Buscar

THIAGO TCC - UNICA PRO MINAS ATUALIZADO FINAL - FORMATADO EM 21-08

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 13 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 13 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 13 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

12
FACULDADE ÚNICA DE IPATINGA
THIAGO MENEZES VENTURIM
ANTIMICROBIANOS E A RELAÇÃO COM RESISTÊNCIA BACTERIANA 
RESPLENDOR – MG 
2019
FACULDADE ÚNICA DE IPATINGA
THIAGO MENEZES VENTURIM
ANTIMICROBIANOS E A RELAÇÃO COM RESISTÊNCIA BACTERIANA 
Artigo Científico Apresentado à Faculdade Única de Ipatinga - FUNIP, como requisito parcial para a obtenção do título de Especialista em Gestão de Farmácia Hospitalar
RESPLENDOR – MG 
2019
ANTIMICROBIANOS E A RELAÇÃO COM RESISTÊNCIA BACTERIANA 
Thiago Menezes Venturim[footnoteRef:1] [1: Farmacêutico, Acadêmico do Curso de Pós - Graduação em Gestão de Farmácia Hospitalar da Universidade Única Ipatinga – MG. E-mail: thiago.venturim@gmail.com
] 
Resumo
A utilização da antibioticoterapia representou um avanço para saúde pública, porém a grande utilização, desses medicamentos aliado ao uso inadequado favoreceu o aparecimento de micro-organismos resistentes aos antimicrobianos. Vários fatores estão relacionados neste contexto, desde a prescrição, dispensação, uso incorreto e descarte inadequado, qualquer falha nestes seguimentos pode colocar em risco o tratamento bem como favorecer a resistência bacteriana, até mesmo afetar o ecossistema. Diante disto objetiva-se, avaliar a relação dos antimicrobianos utilizados pelos pacientes visando estabelecer os motivos que levam ao crescimento de bactérias resistentes aos antibióticos. O estudo revela nas literaturas uma preocupação das autoridades sanitárias e dos especialistas quanto ao aparecimento de super bactérias. Também ficou evidente na literatura estudada que os pacientes não sabem onde descartar as sobras e embalagens, sendo o destino mais comum o lixo doméstico. A pesquisa revelou que a maioria dos pacientes ainda carece de orientações e conscientização. Sendo importante a implantação de projetos que visem orientar e assessorar a população quanto ao uso e o descarte correto desses medicamentos e as consequências provocadas quando utilizado incorretamente. Diante deste contexto o farmacêutico deve assumir seu compromisso no âmbito da saúde onde se destaca como atividade privativa a dispensação de medicação onde seu dever é fundamental para garantir o tratamento e ganhando seu destaque no meio farmacêutico com o respeito que a profissão merece. 
Palavras-chave: Antimicrobianos. Descarte. Dispensação. Resistência bacteriana.
1 Introdução
A antibioticoterapia atualmente constitui um grande desafio para profissionais da área da saúde, principalmente para o farmacêutico que deve estar participando ativamente no incentivo pelo uso racional. O objetivo desse incentivo pelo uso racional deve-se pelo fato do aparecimento de cepas de bactérias resistentes a determinados antibióticos. Levando-se em conta que os antibióticos interferem na flora normal do indivíduo, no ambiente, e que o uso inadequado constitui um fator relevante para o aparecimento das super bactérias ou bactérias mutantes resistentes, dessa forma é imprescindível conhecer quais são os usos inadequados de antimicrobianos (BISSON, 2007).
O avanço e a busca de novas ciências para tratamento de doenças tiveram um significativo desenvolvimento desde a década de 1940, onde iniciou-se o desenvolvimento de fármacos eficazes e seguros para o tratamento de diversas infecções bacterianas, esse marco na medicina foi de extrema importância, revolucionando a medicina na época com consequente redução drástica da morbidade e mortalidade das doenças causadas por agentes bacterianos (RANG, et. al, 2004).
Desde então se faz uso dos antimicrobianos ou antibióticos para tratamento de infecções microbianas. Infelizmente ao logo do tempo o constante uso de fármacos antimicrobianos tem sido acompanhado pelo aparecimento de novas cepas bacterianas resistentes aos antimicrobianos contra elas administrado. Esse fato não inesperado, porquanto induz ao princípio evolutivo de que os organismos adaptam-se geneticamente as mudanças no meio a qual vivem. Com o passar do tempo pode-se constatar que algumas classes de antimicrobianos já não estavam sendo eficazes contra grupos bactérias anteriormente expostas a esses antimicrobianos (RANG, et. al, 2004) 
Como o tempo de duplicação das bactérias pode ser de apenas 20 minutos, podem ser produzidas muitas outras gerações de bactérias em apenas algumas poucas horas, isso pode desencadear um desenvolvimento de novas cepas resistentes pelo mecanismo evolutivo pelas gerações anteriores. O problema da resistência bacteriana é muito mais sério do que se pensa, impõe sérias restrições às opções disponíveis para o tratamento médico das infecções bacterianas (MUNARETTO e OLIVEIRA, 2008). 
Segundo Del Fiol et. al (2010), o sistema imunológico do organismo hospedeiro é fundamental quando ocorre à redução da população bacteriana produzida pelo antibiótico, a própria defesa imunológica é capaz de combater esses mutantes resistentes ao antibiótico. O fator preocupante ocorre se a população bacteriana for totalmente resistente ao antibiótico, o que acarretaria uma infecção por bactérias resistentes (CARNEIRO, 2009). 
Diversas espécies de bactérias possuem elementos genéticos extracromossômicos. Os plasmídios estão livremente no citoplasma podendo replicar-se independentemente. São fragmentos do DNA contendo um ou mais genes cópias do DNA. Os plasmídios que transportam o gene da resistência são chamados de plasmídios R, que são os responsáveis por grande parte da resistência a fármacos de importância médica. Os transposons também são fragmentos do DNA que podem ser transferidos com bastante facilidade pelos plasmídios para outra bactéria não dependendo da replicação do plasmídio. Existem ainda mecanismos de resistências bioquímicos como no caso do mais importante deles através da produção de uma enzima que inativa o anel beta-lactâmico. Essas enzimas envolvidas nesta resistência são as beta-lactamase que clivam o anel beta-lactâmico das penicilinas e cefalosporinas. As espécies estafilococos constituem as principais bactérias que produzem beta-lactamase (MOTA, et. al, 2005).
Para Korolkovas e França (2008), o objetivo da administração de antibióticos é de eliminar ou inibir o crescimento do agente infeccioso sem causar risco ao hospedeiro. Os mecanismos de ação desses fármacos são diversificados: a) inibidores da síntese da parede celular do micro-organismo, que levam a um comprometimento os peptideoglicanos estruturais, como no caso das penicilinas, cefalosporinas, vancomicinas e a bacitracina, b) antagonistas da síntese de proteínas bacterianas, como os aminoglicosídeos, tetraciclinas, eritromicina dentre outros e c) inibidores da síntese de ácidos nucleicos, nesse caso o metronidazol, quinolonas, sulfonamidas e trimetroprima.
Atualmente em função do grande número de antimicrobianos disponíveis e seus diferentes mecanismos de ação, bem como os diversos mecanismos de resistência das bactérias e a complexidade das diversas infecções, fez-se necessário uma criteriosa e exata avaliação na hora da escolha do antimicrobiano para o tratamento de infecções (OLIVEIRA; LIMA; MOURA, 2011). 
Para Rigui (2008), o fator de maior importância para o surgimento da resistência ainda é o uso inadequado desses fármacos. Sendo esse uso inadequado caracterizado por escolha incorreta do antimicrobiano para a determinada infecção, dosagem inadequado, tempo de utilização incorreto, utilização como terapêutica de prova em paciente febris sem diagnóstico definido e ainda via de administração inadequada. Salienta ainda a importância da utilização do antibiograma para determinar a sensibilidade dos germes à ação dos antibióticos. 
Mas a casos que não se é possível esperar a identificação do agente infeccioso e o antibiograma, levando se em conta o quadro clínico do paciente que pode ser extremamente grave, o que diante de uma espera poderia causar sérios riscos a vida do paciente. Fundamentado nisso, a escolhado melhor antibiótico está relacionada ao sítio infeccioso, dos prováveis agentes infecciosos, microbiota local e também da sensibilidade e resistência dos micro-organismos ao antibiótico.
No contexto atual, muitas infecções causadas por agentes patogênicos como Staphylococcus aureus, Enterococcus, Mycobacterium tuberculosis entre outros merecem grande atenção por sua alta virulência e resistência gerada pelas mutações ao longo dos anos. O impacto das bactérias resistentes atualmente é mundial e representa uma grande ameaça para humanidade, consistindo em um grave problema de saúde pública cujas consequências são imensuráveis (SANTOS 2004). 
Por meio da Portaria Nº 3.916, de 30 de outubro de 1998, o Ministério da Saúde (1998), aprovou a Política Nacional de Medicamentos (PNM), como o principal instrumento para orientação nos serviços de saúde relacionados aos medicamentos. Promovendo o uso racional de medicamentos, o acesso aos medicamentos tidos como essenciais bem como oferecendo informações aos usuários. 
Já um pouco mais recentemente a Diretoria Colegiada da Agencia Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), por meio da RDC nº44 de 26 de outubro de 2010 dispõe em seu Art. 2º que dispensação de medicamentos à base de antimicrobianos de venda sob prescrição somente poderá ser efetuada mediante receita de controle especial, sendo a 1ª via retida no estabelecimento farmacêutico e a 2ª via devolvida ao paciente, atestada, como comprovante do atendimento (ANVISA, 2010). Essa medida veio com intuito de restringir o acesso livre dos usuários a essas drogas, como forma indireta no combate a resistência microbiana.
Diante deste cenário atual, pretende-se com este estudo apresentar os problemas relacionados ao uso de antibióticos.
3 Resultados e discussão
 
 A um bom tempo a resistência bacteriana aos antibióticos vem sendo bastante discutida no âmbito médico uma questão que têm preocupado os especialistas, tendo em vista o aparecimento se cepas resistentes as terapias tradicionais. Com base neste contexto este estudo revisou as literaturas a fim de verificar o e apontar as conclusões de diversos estudos relacionados a esta área. 
Para Nicolini (2008), não saber o que é um antibiótico pode influenciar em todo tratamento, pois se o paciente não sabe o que é um antibiótico, também poderia estar comprometendo a eficácia do tratamento, e consequentemente poderia estar contribuindo para o crescimento da multirresistência bacteriana. O conhecimento do uso correto e descarte adequado são importantes, pois estão diretamente relacionados na interrupção do tratamento das infecções, onde os dados apontaram que 52% dos pacientes interrompem o tratamento.
Ainda segundo, Nicolini (2008), a antibioticoterapia é segura e bastante eficaz quando feita de forma correta também discorre que é uma das classes farmacológicas mais prescritas. Em um estudo realizado por Brum et. al (2007), apontou que a maioria dos entrevistados interrompem o tratamento e guardam os restos para tomarem em outras infecções. De acordo com Mota et. al (2005), tudo que evita ou prejudica o contato da quantidade efetiva da droga antimicrobiana com o “alvo” ou receptor pode gerar maior ou menor resistência, e ainda quando ocorre subdosagens ou suspensão do tratamento, também podem colaborar para o aparecimento de cepas resistentes, os motivos para a interrupção devem-se em parte pela falta de conhecimento dos pacientes.
Em uma pesquisa que pode ser considerada de caráter acidental de acordo com Silva e Menezes (2001) pode evidenciar que as mulheres procuram mais o atendimento médico e cumprem todo o tratamento prescrito.
De acordo com Nicolini (2008), os pacientes precisam ser informados sobre o diagnóstico e o curso do tratamento até o término, pois podem ocorrer falhas no decorrer da terapia e gerar cada vez mais doenças reincidentes, além de acelerar o aparecimento de bactérias resistentes.
A interrupção do tratamento e o uso incorreto desses medicamentos por parte dos pacientes demonstra a falta de informação e conscientização aliado muitas vezes a negligência por parte dos pacientes ao não realizarem todo o tratamento. 
No estudo de Vaz e Freitas (2011), apenas 10% dos entrevistados em sua pesquisa sabem sobre o aumento da resistência de micro-organismos aos antibióticos constantemente contra eles empregados e que a interrupção do tratamento pode gerar novas cepas resistentes.
Em um estudo realizado por Rocha, et. al (2009), relataram que os antibióticos representam o terceiro grupo de medicamentos mais descartados de forma inadequada. Discorre ainda que isto é um fator preocupante, pois o descarte no lixo e no meio ambiente pode resulta em resistência bacteriana, principalmente se os medicamentos são descartados no esgoto e contaminarem água consumida pela população. Ainda ressalta sobre a importância da informação e conscientização da população frente às consequências que podem acarretar o descarte incorreto. 
Gonçalves e Franco (2004), realizaram um estudo com artigos científicos relacionados ao tema de descarte de medicamentos não só de antimicrobianos e relataram que medicamentos descartados de forma inadequada podem gerar severos danos ao meio ambiente e problemas toxicológicos além de no caso de antimicrobianos contribuírem para o desenvolvimento de bactérias resistentes. Desta forma o descarte inadequado nos direciona cada vez mais ao aparecimento de novas cepas multirresistentes. 
No estudo de Bueno et. al (2009), relaram que 56,8% de sua a amostra, ou seja, sua maioria utiliza o lixo como local de descarte de medicamentos comprovando o errôneo hábito dos pacientes.
Na pesquisa de Ferreira et. al (2005), 82,8% utilizam o lixo domésticos como forma de descarte de medicamentos. Também na pesquisa realizada por, Silva (2005), revelou que 83% dos entrevistados descartam os medicamentos no lixo comum. Esses números revelam um fator preocupante onde poucos prestam a devida atenção.
Também nos Estados Unidos as formas de descarte mais praticadas são: rede esgoto e lixo doméstico, semelhante ao Brasil, revelando um problema de âmbito mundial (GLASSMAEYER et. al, 2009).
Um outro problema relacionado aos antibióticos é relacionado a sua administração; em nota a ANVISA (2005), relata que o leite é um alimento e, por isso estimula a produção de sucos digestivos que pode interferir na absorção dos antibióticos. Além disso, o leite contém cálcio e outros nutrientes que podem interagir quimicamente e provocar perda do efeito terapêutico, como no caso da reação entre o cálcio e as tetraciclinas ocorrendo inativação desses medicamentos. A associação de álcool e antibióticos pode inibir o efeito do antibiótico por competição enzimática no metabolismo hepático e assim potencializar a toxicidade hepática. Dados da ANVISA (2005), revelaram que de todos os medicamentos existentes, 50% são prescritos, dispensados ou usados inadequadamente e o restante fazem o uso correto. Os dados desta pesquisa apontam para o mesmo sentido.
Um ponto importante é a dispensação, no estudo de Oliveira et. al (2004), constataram que a dispensação de antimicrobianos sem qualquer orientação aos pacientes representa uma prática comum na maioria das drogarias, configurando uma falha grave. 
Em estudo realizado por Pires Júnior e Mengue (2005) apontou os pacientes usuários de antibióticos desconhecem alguns dos itens básicos para correta utilização da medicação, como a duração do tratamento, dose adequada e possíveis efeitos adversos. De acordo com Nascimento (2005), os antibióticos além da resistência também podem ser tóxicos ao organismo quando administrados em dose elevadas. Os relatos acima mostram um cenário preocupante, pois os pacientes estão fazendo o tratamento de maneira incorreta, e desta forma podendo favorecer o aparecimento de bactérias resistentes.
Para Wannmacher (2004), a problemática da resistência bacteriana aos antibióticos constitui uma grande preocupação global, e vem sendo alvo de diversas publicações dado à seriedade do problema, afetando não só os seres humanos,mas todo ecossistema.
O uso abusivo de antimicrobianos deve-se a uma série de fatores. Entre eles, está a dificuldade de se estabelecer a etiologia viral ou bacteriana da maioria das infecções respiratórias na prática clínica. Existem também as expectativas dos pacientes, os quais associam infecção à necessidade de uso de antimicrobianos, as dificuldades práticas da assistência à saúde, onde o profissional não dispõe do tempo necessário para orientar e educar o cliente quanto aos riscos e aos benefícios de utilizar empiricamente essas drogas, ou de discutir as alternativas de tratamento (BERQUÓ et. al, p2).
Neste cenário os farmacêuticos tem sido importante para os pacientes no decorrer do seu tratamento, fornecendo informações importantes e auxiliando nas dúvidas dos pacientes. Na RDC 357/2001 do Conselho Federal de Farmácia (CFF) (2001), diz que a dispensação é uma prática privativa do farmacêutico responsável, que deve fornecer informações e orientar no que tange a atenção farmacêutica, mas na Resolução Nº. 44/2009 do CFF (2009), regulamenta que o farmacêutico pode treinar supervisionar e delegar tarefas aos técnicos auxiliares. Na pesquisa de Scarcela, Muniz e Zorzet (2011), apontou que 74% dos seus entrevistados procuram orientações dos farmacêuticos para o decorrer do tratamento com antibióticos. 
Dessa forma pressupõe que o farmacêutico, além de oferecer o serviço de atenção farmacêutica deve também supervisionar os auxiliares com objetivando eliminar a pequena parcela que não teve participação farmacêutica efetiva no decorrer do tratamento. Deve orientar sobre o uso e o descarte correto, possíveis consequências relacionadas ao uso incorreto e interrupções espontâneas.
4 Conclusões
Os achados na literatura alertam que população não cumpre o tratamento, ainda e descarta de forma errônea, muitos demonstram conhecimento e relação às consequências da má utilização e do descarte indevido, entretanto continuam fazendo de forma equivocada. 
Dessa forma, cabe aos profissionais de saúde envolvidos nessa área, principalmente os farmacêuticos melhorar a orientação sobre a forma correta de utilização e descarte e também alertar os pacientes das possíveis complicações, principalmente quanto à resistência bacteriana. Uma forma dos farmacêuticos de minimizarem esse problema seria uma ação conjunta com os prescritores, objetivando fazer o certo desde a prescrição ao o momento da dispensação do antibiótico, fazendo o acompanhamento do paciente no decorrer do tratamento monitorando o uso dos mesmos.
Outra medida, porém, um pouco mais distante, seria a prescrição de antibióticos apenas por médicos infectologistas. Desta forma, enquanto não for possível a criação de um gerenciamento eficaz de descarte de resíduos de antibióticos gerados nas residências, faz-se necessário orientar a população constantemente sobre as consequências do uso e descarte indevido de medicamentos, tal ação pode ser realizada através de programas educativos ou campanhas de orientação conscientizando sobre as consequências do mau uso. 
Referências
ANVISA. RDC nº 44, de 26 de outubro de 2010. Dispõe sobre o controle de medicamentos à base de substâncias classificadas como antimicrobianos, de uso sob prescrição médica, isoladas ou em associação e dá outras providências. Lex: Diretoria Colegiada da Agência Nacional de Vigilância Sanitária, 2010. Disponível em: <http://portal.anvisa.gov.br/wps/content/anvisa+portal/anvisa/sala+de+imprensa/menu++noticias+anos/2010+noticias/anvisa+altera+lista+de+antibioticos+sob+controle+e+publica+nota+tecnica+para+esclarecer+duvidas> Acesso em 24 ago. 2014.
ANVISA. A importância da farmacovigilância: Mobilização da segurança dos medicamentos. 2005. Disponível em: <http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/importancia.pdf> Acesso em 10 Ago. 2014.
ANVISA. RDC Nº. 44, 17 de agosto de 2009. Dispõe sobre Boas Práticas Farmacêuticas para o controle sanitário do funcionamento, da dispensação e da comercialização de produtos e da prestação de serviços farmacêuticos em farmácias e drogarias. Lex: Diretoria Colegiada da Agência Nacional de Vigilância Sanitária, 2009. Disponível em: <http://www.crfma.org.br/site/arquivos/legislacao/resolucoeseinstrucoesnormativasdaanvisa/RDC%2044%202009.pdf > Acesso em: 15 Set. 2014.
ANVISA. Portal de notícias. Medicamentos na dose certa. Disponível em: <http://www.anvisa.gov.br/divulga/noticias/2005/070105_2_4.htm> Acesso em 17 de Set. 2014.
BERQUO, Laura S et al . Utilização de medicamentos para tratamento de infecções respiratórias na comunidade. Revista Saúde Pública,  São Paulo,  v. 38, n. 3, Jan  2004.   Disponível em <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034-89102004000300004&lng=en&nrm=iso>. Acesso em  25  Set.  2014.
BISSON, Marcelo Polacow. Farmácia clínica e atenção farmacêutica. 2. ed. Baruerí SP. Manole, 2007. 337 p.
BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria Nº 3916, de 30 de outubro de 1998. Dispõe sobre a Política Nacional de Medicamentos (PNM). Disponível em: <http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/1998/prt3916_30_10_1998.html> Acesso em: 28 ago 2014
BRUM, C. A., DEPIZZOL, M.C.A. LOPES, T.V. LOURES, G. F. VALADÃO, A. F. Avaliação do estoque de medicamentos das residências da Região do Vale do Aço - MG. Revista Brasil Farmácia. Coronel Fabriciano - MG, v. 88, n. 4, p. 173-176, 2007. Disponível em: <http://www.rbfarma.org.br/files/pag_173a176.pdf.> Acesso em: 13 ago. 2014.
BUENO, Cristiane Schmalz; WEBER, Débora; OLIVEIRA, Karla Renata. Farmácia caseira e descarte de medicamentos no bairro Luiz Fogliatto do município de Ijuí - RS. Revista de Ciências Farmacêuticas Básica e Aplicada. Rio Grande do Sul, v. 30, n. 2, p. 75-82, 2009. Disponível em:<http://200.145.71.150/seer/index.php/Cien_Farm/art i cl e/view/601.> Acesso em: 5 de Set de 2014.
CARNEIRO, Tatiana Mansini. Uso indiscriminado de antibióticos. Escola de saúde do exército. Rio de Janeiro 2009. Disponível em: <http://www.essex.ensino.eb.br/doc/PDF/PCC_2009_CFO_PDF/GBravo/TCC%20Final%20Ten%20Al%20Mansini.pdf> Acesso em: 25 Ago. 2014.
BRASIL. Conselho Federal de Farmácia. RDC nº 357 de 20 de abril 2001. Dispõe sobre as práticas privativas e boas práticas do farmacêutico. Disponível em: <http://www.cff.org.br/userfiles/file/resolucoes/357.pdf> Acesso em 30 Set. 2014.
DEL FIOL, Fernando de Sá et al . Perfil de prescrições e uso de antibióticos em infecções comunitárias. Revista Soc. Bras. Medicina Tropical.  Uberaba,  v. 43, n. 1, Fev.  2010 .   Disponível em:<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S003786822010000100015&lng=en&nrm=iso> http://dx.doi.org/10.1590/S0037-86822010000100015. Acesso em:  25  Set.  2014.
FERREIRA, Weverson Alves et al. Avaliação de farmácia caseira no município de Divinópolis (MG) por estudantes do curso de farmácia da UNIFENAS. Infarma, v. 17, n.7/9, p. 84-86 , 2005. Disponível em: <http://revistas.cff.org.br/infarma/article/view/267>. Acesso em: 25 de Ago de 2014.
GLASSMEYER, Susa T. et al. Disposal practices for unwanted residential medications in the United States. Environment International, v. 35, p. 566-572, 2009. Disponível em:
< http://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0160412008002237.> Acesso em: 27 Ago. 2014.
GONÇALVES, F. K.; FRANCO, Y. O. O descarte de Medicamentos Vencidos e os Aspectos Toxicológicos da Incineração. Revista Saúde. Piracicaba. P. 59-63. 2004. Disponível em: <http://www.unimep.br/phpg/editora/revistaspdf/saude12art08.pdf> Acesso em 16 Ago. 2014.
KOROLKOVAS, Andrejus e FRANÇA, Francisco F. A. C. Dicionário Terapêutico. Guanabara. 15.ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2008. 232 p.
MOTA, Rinaldo Aparecido et al. Utilização indiscriminada de antimicrobianos e sua contribuição a multi - resistência bacteriana. Brazilian Journal of Veterinary Research and Animal Science. Brazil, v. 42, n. 6, p. 465-470, Jan. 2005. ISSN 1678-4456. Disponível em: <http://www.revistas.usp.br/bjvras/article/view/26406/28189>. Acesso em: 25 Set. 2014.
MUNARETTO, Paula. OLIVEIRA, Karla Renata. Uso racional de antibióticos:Responsabilidade de Prescritores, Usuários e Dispensadores. Revista Contexto e Saúde. V.9. Unijuí. Ijuí. Jan 2010. P. 43-51. Disponível em: <http://www.crfmt.org.br/arqs/materia/1359_a.pdf > Acesso em 16 Ago.2014.
NASCIMENTO, Marilene Cabral do. Medicamentos, comunicação e cultura. Revista Ciência e saúde coletiva,  Rio de Janeiro,  v. 10, supl. Dec.  2005.   Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-81232005000500020&lng=en&nrm=iso>. Acesso em   8 Set.  2014
NICOLINI, Paola et al . Fatores relacionados à prescrição médica de antibióticos em farmácia pública da região Oeste da cidade de São Paulo. Revista Ciência e saúde coletiva,  Rio de Janeiro,  v. 13, supl. Abr.  2008.   Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-81232008000700018&lng=en&nrm=iso>. Acesso em  12  set.  2014.
OLIVEIRA, Antonio A. O. T., et. al. Atenção farmacêutica na antibioticoterapia. Visão Acadêmica, Curitiba, v. 5, nº 1, p. 7-14, jan.-j un./2004. Disponível em:
<http://ojs.c3sl.ufpr.br/ojs2/index.php/academica/article/viewFile/536/449> Acesso em 18 set. 2014.
OLIVEIRA, B.F.; LIMA, L.; MOURA, E.M.. Uso indiscriminado de antibióticos e resistência microbiana: uma reflexão no tratamento das infecções hospitalares. Revista Interdisciplinar. NOVOFAPI. Teresina V4, p.72-77. Dez 2011. Disponível em: <http://www.novafapi.com.br/sistemas/revistainterdisciplinar/v4n4/revisao/rev4_v4n4.pdf > Acesso em 1 Set. 2014.
PIRES JÚNIOR, J.V; MENGUE, S.S. Análise de informação sobre medicamentos antimicrobianos por pacientes de um Centro de Saúde de Porto Alegre, Brasil. Revista Acta Farmacêutica. Banaerence, v 24, p134-138, 2005. Disponível em <http://www.latamjpharm.org/trabajos/24/1/LAJOP_24_1_6_3_30I3X6537G.pdf> Acessado em: 21 Ago. 2014.
RANG, H.P. et. al. Farmacologia. 5ª ed. Elsevier. Rio de Janeiro 2004.714 p.
RIGUI, Roberto Eustáquio. Guia terapêutico para atenção primária: Protocolos para prevenção e tratamento. 2ª ed. O Lutador. Belo Horizonte 2008. 334 p.
ROCHA B.; HEINECK I.; AMADOR T. Caracterização dos medicamentos descartados por usuários da farmácia popular do Brasil/ Farmácia Escola da UFRGS. Porto Alegre. 2009. Disponível em: <http://bvsms.saude.gov.br/bvs/premio_medica/pdfs/trabalhos/mencoes/bruno_simas_trabalho_completo.pdf > Acesso em 3 Set. 2014.
SANTOS, Neusa de Queiroz. A resistência bacteriana no contexto da infecção hospitalar. Revista Texto contexto. Florianópolis, v.13, 2004. Disponível em <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-07072004000500007&lng=en&nrm=iso>. Acesso em:  5  Set.  2014.
SCARCELA, A. M. de A., MUNIZ, .J. W., ZORZET, J. C. Investigação do uso indiscriminado de amoxicilina em crianças na faixa etária de 2 a 10 anos. Nov 2011. Disponível em: <http://www.unieuro.edu.br/sitenovo/revistas/downloads/farmacia/cenarium_04_13.pdf > Acesso: em 06 Ago. 2014.
SILVA, Evelyn Ribeiro. Problematizando o descarte de medicamentos vencidos: para onde destinar. Rio de Janeiro. Fundação Oswaldo Cruz. Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio. 2005. Disponível em: <http://www.acervo.epsjv.fiocruz.br/htdocs/epsjv/beb/Monografias2005/evelyn.pdf> Acesso em: 10 Set 2014.
SILVA, Edna Lúcia; MENEZES, Estera Muzkat. Metodologia da pesquisa e elaboração de dissertação. 3 ed., Revista Atual . Florianópolis: Laboratório de Ensino a Distância da UFSC, 2001.Disponível em: <http://cursos.unipampa.edu.br/cursos/ppgcb/files/2011/03/Metodologia-da-Pesquisa-3a-edicao.pdf > Acesso em: 28 Ago. 2014.
VAZ, V. Kleydson; FREITAS, M. Marcílio. Investigação sobre forma de descarte de medicamentos vencidos. Revista Cenarium Pharmacêutico. Nº4. Nov 2011. Disponível em: <http://www.unieuro.edu.br/sitenovo/revistas/downloads/farmacia/cenarium_04_14.pdf > Acesso em: 27 Ago. 2014.
WANNMACHER, Lenita. Uso indiscriminado de antibióticos e resistência microbiana: uma guerra perdida? ISSN 1810-0791, vol.1, nº 4. Brasília: Mar. 2004. Disponível em:
<http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/HSE_URM_ATB_0304.pdf> Acesso em 10 Set. 2014.

Mais conteúdos dessa disciplina