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Língua Portuguesa para Concursos Públicos Questões – Funções da Linguagem Data: Aluno: 1 Leia o texto a seguir: Em código Fui chamado ao telefone. Era o chefe de escritório de meu irmão: - Recebi de Belo Horizonte um recado dele para o senhor. É uma mensagem meio esquisita, com vários itens, convém tomar nota: o senhor tem um lápis aí? - Tenho. Pode começar. - Então lá vai. Primeiro: minha mãe precisa de uma nora. - Precisa de quê? - De uma nora. - Que história é essa? - Eu estou dizendo ao senhor que é um recado meio esquisito. Posso continuar? - Continue. - Segundo: pobre vive de teimoso. Terceiro: não chora, morena, que eu volto. - Isso é alguma brincadeira. - Não é não, estou repetindo o que ele escreveu. Tem mais. Quarto: sou amarelo, mas não opilado. Tomou nota? - Mas não opilado - repeti, tomando nota. - Que diabo ele pretende com isso? - Não sei não, senhor. Mandou transmitir o recado, estou transmitindo. - Mas você há de concordar comigo que é um recado meio esquisito. - Foi o que eu preveni ao senhor. E tem mais. Quinto: não sou colgate, mas ando na boca de muita gente. Sexto: poeira é minha penicilina. Sétimo: carona, só de saia. Oitavo... - Chega! - protestei, estupefato. - Não vou ficar aqui tomando nota disso, feito idiota. - Deve ser carta em código ou coisa parecida - e ele vacilou: - Estou dizendo ao senhor que também não entendi, mas enfim... Posso continuar? - Continua. Falta muito? - Não, está acabando: são doze. Oitavo: vou mas volto. Nono: chega à janela, morena. Décimo: quem fala de mim tem mágoa. Décimo primeiro: não sou pipoca, mas também dou meus pulinhos. - Não tem dúvida, ficou maluco. - Maluco não digo, mas como o senhor mesmo disse, a gente até fica com ar meio idiota... Está acabando, só falta um. Décimo segundo: Deus, eu e o Rocha: - Que Rocha? - Não sei: é capaz de ser a assinatura. - Meu irmão não se chama Rocha, essa é boa! - É, mas foi ele que mandou, isso foi. Desliguei, atônito, fui até refrescar o rosto com água, para poder pensar melhor. Só então me lembrei: haviam-me encomendado uma crônica sobre essas frases que os motoristas costumam pintar, como lema, à frente dos caminhões. Meu irmão, que é engenheiro e viaja sempre pelo interior fiscalizando obras, prometera ajudar-me, recolhendo em suas andanças farto e variado material. E ele viajou, o tempo passou, acabei me esquecendo completamente o trato, na suposição de que o mesmo lhe acontecera. Agora, o material ali estava, era só fazer a crônica. Deus, eu e o Rocha! Tudo explicado: Rocha era o motorista. Deus era Deus mesmo, e eu, o caminhão. Fernando Sabino 01. (UFPI-2020) As funções da linguagem configuram-se num importante fenômeno semiológico. Considerando-se os trechos a seguir: “Precisa de quê” (linha 06); “Continue” (linha 10) e “Não chora, morena, que eu volto” (linha 11), assinale a opção que apresenta corretamente e respectivamente as funções da linguagem neles expressas. A) Fática, conativa e emotiva. B) Referencial, poética e metalinguística. C) Referencial, metalinguística e poética. D) Referencial, conativa e emotiva. E) Fática, metalinguística e poética. 2 02. (FCM-2019) Segundo Chalhub (1990, p. 49), "uma mensagem de nível metalinguístico implica que a seleção operada no código combine elementos que retornem ao próprio código. É necessário observar que o termo código sai do seu território linguístico e assume, livremente, conotações mais amplas – aliada à noção de linguagem.” A esse respeito, leia os textos a seguir. A esse respeito, leia os textos a seguir. Texto I Texto II Texto III 3 Texto IV É correto afirmar que o texto que NÃO representa especificamente a função metalinguística da linguagem está exemplificado em A) I. B) II C) III. D) IV. Leia o texto a seguir: 03. (IDIB-2019) Levando em consideração a estrutura linguística do texto, observa-se que a função da linguagem predominante é A) conativa. B) metalinguística. C) poética. D) referencial. 04. (FURB-2019) “Transmite uma informação objetiva sobre a realidade. Dá prioridade aos dados concretos, fatos e circunstâncias. É a linguagem característica das notícias de jornal, do discurso científico e de qualquer exposição de conceitos. Coloca em evidência o assunto ao qual a mensagem se refere”. Está se falando da função de linguagem: A) expressiva 4 B) apelativa C) fática D) referencial E) metalinguística POR QUE HOJE EM DIA ABANDONAMOS TANTOS PROJETOS DE VIDA? DÊNIS ATHANÁZIO Alguma vez você já contabilizou ou avaliou o número de projetos pessoais que abandonou durante a vida? Por que é que temos tanta dificuldade em manter relacionamentos e afetos, terminar e fechar o “ciclo” de cursos e estudos que nós mesmos escolhemos? Tudo a nossa volta perde o brilho muito rápido onde vivemos a todo tempo, entre a rápida euforia e o tédio. Se essa realidade tivesse uma cor, pra mim seria cinza. É claro que existem projetos que temos que abandonar devido aos infortúnios contingenciais ligados às diversas realidades psíquicas, sociais ou familiares incontroláveis que fazem parte da nossa existência. Comumente tais realidades diminuem nossa humanidade e geram uma espécie de dor sem sentido, daquelas que não precisaríamos passar. Refletindo sobre a minha história, suspeito de possíveis dificuldades que temos e que levam a essa inconstância desenfreada. Uma delas diz respeito à forma como nossa sociedade atual e grandemente excludente se apresenta e funciona, da qual não conseguimos fugir, em que quase tudo é líquido, e a mudança é tão rápida que, quando percebemos, ela já mudou de novo. E, quando se vê, nossos projetos e planos iniciais já foram substituídos sem nem termos chegado à metade do caminho que havíamos planejado. É dessa fonte que nasce aquela sensação de estarmos perdidos. A segunda é a extrema dificuldade que hoje em dia temos em lidar com as nossas frustrações diárias. Parece- me que o tempo todo nos é dito que temos que fazer apenas as coisas que amamos e que nos dão prazer imediato, mas quem é minimamente responsável e maduro sabe que essa tarefa é impossível. Seja qual for a sua escolha de vida, quase tudo tem um lado chato e quase desanimador, mas que é necessário realizá-lo. Quando escolhemos não fazê-lo, podemos parar e não terminar o que começamos. E por último e não raramente, para não fechar determinados ciclos, nos boicotamos inconscientemente, procrastinando ou abandonando nossos sonhos pelo temor neurótico de não darmos conta do que escolhemos, agora que somos socialmente e legalmente autorizados a fazê-lo. Essa sociedade (que não podemos esquecer que somos todos nós) não permite falhas, exige padrões e adaptações inalcançáveis de vida. Temos que refletir sobre esse nosso autoboicote e talvez conseguiremos manter ou terminar o que começamos e nos propusemos a realizar. Pois, do contrário, ficaremos “sentados no sofá” sempre com o conflito interno do “poderia ser” ou “poderia dar certo” e com o conformismo que “nos protege” da frustração das coisas que podem dar errado no caminho. Arrisco-me a pensar que, mesmo em outra época, Martin Luther King estava passando por essa mesma crise que enfrentamos hoje ao corajosamente escrever: “É melhor tentar e falhar, que preocupar-se e ver a vida passar. É melhor tentar, ainda que em vão, que sentar-se, fazendo nada até o final. Eu prefiro na chuva caminhar, que em dias frios em casa me esconder. Prefiro ser feliz embora louco, que em conformidade viver”. Retirado e adaptado de <http://obviousmag.org/denis_athanazio/2017/por-que-hoje-em-dia-abandonamos-tantos-projetos-de- vida.html#ixzz5B037ZeOv> . 05. (AOCP-2018) Sobre os elementos de comunicação em: “Por que hoje em dia abandonamos tantos projetosde vida?”, assinale a alternativa correta. A) O leitor é o emissor, o autor é o receptor e a linguagem não verbal é o código da mensagem. B) O autor é o canal de comunicação, o leitor representa os ruídos na comunicação e a mensagem é representada por linguagem não verbal. C) O leitor é o canal de comunicação, o autor é o código e o contexto é a mensagem. D) O autor é o emissor, o leitor é o receptor e a linguagem verbal é o código da mensagem. E) A mensagem é o contexto, o código são os ruídos na comunicação e o canal de comunicação é o autor. Texto I Pesquisa inédita realizada pela CNDL e SPC Brasil buscou avaliar o perfil dos brasileiros adimplentes e inadimplentes, sendo considerados como: a) adimplentes: aqueles que pagam regularmente suas compras e dificilmente têm seu nome negativado nos sistemas de proteção ao crédito. b) inadimplentes: aqueles que não pagam regularmente suas compras e, possivelmente, têm seu nome negativado nos sistemas de proteção ao crédito. 5 [...] Disponível em:<http://www.spcbrasil.org.br/> . Acesso em: 12 jun. 2016. Texto II [...] Pare de acumular dívidas. Corte os cartões de crédito e jogue os cheques fora, para não soltar uma borracha. Não peça mais cartões ou financiamentos. Fique longe de empréstimos consignados. Se não pode comprar algo hoje, também não pode amanhã [...]. Disponível em:<http://pt.wikihow.com/> . Acesso em: 12 jun. 2016. 05. (UFAL-2016) Considerando a linguagem desses dois fragmentos textuais, verifica-se que A) a função da linguagem, no texto I, centra-se no referente e, no texto II, centra-se no receptor. B) a linguagem utilizada no texto I é informal, enquanto, no texto II, predomina a linguagem formal. C) a função da linguagem, centrada no código, está presente tanto no texto I, quanto no texto II. D) a linguagem utilizada no texto I é conotativa, enquanto, no texto II, predomina a linguagem denotativa. E) a função da linguagem, no texto I, centra-se no referente e, no texto II, centra-se no relato de informações reais. Sempre pensei que ser um cidadão do mundo era o melhor que podia acontecer a uma pessoa, e continuo pensando assim. Que as fronteiras são a fonte dos piores preconceitos, que elas criam inimizades entre os povos e provocam as estúpidas guerras. E que, por isso, é preciso tentar afiná-las pouco a pouco, até que desapareçam totalmente. Isso está ocorrendo, sem dúvida, e essa é uma das boas coisas da globalização, embora haja também algumas ruins, como o aumento, até extremos vertiginosos, da desigualdade econômica entre as pessoas. Mas é verdade que a língua primeira, aquela em que você aprende a dar nome à família e às coisas deste mundo, é uma verdadeira pátria, que depois, com a correria da vida moderna, às vezes vai se perdendo, confundindo-se com outras. E isso é provavelmente a prova mais difícil que os imigrantes têm de enfrentar, essa maré humana que cresce a cada dia, à medida que se amplia o abismo entre os países prósperos e os miseráveis, a de aprender a viver em outra língua, isto é, em outra maneira de entender o mundo e expressar a experiência, as crenças, as pequenas e grandes circunstâncias da vida cotidiana. (Adaptado de: LLOSA, Mario Vargas. O regresso à Grécia. Disponível em: https://brasil.elpais.com) 06. (FCC-2019) Predomina no texto a função A) apelativa, pois o autor visa a persuadir o leitor a posicionar-se contra os imigrantes. B) expressiva, pois o autor expõe uma visão subjetiva de um determinado assunto. C) referencial, pois o autor usa dados objetivos para tratar de um tema com impessoalidade. D) fática, pois o autor enfoca um assunto banal, com a finalidade única de iniciar uma conversa. E) metalinguística, pois o autor fala dos detalhes que prejudicaram a publicação de seu texto. Quando no decênio final do século XVI, os Países Baixos consolidaram militarmente na Europa sua independência da Espanha, a ofensiva batava desdobrou-se em ofensiva ultramarina visando à destruição das bases coloniais da riqueza e do poderio ibéricos. Nos primeiros anos do século XVII, a Companhia das Índias Orientais (VOC), sociedade de ações operando mediante monopólio outorgado pelo governo neerlandês, promoveu o comércio e a colonização na Ásia em detrimento da presença espanhola e portuguesa naquela parte das Índias Ocidentais (doravante referida também pelas suas iniciais holandesas WIC, ou “West Indische Compagnie”), idêntico modelo institucional foi adotado para as Américas e para a costa ocidental da África. (MELLO, Evandro Cabral de. “Introdução”. In: O Brasil Holandês, São Paulo: Penguin & Companhia das Letras, 2010, p. 12) 07. (FCC-2019) Predomina no texto a seguinte função da linguagem: A) função fática, com destaque para o contato entre emissor e receptor. B) função metalinguística, marcada por comentários sobre a própria linguagem. C) função referencial, com viés informativo e uso de denotação. D) função conativa, com o foco no receptor da mensagem, de modo persuasivo. 6 08. (VUNESP-2018) De acordo com Kaufman e Rodríguez (1995), são caracterizados como textos expressivos todos aqueles textos que manifestam a subjetividade do emissor. Um exemplo de texto em que há predominância da função expressiva é A) a carta familiar. B) a receita culinária. C) o manual de instrução. D) a história em quadrinhos. E) o relato histórico. Das funções da linguagem enunciadas por Jakobson em seus trabalhos de comunicação, Kaufman e Rodríguez (1995) se apropriam de algumas que consideram pertinentes ao seu propósito. Dentre elas, há uma que é predominante em textos que objetivam a modificação do comportamento dos leitores. 09. (VUNESP-2019) Essa função da linguagem é a A) apelativa. B) informativa. C) literária. D) metalinguística. E) referencial. De acordo com o linguista Roman Jakobson, praticamos a metalinguagem sem nos dar conta do caráter metalinguístico de nossas operações. Sempre que o remetente e/ou o destinatário têm necessidade de verificar se estão usando o mesmo código, o discurso focaliza o CÓDIGO; desempenha uma função metalinguística (isto é, de glosa). (JAKOBSON, Roman. Linguística e comunicação. São Paulo: Cultrix, s/d, p. 127) 10. (FCC-2018) Levando em consideração o que propõe Jakobson, identifique o excerto que exemplifica o predomínio da metalinguagem. A) – O sophomore foi ao pau. – Mas que quer dizer ir ao pau? – A mesma coisa que levar bomba. – E levar bomba? – Levar bomba é ser reprovado no exame. – E o que é sophomore? Insiste o interrogador ignorante do vocabulário escolar em inglês. – Um sophomore é (ou quer dizer) um estudante do segundo ano. B) – Bem – disse o rapaz. – Bem! – respondeu ela. – Bem, cá estamos – disse ele. – Cá estamos – confirmou ela, – não estamos? – Pois estamos mesmo – disse ele, – Upa! Cá estamos. – Bem! – disse ela. – Bem! – confirmou ele – bem! C) Siga corretamente o modo de usar. Em caso de dúvidas sobre este medicamento, procure orientação do farmacêutico. Não desaparecendo os sintomas, procure orientação de seu médico ou cirurgião-dentista. Este medicamento não deve ser partido, aberto ou mastigado. D) Mais de 17% dos lares são compostos por casais sem filhos, segundo levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O número de pessoas que moram sozinhas já representa 14,6% das residências, e a proporção de mulheres que vivem sem cônjuges com filhos já atinge quase 13%. Esses percentuais têm aumentado nos últimos anos, enquanto a quantidade de famílias tradicionais, com casal e filhos, já representa menos da metade das residências. 7 E) Um dia, fui levar uma pessoa para ser internada no hospital. Eu tenho problemas de coluna, já a operei três vezes. Nesse dia estava tenso, preocupado e fiquei curvado durante quinze minutos, preenchendo uma ficha e conversando com a enfermeira. Na hora de sair, estava tortinho. Sabia que no diaseguinte teria de tomar anti- inflamatório, ansiolítico, etc. 11. (FUNDEP-2019) Analise os textos a seguir. 8 Quanto ao gênero de ambos os textos, analise as afirmativas a seguir, assinalando com V as verdadeiras e com F as falsas. ( ) O texto I objetiva instruir o leitor, por meio de argumentação detalhada passo a passo, a realizar uma ação. ( ) O texto II intenciona convencer o leitor a consumir o produto que ele anuncia, e a repetição da oração “peça baton” constitui uma estratégia para tal. ( ) Ambos os textos utilizam verbos no imperativo, objetivando estimular uma ação no leitor, no caso do texto I, seguir as etapas de um preparo e, no caso do texto II, adquirir um produto. ( ) É correto afirmar que ambos os textos pertencem ao mesmo gênero textual. Assinale a sequência correta A) F F V V B) F V V F C) V V F F D) V F F V “Como fundador da Proactiva Open Arms, entidade sem fins lucrativos dedicada a resgatar quem corre risco no mar, ele passou os últimos três anos salvando homens, mulheres e crianças no Mar Egeu e no Mediterrâneo. Na última contagem, o número de vidas salvas pela Proactiva foi de 59.395.” 12. (UFU-MG/2019) O trecho acima tem por função prioritária de A) persuadir o leitor, levando-o a se integrar à entidade fundada por Camps. B) comover o leitor, instigando-o a tomar uma posição em relação aos refugiados. C) questionar o leitor sobre seu papel como cidadão no drama dos refugiados. D) informar o leitor sobre Camps, destacando seu papel no contexto do resgate aos refugiados. O Caso do vestido (Norma Couri) Viral que explodiu na internet no fim de semana (27/2-) 1/3) com 16 milhões de acessos e 11 milhões de mensagens pelo Twitter, em menos de um dia o vestido passou em importância à frente de guerras, estupros, sequestras, corrupções. “Me ajudem. Este vestido é branco ou dourado? Ou azul e preto?”, a cantora escocesa Caitlin McNeill perguntou na quinta-feira (26). Internautas do mundo todo vieram ajudar. Qual a cor do vestido? A marca britânica Roman Originals da peça apresentada apenas como “O Vestido” teve de aumentar o estoque depois que a procura subiu em 347%. Informou a todos “é azul!’’, mas cogita confeccionar o modelo em dourado e branco, como algumas pessoas enxergaram a cor. Na rádio CBN (sexta, 27/2), Carlos Alberto Sardenberg gastou um bom tempo apresentando versões desencontradas : de ouvintes sobre a cor do vestido, e ainda ouviu um : oftalmologista explicando que o fundo muda a cor e o olho humano cai em armadilhas frequentes. O portal G1 incluiu a polêmica cor do vestido entre as matérias mais lidas da semana. A edição de domingo (1/3) do Estado de S.Paulo (“Azul-Pretinho Básico?”) e O Globo de sábado (28/2, “Ciência explica mistério do vestido”) deram chamadas de capa e ouviram psicólogos, neurologistas, filósofos, sem chegara uma conclusão. Truque de luzes. Truque de ilusão de ótica. Células divergentes que interpretam cores. Cones dissonantes de cada pessoa que induzem mais ao vermelho, ao verde ou ao azul. O Fantástico fez um alentado quadro no domingo sobre as zonas de sombra calibradas pelo cérebro para perceber cores. A Folha de S.Paulo publicou a matéria em página quase inteira na rubrica “Ciência” (sábado, 28), “Debate sobre cor de vestido expõe sutis diferenças nos olhos e cérebros”. O psicólogo e neurocientista da New York University, Pascal Wallisch, em artigo traduzido para o caderno “Aliás” do Estadão de domingo, conclui filosoficamente que devemos manter a ; mente aberta, “algo para lembrar da próxima vez que você discordar de alguém”. O enigma do vestido quebrou a internet e a nossa ; compreensão de como atrair leitores para os assuntos do dia, o que colocar na primeira página, qual o interesse real das pessoas no mundo inteiro. Nem dá para criticar o Brasil pelas banalidades e celebridades cotidianas porque a respeitadíssima revista de tecnologia americana Wired, com sede em São Francisco, entrevistou um neurologista para explicar que a luz que enxergamos durante o dia muda de cor e a compensação é feita pelo cérebro. 9 Até a melhor rede pública de TV do Mundo, a britânica BBC entrou na charada: publicou uma avaliação da expert Emma Lynch para concluir que a cor do vestido é azul ou preta. Ou dourado e branco? Muito antes, em 1945, a polêmica pré-internet, pré-computador, foi em torno do maravilhoso poema de Carlos Drummond de Andrade publicado em A Rosa do Povo. “O caso do vestido” virou peça de projetos escolares, como o da professora Lucy Nakamura (o vestido era preto). Foi encenado e ; declamado no Brasil inteiro. Serviu a dissertações de mestrado e ; a teses de doutorado em várias universidades, foi tema de discussão em mesas redondas, dissecado por semiólogos, ; psicólogos, críticos literários. Em 2004 virou filme de Paulo Thiago interpretado por Gabriela Duarte, Daniel Dantas, Renato Borghi, Paulo José e o excelente ator Othon Bastos, que já foi o cangaceiro Corisco no filme Deus e o Diabo na Terra do Sol, de Glauber Rocha, e hoje o conhecem apenas como o mordomo da novela Império. No filme, o vestido era rosa. Nesses 70 anos que separam o vestido da Roman Originals em 2015 e o vestido de Drummond em 1945, vale a pena reler o poema para perceber o quanto empobrecemos, emburrecemos, perdemos o foco das discussões. “Nesses 70 anos que separam o vestido da Roman Originals em 2015 e o vestido de Drummond em 1945, vale a pena reler o poema para perceber o quanto empobrecemos, emburrecemos, perdemos o foco das discussões.”. 13. (CETAP-2015) Na sequência em gradação, a função da linguagem que prevalece é: A) a referencial. B) a conativa C) a metalinguística. D) a emotiva. E) a fática. 14. (UFRR - 2018 - UFRR - Assistente Social) No trecho: “Segundo dados do Ministério da Saúde (MS), a cada ano são aplicados, gratuitamente, cerca de 300 milhões de doses de 25 diferentes tipos de imunobiológicos em 36 mil salas de vacinação espalhadas por todo o País.”, quanto às funções da linguagem, prevalece a função: A) Conativa B) Referencial C) Expressiva D) Fática E) Metalinguística Leia o texto a seguir, para responder à questão, que a ele se refere: Os discursos escritos sobre a Amazônia apresentam, frente aos demais discursos da América Latina, a especificidade do fluvial. Na maioria das vezes, são discursos conduzidos pela navegação, tanto no caso dos descobridores, ou aqueles em que a água aparece como instância prévia e se introduz em seu curso, quanto no caso dos exploradores científicos. São textualidades que repousam sobre o decurso, que se desdobram em uma infinidade de furos, igarapés, lagoas, afluentes, tributários, numa geografia de águas que, quando não invade tudo, se faz pressentir a sua volta, em sua permanência, em seu ritmo. São os discursos de uma nação de águas. Nação no sentido figurado, de uma área cultural formada por oito países que compartilham referentes comuns, tendo como centro o rio e a selva. Tal área sustenta uma relação comum e intensa com a natureza e o meio ambiente, participando de uma comunidade imaginária que denomina de diferentes modos os mesmos fenômenos, pois o que num extremo do rio se chama curupira, no outro lado, aos pés da cordilheira andina, na região de nascimento, se chamará chullachaqui. Com uma imagem às vezes protetora, às vezes hostil, ambos são temidos por defender a selva dos invasores, seja pela astúcia de seus gestos, ou por sua figura de pés defeituosos ou com os pés voltados para trás. Os dois são figurações de um mesmo perfil: a milenar resistência da natureza à ingerência do homem. (Do livro As Vozes do rio, de Ana Pizarro, p. 18-19) 15. (COMVEST UFAM - 2018 - UFAM – Auditor) Coloque V para verdadeiro e F para falso nas afirmativas a seguir, feitas a propósito de aspectos diversos do texto: ( ) Observa-se o predomínio da função referencial ou denotativa. ( ) Uma ideia secundáriaque perpassa o texto é a de que a Amazônia deveria ser um só país. ( ) Os vocábulos “furos”, “igarapés”, “lagoas”, “afluentes” e “tributários” se dispõem numa relação de hiponímia com um termo posterior a eles. 10 ( ) A lenda do “curupira” nasceu na região dos Andes, onde esse ser é designado por outro nome. ( ) A cultura dos povos amazônicos tem distinções, não só quanto aos termos, mas também quanto às concepções relativas ao ambiente. Assinale a alternativa que relaciona a sequência CORRETA de V e F de cima para baixo: A) V – F – V – F – F B) V – V – F – V – F C) F – F – V – F – V D) F – V – V – V – F E) F – V – F – F – V GABARITO: 1. A 2. B 3. A 4. D 5. B 6. B 7. C 8. A 9. A 10. A 11. B 12. D 13. D 14. B 15. A