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1 
Neurologia 
Julianna Rodrigues Carvalho, 4Med 2021.1 
 
NEUROLOGIA 
MODULO 10 
TUTORIA 1 – 18/02/2021 
OBJETIVO 1 – CARACTERIZAR OS NEUROTRANSMISSORES 
 Um neurotransmissor é um composto químico liberado por um 
neurônio pre-sináptico que causa excitação ou inibição da membrana pós- 
sináptica. O efeito sobre a membrana pós-sinaptica se dá em menos de 
um milissegundo após a liberação e termina dentro de um decimo de 
segundo. 
 Os neurotransmissores são biomoléculas que se encarregam 
de transmitir a informação de um neurônio para outro que se encontram 
unidos através de uma sinapse (união intercelular que se encarrega da 
transmissão da informação entre uma célula e outra através de impulsos 
elétricos), na qual o neurônio pré-sináptico é o que se encarrega de emitir 
a informação, e o neurônio pós-sináptico de recebê-la. 
 Com o passar dos anos, os neurocientistas foram estabelecendo 
certos crité- rios que devem ser atingidos para que uma 
molécula possa ser considerada um neurotransmissor. 
 1. A molécula deve ser sintetizada e estocada no neurônio pré-sináptico. 
2. A molécula deve ser liberada pelo terminal axonal pré-sináptico sob 
estimulacã̧o. 
3. A molécula, quando aplicada experimentalmente, deve produzir na 
célula pós-sináptica uma resposta que mimetiza a resposta produzida pela 
libera- cã̧o do neurotransmissor do neurônio pré-sináptico. 
 Embora A ação dos Neurotransmissores e homonios sejam 
similares, os neurotransmissores costumam agir em alvos que 
estão próximo do local de liberação, enquanto hormônios são 
liberados na corrente sanguínea para agir em alvos distatentes. 
 
NEUROTRANSMISSORES CONVENCIONAIS 
Os mensageiros químicos que atuam como neurotransmissores 
convencionais compartilham certas características básicas. Eles são 
armazenados em vesículas sinápticas, são liberados quando Ca2+ entram 
no terminal axonal em resposta à um potencial de ação, e atuam ligando-
se a receptores de membrana da célula pós-sináptica. 
 
 Múltiplos neurotransmissores 
podem produzir diferentes tipos de 
respostas em neurônios pós-sinapticos. 
- Por exemplo, um neurônio pode ser 
excitado por um tipo de neurotransmissor 
e ser inibido por outro tipo. A velocidade 
das respostas pós-sinápticas produzidas 
por diferentes neurotransmissores 
também varia; 
- De maneira geral, os neurotransmissores 
de baixo peso molecular medeiam ações sinápticas rápidas, enquanto os 
neuropeptídeos tendem a modular mais lentamente a atividade sináptica 
em andamento. 
 Muitos tipos de neurônios sintetizam e liberam dois ou mais 
neurotransmissores diferentes; - Quando mais de um 
neurotransmissor está presente em um terminal nervoso, as 
moléculas são denominadas cotransmissores. 
 
 
 
 
 
 
 
PRINCIPAIS NEUROTRAN SMISSORES 
1.1) Classe 
 
NEUROTRANSMISSORES PEQUENOS 
AMINAS BIOGENICAS 
❖ Dentro dessa categoria de neurotransmissores de moléculas pequenas, 
as aminas biogênicas (dopamina, noradrenalina, adrenalina, serotonina e 
histamina) são frequentemente discutidas em separado, em virtude de 
suas propriedades químicas e ações pós-sinápticas semelhantes. 
 Catecolaminas: Adrenalina ou epinefrina, noradrenalina ou 
norepinefrina e dopamina; 
 Indolaminas: Serotonina, melatonina e histamina. 
 
❖ AMINOÁCIDOS INDIVIDUAIS 
 como o glutamato e o GABA, assim como os transmissores 
acetilcolina, serotonina e histamina, também se encontram nessa 
categoria. 
 Aminoacidérgicos: GABA, taurina, ergotioneína, glicina, beta-
alanina, glutamato e aspartato. 
Classificação (de acordo com o tamanho): 
 NEUROPEPTÍDEOS 
❖ São moléculas transmissoras relativamente grandes, compostas de 3 a 
36 aminoácidos; 
❖ Os neuropeptid́eos são derivados de proteińas secretoras que são 
formadas no corpo neuronal; 
❖ Como outras proteińas secretoras, os neuropeptid́eos ou seus 
precursores são inicialmente processados no retićulo endoplasmático e 
então seguem para o aparelho de Golgi para serem processados. 
❖ Alguns exemplos: 
 - Opioides; 
- Hormonios neuro-hipofisários; 
 - Taquicininas; 
- Secretinas; 
 - Insulinas; 
- Somatostatinas; 
- Gastrinas 
 
1.2) Função 
1.3) Como são sintetizado 
1.4) Onde é liberado 
1.5) Onde age 
1.6) Recaptação 
ACETILCOLINA 
É o único transmissor do tipo amina de baixo peso molecular que não 
é um aminoácido ou um derivado di- reto de um aminoácido. 
 AÇÃO 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Catecolamina
https://pt.wikipedia.org/wiki/Adrenalina
https://pt.wikipedia.org/wiki/Noradrenalina
https://pt.wikipedia.org/wiki/Dopamina
https://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Indolamina&action=edit&redlink=1
https://pt.wikipedia.org/wiki/Serotonina
https://pt.wikipedia.org/wiki/Melatonina
https://pt.wikipedia.org/wiki/Histamina
https://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Aminoacid%C3%A9rgico&action=edit&redlink=1
https://pt.wikipedia.org/wiki/GABA
https://pt.wikipedia.org/wiki/Taurina
https://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Ergotione%C3%ADna&action=edit&redlink=1
https://pt.wikipedia.org/wiki/Glicina
https://pt.wikipedia.org/wiki/Beta-alanina
https://pt.wikipedia.org/wiki/Beta-alanina
https://pt.wikipedia.org/wiki/Glutamato
https://pt.wikipedia.org/wiki/Aspartato
 
2 
Neurologia 
Julianna Rodrigues Carvalho, 4Med 2021.1 
 
 A ACh é liberada em todas as juncõ̧es neuromusculares 
esqueléticas dos vertebrados por neurônios motores 
espinais; 
 Participa da sinapse neuromuscular entre o nervo vago e 
as fibras musculares cardíacas; 
 No sistema nervoso vegetativo, ela é o neurotransmissor 
de todos os neurônios pré-ganglionares e também dos 
neurônios pós-ganglionares parassimpáticos 
 Os neurônios colinérgicos formam sinapses em todo o encéfalo; 
aqueles no núcleo basal têm projecõ̧es particularmente amplas para 
o córtex cerebral; 
 A ACh (junto com um componente noradrenérgico) é o principal 
neurotransmissor do sistema ativador reticular que modula o alerta, 
o sono, a vigiĺia e outros aspectos crit́icos da consciência humana. 
 A AC é o neurtotransmissor usado por todos os neurônios que fazem 
sinaps com fibras musculares (neurônios motores inferiores) 
 No SNP age como neuromodulador regulando a frequencia cardíaca 
e outras funções autonômicas. 
 No SNC esta envolvida na seleção de objetos da atenção e na 
regulação autonômicas. 
SINTESE 
A biossíntese desse neurotransmissor por parte dos neurônios 
colinérgicos se dá pela acetilação da colina, catalisada pela enzima colina-
acetiltransferase (CAT), com acetil coenzima A (acetil-CoA) funcionando 
como doador de grupos acetil. 
A colina é ativamente transportada para o axoplasma do neurônio a partir 
de sítios extraneuronais por um processo de captação de colina de alta e 
baixa afinidade. O sistema de alta afinidade pode sofrer inibição 
pelo hemicolínio. 
Após a síntese, a acetilcolina é transportada para as vesículas de 
armazenamento. Cada vesícula pode conter de 1.000 a mais de 50.000 
moléculas de acetilcolina, além de ATP e uma proteína específica 
denominada vesiculina, Quando o turnover de acetilcolina é alto, o 
transporte de colina para as terminações nervosas pode se transformar na 
etapa que limita a velocidade da reação. 
Colina — (Acetil-coenzima A+Colina-O-acetil-transferase) –> 
Acetilcolina 
LIBERAÇÃO 
Acredita-se que a ACh seja liberada nas placas motoras terminais das 
junções neuromusculares, em quantidades constantes, ou vesículas. 
Quando o potencial de ação alcança a terminação nervosa motora, há 
liberação sincrônica de 100 ou mais vesículas de ACh. 
A despolarização de uma terminação nervosa possibilita o influxo de 
cálcio através de canais voltagem-sensíveis. Este influxo de cálcio facilita a 
fusão da membrana vesicular com a membrana plasmática da 
terminação nervosa, resultando na extrusão do conteúdo das vesículas 
AÇÃO 
A ação da AChE é imediata, sendo que aproximadamente 90% da ACh 
liberada podem ser hidrolisadasantes de chegar na membrana pós-
sináptica. Os produtos de degradação são ácido acético e colina. O 
primeiro é rapidamente recaptado para as diferentes vias bioquímicas no 
interior do citoplasma, enquanto que a segunda é ativamente 
transportada de volta para a terminação nervosa, local onde será 
novamente reutilizada na síntese de ACh. 
 No sistema cardiovascular, a ACh é responsável por: 
 Vasodilatação; 
 Redução da freqüência cardíaca; 
 Diminuição da força de contração cardíaca; 
 Queda da condução nervosa no nodo sinoatrial e nodo 
atrioventricular. 
 Na mente, a ACh desempenha um importante papel nas funções 
cognitivas, como, por exemplo, a 
aprendizagem. 
 
RECEPTORES 
 Os receptores neuronais de ACh encontram-se espalhados no sistema 
nervoso central e sistema nervoso periférico, onde atuam como 
receptores inotrópicos (que de acordo com a tradução da terminologia 
inglesa significa canais iônicos de abertura ligante-dependente), uma das 
duas grandes classes de receptores transmembrana. 
Os receptores de ACh são divididos em duas classes: 
 Receptores nicotínicos: são canais iônicos controlados por ligantes pelo 
mecanismo de portões e sua ativação leva a um rápido aumento na 
permeabilidade celular ao Na+ e K+, despolarização e excitação (abertura 
rápida do canal iônico). Os receptores nicotínicos são proteínas 
pentaméricas compostas por, no mínimo, duas subunidades distintas (α e 
β). Nos humanso, oito variantes de subunidade α foram observadas e três 
subunidades β. Cada subunidade contém múltiplos domínios 
transmembrana e as subunidades individuais circundam um canal interno. 
Estes receptores são encontrados na periferia e na junção neuromuscular 
e na sinapse ganglionar, e também no cérebro, 
local o nde a ACh é um neurotransmissor. 
 Receptores muscarínicos: estes são metabotrópicos e encontram-se 
associados a uma proteína G. Cinco subtipos de receptores muscarínicos 
foram detectados por clonagem molecular. Todavia, os receptores 
definidos farmacologicamente através da ação de antagonistas são três 
apenas (M1, M2 e M3). Os receptores M1 são encontrados nos gânglios 
autônomos, em neurônios do sistema nervoso central e nas células 
parietais gástricas e aparentemente medeiam os efeitos excitatórios da 
ACh. Esta excitação é gerada por redução na condutância ao K+ e pela 
inibição dos canais de cálcio. Os receptores M2 e M3 localizam-se nas 
glândulas secretoras, músculo liso e no sistema nervoso central. 
Relacionam-se com os efeitos excitatórios da ACh. 
 
RECAPTAÇÃO 
 Em contraste com a maioria dos demais neurotransmissores 
pequenos, a ação pós-sináptica da ACo em muitas sinapses 
colinérgicas (em especial na junção neuromuscular) não é 
encerrada pela recaptação, mas por uma poderosa enzima de 
hidrólise, a acetilcolinesterase (ACoE); 
 - Essa enzima tem uma atividade catalítica muito alta e hidrolisa 
a ACo em acetato e colina; 
 - A colina produzida pela hidrólise da ACo é transportada de 
volta para os terminais nervosos e utilizada para ressintetizar 
ACo. 
 
GLUTAMATO 
 O Glutamato é o principal neurotransmissor excitatório do sistema 
nervoso central. (mais abumdante) 
 As membranas excitáveis são aqueles capazes de gerar potencial de 
ação e para que haja esse potencial de ação, é preciso ocorrer uma 
despolarização e esta deve atingir um limiar de excitabilidade. O 
Glutamato é um dos principais agentes despolarizantes do sistema 
nervoso central. Para que haja uma despolarização, ou seja, o meio 
intracelular se torna menos negativo, pode fazer com que haja um influxo 
de sódio. 
 O Glutamato atua em receptores ionotrópicos, que são aqueles que 
possuem fluxo iônico.Com isso, ele pode se ligar a esses receptores, ativa-
los e fazer com que haja influxo de sódio, fazendo com que haja uma 
despolarização na célula. 
Este aminoácido não atravessa a barreira hematoencefálica, por isso deve 
ser sintetizado no tecido nervoso a partir de glicose e outros precursores. 
 
3 
Neurologia 
Julianna Rodrigues Carvalho, 4Med 2021.1 
 
As enzimas de seu metabolismo estão localizadas nos neurônios e nas 
células da glia 
 
SINTESE 
 Pode ser formado a partir de precursor chamado Glutamina, 
através do ciclo Glutamato-Glutamina. 
 Pode ser formado a partir do α-cetoglutarato. 
 Pode ser formado a partir da glicose. 
 
 
O glutamato é um tipo de aminoácido que está presente de maneira mais 
abundante do sistema nervoso central (SNC), e suas funções metabólicas 
são basicamente idênticas às exercidas em outros tecidos, 
preponderantemente biossíntese de proteínas. Além disso, assume um 
importante papel, atuando como principal neurotransmissor excitatório. 
Outra função do glutamato é servir como um aminoácido constituinte da 
estrutura de proteínas, este também utilizado como energia nas células. 
Considera-se igualmente a sua participação no desenvolvimento neural, 
na plasticidade sináptica, no aprendizado, na memória, na epilepsia, na 
isquemia neural, na tolerância e na dependência a drogas, na dor 
neuropática, nos transtornos de ansiedade e na depressão (VALLI; 
SOBRINHO, 2014). 
 Este aminoácido não atravessa a barreira hematoencefálica, por isso 
deve ser sintetizado no tecido nervoso a partir de glicose e outros 
precursores. Uma das formas do glutamato ser sintetizado é através da 
via ciclo de Krebs e posterior transaminação do α-cetoglutarato. Outra 
forma de produção de glutamato é por meio do ciclo de 
glutamato/glutamina que ocorre tanto nos neurônios quanto nas células 
gliais. 
 O principal precursor para a síntese de glutamato é a glutamina, que 
é liberada pelas células gliais; 
 - Uma vez liberada, a glutamina é captada pelos terminais pré-
sinápticos e metabolizada em glutamato pela enzima mitocondrial 
glutaminase. 
 ❖ O glutamato pode também ser sintetizado por transaminação do 
2-cetoglutarato, um intermediário do ciclo do ácido cítrico; - Assim, 
parte da glicose metabolizada pelos neurônios pode também ser 
utilizada para a síntese de glutamato. 
 ❖ O glutamato sintetizado é empacotado em vesículas sinápticas 
por transportadores, denominados VGLUT 
 . ❖ Uma vez liberado, o glutamato é removido da fenda sináptica 
por diversos transportadores de aminoácidos excitatórios (TAAEs); 
 - O glutamato captado pelas células gliais é convertido em 
glutamina pela enzima glutamina sintetase; a glutamina é, então, 
transportada para fora das células gliais e a seguir para dentro dos 
terminais nervosos. 
 ❖ O conjunto dessa sequência de eventos é referido como ciclo do 
glutamato-glutamina. 
LIBERAÇÃO 
 Após um estímulo despolarizante seguido pelo influxo de cálcio (Ca2+), 
o glutamato vesicular é liberado na fenda sináptica. Uma vez liberado na 
fenda sináptica, o glutamato é captado pelas células gliais nas quais é 
convertido à glutamina pela enzima glutamina sintetase e posteriormente 
liberado por transportadores de glutamina no meio extracelular. A 
glutamina então é captada pelas células neuronais e reconvertida a 
glutamato. Para manter o equilíbrio e modular a função dos neurônios, 
existe também a liberação de glutamato pelas células gliais, além do 
mecanismo de reversão de transportadores que atua com a mesma 
função da liberação de glutamato, bem como a regulação (PINTO; 
RESENDE, 2014). 
 O glutamato presente no espaço extracelular possui pouca ou nenhuma 
conversão bioquímica, pois não há uma enzima que o degrade, como 
ocorre para muitos neurotransmissores. Deste modo, ele é capaz de 
interagir com os receptores até que se difunda ou seja removido do 
líquido extracelular por transportadores de aminoácidos excitatórios 
(EAATs). Os transportadores de glutamato, neste contexto, têm como 
função regular o tempo de concentração desse substrato na fenda 
sináptica 
AÇÃO 
O glutamato tem sua ação na membrana pós-sináptica, na qual 
encontram-se os receptores específicos para este aminoácido, que sãoclassificados de acordo com suas características farmacológicas e 
moleculares em metabotrópicos (mGluRs) e ionotrópicos (iGluRs). Existem 
três tipos de receptores (iGluRs) identificados farmacologicamente por 
afinidades com agonistas sintéticos: os receptores de N-metil-D-aspartato 
(NMDA), os receptores alfa-amino-3-hidróxi-metilisoxazole-propionato 
(Ampa) e os receptores de cainato (KA) (POPESCU, 2005). 
Quando o glutamato se liga aos domínios extracelulares de subunidades 
iGluR, toda a proteína sofre alterações de conformação para permitir o 
fluxo de cátions através da membrana plasmática, o que geralmente leva 
à despolarização da célula pós-sináptica. No ponto de vista fisiológico, os 
receptores Ampa e KA estão relacionados à transmissão sináptica rápida 
no SNC e são caracterizadas pelas rápidas cinéticas de ativação e 
desativação 
RECEPTORES 
Existem 2 tipos de receptores: 
 Ionotrópicos → NMDA, AMPA e Cainato; fazem influxo de 
cátions, principalmente sódio, 
 
4 
Neurologia 
Julianna Rodrigues Carvalho, 4Med 2021.1 
 
caracterizando o Glutamato como sendo o principal neurotransmissor 
excitatório. 
 Metabotrópico 
Três deles são receptores ionotrópicos, denominados receptores NMDA, 
receptores AMPA e receptores cainato; 
 - São excitatórios; 
 - Todos os receptores ionotrópicos são canais catiônicos não seletivos, 
semelhantes aos nACoRs, permitindo a passagem de Na+ e K+ e, em 
alguns casos, de pequenas quantidades de Ca2+. 
 ❖ Há também três tipos de receptores glutamatérgicos metabotrópicos 
(mGluRs); 
- Esses receptores, que modulam indiretamente canais iônicos pós-
sinápticos; 
 - Os mGluRs causam respostas pós-sinápticas mais lentas que podem 
aumentar ou diminuir a excitabilidade das células pós-sinápticas; 
 
RECAPTAÇÃO 
A captação do glutamato ocorre quando um transportador de 
aminoácidos excitatórios EAAT capta uma molécula de glutamato e três 
de Na+, trocando-as por uma molécula de K+, sendo este mecanismo 
dependente da atividade de Na+/K+ ATPase, que mantém o gradiente de 
concentração de Na+. A retirada do glutamato da sinapse por seus 
transportadores é fundamental para que ocorra o mecanismo da 
neurotransmissão excitatória normal, bem como a prevenção contra a 
toxicidade do glutamato (PINTO; RESENDE, 2014). Quando não há a 
recaptação deste aminoácido, o glutamato torna-se tóxico, mostrando-se 
capaz de induzir doenças neurodegenerativas quando presente em altas 
concentrações, como esclerose lateral amiotrófica, DH, gerando o 
processo de excitotoxicidade, este também relacionado com doenças 
isquêmicas, doenças neurodegenerativas agudas e crônicas como 
epilepsia, hipóxia, anóxia, traumatismo craniano, mal de Alzheimer, 
infecções causados pelo vírus HIV, encefalopatia hepática e doenças 
genéticas como hemocisteinúria, hiperprolinemia e hiperamonemia. 
GABA 
o GABA ( ácido gama-aminobutírico ), o principal neurotransmissor 
inibitório do SNC. Ele está presente em quase todas as regiões do cérebro, 
embora sua concentração varie conforme a região. 
Esse aminoácido esta envolvido na patofisiologia de doenças como 
ansiedade, epilepsia e, possivelmente, esquizofrenia. As alterações em 
seus recepitores GABAa no SNC são descritas em indivíduos 
esquizofrênicos. 
O GABA não é um metabólico essencial, nem é incorporado por 
proteirnas. Desta forma, sua presença em neurônios e em terminais 
sinápticos é uma boa indicação de que essas células o utilizam como 
transmissor. 
AÇÃO 
 Nos mamíferos, o GABA controla a excitabilidade neuronal ao atuar 
como o principal neurotransmissor inibitório em diferentes regiões 
do sistema nervoso. O GABA também está envolvido em outros 
processos fisiológicos, incluindo modulação de funções 
cardiovasculares, regulação da função renal, inibição da metástase 
em células cancerígenas e fertilidade. Nesse contexto, evidências 
científicas vêm demonstrando o efeito benéfico da suplementação 
com GABA em diversas condições clínicas, incluindo distúrbios do 
sono, estresse, doenças neuropsiquiátricas, hipertensão arterial, 
entre outros. 
É um neurotransmissor importante, atuando como 
inibidor neurossináptico, por ligar-se a receptores 
específicos. Como neurotransmissor peculiar, o ácido 
gama aminobutírico induz a inibição do sistema nervoso 
central (SNC), causando a sedação. Isso porque as 
células neuronais possuem receptores específicos para o 
GABA. Quando ele se liga aos receptores, abre-se um 
canal por onde entra íon cloreto na célula neuronal, 
fazendo com que a célula fique hiperpolarizada, 
dificultando a despolarização e, como consequência, dá-
se a diminuição da condução neuronal, provocando a 
inibição do SNC. 
EXEMPLOS DE DROGAS GABAÉRGICAS 
 Alprazolam (Frontal) 
 Clonazepam(Rivotril) 
 Diazepam (Valium) 
 Lorazepam (Lorax) 
 
SINTESE 
O seu principal percursor para a síntese é a glicose, que é metabolizada a 
glutamato pelas enzimas do ciclo dos ácidos tricarboxilicos. O piruvato e a 
glutamina também podem ser utilizadas como percussores. O glutamato 
pe convertido a GABA pela ação da enzima mitocondrial glutamato 
descarboxilase (GAD), que é encontrada quase que exclusivamente em 
neurônios gabaergicos. 
 O precursor do GABA é o glutamato. Com isso, pode-se dizer 
que a glutamina, a glicose e o α-cetoglutarato também são 
precursores do GABA. 
 A enzima ácidoglutâmicodescarboxilase (GAD) vai descarboxilar 
o glutamato, transformando-o no GABA. 
 - A GAD requer um cofator, o piridoxal-fosfato. Uma vez que 
esse cofator é derivado da vitamina B6, uma deficiência dessa 
vitamina pode levar à redução na síntese de GABA; 
 - Uma vez que o GABA é sintetizado, ele é transportado para 
dentro das vesículas sinápticas por um transportador vesicular 
de aminoácidos inibitórios (TVAAI). 
 A molécula de glicose é a principal percussor do GAB. O primeiro 
passo para formar o GABA é a transminação do α – 
cetoglutarato, formado pelo metabolismo da glicose no ciclo de 
Krebs, pelo α – oxoglutarato transaminase (GABA-T), isso fará o 
glutamato. O acido glutâmico descarboxilase (GAD) atua sobre o 
glutamato, atalizando a descarboxilazação do mesmo, para 
formar o GABA. AS formas GAD65 e GAD67 servem como 
marcadores para células que produzem o GABA no SNC. O GABA 
é metabolizado pela GABA-T formando succinato semialdeído. 
Para manter a síntese de GABA, a transaminação ocorre quando 
esta presente o α – cetoglutarato, que pode usar o grupo 
amino removido do próprio GABA 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Neurotransmissor
https://pt.wikipedia.org/wiki/Sinapse
https://pt.wikipedia.org/wiki/Sistema_nervoso_central
https://pt.wikipedia.org/wiki/Sistema_nervoso_central
https://pt.wikipedia.org/wiki/SNC
https://pt.wiktionary.org/wiki/Seda%C3%A7%C3%A3o
https://pt.wikipedia.org/wiki/Cloro
https://pt.wikipedia.org/wiki/Hiperpolariza%C3%A7%C3%A3o
https://pt.wikipedia.org/wiki/Despolariza%C3%A7%C3%A3o
https://pt.wikipedia.org/wiki/SNC
https://pt.wikipedia.org/wiki/Alprazolam
https://pt.wikipedia.org/wiki/Clonazepam
https://pt.wikipedia.org/wiki/Diazepam
https://pt.wikipedia.org/wiki/Lorazepam
 
5 
Neurologia 
Julianna Rodrigues Carvalho, 4Med 2021.1 
 
 
RECAPTAÇÃO 
 O GABA pode ser inativado através da recaptação por 
transportadores de alta afinidade localizados nos neurônios e 
nas células gliais ou através de reação de transminação 
catalisada pela enzima GABA transferase 
 
 O mecanismo para a recaptação de GABA é semelhante àquele 
do glutamato: tanto os neurônios como a glia contêm 
transportadores de alta afinidade para o GABA, denominados 
GATs; 
 - A maior parte do GABA é convertida, metabolizada e medeia a 
síntese de ATP na célula. 
 As enzimas necessárias para essa degradação, a GABA- amino 
transferase e a desidrogenase do semialdeído succínico, são 
enzimas mitocondriais; 
 A inibição da degradação do GABA determina um aumento no 
conteúdo deGABA no tecido e um aumento na atividade de 
neurônios inibitórios. 
 O neurotransmissor GABA pode ser recaptado para o terminal 
sináptico de duas formas: pelos astrócitos e pelo próprio 
terminal nervoso. O astrócito é importante na retirada do 
excesso de GABA da fenda sináptica porque só a atuação do 
terminal nervoso não seria suficiente para realizar essa ação. 
Alguns transportadores proteicos levam GABA para o interior 
dos astrócitos, lá, pela ação da enzima GABA transaminase 
haverá transformação do GABA em glutamato. Em seguida, a 
enzima glutamina sintase forma glutamina a partir do 
glutamato. Essa glutamina sai dos astrócitos e vai para o meio 
extracelular. Proteínas transportadoras levam a glutamina para 
o terminal nervoso gabaérgico, onde será transformada em 
glutamato por ação da enzima glutaminase, em um processo de 
desaminação. O glutamato no terminal nervoso transforma-se 
em GABA através da enzima glutamato descarboxilase, e então 
o neurotransmissor formado será armazenado em vesículas. 
LIBERAÇÃO 
Esse processo ocorre no terminal nervoso e o neurotransmissor formado 
será armazenado em vesículas, para posteriormente, ser liberado 
É importante destacar que outra forma bastante eficaz de aumentar os 
níveis de GABA é fazer exercício. Qualquer tipo de exercício físico 
aumenta os níveis desse neurotransmissor, mas a ioga é especialmente 
útil. 
 GABA (6) começa no neoestriado e termina na substância negra 
reticulada (SNr). Da SNr, as rotas do GABA (7) distribuem-se para três 
localizações: o tálamo, o colículo superior e o núcleo pedunculopontino 
(NPP). Partes do tálamo, com vimos com as rotas do glutamato, compõem 
o circuito motor. Os colículos superiores são importantes para os 
movimentos oculares. O PPN ajuda a controlar os músculos do tronco. A 
SNr é “tonicamente ativa”, liberando GABA para essas estruturas, inibindo 
as seus neurônios. Se os circuitos motores do tálamo, os colículos e o NPP 
são desligados, não há movimento. Quando é desejado um novo 
movimento ,o córtex e o neoestriado trabalham juntos para bloquear a 
SNr, assim possibilitando o movimento. 
 A liberação de GABA dentro da fenda sináptica é estimulada por 
despolarização do elemento pré-sinaptico. A difusão de GABA na fenda 
possui o objetivo de atingir receptores específicos, sendo a sua ação 
encerrada por recaptação pelos axônios terminais pre sinápticos e células 
da glia. 
 
RECEPTORES 
 
 O GABA tem dois receptores, o GABAA liga-se encontra-se entre as 
subunidades a e b. Também é parte da subunidade a o sítio 
benzodiazepina, ao qual se ligam as drogas como o diazepam (Valium). 
Quando uma droga antiansiedade como um benzodiazepínico liga-se a 
esse sítio, o GABA é mais potente para abrir o canal. Os benzodiazepínicos 
também são anticonvulsivos potentes. Se os neurônios estão fazendo 
disparos inadequadamente durante um ataque, eles reforçarão o efeito 
inibidor do GABAm encerrando o ataque. Dentro do canal há um sítio ao 
qual se ligam as drogas barbitúricas como o fenobarbital, também 
aumentando os efeitos anticonvulsivos. Há múltiplos subtipos dessas 
unidades. A unidade a tem seis subtipos; a b , quatro; e a g, três. Os 
receptores GABA em diferentes partes do cérebro tem subunidades a, b e 
g que variam, essas transmitem diferentes sensibilidades aos 
benzodiazepínicos. 
 
 Os receptores GABAB são metabotrópicos e inibem a ademilil 
ciclase. Como mostrado na Figura 3.9, no capítulo 3, isso levaria a 
reduções no AMPc e, com menos fosforilação dos canais de potássio 
(causada pelo menor atividade do PKA), haveria um fluxo vazante maior 
de k+. Isso também iria hiperpolarizar o neurônio e diminuir o ritmo de 
disparos, embora em uma escola de tempo mais longa. Os receptores 
GABAB encontra-se tanto pré-sinaptica como pós-sinapticamente. 
 Existem 3 receptroes para GABA, 
1) GABAA 
2) GABAB 
3) GABAC 
 Receptores GABAa etão diretamente ligados a um canal seletivo para 
íons CI. O GABAa media a condução deste íon através da membrana, 
promovendo hiperpolarização da membrana celular. O receptor GABAb 
age sobre os canais da membrana indiretamente via proteína G. A sua 
ação esta na abertura especifica de canais de K+ para redução da 
voltagem neuronal e são encontrados também em terminais pre 
sinápticos, onde devem modular a transmissão sináptica. Receptrores 
GABAc foram encotrados na medula espinhal dorsal, na retina de 
mamíferos e no complexo amigdaloide 
GLICINA 
❖ A distribuição do aminoácido neutro glicina no sistema nervoso central 
é mais localizada do que aquela do GABA; 
❖ Cerca de metade das sinapses inibitórias da medula espinhal utiliza a 
glicina; 
SINTESE E RECAPITAÇÃO 
A glicina é sintetizada a partir da serina pela isoforma mitocondrial da 
serina hidroximetiltransferase e é transportada para dentro das vesículas 
sinápticas pelo TVAAI; 
 
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Neurologia 
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❖ Uma vez liberada da célula pré-sináptica, a glicina é rapidamente 
removida da fenda sináptica por transportadores de glicina na membrana 
plasmática. 
RECEPTORES 
❖ Os receptores para a glicina são também canais de Cl– ativados por 
ligantes, sua estrutura geral espelhando a dos receptores GABAA. 
 ❖ Os receptores para a glicina são fortemente bloqueados pela 
estricnina, o que pode ser responsável pelas propriedades tóxicas desse 
alcaloide de plantas. 
NORADRENALINA 
AÇÃO 
 ❖ Também denominada norepinefrina, é utilizada como 
neurotransmissor no locus ceruleus, um núcleo do tronco encefálico que 
se projeta difusamente para vários alvos no prosencéfalo, onde influencia 
o sono e a vigília, a atenção e o comportamento alimentar; 
❖ Talvez os mais notáveis neurônios noradrenérgicos sejam as células 
ganglionares simpáticas, que empregam noradrenalina como o principal 
neurotransmissor periférico dessa divisão do sistema motor visceral. 
SINTESE E RECAPTAÇÃO 
❖ A síntese de noradrenalina necessita da enzima dopaminaβ-hidroxilase, 
que catalisa a produção de noradrenalina a partir de dopamina; 
 - A noradrenalina é transportada para dentro de vesículas, utilizando o 
mesmo TVMA. 
❖ A noradrenalina é removida da fenda sináptica pelo transportador de 
noradrenalina (TNA), o qual é também capaz de captar dopamina; 
 - O TNA é o alvo molecular para a anfetamina, que atua como 
estimulante, produzindo um aumento líquido na concentração de 
noradrenalina e de dopamina liberadas. 
❖ Assim como a dopamina, a noradrenalina é degradada pela MAO e pela 
COMT. 
 RECEPTORES 
❖ A noradrenalina atua em receptores adrenérgicos α e β; - Ambos são 
acoplados a proteínas G; 
- O receptor β-adrenérgico foi o primeiro receptor metabotrópico para 
neurotransmissor a ser identificado. 
❖ Duas subclasses de receptores α-adrenérgicos são hoje conhecidas; 
- A ativação de receptores α1 geralmente resulta em uma lenta 
despolarização, enquanto a ativação de receptores α2 produz uma lenta 
hiperpolarização; 
❖ Há três subtipos de receptores β-adrenérgicos, dois dos quais são 
expressos em muitos tipos de neurônios. 
 
ADRENALINA 
Também denominada epinefrina; está presente no encéfalo em níveis 
mais baixos do que as demais catecolaminas e também está presente em 
um menor número de neurônios do encéfalo do que outras 
catecolaminas; 
 Neurônios que contêm adrenalina no sistema nervoso central 
são encontrados principalmente no sistema tegmentar lateral e 
no bulbo e projetam-se para o hipotálamo e para o tálamo; 
 A função desses neurônios secretores de adrenalina não é bem 
conhecida 
SÍNTESE E RECAPTAÇÃO 
 A enzima que sintetiza a adrenalina, a feniletanolamina-
Nmetiltransferase, está presente apenas em neurônios 
secretores de adrenalina. - Por outro lado, o metabolismo da 
adrenalina é muito semelhante àquele da noradrenalina. 
 - A adrenalina é transportada para dentro de vesículas pelo TVMA. 
 Na membrana plasmática, transportadores específicos paraa 
adrenalina têm sido identificados, embora o TNA seja capaz de 
transportar adrenalina. 
 
 RECEPTORES 
 Atua em receptores α e β-adrenérgicos. 
DOPAMINA 
A dopamina é um neurotransmissor que atua de diferentes formas 
no sistema nervoso, estando relacionada, por exemplo, com o 
humor e o prazer. A dopamina é um importante neurotransmissor e 
atua no sistema nervoso central dos mamíferos. 
Está presente em diversas regiões encefálicas, a área com maior conteúdo 
de dopamina no encéfalo é o corpo estriado, que recebe importantes 
aferências oriundas da substância nigra e desempenha um papel especial 
na coordenação dos movimentos corporais. 
 Acredita-se que ela também esteja envolvida na motivação, na 
recompensa e no reforço, e muitas drogas de abuso atuam 
afetando sinapses dopaminérgicas no SNC; 
 Sabe-se que esse neurotransmissor está envolvido com processos 
como controle motor, cognição, compensação, prazer, humor e 
algumas funções endócrinas, além de ser precursora de outros 
neurotransmissores: a norepinefrina e a epinefrina (adrenalina). 
 A dopamina também está relacionada com a estimulação da excreção 
renal de sódio, supressão da liberação de aldosterona, relaxamento do 
esfíncter esofágico e retardo do esvaziamento do estômago. Estudos 
recentes também revelaram que essa substância possui papel no que diz 
respeito a problemas como a esquizofrenia e a doença de 
Parkinson (veja mais sobre o tema a seguir). A partir desse 
entendimento, intensificaram-se os estudos a respeito desse 
neurotransmissor. 
SINTETIZAÇÃO 
A dopamina é sintetizada principalmente nas áreas dos sistemas nervosos 
centrais e periféricos. É sintetizada no hipotálamo, no núcleo arqueado, e 
no núcleo caudate do cérebro. As pilhas Chromaffin produzem a 
dopamina dentro das regiões dopaminergic do cérebro. É principalmente 
o tecido nervoso e a medula das glândulas ad-renais que sintetizam a 
dopamina. 
 A dopamina é produzida pela ação da enzima DOPAdescarboxilase sobre 
o DOPA; - Após sua síntese no citoplasma dos terminais présinápticos, a 
dopamina é estocada em vesículas sinápticas por um transportador 
vesicular de monoaminas (TVMA). 
 
LIBERAÇÃO 
Após produzida, a dopamina é transportada do citoplasma e armazenada 
nas vesículas intracelulares. A liberação ocorre pela estimulação da célula 
nervosa e o neurotransmissor passa para o espaço sináptico por meio da 
exocitose. 
No organismo, a dopamina é liberada durante a prática de exercícios, 
meditação, o ato sexual e mesmo quando estamos comendo algo 
apetitoso. 
AÇÃO 
As quatro principais vias dopaminérgicas fazem com que a dopamina 
desenvolva suas diferentes funções no corpo. São elas: 
 A via mesolímbica compreende o eixo área tegmentar ventral 
(ATV) do mesencéfalo-sistema límbico e está relacionada com o 
reforço e a estimulação, ou seja, a dopamina é enviada quando 
o indivíduo é exposto a situações de prazer e recompensa. 
 A via mesocortical liga a área tegmental ventral (VTA) do 
mesencéfalo aos lobos frontais do córtex cerebral e está 
relacionada com a atenção, cognição e orientação. 
https://brasilescola.uol.com.br/quimica/adrenalina.htm
 
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Neurologia 
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 A via nigrostriatal é a via que contém 80% da dopamina no 
cérebro e que estimulam os movimentos voluntários, ou seja, 
locomoção e movimento. O início ocorre na substância negra do 
cérebro e o eixo estende-se até os glânglios da base. 
 A via tuberoinfundibular compreende o eixo hipotálamo-
hipófise e a dopamina regula a prolactina, hormônio relacionado 
à produção de leite e que também atua no metabolismo, 
satisfação sexual e sistema imunológico. 
RECAPTAÇÃO 
A ação da dopamina na fenda sináptica é terminada por sua recaptação 
pelos terminais nervosos ou por células gliais vizinhas por um 
transportador de dopamina dependente de Na+, denominado TDA. 
❖ As duas principais enzimas envolvidas no catabolismo da dopamina são 
a monoamino-oxidase (MAO) e a catecol-Ometiltransferase (COMT); 
 - Tanto os neurônios quanto células gliais contêm MAO mitocondrial e 
COMT citoplasmática; 
 - Inibidores dessas enzimas, como a fenelzina e a tranilcipromina, são 
utilizados clinicamente como antidepressivos. 
 
SERATONINA 
A serotonina (5-hidroxitriptamina, ou 5-HT) e o triptofano, aminoácido 
essencial do qual a serotonina deriva, pertencem a um grupo de 
compostos aromáticos chamados de indóis. 
 
 
AÇÃO 
 Foi inicialmente considerada como tendo ação no sentido de aumentar o 
tônus vascular em virtude de sua presença no soro (por isso, o nome 
serotonina); 
 A serotonina é encontrada principalmente em grupos de neurônios da 
região da rafe da ponte e da parte superior do tronco encefálico, as quais 
apresentam projeções difusas ao prosencéfalo e regulam o sono e a 
vigília; 
 Ocupa um lugar de destaque na neurofarmacologia, pois um grande 
número de drogas antipsicóticas, valiosas para o tratamento da depressão 
e da ansiedade, atua em vias serotoninérgicas. 
 
SÍNTESE E RECAPTAÇÃO 
 Duas enzimas são necessárias para sintetizar a serotonina: a 
triptofano (Trp)-hidroxilase e a 5-hidroxitriptofano (5- HTP)-
descarboxilase; 
- A reacã̧o limitante é catalisada pela primeira enzima da via, a triptofano 
hidroxilase; 
 - O triptofano é captado pelos neurônios por um transportador na 
membrana plasmática e hidroxilado em uma reação catalisada pela 
enzima triptofano-5-hidroxilase, o passo limitante para a síntese de 5-HT. 
 Os efeitos sinápticos da serotonina são encerrados por seu 
transporte de volta aos terminais nervosos, por um 
transportador específico de serotonina (TSER); 
- Muitos fármacos antidepressivos são inibidores seletivos da recaptação 
de serotonina (ISRS), inibindo o transporte de 5-HT pelo TSER. Ex: Prozac. 
 
 RECEPTORES 
 Muitos receptores para 5-HT foram identificado; 
 - A maioria deles é constituída por receptores metabotrópicos. 
 Eles têm sido relacionados a comportamentos que incluem 
emoções, ritmos circadianos, comportamentos motores e 
estado de alerta mental; 
- O prejuízo na função desses receptores tem sido relacionado a diversos 
transtornos psiquiátricos, como depressão, transtornos de ansiedade e 
esquizofrenia. 
 A ativação de receptores 5-HT também medeia saciedade e a 
redução no consumo de alimento, razão pela qual drogas 
serotoninérgicas são, algumas vezes, úteis no tratamento de 
distúrbios alimentares. 
SINTESE E ARMAZENAMENTO DOS 
NEUROTRANSMISSORES 
A transmissão sináptica quiḿica requer que neurotransmissores sejam 
sinteti- zados e estejam prontos para liberacã̧o. Diferentes 
neurotransmissores são sin- tetizados de diferentes maneiras. Por 
exemplo, o glutamato e a glicina estão entre os 20 aminoácidos que são 
os blocos de construcã̧o utilizados na sińtese proteica (ver Figura 3.4b); 
consequentemente, eles são abundantes em todas as células do corpo, 
incluindo os neurônios. Em contrapartida, o GABA e as aminas são 
produzidos apenas pelos neurônios que os liberam. Esses neurô- nios 
contêm enzimas especif́icas que os sintetizam a partir de vários precurso- 
res metabólicos. As enzimas envolvidas na sińtese de ambos os 
neurotransmis- sores, aminoácidos e aminas, são transportadas até o 
terminal axonal, e, nesse local, elas rapidamente promovem a sińtese de 
neurotransmissores. Uma vez sintetizados no citosol do terminal axonal, 
os neurotransmissores aminoácidos e aminas devem ser captados pelas 
vesićulas sinápticas. Concentrar esses neurotransmissores dentro da 
vesícula é o trabalho dos transporta- dores, proteińas especiais embutidas 
na membrana vesicular. Mecanismos bastante distintos são usados para 
sintetizar e armazenar pep- tid́eos nos grânulos secretores. Como 
aprendemos nos Capit́ulos 2 e 3, os pepti-́ deos são formados quando 
aminoácidos são polimerizados nos ribossomos do corpo celular. No caso 
dos neurotransmissores peptid́icos, isso ocorre no reti-́culo 
endoplasmático (RE) rugoso. Em geral, os peptid́eos longos, sintetizados 
no retićulo endoplasmático rugoso, são clivados no aparelho de Golgi, 
produ- zindo fragmentos menores, sendo um deles o neurotransmissor 
ativo. Os grânu- los secretores contendo os peptid́eos processados no 
aparelho de Golgi despren- dem-se dessa organela e são transportados ao 
terminal axonal por transporte axoplasmático. A Figura 5.11 compara a 
sińtese e o armazenamento dos neu- rotransmissores aminoácidos e 
aminas com os neurotransmissores peptid́ios 
 
OBJETIVO 2 – descrever as sinapse 
2.1) tipo de sinapses 
SINAPSE ELETRICA 
São empregadas principalmente para enviar sinais de despolarizacã̧o 
rápidos e estereotipados; 
❖ Na transmissão sináptica das sinapses elétricas, os canais iônicos 
dependentes de voltagem nas células pré- sinápticas geram uma corrente 
que despolariza a célula pós-sináptica; - Desse modo, esses canais geram 
uma corrente iônica suficiente para produzir uma mudanca̧ no potencial 
da célula pós-sináptica; 
As sinapses elétricas são relativamente simples em estrutura e funcã̧o e 
permitem a transferência direta da corrente iônica de uma célula para 
outra. As sinapses elétricas ocorrem em sit́ios especializados, 
denominados juncõ̧es comunicantes.* 
 As juncõ̧es comunicantes ocorrem em quase todas as partes do corpo e 
interconectam muitas células não neurais, como células epiteliais, 
musculares lisas e cardiácas, hepáticas, algumas células glandulares e 
células gliais. Quando as juncõ̧es comunicantes interconectam neurônios, 
elas funcionam propriamente como sinapses elétricas. Esse canal permite 
que ións passem diretamente do citoplasma de uma célula para o 
citoplasma de outra. 
 A maioria das juncõ̧es comunicantes entre neurônios permite que a 
corrente iônica passe adequadamente em ambos os sentidos; portanto, 
diferentemente da maioria da sinapses quiḿicas, as sinapses elétricas são 
bidirecionais. A transmissão nas sinapses elétricas é muito rápida e, se a 
sinapse for grande, é também infaliv́el. Assim, um potencial de acã̧o em 
 
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Neurologia 
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um neurônio pré-sináptico pode gerar, quase instantaneamente, um 
potencial de acã̧o no neurônio pós- -sináptico . 
As funcõ̧es precisas das sinapses elétricas variam de uma região encefá- 
lica para outra. Elas são frequentemente encontradas onde a funcã̧o 
normal requer que a atividade dos neurônios vizinhos seja altamente 
sincronizada. Por exemplo, os neurônios em um núcleo do tronco 
encefálico, denominado olivar inferior, podem gerar tanto oscilacõ̧es da 
voltagem da membrana, quanto, às vezes, potenciais de acã̧o. Esses 
neurônios enviam axônios para o cerebelo e são importantes para o 
controle motor, além de fazerem juncõ̧es comunican- tes com os vizinhos. 
Correntes que fluem através das juncõ̧es comunicantes durante as 
oscilacõ̧es de membrana e potenciais de acã̧o servem para coordenar e 
sincronizar a atividade dos neurônios olivares inferiores (Figura 5.3a), e 
isso, por sua vez, pode contribuir para o refinamento do controle motor 
 Quando dois neurô- nios estão acoplados eletricamente, o potencial de 
acã̧o no neurônio pré-sináp- tico induz um pequeno fluxo de corrente 
iônica para o outro neurônio através da juncã̧o comunicante. Essa 
corrente causa um potencial pós-sináptico (PPS) eletricamente mediado 
no segundo neurônio. 
 
 Sinapses elétricas ajudam os neurônios a sincronizar suas atividades. 
Determinados neurônios do tronco encefálico geram pequenas e 
regulares oscilacõ̧es no potencial de membrana (Vm) e, ocasionalmente, 
potenciais de acã̧o. (a) Quando dois neurônios se conectam por juncõ̧es 
comunicantes (células 1 e 2), suas oscilacõ̧es e potenciais de acã̧o são 
sincronizados. (b) Neurônios similares, mas sem juncõ̧es comunicantes 
(células 3 e 4), geram oscilacõ̧es e potenciais de acã̧o que são 
completamente descoordenados. 
vesićulas na fenda sináptica em 
res- posta a um potencial de 
acã̧o pré-sináptico, um 
mecanismo para produzir uma 
resposta elétrica ou bioquiḿica 
ao neurotransmissor no 
neurônio pós-sináp- tico, e um 
mecanismo para remocã̧o dos 
neurotransmissores da fenda 
sináp- tica. E, para serem úteis 
à sensacã̧o, à percepcã̧o e ao 
controle do movimento, todos 
esses eventos devem ocorrer 
de maneira muito rápida, 
dentro de milissegundos. 
2.2) MECANISMO 
A liberacã̧o de neurotransmissores é desencadeada pela chegada de um 
poten- cial de acã̧o ao terminal axonal. A despolarizacã̧o da membrana do 
terminal causa a abertura de canais de cálcio dependentes de voltagem 
nas zonas ativas. Esses canais de membrana são muito similares aos 
canais de sódio que discutimos no Capit́ulo 4, exceto que eles são 
permeáveis ao Ca2+, em vez de ao Na+. Há uma grande forca̧ condutora 
impulsionando o Ca2+ para o interior. Lembre- -se que a concentracã̧o 
interna de cálcio – [Ca2+]i – em repouso é muita baixa, apenas 0,0002 
mM; portanto, o Ca2+ inundará o citoplasma dos terminais axo- nais 
assim que os canais sejam abertos. A elevacã̧o resultante na [Ca2+]i é o 
sinal que causa a liberacã̧o dos neurotransmissores da vesićula sináptica. 
As vesićulas liberam seus conteúdos por um processo denominado exoci- 
tose. A membrana da vesićula sináptica funde-se com a membrana pré-
sináptica nas zonas ativas, permitindo que o conteúdo da vesićula seja 
derramado na fenda sináptica. 
A exocitose é rápida porque o Ca2+ entra precisamente nas zonas ativas, 
onde as sinapses estão prontas e esperando para liberar seus conteúdos. 
Neste “micro- domińio” local que cerca a zona ativa, o cálcio pode 
alcanca̧r concentracõ̧es relativamente altas (maiores que 0,01 mM). O 
mecanismo pelo qual a [Ca2+]i estimula a exocitose tem estado sob inves- 
tigacã̧o intensa. A velocidade da liberacã̧o de neurotransmissores sugere 
que as vesićulas envolvidas já estejam “atracadas” nas zonas ativas. 
Acredita-se que o ancoramento envolva interacõ̧es entre proteińas da 
membrana vesicular e da membrana da célula pré-sináptica na zona ativa. 
Na presenca̧ de aumento da [Ca2+]i, essas proteińas alteram suas 
conformacõ̧es, de modo que as bicamadas lipid́icas das membranas 
vesicular e pré-sináptica se fundam, for- mando um poro que permite que 
o neurotransmissor escape para a fenda sináp- tica. A abertura desse poro 
de fusão exocit́ica continua a se expandir até que a membrana vesicular 
esteja completamente incorporada à membrana pré-sináp- tica (Figura 
5.13). A membrana vesicular é posteriormente recuperada por um 
processo de endocitose, e a vesićula reciclada é recarregada com 
neurotransmissor. 
Os grânulos secretores também liberam neurotransmissores peptid́icos 
por exocitose, de uma maneira dependente de cálcio, mas comumente 
fora das zonas ativas. Como os sit́ios de exocitose dos grânulos localizam-
se à distância dos sit́ios de influxo de Ca2+, os neurotransmissores 
peptid́icos normalmente não são liberados em resposta a cada potencial 
de acã̧o que chega ao terminal. Em vez disso, a liberacã̧o de peptid́eos 
geralmente requer uma série de alta frequência de potenciais de acã̧o, de 
forma que a [Ca2+]i através do terminal possa atingir os niv́eis exigidos 
para a liberacã̧o longe das zonas ativas. Dife- rentemente da liberacã̧o 
rápida de neurotransmissores como os aminoácidos e as aminas, a 
liberacã̧o dos peptid́eos é um processo vagaroso, levando 50 ms ou mais. 
Simplificando: 1) despolarização da membrana présináptica; 2) abertura 
dos canais de cálcio; 3) influxo de cálcio; 4) exocitose das vesículas 
sinápticas; 5) liberação dos neurotransmissores; 6) ligação entre 
receptores e neurotransmissores; 7) despolarização da membrana 
póssináptica e; 8) captação por endocitosedas membranas para 
reutilização. 
 ❖ A transmissão sináptica quiḿica depende da difusão do 
neurotransmissor na fenda sináptica; - Resumidamente, um 
neurotransmissor é uma substância quiḿica que se liga aos receptores na 
membrana póssináptica da célula-alvo; 
 ❖ Na maioria das sinapses quiḿicas, o transmissor é liberado a partir de 
estruturas especializadas e alargadas do axônio, os 
2.3) TIPOS DE RECEPTROES 
RECEPTORES TIROSINA-QUINASE 
❖ Os receptores tirosina-quinase compreendem a segunda principal 
famiĺia de receptores que modulam indiretamente a abertura de canais 
iônicos; 
❖ Esses receptores são proteińas integrais de membrana compostas de 
uma única subunidade, na qual o domińio ligante extracelular se conecta à 
região citoplasmática por um único segmento transmembrana; - A região 
citoplasmática contém o domińio proteińaquinase que fosforila a si 
(autofosforilacã̧o) e ou- tras proteińas em resid́uos de tirosina. Essa 
fosforilacã̧o resulta na ativacã̧o de um grande número de proteińas, 
incluindo outras quinases que são capazes de agir em canais iônicos. 
❖ Os ligantes para os receptores tirosina-quinase são hormônios 
peptidérgicos, incluindo o fator de crescimento epitelial (EGF), o fator de 
cresimento de fibroblastos (FGF), o fator de crescimento neural (NGF), o 
fator neurotrófico derivado do encéfalo (BDNF, de brain derived 
neurotrophic factor) e a insulina. 
 
 
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RECEPTORES IONOTRÓPICOS 
❖ Abrem ou fecham canais iônicos de modo direto, como o receptor de 
ACh da juncã̧o neuromuscular; 
- A ativacã̧o de receptores ionotrópicos abre diretamente canais iônicos, 
que fazem parte da macromolécula receptora em si. 
❖ São compostos por quatro ou cinco subunidades que formam uma 
macromolécula única; 
 ❖ Tais receptores contêm um domińio extracelular, que forma o local de 
ligacã̧o ao transmissor, e um domińio transmembrana, que forma um 
poro para a passagem de um ión; - Após a ligacã̧o do neurotransmissor, o 
receptor sofre uma mudanca̧ conformacional que abre o canal. 
❖ Os receptores ionotrópicos produzem acõ̧es sinápticas relativamente 
mais rápidas, de apenas milissegundos; 
❖ Os receptores ionotrópicos regulam canais que funcionam como 
simples interruptores liga-desliga, cuja acã̧o principal é excitar um 
neurônio, para que dispare um potencial de acã̧o, ou inibi-lo, evitando, 
assim, o potencial de acã̧o; 
 - Como esses canais normalmente são confinados à região pós-sináptica 
da membrana, a acã̧o dos receptores ionotrópicos é local. 
❖ Eles costumam ser encontrados nas sinapses dos circuitos neurais que 
medeiam comportamentos rápidos, como o reflexo de estiramento. 
 - Medeiam comportamentos, de reflexos simples a processos cognitivos 
complexos. 
RECEPTORES METABOTRÓPICOS 
❖ Abrem ou fecham canais iônicos de modo indireto, como muitos tipos 
de receptores de noradrenalina ou de dopamina em neurônios do córtex 
cerebral; 
- A ativacã̧o de receptores metabotrópicos regula a abertura de canais 
iônicos indiretamente por vias bioquiḿicas de sinalizacã̧o. ❖ 
Normalmente são compostos de uma ou no máximo duas subunidades 
que são distintas dos canais iônicos que eles regulam. 
 ❖ Os receptores metabotrópicos produzem acõ̧es sinápticas mais lentas, 
que duram de segundos a minutos; 
 - Essas acõ̧es mais lentas podem modular comportamentos por alterarem 
a excitabilidade dos neurônios e a eficiência das conexões sinápticas dos 
circuitos neurais que medeiam tais comportamentos; eles modificam a 
intensidade de reflexos, ajudam a focar atencã̧o, ajustam estados 
emocionais; 
- Essas acõ̧es sinápticas moduladoras com frequência atuam como vias de 
reforco̧ cruciais no processo de aprendizado; 
 ❖ Os receptores metabotrópicos são responsáveis por muitas acõ̧es de 
neurotransmissores, hormônios e fatores de crescimento. 
❖ os receptores metabotrópicos, por ativarem segundos mensageiros 
difusiv́eis, podem atuar sobre canais relativamente distantes do receptor. 
2.4) MECANISMO DE AÇAO DOS RECEPTORES 
Os neurotransmissores liberados dentro da fenda sináptica afetam os 
neurô- nios pós-sinápticos por se ligarem a proteińas receptoras 
especif́icas que estão embutidas nas densidades pós-sinápticas. A ligacã̧o 
do neurotransmissor ao receptor é como inserir uma chave em uma 
fechadura: isso causa uma mudanca̧ conformacional na proteińa, e esta, 
então, pode funcionar diferentemente. Embora haja bem mais de 100 
diferentes receptores para neurotransmissores, eles podem ser divididos 
em dois tipos: canais iônicos ativados por neurotransmissores e 
receptores acoplados a proteińas G. 
 
CANAIS IONICOS ATIVADOS POR TRANSMISSORES 
Receptores conhecidos como canais iônicos ativados por transmissores 
são proteińas transmem- brana, compostas por quatro ou cinco 
subunidades, que, juntas, formam um poro entre elas (Figura 5.14). Na 
ausência do neurotransmissor, o poro do receptor está frequentemente 
fechado. Quando o neurotransmissor se liga a sit́ios especif́icos na região 
extracelular do canal, ele induz uma mudanca̧ conformacional – uma 
delicada torcã̧o das subunidades –, a qual, em microssegun- dos, causa a 
abertura do poro. A consequência funcional depende de quais ións podem 
atravessar o poro. 
Os canais iônicos ativados por transmissores geralmente não apresentam 
o mesmo grau de seletividade iônica que os canais iônicos dependentes 
de volta- gem. Por exemplo, os canais iônicos regulados por ACh na juncã̧o 
neuromus- cular são permeáveis a ambos Na+ e K+. Ainda assim, como 
regra, se os canais abertos forem permeáveis ao Na+, o efeito resultante 
será a despolarizacã̧o da membrana da célula pós-sináptica, que deixa de 
estar no potencial de repouso (Quadro 5.4). Uma vez que isso tende a 
trazer o potencial de membrana para o limiar de geracã̧o do potencial de 
acã̧o, o efeito é denominado excitatório. A despolarizacã̧o transitória do 
potencial da membrana pós-sináptica causada pela liberacã̧o de 
neurotransmissor é denominada potencial excitatório pós- -sináptico 
(PEPS) (Figura 5.15). A ativacã̧o sináptica de canais iônicos abertos por 
acetilcolina e por glutamato causa PEPSs. 
 os canais ativados por transmissores são permeáveis ao Cl–, o efeito 
final será de hiperpolarizacã̧o da célula pós-sináptica (uma vez que o 
potencial de equilib́rio do cloreto é comumente negativo; ver Capit́ulo 3). 
Como a hiper- polarizacã̧o tende a levar o potencial de membrana para 
longe do limiar de geracã̧o do potencial de acã̧o, o efeito é denominado 
inibitório. A hiperpolari- zacã̧o transitória do potencial de membrana pós-
sináptico causada pela libera- cã̧o de neurotransmissor pela pré-sinapse é 
denominada potencial inibitório pós-sináptico (PIPS) (Figura 5.16). A 
ativacã̧o sináptica de canais iônicos aber- tos por glicina ou GABA causa 
um PIPS. Discutiremos PEPS e PIPS mais deta- lhadamente em breve, 
quando analisarmos os princiṕios da integracã̧o sináptica. 
 
RECEPETORES ACOPLASDOS A PROTEINA G 
A transmissão rápida nas sinapses quiḿicas é mediada por 
neurotransmissores aminoácidos ou aminas agindo diretamente em 
canais iônicos. Entretanto, todos os três tipos de neurotransmissores, 
agindo em receptores acoplados a proteińas G, podem gerar acõ̧es, pós-
sinápticas mais lentas, mais duradouras e muito mais diversificadas. Esse 
tipo de acã̧o do neurotransmissor envolve três passos: 
1. O neurotransmissor liga-se ao receptor na membrana pós-sináptica. 
2. O receptor proteico ativa pequenas proteińas, denominadas 
proteińas G,* as quais se movem livremente ao longo da face 
intracelular da membrana pós-sináptica. 
3. As proteińas G ativadas, por sua vez, ativam proteińas efetoras. 
As proteińas efetoras podem ser canais iônicos (ativados por proteińasG) 
presentes na membrana (Figura 5.17a), ou podem ser enzimas que 
sintetizam moléculas, denominadas segundos mensageiros, que se 
difundem para o citosol (Figura 5.17b). Os segundos mensageiros podem 
ativar enzimas adicionais no citosol que, por sua vez, podem regular 
canais iônicos e alterar o metabolismo celular. Devido aos receptores 
acoplados a proteińas G poderem desencadear uma variedade de efeitos 
metabólicos, eles são muitas vezes denominados receptores 
metabotrópico. 
 e o mesmo neurotransmissor pode ter diferentes acõ̧es pós-sinápticas, 
depen- dendo de qual receptor ele vai ativar. Um exemplo é o efeito da 
acetilcolina no coracã̧o e nos músculos esqueléticos. A acetilcolina diminui 
as contracõ̧es rit́mi- cas do coracã̧o por causar uma lenta hiperpolarizacã̧o 
das células musculares cardiácas. Em contrapartida, no músculo 
esquelético, a acetilcolina induz a contra- cã̧o por causar uma rápida 
despolarizacã̧o das fibras musculares. Essas diferentes acõ̧es são 
explicadas pelos diferentes receptores envolvidos. No coracã̧o, o receptor 
metabotrópico da acetilcolina é acoplado, por uma proteińa G, a um canal 
de potássio. A abertura do canal de potássio hiperpolariza a fibra 
muscular cardiáca e reduz a taxa de disparo dos potenciais de acã̧o. No 
músculo esquelético, o recep- tor é um canal iônico ativado pela 
acetilcolina e permeável ao Na+. A abertura desse canal despolariza as 
 
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fibras musculares e as torna mais excitáveis. 
 
 
 
AUTORECEPORES 
Além de fazerem parte da densidade pós-sináptica, os receptores para 
neurotransmissores são comumente encontrados na membrana do 
terminal axonal pré-sináptico. Os receptores pré-sinápticos que são 
sensiv́eis aos neurotransmissores liberados no próprio terminal pré-
sináptico são denominados autorreceptores. Em geral, os autorreceptores 
são receptores acoplados a proteińas G que estimulam a formacã̧o de 
segundos mensageiros. As consequências da ativacã̧o desses receptores 
variam, mas um efeito comum é a inibicã̧o da liberacã̧o de 
neurotransmissores e, em alguns casos, da sińtese de neurotransmissores. 
Isso permite que o terminal pré-sináptico regule a si próprio. Os 
autorreceptores parecem funcionar como um tipo de válvula de 
seguranca̧, a fim de reduzir a liberacã̧o quando a concentracã̧o de 
neurotransmisso- res atinge valores muito altos no terminal pré-sináptico. 
Os inibitórios dos receptores para neurotransmissores, denominados 
antagonistas de receptores, ligam-se aos receptores e bloqueiam 
(antagonizam) a acã̧o normal do transmissor. 
De fato, os canais iônicos ativados por acetilcolina no músculo são 
também chamados de receptores coli- nérgicos nicotińicos, para distingui-
los de outros receptores de acetilcolina, como os do coracã̧o, que não são 
ativados por nicotina. Há também receptores colinérgicos nicotińicos no 
SNC, e eles estão envolvidos nos efeitos de depen- dência ao uso do fumo. 
 
3 – DESCREVER O SISTEMA RECOMPENSA 
Vários estudos têm mostrado ao longo do tempo que existe uma cadeia 
de reações, envolvendo os diversos neurotransmissores citados nos 
mecanismos de ação das diferentes drogas de abuso, que culmina com a 
liberação da dopamina na porção ventral do núcleo estriado chamada de 
núcleo accumbens (NA). O NA recebe projeções de neurônios 
dopaminérgicos localizados na área tegmental ventral, local de 
convergência para estímulos procedentes da amígdala, hipocampo, córtex 
entorrinal, giro do cíngulo anterior e parte do lobo temporal. Do núcleo 
accumbens partem eferências para o septo hipocampal, hipotálamo, área 
cingulada anterior e lobos frontais. Devido às suas conexões aferentes e 
eferentes o NA desempenha importante papel na regulação da atribuição 
de saliência (relevância) das emoções, da motivação e da cognição. O 
sistema mesocorticolímbico de recompensa como comentado, estende-se 
a partir da área tegmental ventral até o NA, passando para diferentes 
áreas, como o sistema límbico e o córtex órbito-frontal. Alterações no 
sistema dopaminérgico, como por exemplo, a diminuição dos receptores 
D2 de dopamina, poderiam ser responsáveis por alterações neste sistema 
recompensa quando da utilização de drogas de abuso. Este sistema está 
ativado quando sentimos prazer, satisfação, ou seja, sensação de bem-
estar. Esta circuitaria do sistema recompensa é „alimentada‟ por estas 
sensações. Quando se utiliza drogas de abuso, por exemplo, que 
proporcionem sensações de prazer, o sistema é ativado, sempre mediado 
pela dopamina. Interessante perceber que pessoas com deficiência no 
sistema recompensa sempre estão buscando externamente (através de 
substâncias de abuso, por exemplo) uma maneira de ativar o sistema que 
pode ser deficiente de maneira inata. Assim, por meio da memória 
neuronal, esse sistema estaria marcado pelo prazer obtido pela droga, o 
que acarreta o comportamento de procura pela substância. 
3.1) MECANISMOS 
cada droga de abuso tem o seu mecanismo de ação particular, 
mas todas elas atuam, direta ou indiretamente, ativando uma 
mesma região do cérebro: o sistema de recompensa cerebral. 
Esse sistema é formado por circuitos neuronais responsáveis 
pelas ações reforçadas positiva e negativamente. Quando nos 
deparamos com um estímulo prazeroso, nosso cérebro lança um 
sinal: o aumento de dopamina, importante neurotransmissor do 
sistema nervoso central (SNC), no núcleo accumbens, região 
central do sistema de recompensa e importante para os efeitos 
das drogas de abuso. 
Normalmente existe um aumento de dopamina com estímulos 
prazerosos, causados muitas vezes por alguns alimentos, pela atividade 
sexual e por estímulos ambientais agradáveis, como olhar para uma 
paisagem bonita ou escutar uma música da qual gostamos. As drogas de 
abuso agem no neurônio dopaminérgico, isto é, neurônios cujo principal 
neurotransmissor é a dopamina, induzindo um aumento brusco e 
exacerbado de dopamina no núcleo accumbens, mecanismo comum para 
praticamente todas as drogas de abuso. Esse sinal é reforçador, associado 
a sensações de prazer, fazendo com que a busca pela droga se torne cada 
vez mais provável. 
 
 
3.2) AREAS ENVOLVIDAS 
O NA recebe projeções de neurônios dopaminérgicos localizados na área 
tegmental ventral, local de convergência para estímulos procedentes da 
amígdala, hipocampo, córtex entorrinal, giro do cíngulo anterior e parte 
do lobo temporal. Do núcleo accumbens partem eferências para o septo 
hipocampal, hipotálamo, área cingulada anterior e lobos frontais. Devido 
às suas conexões aferentes e eferentes o NA desempenha importante 
papel na regulação da atribuição de saliência (relevância) das emoções, da 
motivação e da cognição. O sistema mesocorticolímbico de recompensa 
como comentado, estende-se a partir da área tegmental ventral até o NA, 
passando para diferentes áreas, como o sistema límbico e o córtex órbito-
frontal. 
https://sgmd.nute.ufsc.br/content/portal-aberta-sgmd/e01_m03/pagina-02.html#id_3
https://sgmd.nute.ufsc.br/content/portal-aberta-sgmd/e01_m03/pagina-02.html#id_4
 
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O sistema mesolímbico (seta em verde na figura acima) é composto por 
projeções dopaminérgicas que partem da área tegmentar ventral e 
chegam, principalmente, ao núcleo accumbens. A área tegmentar ventral 
é onde se localizam os corpos neuronais dopaminárgicos e é responsável 
também pelas projeções desses neurônios para as demais estruturas do 
sistema de recompensa. Já o núcleo accumbens é responsável pelo 
aprendizado e pela motivação, bem como pela valorização de cada 
estímulo. É importante salientar que existem projeções dopaminérgicas 
para outras estruturas cerebrais, tais como o hipocampo, estrutura 
associada com aprendizagem e memória espaciais; e a amígdala, estrutura 
responsável pelo processamento do conteúdo emocionalde estímulos 
ambientais. O sistema mesolímbico está relacionado ao mecanismo de 
condicionamento ao uso da substância, bem como à fissura, à memória e 
às emoções ligadas ao uso. 
 
Já o sistema mesocortical (seta em azul-claro na figura 4) é composto pela 
área tegmentar ventral, pelo córtex pré-frontal, pelo giro do cíngulo e 
pelo córtex orbitofrontal. O córtex pré-frontal (em destaque na cor roxa 
na figura 4) é responsável pelas funções cognitivas superiores e pelo 
controle do sequenciamento de ações. O giro do cíngulo, por estar 
localizado acima do corpo caloso, tem conexões com diversas outras 
estruturas do sistema límbico e tem as seguintes funções: atenção, 
memória, regulação da atividade cognitiva e emocional; já o córtex 
orbitofrontal é responsável pelo controle do impulso e da tomada de 
decisão. As alterações que ocorrem no sistema mesocortical em 
decorrência do consumo de substâncias psicoativas estão relacionadas 
com a compulsão e a perda do controle para o consumo de drogas. 
 
 
 
 
 
3.3) COMO SÃO AFETADAS PELAS SUBSTANCIAS 
Alterações no sistema dopaminérgico, como por exemplo, a diminuição 
dos receptores D2 de dopamina, poderiam ser responsáveis por 
alterações neste sistema recompensa quando da utilização de drogas de 
abuso. Este sistema está ativado quando sentimos prazer, satisfação, ou 
seja, sensação de bem-estar. Esta circuitaria do sistema recompensa é 
„alimentada‟ por estas sensações. Quando se utiliza drogas de abuso, por 
exemplo, que proporcionem sensações de prazer, o sistema é ativado, 
sempre mediado pela dopamina. Interessante perceber que pessoas com 
deficiência no sistema recompensa sempre estão buscando externamente 
(através de substâncias de abuso, por exemplo) uma maneira de ativar o 
sistema que pode ser deficiente de maneira inata. Assim, por meio da 
memória neuronal, esse sistema estaria marcado pelo prazer obtido pela 
droga, o que acarreta o comportamento de procura pela substância. 
Como o circuito de recompensa é mediado pela liberação de dopamina, 
além de alterações na quantidade do neurotransmissor ou na 
sensibilidade dos receptores D2 podem provocar, naqueles que 
apresentam estas alterações, uma falta de controle nos impulsos, 
buscando sempre uma maior intensidade nas sensações prazerosas, ou 
seja, impulsividade. Inicialmente, o impulso que é perfeitamente 
controlável para a maioria das pessoas é conduzido de forma diferente 
por uma minoria. Este controle está localizado em uma região cerebral 
chamada de córtex órbito-frontal. Pessoas com lesões funcionais nesta 
circuitaria podem apresentar dificuldades de controlar seus impulsos, 
aspecto determinante no processo de dependência. Foi demonstrado que, 
mesmo drogas que não estão diretamente relacionadas ao sistema 
dopaminégico, são capazes de promover a ativação dopaminérgica 
indiretamente pela sensação de conforto e prazer. Essa ativação pode 
gerar um circuito reverberativo, acarretando na busca incessante pelo 
objeto de prazer: a droga. 
 
Inúmeros estudos demonstraram que as drogas de abuso ou estímulos 
ambientais naturais (comer, beber água, fazer sexo, ouvir uma boa música), 
reconhecidos pelo organismo como prazerosos, geram mudanças no 
cérebro, mais precisamente nas substâncias químicas chamadas 
neurotransmissores e seus receptores, responsáveis pela comunicação 
entre os neurônios. 
Assim, as drogas de abuso, além de agirem sobre muitas estruturas do 
sistema nervoso central, agem também sobre o sistema mesolímbico e o 
sistema mesocortical, que juntos constituem o sistema de recompensa 
cerebral, sendo essa relação de fundamental importância. 
 
4) COMPREENDER A INTERFERENCIA DAS DROGAS DE 
ABUSO NA NEUROTRANSMISSAO 
COCAÍNA 
 A cocaína se liga aos transportadores de dopamina (DAT), serotonina (5-
HTT) e noradrenalina. Entretanto, os efeitos subjetivos e 
comportamentais desta substância são geralmente atribuídos à sua ação 
sobre o sistema dopaminérgico. Acredita-se que 50% de ocupação de 
transportador de dopamina seja necessário para que um indivíduo 
perceba os efeitos da substância e que, para a sensação de euforia, pelo 
menos 60% dos sítios de DAT devem estar ocupados2 . Nas três vias de 
administração – aspirada, injetada e fumada (crack) - a ocupação de DAT é 
superior a 60%3 . 
 A cocaína per se provoca efeitos deletérios indiscutíveis, mas quando é 
ingerida concomitante ao álcool, leva a formação de um metabólito 
conjugado chamado cocaetileno. Esse metabólito apresenta propriedades 
psicoativas importantes e uma meia-vida muito maior do que se a cocaína 
e o álcool fossem ingeridos separadamente, seu acúmulo leva 
rapidamente a um quadro de intoxicação. 
METANFETAMINA E ECSTASY (MDMA -3,4-
METILENODIOX,METANFETAMINA) 
As drogas classificadas como derivados anfetamínicos podem atuar no 
Sistema Nervoso Central (SNC) de formas distintas. Seu alvo principal são 
as monoaminas cerebrais: dopamina, serotonina e noradrenalina. Assim, 
farmacologicamente são classificadas como agonistas indiretos pois não 
atuam específicamente sobre receptores monoaminérgicos pós-sinápticos 
mas, indiretamente da seguinte forma4 : 
 Impedem a recaptação dos neurotransmissores através do 
bloqueio competitivo do transportador de dopamina e 
noradrenalina e em altas doses, também de serotonina; 
 inibem a atividade das enzimas de metabolismo 
(monoaminoxidase - MAOA e MAOB ); 
 estimulam a liberação do neurotransmissor independente de 
Ca++ (ou seja independente da despolarização do botão 
sináptico). 
MACONHA 
O principal componente psicoativo da maconha é o Δ9 -
tetrahidrocanabinol (THC). Seu mecanismo de ação do THC ainda não foi 
completamente elucidado, mas acredita-se que ele atue no SNC através 
de receptores canabinóides CB1 e CB2. As áreas cerebrais com maior 
densidade de receptores CB1 são o córtex frontal, núcleos da base, 
cerebelo e hipocampo. Estudos com animais têm demonstrado que o THC 
 
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e a anandamida (canabinóide endógeno mais estudado), aumentam a 
concentração de dopamina no estriado e no sistema mesolímbico5 . 
NICOTINA 
A nicotina é a principal substância do cigarro responsável pelos 
efeitos psicoativos e pela dependência de tabaco. No entanto, há 
milhares de compostos químicos na fumaça do cigarro e alguns 
deles podem contribuir para os efeitos comportamentais e tóxicos 
do tabaco. Nicotina é um agonista direto em receptores 
colinérgicos nicotínicos onde age acetilcolina endógena e estão 
amplamente distribuídos no SNC. Os receptores nicotínicos 
implicados na ação da Nicotina6 estão localizados no sistema 
dopaminérgico mesocorticolímbico. 
 
ÁLCOOL 
Os mecanismos pelos quais o álcool atua no cérebro assim como 
as alterações cerebrais produzidas pelo seu consumo crônico ainda 
não estão compreendidos sendo que a maioria dos estudos indica 
a participação dos sistemas dopaminérgicos, serotoninérgicos e 
principalmente gabaérgicos. O sistema de recompensa associado 
ao uso do álcool, além dos neurônios dopaminérgicos da área 
tegmental ventral e núcleo accumbens, inclui também estruturas 
que usam o ácido gama-aminobutírico (GABA) como transmissor, 
tais como o córtex, cerebelo, hipocampo, colículos superiores, 
inferiores e a amígdala 
 
 
. 
	NEUROLOGIA
	Neurotransmissores convencionais
	principais neurotransmissores
	NEUROTRANSMISSORES PEQUENOS
	Aminas biogenicas
	❖ Aminoácidos individuais
	NEUROPEPTÍDEOS
	Acetilcolina
	sintese
	liberação
	ação
	receptores
	recaptação
	glutamato
	sintese
	liberação
	ação
	receptores
	recaptação
	gaba
	AÇÃO
	Exemplos de drogas GABAérgicas
	sintese
	recaptação
	liberação
	receptores
	GLICINA
	sintese e recapitação
	receptores
	noradrenalina
	AÇÃO
	sintese e recaptação
	RECEPTORES
	adrenalina
	SÍNTESE E RECAPTAÇÃO
	RECEPTORES
	dopamina
	sintetização
	liberação
	ação
	recaptação
	seratonina
	AÇÃO
	SÍNTESE E RECAPTAÇÃO
	RECEPTORES
	sintese e armazenamentodos neurotransmissores
	sinapse eletrica
	RECEPTORES TIROSINA-QUINASE
	RECEPTORES IONOTRÓPICOS
	RECEPTORES METABOTRÓPICOS
	CANAIS IONICOS ATIVADOS POR TRANSMISSORES
	recepetores acoplasdos a proteina G
	AUTORECEPORES
	COCAÍNA
	Metanfetamina e Ecstasy (MDMA -3,4-metilenodiox,metanfetamina)
	maconha
	Nicotina
	Álcool

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