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Artigo Desenvolvimento Economico - Schumpeter

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALFENAS – MG 
INSTITUTO CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADA - ICSA 
 
 
 
 
MARÍLIA PALAZI DE ASSIS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
TEORIA DO DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO: SCHUMPETER 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Varginha/MG 
2016 
 
MARÍLIA PALAZI DE ASSIS 
 
 
 
 
TEORIA DO DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO: SCHUMPETER 
 
 
 
 
 
 
 
Trabalho apresentado para a conclusão da matéria: 
Desenvolvimento Econômico do curso de Ciências 
Econômicas com Ênfase em Controladoria da 
Universidade Federal de Alfenas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Varginha/MG 
2016 
 
 
SUMÁRIO 
 
1. INTRODUÇÃO ................................................................................................................. 4 
2. DESENVOLVIMENTO TÉÓRICO ............................................................................... 6 
2.1. O FLUXO CIRCULAR DA ECONOMIA ENQUANTO CONDICIONADO POR 
CIRCUNSTANCIAS DADAS. ............................................................................................ 6 
 2.3.1. A DESTRUIÇÃO CRIADORA ....................................................................... 11 
2.4. O LUCRO EMPRESARIAL. .................................................................................... 11 
2.5. O JUROS SOBRE O CAPITAL. ............................................................................... 12 
2.6. CICLOS ECONÔMICOS. ......................................................................................... 13 
 2.6.1. “CRISES” PARA SCHUMPETER ................................................................. 15 
 2.6.2 AMEAÇAS AO CAPITALISMO ..................................................................... 16 
3. CONCLUSÃO ..................................................................................................................... 17 
REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS ................................................................................. 19 
 
 
 
 
 
1. INTRODUÇÃO 
 Joseph Alois Schumpeter, brilhante filósofo social e profeta do desenvolvimento 
capitalista, historiador das doutrinas econômicas, nascido na Áustria em 1883, formado em 
Ciências Econômicas e Direito. Um austríaco que afirmava que a capacidade criativa do homem 
encontra seu apogeu dos 20 aos 30 anos de idade, concretizou esta afirmação aos 25 anos em 
1908 quando publicou sua primeira grande obra “A Natureza e Essência da Economia Político 
Teórica” e mais tarde, em 1911, publicou “A Teoria do Desenvolvimento Econômico”, selando 
sua importância como teórico econômico. 
 Ao completar 50 anos já havia escrito 17 livros, duas novelas e centenas de artigos 
científicos. Neste conjunto merece destaque, o tratado sobre os Ciclos Econômicos (1939), cujo 
subtítulo elucida “Uma Análise Teórica, Histórica e Estatística do Processo Capitalista”. 
Publicada como Professor da Universidade de Harvard. 
 Homem notável que passou por vários países e diferentes culturas ocupando cargos de 
destaques e deixando escritos seus pensamentos e convicções ousadas para o tempo, em suas 
obras que até hoje servem de base para os estudos que confrontam o crescimento com o 
desenvolvimento econômico. 
 Em 1942, publicou Capitalismo, Socialismo e Democracia, considerada pela crítica 
como pessimista por concluir pelo inevitável triunfo do socialismo, ocorria o desaparecimento 
do capitalismo, decorrente do processo analítico desenvolvido por Schumpeter, mas que não 
expressa, sua ideologia ou preferência pessoal. 
 Admirador de Karl Marx, por quem se influenciou grandemente em sua formação 
científica. Inspirado também na obra de Léon Walras, adquiriu o interesse pela formulação 
matemática e econométrica das questões econômicas, além de optar pela concepção de modelos 
econômicos para explicar a realidade e para a compreensão do processo de desenvolvimento 
capitalista. 
 A Teoria do Desenvolvimento Econômico foi publicado pela primeira vez em 1911, em 
alemão, reeditada em 1926. Schumpeter afirmou que esta obra se tratava em seu método e 
objetivo, ser “francamente teórico”, ele afirma com convicção de que nossa ciência, mais do 
que as outras, não pode dispensar esse senso comum refinado que chamamos ‘teoria’ e que nos 
dá instrumentos para analisar os fatos e os problemas práticos. 
 No capítulo I desta obra se apresenta um modelo de economia estacionário, 
fundamentado num fluxo circular da vida econômica. 
 No capítulo II, este contrasta com o primeiro, quando apresenta uma estrutura dinâmica 
 
denominada de “O Fenômeno Fundamental do Desenvolvimento Econômico”, onde apresenta 
a figura do empresário. 
 Sob sua ótica ficou claro a importância crítica da taxa de crescimento na produção total, 
afirmou que se a produção aumentasse no futuro na proporção que aumentou no passado, todos 
os sonhos dos reformadores sociais teriam êxito. Entretanto, se a política se dirigisse á 
redistribuição imediata fracassariam os ideai reformistas e o aumento da produção. 
 Schumpeter percebeu o papel central do crescimento econômico em relação a justiça 
social e a divertiu para os perigos da redistribuição prematura. Distinguiu a diferença entre 
crescimento e desenvolvimento econômico. 
 Desta a figura do empreendedor enfatizando a importância da ousadia e da intuição 
empreendedora, mesmo quando não se pode comprovar pelos princípios proposto tudo o que 
deverá ser alcançado com objetivo traçados. 
 Afirma que o empreendedor ditará as mudanças de conceitos e hábitos, apresentando 
novas opções e formas de consumo para produtos e serviços. 
 No Capitulo III, fala do papel fundamental do credito para o desenvolvimento 
econômico, Schumpeter idealizou o moderno banco de desenvolvimento. Considerava que o 
crédito ao consumidor não era um elemento essencial ao processo econômico, mas uma 
transferência inicial temporária do poder de compra e não de desenvolvimento. O modelo de 
Schumpeter é basicamente um modelo de industrialização. 
 No Capítulo IV, ao examinar o lucro empresarial, apresenta algumas reflexões 
sociológicas, sobre a impossibilidade de os empreendedores transmitirem geneticamente a seus 
herdeiros as qualidades que os conduziram ao êxito, por meio de inovações e novos métodos 
produtivos. 
 No Capítulo V, discute a teoria dos juros, refutando conceitos antigos, e relaciona o 
“fenômeno” dos juros com o processo de desenvolvimento. Sendo coerente com sua ideia de 
que só o empreendedor inovador necessita de crédito. 
 No último capítulo, trata-se dos ciclos econômicos, ou seja, dos períodos de 
prosperidade e recessão econômica comuns no processo de desenvolvimento capitalista. 
Embora Schumpeter considerasse que o tratamento dado ao problema não fosse totalmente 
satisfatório, as ideias centrais contidas no capítulo constituíram o foco de sua obra Ciclos 
Econômicos. 
 Atualmente, quando o assunto é inovação, destacam-se as suas contribuições e sua 
influência sobre as vertentes teóricas “neo-schumpeterianas”. Nas últimas duas décadas, sua 
 
obra tem sido objeto de estudo para procurar entender as profundas mudanças tecnológicas, 
econômicas e sociais por que tem passado o capitalismo. 
2. DESENVOLVIMENTO TÉÓRICO 
 Primeiramente será discutido sobre a existência de desenvolvimento na economia e 
depois a diferença entre desenvolvimento e crescimento econômico e por fim, fazer uma análise 
de sua teoria, separada pelos capítulos de sua obra. 
 Segundo Schumpeter (1985) uma economia sem desenvolvimento é descrita por um 
sistema circular de equilíbrio, com lucros normais, onde não existe inovações tecnológicas e os 
processos de produção são rotineiros. Portanto, o empresário não exerce nenhum papel, não 
havendo nenhum motivo para o surgimento de líderes empresariais. 
 Por desenvolvimento, Schumpeter entende “as mudanças da vida econômica que não 
lhe forem impostas de fora,mas que surjam de dentro, por sua própria iniciativa.” 
(SCHUMPETER, 1985, p. 47). 
 Sendo assim, Schumpeter distinguiu claramente a diferença entre crescimento e 
desenvolvimento: “Nem o mero crescimento da economia, representado pelo aumento da 
população e da riqueza, será designado aqui como um processo do desenvolvimento”. 
Entretanto, “adaptações, embora possam produzir crescimento, não caracterizam em si o 
desenvolvimento econômico” (SCHUMPETER, 1985, p. 47-48). 
 Portanto, o desenvolvimento, no sentido em que o tomamos, é um fenômeno distinto, 
inteiramente estranho ao que pode ser observado no fluxo circular ou na tendência para o 
equilíbrio. É uma mudança espontânea e descontínua nos canais do fluxo, que altera e desloca 
para sempre o estado de equilíbrio previamente existente. 
 A partir desses conceitos, Schumpeter apresentou sua obra “A teoria do 
Desenvolvimento”, uma investigação sobre lucros, capital, juros e o ciclo econômico, que está 
dividido em seis capítulos que serão discutidos a seguir. 
2.1 - O FLUXO CIRCULAR DA ECONOMIA ENQUANTO CONDICIONADO 
POR CIRCUNSTANCIAS DADAS. 
 Em seu primeiro capitulo, Schumpeter apresenta um modelo de economia estacionário, 
sem desenvolvimento, fundamentado num fluxo circular da vida econômica. Assim, toda a 
atividade econômica se apresenta de maneira idêntica em sua essência, repetindo-se 
continuamente. 
 Para Costa (2006), na economia do fluxo circular, segundo Schumpeter, a vida 
 
econômica transcorre monotonamente, em que cada bem produzido encontra o seu mercado, 
período após período. Isso, contudo, não significa concluir que inexista crescimento econômico. 
Admitem-se incrementos na produtividade, decorrentes de aperfeiçoamentos no processo de 
trabalho e de mudanças tecnológicas contínuas na função de produção. Entretanto, essa base 
tecnológica já é conhecida, incorporada que foi com o tempo na matriz produtiva da economia. 
Os agentes econômicos apegam-se ao estabelecido, e as adaptações às mudanças ocorrem em 
ambiente familiar e de trajetória previsível. Nessas circunstâncias, de acordo com Schumpeter, 
mudanças econômicas substanciais não podem ter origem no fluxo circular, pois a reprodução 
do sistema está vinculada aos negócios realizados em períodos anteriores. 
 O fluxo circular constitui um sistema de equilíbrio geral onde as relações entre variáveis 
ocorrem em condições de crescimento equilibrado, sendo determinadas pelo ritmo de expansão 
demográfica. Dados os preços de mercado, os consumidores e as firmas ajustam as quantidades 
demandadas e ofertadas. 
 Costa (2006) complementa ainda, que o desenvolvimento dessa ideia leva Schumpeter 
a procurar estabelecer de onde provêm as inovações, quem as produz e como são inseridas na 
atividade econômica. Do plano, Schumpeter descarta a hipótese de que elas se originem no 
âmbito dos desejos e necessidades dos consumidores, embora esses sejam elementos 
importantes para a adoção e difusão de novas combinações. Todavia, esses atores são passivos 
em relação à pesquisa e ao desenvolvimento de novos produtos e processos. Apenas os 
incorporam aos seus hábitos diários. 
2.1.1 - NOVAS COMBINAÇÕES 
 O desenvolvimento econômico é de outra natureza. Ele se define como uma “mudança 
espontânea e descontinua nos canais de fluxo, uma perturbação do equilíbrio, que altera e 
desloca para sempre o estado de equilíbrio previamente existente” (Schumpeter,1985, pág. 47). 
Então é através das mudanças revolucionárias que alteram de uma vez por todas a situação 
anterior (estacionária). 
 Para Schumpeter (1985), é o produtor que, via de regra, inicia e exercem a mudança 
econômica significativa, promovendo novas combinações de meios produtivos que vão definir 
uma situação ou um processo de desenvolvimento. Para ele, os consumidores são educados, se 
necessário; são, por assim dizer, ensinados a querer coisas novas, ou coisas que diferem em um 
aspecto ou outro daquelas que tinham o hábito de usar. 
 Em síntese, o desenvolvimento consiste no emprego diferente dos recursos disponíveis, 
independentemente do ritmo de seu crescimento. 
 
 Segundo Costa (2006) as mudanças se originam, portanto, no lado da produção, na 
maneira distinta de combinar materiais e forças para produzir as coisas a serem utilizadas na 
vida diária das pessoas, mas, repita-se, não dizem respeito a aperfeiçoamentos no já conhecido. 
Trata-se de modos totalmente diferentes de dispor materiais e forças. A esses modos diferentes 
Schumpeter (1911, p. 48-9) chamou de inovações ou de novas combinações, o conceito de 
“novas combinações” se aplica aos 5 casos: 
1) Introdução de um novo bem: um bem com que os consumidores ainda não estejam 
familiarizados – ou de uma nova qualidade. 
2) Descoberta de um novo método de produção: um método que ainda não tenha sido testado 
pela experiência no ramo próprio da indústria de transformação, que, de modo algum, precisa 
ser baseado numa descoberta cientificamente nova, e pode consistir também em nova maneira 
de manejar comercialmente uma mercadoria. 
3) Abertura de um novo mercado, no país ou no exterior: ou seja, de um mercado em que o 
ramo particular da indústria de transformação do país em questão não tenha ainda entrado, quer 
esse mercado tenha existido antes ou não. 
4) Conquista de uma nova fonte de matérias-primas, ou de bens intermediários: mais uma vez 
independentemente do fato de que essa fonte já existia ou teve que ser criada. 
5) Estabelecimento de uma nova forma de organização de qualquer indústria: a criação de uma 
posição de monopólio (por exemplo, pela trustificação) ou a fragmentação de uma posição de 
monopólio. 
 Schumpeter (1985) deixa explícito que os meios de produção necessários às novas 
combinações não estão ociosos, à espera para serem empregados na produção de novos bens. 
Os recursos para viabilizar as novas combinações já estão disponíveis na sociedade, estando 
empregados em atividades que compõem o fluxo circular. São as novas maneiras de combiná-
los, retirando-os dos locais onde se acham empregados e alocando-os em novas atividades, que 
se vão produzir, então, o que Schumpeter chamou de desenvolvimento econômico. 
 No que se refere a quem vai tomar a iniciativa dessa mudança, Schumpeter credita a um 
personagem particular: o empresário. O empresário é uma figura que se distingue na sociedade 
por ser portador de uma energia e capacidade de realizar coisas novas que não estariam 
presentes de maneira difundida entre a população. Ele não deve ser visto como o tradicional 
capitalista que pertence à classe burguesa, embora se junte a ela ao ser bem-sucedido em sua 
empreitada. Nem pode ser tomado como aquele que assume riscos. 
 
 
2.2 - O FENÔMENO FUNDAMENTAL DO DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO.
 Aparece então a figura central do empresário inovador — agente econômico que traz 
novos produtos para o mercado por meio de combinações mais eficientes dos fatores de 
produção, ou pela aplicação prática de alguma invenção ou inovação tecnológica. 
 O empresário quem adota novas combinações produtivas, sendo assim, Possas (1987) 
afirma que o empresário é definido por sua função – a de pôr em práticas inovações, podendo 
acumular outras funções econômicas enquanto indivíduo. E tem como característica 
fundamental a liderança e não a propriedade, isto é, de capacidade de previsão e iniciativa e não 
da posse de capital. 
 Para Costa (2006) o dinamismo do sistema econômico para Schumpeter depende, assim, 
do surgimento do empresário como criador de novas combinações. Mais do que isso: é alguém 
que tem a habilidade para que o novo seja implementado. Após as novas combinações serem 
adicionadas ao fluxo regular da atividade econômica, o empresário perde esta sua condição, 
passando, assim, a fazer parte da classe capitalista ou da burguesia. É esseo sentido que 
Schumpeter atribui ao termo empresário. 
 Contudo, para pôr em prática suas ideias, o empresário precisa ter acesso ao comando 
de meios de produção , em outras palavras, o que o empreendedor necessita é de crédito. Os 
banqueiros e capitalistas podem incorrer em perdas, com a desvalorização de seu título. 
Contudo, à medida que os empréstimos são cobertos por garantias reais, os riscos se transferem, 
em grande parte, para os tomadores, no caso empresários. 
 Outro agente fundamental do desenvolvimento, “o banqueiro, é o intermediário entre o 
empresário e os proprietários dos meios de produção, isto é, os capitalistas.” (Souza, 2012, 
pág.130). Portanto, ele amplia os meios de pagamentos, ao criar créditos, tornando-se o 
elemento-chave do desenvolvimento econômico. 
 O empresário é definido por sua função no ambiente produtivo, e não pela posse do 
capital, ao não dispor de capital, o empresário tem que obter crédito para adquirir os bens de 
produção necessários para a inovação. O resultado da atividade empreendedora é o lucro. 
 Schumpeter chama de empreendimento, a introdução de uma inovação no sistema 
econômico e empresário ao que adota novas combinações produtivas, como um agente de 
mudanças. 
 
2.3 CRÉDITO E CAPITAL – A NATUREZA E A FUNÇÃO DO CRÉDITO. 
 Schumpeter atribuiu papel fundamental ao crédito no crescimento econômico e afirma 
que ninguém além do empreendedor necessita de crédito, entendido por ele como uma 
 
transferência temporária de poder de compra. 
 Segundo Souza (2012) conceder crédito ao empresário significa emitir uma ordem ao 
sistema econômico, em consonância com os anseios do empresário, no sentido de criar 
capacidade produtiva adicional. Ao atribuir um papel preponderante ao crédito, de certa 
maneira, Schumpeter idealizou o moderno banco de desenvolvimento. 
 O crédito ao produtor não desempenha nenhum papel, porque as próprias receitas de 
fluxo circular financiam a produção. Ou seja, na ausência de desenvolvimento, no fluxo 
circular, funciona a lei de Say, não havendo necessidade de crédito. 
 Segundo Schumpeter (1985) o crédito, aqui visto como novo poder de compra aparece 
justamente como meio de viabilizar a execução das inovações, portanto não pressupõe a 
existência prévia de bens ou serviços, pelo contrário, apenas futuramente é que eles existirão. 
O crédito existe como agente viabilizador do progresso, como viabilizador do processo de 
inovação pelo empresário, o qual não dispõe antecipadamente dos meios necessários para levar 
adiante os seus objetivos. A concessão de crédito opera como uma ordem para o sistema 
econômico acomodar os intentos do empresário, como um comando sobre os bens de que 
precisa: significa, pois, confiar-lhe forças produtivas. 
 Schumpeter define o capital “como a soma de meios de pagamento que está disponível 
em dado momento para transferência aos empresários” (1985, pág. 83). Discute a função do 
capital no desenvolvimento econômico, considerando um “agente especial”, e afirma também 
que o mercado de capitais é aquilo a que na prática se chama mercado de dinheiro, pois, em sua 
opinião, não há outro mercado de capitais. 
 Os lucros gerados pelo desenvolvimento vão constituir os recursos próprios, os quais, 
adicionados em parte ao novo crédito, tornarão possíveis os investimentos relacionados com as 
novas combinações. 
 No desenvolvimento Schumpeteriano, existe um processo inflacionário, mas logo, é 
amenizado pelo surgimento de firmas concorrentes, produzindo bens diferenciados e adotando 
processos similares. Por adotarem novas combinações e produzirem novos produtos, as firmas 
inovadoras adquirem posição OLIGOPOLISTA no mercado. Assim, elas estabelecem preços 
com MARK-UP sobre o preço médio. Enquanto não surgirem concorrentes produzindo bens 
similares. 
 Para Schumpeter (1985) havia pleno emprego, os empréstimos concedidos forçam a os 
preços dos fatores para cima e deslocam os mesmos de combinações antigas, menos produtivas, 
para combinações novas, mais eficientes. Como as empresas não inovadoras desaparecem ou 
crescem a um ritmo muito mais lento, instaura-se um processo chamado de destruição criadora. 
 
 A discussão em torno do papel do crédito, do capital e do dinheiro unifica as três fontes 
de poder de compra de maneira extremamente interessante, caracterizando-os como um meio 
de financiar a inovação e, consequentemente, o crescimento industrial. 
2.3.1 – A DESTRUIÇÃO CRIADORA 
 O sistema capitalista para Schumpeter, se traduz num método de transformação 
econômica, não podendo se esperar que se revestisse apenas de uma natureza estacionária. 
 Segundo Souza (2012) este processo de destruição criadora é básico para se entender o 
capitalismo. É dele que se constitui o capitalismo e a ele deve se adaptar a toda empresa 
capitalista para sobreviver. O processo de seleção natural das empresas mais eficientes que 
melhor adaptam a seu ambiente, que é o mercado, é uma característica da economia moderna.
 A destruição criadora acarreta um processo de seleção natural, com a sobrevivência dos 
mais eficientes. Portanto, o sistema econômico para Schumpeter possui características 
evolucionária, sendo também uma característica da economia moderna. 
 As necessidades de adaptação, na economia schumpeteriana, para Souza (2012) 
traduzem-se pelas fases ascendentes e descendentes dos ciclos dos negócios, resultantes das 
oscilações da oferta de inovações e da demanda de crédito. 
 O Estado procura regular o mercado e eliminar a ação predatória dos oligopólios, para 
minimizar o desaparecimento precoce de firmas concorrenciais. 
 Para Schumpeter (1985) o impulso fundamental que inicia e mantêm o funcionamento 
da máquina capitalista decorre das inovações. 
 Mesmo com o sistema capitalista sendo movido por inovações, Schumpeter ressalta que 
a lógica econômica prevalece sobre a lógica tecnológica O empresário inova em função do lucro 
esperado e a inovação tem caráter econômico e não técnico. 
 
2.4 – O LUCRO EMPRESARIAL. 
 Para Schumpeter “o lucro empresarial é um excedente sobre os custos” (1988, p. 87), 
isto é, sobre os custos que existem em qualquer produção, ou seja, o lucro consistiria em um 
excedente de receita, ou, por outro lado, se as receitas não variassem, o lucro consistiria em 
uma diminuição de custos. Esta é uma representação simplista do lucro empresarial, que se 
manifesta via redução dos custos ou aumento das receitas, exclusivamente em virtude da 
introdução da inovação, não existindo sem ela. 
 Sobre o lucro empresarial, Schumpeter salienta que: 
“O lucro empresarial não é renda como o rendimento das vantagens diferenciais nos 
elementos permanentes de um negócio... Ele escapa do alcance do empresário logo 
 
que é desempenhada a função empresarial... Sem o desenvolvimento não há nenhum 
lucro, sem o lucro, nenhum desenvolvimento.” (SCHUMPETER, 1988, p. 102-103) 
 
 Segundo FREITAS, STADUTO e SHIKIDA (2004) o aumento das receitas pode 
ocorrer em razão dos preços dos novos produtos se darem sem nenhuma conexão com seus 
custos, pois não existem concorrentes, num primeiro momento. Já a redução dos custos pode 
ser devida ao fato de que a inovação consiste numa descoberta de uma fonte mais barata, ou 
combinação mais barata, de matérias-primas, enquanto o preço de venda dos produtos continua 
no patamar antigo. 
 Os mesmos autores afirmam que este lucro não é permanente, ou seja, ele existe 
enquanto as inovações não têm concorrentes. Assim que o empresário rompe as barreiras e 
executa a inovação, abre caminho para que outros o imitem, transformando tudo numa tarefa 
rotineira, desaparecendo, portanto, o papel de empresário. A partir deste momento, também o 
lucro desaparece, seja pelo fato de os preços diminuírem em virtude da concorrência, ou pelo 
fato do excedente fluir agora, não mais para o empresário, mas simpara os serviços do trabalho 
e da terra, ocasionando um aumento destes, aumento, este sim, permanente, pois agora o 
excedente se transformou em renda. 
 Portanto ao inovar, o empresário cria uma vantagem monopolista temporária que lhe 
permite auferir lucros. Os lucros, por sua vez, possibilitam e estimulam a acumulação de capital 
e o consequentemente crescimento do produto. O lucro, portanto, é uma variável central no 
pensamento de Schumpeter. 
 Celso Furtado (1967, pág. 47) observa então, "a teoria de Schumpeter é, acima de tudo, 
uma teoria do lucro" E o próprio Schumpeter deixa clara a importância que dá ao lucro em seu 
modelo de desenvolvimento quando afirma: "Sem desenvolvimento não há lucro, sem lucro 
não há desenvolvimento. Para o sistema capitalista é preciso adicionar que sem lucro não 
haveria acumulação de riqueza" (1985, pág. 154). Além de uma motivação para acumular 
capital, o lucro é portanto uma condição para a acumulação. 
 
2.5 – O JUROS SOBRE O CAPITAL. 
 Schumpeter (1985) discute a teoria do juro, refutando conceitos antigos, e relaciona o 
“fenômeno” do juro com o processo de desenvolvimento, cuja interpretação é coerente com sua 
ideia de que só o empreendedor inovador necessita de crédito. Contestando outros economistas, 
que supunham que a taxa de juros variava conforme a quantidade de dinheiro em circulação, 
demonstra que essa relação é inversa, isto é, “o efeito imediato de um aumento de dinheiro em 
circulação seria o aumento da taxa de juros e não sua redução.” 
 
 Sendo assim, o mesmo desenvolve a sua teoria de juros, composta de três princípios. 
Primeiro, o juro é descrito como sendo "parte daquelas amplas ondas no mar dos valores 
econômicos empilhadas pelo desenvolvimento". Em segundo lugar, e de acordo com a 
definição, o juro deve originar-se do lucro empresarial. Finalmente, o autor aponta que apenas 
parte desses lucros se reverte em juros, os quais, contrariamente ao lucro, não estão ligados a 
bens concretos, sendo, além disso, de natureza contínua, isto é, não temporária. 
 Besser-Pereira (1991) afirma que a taxa de juros tem um papel secundário no processo 
de acumulação. Pois os juros pagos pelos empresários só existem na medida em que há o lucro. 
Uma vez que os juros é parte do lucro, são os preços que os empresários pagam para, através 
do credito (capital), utilizar bens que não possuem. Na medida, portanto, em que a taxa de juros 
depende basicamente da taxa de lucros, sua importância, dentro do modelo de Schumpeter, é 
bastante reduzida. A taxa de juros cresce quando ondas de inovação permitem que a taxa de 
lucros cresce. É óbvio, portanto, que o essencial para acumulação, segundo Schumpeter, além 
dos fatores psicossociais, são a inovação, os lucros e a taxa de lucro, e não a taxa de juros. 
 
2.6 - CICLOS ECONÔMICOS. 
 Schumpeter (1985) relaciona os períodos de prosperidade ao fato de que o 
empreendedor inovador, ao criar novos produtos, é imitado por um verdadeiro “enxame” de 
empreendedores não inovadores que investem recursos para produzir e imitar os bens criados 
pelo empresário inovador. Consequentemente, uma onda de investimentos de capital ativa a 
economia, gerando a prosperidade e o aumento do nível de emprego. 
 Complementa ainda que a medida que as inovações tecnológicas ou as modificações 
introduzidas nos produtos antigos são absorvidas pelo mercado e seu consumo se generaliza, a 
taxa de crescimento da economia diminui e tem início um processo recessivo com a redução 
dos investimentos e a baixa da oferta de emprego. A alternância entre prosperidade e recessão, 
isto é, a descontinuidade no aumento de produção, é vista por Schumpeter, dentro do contexto 
do processo de desenvolvimento econômico, como um obstáculo periódico e transitório no 
curso normal de expansão da renda nacional, da renda per capita e do consumo. 
 Antes de Schumpeter apresentar sua teoria, as descontinuidades cíclicas eram explicadas 
pelos economistas em função das flutuações da atividade cósmica do sol, da alternância de boas 
e más colheitas, do subconsumo da superpopulação etc. A grande contribuição de Schumpeter 
foi estabelecer a correlação entre o abrupto aumento do nível do investimento que se segue às 
inovações tecnológicas transformadas em produtos para o mercado, e o período subsequente de 
prosperidade econômica seguido de uma redução do nível de emprego, produção e 
 
investimento. 
 As necessidades de adaptação, na economia schumpeteriana, traduzem-se pelas fases 
ascendentes e descendentes dos ciclos dos negócios, resultantes das oscilações da oferta de 
inovações e da demanda de crédito. 
 Na ótica de Schumpeter, o processo de concorrência apresenta ganhadores e perdedores, 
não é um jogo de ganha-ganha. É uma situação em que o sistema deve se ajustar às inovações, 
gerando depressões na economia. 
 Segundo Souza (2012), os ciclos alternados de crescimento do produto apresentam 
quatro fases, conforme mostra a Figura 01 abaixo, a) ascensão ou boom; b) recessão; c) 
depressão; d) recuperação: 
 
FIGURA 01- Flutuações Econômicas de Longo Prazo 
 
Fonte: Adaptado livro Desenvolvimento Econômico, pág.135 
 
 Schumpeter (1985, pág. 193) enfatiza que “todo boom é seguido por uma depressão, 
toda depressão por um boom”. Explicando que o boom termina e a depressão tem início após 
a passagem do tempo que deve transcorrer antes que os produtos dos novos empreendimentos 
possam aparecer no mercado. Por sua vez, a dinâmica econômica que levará a um novo boom 
surge quando o processo de reabsorção das inovações estiver terminado. Portanto a crise 
representa o processo pelo qual a economia se ajusta as novas condições. 
 Portanto FREITAS, STADUTO e SHIKIDA (2004), argumentam que a partir deste 
momento, pode-se partir para uma definição do que significa a instabilidade econômica do 
capitalismo para Schumpeter. Por meio da inovação rompe-se o fluxo circular, uma vez que a 
inovação é a alocação de recursos produtivos em uso (mas não experimentados na prática). Para 
 
ser executada, a inovação precisa da figura/ação do empresário, que precisa fazer com que 
realmente as inovações sejam executadas. Mas, como a inovação é descontínua e envolve uma 
mudança considerável ela exige grandes gastos antes do aparecimento de qualquer renda. 
Financiar estes gastos é o papel do crédito, afirma Schumpeter (1988) pois é através do crédito 
que o empresário tem acesso aos meios de produção necessários para realizar as inovações. 
 Da conexão desses elementos surge o fator de instabilidade do sistema, pois as 
inovações agrupam-se de forma compacta, sendo este processo de inovação-ajustamento a 
forma pela qual a instabilidade se manifesta no sistema. 
 É por meio deste sistema de inovação-ajustamento que Schumpeter descreve o 
funcionamento dos ciclos econômicos e que, segundo Possas (1987, p. 34), o “conceito de 
instabilidade se confunde, no essencial, com o de ciclo econômico”. 
 Schumpeter coloca que a depressão não deve ser vista como um fator puramente 
negativo, pois ela possibilita um novo equilíbrio. 
2.6.1 “CRISES” PARA SCHUMPETER 
 Schumpeter (1985) explica as crises em economias capitalistas a partir do esgotamento 
das opções oferecidas pelo enxame de inovações primárias e a onda de inovações secundárias 
que a ela se segue e justifica a ação de determinadas nações que buscam o mercado externo 
como alternativa para a realização de novas combinações que permitam a continuidade do 
crescimento. 
 Segundo Souza (2012), o tempo de duração entre um ciclo e outro, depende do 
fenômeno que o motivou, uma vez que eles não decorrem apenas do lado da oferta no sentido 
schumpeteriano. 
 No período de prosperidade é caracterizado pelo aparecimento de ondas de inovações e 
enxames de empresários. A ascensão atinge o máximo e depois declina. e, o clima de otimismo 
que se espraia pela economia crianovas empresas e revigora as antigas, a geração de 
expectativas otimistas para o futuro acompanha a especulação. A expansão da capacidade 
produtiva faz com que o produto das antigas e das novas empresas se confrontem no mercado, 
levando à guerra de preços que os rebaixa. 
 A deflação se inicia quando os empresários começam a pagar seus empréstimos. Logo, 
O sistema bancário deixa de expandir os meios de pagamento e resulta em um processo de 
contração da oferta monetária. Na ausência de uma nova onda de inovações, a economia entra 
em um período de recessão e depois depressão. “A recessão cumpre o que o boom prometeu: a 
corrente de bens é enriquecida, a produção, que foi aumentada durante a prosperidade, agora 
 
diminui” (Oliveira, 1993, p.106). 
 Portanto, para Schumpeter, o sistema capitalista é instável por suas próprias forças. 
2.6.2 AMEAÇAS AO CAPITALISMO 
 Assim como Marx, Schumpeter, também preconizava a destruição do capitalismo. Para 
Schumpeter (1961), o próprio sucesso do capitalismo acaba no final não só prejudicando as 
instituições que o protegiam, mas também contribuindo para a emergência da civilização 
socialista. 
 Além da redução gradativa de novas oportunidades para o investimento, a sobrevivência 
do capitalismo no longo prazo ficaria ameaçada pelo surgimento de outros fatores, como mostra 
(Schumpeter, 1961, pág. 165): 
1) AMBIENTAIS: O sistema capitalista distribui poder político a segmentos da sociedade que 
não procuram a maximização do lucro, a força motriz do capitalismo. Desse modo, aumenta a 
força dos intelectuais, homens treinados para criticar, os quais, chegando ao poder, trabalhariam 
contra as estruturas capitalistas vigentes; 
2) SATURAÇÃO: Com o declínio do crescimento demográfico, a elevação do estoque de capital 
e a exaustão dos recursos naturais, a humanidade atingiria à saciedade. Com as necessidades 
econômicas plenamente satisfeitas, não haveria motivação para o crescimento econômico; 
3) OBSOLETISMO DA FUNÇÃO EMPRESARIAL: A inovação tornando-se rotineira, a 
liderança empresarial seria substituída por executivos bem remunerados. Assim, deteriora-se a 
posição da burguesia industrial e financeira, eliminando-se o elo entre crédito e inovação; 
4) DESTRUIÇÃO DA CAMADA PROTETORA: A pequena produção, que forma a camada 
protetora sobre a qual se assentam as grandes unidades produtivas, tenderia a desaparecer. A 
marginalização dos pequenos empresários e da população envolvida teria seu reflexo nas urnas, 
afetando a estrutura política nacional e o futuro da grande empresa; 
5) DESAPARECIMENTO DO ESPIRITO DE PROPRIEDADE: Grandes empresas substituíram 
o proprietário tradicional por uma infinidade de pequenos acionistas, com interesses variados e 
disseminados e preocupados apenas com o curto prazo. 
 O enfraquecimento das instituições e a mudança de valores básicos resultante levariam 
o sistema capitalista a transformar-se no socialismo 
 
3. CONCLUSÃO 
 Joseph Schumpeter não é reconhecido apenas por ser um pensador original, criativo e 
destemido, mas por manter suas ideias atuais, percebe-se que suas ideias permanecem bastante 
atuais, quando se pensa em inovação, empreendedorismo e capitalismo, sobretudo neste 
momento de intenso avanço científico e tecnológico. E por ter sido um dos poucos economistas 
a se aventurar a fazer uma análise da transição social sob o capitalismo. 
 Este trabalho teve como objetivo apresentar, uma revisão bibliográfica sobre a Teoria 
do Desenvolvimento Econômico para Schumpeter, com uma breve discussão a respeito do 
pensamento de Schumpeter e outros autores sobre a obra. 
 Se diferenciou dos demais pensadores da época, por optar pela concepção de modelos 
econômicos para explicar a realidade e para compreensão do processo de desenvolvimento 
capitalista. 
 Por desenvolvimento econômico, Schumpeter, entende as realizações de novas 
combinações, seja ela uma nova forma de produzir um bem já existente ou um novo produto, 
bem como a abertura de novos mercados, de maneira que o fluxo circular, seja substituído por 
um movimento espiral, deixando seu estado estacionário. 
 As inovações constituem o motor do processo de mudança que caracteriza o 
desenvolvimento capitalista e resultado da iniciativa dos empresários- agentes econômicos de 
mudança. Dessa forma, o desenvolvimento é definido pela realização de inovações, que podem 
ser classificadas em 5 casos, conforme vimos. 
 Schumpeter acredita que o impulso fundamental que inicia e mantêm o funcionamento 
da máquina capitalista decorre das inovações. As ideias de Schumpeter têm caráter 
evolucionário, as empresas inovadoras sobrevivem à destruição criativa no mercado e estão em 
constante adaptação ao meio em que se insere. 
 Mas, o autor também coloca que os momentos de prosperidade nos ciclos econômicos, 
decorrentes da inovação, levam a crises que, por sua vez, podem levar a depressões. Para 
Schumpeter o desenvolvimento econômico nunca tem início onde parou após uma crise, pois o 
seu acontecimento modificará permanentemente o sistema. 
 O legado deixado por Schumpeter, é sua percepção de que a inovação, na forma de 
destruição criativa, é a forma propulsora não só do capitalismo como do progresso material de 
maneira geral. Mas há quem diga que as maiores influências de Schumpeter está na Sociologia, 
Ciências Políticas e História, uma vez que Schumpeter considerava inaceitável a desigualdade 
de oportunidades, mas também sustentava que os resultados da desigualdade de esforços eram 
 
merecidos. Globalmente, considerava a disparidade de renda não só inevitável na sociedade 
capitalista, como eficaz no estímulo da inovação. O dinheiro não era a única motivação dos 
empreendedores, mas era uma motivação importante que mantinha a competição entre 
indivíduos extremamente bem-sucedidos. 
 O pessimismo de Schumpeter em relação ao futuro do capitalismo não parece algo a se 
concretizar num futuro próximo. Pois nesse sentido, enquanto houver inovações tecnológicas, 
o capitalismo continuará se impondo. 
 Haberler (1950), identifica importantes contribuições de Schumpeter não só no campo 
da economia, mas igualmente na sociologia e na filosofia política. Isso não se deve a que 
Schumpeter se interessasse por distintas disciplinas. O seu método de análise assim o exigia. 
Para Schumpeter, um profissional se qualificaria como economista se dominasse, além de teoria 
econômica, conhecimentos de outros ramos do saber, particularmente os instrumentos 
estatístico-matemáticos e história econômica. Além de análise de caráter dinâmico, Schumpeter 
privilegia as dimensões micro e mesoeconômica, mais do que os agregados macroeconômicos, 
por exemplo, do tipo propensão média ao consumo. 
 Na década de 80, cresceu o interesse pelas ideias de Schumpeter, onde a corrente neo-
schumpeteriana começou a se desenvolver. 
 Após identificar a forma como o desenvolvimento econômico se manifesta sob o 
capitalismo, Schumpeter debruça-se sobre os rumos que tomará a continuidade dessa evolução. 
Essa avaliação vai aparecer, então, na obra posterior: Capitalismo, Socialismo e Democracia. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS 
 
BRESSER-PEREIRA, Luiz Carlos. ACUMULAÇÃO DE CAPITAL, LUCROS E JUROS. 
Texto para Discussão n°.4, fevereiro 1991. 
COSTA. Achyles Barcelos da. O desenvolvimento econômico na visão de Joseph 
Schumpeter. Caderno IHU ideias: Universidade Do Vale Do Rio Dos Sinos. Unisinos, 2006. 
FREITAS, C. A.; STADUTO, J. A. R. ; SHIKIDA, P. F.A . A questão da instabilidade 
econômica em Keynes e Schumpeter. Revista de Economia e Administração, v.3, n.1, 58-
85p, jan./mar. 2004 
 
FURTADO, Celso. Teoria e Política do Desenvolvimento Econômico, São Paulo, 
Campanha Editora Nacional, 1967. 
 
HABERLER, Gottfried (1950). Joseph Alois Schumpeter: 1883-1950. Quarterly Journal of 
Economics, v. LXIV.n. 3, p. 333-372, August. 
 
POSSAS, Mário. A dinâmica da economia capitalista: uma abordagem teórica. São 
Paulo: Brasiliense, 1987. 
 
SCHUMPETER, Joseph A. Capitalismo, socialismo e democracia. Rio de Janeiro: Fundo de 
Cultura, 1961. 
SCHUMPETER, Joseph A. Teoria do desenvolvimento econômico: uma investigação sobre 
lucros, capital, crédito, juro e o ciclo econômico. 2. ed., São Paulo: Nova Cultural, 1985. (Col. 
Os Economistas) 
SCHUMPETER, Joseph. A. A instabilidade do capitalismo. In: Instituto de planejamento 
econômico e social, instituto de pesquisas. Clássicos de literatura econômica. Rio de Janeiro: 
Editorial IPEA, 1988. p. 153-189. 
SOUZA, Nali de Jesus de. Desenvolvimento Econômico. 6. ed. São Paulo: Editora Atlas, 2012.

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