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“A doença do pombo.”
- Nathalie Gonçalves Aguiar RA: N251DJ6
-Ana Paula Prudente Barrionuevo RA: N3498A5
-Tania Carvalho RA: D653IE0
Ciências Biológicas CB5P46
Assis / SP 2020
PCC Imunologia e parasitologia.
Prof: Karin Maria Ludwig.
Boletim Informativo: Criptococose
Questão nº 5678
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A Criptococose (ou doença do pombo como é conhecida) é uma doença oportunista potencialmente fatal, cosmopolita, causada por fungos do gênero Cryptococcus, essa doença é classificada como micose sistêmica, os fungos Cryptococcus tem uma capsula polissacarídica e forma de leveduras, produção de melanina e enzimas, que permitem que ele escape das defesas do hospedeiro, o tornando mais resistente. Acomete mamíferos domésticos, principalmente o gato e o cão, animais silvestres e o homem, sendo também conhecida como torulose ou blastomicose europeia, ocorre em frutas, mucosa oronasal, pele de animais e pessoas saudáveis e, principalmente, no solo rico em excretas de aves. Em humanos, a criptococose é mais frequente em adultos, mas apesar de rara pode afetar crianças. Esta micose é comumente diagnosticada em pacientes com imunodepressão celular, como os soropositivos.
Desenvolvimento
Duas variedades desse fungo são responsáveis por causar a doença:
O Cryptococcusneoformans: presente no solo e em fezes de aves (principalmente pombos), é capaz de causar a doença apenas em pessoas com imunidade baixa, com doenças autoimunes (sistema imunológico ataca células saudáveis). Esse fungo está espalhado pela cidade. O Cryptococcusneoformans cresce como uma levedura encapsulada.
O Cryptococcusgattii: se manifesta de forma mais grave. Esse tipo do fungo afeta tantas pessoas saudáveis, como pessoas de baixa imunidade, e está presente em árvores e fezes de algumas aves.
O que causa a Criptococose?
A matéria orgânica morta do solo é o principal reservatório do fungo, além de frutas secas, cereais e nas árvores, o fungo também é encontrado nas fezes de aves, principalmente dos pombos.
Sintomas
Os sintomas dependem do estado imunológico de cada indivíduo e do subtipo do fungo. O surgimento de sinais e sintomas ocorre entre três semanas e três meses antes da internação hospitalar, individualmente, os sintomas podem variar de dois dias a mais de 18 meses.
Na forma sistêmica, a criptococose apresenta frequentemente a meningite subaguda ou crônica, caracterizada por:
· Febre;
· Fraqueza;
· Dor no peito;
· Rigidez de nuca;
· Dor de cabeça;
· Náusea;
· Vômito;
· Sudorese noturna;
· Confusão mental;
· Alterações de visão;
· Pode haver comprometimento ocular, pulmonar e ósseo.
A forma cutânea representa de 10% a 15% dos casos, e apresenta os seguintes sinais e sintomas:
· Aparecimento de várias lesões avermelhadas, contendo secreção amarelada no centro, semelhante à espinha;
· Aparecimento de erupções cutâneas vermelhas em uma região específica ou por todo o corpo;
· Ulcerações ou massas subcutâneas, semelhante a tumores.
Em pacientes imunocompetentes, observa-se meningoencefalite de forma aguda ou crônica, com dor nos olhos e na cabeça, usualmente sem febre ou quadro febril pouco expressivo, que evolui para dor de cabeça intensa e presença de sinais mais graves, como estrabismo, paralisia facial e cegueira total ou parcial.
Transmissão
Não existe transmissão inter-humana dessa micose, nem de animais ao homem. No entanto, os seres humanos, estão expostos à doença por meio da inalação dos fungos Cryptococcus causadores da criptococose, geralmente encontrados em fezes de pombos.
Mas a doença não é só causada pelas fezes do pombo, fezes de morcego e árvores, como o eucalipto também podem contaminar.
No caso dos pombos, a transmissão é pela exposição prolongada a uma grande quantidade de fezes. O fungo se instala no pulmão e pode infectar o corpo todo.
Diagnóstico
O diagnóstico é clínico e laboratorial, a confirmação laboratorial é feita com o uso de “tinta da China” (nanquim) – com evidências de criptococos visíveis em materiais clínicos. Trata-se do principal diagnóstico das meningites criptocócicas: exame do líquor-LCR.
O criptococo também pode ser isolado na urina ou no pus. A sorologia e a histopatologia também são consideradas na confirmação diagnóstica da criptococose. Como exame complementar, a tomografia computadorizada, ressonância magnética ou radiografia de tórax podem demonstrar danos pulmonares, presença de massa única ou nódulos múltiplos distintos (criptococomas).
Tratamento
A escolha do tratamento dependerá da forma clínica de cada paciente. Os medicamentos antifúngicos para o tratamento da doença estão disponíveis no Sistema Único de Saúde (SUS) e são oferecidos gratuitamente. Todo o tratamento e suporte necessários para cuidar da doença também são oferecidos de forma integral e gratuita pela rede pública de saúde.
No caso de infecções, não há necessidade de isolamento dos doentes. As medidas de desinfecção de secreção devem ser as de uso hospitalar rotineiro. Os tratamentos são feitos mediante internação.
Prevenção
Não existem medidas preventivas específicas, mas recomenda-se a utilização de equipamento de proteção individual, sobretudo de máscaras, na limpeza de galpões onde há criação de aves ou aglomerado de pombos.
Medidas de controle populacional de pombos devem ser implementadas, como, por exemplo, reduzir a disponibilidade de alimento, água e, principalmente, abrigos. Os locais com acúmulo de fezes desses animais devem ser umidificados para que os fungos possam ser removidos com segurança, assim como a sua dispersão por aerossóis.
Índice de casos
Nos últimos anos, o aumento do número de casos da síndrome da imunodeficiência adquirida (SIDA) foi acompanhado pelo aumento da incidência de criptococose, dessa forma, a criptococose é atualmente considerada a doença oportunista com maior morbidade e mortalidade entre os pacientes soropositivos
Em um levantamento realizado a partir do monitoramento dos casos de criptococose diagnosticados entre 2000 e 2012 na Rede SUS DF, foram identificados 56 pacientes com a micose. Dos 56 pacientes registrados, 38 apresentaram sorologia positiva para o HIV, 15 pacientes eram soronegativos e em 3 o resultado não era conhecido.
Situação epidemiológica
As micoses sistêmicas não integram a lista nacional de doenças de notificação compulsória no Brasil. Elas também não são objeto de vigilância epidemiológica, de rotina, com exceção de estados brasileiros que instituíram essa notificação de iniciativa do seu âmbito de gestão. Por isso, não existem dados epidemiológicos da ocorrência, magnitude e transcendência da criptococose em nível nacional.
No plano estratégico 2018, o Ministério da Saúde iniciou a estruturação do sistema de vigilância e controle das micoses sistêmicas, incluída a criptococose. Com a estruturação do sistema de vigilância da criptococose, espera-se acompanhar a tendência temporal da doença, conhecer o perfil epidemiológico e seus determinantes sociais, bem como definir as medidas de controle na contenção da sua magnitude e vulnerabilidade no país.
Conclusões:
Embora rara, a criptococose é uma doença potencialmente fatal, principalmente para os hospedeiros imunocomprometidos, sejam pessoas ou animais. Como possuem diversas fontes ambientais, estudos epidemiológicos sobre o Criptococcus neoformans são indispensáveis à identificação de microfocos desse fungo, facilitando a adoção de medidas preventivas como o controle de portadores, especialmente as aves sinantrópicas.
Referencias:
 https://saude.gov.br/saude-de-a-z/criptococose
https://periodicos.ufersa.edu.br › acta › article › download 
https://www.msdmanuals.com/pt-pt/profissional/doen%C3%A7as-infecciosas/fungos/criptococose
https://cientistasfeministas.wordpress.com/2017/09/13/criptococose-uma-doenca-fungica-que-precisa-de-atencao/

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