faraó Amenotepe IV (( .irtas de Tel-EI-Amarna, 1370 a.C.). Situada cerca de 60 km ao noroeste de ii iusalém, na costa do Mediterrâneo, era o porto da I f i np lo maome tano, imped ida , p ro ib ida , in te rd i tada . 83 capital israelita. Jope sofreu muitos ataques e arrasamentos dos exércitos inimigos através dos tempos, isto é, egípcios, assírios, gregos, romanos, turcos, cruzados e franceses. Porém, sempre voltou a prosperar, e hoje, junto da velha Jope, do lado norte, ergue-se a moderna Tel-Aviv, o grande centro dos sionistas1 judeus. Havia uma vila na Galiléia com o mesmo nome, Jafa, ou Jafia. 0 Siquém. Esta é mais uma das cidades antigas da Palestina, pois a sua história remonta2 a mais de 2.000 anos a.C., nas peregrinações de Abraão. Fica situada entre os montes Ebal e Gerezim, na Samaria, bem no centro geográfico da Palestina, no fértil vale de Siquém e ali erigiu o seu primeiro altar na terra de Canaã após a aparição do Senhor que lhe declarou: "À tua semente darei esta terra" (Gn 12.6,7). Mais tarde, Jacó, ao voltar da Mesopotâmia, f ixou-se ali e levantou um altar ao Senhor (Gn 33.18-20). Nas cercanias de Siquém Jacó cavou um poço que se tornou célebre pelo encontro que se deu junto do mesmo entre Jesus e a mulher samaritana. Também ali foram enterrados os ossos de José trazidos do Egito (Js 24.32). Ainda em Siquém Roboão, filho de Salomão, foi coroado rei de Israel, mas, devido à sua imprudência e arrogância, o reino foi dividido, e Jeroboão, o rei das dez tribos revoltadas, fez de Siquém a capital do Reino do Norte ( lR s 12). Conforme 2Reis 17.24 certamente também Siquém 1 Mov iment o po l í t i co e re l ig ioso ju da i co in ic iado no séc. XIX, que v i s ava ao r es tabe l e c imento , na Pa les t ina , de um Es tado ju da i co , e que se to rnou v i to r i oso em maio de 1948, qu ando foi p ro c lam ado o Es tado de Israel . 2 Conser t o , re fo rma, reparo. 84 recebeu os colonos assírios que após a queda do Ueino do Norte estabeleceram-se nas cidades de Samaria e de cuja mistura com os judeus remanescentes resultou a raça samaritana. A cidade foi destruída e reconstruída várias vezes. Modernamente é chamada Neblús. Samaria. Fundada em 921 a.C. por Onri, rei de Israel e pai de Acabe, esta cidade foi uma das mais Importantes e influentes na vida de Israel. Situada a 8 km ao noroeste de Siquém, num monte aproximadamente de 100 metros de ■ iltitude, rodeada de muralhas quase inexpugnáveis1 <■ foi capital do Reino do Norte durante 200 anos. Caiu sob o poder da Assíria em 722 a.C., tlnpois de um prolongamento do cerco que começou no tempo de Salmanasar V e terminou no de Sargão II. Hoje no local há uma pequena povoação por nome Sebustieh, rodeada de ruínas que estão sendo '■xploradas e estudadas por várias entidades .li queológicas. Notáveis são os restos da chamada t olunata2 de Herodes", de dois quilômetros de extensão, que apesar dos dois mil anos decorridos lá < * *. L ã o como testemunhas da antiga glória de .imaria. Nazaré. A 22 km do extremo sul do Mar da Galiléia, ii.i direção oeste fica a cidade de Nazaré onde ii.inscorreu a infância e a juventude de Jesus, razão IK-la qual Ele foi conhecido como Jesus de Nazaré, ilnje é a cidade palestina de maior proporção de ustãos entre os seus habitantes. i nvenc íve l , indes t ru t í ve l , inaba láve l . <■ r ie de co lunas d i spo s ta s s im et r i c am en te . 85 @ Cesaréia. Fica a 75 km ao noroeste de Jerusalém, entre Jope e o monte Carmelo, no litoral do Mediterrâneo. Foi construída por Herodes, o Grande, no local da antiga cidadela dos fil isteus chamada Torre de Strato, e cognominada1 Cesaréia em homenagem a César Augusto, imperador romano. Nos tempos do NT foi a cidade mais célebre da Palestina por tratar-se de sua capital política. Lá estava a sede de administração civil e militar da província romana. Os grandes edifícios, o templo, o anfiteatro, o hipódromo, os teatros, ruas pavimentadas, instalações de água e esgoto, etc, fizeram a glória da cidade, embora por pouco tempo. Foi ali que nasceu o célebre Eusébio - primeiro historiador da Igreja Cristã e o primeiro geógrafo da Palestina. @ Cesaréia de Filipo. O tetrarca Filipe deu este nome à antiga vila fenícia de Baal-Gade em honra a Tibério César, seu protetor. E para distinguí-la da Cesaréia do Mediterrâneo acrescentou-lhe o seu próprio nome. Ampliando e embelezando a cidade que se encontra ao sopé do monte Hermom; Filipe fê-la uma espécie de estância de veraneio para a aristocracia da época. @ Tiberíades. Fica na margem ocidental do Mar da Galiléia (ou lago de Tiberíades) a 8 km de extremidades sul do referido mar. A cidade não é mencionada no AT e uma única vez seu nome aparece no NT (Jo 6.23). 1 Des i gna r por cognome; ape l i dar , a l cunha r , chamar . 86 Depois da destruição de Jerusalém veio a ser o centro do judaísmo na Palestina. Para lá foi transferido o Sinédrio1 e foram construídas muitas sinagogas2, fundando-se a célebre academia rabínica que preparou o Mischná, o Talmude Palestínico (também chamado Talmude de Jerusalém) que é uma coleção de tradições e interpretações do AT. @ Cafarnaum. Não há certeza absoluta do local exato de Cafarnaum. Sabemos, porém, que era cidade da costa noroeste do Mar da Galiléia, a principal entre outras tantas da região, posto militar rorriano (Mt 4.13; 8.5) e centro de recolhimento de impostos do império (Mt 9.9; 17.24). Mas o fato mais importante para os estudiosos da Bíblia é que Cafarnaum era a cidade residencial de Jesus, bem como do seu discípulo Pedro (Mt 9.1; 8.14-17). Também foi ali que o Salvador realizou o maior número de mi|agres e pronunciou os mais profundos ensinamentos. Jerusalém. "Lugar de paz", "habitação segura". Entre í s cidades mais célebres do mundo encontramos lerusalém. E no que diz respeito à história bíblica »■la ocupa o primeiro lugar. Esta posição privilegiada de Jerusalém não i‘stá em sua extensão, nem em sua riqueza ou expressão cultural e artística, e sim em sua profunda r ampla relação com a revelação, ou seja, no seu •■rntido religioso. I ntre os an t igos ju deus , t r ibuna l , em J er usa l ém , formado por i ce rdotes , anc iãos e esc r ibas , o qual ju lgava as ques tões i i i i n in a i s ou adm in i s t r a t i v a s r e f e ren te s a uma tr ibo 0u a Um a i hl,ide, os c r imes po l í t i cos im po r tant es , etc. A par t i r do ex í l io bab i lón i c o (séc. VI a .C.), local de reunião dos i-.i . lel i tas, para a l e i tu ra da Bíb l ia e a prece. 87 Ela foi, de um modo especial, o cenário das manifestações patentes e evidentes do poder, da justiça, da sabedoria, da bondade, da misericórdia, enfim, da grandeza de Deus. Por isto as alusões proféticas e apostól icas a apresentam como o próprio símbolo do céu (Is 52.1-4; Ap 21). ■f Nome. Durante a sua longa história, cerca de 4.000 anos, a cidadeera conhecida por vários nomes, assim como: Urasal im, Salém, Jebus, Jerusalém, Sião, Cidade de Davi ou Cidade do Grande Rei, Cidade de Deus ou Cidade Santa, Cidade de Judá, Aelia Capitolina. s Localização e Topografia. Jerusalém fica situada na parte sul da cordilheira central da Palestina, ou seja, nas montanhas de Judá, na mesma latitude do extremo norte do Mar Morto, a 21 km ao oeste do mesmo e a 51 km ao leste do Mediterrâneo. Está edificada sobre um promontório a 800 metros de altitude, subdividido em uma série de montes ou elevações. Ao leste do promontório fica o vale de Josafá ou Cedron que separa a cidade do Monte das Oliveiras. Ao oeste e ao sul fica o vale de Hinon (gr. Gehena) que em certa época da história foi o "vale da matança", assim chamado por causa dos sacrifícios das crianças em holocausto ao ídolo Moloque (2Rs 23.10; Jr 7.31-34) e dos fogos que ardiam constantemente, consumindo o lixo da cidade, os detritos1 dos holocaustos pagãos, etc. Daí, por analogia, a palavra grega Gehena - que significa "vale de Hinom" - veio a designar o lugar de castigo eterno dos condenados, o inferno (Mt 13.42; Mc 9.43-48). 1 Res íduo de uma substânc i a; res tos . 88 Costumes Os habitantes do Oriente Próximo, ou das terras bíblicas, sempre tiveram, como ainda têm, os seus estilos peculiares de vida, de expressão e de pensamento. Isto se deve às particularidades geográficas, étnicas e religiosas dos mesmos. Família Hebraica Casamento. Os hebreus consideravam o casamento de origem divina e de importância básica para a vida individual, social e nacional (Gn 1.28; 2.18). Segundo o ideal divino, o casamento havia de ser monogâmico1 (Mt 19.1-8); a poligamia era tolerada no Antigo Testamento, porém no Novo Testamento inteiramente repudiada. A concubinagem era tolerada nos casos de esterilidade da mulher legítima, mas freqüentemente lambém fora desta condição, especialmente entre os ricos, nobres e reis (Gn 16.2; 30.3,4,9; ISm 1.2; 2Sm 5.13; Jz 8.30; lR s 11.3). A posição da concubina sempre era de uma «■sposa secundária, pois geralmente era uma serva (escrava) ou prisioneira de guerra, e poderia ser despedida em qualquer tempo e sem qualquer direito de amparo (Dt 21.10-14). Entretanto, a Bíblia não esconde os males da poligamia e da concubinagem. O casamento misto «•ra proibido em defesa da família, da tribo e da pureza da raça (Dt 7.1-4). ' Regra, c o s tu m e ou prát i ca so c ia lm en te r egu la m en tada s egundo (|ual uma pessoa não pode ter ma is de um côn juge. 89 Havia também o casamento por levirato1, quando por morte do marido que não deixava filhos, o irmão deste deveria casar-se com a cunhada'viúva para suscitar descendência ao seu irmão falecido (Dt 25.5). **" Contrato de casamento. Este, geralmente, era feito por terceiros - pai do noivo, seu irmão mais velho, tio, ou algum amigo muito chegado, e só excepcionalmente pela mãe (Gn 21.21; 24.38; 34.8). Em alguns casos o próprio filho fazia a sua escolha, ficando, porém, com terceiros as negociações (Gn 34.4). Estas consistiam nas consultas quanto ao destino dos bens por força do enlace - que não poderiam enfraquecer a tribo e nem expor a moça ao desamparo (Nm 36); e nos acertos quanto ao dote que o noivo havia de pagar ao pai da moça (uma espécie de dádiva que compensava a perda da filha), geralmente oscilava entre 30 e 50 siclos e selava o contrato matrimonial, mas que podia ser efetuado também em forma de trabalho, como no caso de Jacó (Gn 29.15-20; 34.12; Êx 22.17; ISm 18.25; Gn 24.25-53). O dote da concubina era o preço da compra (no caso de serva ou escrava). Os casamentos consangüíneos entre os hebreus eram proibidos (Lv 18.1-18), embora fossem comuns entre os caldeus (Gn 20.12), egípcios, persas e outras nações orientais. Noivado. Este era o "primeiro ato" do casamento, porém tão importante que somente a morte ou infidelidade podiam dissolvê-lo. 1 Prát i ca s oc ia lmen te in s t i tu c iona l i z ada do ca sam en to de uma v iúva com o i rmão de seu mar ido , ou a regra mat r imon ia l que pr es creve esse t ipo de c a samen to 90 Desde o momento em que o noivo entregava à noiva, ou ao representante dela, na presença de testemunhas uma moeda com a inscrição "Seja consagrada (casada) a mim" - uma espécie de juramento - o jovem casal era (Rt 4.9 11) considerado casado, embora a sua vida conjugal se efetuasse só depois das núpcias (Mt 1.18) que, segundo o Talmude, poderiam ocorrer um mês depois para as viúvas e um ano depois para as virgens (no caso de Jacó duraram sete anos). Durante o noivado o homem era isento do serviço militar. Depois do exílio babilónico adotou-se o costume de lavrar um compromisso escrito. Núpcias. A festa de núpcias durava, geralmente, sete dias (Jz 14.12), prolongando-se excepcionalmente, até catorze dias. O noivo, sendo rico, distribuía roupa nupcial aos convidados (Mt 22.11). Sainée-^Tâ sua casa, acompanhado de seus amigos e vestido de sua melhor roupa, ao som de música e de cânticos ia à casa dos pais da noiva. Quando as núpcias^ eram real izadas à noite, as pessoas que acompanhavam o cortejo muniam-se de tochas (lâmpadas). Recebendo a esposa na casa dos pais desta, com rosto velado, acompanhada das bênçãos paternais, o esposo a conduzia, em cortejo ainda maior, para a casa de seus pais ou para a sua própria, onde se seguia o banquete depois o qual os noivos eram conduzidos à câmara nupcial (Mt 22.1-10; 25.1-13). Nos seis dias subseqüentes, as festas continuavam, embora mais resumidas. A lua de mel legal era de um ano, durante a qual o marido estava Isento das obrigações militares. Divórcio. A dissolução dos laços matrimoniais entre os hebreus era permitida como uma "necessidade calamitosa", porém não aprovada, e mesmo repudiada já na última parte do Antigo Testamento (Dt 24.1; Ml 2.13-16). Também Jesus repudiou o divórcio, exceto no caso de adultério (Mt 19.3-9). 0 divórcio tinha que ser efetivado por um documento escrito, chamado "carta de divórcio" que era entregue à mulher pelo marido (Dt 24.3; Mt 19.7), para lhe dar direito a um novo casamento. Se p o r é m , viesse a divorciar-se do seu segundo marido, ou mesmo se este viesse a morrer, já não poderia reconciliar-se com o primeiro, uma vez se encontrava contaminada pela coabitação com outro homem (Dt 24.4). O s filhos. Estes eram considerados dádivas divinas (SI 127.3-5), especialmente os do sexo masculino. Por issoa esterilidade era julgada como uma falta do favo r de Deus. A herança era dividida somente entre os f i lhos do sexo masculino. As filhas solteiras eram sustentadas pelos irmãos até que se casassem. Seu casamento podia ocorrer somente com alguém de dentro da mesma tribo. A primogenitura era honrada e respeitada entre todos os povos orientais. O primogênito rece bia a porção dobrada dos bens paternos; com a morte do pai, assumia a direção da família e as funções sacerdotais da mesma (na época anterior à doação da lei mosaica). Quanto à educação o pai era obrigado a ensinar-lhes desde cedo um ofício que lhe garantisse a subsistência (Nm 27; Dt 21.15-17). Áquila, Priscila e Paulosabiam fabricar tendas (At 18.1-3). 92 Questionário f Assinale com "X" as alternativas corretas 6. É a cidade mais antiga de Canaã e segundo alguns pesquisadores pode ser a mais antiga do mundo a ) 0 Cafarnaum b)[H Samaria c )D Nazaré d )E l Jericó 7. Quanto à Jerusalém, é INCOERENTE dizer que a)[U Era conhecida por vários nomes, assim como: Jebus, Sião, Cidade de Davi, Cidade de Judá, etc b ) 0 Seu privilégio está em sua extensão, riqueza, expressão cultural e artística c )Q No que diz respeito à história bíblica ocupa o primeiro lugar d ) d Está entre as cidades mais célebres do mundo 8. A festa de núpcias: a ) 0 Eram realizadas somente à tarde b)D Durava geralmente um mês, prolongando-se excepcionalmente, até dois meses c ) 0 O noivo, sendo rico, distribuíaroupa nupcial aos convidados d ) d A lua de mel legal era de um mês e o marido estava isento até das obrigações militares f Marque "C" para Certo e "E" para Errado 9.ÍF1 Na família hebraica, a herança era dividida entreIos filhos sem distinção de sexo10. C A cidade de Nazaré foi onde transcorreu ainfância e a juventude de Jesus93 A Lição 4________________ Geografia Política da Palestina Antes dos aspectos geográficos relacionados com as fases pol ít ico-históricas, apresentamos aqui um resumo do aspecto ético dos hebreus, no que diz respeito, particularmente, à sua or igem. Origem dos Hebreus Deus tomou um caldeu, Abraão, no sul da Babilônia, de origem semita, para nele constituir um povo seu que viesse beneficiar todas as demais raças com a revelação que lhe daria do seu caráter, sua natureza e seu propósito (Gn 12.1-3). A data de nascimento de Abraão não é possível determinar com precisão, mas a época geralmente aceita é o ano 2.000 a.C. Com 75 anos de idade o patriarca deixou a sua cidade natal, Ur dos caldeus, ambiente idólatra e politeísta1, e emigrou em companhia de seu pai e seu sobrinho Ló para Harã, localizada ao noroeste da Mesopotâmia. Algum tempo depois, morrendo seu pai Tera, Abraão deixa Harã com sua mulher Sara e seu sobrinho Ló e parte para Canaã ou Palestina, ao sudoeste de Harã, terra que Deus havia prometido 1 Re l ig ião em que há p l u r a l id ade de deuses . 95 ao patriarca e sua descendência por herança perpétua (Gn 12.1-9). Não sabemos em que tempo também Naor, irmão de Abraão, fixou-se em Harã, mas tudo faz crer que foi ali que Abraão mandou buscar esposa para seu filho Isaque - Filho da Promessa, encontrando-a na pessoa de sua sobrinha-neta, Rebeca, ou seja, neta de seu irmão Naor. Mais tarde o neto de Abraão, Jacó, encontra na mesma parentela e no mesmo lugar as suas duas esposas - Lia e Raquel, fi lhas de Labão, irmão de Rebeca. Destas duas uniões e mais duas com as concubinas, Bila e Zilpa, que eram servas das suas esposas, nasceram a Jacó doze filhos, cujas famílias deram origem às doze tribos de Israel. Depois de aproximadamente 100 anos de peregrinação na Terra da Promessa, Abraão morreu aos 175 anos de idade. Seu filho Isaque, seu neto Jacó, e os doze bisnetos com as respectivas famílias, habitaram na mesma terra, porém sem possuí-la, durante mais ou menos 215 anos, quando a tribo de Jacó desceu para o Egito onde já estava José, filho de Jacó, como primeiro ministro de Faraó. Nesta altura eram 70 os descendentes de Jacó em sua tribo. A área geográfica percorrida pelos três patriarcas durante as suas peregrinações na Palestina ficava entre Siquém, Betei, Hebrom e Berseba; portanto, a parte central e a do sul, próximo ao Egito. Naquela época da formação pré-tribal dos hebreus, a Palestina estava ocupada por vários povos, uns maiores, outros menores, sendo que o predominante era o cananeu. Durante a permanência dos israelitas (como são chamados os filhos de Israel ou Jacó) no Egito - que durou 215 anos, segundo a Septuaginta 96 (tradução grega do Antigo Testamento) e 430 anos segundo Êxodo 12.40 - a_ŝ doze t ribos desenvolveram-se num grande povo que no tempo do Êxodo deve ter chegado a cerca de três milhões de pessoas, segundo os cálculos dos entendidos. Este povo, que junto do Sinai foi constituído em nação, entrou em Canaã praticamente com o mesmo número de almas (cf. Nm 1.46 e 26.51). A área conquistada por Josué somada àquela que na Trans iordânia já fora conquistada por Moisés, juntas não representava mais que uma sexta parte da área prometida por Deus a Abraão, que era desde o Egito até o rio Eufrates (Gn 15.18). Não foram conquistadas a Filistia, a Fenícia, as terras de Emate (Síria) e nem as partes de Edom e Moabe ao sul e leste do Mar Morto. Conforme Atos 7.2-4, Abraão habitava em Ur dos caldeus quando Deus o chamou para uma terra desconhecida. Mas, de acordo com o que Moisés relata no capítulo 11 e 12 de Gênesis, a chamada dele só se deu em Harã, após a morte de seu pai. Alguns eruditos entendem que Moisés não narrou a chamada de Abraão em Ur porque o seu pai ainda vivia, visto que no regime patriarcal o filho não podia aparecer com proeminência enquanto o pai vivesse. Mas com a morte do seu pai em Harã, ele passa a assumir a chefia da expedição. Divisão Política da Palestina No AT foi a Palestina dividida entre as 12 tribos de Israel. Manassés (parcialmente), Gade e Rúben; ficaram ao leste do Jordão; Aser, Manassés (em parte), Efraim, Dã (em parte) e Judá; ficaram na área litorânea; 97 Naftali, Zebulom, Issacar e Benjamim; estabeleceram-se na região central; Duas ficaram nas extremidades: Dã (Norte), e Simeão (Sul). A divisão política da Palestina mudou com o correr dos tempos e dos governos. A Palestina e Jerusalém A Palestina teve várias capitais, a saber: Gilgal, no tempo de Josué (Js 10.15); Siló, no tempo dos juizes (ISm 1.24); Gilbeá, no tempo do rei Saul (ISm 15.34; 22.6); Jerusalém , da época de Davi em diante (2Sm 5.6-9). Seu primitivo nome foi Salém (Gn 14.18), depois Jebus (Js 18.28) e por fim Jerusalém (Jz 19.10). Nos dias do Novo Testamento a capital política da Judéia era Cesaréia, não Jerusalém, como já mostramos. Mispá (Jr 40.8). Por pouco tempo foi capital, durante o cativeiro babilónico. Tiberíades. Foi outra capital da Palestina, isso após a revolta de Bar-Cóchega, em 135 d.C. ■*" Jerusalém como capital da Palestina. Fundada pelos hititas (Nm 13.29; Ez 16.3). Fica a 21 km ao oeste do Mar Morto, e a 51 ao leste do Mar Mediterrâneo. Nos tempos bíblicos tinha cinco zonas ou bairros: Ofel, ao sudeste; Moriá, ao leste; Bezeta, ao norte; Acra, ao noroeste e Sião, ao sudeste. Na distribuição da terra de Canaã, Jerusalém ficou situada no território de Benjamim (Js 18.28). Foi conquistada em parte por Judá, mas pertencia de fato a Benjamim (Jz 1.8,21). Tinha 98 povo de Judá e Benjamim (Js 15.63). É chamada Santa Cidade, em Neemias 11.1; Mateus 4.5. Jerusalém saindo do jugo romano caiu em poder dos árabes em 637 d.C., e, salvo uns 100 anos durante as Cruzadas, daí sempre cidade muçulmana. Em 1518 os turcos conquistaram-na. Em 1917, os britânicos assumiram o controle, ficando a Palestina depois sob seu mandato por delegação da então Liga das Nações. A partir de 1948 passou a ser cidade soberana (isto é, o setor novo), porém, na Guerra dos Seis Dias em 1967, foi reconquistada aos árabes, os quais dela tinham se assenhoreado na guerra de 1948. Reedificada sempre sobre suas próprias ruínas, Jerusalém permanece a Cidade Eterna do mundo, símbolo da Nova Jerusalém que se há de estabelecer na consumação dos séculos. Jerusalém será então metrópole mundial. Isso, durante o Milênio, quando estará vestida do seu prometido esplendor (Is 2.3; Jr 31.38; Zc 8.22). Nesse tempo Israel estará à testa das nações. Na Jerusalém de hoje nada pode ver-se da Jerusalém de Davi, de Salomão, de Ezequias, de Neemias e de Herodes. Tudo se acha sepultado sob os escombros de muitos séculos, sob metros e metros de entulho. ^ Cidades visitadas por Jesus. Nazaré (Lc 4.16) Betânia (Jo 1.28) ® Caná (Jo 2.1) Sicar (Jo 4.5) ® Naim (Lc 7.11) Cafarnaum (Jo 6.59) 99 Betsaida (Lc 9.10) Corazim (Mt 11.21) Tiro e Sidom (Mt 15.21); Cesaréia de Fiiipe (Mt 16.13) Jericó (Lc 19.1) at> Emaús (Lc 24.13,14) No Tempo da Conquista e dos Juizes Esse período tem sido datado entre 1400 a.C., o mais tardar. Se essa data posterior for aceita, isso já nos leva à chamada idade do ferro. Na época, os ganhos territoriais de Israel foram alternadamente desafiados e confirmados, enquanto os israelitas procuravam dominar os povos por eles conquistados, mas que se rebelavam. A fé dos hebreus consol idou-se em torno da adoração a Jeová, embora com período de apostasia1. Emergiu daí uma notável fé monoteísta, que estava destinada a exercer efeitos duradouros sobre a espiritualidade do mundo. Uma vez encerradas as campanhasda conquista, Josué repartiu a terra entre as doze tribos da seguinte maneira: A tribo de Levi não teria herança, mas teria 48 cidades entre as demais tribos por todo o território conquistado (Js 21.41). A parte de José, filho de Jacó, seria dividida entre os seus dois filhos, Efraim e Manassés, perfazendo, assim, outra vez o número de 12 as heranças na terra conquistada. Para facilitar a fixação da posição das 12 tribos na terra conquistada, dividimos a distribuição 1 Abandono da fé de uma ig re ja, e s p e c ia lm en te a cr istã. 100 delas em dois grandes agrupamentos: Tribos da Palestina Oriental, ou Transjordânia, e Tribos da Palestina Ocidental, ou Canaã propriamente dita. 1. Tribos da Palestina Oriental, ou Transjordânia. Estas são duas e meia: Rúben, logo ao norte de Moabe e ao leste do Jordão; Gade, ao norte de Rúben e ao leste do Jordão; Meia tribo de Manassés, ou Manassés Oriental, ao norte de Gade e ao leste do Jordão e do Mar da Galiléia. 2. Tribos da Palestina Ocidental, ou Canaã. Estas podem ser divididas em três grupos: Grupo do Norte - Naftali, Aser e Zebulom, entre Fenícia, Mediterrâneo e Jordão, ou Galiléia; Grupo do Centro - Issacar, Manassés Ocidental (meia tribo de Manassés), Efraim, Benjamim e Dã, ou mais tarde Samaria; ->• Grupo do Sul - Judá e Simeão, posteriormente conhecida como Judéia. Durante o período dos Juizes esta divisão permaneceu praticamente a mesma, porém com menos precisão devido às misturas dos elementos das tribos pelo casamento e emigração de áreas mais desertas para as mais propícias à agricultura e pecuária, como no caso da tribo de Simeão que se confundiu com a de Judá. .Divisão Política no Período do Reino Unido Neste período a Palestina possuía a sua maior área em toda a sua história, ou seja, aquela que fora prometida por Deus a Abraão. Foi quando, devido às conquistas de Davi e Salomão, o território hebreu estendeu-se desde Filistia, Berseba e o Golfo de Ácaba (ou cidades de Ezion-Geber e Élate ao sul), até a Babilônia ao leste, abrangendo Edom, Moabe e Amon, até Hamate e Damasco, ou Síria ao norte (2Sm 8). Os Reis de Israel O período dos Juizes terminou com o início da monarquia israelita, iniciada por Saul. A monarquia adquiriu maior ímpeto com o rei Davi, e atingiu seu ponto culminante de glória com o rei Salomão, filho de Davi. A partir de então as datas podem ser f ixadas com exatidão. A era áurea de Salomão fica entre 961 e 922 a.C. Nesse tempo, Israel atingiu o máximo de sua extensão territorial, e Salomão desfrutou de um período pacífico. Divisão Política no Período dos Dois Reinos Como sabemos, após a morte de Salomão o reino hebreu cindiu-se1 em dois: 1. Reino do Norte ou de Israel. Com a capital inicialmente em Siquém e depois em Samaria, integrado pelas áreas ocupadas por 10 tribos, a saber: Dã (no extremo norte, ao pé do Hermom, para onde havia emigrado do sul devido à pressão dos f il isteus e cananeus nos dias dos Juizes), Aser, Naftali, Issacar, Zebulom, Manassés Ocidental (meia tribo), Efraim e uma parte de Benjamim, ao oeste do Jordão, e Manassés Oriental (meia tribo), Gade e Rúben ao leste do Jordão. Recorde-se que a tribo de Levi não recebeu herança territorial na divisão da terra conquistada 1 Separar , d iv id i r 102 por ser tribo sacerdotal, mas 35 de suas 48 cidades que foram dadas aos levitas estavam localizadas na área do Reino do Norte. Com o culto idólatra estabelecido por Jeroboão - primeiro rei do Reino do Norte - em Dã e Betei, muitos dos levitas retiraram-se para Judá. E devido à incapacidade dos reis, às barreiras naturais - como o vale do Jordão e montanhas na vastidão territorial - que impediam o desenvolvimento de uma unidade política sólida, os reinos de Damasco, Hamate, Amon e Moabe sacudiram o jugo hebreu e um após outro recuperaram a sua independência. Assim os limites do território de Israel na parte norte voltaram ao que eram antes da época davídica. 2. Reino do Sul, ou Reino de Judá. Com a capital em Jerusalém, abrangendo o território das tribos de Judá, Simeão e parte de Benjamim. Como se vê, a área deste reino era muito menor e mais pobre que a do norte. As partes anteriormente subjugadas por Davi, como algumas cidades dos fi l isteus e o reino de Edom, voltaram à sua independência, reduzindo- se, assim, a extensão territorial da parte sul do antigo Reino Unido. Com a ascensão da Assíria, o Reino do Norte caiu nas mãos deste império e o povo foi levado em cativeiro em 722 a.C. ( lC r 5.26; 2Rs 17.6) para nunca mais voltar às suas herdades. Em lugar do povo de Israel, os reis assírios colocaram populações de outras áreas conquistadas do seu império (2Rs 17.21-41), especialmente em Samaria e seus arredores (áreas de Efraim e Manassés) de cuja mescla com os remanescentes judeus originou-se a raça dos samaritanos; raça esta que evoluiu para uma seita que adotava apenas o Pentateuco, com variantes samaritanas, e cujo 103 centro religioso era o templo construído no monte Gerizim, formando um sincretismo1 religioso sempre hostilizado pelos judeus (2Rs 17.33). A Palestina no Período de Judá Sozinho Depois da queda do Reino do Norte, o Reino de Judá permaneceu mais cerca de 135 anos em seu território, bastante reduzido, e como tributário da Assíria durante maior parte desse período. Porém, com a ascensão da Babilônia sobre a Assíria veio o cativeiro de Judá pela Babilônia, ao templo de Nabucodonosor. A invasão ocorreu em 605 a.C., quando o rei de Judá era Joaquim. Judá foi reduzido a um estado de vassalagem e a maioria dos habitantes - entre eles Daniel - foi levado em cativeiro para a Babilônia, de modo que aquela data assinala o começo dos 70 anos de cativeiro babilónico, embora a queda definitiva do reino só ocorresse em 587 a.C., com a destruição de Jerusalém. Em 2Crônicas 32-36, o estudante pode encontrar um resumo dos acontecimentos deste período e assim perceber as circunstâncias em que se deu o término do estado judeu na Palestina. 1 Tendênc ia à un i f i c ação de idé ias ou de dou t r inas d ive r s i f i c adas e, por vezes, até mesmo inconc i l i áve l . 104 Questionário y Assinale com "X" as alternativas corretas 1. No Antigo Testamento foi a Palestina dividida em: a)CH 2 tribos b)Q 7 tribos c)EI 12 tribos d)[H 14 tribos 2. Não possuía herança no Tempo das Conquistas: a)EH Tribo de Dã b)® Tribo de Levi c)[H Tribo de Naftali d)[U Tribo de Zebulom 3. Período em que a Palestina possuía a sua maior área em toda a sua história: a ) 0 Período dos Juizes b ) 0 Período do Reino Unido c )D Período dos Dois Reinos d)EH Período de Judá Sozinho y Marque "C" para Certo e "E" para Errado 4.1£-1 Logo após a morte de Saul o reino hebreu dividiu- se em dois: Reino do Norte ou de Israel e Reino do Sul ou Reino de Judá 5.1 Q Alguns eruditos entendem que Moisés não narrou a chamada de Abraão em Ur porque o seu pai ainda vivia, pois no regime patriarcal o filho não podia aparecer com proeminência enquanto o pai vivesse 105 Durante o Cativeiro e a Restauração Durante os 70 anos do cativeiro babilónico a Palestina como tal deixou de existir, senão como uma província da Babilônia subdividida em setores de influência de governos fantoches das áreas da Síria, Samaria e Judá. Os tributos pesados impostos pela Babilônia e a insuportável influência das populações pagãs al ienígenas1 a modif icar os costumes judaicos e a pureza racial entre os costumes judaicos e entre os remanescentes2 (exceto na área de Judá no que diz respeito à mjjsogenação3 das populações), f izeram com que muitos judeus que ficaram na Palestina emigrassem mais tarde, como refugiados, para o Egito, pois temos referências bíblicas e descobertas arqueológicas que indicam este fato (Tafnes, Migdol, Nofe ou Mênfis e Patros, referida em Jeremias 44.1, e Ilha Elefantina). O cativeiro babijônico cessou com a supremacia da Pérsia sobre o Mundo Antigo. Quando o rei persa,Ciro, subjugou o rei da Babilônia, decretou no mesmo ano uma lei pela qual foi dada permissão aos judeus que quisessem voltar para a sua terra, Judéia, reconstruir o seu templo em Jerusalém e restaurar o seu culto (2Cr 36.22,23). Isto aconteceu em 538 a.C., quando, então, começou o longo e penoso período da restauração do estado judeu na Palestina, ou mais propriamente nos limites reduzidos do antigo Reino de Judá. O panorama geográfico da nova comunidade judaica, restaurada sob a proteção persa e administrada por governadores nomeados 1 Que ou quem é de out ro país; e s t r ange i ro . 2 Que remanesce; res tante , remanen te . 3 C ruzam en to in te r - rac ia l ; mes t i ç amen to , c a ld eamento . 106 pela Pérsia - como foram Zorobabel e Neemias - era muito insignificante. O seu limite setentrional começava na margem ocidental do rio Jordão pouco acima de Jericó, e passando ao norte de Betei findava em Jope, na costa do Mediterrâneo. O limite do flanco oeste partia de Jope e em direção sudeste ia até Hebrom. Ao sul o limite era uma linha entre Hebrom e Mar Morto na direção leste. 4 E ao leste o seu limite era a costa ocidental da parte noroeste do Mar Morto e a margem ocidental do rio Jordão até um ponto pouco ao norte de Jericó. Entretanto, o fator importante era a cidade de Jerusalém, a antiga capital, no centro desta área. A sua reconstrução (notadamente o Templo e os muros da cidade) requereu muito sacrifício, polarizando as futuras esperanças pelo ressurgimento da vida nacional na Terra Santa. A Palestina no Período Grego A dominação grega secundou1 os persas em 331 a.C. com a marcha de Alexandre, o Grande, sobre Jerusalém. Porém, a situação político- geográfica da Palestina não se alterou muito. Com a morte do grande conquistador macedônio, as áreas conquistadas passaram às mãos dos seus quatro generais, dos quais, dois - Ptolomeu e__Se]euco, respectivamente reis gregos do Egito e da Síria - passaram a disputar a Palestina. Por 122 anos, isto é, de 320 a 198 a.C., a Palestina permaneceu sob os ptolomeus do Egito. Durante este 1 Aux i l i a r , a ju da r (em funções); coad juva r . 107 período, por força da política helenizadora dos ptolomeus, os judeus aos poucos iam se fixando em outras áreas da Pajestina, como Gajjléia, Peréia (ou Transjordânia), etc. Na guerra entre Egito e Síria em 198 a.C., Antíoco, o Grande, que era o 6o rei selêucida da Síria, arrebatou a Palestina ao Egito. Porém a política de helenização dos selêucidas foi muito mais violenta que a aos ptolomeus, aliás, a dos ptolomeus era apenas persuasiva, ao passo que a dos selêucidas foi de uma violência cruel. Como resultado da tirania sacrí lega1 dos greco-sírios eclodiu2 a revolta dos macabeus, da família dos hasmoneus, que em 167 a.C. saiu vitorioso da luta. Seguiu-se, então, um período de independência sob o governo dos reis-sacerdotes.. macabeus até 63 a.C., quando o general romano Pompeu tomou a cidade de Jerusalém, permitindo, porém, que os macabeus continuassem na posse do trono até 40 a.C. quando Herodes, o Grande, (um idumeu) foi nomeado, pelo senado romano, rei da Jjjdéja.. Nesta altura a Judéia já não era apenas a antiga área do Reino de Judá, mas Judéia, Samaria, Galiléia, Traconites e Peréia. Sob o Domínio dos Romanos - Divisão Política no Tempo do Novo Testamento A Palestina, sempre foi um lugar altamente estratégico. As nações do passado, como, egípcios, assírios, caldeus, medo-persas e gregos se valeram muito dessas vantagens; entretanto, quem mais aproveitou de tudo isto foram os romanos. 1 Uso pro fano de pessoa , lugar ou ob j e to sag rado; pr o f anação. 2 V ir à luz; surg i r , apa recer . 108 "Por seus territórios passavam as grandes estradas, que levavam a todas as partes do mundo; sendo assim, possuindo os romanos a Palestina, tinham na mão a chave do Oriente Médio". No ano 63 a.C., o general romano Pompeu, entrou em Jerusalém e através de um tratado possuiu o Estado judaico. No tocante a assuntos administrativos os romanos eram rígidos, mas, no tocante à religião eles eram bem flexíveis. Nos tempos de Cristo, a Palestina era dividida em cinco regiões diferentes que podemos chamar de distrito ou província. Três dessas regiões, ficavam ao ladcPõcídental do rio Jordão, e duas ficavam ao lado oriental. As províncias ocidentais são: Galiléia, no extcemo norte, Samaria, na região central e Judéia, no extremo sul da Palestina. Galiléia. Essa província ficava na região onde antes pertencia as tribos de Zebulom, Aser, Naftali e grande parte de Issacar. Estava localizada no terreno montanhoso ao norte de Samaria, sendo a mais setentrional de todas as províncias ao lado oeste da Palestina; o seu nome significa "rodar", ou "círculo". Limitava-se na parte sul com Sánrraria, ao leste com o rio Jordão, águas de Meron e com o mar que leva o seu nome; ao oeste, com o Mar Mediterrâneo e com a Fenícia. Essa província ficou famosa em virtude da exuberante ferti l idade existente em suas terras, e das grandes variedades de plantas que ali medravam1. Possui um clima completamente Iropical. Essa região mede aproximadamente 50 km de largura, por 100 km de comprimento. 1 Crescer , v ege tando ; de senvo lv e r -s e . 109 r$> Samaria. Localizada na região central da Palestina, essa província situava-se entre a __Judéia e a cordilheira do Carmelo, a 60 km ao norte de Jerusalém. Limitando-se no seu lado leste com o rio Jordão, oeste com o Mar Medjterrâneo, norte com a Galiléia e ao sul a Judéia. Era nos seus termos que se encontrava a famosa Planície de Saron, que na época era ocupada quase exclusivamente por gent_e pagã. Os samaritanos eram hostis para com os judeus. A origem dos habitantes dessa região é descrita em 2Reis 17.24-33. Tinham construído um templo igual ao de Jerusalém no monte Gerizim (Jo 4.20). Em IReis 16.24, diz que Onri, rei de Israel, comprou um outeiro de um homem chamado Semer^ onde construiu a cidade de Samaria em honra ao antigo proprietário. @ Judéia. Era a maior província da Palestina. Essa região consistia exatamente no que antes eram os territórios das tr ibos de Judá, Simeão, Dã e Benjamim. No decorrer da história houve muitas mudanças nos limites geográficos, entretanto, podemos descrever mais ou menos esses limites da seguinte forma: iniciando ao extremo sul da Palestina até ao norte onde se limita com Samaria, ao leste com o rio Jordão e ao oeste com o Mar Morto. Nesta divisão política ficava o centro religioso do iudaLsmor a cidade de Jerusalém, onde foi construído o templo (At 1.8; 2.9; 8.1; Gl 1.22; Jo 3.22; Lc 1.65, etc). 110 As províncias orientais são: Peréia e Decápolis, cujas divisões políticas se localizam ao leste do rio Jordão. ® Peréia. Essa divisão política (província) l imitava-se ao oeste do rio Jordão e uma porção nordeste do Mar Morto; ao sul com o rio Arnon. Sua capital era a çidiLd_e de Gadara, que não pode ser confundida com a cidade homônima da província de Decápolis. Nos tempos antigos essa região pertencia à tribo de Rúben, Gade e a meia tribo de Ma.nesses. A palavra "Peréi.a" vem do grego e significa "Terra d° além-Jordão". Apesar de não ser mencionada pelo nome em toda a Bíblia, essa divisão é descrita por inferência, referindo-a como "a outra banda do Jordão" (Mt 3.5-6; 4.15-25; Mc 3.7-8; Jo 1.28; 3.26; 10.40). @ Decápolis. Esta província era um distrito que começava na Planície de Esdraelon, e se abria para o vale do Jordão se expandindo para o lado do oriente. Era composta de dez cidades, como sugere o próprio nome. A palavra "Decápolis" vem do grego "deca" que significa "dez cidades". Tratava-se de uma confederação de dez cidades unidas em um só costume e uma só cultura, isto é, cultura grega. Essas dez cidades eram: Hipos, que ficava na margem oriental do Mar da Galiléia; + Damasco, situada um pouco mais ao norte; Rafana e Canata, que ficavam no extremo leste;Diom, Gadara e Citiópolis, que se localizavam ao extremo oeste; Pela, Filadélfia e Gerasa, situavam-se ao extremo sul. 111 Do extremo norte ao extremo sul, a área cobria cerca de 190 km. Além dessas cidades, mais oito aldeias ao sul de Damasco foram acrescentadas por Ptolomeu, elevando o número total de dezoito cidades. Esta região é mencionada em Mateus 4.25; Marcos 5.20; 7.31. Como sabemos, em 63 a.C. Pompeu tomou a cidade de Jerusalém. Com este feito a Judéia dos macabeus passou a ser uma província romana. Porém, só em 37 a.C., quando Herodes, o Grande, passou a governar a Judéia em nome de Roma, é que o domínio romano como tal se fez sentir. Herodes superintendia toda a área da Palestina nesse tempo, inclusive a região de Decápolis. Porém no ano 4 d.C., após a morte de Herodes, toda esta região foi dividida com os seus três sucessores, dando-se o nome de Tetrarquia a cada divisão territorial. Assim: A Herodes Arquelau - que levou o título de etnarca1 - foi dada a tetrarquia de Samaria, abrangendo as áreas de Samaria, Judéia e Iduméia; A Herodes Antipas, a tetrarquia de Galiléia, compreendendo a Galiléia e Peréia; A Herodes Filipe a região de Basã, dividida em cinco distritos: Gaulanites, Batanea, Auranites, Ituréia e Traconites; e A Lisânias, que não era descendente de Herodes, o Grande, coube a tetrarquia de Abilene, localizada entre Líbano e Antelíbano, região pertencente à Palestina nos dias de Salomão. Entre 41 e 44 d.C. Herodes Agripa I, neto de Herodes, o Grande, como o advento de Calígula 1 G ove r na d o r de prov ínc ia , no Ba ix o - Impé r i o . 112 ao trono do Império Romano, governou sozinho sobre todo esse vasto território das quatro tetrarquias, com sede em Cesaréia, onde morreu ignominiosamente (At 12). Após a morte de Agripa I, a região recebeu uma nova divisão política, sendo dividida em duas províncias: Ao norte, a chamada Quinta Província, que se compunha das tetrarquias de Filipe e de Lisânias, governada por Herodes Agripa II; e Província de Judéia, abrangendo Judéia, Samaria, Galiléia e Peréia, governada por procuradores romanos, com sede em Cesaréia. Ambas permaneceram até o ano 70 d.C., quando a revolta dos judeus sufocada pelos romanos, sob o comando geral de Tito, liquidou de novo o Estado judaico, anexando-o à Síria. Breve Cronologia da Palestina Depois do ano 70 da nossa era, destruído o Templo e arrasada a cidade de Jerusalém, devastadas as cidades e povoações de toda a área da Judéia reduzidas à escravos fugitivos ou cadáveres, a Palestina deixou de ter qualquer importância política. Só depois do ano 323 d.C., quando o Imperador Constantino abraçou o Cristianismo, porém, cessaram as perseguições aos judeus e cristãos e a Palestina gozou de alguma importância, mas com a decadência do Império Romano (476 d.C.) a Palestina foi relegada a um longo esquecimento até quase o fim da Primeira Guerra Mundial, quando os aliados invadiram e libertaram a Palestina do Império Otomano abrindo em seguida, com a famosa Proclamação de Balfour (1917), as portas do país à imigração judaica em ampla escala. Desde a queda do Império Romano Ocidental até os dias atuais a Palestina esteve sob as mais variadas inf luências políticas, cujo quadro cronológico segue abaixo: 2 De 476 a 634: A Palestina é uma província | longínqua e insignificante do Império Romano j Oriental como sede em Constantinopla._____________ ____________________________ ________________ ) 2 De 634 a 750: É governada pelos califas I (soberanos muçulmanos) do reino de Damasco, i conquistados pelos árabes. 1 De 750 a 960: Torna-se parte do governo sírio [ dos domínios árabes. . E De 960 a 1095: A Palestina é dominada pelo • califado egípcio. , --------------------------------------------------------------------------- 4 2 De 1095 a 1187: Período das Cruzadas parai libertar a Terra Santa das mãos dos muçulmanos. j '£ De 1187 a 1250: A Palestina torna-se do Império Muçulmano, sob a chefia de Saladino. S De 1250 a 1517: Governam a Palestina os ■ mamelucos egípcios (forças militares egípcias: formadas pelos escravos). ---------------------------------------------------------------------------^ 2 De 1517 a 1914: A Palestina faz parte do Império ; Otomano, estabelecido pelo sultão Selim I. ______________________ ____________________________________________________________________________ J i 1 De 1914 a 1918: Após a invasão da Palestina | pelos aliados, a Inglaterra, emite uma declaração j oficial em 2 de novembro de 1917, pelo Secretário;_ do Exterior Lord Balfour, apoiando a criaçao, nas < aspirações do movimento sionista em toda a ! Palestina, de um lar para o povo judeu e que l envidará o máximo esforço para a conquista desse i objetivo", declaração esta que passou a ser! 114 conhecida como a Dec laração de Bal four. Já em 1918 incrementou-se consideravelmente a ■ imigração dos judeus para a Palestina. j 1 De 1918 a 1948: Por delegação da Liga das j Nações, a Inglaterra assume, em 1922, o Mandato ; da Palestina, cujo conteúdo responsabiliza "a ' Potência Mandatária por colocar o país em ; condições políticas, administrativas e econômicas I que garantam a instalação do lar nacional judeu e i o desenvolvimento de instituições autônomas". No j mesmo mandamento foram delimitadas as ‘ fronteiras do país, excluindo a Transjordânia da . Palestina. O mandato terminou em 15 de maio de ; 1948, com a retirada da administração britânica i que o cumpriu procurando restaurar o país com a | colaboração da Agência Judaica, que foi a própria j organização sionista. I I De 1948 a 1949: Em 29 de novembro de 1947 a I Assembléia das Nações Unidas, sob a presidência j do eminente brasileiro Oswaldo Aranha, votou a ] resolução que recomendava o estabelecimento, na ; Palestina, de um Estado Judeu e de um Estado 1 Árabe. Os árabes palestinianos, não conformados] com a partilha, logo deram início a uma série de i hostilidades contra a população judaica que j resistiu heroicamente, liquidando, em poucos , meses, a provocação. Em 14 de maio de 1948 foi proclamado o Estado de Israel com a estrutura de ; república democrática, o primeiro governo j autônomo judaico em mais de 2.000 anos. No dia i seguinte, exatamente quando terminaram o j mandato inglês na Palestina, os Estados da Liga ( Árabe - Jordânia, Síria, Líbano, Iraque, Egito e > Arábia Saudita - invadiram o território do Estado : de Israel com o propósito de liquidá-lo. Estava j deflagrada a Guerra Israelense de Independência, | ' que só terminou em 1949 com a assinatura de | 115 armistícios1, em separado, com Egito, Jordânia, ; Líbano e Síria, depois de varridas as forças ■ atacantes nas três frentes, resultando em uma ! "ampliação da área do Estado além das fronteiras \ propostas pelas Nações Unidas" na chamada í Reso lução da Part i lha. j S De 1949 a 1967: Já em 1955 voltaram a ; registrar-se incursões de bandos armados egípcios' no território israelense, saqueando bens e matando i centenas de judeus, provocação que resultou na j invasão da Península do Sinai por Israel em ; outubro de 1956, terminando por vencer o inimigo ■ e destruir suas bases de penetração. Porém, as | Nações Unidas constrangeram as forças israelenses i a se retirarem às suas fronteiras anteriores, sob í promessa de levantar o bloqueio egípcio à entrada j do Golfo de Ácaba, que impedia a navegação com o; porto de Eilat no extremo sul do país, e guarnecer, , com força internacional neutra, a fronteira com 1 Egito para fazer cessar as incursões provocadoras. I Terminou, assim, a chamada Guerra do Sinai. De j fato as promessas foram cumpridas, mas dez anos; depois, a pedido do Egito, (aliado da Síria, ; provocadora da tensão) as forças internacionais ! foram retiradas da fronteira israelense e em 5 de \ junho de 1967 Israel foi invadido pelos quatro ! países árabes simultaneamente - Síria, Jordânia, j Egito e Argélia, arrastando consigo mais 8 Estados járabes. Israel enfrentou os inimigos em três ; frentes - Síria, Jordânia e Egito - destruindo o 1 poder beligerante dos mesmos em cerca de 100 \ horas e ocupando todas as áreas ao ocidente do i Jordão e quase toda a Península do Sinai. Mediante j a um apelo das Nações Unidas, no sentido de ; 1 Suspensão das hos t i l i d ades ent re be l i g e ran te s como resu l tado de uma convenção , sem con tudo pôr f im à guer ra; t régua. S uspensão de guer ra. 116 cessar fogo, a luta terminou com grandes . vantagens para Israel que, sozinho, derrotou uma aliança de 12 nações. Por proposta da União Soviética a ONU apelou para que as forças israelenses voltassem às posições anteriores ao ; início do conflito, mas Israel respondeu que só aceitaria quaisquer discussões de condições de paz definitiva, direta e separadamente com seus vizinhos. Questionário y Assinale com "X" as alternativas corretas 6. Rei que subjugou o rei da Babilônia e decretou uma lei que dava permissão aos judeus voltar a sua terra a ) S Ciro b)D Faraó c )D Joaquim d)Q Nabucodonosor 7. Nos tempos de Cristo era a maior província da Palestina e lá estava a cidade de Jerusalém a)CH Samaria b )U Galiléia c )S Judéia d )Q Peréia 8. A declaração: "a criação, nas aspirações do movimento sionista em toda a Palestina, de um lar para o povo judeu e que envidará o máximo esforço para a conquista desse objetivo", é conhecida como a)® Declaração de Balfour b ) d Declaração de Belfort c)[H Declaração de Baalate d ) 0 Declaração de Balaque 117 4> Marque "C" para Certo e "E" para Errado 9.1 fr| A Peréia era uma confederação de dez cidades unidas em um só costume e uma só cultura 1 0 . C Em 14 de maio de 1948 foi proclamado o Estado de Israel com a estrutura de república democrática 118 Lição 5_________________ A Ásia Menor e as Viagens do Apóstolo Paulo Os aspectos bíblicos relacionados com a Ásia Menor são os da expansão missionária do Cristianismo no primeiro século da nossa era. Para se entender melhor esta expansão torna-se necessário apreciar, prel iminarmente, a extensão dessa região, seu aspecto físico, bem como econômico e também político. Situação e Extensão Ásia Menor, ou seja, a enorme península do extremo ocidental do continente asiático, fica entre o Mediterrâneo ao sul, o Mar Egeu ao oeste, o Mar Negro ao norte e os montes Taurus, que a limitam com Síria, Mesopotâmia e Armênia ao leste. Toda esta vastíssima região, cerca de 520.000 Km2, foi palco das muitas atividades missionárias do apóstolo Paulo e seus companheiros: Barnabé, Timóteo, Lucas, Silas e Tito. É muito provável que João, o mais jovem dos doze que andaram com Jesus, quando já em avançada idade, tenha terminado o seu ministério em Éfeso e que as sete igrejas da Ásia (Ásia, na concepção do Apocalipse de João, abrange a província romana com os antigos distritos de Mísia, Lídia, Frigia e Cária) tenham estado por algum tempo sob os seus cuidados. 119 Aspecto Físico É um planalto pedregoso, semeado de lagos de água doce e salgada, rodeado de cadeias de montanhas e de costa acidentada. Os rios navegáveis são poucos, devido à natureza lacustre da península, e quase todos eles de curso relativamente pequeno. O maior deles é o Halis que percorre uma vasta área ao leste da península para finalmente desaguar no Mar Negro. Ao sul, despejando suas águas no Mediterrâneo, temos, na direção do leste para oeste, os seguintes: Píramo, Saros e Sidno. Às margens deste último ficava a célebre cidade de Tarso, terra natal de Paulo, o apóstolo, e um dos três maiores centros intelectuais do Mundo Antigo, sendo os outros dois - Atenas e Alexandria. Ao oeste, desembocando no Mar Egeu, há quatro rios dignos de referência: s Meandro, em cuja parte superior encontra-se o tributário Licos, nas margens do qual ficavam as cidades de Colossos e Laodicéia; s Caister, que banha já quase na sua foz a célebre cidade de Éfeso; s Hermo, cujo tributário Pactolo banha as cidades de Filadélfia e Sardes; e v' Caico, em cuja margem direita, distando 20 km do Mar Egeu, ficava a antiga Pérgamo, capital de um antigo reino do mesmo nome e depois capital da província romana da Ásia, mais tarde suplantada por Éfeso. O clima da região é de grandes variedades, dadas as diferenças de altitude, os ventos dominantes e a configuração física. Entretanto, considerando apenas de um modo geral os fatores 120 temperatura e umidade, o clima na região norte, nas proximidades do Mar Negro, é frio e úmido, ao passo que nas partes sul e oeste é seco e tropical. Na parte central-leste predominam as chuvas e a temperatura amena. As estradas da Ásia Menor, desde as mais remotas épocas, obedeciam a dois rumos fundamentais com ramificações na direção nordeste, a saber: 1. Oeste-leste: partindo de Éfeso e passando por Laodicéia, Colossos e Apaméa, bifurcava-se para o nordeste rumo a Anatól ia e Capadócia, e para sudeste, na direção de Antioquia da Pisídia, Icônio, Listra, Derbe e Tarso, penetrando na Síria onde se entroncava com as vias mesopotâmicas e palestino-egípcias; 2. Sul-norte: acompanhando a costa do Mar Egeu desde Éfeso através de Esmirna, Pérgamo e Adramitio, indo uma das ramificações para os portos de Trôade e Tróia, embarcadouros para Macedônia e Grécia, e outra para as regiões de Bitínia e Ponto, na costa do Mar Negro. Inúmeras outras ramificações ligavam esses dois rumos fundamentais, como aqueles seguidos por Paulo na sua segunda viagem missionária quando de Listra dirigiu-se para a Bitínia, porém foi levado, por direção divina, rumo oeste, para Trôade. Aspecto Econômico s A região é rica em minérios como carvão, ferro, zinco, cobre, níquel e prata; sendo esta cobiçada pelos antigos assírios, provocando até guerras. 121 •/ A pecuária é muito desenvolvida, desde a antiguidade, na parte central da península, principalmente a criação de ovelhas e cabras. s A agricultura vem em terceiro lugar, devido à natureza do terreno que é extremamente pedregoso. Aspecto Político Até onde a história permite estudar o aspecto político da Ásia Menor, verif ica-se que lá pelo século XX a.C. grupos de tribos indo-européias penetraram na região central, ou Anatólia, algumas das quais eram conhecidas por nome de Hati. As chamadas "Tabuinhas Capadócias", descobertas em Kanish, refere-se a 10 pequenos principados existentes naquela região pelos idos de 1900 a.C. Cerca de 200 anos depois já havia um forte Reino Hitita na Ásia Menor que estendeu o seu domínio até a Mesopotâmia e que perdurou influente e dominantemente sob a forma de Império Hitita, com sua capital Carquemis, até o século VIII a.C., quando os assírios o derrotaram. Durante o domínio assírio, e depois babilónico e persa, pouco ou nada se sabe da longínqua península. Já no tempo das conquistas dos gregos, que etnicamente constituíram desde longa data o elemento principal da população ocidental da península, a região (de origem jafética) foi dividida em várias províncias para melhor administração, divisão esta que posteriormente foi modificada em algumas áreas pelos romanos de modo que no tempo do apóstolo Paulo, ou da expansão do cristianismo da Palestina para o ocidente, os romanos já haviam feito os seus reajustes políticos na administração da 122 vasta região, reunindo várias das antigas províncias gregas e dando novos nomes a outras. Assim, por exemplo, Cária, Lídia, Mísia e partes da Frigia, eram chamadas simplesmente "Ásia", e outras partes da Frigia, como Pisídia e Licaônia, foram anexadas à Galácia. Expansão do Cristianismo para o Ocidente Este estudo deve ser precedido de um rápido preâmbulo de atividades apostólicas na direção do ocidente de Jerusalém, antes da passagem dos missionários da equipe de Paulo para a Ásia Menor. Depois da ascensão de Cristo, o primeiro impulso evangelíst ico para fora de Jerusalém na direção dos gentios foi a viagem de Filipe - um dossete diáconos da Igreja de Jerusalém, de origem grega - para a Samaria, onde obteve um notável êxito. Assim, os samaritanos serviram de ponte entre os judeus e os gentios para a evangelização do mundo, pois, admitindo-se crentes dessa raça mista na igreja cristã, a porta estava aberta para a admissão dos gentios também. De Samaria, Filipe foi conduzido pelo Espírito Santo a um ponto de uma estrada que ia de Jerusalém para Gaza, ao sudoeste daquela, perto do Mediterrâneo. Foi ali que ele encontrou o ilustre Ministro da Fazenda da rainha de Candace, dos etíopes. Convertido, o etíope é logo batizado e leva o Evangelho para a sua terra no continente africano. Dali, via Azoto, Filipe viaja para Cesaréia, onde fixa residência e evangeliza juntamente com suas filhas (At 21.8,9). Também o apóstolo Pedro fez uma viagem curta, mas muito importante, porque assinalou a queda do muro de separação entre judeus e gentios. 123 Segundo Atos 9.32 notamos que o apóstolo passou em muitos lugares para f inalmente chegar a Lida, situada poucos quilômetros ao sudeste de Jope, onde curou o paralítico Enéas e levou à conversão "todos que habitavam" naquela cidade e a vizinha localidade de Sarona (At 9.35). De Lida, a chamada de uma comissão enviada de Jope a propósito do falecimento da jovem Tabita ou Dorcas, Pedro vai a Jope, consola os que choram a perda sentida e ressuscita a jovem; e também ali "muitos creram no Senhor" (At 9.42). Em Jope Pedro hospeda-se na casa de um crente por nome Simão, junto à praia, e numa hora de oração no terraço tem uma visão que o autoriza ir a Cesaréia, à casa de Cornélio, um gentio - pois era oficial do exército romano de ocupação da Palestina - e ali pregar o Evangelho. Pedro obedece e pela graça de Deus opera maravilhas naquele local, resultando o seu trabalho em vários batismos que foram os primeiros entre os gentios (fora o eunuco etíope batizado por Filipe, o diácono, At 8). E assim estava o caminho aberto para a evangelização dos gentios (At 11.1-18). Em seguida surge um outro movimento missionário por meio de uma perseguição. Este, além de judeus, também atinge os gregos em Antioquia da Sír ia . De Jerusalém, a Igreja envia para lá o seu representante, Barnabé, que conclui pela autenticidade evangélica do movimento (At 11.19 24). Lembre-se então que Saulo, servo do Senhor, estava em Tarso. Este, depois da sua conversão, havia se retirado para algum lugar da Arábia, visitando novamente Damasco e Jerusalém, para f inalmente refugiar-se em Tarso, sua cidade natal, pois havia sido prevenido sobre um plano assassino dos gregos de Jerusalém (At 9.29,30; Gl 1.21). 124 Trazendo Saulo para Antioquia da Síria (At 11.25), Barnabé prestou o maior serviço à causa das missões. A mão de Deus esteve com os seus dois servos de tal maneira que dentro de apenas um ano já havia em Antioquia uma notável igreja, predominantemente gentílica, com uma competente equipe de obreiros, de onde partiu o primeiro movimento de missões estrangeiras. Desse movimento resultou o célebre apelido que passou a ser o qualif icativo supremamente honroso dos crentes de todo o mundo - os seguidores de Cristo passaram a ser chamados de "Cristãos" (At 9.23; 13.1-3). Primeira Viagem Missionária de Paulo Consolidado o trabalho evangélico em Antioquia, a igreja local, orientada pelo Espírito Santo, comissiona Barnabé e Saulo para a pregação das Boas-Novas ao mundo gentílico. Acompanha-os o jovem João Marcos, de Jerusalém (Ver descrição detalhada desta viagem em Atos 13.4-14.27). De Antioquia, descendo a serra da costa, os missionários chegaram ao porto marítimo de: @ Selêucia, na foz do rio Orontes, à 25 km de Antioquia, de onde tomaram um navio para a Ilha de Chipre, à 85 km ao oeste da costa da Síria, e famosa pelas suas antigas minas de cobre, desembarcando em: ® Salamina, porto oriental da ilha, onde havia várias sinagogas dos judeus nas quais os missionários pregaram o Evangelho de Jesus Cristo. Dali, tomando o rumo leste-oeste, no sentido longitudinal da ilha, foram pregando por todas as povoações até chegar a: 125 0 Pafos, capital da ilha e sede do governo proconsular romano, distante cerca de 160 km de Salamina. Ali os missionários enfrentaram um feiticeiro de nome Bar-Jesus ou Elimas, o qual estava tentando desviar do caminho da salvação o procônsul Sérgio Paulo, evangelizado por eles. Porém, Paulo (este é o nome pelo qual Saulo é conhecido daí por diante) repreendeu o feiticeiro ferindo-o com cegueira por alguns dias. Diante deste fato, o procônsul rendeu-se ao Evangelho. Daí os mensageiros das Boas-Novas navegam para o norte, na direção do continente da Ásia Menor, aportando em: @ Perge, capital da província romana da Panfília, devota da deusa Ártemis (a mesma que em Éfeso era conhecida como Diana). Para penetrar no continente era necessário atravessar a perigosa cordilheira dos montes Taurus que se levantam logo atrás da cidade, infestados de salteadores, mas adiante dos quais habitavam populações necessitadas do Evangelho da Graça. Não consta que na ida tivessem os missionários pregado o Evangelho nesta cidade, porém, sabemos que o fizeram na volta. Parece que na ida foram perturbados pela atitude de João Marcos que, não querendo prosseguir, voltou a Jerusalém, razão pela qual no início da segunda viagem missionária de Paulo este de forma alguma quis levar junto a João Marcos, não obstante a insistência de Barnabé. Esta atitude de Paulo redundou em separação entre ele e Barnabé na obra missionária (At 15.35-39). De Perge os dois missionários partiram para: @ Antioquia da Pisídia, centro comercial e político daquela província. Paulo pregou por dois sábados na sinagoga local, despertando o interesse de 126 judeus e gregos. No segundo sábado, porém, impressionados pela enorme aceitação que a palavra dos missionários tivera entre os gentios, os judeus, incitando mulheres e autoridades, moveram uma tremenda perseguição contra os pregadores, a ponto de os expulsarem da cidade. Porém ali ficou uma igreja de Cristo. Dali os valorosos pregoeiros da verdade partiram para: @ Icônio, quase 100 km ao leste de Antioquia, na estrada de Éfeso para Tarso e partes do Oriente. Depois de algum tempo de permanência e intensa atividade evangelíst ica, também dali foram expulsos os missionários. Então foram para: ® Listra, colônia romana, à 35 km ao leste de Icônio. Depois de uma cura milagrosa do coxo, os homens de Listra quiseram tributar culto aos pregadores, e só a muito custo foi que Paulo conseguiu dissuadi- los1 de tal intento. Porém, logo depois um grupo de judeus de Antioquia da Pisídia e de Icônio chegou a Listra e incitou o povo contra os missionários, sendo estes apedrejados e Paulo arrastado para fora da cidade como morto. Mas os discípulos cuidaram de Paulo e o despediram, juntamente com Barnabé, para: ® Derbe, à 32 km de Listra. Ali tiveram muita l iberdade de pregar o Evangelho. Sendo esta cidade o ponto final desta primeira viagem missionária de Paulo. De Derbe poderiam voltar para Tarso e Antioquia da Síria com muito mais facilidade, porém Paulo, cheio de entusiasmo pela obra do Evangelho, preferiu voltar pelo mesmo caminho por onde haviam passado na ida, talvez 1 T i ra r de um propós i to; de spe r suad i r ; d e saconse l har . 127 estabelecendo mais outras igrejas das quais não temos notícias, como em Perge, Atália, etc, e confirmando os irmãos nos lugares onde havia deixado igrejas estabelecidas, inclusive elegendo anciãos para as mesmas. De Perge, na Panfília, dirigiram-se para o porto de: 0 A tá l ia , de onde embarcaram para a Antioquia da Síria, ponto inicial de sua viagem. A igreja os recebeu com alegria e ouviu o relatório cheio de inspiração e gozo no Senhor pela operação patente do Espírito Santo na proclamação do Evangelho aos gentios. Esta viagem ocorreu, segundo a melhor cronologia, entre os anos 46 e 48 d.C.128 Questionário y Assinale com "X" as alternativas corretas 1. Enorme península do extremo ocidental do continente asiático: a ) 0 Ásia Maior b)^ Ásia Menor c) □ Oriente Médio d ) 0 Oriente Próximo 2. Local onde Filipe deu o primeiro impulso evangelístico direcionado aos gentios: a ) 0 Perge b)Q Judéia c ) 0 Peréia d ) H Samaria 3. Ali os missionários enfrentaram um feiticeiro de nome Bar-Jesus ou Elimas: a) CU Selêucia, na foz do rio Orontes, à 25km de Antioquia b)CU Perge, capital da província romana da Panfília, devota da deusa Ártemis c)IKl Pafos, capital da ilha de Chipre e sede do governo proconsular romano d)[H Salamina, porto oriental da ilha de Chipre, onde havia várias sinagogas dos judeus y Marque "C" para Certo e "E" para Errado 4.1 H O ponto final da primeira viagem missionária de Paulo foi em Antioquia da Psídia 5.1 Cl O aspecto físico da Asia Menor é um planalto pedregoso, semeado de lagos de água doce e salgada, rodeado de cadeias de montanhas e de costa acidentada 129 Segunda Viagem Missionária de Paulo A narrativa desta viagem encontra-se em Atos 15.36-18.22. Depois de aproximadamente três anos de intervalo, durante os quais dois valorosos obreiros ficaram em Antioquia pregando e ensinando, com muitos outros, a Palavra do Senhor, Paulo teve a inspiração do alto para fazer uma segunda viagem missionária pela Ásia, confirmando o trabalho realizado na primeira incursão evangelística naquela área. Certamente ele nem por sonho teria imaginado o alcance desta viagem no que diz respeito à penetração do Evangelho na Europa. As etapas desta viagem podem ser divididas em três itinerários: 1. O da Ás ia,_na ida; 2. O da Europa; 3. O da Ásia, na volta. 1. O i t in e rá r io da Ás ia na ida. Ao preparar a segunda viagem, Paulo não concordou com Barnabé em levar de novo com eles João Marcos, pois este os havia deixado no meio da viagem pela sua inconstância. Isto trouxe uma contenda entre os dois obreiros, resultando a separação em duas equipes - uma composta de Barnabé e João Marcos, que se dirigiu para Chipre, e outra de Paulo e Silas, jovem da Igreja de Jerusalém, que estava em Antioquia. De Antioquia, Paulo e Silas tomaram rumo ao norte, viajando por terra, para: ® Síria, isto é, visitando os grupos de crentes formados na região norte da Síria, de onde passaram ,para: 130 0 Cilicia, cuja capital era Tarso. Lucas não menciona os nomes das localidades desta província, atingidas pelos missionários, entretanto, fácil é perceber que por lá já havia igrejas estabelecidas anteriormente, e por certo, o foram pelo próprio apóstolo durante a sua permanência em Tarso, antes da partida para Antioquia a convite de Barnabé. Atravessando os montes Taurus, chegaram a: @ Derbe e Listra, que foram os pontos finais da primeira viagem. Em Listra Paulo encontrou o jovem Timóteo, que lhe pareceu apto para o trabalho missionário e o convidou para integrar a sua equipe. Partindo dali, depois de confirmar na fé os irmãos, foram passando pelas regiões da Frigia e da Galácia, talvez pretendendo visitar as igrejas de Icônio, Antioquia da Pisídia e outras, entretanto foram impedidos de alguma forma pelo Espírito Santo que os encaminhou para a Mísia. Dali julgaram conveniente ir e anunciar o Evangelho no extremo norte, isto é, província de Bitínia. Mas novamente o Espírito do Senhor lhes impediu o intento e eles desceram para a cidade marítima da Mísia, chamada: ® Trôade, na costa do Egeu. Foi ali que Paulo teve uma visão de um homem da Macedônia (parte da Europa que fica defronte da Mísia), pedindo que passasse aquela região e ali anunciasse o Evangelho. Assim os missionários chegaram conhecer a vontade de Deus e partiram para Europa, penetrando no Mundo Ocidental com a mensagem gloriosa de salvação dos pecadores. Nesta altura nota-se que o autor do livro de Atos - Lucas - passa ao uso do pronome pessoal na primeira pessoa do plural - "nós", o que leva a crer que foi em Trôade que ele juntou-se aos três missionários a ajudá-los na obra. 131 2. O i t in e rá r io da Europa. De Trôade (na Ásia) navegaram para: @ Samotrácia, que é uma ilha à 33 km da costa. Ali não demoraram, certamente pela pressa do navio, prosseguindo para: 0 Neápolis, cidade marítima do continente europeu, porto que servia a importante cidade de Filipos, colônia romana. Também em Neápolis os missionários não demoraram, mas dirigiram-se imediatamente para: @ Filipos, ponto inicial de Paulo na evangelização da Europa, onde os missionários obtiveram magníficos resultados em suas pregações manifestas na conversão de uma distinta senhora chamada Lídia, da jovem adivinhadora e do carcereiro e toda a sua casa. Foi neste lugar que os pregadores das Boas-Novas sofreram as primeiras perseguições na Europa por parte das autoridades e dos prejudicados devido à conversão da adivinhadora, porém, Paulo e Silas foram presos. Mas, na providência de Deus, até a prisão teve resultados favoráveis para o Evangelho, pois o carcereiro veio a converter-se com toda a sua família. Deixando, assim, o princípio de um trabalho que foi o mais querido do grande apóstolo. Logo após foram para: @ Tessalônica, tendo passado por Anfilópolis e Apolônia, lugares em que não se detiveram por razões desconhecidas. Tessalônica era uma cidade histórica, grande centro comercial e militar, portanto, ponto estratégico para difusão do Evangelho. Paulo estabeleceu ali uma igreja composta dos judeus fanáticos. Os missionários Paulo e Silas (parece que Lucas e Timóteo haviam 132 ficado em Filipos para continuar o trabalho) seguiram, de noite, para: Beréia, à 80 km de Tessalônica, onde o Evangelho foi muito bem aceito. Entretanto, os judeus fanáticos de Tessalônica foram à Beréia e alvoroçaram o povo contra os missionários a ponto de Paulo ter necessidade de retirar-se via mar para Grécia, deixando os companheiros para trás, chegando a: @ Atenas, a importante capital da cultura grega. Depois de uma rápida olhada pela cidade o apóstolo percebeu a idolatria dominante. Falando no areópago1, fez uma extraordinária defesa do crist ianismo perante os filósofos gregos. Porém o orgulho e a corrupção dos atenienses não permitiam que estes aceitassem a mensagem do apóstolo. Dali o missionário dirigiu-se para: @ Corinto, metrópole comercial e política da Grécia naquele tempo, situada à 70 km de Atenas. Nesta cidade, que foi o ponto final da sua segunda viagem missionária na direção do ocidente, Paulo permaneceu 18 meses. Também foi ali que o apóstolo conheceu o consagrado casal Priscila e Áquila, com os quais iniciou o trabalho em Corinto e depois também em Éfeso, tendo sofrido tremendas perseguições. 3. O i t in e rá r io da Ás ia na vo lta . De volta para a Antioquia da Síria, Paulo embarcou no porto de Cencréia, à 13 km ao leste de Corinto, onde também já havia uma igreja, certamente estabelecida durante a estada do apóstolo em Corinto. Dali navegou em direção leste, 1 Luga r de d i s cus sões púb l i cas e de s en ten c ia r as causas . 133 atravessando o mar Egeu, em companhia de Priscila e Áquila, para: 0 Éfeso, capital da Ásia proconsular, junto à foz do rio Caister, famosa pelo seu teatro, seu hipódromo1 e seu colossal2 templo consagrado à deusa Diana (ou Ártemis). Nesta cidade ficou o casal de auxiliares do apóstolo que o acompanhou desde Corinto, ao qual, mais tarde, ajuntou-se ao jovem Apoio formando-se um grupo que atuou eficientemente para preparar o terreno para o trabalho de Paulo que brevemente voltaria para lá. De Éfeso Paulo navegou diretamente para: 0 Cesaréia, na Palestina, de onde subiu para: @ Jerusalém, saudando os irmãos da igreja e relatando-lhes as maravi lhas que o Senhor havia operado durante os quase três anos (51 a 53) gastos na segunda viagem. De Jerusalém dirigiu- se para: 0 Antioquia da Síria, seu ponto de partida para todas as viagens. Terceira Viagem Missionáriade Paulo Depois de breve período de descanso, Paulo empreendeu uma terceira viagem missionária, descrita em Atos 18.23-21.8, partindo de: 0 Aatioquia, novamente, Paulo dirige-se, através das províncias de Cilicia, Galácia e Frigia, confirmando na fé todos os discípulos convertidos nos lugares anteriormente visitados, para: @ Éfeso que é o ponto principal de suas atenções nesta viagem. Para evangelizar este centro da 1 Local onde se rea l i zam cor r i da s de cavalos; prado. 2 Eno rme , ag i gan tado. 134 província e suas adjacências, durante os seus dois anos de atividade nesta cidade, deve ter dado origem às chamadas "sete igrejas da Ás ia” referidas no Apocalipse (At 19.10). Excepcionalmente notável foi a atuação do apóstolo em Éfeso frente às perseguições e o alvoroço que o seu trabalho trouxe no seio daquela população. A crendice1 devotada à deusa Diana sofreu sérios abalos. A feitiçaria perdeu seu prestígio pela queima pública de livros dos muitos convertidos em Éfeso. Finalmente teve que se despedir dos discípulos, aparentemente sob pressão de novas e mais violentas ameaças de perseguição, dirigindo-se para: 0 Trôade, onde esperou o seu novo companheiro de trabalho, Tito, que lhe trouxe notícias de Corinto, passando dali para Macedônia, provavelmente visitando os lugares em que na viagem anterior havia estabelecido igrejas. Dali desceu para: 0 Corinto, onde pôs em ordem as irregularidades ocorridas na igreja e de onde escreveu as duas importantes epístolas aos Gálatas e Romanos, três meses depois de sua chegada, já os judeus novamente preparavam-lhe ciladas para eliminá- lo do cenário, e, a fim de despistar os seus algozes2 voltou pela costa do mar Egeu, subindo até Filipos e dali talvez tinha ido ao Ilírico, província situada na costa do Mar Adriático da Macedônia. De Filipos regressou a Trôade, na Ásia, depois passando a Assôs, dirigiu-se para Mitilene, capital da ilha montanhosa do Egeu, e mais adiante para Samos, também ilha do mesmo mar, tomando rumo a Trojilo, promontório da 1 Crença popu la r absu rda e r id í cula; c rende i r i ce . 2 A lgozar: mar t i r i za r , to r turar , supl i c iar ; p ra t i c a r mor t i c ín io . 135 costa da Ásia, e depois para Mileto, de onde o apóstolo manda chamar os anciãos de Éfeso dos quais se despede para sempre. Continuando, passou por Cós, Ilha de Rodes, Pátara, de onde navegou diretamente para Tiro, na costa da Fenícia, confortando irmãos de uma igreja cuja origem não nos é conhecida. Prosseguindo, foi para Ptolemaida (ou Acra), visitando outro grupo de irmãos, e depois para o porto de Cesaréia, visitando o evangelista Filipe com as suas filhas, para chegar a Jerusalém, por ocasião da festa de Pentecostes., onde o amor dos irmãos o envolveu mas o ódio dos judeus o descobriu para.tirar-lhe a vida. . Viagem de Paulo a Roma Ao concluir a sua terceira viagem missionária Paulo chegou a Jerusalém por ocasião da Festa de Pentecostes. O ódio dos judeus havia crescido diante dos sucessos do Evangelho pregado por Paulo. Reconhecida a sua presença em Jerusalém e particularmente no Templo, num acesso de cólera seus inimigos tentaram liquidá-lo. Se não fosse a pronta intervenção dos soldados romanos, por certo, naquela ocasião Paulo teria perecido. O apóstolo, vendo a impossibil idade de conseguir garantias na província, porque a tendência das autoridades romanas era não julgar a Paulo por tratar-se de uma questão religiosa, apelou para César, e por isto foi enviado a Roma na qualidade de prisioneiro. Partindo de Jerusalém deu-se o início da sua última viagem para o ocidente. Diante do perigo de ser arrebatado pela turba1 enfurecida de judeus 1 Mu l t idão em deso rdem. 136 fanáticos, o oficial da Torre de Antônia (parte da fortaleza de Birá junto ao Templo de Jerusalém) tomou a providência de conduzir o apóstolo de noite, sob forte guarda, até: 0 Antipátride ou Antipatris. Dali foi remetido para: 0 Cesaréia, onde permaneceu preso por dois anos, e depois partiu para Roma, tendo tido a oportunidade de pregar o Evangelho às autoridades romanas: Félix, Festo e Agripa. Na viagem, Paulo foi acompanhado de seus amigos Lucas e Aristarco (de Tessalônica). De Cesaréia navegaram para: 0 Sidon, onde lhes foi permitido visitar os amigos crentes, partindo dali para: 0 Mirra, porto da província de Lícia, na Ásia Menor. Neste porto fizeram a baldeação1 para outro navio que, levado pelos ventos, foi até: 0 Bons Portos, na Ilha de Creta, onde esperaram melhorar o tempo. Navegando dali foram apanhados por uma tremenda tempestade que durante 14 dias mantiveram eles entre a vida e a morte, naufragando nas proximidades da: 0 Ilha de Melita, ou Malta, que se encontra ao sul da Sicília, a grande ilha italiana. Depois de passarem alguns dias ali, tendo Paulo curado o pai do homem principal da localidade, Públio, e abastecidos dos víveres necessários à viagem embarcaram num navio alexandrino rumo à: Siracusa, na costa oriental da Sicília. Dali seguiram para: 0 Régio, já na Península Itálica, de lá navegando para: 1 Pa ssar (mer cado r ia s ) de um para ou t ro navio. 137 0 Potéoli, ponto final da viagem marítima, onde acharam alguns crentes que solicitaram a sua permanência, ficando ali sete dias. As duas últimas etapas, antes de chegar a Roma, foram: 0 Praça de Ápio e Três Vendas (At 28.15), à 40 km ao sudoeste de Roma, aonde vários irmãos vieram da capital do Império para receber o apóstolo e seus companheiros. Este gesto dos irmãos deu mais ânimo a Paulo, prevendo ele a vitória do Evangelho também em Roma, apesar de suas cadeias. Finalmente chega Paulo a: 0 Roma, capital política e cultural do Império. Ali o apóstolo ficou preso durante dois anos, morando em casa particular alugada perto do quartel pretoriano. Embora acorrentado a um soldado, a sua prisão foi bastante suave. Dali Paulo escreveu as seguintes epístolas: Efésios, Filipenses, Colossenses e Filemom. Depois de longa espera Paulo foi absolvido e posto em liberdade. Viagem de Paulo entre a sua Primeira e Segunda Prisão em Roma Há evidências claras, pelo que encontramos nas chamadas "epístolas pastorais", de que ele foi absolvido e que reassumiu o seu antigo trabalho de visitar as igrejas já estabelecidas e organizar outras novas, tendo sido preso novamente pouco depois. Este período entre a sua primeira prisão em Roma e a segunda, é coberto de incerteza quanto às suas atividades e os lugares onde elas foram exercidas. De modo que o itinerário que segue uma conjectura. 138 0 Colossos teria sido o seu novo campo de trabalho, após a l ibertação da sua primeira prisão em Roma, segundo se conclui de Filipenses 1.22. Era uma cidade da Frigia, Ásia Menor, às margens do rio Lico, na rota terrestre entre o ocidente e o oriente. Ali havia uma igreja que teria sido fundada pelo trabalho de Epafras e Arquipo. 0 Filipos teria sido outro lugar visitado por Paulo nesse período (Fp 2.24). 0 Nicópolis, segundo Tito 3.12, teria sido mais outro lugar visitado pelo apóstolo, situado na região grega de Epiro, no litoral do Mar Adriático. 0 Mileto e Creta, lugares escalados na viagem de Jerusalém para Roma. Em Creta aparentemente Paulo desejava desenvolver trabalhos amplos para adiantamento da obra do Evangelho, mas teve que deixar os planos nas mãos de Tito. É o que se depreende de Tito 1.5 e 2Timóteo 4.20. 0 Trôade. Pelo que se lê em 2Timóteo 4.13, parece que Paulo teve que deixar apressadamente este lugar, pois pede ao seu jovem companheiro que traga a Roma, onde está preso, a sua capa e os pergaminhos1 deixados ali. @ Éfeso. A suposição é que Paulo tenha sido preso em Trôade e levado para Éfeso para o interrogatório prévio, antes de ser remetido a Roma. O ministério de Paulo estava já no fim. Nero estava no trono do Império naqueles dias, e no delírio de sua loucura incendiou a cidade de Roma, atribuindo a culpaaos cristãos, o que provocou a terrível perseguição neroniana. Certamente o bravo soldado de Cristo pereceu na onda desta perseguição. 1 (La t im p e rg a m in a ) . Pele de an ima l p reparada para se es c reve r . 139 Questionário ^ Assinale com "X" as alternativas corretas 6. As etapas da segunda viagem de Paulo podem ser divididas em três itinerários, a saber a)CU O da Europa na ida; da África e da Ásia b)D O da Ásia; do Oriente Médio e da África c)(Xi O da Ásia na ida; da Europa e da Ásia na volta d ) 0 O da Europa na ida; da Ásia e da Europa na volta 7. Cidade que era o ponto de partida da primeira, segunda e terceira viagem de Paulo a)EU Roma b)D Atenas c )D Jerusalém d)K] Antioquia da Síria 8. Imperador romano que incendiou a cidade de Roma atribuindo culpa aos cristãos, usando de pretexto para perseguí-los. a )Q Tito b)[X] Nero c )D César d ) 0 Augusto Marque "C" para Certo e "E" para Errado 9.1 c I A cidade de Corinto foi o ponto inicial de Paulo na evangelização da Europa 10.[ç] Ao concluir a sua terceira viagem missionária Paulo chegou a Jerusalém por ocasião da festa de Pentecostes 140 Geografia Bíblica________ Referências Bibliográficas STAMPS, Donald C.; Bíblia de Estudo Pentecostal . Rio de Janeiro - RJ : CPAD, 1995. THOMPSON, Frank Charles; Bíblia de Referência Thompson. São Paulo - SP: Editora Vida, 1992. FERREIRA, Aurél io Buarque de Holanda. Novo Aurél io Século XXI. 3a Ed. Rio de Janeiro - RJ : Editora Nova Fronteira, 1999. BOYER, Orlando. Pequena Enciclopédia Bíblica. Pindamonhangaba - SP: IBAD. DOUGLAS, J. D.; O Novo Dicionário da Bíblia. 2a Ed. São Paulo - SP: Edições Vida Nova, 2001. ANDRADE, Claudionor Corrêa de. Dicionário Teológico. 6a Ed. 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Mapas P01 a P15 foram uti l izados com a devida autorização da Sociedade Bíblica do Brasil. Todos os Direitos Reservados. Os infratores estarão sujeitos às penal idades da lei. índice O Oriente Médio na Época dos Patr ia rcas ................. T01 O Êxodo e a Conquista de C a n a ................................. T02 Mapa Físico da Terra San ta .........................................T03 Jerusalém Atual (Centro) ............................................T04 O Mundo Antigo ........................................................... P01 Egito e Sinai ................................................................. P02 A Divisão das Tribos .................................................... P03 Os Reinos de Saul, Davi e Salomão .......................... P04 Os Reinos de Israel e Judá ......................................... P05 O Império Assírio .......................................................... P06 Impérios Babilónico, Persa e G re g o .......................... P07 O Império Romano nos Tempos de C r i s to .................. P08 Relevo da Palestina ...................................................... P09 Palestina nos Tempos de Je su s ................................... PIO Primeira Viagem de Pau lo .............................................. P l l Segunda Viagem de Paulo ........................................... P i l a Terceira Viagem de P au lo .............................................. P12 Viagem de Paulo a Rom a .............................................. P12a Jerusalém do Velho Tes tamento .................................. P13 Jerusalém nos Tempos de C r i s to ................................ P14 Plantas do Templo descri to no livro de Ezequiel .........P15 143 G r á f i c a L E X L t d a . Produtos Gráficos. Editoriais e Serigràticos em geral. Sinalização por Recorte Eletrônico de Adesivo, Arte Final e Brindes Promocionais. Fone/Fax: (44) 3642-1188 GUAÍRA - PR 144 Mapa TOI « •><« ap • n»»mi •I«« • » *.»■> *H •*> V »*»s<41 .i|im( >v«J * w . íw l Ä ? * IM »O irrj i l U i i f t * I i*q*0 UKXÍ3 » ■/ ̂WIWWZV Q 0̂c0r r̂ oa t'’ <D(o I §• ï & V))'1,a «9 oV* ,00 uioooj * «*p*o • «|Í09 M WütTJ ♦ * - ♦‘tu *f"0 ♦» o * # ü*tr • ' JMb«u*v * □ WO □ **0 uío>q«mC - a fcnb*i ___li lu rf Q"°to rj3»uqii i«KA»f p ♦ m o f U>c«q**j ~LWUSV * * uíoirwy » tfpoviy t f . ̂ * ^ * ir f tk»p üoujiti □ •̂ib*»iy WS Q unriui « ui«KtbiS D»í«i n a> íwpjt *>uoH 1 . V* Lm □ OOIQ3W D «a 8 <jf+joor o* * £ N5> ■* *<T•úS ¥ *̂ ov\g ?»3 <S • «OF jpjfií. - * n r °* jo/vm Q > SWMiiOD Uiú&M ip vnSy í VVNV3 aa v isinõN oa V 3 oaoxg o zo 1 vdvn Mapa T 03 Mapa T 04 t » JERUSALÉM 4JUAL (CENTRO' «* 0 * m H v*.W / ■ S ir “•• •• H * 4 "M W , ' * * » . « > * * ’ ~ ~ -* ; y : <■! ' : 1 * '-~'J X'.. VTli e- ^ - 4 - - A ■ ~ * * o ' B - . s V-*D* " - jjfi r )>• «■ W ^ m * * Z ^ . . «v.. ^ f c _ r M l « • & • Q O >^i **» Q MWAN ^ **iJ'tASWO* O'«'* A W L i —. L. ESCAVAÇÕES E RESTOS DAS ÉPOCAS DO ANTIGO E DO NOVO TESTAMENTO » do swflund * *«•“»*• 15 d09 RftV \ Rt»«rn» *o m«VO 4 Sb» -j « s do pnmwo >•»•'. * t S «pu l»s do Jftrdirrt I S«f*> -Trs do pnmtíro <0" c + * "•;« i*— os do Sinwjf i >«■«»• ••* Mamila * SaiH^n da (am. it! ReoHa »o (te C9ií0‘ m**« H W ■ • port* Sagimdi <•" U E r <*'*çò«í d* Satcmft# 1Í C«*»r é d« Zadequtaa ,14 Ta S»1* it r«*««« tp* i*m t» Ta * * •»SiMi*' « tTüm iiii* (topumi • I Afro*** 'Ecoj He *» jmuto* do sagund ten- • JO Muro *o pmiodo CO »*gOHi»A CI Wuro <*0 p«fi »*> seuunik>fw»uHD •'- f'esl.»■!' 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F (> II I I K OEgito e Sinai c a n a ã | o AM O M © Sotii'dadi's liiblic* Unidas 1995 Mapa P 03 * B C I) E í j (ï H I I A Divisão das Tribos Mar UcditerrâneoMrgido M A N A SSES » Monte Ebal Monle Geriam » ‘ Siquém n i• Siló i EFRAIM DÀ 7 ' * V i BEN|AMIM Hehrom Monte Hermom M A N A SSES O R IEN T A L ASER Mar da Calilèia G A D E • Sitim lorusalém Monte Neto KUBEN ) IU O A • Bcrseba SIMEÀO L :ú b e n fMa, Mort<7 MOABE EDOM 0 20 III Kl) Kl) 11)1) 1__ I___ I___I I I ( >uik>»mMins > Sot iediitlps Uihlktis Unifia PHfi Mapa P 04 B r | D I l f l c M | I I K r,fea • RioíuímtK Hamale • F E N Í C I O S Sidoin • • Damasco Mar Mediterrâneo Tiro » D or» ,Dã • Hazor • Ramote-Gileade F H I S T E U S ,T ,Sa,P'n »Rjba ^ d,,de. * Belém* Ma, GaM Hebr*m*,<Jr!o Bcrseba • M Q A B E Cades-Baméia < [ D O M Os Reinos de Saul, Davi e Salomão Eziom-Geber* Rrira» cfe Saul M H Kiino d» Davi r _ I Krino de Sdiomôi) 50 100 _ L _ 1 5 0 2 0 0 2 5 0 Mar Vetme/ho Qrâbmetro* •3 SdpedacJes ffibfícas Uoklas 1995- Mapa P 05 \ H ( t) E 1- I r. II J K F E N Í C I O S SÍRIA (ARÃ) Os Reinos de Israel e Judá Tiro • Oã • 1 Território de Israel 1 Território de Jutlá H azor* Mar da Galiléia Megido « Mar Mediterrâneo I SRAEL • Bete-Seã • Ramote-Gileade SAMARIA o C- • ?Siquema Siló* ^ A M O M Betei • • Jericó • Rabá Gate • Jerusalém Asdode • Belém Asquelom • Hebrom Gaza • I U D A F I L I ST E US Berseba • Mar Morto • M O A B E E D O M A ' 20 40 . 1 1 1 60 1 80 100 1 1 Quilómetros Sociedades Bililii jv Unidas 1995 \ tí l ' 1 » 1 1 1 1 Ci 1 II 1 1 1 . 1 K 1 . Mor Cáspio Carquem is. A S S ÍR IA • Ninive M É D IA • As s VI r ,\/.ir Mediterrâneo • Ribla ^ • Damasco Susã R,° % Jerusalem • • Babilónia ARABES Mênfis* O Im pério A ss írio SSI iniEMwi Avwwk» (.o / fo \ Pérwto E G IT O %, o Mar V e rm e lh o A 0 125 250 -i00 ♦ 1 1 1 (juAimetmv © S<k K<Lack~s lUik a«» Urwb\ 2»s "d oCv T R A C I A M A C E D O N I A Im périos B ab ilón ico , P e rsa e G rego Mcir Negro ' G R E C I A L í d i a Atenãs Sardeso A S I A M E N O R A R M E N I A Mar Cáspio *̂/ò V Carquem is % Mar Mediterrâneo D am asco* 'Antioquia -j- . "o, * • Ribla ' «Nínive M Ë D I A P A R T I A r\ Alexandria Sam aria» ■ Jerusalém» • Babilónia • A c m e tá •S u sã P E R S I A E G I T O M ê n fis « > Persépolis A R A B E S Tebas « Golfo Pérsico Império Grego I Império Persa Império Babilónic o Mar V e rm e lh o A 0 250 500 1---------1_________ L 1000 ____I Quilômetros O Sociedade« Bíblicas Unidas 1995 M apa P 07 r M apa P 08 Mapa P 09 \ H (' I) I: J F | lí II I J k Relevo da Palestina M jr M v ii i t v r r . in v t ) Seção transversal da Palestina de lesle a oesle Rio hrdm Ptolemaida « Home Cafmelo 4 D o r * SAMARIA Samaria • M u da ( .aliléia \Uir Mediterrâneo Vegetação dos Icmpos blblims • / Mu di (Uíilt-ii ff» furdid .0 <£ Apolónia |ope * Asquelom Gaza * JUDEIA Jerusalém • Hebrom • PEREIA > Samaga • Medeba \Ur \tnrta Ma r Morto Berseba « Liba Lemba •Rafia Zoar * Alusa NABATEUS A O 21) _ L _ 4 0 60 I 80 I 1 Olf I ‘ Sociedades Bíblit as U nidas ____________ Mapa P IO Ü (■ i> í í <i Ü 1 1 K Palestina nos rira * Tempos de Jesus FENÍCIA Morte Hetm r GÂULANITIDE Holemaida Monte Camelo Mar Mediterrânea Co are ia t GALILEI» fafarnaum • , Bctsaida C .in í* *<••' '!■< « I Oi'lfc'Ù Nazaré •Gadara DECAPOLIS SAM ARU Monte Genzun * Ari* Em.ius* * labni- lerusalem • Asquelom • •A to'n Bolem 1 Hrbrom • IUDEIA Gaza » •Rafia ! • Gcrasa 1 Filadélfia PEREfA Mm • Maqucronk' : Mor lo Massaaa • • Berseba ivUarqub tie Feliffc* □ IfUafquM <k* Hntxles Antiivi«- I I I )ominio de IYmk h* Piblus « 2U 40 titi 80 lUtt I_______ I_______J________I e Smanklts BMk̂ s Unwhís IVI1» NABATEUS Mapa P 11 \ H i l> ' 1 1 Antioquia da Pisídía» , . CAPADÓ CIA • Icomo lis t ra * A N TIO Q U IA • Derbe CRETA f erS f Tarso Primeira Viagem • ( H IP R f •A n lioqu ia de Paulo # Salamína Pafos M*w Mediterrâneo<•- I i i • Y S<m khLkÍcs KiI>Ih jv l 'rxdí*. 11*1» Jerusalém • Mapa P 11-A M A CED O N Ia Anfipoli^ ^Filipos Beréia t * T rn jd c C o rin to , , * t ícso anlioquia da Pisidia CAPAD Ó CIA • icô n io Lislra • A N TIO Q U IA CRETA Dprlu1* Tarso • Perge • Segunda Viagem CH IPRE • A " ' i ° ‘ >u ia « de Paulo „ ( • Sala mina Patos Mar Mediterrâneo .. i i . •— *•< \ / i i i i ̂ / 4 Ijw lAwInn ■ îh K-flMles BiIíIh ,n 1 <imLi- l‘W » i esareia Samaria Jerusalém • Mapa P 12 M ACEDO N IA Anfípolis Tessalònica " Beréia • ACAIA Corinto Filipos • « «Neápolis Apolónia Assós ■ Tróade ÁSIA M ililene» # pérgamo Antioquia c Esmirna P's*d'a •Éfeso ■ Icônio • M ilelo L is ,ra * Rodes ■ Pálara • Derbe Tarsn • Antioquia SIRIA Terceira Viagem de Paulo Mar Mediterrâneo QuilAtnctios boCitlJ.vW Bíblicji Urudas IW î Cesaréia k Jerusalém fl »Tiro Ptolemaida » c k Mapa P 12-A .R o m a • Très Vendas •Pozuoli ^ ITÁLIA SICÍLIA ' Régio Cnido LiC lA SÍRIA Mirra • Siracusa CRETA RODES CHIPRE Sidont ■ MALTA Viagem de Paulo a Roma Bon» Portos Cesaréia # Jerusalém * Mdr Mediterrâneo f Vn m l« Im IW *’ •» l'nuit' W ' Mapa P 13 A B C D Ê j F C H I J K Jerusalém V a l e d e H i n o m © Sociedades Bíblicas Unidas 1995 ® F o n t e d e RogC ‘ 1 (E n -R o g t '1 ) Mapa P 14 Mapa P 15 Plantas do Templo descrito no livro de Ezequiel Estas plantas se baseiam na visão de Ezequiel (capítulos 40 a 46) e não representam o templo de Salomão nem o segundo templo, construído depois do exílio. PLANO GERAL DO TEMPLO 1. Muralha exterior (40.5;42.15-20) 2. Porta oriental (40.5-16) 3. Porta norte (40.20-23) 4. Porta sul (40.24-27) 5. Átrio exterior (40.17) 6. Pavimento (40.17-18) 7. Átrio interior (40.28) 8. Porta sul do átrio interior (40.28-31) 9. Porta oriental do átrio interior (40.32-34) 10. Porta norte do átrio interior J40.35-37) 11. Sala para lavar os animais (40.38) 12. Sala para os sacerdotes (40.44-46) 13. Templo propriamente dito (ver planta abaixo) 14. Edifício ocidental (41.12) 15. Salas do norte (42.1-10) 16. Salas do sul (42.10-11) 17. Pátios (46.21-22) 18. Altar (40.47; 43.13-17) ’ '*■ O TEMPLO PROPRIAMENTE DITO (40.48-41.15) 1. Escada (40.49) 2. Colunas (40.49) 3. Pilares do vestíbulo (40.48) 4. Vestíbulo (40.49) 5. Pilares (41.1) 6. Salão central (41.2) 7. Pilares (41.3) 8. Lugar Santissimo (Santidade das Santidades) (41.4) 9. Parede exterior (41.5) 10. Câmaras anexas (41.5) 11. Parede exterior das câmaras (41.9) 12. Espaço livre (41.9) 13. Muro (41.11) 14. Edifício ocidental (41.12) 15. Pátio fechado (41.12) 16. Parte do pátio fechado que fica para o oriente (41.14) Sociedade!, Hihlk as Unidas I c)11" Gráfica LEX Impressos Gráficos, Editoriais e Serigràficos em geral, Sinalização p o r R ecorte E le trônico de Adesivos, Arte F ina l Brindes P rom ocionais Telefax: (44) 3642-1188 lex@graficalex.com.br mailto:lex@graficalex.com.br IBADEP J L o l o g '^ IBADEP-Instituto Bíblico das Igrejas Evangélicas Assembléias üe^ us^ Estado do Paraim Am. Brasil, S/N° - Cx.Postal 248 - Fone: (44) ™ 4^ bbl Vila Eletrosul - 85980-000 - Guaíra - PH E-m ail: ibadep@ ibadep.com - wwwjbadep .com mailto:ibadep@ibadep.com http://Www.lbadeP-com