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8 14. Leia o seguinte trecho: (...) Conseqüentemente, o período revela, quando visto em conjunto, três camadas (a permanência de autores oitocentistas; os neoparna- sianos e neosimbolistas; prenúncios do Modernismo) dispostas em duas linhas de força que se antagonizam e por vezes se confundem, uma, representada pela persistência dos moldes anteriores (parnasia- nos, realistas, simbolistas), outra, pelo moderno como se concebia nos primeiros decênios do século XX. A bipolaridade é, pois, o símbolo per- feito dos escritores do período: destituídos de plataforma definida, cul- tuando ainda os “ismos” oitocentistas à falta de sucedâneos europeus, e ao mesmo tempo sentindo pulsar o novo no recesso da euforia gene- ralizada, ficaram indecisos ante os caminhos a trilhar. Graças à ori- ginalidade que alcançaram emprestar a seus escritos, não podem ser rotulados de epígonos; por outro lado, a filiação às estéticas oitocen- tistas impede-os de fruir plena liberdade criadora. Situados nessa zona intervalar, distinguem-se, quer dos mestres do Realismo e do Simbolismo, quer dos modernistas vindouros, então a preparar a sua arrancada revolucionária. Não obstante a sua voz soasse menos sono- ra que a dos precedentes ou dos pósteros, tais escritores é que represen- tam a quadra: falar em belle époque é falar de Graça Aranha, Coelho Neto, Lima Barreto, Monteiro Lobato, Adelino Magalhães, Augusto dos Anjos, Raul de Leoni, João do Rio e outros. MOISÉS, Massaud. “Belle époque (1902-1922)”. In: História da literatura brasileira, v. II – Realismo e Simbolismo. São Paulo: Cultrix, 2001. p. 375-80. De acordo com o autor, quais são as características da literatura das duas primeiras décadas do século XX? Não há uma única tendência, mas várias, inclusive o ressurgimen- to do Parnasianismo, do Simbolismo e do Realismo. Entre essas diversas correntes, surge uma preocupada em denunciar os proble- mas brasileiros utilizando uma linguagem próxima da falada. Essa tendência veio a ser denominada de Pré-Modernismo, pois traz em si a semente do Modernismo. 7 19 10 SUPLEMENTO DE ATIVIDADES NOME: NO: SÉRIE: ESCOLA: TRISTE FIM DE POLICARPO QUARESMA LIMA BARRETO Triste fim de Policarpo Quaresma, de Lima Barreto, é uma das principais expressões ficcionais do quadro social brasileiro dos primeiros anos da República. Considerada representante do Pré-Modernismo brasileiro, a obra discute o conceito de litera- tura como instrumento de denúncia social, trazendo à tona questões como o nacionalismo e a opressão aos desfavorecidos. As atividades a seguir pretendem ampliar a compreensão desta obra e de seu tempo. Desenvolva-as após a leitura do livro, dos Diários de um Clássico, da Contextualização Histórica e da Entrevista Imaginária. CONTEXTUALIZAÇÃO HISTÓRICA13. (PUC) Associe as obras pré-modernistas (primeira colu- na) aos respectivos fragmentos a elas pertencentes (segunda coluna). I. Triste fim de Policarpo Quaresma (Lima Barreto) II. Os Sertões (Euclides da Cunha) III. Lendas do Sul (Simões Lopes Neto) A seqüência correta, de cima para baixo, na segunda coluna, é: a) II – III – I b) III – II – I c) I – II – III d) II – I – III e) I – III – II Alternativa a. 15. Leia o seguinte trecho: (...) Desconfiado tanto do critério “documental nacional” quanto do cri- tério “documental naturalista” para seleção dos textos literários, José Veríssimo procedeu em suas obras uma seleção mais restrita de auto- res e obras (...) Os critérios da nova abordagem crítica exigiram o reposicionamento de algumas obras e autores, como Machado de Assis (...) Veríssimo entendia que a obra de Machado era, sim, expressão da nacionalidade, mas imbuída de um nacional que dia- logava permanentemente com o universal. Além disso, segundo Ventura (1995), Veríssimo via na obra de Machado um projeto esté- tico que não se voltava para o leitor do presente, apegado ao modelo realista-naturalista, mas para um leitor ideal do futuro. CEREJA, William Roberto. “Os impasses da historiografia e da crítica no século XX”. In: Ensino de literatura. São Paulo: Atual, 2005. p.133. O texto acima demonstra um rompimento com o projeto estéti- co vigente na literatura do século XIX. De que forma Machado de Assis influenciou os pré-modernistas? Como em Machado, os pré-modernistas faziam da sua obra expres- são da nacionalidade, “mas imbuída de um nacional que dialogava permanentemente com o universal”. Igualmente, o projeto estético dos pré-modernistas rompe com o modelo realista-naturalista. A NOVA DO CADÁVER - A SUA ENTREVISTA IMAGINÁRIA Agora é com você, caro leitor. Valendo-se das orientações desta edição e das suas respostas às atividades de leitura, elabore uma nova entrevista com o autor, mais ou menos como a Entrevista Imaginária do final do livro. Se você tivesse a oportunidade de entrevistar um dos maiores romancistas da literatura brasileira, que perguntas faria a ele? Aqui estão algumas sugestões: Lima Barreto viveu numa época de transição entre o Império e a República, quando os conflitos de interesse se chocavam com as novas orientações surgidas no cenário nacional. A escravatu- ra era abolida, a pequena burguesia começava a confrontar seus valores com os da oligarquia dominante. De acordo com o que você leu em Triste fim de Policarpo Quaresma, como será que Lima Barreto via essa transição? Ele descreve insatisfações de alguns setores da sociedade? Quais eram esses setores e quais os seus problemas? O escritor não se conformava com as injustiças sociais que via, cuidadosamente encobertas por uma falsa idéia de que o Brasil era um país perfeito, cheio de abundância e liberdade para todos. Você pode explorar esse aspecto tão presente em sua obra, indagando como era o Brasil daquele tempo, quais as dife- renças que o escritor buscava combater com suas obras e se ele tinha esperança de que houvesse uma mudança maior. Você também pode perguntar quais dos seus personagens espelham essa realidade e as respostas que eles dariam a essa situação. Lima Barreto também sofreu preconceito racial, por causa da sua condição de mestiço. Ele sabia que, apesar do seu potencial, a origem humilde não lhe garantia acesso à projeção e ao reco- nhecimento que tanto almejava. Como isso refletiu em sua vida pessoal? Que outros problemas surgiram dessa exclusão com- pulsória sofrida pelo escritor? Além do preconceito racial, sua vida foi marcada por problemas familiares. A loucura de seu pai o afligia profundamente, e o próprio Lima Barreto foi internado duas vezes em um manicô- mio. Como será que ele se relacionava com esse aspecto tão ter- rível da sua realidade? O que era, para ele, a loucura? Outra sugestão para você explorar na sua entrevista imaginária é a maneira que o escritor via o futuro do Brasil. No final de Triste fim de Policarpo Quaresma, o personagem Olga dá uma boa dica sobre a esperança que Lima Barreto nutria pelo futuro. Ele tinha esperança de que o país iria melhorar? De que forma? Esses são alguns aspectos prementes da vida e da obra de Lima Barreto. São, porém, apenas idéias para a elaboração de seu roteiro. Além desses, há outros elementos que você pode explo- rar na sua conversa. Portanto, divirta-se e bom trabalho! ( ) “Canudos não se rendeu. Exemplo único em toda a história, resistiu até o esgotamento completo. Expugnado palmo a palmo, na preci- são integral do termo, caiu no dia 5, ao entardecer, quando caíram os seus últimos defensores, que todos morreram.” ( ) “Foi assim e por isso que os homens, quando pela primeira vez viram a boiguaçu tão demudada, não a conheceram mais. Não conheceram e julgando que era outra, muito outra, chamam-na desde então de boitatá cobra de fogo, boitatá, a boitatá!” ( ) “Desde moço, aí pelos vinte anos, o amor da Pátria tomou-o todo inteiro. (...) estudou a Pátria, nas suas riquezas naturais, na sua histó- ria, na sua geografia, na sua literatu- ra e na sua política.” 1. Triste fim de Policarpo Quaresma é considerado por diversos críticos como o mais importante romance do Pré-Modernismo. Quais as característicasdesse gênero literário presentes na obra? A obra tem a intenção de produzir um retrato fiel da sociedade bra- sileira e dos problemas que a afligem, usando uma linguagem dire- ta e coloquial, como no jornalismo. 2. A obra e a crítica de Lima Barreto são preciosas para se entender o Brasil nos primeiros anos da República. Como era o Brasil na época em que se passa o romance, sua sociedade, men- talidade e política? Um novo regime, o republicano, governava o Brasil. No entanto, a passagem do Império para a República ainda não estava consolida- da e havia insatisfação em alguns setores da sociedade. O povo era relegado e seus direitos ignorados. As elites estavam interessadas apenas em seu próprio benefício. 3. Algumas características descritas por Lima Barreto em Triste fim de Policarpo Quaresma sobre os brasileiros e seus costumes mudaram daquela época para cá, outras não. Em sua opinião, quais delas permanecem as mesmas? A não inclusão das camadas menos favorecidas na nossa sociedade, o descaso das autoridades, o governo em benefício próprio. 7. Como você descreveria a voz narrativa que desenvolve a his- tória de Triste fim de Policarpo Quaresma? A voz narrativa está na terceira pessoa onisciente, isto é, um narra- dor que conhece os personagens e tudo sobre seu passado, presen- te e futuro. 8. Qual é a discussão proposta pelo romance? O livro discute principalmente a questão do nacionalismo no final do século XIX, mas também fala do abismo existente entre as pessoas idealistas e aquelas que se preocupam apenas com seus interesses. 9. (PUC) Do personagem que dá título ao romance Triste fim de Policarpo Quaresma, podemos afirmar que: a) foi um nacionalista extremado, mas nunca estudou com afin- co as coisas brasileiras. b) perpetrou seu suicídio, porque se sentia decepcionado com a realidade brasileira. c) defendeu os valores nacionais, brigou por eles a vida toda e foi condenado à morte injustamente por valores que defendia. d) foi considerado traidor da pátria, porque participou da cons- piração contra Floriano Peixoto. e) era um louco e, por isso, não foi levado a sério pelas pessoas que o cercavam. Alternativa c. 4. (Univest) Triste fim de Policarpo Quaresma, de Lima Barreto, é: a) a narrativa da vida e morte de um funcionário humilde con- formado com a realidade social do seu tempo. b) uma autobiografia em que o personagem-título expõe sua insatisfação com relação à burocracia carioca. c) o relato das aventuras de um nacionalista ingênuo e fanático que lidera um grupo de oposição no início da República. d) um livro de memórias em que o personagem-título, através de um artifício narrativo, conta as atribulações de sua vida até a hora da morte. e) a história de um nacionalista fanático que, quixotescamente, tenta resolver sozinho os males sociais de seu tempo. Alternativa e. 5. O romance Triste fim de Policarpo Quaresma é dividido em três partes, que se referem às reformas propostas pelo major Policarpo para melhorar o Brasil. Descreva quais são essas reformas. Na primeira parte, Policarpo tem a intenção de promover uma reforma cultural, propondo o tupi-guarani como língua oficial do Brasil; na segunda parte, ele busca fazer uma reforma agrícola; finalmente, na terceira parte, Policarpo envolve-se em uma refor- ma política, apoiando o presidente Floriano Peixoto. 6. Algumas das iniciativas de Policarpo dão certo? Por quê? Não, por causa do desinteresse e da mesquinhez da elite brasilei- ra, que está preocupada apenas com os próprios problemas e não com os do país. 62 3 54 UMA OBRA CLÁSSICA PERSONAGENS NARRATIVA 10. Leia as características abaixo e relacione-as aos persona- gens de Triste fim de Policarpo Quaresma: a) “Vivendo há trinta anos quase só, sem se chocar com o mundo, adquirira uma sensibilidade muito viva e capaz de sofrer profundamente com a menor coisa. Nunca sofrera críti- cas, nunca se atirou à publicidade, vivia imerso no seu sonho, incubado e mantido vivo pelo calor dos seus livros. Fora deles, ele não conhecia ninguém; e, com as pessoas com quem falava, trocava pequenas banalidades, ditos de todo dia, coisas com que sua alma e o seu coração nada tinham a ver.” Policarpo Quaresma. b) “O general nada tinha de marcial, nem mesmo o uniforme que talvez não possuísse. Durante toda a sua carreira militar, não viu uma única batalha, não tivera um comando, nada fizera que tivesse relação com sua profissão e seu curso de artilheiro.” General Albernaz, vizinho de Policarpo. c) “Casar, para ela, não era negócio de paixão, nem se inseria no sentimento ou nos sentidos; era uma idéia, uma pura idéia. Aquela sua inteligência rudimentar tinha separado da idéia de casar o amor, o prazer dos sentidos, uma tal ou qual liberdade, a maternidade, até o noivo.” Ismênia, filha do general Albernaz. 11. O único personagem não fictício em Triste fim de Policarpo Quaresma é Floriano Peixoto. De acordo com a descri- ção feita pelo narrador na terceira parte, quais são as caracterís- ticas físicas e morais de Peixoto? Fisicamente, a figura deste presidente é “vulgar e desoladora”; moralmente, é a imagem do preguiçoso, de quem não tem idéias nem amor pelo trabalho. 12. (UFU) Leia e compare os textos seguintes. Estou no hospício ou, melhor, em várias dependências dele, desde o dia 25 do mês passado. (...) Eu sou dado ao maravilhoso, ao fantás- tico, ao hipersensível; nunca, por mais que quisesse, pude ter uma concepção mecânica, rígida do Universo e de nós mesmos. No últi- mo, no fim do homem e do mundo, há mistério e eu creio nele. (...) O que há em mim, meu Deus? Loucura? Quem sabe lá? (...) Que dizer da loucura? Mergulhado no meio de quase duas dezenas de loucos, não se tem absolutamente uma impressão geral dela. BARRETO, Lima. Diário do hospício. E essa mudança não começa, não se sente quando começa e quase nunca acaba. Com o seu padrinho, como fora? A princípio, aquele requerimento... mas que era aquilo? Um capricho, uma fantasia, coisa sem importância, uma idéia de velho sem conseqüência. Depois, aquele ofício? Não tinha importância, uma simples distração, coisa que acon- tece a cada passo... E enfim? A loucura declarada, a torva e irônica lou- cura que nos tira a nossa alma e põe uma outra, que nos rebaixa... BARRETO, Lima. Triste fim de Policarpo Quaresma. Assinale a alternativa correta: a) Sem a experiência pessoal de Lima Barreto sobre a loucura, o autor não teria elementos suficientes para compor seu perso- nagem nem para refletir sobre o tema. b) Em ambos os textos, os narradores crêem que o universo e o homem estão sujeitos a uma ordem supra-sensível, misterio- sa, que impede a demarcação exata da lucidez e da loucura. c) Seguindo padrões estabelecidos, o personagem Quaresma pauta-se por uma conduta racional e objetiva, comportamen- to esse positivista, que o leva à loucura. d) Ainda que não saiba definir a loucura, Lima Barreto faz uma exaltação dela, por meio de sua vida e do personagem Quaresma. Alternativa b. NARRADOR INTERTEXTUALIDADE 1. Triste fim de Policarpo Quaresma é considerado por diversos críticos como o mais importante romance do Pré-Modernismo. Quais as características desse gênero literário presentes na obra? A obra tem a intenção de produzir um retrato fiel da sociedade bra- sileira e dos problemas que a afligem, usando uma linguagem dire- ta e coloquial, como no jornalismo. 2. A obra e a crítica de Lima Barreto são preciosas para se entender o Brasil nos primeiros anos da República. Como era o Brasil na época em que se passa o romance, sua sociedade, men- talidade e política? Um novo regime, o republicano, governava o Brasil. No entanto, a passagem do Império para a República ainda não estava consolida- da e havia insatisfação em alguns setores da sociedade. O povo era relegado e seus direitos ignorados. As elites estavam interessadas apenas em seu próprio benefício. 3. Algumas características descritas por Lima Barreto em Triste fim de Policarpo Quaresma sobre os brasileiros e seus costumes mudaram daquela época paracá, outras não. Em sua opinião, quais delas permanecem as mesmas? A não inclusão das camadas menos favorecidas na nossa sociedade, o descaso das autoridades, o governo em benefício próprio. 7. Como você descreveria a voz narrativa que desenvolve a his- tória de Triste fim de Policarpo Quaresma? A voz narrativa está na terceira pessoa onisciente, isto é, um narra- dor que conhece os personagens e tudo sobre seu passado, presen- te e futuro. 8. Qual é a discussão proposta pelo romance? O livro discute principalmente a questão do nacionalismo no final do século XIX, mas também fala do abismo existente entre as pessoas idealistas e aquelas que se preocupam apenas com seus interesses. 9. (PUC) Do personagem que dá título ao romance Triste fim de Policarpo Quaresma, podemos afirmar que: a) foi um nacionalista extremado, mas nunca estudou com afin- co as coisas brasileiras. b) perpetrou seu suicídio, porque se sentia decepcionado com a realidade brasileira. c) defendeu os valores nacionais, brigou por eles a vida toda e foi condenado à morte injustamente por valores que defendia. d) foi considerado traidor da pátria, porque participou da cons- piração contra Floriano Peixoto. e) era um louco e, por isso, não foi levado a sério pelas pessoas que o cercavam. Alternativa c. 4. (Univest) Triste fim de Policarpo Quaresma, de Lima Barreto, é: a) a narrativa da vida e morte de um funcionário humilde con- formado com a realidade social do seu tempo. b) uma autobiografia em que o personagem-título expõe sua insatisfação com relação à burocracia carioca. c) o relato das aventuras de um nacionalista ingênuo e fanático que lidera um grupo de oposição no início da República. d) um livro de memórias em que o personagem-título, através de um artifício narrativo, conta as atribulações de sua vida até a hora da morte. e) a história de um nacionalista fanático que, quixotescamente, tenta resolver sozinho os males sociais de seu tempo. Alternativa e. 5. O romance Triste fim de Policarpo Quaresma é dividido em três partes, que se referem às reformas propostas pelo major Policarpo para melhorar o Brasil. Descreva quais são essas reformas. Na primeira parte, Policarpo tem a intenção de promover uma reforma cultural, propondo o tupi-guarani como língua oficial do Brasil; na segunda parte, ele busca fazer uma reforma agrícola; finalmente, na terceira parte, Policarpo envolve-se em uma refor- ma política, apoiando o presidente Floriano Peixoto. 6. Algumas das iniciativas de Policarpo dão certo? Por quê? Não, por causa do desinteresse e da mesquinhez da elite brasilei- ra, que está preocupada apenas com os próprios problemas e não com os do país. 62 3 54 UMA OBRA CLÁSSICA PERSONAGENS NARRATIVA 10. Leia as características abaixo e relacione-as aos persona- gens de Triste fim de Policarpo Quaresma: a) “Vivendo há trinta anos quase só, sem se chocar com o mundo, adquirira uma sensibilidade muito viva e capaz de sofrer profundamente com a menor coisa. Nunca sofrera críti- cas, nunca se atirou à publicidade, vivia imerso no seu sonho, incubado e mantido vivo pelo calor dos seus livros. Fora deles, ele não conhecia ninguém; e, com as pessoas com quem falava, trocava pequenas banalidades, ditos de todo dia, coisas com que sua alma e o seu coração nada tinham a ver.” Policarpo Quaresma. b) “O general nada tinha de marcial, nem mesmo o uniforme que talvez não possuísse. Durante toda a sua carreira militar, não viu uma única batalha, não tivera um comando, nada fizera que tivesse relação com sua profissão e seu curso de artilheiro.” General Albernaz, vizinho de Policarpo. c) “Casar, para ela, não era negócio de paixão, nem se inseria no sentimento ou nos sentidos; era uma idéia, uma pura idéia. Aquela sua inteligência rudimentar tinha separado da idéia de casar o amor, o prazer dos sentidos, uma tal ou qual liberdade, a maternidade, até o noivo.” Ismênia, filha do general Albernaz. 11. O único personagem não fictício em Triste fim de Policarpo Quaresma é Floriano Peixoto. De acordo com a descri- ção feita pelo narrador na terceira parte, quais são as caracterís- ticas físicas e morais de Peixoto? Fisicamente, a figura deste presidente é “vulgar e desoladora”; moralmente, é a imagem do preguiçoso, de quem não tem idéias nem amor pelo trabalho. 12. (UFU) Leia e compare os textos seguintes. Estou no hospício ou, melhor, em várias dependências dele, desde o dia 25 do mês passado. (...) Eu sou dado ao maravilhoso, ao fantás- tico, ao hipersensível; nunca, por mais que quisesse, pude ter uma concepção mecânica, rígida do Universo e de nós mesmos. No últi- mo, no fim do homem e do mundo, há mistério e eu creio nele. (...) O que há em mim, meu Deus? Loucura? Quem sabe lá? (...) Que dizer da loucura? Mergulhado no meio de quase duas dezenas de loucos, não se tem absolutamente uma impressão geral dela. BARRETO, Lima. Diário do hospício. E essa mudança não começa, não se sente quando começa e quase nunca acaba. Com o seu padrinho, como fora? A princípio, aquele requerimento... mas que era aquilo? Um capricho, uma fantasia, coisa sem importância, uma idéia de velho sem conseqüência. Depois, aquele ofício? Não tinha importância, uma simples distração, coisa que acon- tece a cada passo... E enfim? A loucura declarada, a torva e irônica lou- cura que nos tira a nossa alma e põe uma outra, que nos rebaixa... BARRETO, Lima. Triste fim de Policarpo Quaresma. Assinale a alternativa correta: a) Sem a experiência pessoal de Lima Barreto sobre a loucura, o autor não teria elementos suficientes para compor seu perso- nagem nem para refletir sobre o tema. b) Em ambos os textos, os narradores crêem que o universo e o homem estão sujeitos a uma ordem supra-sensível, misterio- sa, que impede a demarcação exata da lucidez e da loucura. c) Seguindo padrões estabelecidos, o personagem Quaresma pauta-se por uma conduta racional e objetiva, comportamen- to esse positivista, que o leva à loucura. d) Ainda que não saiba definir a loucura, Lima Barreto faz uma exaltação dela, por meio de sua vida e do personagem Quaresma. Alternativa b. NARRADOR INTERTEXTUALIDADE 1. Triste fim de Policarpo Quaresma é considerado por diversos críticos como o mais importante romance do Pré-Modernismo. Quais as características desse gênero literário presentes na obra? A obra tem a intenção de produzir um retrato fiel da sociedade bra- sileira e dos problemas que a afligem, usando uma linguagem dire- ta e coloquial, como no jornalismo. 2. A obra e a crítica de Lima Barreto são preciosas para se entender o Brasil nos primeiros anos da República. Como era o Brasil na época em que se passa o romance, sua sociedade, men- talidade e política? Um novo regime, o republicano, governava o Brasil. No entanto, a passagem do Império para a República ainda não estava consolida- da e havia insatisfação em alguns setores da sociedade. O povo era relegado e seus direitos ignorados. As elites estavam interessadas apenas em seu próprio benefício. 3. Algumas características descritas por Lima Barreto em Triste fim de Policarpo Quaresma sobre os brasileiros e seus costumes mudaram daquela época para cá, outras não. Em sua opinião, quais delas permanecem as mesmas? A não inclusão das camadas menos favorecidas na nossa sociedade, o descaso das autoridades, o governo em benefício próprio. 7. Como você descreveria a voz narrativa que desenvolve a his- tória de Triste fim de Policarpo Quaresma? A voz narrativa está na terceira pessoa onisciente, isto é, um narra- dor que conhece os personagens e tudo sobre seu passado, presen- te e futuro. 8. Qual é a discussão proposta pelo romance? O livro discute principalmente a questão do nacionalismo no final do século XIX, mas também fala do abismo existente entre as pessoas idealistas e aquelas que se preocupam apenas com seus interesses. 9. (PUC) Do personagem que dá título ao romance Triste fim de Policarpo Quaresma, podemos afirmar que: a) foi um nacionalista extremado, mas nunca estudou com afin- co as coisasbrasileiras. b) perpetrou seu suicídio, porque se sentia decepcionado com a realidade brasileira. c) defendeu os valores nacionais, brigou por eles a vida toda e foi condenado à morte injustamente por valores que defendia. d) foi considerado traidor da pátria, porque participou da cons- piração contra Floriano Peixoto. e) era um louco e, por isso, não foi levado a sério pelas pessoas que o cercavam. Alternativa c. 4. (Univest) Triste fim de Policarpo Quaresma, de Lima Barreto, é: a) a narrativa da vida e morte de um funcionário humilde con- formado com a realidade social do seu tempo. b) uma autobiografia em que o personagem-título expõe sua insatisfação com relação à burocracia carioca. c) o relato das aventuras de um nacionalista ingênuo e fanático que lidera um grupo de oposição no início da República. d) um livro de memórias em que o personagem-título, através de um artifício narrativo, conta as atribulações de sua vida até a hora da morte. e) a história de um nacionalista fanático que, quixotescamente, tenta resolver sozinho os males sociais de seu tempo. Alternativa e. 5. O romance Triste fim de Policarpo Quaresma é dividido em três partes, que se referem às reformas propostas pelo major Policarpo para melhorar o Brasil. Descreva quais são essas reformas. Na primeira parte, Policarpo tem a intenção de promover uma reforma cultural, propondo o tupi-guarani como língua oficial do Brasil; na segunda parte, ele busca fazer uma reforma agrícola; finalmente, na terceira parte, Policarpo envolve-se em uma refor- ma política, apoiando o presidente Floriano Peixoto. 6. Algumas das iniciativas de Policarpo dão certo? Por quê? Não, por causa do desinteresse e da mesquinhez da elite brasilei- ra, que está preocupada apenas com os próprios problemas e não com os do país. 62 3 54 UMA OBRA CLÁSSICA PERSONAGENS NARRATIVA 10. Leia as características abaixo e relacione-as aos persona- gens de Triste fim de Policarpo Quaresma: a) “Vivendo há trinta anos quase só, sem se chocar com o mundo, adquirira uma sensibilidade muito viva e capaz de sofrer profundamente com a menor coisa. Nunca sofrera críti- cas, nunca se atirou à publicidade, vivia imerso no seu sonho, incubado e mantido vivo pelo calor dos seus livros. Fora deles, ele não conhecia ninguém; e, com as pessoas com quem falava, trocava pequenas banalidades, ditos de todo dia, coisas com que sua alma e o seu coração nada tinham a ver.” Policarpo Quaresma. b) “O general nada tinha de marcial, nem mesmo o uniforme que talvez não possuísse. Durante toda a sua carreira militar, não viu uma única batalha, não tivera um comando, nada fizera que tivesse relação com sua profissão e seu curso de artilheiro.” General Albernaz, vizinho de Policarpo. c) “Casar, para ela, não era negócio de paixão, nem se inseria no sentimento ou nos sentidos; era uma idéia, uma pura idéia. Aquela sua inteligência rudimentar tinha separado da idéia de casar o amor, o prazer dos sentidos, uma tal ou qual liberdade, a maternidade, até o noivo.” Ismênia, filha do general Albernaz. 11. O único personagem não fictício em Triste fim de Policarpo Quaresma é Floriano Peixoto. De acordo com a descri- ção feita pelo narrador na terceira parte, quais são as caracterís- ticas físicas e morais de Peixoto? Fisicamente, a figura deste presidente é “vulgar e desoladora”; moralmente, é a imagem do preguiçoso, de quem não tem idéias nem amor pelo trabalho. 12. (UFU) Leia e compare os textos seguintes. Estou no hospício ou, melhor, em várias dependências dele, desde o dia 25 do mês passado. (...) Eu sou dado ao maravilhoso, ao fantás- tico, ao hipersensível; nunca, por mais que quisesse, pude ter uma concepção mecânica, rígida do Universo e de nós mesmos. No últi- mo, no fim do homem e do mundo, há mistério e eu creio nele. (...) O que há em mim, meu Deus? Loucura? Quem sabe lá? (...) Que dizer da loucura? Mergulhado no meio de quase duas dezenas de loucos, não se tem absolutamente uma impressão geral dela. BARRETO, Lima. Diário do hospício. E essa mudança não começa, não se sente quando começa e quase nunca acaba. Com o seu padrinho, como fora? A princípio, aquele requerimento... mas que era aquilo? Um capricho, uma fantasia, coisa sem importância, uma idéia de velho sem conseqüência. Depois, aquele ofício? Não tinha importância, uma simples distração, coisa que acon- tece a cada passo... E enfim? A loucura declarada, a torva e irônica lou- cura que nos tira a nossa alma e põe uma outra, que nos rebaixa... BARRETO, Lima. Triste fim de Policarpo Quaresma. Assinale a alternativa correta: a) Sem a experiência pessoal de Lima Barreto sobre a loucura, o autor não teria elementos suficientes para compor seu perso- nagem nem para refletir sobre o tema. b) Em ambos os textos, os narradores crêem que o universo e o homem estão sujeitos a uma ordem supra-sensível, misterio- sa, que impede a demarcação exata da lucidez e da loucura. c) Seguindo padrões estabelecidos, o personagem Quaresma pauta-se por uma conduta racional e objetiva, comportamen- to esse positivista, que o leva à loucura. d) Ainda que não saiba definir a loucura, Lima Barreto faz uma exaltação dela, por meio de sua vida e do personagem Quaresma. Alternativa b. NARRADOR INTERTEXTUALIDADE 1. Triste fim de Policarpo Quaresma é considerado por diversos críticos como o mais importante romance do Pré-Modernismo. Quais as características desse gênero literário presentes na obra? A obra tem a intenção de produzir um retrato fiel da sociedade bra- sileira e dos problemas que a afligem, usando uma linguagem dire- ta e coloquial, como no jornalismo. 2. A obra e a crítica de Lima Barreto são preciosas para se entender o Brasil nos primeiros anos da República. Como era o Brasil na época em que se passa o romance, sua sociedade, men- talidade e política? Um novo regime, o republicano, governava o Brasil. No entanto, a passagem do Império para a República ainda não estava consolida- da e havia insatisfação em alguns setores da sociedade. O povo era relegado e seus direitos ignorados. As elites estavam interessadas apenas em seu próprio benefício. 3. Algumas características descritas por Lima Barreto em Triste fim de Policarpo Quaresma sobre os brasileiros e seus costumes mudaram daquela época para cá, outras não. Em sua opinião, quais delas permanecem as mesmas? A não inclusão das camadas menos favorecidas na nossa sociedade, o descaso das autoridades, o governo em benefício próprio. 4. (Univest) Triste fim de Policarpo Quaresma, de Lima Barreto, é: a) a narrativa da vida e morte de um funcionário humilde con- formado com a realidade social do seu tempo. b) uma autobiografia em que o personagem-título expõe sua insatisfação com relação à burocracia carioca. c) o relato das aventuras de um nacionalista ingênuo e fanático que lidera um grupo de oposição no início da República. d) um livro de memórias em que o personagem-título, através de um artifício narrativo, conta as atribulações de sua vida até a hora da morte. e) a história de um nacionalista fanático que, quixotescamente, tenta resolver sozinho os males sociais de seu tempo. Alternativa e. 5. O romance Triste fim de Policarpo Quaresma é dividido em três partes, que se referem às reformas propostas pelo major Policarpo para melhorar o Brasil. Descreva quais são essas reformas. Na primeira parte, Policarpo tem a intenção de promover uma reforma cultural, propondo o tupi-guarani como língua oficial do Brasil; na segunda parte, ele busca fazer uma reforma agrícola; finalmente, na terceira parte, Policarpo envolve-se em uma refor- ma política, apoiando o presidente Floriano Peixoto. 6. Algumas das iniciativas de Policarpo dão certo? Por quê? Não, por causa do desinteresse e da mesquinhez da elite brasilei- ra, que está preocupada apenas com os próprios problemas e não com os do país. 62 3 54 UMA OBRA CLÁSSICA PERSONAGENS NARRATIVA 10. Leia as características abaixo e relacione-as aos persona- gens de Triste fim de Policarpo Quaresma: a) “Vivendohá trinta anos quase só, sem se chocar com o mundo, adquirira uma sensibilidade muito viva e capaz de sofrer profundamente com a menor coisa. Nunca sofrera críti- cas, nunca se atirou à publicidade, vivia imerso no seu sonho, incubado e mantido vivo pelo calor dos seus livros. Fora deles, ele não conhecia ninguém; e, com as pessoas com quem falava, trocava pequenas banalidades, ditos de todo dia, coisas com que sua alma e o seu coração nada tinham a ver.” Policarpo Quaresma. b) “O general nada tinha de marcial, nem mesmo o uniforme que talvez não possuísse. Durante toda a sua carreira militar, não viu uma única batalha, não tivera um comando, nada fizera que tivesse relação com sua profissão e seu curso de artilheiro.” General Albernaz, vizinho de Policarpo. c) “Casar, para ela, não era negócio de paixão, nem se inseria no sentimento ou nos sentidos; era uma idéia, uma pura idéia. Aquela sua inteligência rudimentar tinha separado da idéia de casar o amor, o prazer dos sentidos, uma tal ou qual liberdade, a maternidade, até o noivo.” Ismênia, filha do general Albernaz. 11. O único personagem não fictício em Triste fim de Policarpo Quaresma é Floriano Peixoto. De acordo com a descri- ção feita pelo narrador na terceira parte, quais são as caracterís- ticas físicas e morais de Peixoto? Fisicamente, a figura deste presidente é “vulgar e desoladora”; moralmente, é a imagem do preguiçoso, de quem não tem idéias nem amor pelo trabalho. 12. (UFU) Leia e compare os textos seguintes. Estou no hospício ou, melhor, em várias dependências dele, desde o dia 25 do mês passado. (...) Eu sou dado ao maravilhoso, ao fantás- tico, ao hipersensível; nunca, por mais que quisesse, pude ter uma concepção mecânica, rígida do Universo e de nós mesmos. No últi- mo, no fim do homem e do mundo, há mistério e eu creio nele. (...) O que há em mim, meu Deus? Loucura? Quem sabe lá? (...) Que dizer da loucura? Mergulhado no meio de quase duas dezenas de loucos, não se tem absolutamente uma impressão geral dela. BARRETO, Lima. Diário do hospício. E essa mudança não começa, não se sente quando começa e quase nunca acaba. Com o seu padrinho, como fora? A princípio, aquele requerimento... mas que era aquilo? Um capricho, uma fantasia, coisa sem importância, uma idéia de velho sem conseqüência. Depois, aquele ofício? Não tinha importância, uma simples distração, coisa que acon- tece a cada passo... E enfim? A loucura declarada, a torva e irônica lou- cura que nos tira a nossa alma e põe uma outra, que nos rebaixa... BARRETO, Lima. Triste fim de Policarpo Quaresma. Assinale a alternativa correta: a) Sem a experiência pessoal de Lima Barreto sobre a loucura, o autor não teria elementos suficientes para compor seu perso- nagem nem para refletir sobre o tema. b) Em ambos os textos, os narradores crêem que o universo e o homem estão sujeitos a uma ordem supra-sensível, misterio- sa, que impede a demarcação exata da lucidez e da loucura. c) Seguindo padrões estabelecidos, o personagem Quaresma pauta-se por uma conduta racional e objetiva, comportamen- to esse positivista, que o leva à loucura. d) Ainda que não saiba definir a loucura, Lima Barreto faz uma exaltação dela, por meio de sua vida e do personagem Quaresma. Alternativa b. NARRADOR INTERTEXTUALIDADE 1. Triste fim de Policarpo Quaresma é considerado por diversos críticos como o mais importante romance do Pré-Modernismo. Quais as características desse gênero literário presentes na obra? A obra tem a intenção de produzir um retrato fiel da sociedade bra- sileira e dos problemas que a afligem, usando uma linguagem dire- ta e coloquial, como no jornalismo. 2. A obra e a crítica de Lima Barreto são preciosas para se entender o Brasil nos primeiros anos da República. Como era o Brasil na época em que se passa o romance, sua sociedade, men- talidade e política? Um novo regime, o republicano, governava o Brasil. No entanto, a passagem do Império para a República ainda não estava consolida- da e havia insatisfação em alguns setores da sociedade. O povo era relegado e seus direitos ignorados. As elites estavam interessadas apenas em seu próprio benefício. 3. Algumas características descritas por Lima Barreto em Triste fim de Policarpo Quaresma sobre os brasileiros e seus costumes mudaram daquela época para cá, outras não. Em sua opinião, quais delas permanecem as mesmas? A não inclusão das camadas menos favorecidas na nossa sociedade, o descaso das autoridades, o governo em benefício próprio. 7. Como você descreveria a voz narrativa que desenvolve a his- tória de Triste fim de Policarpo Quaresma? A voz narrativa está na terceira pessoa onisciente, isto é, um narra- dor que conhece os personagens e tudo sobre seu passado, presen- te e futuro. 8. Qual é a discussão proposta pelo romance? O livro discute principalmente a questão do nacionalismo no final do século XIX, mas também fala do abismo existente entre as pessoas idealistas e aquelas que se preocupam apenas com seus interesses. 9. (PUC) Do personagem que dá título ao romance Triste fim de Policarpo Quaresma, podemos afirmar que: a) foi um nacionalista extremado, mas nunca estudou com afin- co as coisas brasileiras. b) perpetrou seu suicídio, porque se sentia decepcionado com a realidade brasileira. c) defendeu os valores nacionais, brigou por eles a vida toda e foi condenado à morte injustamente por valores que defendia. d) foi considerado traidor da pátria, porque participou da cons- piração contra Floriano Peixoto. e) era um louco e, por isso, não foi levado a sério pelas pessoas que o cercavam. Alternativa c. 4. (Univest) Triste fim de Policarpo Quaresma, de Lima Barreto, é: a) a narrativa da vida e morte de um funcionário humilde con- formado com a realidade social do seu tempo. b) uma autobiografia em que o personagem-título expõe sua insatisfação com relação à burocracia carioca. c) o relato das aventuras de um nacionalista ingênuo e fanático que lidera um grupo de oposição no início da República. d) um livro de memórias em que o personagem-título, através de um artifício narrativo, conta as atribulações de sua vida até a hora da morte. e) a história de um nacionalista fanático que, quixotescamente, tenta resolver sozinho os males sociais de seu tempo. Alternativa e. 5. O romance Triste fim de Policarpo Quaresma é dividido em três partes, que se referem às reformas propostas pelo major Policarpo para melhorar o Brasil. Descreva quais são essas reformas. Na primeira parte, Policarpo tem a intenção de promover uma reforma cultural, propondo o tupi-guarani como língua oficial do Brasil; na segunda parte, ele busca fazer uma reforma agrícola; finalmente, na terceira parte, Policarpo envolve-se em uma refor- ma política, apoiando o presidente Floriano Peixoto. 6. Algumas das iniciativas de Policarpo dão certo? Por quê? Não, por causa do desinteresse e da mesquinhez da elite brasilei- ra, que está preocupada apenas com os próprios problemas e não com os do país. 62 3 54 UMA OBRA CLÁSSICA PERSONAGENS NARRATIVA 10. Leia as características abaixo e relacione-as aos persona- gens de Triste fim de Policarpo Quaresma: a) “Vivendo há trinta anos quase só, sem se chocar com o mundo, adquirira uma sensibilidade muito viva e capaz de sofrer profundamente com a menor coisa. Nunca sofrera críti- cas, nunca se atirou à publicidade, vivia imerso no seu sonho, incubado e mantido vivo pelo calor dos seus livros. Fora deles, ele não conhecia ninguém; e, com as pessoas com quem falava, trocava pequenas banalidades, ditos de todo dia, coisas com que sua alma e o seu coração nada tinham a ver.” Policarpo Quaresma. b) “O general nada tinha de marcial, nem mesmo o uniforme que talvez não possuísse. Durante toda a sua carreira militar, não viu uma única batalha, não tivera um comando, nada fizera que tivesse relação com sua profissão e seu curso de artilheiro.” General Albernaz, vizinho de Policarpo. c) “Casar, para ela, não era negócio de paixão, nem se inseria no sentimento ou nos sentidos; era umaidéia, uma pura idéia. Aquela sua inteligência rudimentar tinha separado da idéia de casar o amor, o prazer dos sentidos, uma tal ou qual liberdade, a maternidade, até o noivo.” Ismênia, filha do general Albernaz. 11. O único personagem não fictício em Triste fim de Policarpo Quaresma é Floriano Peixoto. De acordo com a descri- ção feita pelo narrador na terceira parte, quais são as caracterís- ticas físicas e morais de Peixoto? Fisicamente, a figura deste presidente é “vulgar e desoladora”; moralmente, é a imagem do preguiçoso, de quem não tem idéias nem amor pelo trabalho. 12. (UFU) Leia e compare os textos seguintes. Estou no hospício ou, melhor, em várias dependências dele, desde o dia 25 do mês passado. (...) Eu sou dado ao maravilhoso, ao fantás- tico, ao hipersensível; nunca, por mais que quisesse, pude ter uma concepção mecânica, rígida do Universo e de nós mesmos. No últi- mo, no fim do homem e do mundo, há mistério e eu creio nele. (...) O que há em mim, meu Deus? Loucura? Quem sabe lá? (...) Que dizer da loucura? Mergulhado no meio de quase duas dezenas de loucos, não se tem absolutamente uma impressão geral dela. BARRETO, Lima. Diário do hospício. E essa mudança não começa, não se sente quando começa e quase nunca acaba. Com o seu padrinho, como fora? A princípio, aquele requerimento... mas que era aquilo? Um capricho, uma fantasia, coisa sem importância, uma idéia de velho sem conseqüência. Depois, aquele ofício? Não tinha importância, uma simples distração, coisa que acon- tece a cada passo... E enfim? A loucura declarada, a torva e irônica lou- cura que nos tira a nossa alma e põe uma outra, que nos rebaixa... BARRETO, Lima. Triste fim de Policarpo Quaresma. Assinale a alternativa correta: a) Sem a experiência pessoal de Lima Barreto sobre a loucura, o autor não teria elementos suficientes para compor seu perso- nagem nem para refletir sobre o tema. b) Em ambos os textos, os narradores crêem que o universo e o homem estão sujeitos a uma ordem supra-sensível, misterio- sa, que impede a demarcação exata da lucidez e da loucura. c) Seguindo padrões estabelecidos, o personagem Quaresma pauta-se por uma conduta racional e objetiva, comportamen- to esse positivista, que o leva à loucura. d) Ainda que não saiba definir a loucura, Lima Barreto faz uma exaltação dela, por meio de sua vida e do personagem Quaresma. Alternativa b. NARRADOR INTERTEXTUALIDADE 8 14. Leia o seguinte trecho: (...) Conseqüentemente, o período revela, quando visto em conjunto, três camadas (a permanência de autores oitocentistas; os neoparna- sianos e neosimbolistas; prenúncios do Modernismo) dispostas em duas linhas de força que se antagonizam e por vezes se confundem, uma, representada pela persistência dos moldes anteriores (parnasia- nos, realistas, simbolistas), outra, pelo moderno como se concebia nos primeiros decênios do século XX. A bipolaridade é, pois, o símbolo per- feito dos escritores do período: destituídos de plataforma definida, cul- tuando ainda os “ismos” oitocentistas à falta de sucedâneos europeus, e ao mesmo tempo sentindo pulsar o novo no recesso da euforia gene- ralizada, ficaram indecisos ante os caminhos a trilhar. Graças à ori- ginalidade que alcançaram emprestar a seus escritos, não podem ser rotulados de epígonos; por outro lado, a filiação às estéticas oitocen- tistas impede-os de fruir plena liberdade criadora. Situados nessa zona intervalar, distinguem-se, quer dos mestres do Realismo e do Simbolismo, quer dos modernistas vindouros, então a preparar a sua arrancada revolucionária. Não obstante a sua voz soasse menos sono- ra que a dos precedentes ou dos pósteros, tais escritores é que represen- tam a quadra: falar em belle époque é falar de Graça Aranha, Coelho Neto, Lima Barreto, Monteiro Lobato, Adelino Magalhães, Augusto dos Anjos, Raul de Leoni, João do Rio e outros. MOISÉS, Massaud. “Belle époque (1902-1922)”. In: História da literatura brasileira, v. II – Realismo e Simbolismo. São Paulo: Cultrix, 2001. p. 375-80. De acordo com o autor, quais são as características da literatura das duas primeiras décadas do século XX? Não há uma única tendência, mas várias, inclusive o ressurgimen- to do Parnasianismo, do Simbolismo e do Realismo. Entre essas diversas correntes, surge uma preocupada em denunciar os proble- mas brasileiros utilizando uma linguagem próxima da falada. Essa tendência veio a ser denominada de Pré-Modernismo, pois traz em si a semente do Modernismo. 7 19 10 SUPLEMENTO DE ATIVIDADES NOME: NO: SÉRIE: ESCOLA: TRISTE FIM DE POLICARPO QUARESMA LIMA BARRETO Triste fim de Policarpo Quaresma, de Lima Barreto, é uma das principais expressões ficcionais do quadro social brasileiro dos primeiros anos da República. Considerada representante do Pré-Modernismo brasileiro, a obra discute o conceito de litera- tura como instrumento de denúncia social, trazendo à tona questões como o nacionalismo e a opressão aos desfavorecidos. As atividades a seguir pretendem ampliar a compreensão desta obra e de seu tempo. Desenvolva-as após a leitura do livro, dos Diários de um Clássico, da Contextualização Histórica e da Entrevista Imaginária. CONTEXTUALIZAÇÃO HISTÓRICA13. (PUC) Associe as obras pré-modernistas (primeira colu- na) aos respectivos fragmentos a elas pertencentes (segunda coluna). I. Triste fim de Policarpo Quaresma (Lima Barreto) II. Os Sertões (Euclides da Cunha) III. Lendas do Sul (Simões Lopes Neto) A seqüência correta, de cima para baixo, na segunda coluna, é: a) II – III – I b) III – II – I c) I – II – III d) II – I – III e) I – III – II Alternativa a. 15. Leia o seguinte trecho: (...) Desconfiado tanto do critério “documental nacional” quanto do cri- tério “documental naturalista” para seleção dos textos literários, José Veríssimo procedeu em suas obras uma seleção mais restrita de auto- res e obras (...) Os critérios da nova abordagem crítica exigiram o reposicionamento de algumas obras e autores, como Machado de Assis (...) Veríssimo entendia que a obra de Machado era, sim, expressão da nacionalidade, mas imbuída de um nacional que dia- logava permanentemente com o universal. Além disso, segundo Ventura (1995), Veríssimo via na obra de Machado um projeto esté- tico que não se voltava para o leitor do presente, apegado ao modelo realista-naturalista, mas para um leitor ideal do futuro. CEREJA, William Roberto. “Os impasses da historiografia e da crítica no século XX”. In: Ensino de literatura. São Paulo: Atual, 2005. p.133. O texto acima demonstra um rompimento com o projeto estéti- co vigente na literatura do século XIX. De que forma Machado de Assis influenciou os pré-modernistas? Como em Machado, os pré-modernistas faziam da sua obra expres- são da nacionalidade, “mas imbuída de um nacional que dialogava permanentemente com o universal”. Igualmente, o projeto estético dos pré-modernistas rompe com o modelo realista-naturalista. A NOVA DO CADÁVER - A SUA ENTREVISTA IMAGINÁRIA Agora é com você, caro leitor. Valendo-se das orientações desta edição e das suas respostas às atividades de leitura, elabore uma nova entrevista com o autor, mais ou menos como a Entrevista Imaginária do final do livro. Se você tivesse a oportunidade de entrevistar um dos maiores romancistas da literatura brasileira, que perguntas faria a ele? Aqui estão algumas sugestões: Lima Barreto viveu numa época de transição entre o Império e a República, quando os conflitos de interesse se chocavam com as novas orientações surgidas no cenário nacional. A escravatu- ra era abolida, a pequena burguesia começava a confrontar seus valores com os da oligarquia dominante. De acordo com o que você leu em Triste fim de Policarpo Quaresma, como será que Lima Barreto via essa transição? Ele descreve insatisfações de alguns setores da sociedade? Quais eram esses setores e quais os seus problemas? O escritor não se conformava com as injustiças sociais que via, cuidadosamente encobertas por uma falsa idéia de que o Brasil era um país perfeito, cheio de abundância eliberdade para todos. Você pode explorar esse aspecto tão presente em sua obra, indagando como era o Brasil daquele tempo, quais as dife- renças que o escritor buscava combater com suas obras e se ele tinha esperança de que houvesse uma mudança maior. Você também pode perguntar quais dos seus personagens espelham essa realidade e as respostas que eles dariam a essa situação. Lima Barreto também sofreu preconceito racial, por causa da sua condição de mestiço. Ele sabia que, apesar do seu potencial, a origem humilde não lhe garantia acesso à projeção e ao reco- nhecimento que tanto almejava. Como isso refletiu em sua vida pessoal? Que outros problemas surgiram dessa exclusão com- pulsória sofrida pelo escritor? Além do preconceito racial, sua vida foi marcada por problemas familiares. A loucura de seu pai o afligia profundamente, e o próprio Lima Barreto foi internado duas vezes em um manicô- mio. Como será que ele se relacionava com esse aspecto tão ter- rível da sua realidade? O que era, para ele, a loucura? Outra sugestão para você explorar na sua entrevista imaginária é a maneira que o escritor via o futuro do Brasil. No final de Triste fim de Policarpo Quaresma, o personagem Olga dá uma boa dica sobre a esperança que Lima Barreto nutria pelo futuro. Ele tinha esperança de que o país iria melhorar? De que forma? Esses são alguns aspectos prementes da vida e da obra de Lima Barreto. São, porém, apenas idéias para a elaboração de seu roteiro. Além desses, há outros elementos que você pode explo- rar na sua conversa. Portanto, divirta-se e bom trabalho! ( ) “Canudos não se rendeu. Exemplo único em toda a história, resistiu até o esgotamento completo. Expugnado palmo a palmo, na preci- são integral do termo, caiu no dia 5, ao entardecer, quando caíram os seus últimos defensores, que todos morreram.” ( ) “Foi assim e por isso que os homens, quando pela primeira vez viram a boiguaçu tão demudada, não a conheceram mais. Não conheceram e julgando que era outra, muito outra, chamam-na desde então de boitatá cobra de fogo, boitatá, a boitatá!” ( ) “Desde moço, aí pelos vinte anos, o amor da Pátria tomou-o todo inteiro. (...) estudou a Pátria, nas suas riquezas naturais, na sua histó- ria, na sua geografia, na sua literatu- ra e na sua política.” 8 14. Leia o seguinte trecho: (...) Conseqüentemente, o período revela, quando visto em conjunto, três camadas (a permanência de autores oitocentistas; os neoparna- sianos e neosimbolistas; prenúncios do Modernismo) dispostas em duas linhas de força que se antagonizam e por vezes se confundem, uma, representada pela persistência dos moldes anteriores (parnasia- nos, realistas, simbolistas), outra, pelo moderno como se concebia nos primeiros decênios do século XX. A bipolaridade é, pois, o símbolo per- feito dos escritores do período: destituídos de plataforma definida, cul- tuando ainda os “ismos” oitocentistas à falta de sucedâneos europeus, e ao mesmo tempo sentindo pulsar o novo no recesso da euforia gene- ralizada, ficaram indecisos ante os caminhos a trilhar. Graças à ori- ginalidade que alcançaram emprestar a seus escritos, não podem ser rotulados de epígonos; por outro lado, a filiação às estéticas oitocen- tistas impede-os de fruir plena liberdade criadora. Situados nessa zona intervalar, distinguem-se, quer dos mestres do Realismo e do Simbolismo, quer dos modernistas vindouros, então a preparar a sua arrancada revolucionária. Não obstante a sua voz soasse menos sono- ra que a dos precedentes ou dos pósteros, tais escritores é que represen- tam a quadra: falar em belle époque é falar de Graça Aranha, Coelho Neto, Lima Barreto, Monteiro Lobato, Adelino Magalhães, Augusto dos Anjos, Raul de Leoni, João do Rio e outros. MOISÉS, Massaud. “Belle époque (1902-1922)”. In: História da literatura brasileira, v. II – Realismo e Simbolismo. São Paulo: Cultrix, 2001. p. 375-80. De acordo com o autor, quais são as características da literatura das duas primeiras décadas do século XX? Não há uma única tendência, mas várias, inclusive o ressurgimen- to do Parnasianismo, do Simbolismo e do Realismo. Entre essas diversas correntes, surge uma preocupada em denunciar os proble- mas brasileiros utilizando uma linguagem próxima da falada. Essa tendência veio a ser denominada de Pré-Modernismo, pois traz em si a semente do Modernismo. 7 19 10 SUPLEMENTO DE ATIVIDADES NOME: NO: SÉRIE: ESCOLA: TRISTE FIM DE POLICARPO QUARESMA LIMA BARRETO Triste fim de Policarpo Quaresma, de Lima Barreto, é uma das principais expressões ficcionais do quadro social brasileiro dos primeiros anos da República. Considerada representante do Pré-Modernismo brasileiro, a obra discute o conceito de litera- tura como instrumento de denúncia social, trazendo à tona questões como o nacionalismo e a opressão aos desfavorecidos. As atividades a seguir pretendem ampliar a compreensão desta obra e de seu tempo. Desenvolva-as após a leitura do livro, dos Diários de um Clássico, da Contextualização Histórica e da Entrevista Imaginária. CONTEXTUALIZAÇÃO HISTÓRICA13. (PUC) Associe as obras pré-modernistas (primeira colu- na) aos respectivos fragmentos a elas pertencentes (segunda coluna). I. Triste fim de Policarpo Quaresma (Lima Barreto) II. Os Sertões (Euclides da Cunha) III. Lendas do Sul (Simões Lopes Neto) A seqüência correta, de cima para baixo, na segunda coluna, é: a) II – III – I b) III – II – I c) I – II – III d) II – I – III e) I – III – II Alternativa a. 15. Leia o seguinte trecho: (...) Desconfiado tanto do critério “documental nacional” quanto do cri- tério “documental naturalista” para seleção dos textos literários, José Veríssimo procedeu em suas obras uma seleção mais restrita de auto- res e obras (...) Os critérios da nova abordagem crítica exigiram o reposicionamento de algumas obras e autores, como Machado de Assis (...) Veríssimo entendia que a obra de Machado era, sim, expressão da nacionalidade, mas imbuída de um nacional que dia- logava permanentemente com o universal. Além disso, segundo Ventura (1995), Veríssimo via na obra de Machado um projeto esté- tico que não se voltava para o leitor do presente, apegado ao modelo realista-naturalista, mas para um leitor ideal do futuro. CEREJA, William Roberto. “Os impasses da historiografia e da crítica no século XX”. In: Ensino de literatura. São Paulo: Atual, 2005. p.133. O texto acima demonstra um rompimento com o projeto estéti- co vigente na literatura do século XIX. De que forma Machado de Assis influenciou os pré-modernistas? Como em Machado, os pré-modernistas faziam da sua obra expres- são da nacionalidade, “mas imbuída de um nacional que dialogava permanentemente com o universal”. Igualmente, o projeto estético dos pré-modernistas rompe com o modelo realista-naturalista. A NOVA DO CADÁVER - A SUA ENTREVISTA IMAGINÁRIA Agora é com você, caro leitor. Valendo-se das orientações desta edição e das suas respostas às atividades de leitura, elabore uma nova entrevista com o autor, mais ou menos como a Entrevista Imaginária do final do livro. Se você tivesse a oportunidade de entrevistar um dos maiores romancistas da literatura brasileira, que perguntas faria a ele? Aqui estão algumas sugestões: Lima Barreto viveu numa época de transição entre o Império e a República, quando os conflitos de interesse se chocavam com as novas orientações surgidas no cenário nacional. A escravatu- ra era abolida, a pequena burguesia começava a confrontar seus valores com os da oligarquia dominante. De acordo com o que você leu em Triste fim de Policarpo Quaresma, como será que Lima Barreto via essa transição? Ele descreve insatisfações de alguns setores da sociedade? Quais eram esses setores e quais os seus problemas? O escritor não se conformava com as injustiças sociais que via, cuidadosamente encobertas por uma falsa idéia de que o Brasil era um país perfeito, cheio de abundância e liberdade para todos. Você pode explorar esse aspecto tão presente em sua obra, indagando como era o Brasil daquele tempo, quais as dife- rençasque o escritor buscava combater com suas obras e se ele tinha esperança de que houvesse uma mudança maior. Você também pode perguntar quais dos seus personagens espelham essa realidade e as respostas que eles dariam a essa situação. Lima Barreto também sofreu preconceito racial, por causa da sua condição de mestiço. Ele sabia que, apesar do seu potencial, a origem humilde não lhe garantia acesso à projeção e ao reco- nhecimento que tanto almejava. Como isso refletiu em sua vida pessoal? Que outros problemas surgiram dessa exclusão com- pulsória sofrida pelo escritor? Além do preconceito racial, sua vida foi marcada por problemas familiares. A loucura de seu pai o afligia profundamente, e o próprio Lima Barreto foi internado duas vezes em um manicô- mio. Como será que ele se relacionava com esse aspecto tão ter- rível da sua realidade? O que era, para ele, a loucura? Outra sugestão para você explorar na sua entrevista imaginária é a maneira que o escritor via o futuro do Brasil. No final de Triste fim de Policarpo Quaresma, o personagem Olga dá uma boa dica sobre a esperança que Lima Barreto nutria pelo futuro. Ele tinha esperança de que o país iria melhorar? De que forma? Esses são alguns aspectos prementes da vida e da obra de Lima Barreto. São, porém, apenas idéias para a elaboração de seu roteiro. Além desses, há outros elementos que você pode explo- rar na sua conversa. Portanto, divirta-se e bom trabalho! ( ) “Canudos não se rendeu. Exemplo único em toda a história, resistiu até o esgotamento completo. Expugnado palmo a palmo, na preci- são integral do termo, caiu no dia 5, ao entardecer, quando caíram os seus últimos defensores, que todos morreram.” ( ) “Foi assim e por isso que os homens, quando pela primeira vez viram a boiguaçu tão demudada, não a conheceram mais. Não conheceram e julgando que era outra, muito outra, chamam-na desde então de boitatá cobra de fogo, boitatá, a boitatá!” ( ) “Desde moço, aí pelos vinte anos, o amor da Pátria tomou-o todo inteiro. (...) estudou a Pátria, nas suas riquezas naturais, na sua histó- ria, na sua geografia, na sua literatu- ra e na sua política.” 8 14. Leia o seguinte trecho: (...) Conseqüentemente, o período revela, quando visto em conjunto, três camadas (a permanência de autores oitocentistas; os neoparna- sianos e neosimbolistas; prenúncios do Modernismo) dispostas em duas linhas de força que se antagonizam e por vezes se confundem, uma, representada pela persistência dos moldes anteriores (parnasia- nos, realistas, simbolistas), outra, pelo moderno como se concebia nos primeiros decênios do século XX. A bipolaridade é, pois, o símbolo per- feito dos escritores do período: destituídos de plataforma definida, cul- tuando ainda os “ismos” oitocentistas à falta de sucedâneos europeus, e ao mesmo tempo sentindo pulsar o novo no recesso da euforia gene- ralizada, ficaram indecisos ante os caminhos a trilhar. Graças à ori- ginalidade que alcançaram emprestar a seus escritos, não podem ser rotulados de epígonos; por outro lado, a filiação às estéticas oitocen- tistas impede-os de fruir plena liberdade criadora. Situados nessa zona intervalar, distinguem-se, quer dos mestres do Realismo e do Simbolismo, quer dos modernistas vindouros, então a preparar a sua arrancada revolucionária. Não obstante a sua voz soasse menos sono- ra que a dos precedentes ou dos pósteros, tais escritores é que represen- tam a quadra: falar em belle époque é falar de Graça Aranha, Coelho Neto, Lima Barreto, Monteiro Lobato, Adelino Magalhães, Augusto dos Anjos, Raul de Leoni, João do Rio e outros. MOISÉS, Massaud. “Belle époque (1902-1922)”. In: História da literatura brasileira, v. II – Realismo e Simbolismo. São Paulo: Cultrix, 2001. p. 375-80. De acordo com o autor, quais são as características da literatura das duas primeiras décadas do século XX? Não há uma única tendência, mas várias, inclusive o ressurgimen- to do Parnasianismo, do Simbolismo e do Realismo. Entre essas diversas correntes, surge uma preocupada em denunciar os proble- mas brasileiros utilizando uma linguagem próxima da falada. Essa tendência veio a ser denominada de Pré-Modernismo, pois traz em si a semente do Modernismo. 7 19 10 SUPLEMENTO DE ATIVIDADES NOME: NO: SÉRIE: ESCOLA: TRISTE FIM DE POLICARPO QUARESMA LIMA BARRETO Triste fim de Policarpo Quaresma, de Lima Barreto, é uma das principais expressões ficcionais do quadro social brasileiro dos primeiros anos da República. Considerada representante do Pré-Modernismo brasileiro, a obra discute o conceito de litera- tura como instrumento de denúncia social, trazendo à tona questões como o nacionalismo e a opressão aos desfavorecidos. As atividades a seguir pretendem ampliar a compreensão desta obra e de seu tempo. Desenvolva-as após a leitura do livro, dos Diários de um Clássico, da Contextualização Histórica e da Entrevista Imaginária. CONTEXTUALIZAÇÃO HISTÓRICA13. (PUC) Associe as obras pré-modernistas (primeira colu- na) aos respectivos fragmentos a elas pertencentes (segunda coluna). I. Triste fim de Policarpo Quaresma (Lima Barreto) II. Os Sertões (Euclides da Cunha) III. Lendas do Sul (Simões Lopes Neto) A seqüência correta, de cima para baixo, na segunda coluna, é: a) II – III – I b) III – II – I c) I – II – III d) II – I – III e) I – III – II Alternativa a. 15. Leia o seguinte trecho: (...) Desconfiado tanto do critério “documental nacional” quanto do cri- tério “documental naturalista” para seleção dos textos literários, José Veríssimo procedeu em suas obras uma seleção mais restrita de auto- res e obras (...) Os critérios da nova abordagem crítica exigiram o reposicionamento de algumas obras e autores, como Machado de Assis (...) Veríssimo entendia que a obra de Machado era, sim, expressão da nacionalidade, mas imbuída de um nacional que dia- logava permanentemente com o universal. Além disso, segundo Ventura (1995), Veríssimo via na obra de Machado um projeto esté- tico que não se voltava para o leitor do presente, apegado ao modelo realista-naturalista, mas para um leitor ideal do futuro. CEREJA, William Roberto. “Os impasses da historiografia e da crítica no século XX”. In: Ensino de literatura. São Paulo: Atual, 2005. p.133. O texto acima demonstra um rompimento com o projeto estéti- co vigente na literatura do século XIX. De que forma Machado de Assis influenciou os pré-modernistas? Como em Machado, os pré-modernistas faziam da sua obra expres- são da nacionalidade, “mas imbuída de um nacional que dialogava permanentemente com o universal”. Igualmente, o projeto estético dos pré-modernistas rompe com o modelo realista-naturalista. A NOVA DO CADÁVER - A SUA ENTREVISTA IMAGINÁRIA Agora é com você, caro leitor. Valendo-se das orientações desta edição e das suas respostas às atividades de leitura, elabore uma nova entrevista com o autor, mais ou menos como a Entrevista Imaginária do final do livro. Se você tivesse a oportunidade de entrevistar um dos maiores romancistas da literatura brasileira, que perguntas faria a ele? Aqui estão algumas sugestões: Lima Barreto viveu numa época de transição entre o Império e a República, quando os conflitos de interesse se chocavam com as novas orientações surgidas no cenário nacional. A escravatu- ra era abolida, a pequena burguesia começava a confrontar seus valores com os da oligarquia dominante. De acordo com o que você leu em Triste fim de Policarpo Quaresma, como será que Lima Barreto via essa transição? Ele descreve insatisfações de alguns setores da sociedade? Quais eram esses setores e quais os seus problemas? O escritor não se conformava com as injustiças sociais que via, cuidadosamente encobertas por uma falsa idéia de que o Brasil era um país perfeito, cheio de abundância e liberdade para todos. Você pode explorar esse aspecto tão presente em sua obra, indagando como era o Brasil daquele tempo, quais as dife- renças que o escritor buscava combater com suas obras e se ele tinha esperança de que houvesse uma mudança maior. Você também pode perguntar quaisdos seus personagens espelham essa realidade e as respostas que eles dariam a essa situação. Lima Barreto também sofreu preconceito racial, por causa da sua condição de mestiço. Ele sabia que, apesar do seu potencial, a origem humilde não lhe garantia acesso à projeção e ao reco- nhecimento que tanto almejava. Como isso refletiu em sua vida pessoal? Que outros problemas surgiram dessa exclusão com- pulsória sofrida pelo escritor? Além do preconceito racial, sua vida foi marcada por problemas familiares. A loucura de seu pai o afligia profundamente, e o próprio Lima Barreto foi internado duas vezes em um manicô- mio. Como será que ele se relacionava com esse aspecto tão ter- rível da sua realidade? O que era, para ele, a loucura? Outra sugestão para você explorar na sua entrevista imaginária é a maneira que o escritor via o futuro do Brasil. No final de Triste fim de Policarpo Quaresma, o personagem Olga dá uma boa dica sobre a esperança que Lima Barreto nutria pelo futuro. Ele tinha esperança de que o país iria melhorar? De que forma? Esses são alguns aspectos prementes da vida e da obra de Lima Barreto. São, porém, apenas idéias para a elaboração de seu roteiro. Além desses, há outros elementos que você pode explo- rar na sua conversa. Portanto, divirta-se e bom trabalho! ( ) “Canudos não se rendeu. Exemplo único em toda a história, resistiu até o esgotamento completo. Expugnado palmo a palmo, na preci- são integral do termo, caiu no dia 5, ao entardecer, quando caíram os seus últimos defensores, que todos morreram.” ( ) “Foi assim e por isso que os homens, quando pela primeira vez viram a boiguaçu tão demudada, não a conheceram mais. Não conheceram e julgando que era outra, muito outra, chamam-na desde então de boitatá cobra de fogo, boitatá, a boitatá!” ( ) “Desde moço, aí pelos vinte anos, o amor da Pátria tomou-o todo inteiro. (...) estudou a Pátria, nas suas riquezas naturais, na sua histó- ria, na sua geografia, na sua literatu- ra e na sua política.” 8 14. Leia o seguinte trecho: (...) Conseqüentemente, o período revela, quando visto em conjunto, três camadas (a permanência de autores oitocentistas; os neoparna- sianos e neosimbolistas; prenúncios do Modernismo) dispostas em duas linhas de força que se antagonizam e por vezes se confundem, uma, representada pela persistência dos moldes anteriores (parnasia- nos, realistas, simbolistas), outra, pelo moderno como se concebia nos primeiros decênios do século XX. A bipolaridade é, pois, o símbolo per- feito dos escritores do período: destituídos de plataforma definida, cul- tuando ainda os “ismos” oitocentistas à falta de sucedâneos europeus, e ao mesmo tempo sentindo pulsar o novo no recesso da euforia gene- ralizada, ficaram indecisos ante os caminhos a trilhar. Graças à ori- ginalidade que alcançaram emprestar a seus escritos, não podem ser rotulados de epígonos; por outro lado, a filiação às estéticas oitocen- tistas impede-os de fruir plena liberdade criadora. Situados nessa zona intervalar, distinguem-se, quer dos mestres do Realismo e do Simbolismo, quer dos modernistas vindouros, então a preparar a sua arrancada revolucionária. Não obstante a sua voz soasse menos sono- ra que a dos precedentes ou dos pósteros, tais escritores é que represen- tam a quadra: falar em belle époque é falar de Graça Aranha, Coelho Neto, Lima Barreto, Monteiro Lobato, Adelino Magalhães, Augusto dos Anjos, Raul de Leoni, João do Rio e outros. MOISÉS, Massaud. “Belle époque (1902-1922)”. In: História da literatura brasileira, v. II – Realismo e Simbolismo. São Paulo: Cultrix, 2001. p. 375-80. De acordo com o autor, quais são as características da literatura das duas primeiras décadas do século XX? Não há uma única tendência, mas várias, inclusive o ressurgimen- to do Parnasianismo, do Simbolismo e do Realismo. Entre essas diversas correntes, surge uma preocupada em denunciar os proble- mas brasileiros utilizando uma linguagem próxima da falada. Essa tendência veio a ser denominada de Pré-Modernismo, pois traz em si a semente do Modernismo. 7 19 10 SUPLEMENTO DE ATIVIDADES NOME: NO: SÉRIE: ESCOLA: TRISTE FIM DE POLICARPO QUARESMA LIMA BARRETO Triste fim de Policarpo Quaresma, de Lima Barreto, é uma das principais expressões ficcionais do quadro social brasileiro dos primeiros anos da República. Considerada representante do Pré-Modernismo brasileiro, a obra discute o conceito de litera- tura como instrumento de denúncia social, trazendo à tona questões como o nacionalismo e a opressão aos desfavorecidos. As atividades a seguir pretendem ampliar a compreensão desta obra e de seu tempo. Desenvolva-as após a leitura do livro, dos Diários de um Clássico, da Contextualização Histórica e da Entrevista Imaginária. CONTEXTUALIZAÇÃO HISTÓRICA13. (PUC) Associe as obras pré-modernistas (primeira colu- na) aos respectivos fragmentos a elas pertencentes (segunda coluna). I. Triste fim de Policarpo Quaresma (Lima Barreto) II. Os Sertões (Euclides da Cunha) III. Lendas do Sul (Simões Lopes Neto) A seqüência correta, de cima para baixo, na segunda coluna, é: a) II – III – I b) III – II – I c) I – II – III d) II – I – III e) I – III – II Alternativa a. 15. Leia o seguinte trecho: (...) Desconfiado tanto do critério “documental nacional” quanto do cri- tério “documental naturalista” para seleção dos textos literários, José Veríssimo procedeu em suas obras uma seleção mais restrita de auto- res e obras (...) Os critérios da nova abordagem crítica exigiram o reposicionamento de algumas obras e autores, como Machado de Assis (...) Veríssimo entendia que a obra de Machado era, sim, expressão da nacionalidade, mas imbuída de um nacional que dia- logava permanentemente com o universal. Além disso, segundo Ventura (1995), Veríssimo via na obra de Machado um projeto esté- tico que não se voltava para o leitor do presente, apegado ao modelo realista-naturalista, mas para um leitor ideal do futuro. CEREJA, William Roberto. “Os impasses da historiografia e da crítica no século XX”. In: Ensino de literatura. São Paulo: Atual, 2005. p.133. O texto acima demonstra um rompimento com o projeto estéti- co vigente na literatura do século XIX. De que forma Machado de Assis influenciou os pré-modernistas? Como em Machado, os pré-modernistas faziam da sua obra expres- são da nacionalidade, “mas imbuída de um nacional que dialogava permanentemente com o universal”. Igualmente, o projeto estético dos pré-modernistas rompe com o modelo realista-naturalista. A NOVA DO CADÁVER - A SUA ENTREVISTA IMAGINÁRIA Agora é com você, caro leitor. Valendo-se das orientações desta edição e das suas respostas às atividades de leitura, elabore uma nova entrevista com o autor, mais ou menos como a Entrevista Imaginária do final do livro. Se você tivesse a oportunidade de entrevistar um dos maiores romancistas da literatura brasileira, que perguntas faria a ele? Aqui estão algumas sugestões: Lima Barreto viveu numa época de transição entre o Império e a República, quando os conflitos de interesse se chocavam com as novas orientações surgidas no cenário nacional. A escravatu- ra era abolida, a pequena burguesia começava a confrontar seus valores com os da oligarquia dominante. De acordo com o que você leu em Triste fim de Policarpo Quaresma, como será que Lima Barreto via essa transição? Ele descreve insatisfações de alguns setores da sociedade? Quais eram esses setores e quais os seus problemas? O escritor não se conformava com as injustiças sociais que via, cuidadosamente encobertas por uma falsa idéia de que o Brasil era um país perfeito, cheio de abundância e liberdade para todos. Você pode explorar esse aspecto tão presente em sua obra, indagando como era o Brasil daquele tempo, quais as dife- renças que o escritor buscava combater com suas obras e se ele tinha esperança de que houvesse uma mudança maior. Você também pode perguntar quais dos seus personagens espelham essa realidade e as respostas que eles dariam a essa situação. Lima Barreto também sofreu preconceito racial,por causa da sua condição de mestiço. Ele sabia que, apesar do seu potencial, a origem humilde não lhe garantia acesso à projeção e ao reco- nhecimento que tanto almejava. Como isso refletiu em sua vida pessoal? Que outros problemas surgiram dessa exclusão com- pulsória sofrida pelo escritor? Além do preconceito racial, sua vida foi marcada por problemas familiares. A loucura de seu pai o afligia profundamente, e o próprio Lima Barreto foi internado duas vezes em um manicô- mio. Como será que ele se relacionava com esse aspecto tão ter- rível da sua realidade? O que era, para ele, a loucura? Outra sugestão para você explorar na sua entrevista imaginária é a maneira que o escritor via o futuro do Brasil. No final de Triste fim de Policarpo Quaresma, o personagem Olga dá uma boa dica sobre a esperança que Lima Barreto nutria pelo futuro. Ele tinha esperança de que o país iria melhorar? De que forma? Esses são alguns aspectos prementes da vida e da obra de Lima Barreto. São, porém, apenas idéias para a elaboração de seu roteiro. Além desses, há outros elementos que você pode explo- rar na sua conversa. Portanto, divirta-se e bom trabalho! ( ) “Canudos não se rendeu. Exemplo único em toda a história, resistiu até o esgotamento completo. Expugnado palmo a palmo, na preci- são integral do termo, caiu no dia 5, ao entardecer, quando caíram os seus últimos defensores, que todos morreram.” ( ) “Foi assim e por isso que os homens, quando pela primeira vez viram a boiguaçu tão demudada, não a conheceram mais. Não conheceram e julgando que era outra, muito outra, chamam-na desde então de boitatá cobra de fogo, boitatá, a boitatá!” ( ) “Desde moço, aí pelos vinte anos, o amor da Pátria tomou-o todo inteiro. (...) estudou a Pátria, nas suas riquezas naturais, na sua histó- ria, na sua geografia, na sua literatu- ra e na sua política.”