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UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALFENAS – MG INSTITUTO CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADA - ICSA MARÍLIA PALAZI DE ASSIS TEORIA DO DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO: SCHUMPETER Varginha/MG 2016 MARÍLIA PALAZI DE ASSIS TEORIA DO DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO: SCHUMPETER Trabalho apresentado para a conclusão da matéria: Desenvolvimento Econômico do curso de Ciências Econômicas com Ênfase em Controladoria da Universidade Federal de Alfenas. Varginha/MG 2016 SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO ................................................................................................................. 4 2. DESENVOLVIMENTO TÉÓRICO ............................................................................... 6 2.1. O FLUXO CIRCULAR DA ECONOMIA ENQUANTO CONDICIONADO POR CIRCUNSTANCIAS DADAS. ............................................................................................ 6 2.3.1. A DESTRUIÇÃO CRIADORA ....................................................................... 11 2.4. O LUCRO EMPRESARIAL. .................................................................................... 11 2.5. O JUROS SOBRE O CAPITAL. ............................................................................... 12 2.6. CICLOS ECONÔMICOS. ......................................................................................... 13 2.6.1. “CRISES” PARA SCHUMPETER ................................................................. 15 2.6.2 AMEAÇAS AO CAPITALISMO ..................................................................... 16 3. CONCLUSÃO ..................................................................................................................... 17 REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS ................................................................................. 19 1. INTRODUÇÃO Joseph Alois Schumpeter, brilhante filósofo social e profeta do desenvolvimento capitalista, historiador das doutrinas econômicas, nascido na Áustria em 1883, formado em Ciências Econômicas e Direito. Um austríaco que afirmava que a capacidade criativa do homem encontra seu apogeu dos 20 aos 30 anos de idade, concretizou esta afirmação aos 25 anos em 1908 quando publicou sua primeira grande obra “A Natureza e Essência da Economia Político Teórica” e mais tarde, em 1911, publicou “A Teoria do Desenvolvimento Econômico”, selando sua importância como teórico econômico. Ao completar 50 anos já havia escrito 17 livros, duas novelas e centenas de artigos científicos. Neste conjunto merece destaque, o tratado sobre os Ciclos Econômicos (1939), cujo subtítulo elucida “Uma Análise Teórica, Histórica e Estatística do Processo Capitalista”. Publicada como Professor da Universidade de Harvard. Homem notável que passou por vários países e diferentes culturas ocupando cargos de destaques e deixando escritos seus pensamentos e convicções ousadas para o tempo, em suas obras que até hoje servem de base para os estudos que confrontam o crescimento com o desenvolvimento econômico. Em 1942, publicou Capitalismo, Socialismo e Democracia, considerada pela crítica como pessimista por concluir pelo inevitável triunfo do socialismo, ocorria o desaparecimento do capitalismo, decorrente do processo analítico desenvolvido por Schumpeter, mas que não expressa, sua ideologia ou preferência pessoal. Admirador de Karl Marx, por quem se influenciou grandemente em sua formação científica. Inspirado também na obra de Léon Walras, adquiriu o interesse pela formulação matemática e econométrica das questões econômicas, além de optar pela concepção de modelos econômicos para explicar a realidade e para a compreensão do processo de desenvolvimento capitalista. A Teoria do Desenvolvimento Econômico foi publicado pela primeira vez em 1911, em alemão, reeditada em 1926. Schumpeter afirmou que esta obra se tratava em seu método e objetivo, ser “francamente teórico”, ele afirma com convicção de que nossa ciência, mais do que as outras, não pode dispensar esse senso comum refinado que chamamos ‘teoria’ e que nos dá instrumentos para analisar os fatos e os problemas práticos. No capítulo I desta obra se apresenta um modelo de economia estacionário, fundamentado num fluxo circular da vida econômica. No capítulo II, este contrasta com o primeiro, quando apresenta uma estrutura dinâmica denominada de “O Fenômeno Fundamental do Desenvolvimento Econômico”, onde apresenta a figura do empresário. Sob sua ótica ficou claro a importância crítica da taxa de crescimento na produção total, afirmou que se a produção aumentasse no futuro na proporção que aumentou no passado, todos os sonhos dos reformadores sociais teriam êxito. Entretanto, se a política se dirigisse á redistribuição imediata fracassariam os ideai reformistas e o aumento da produção. Schumpeter percebeu o papel central do crescimento econômico em relação a justiça social e a divertiu para os perigos da redistribuição prematura. Distinguiu a diferença entre crescimento e desenvolvimento econômico. Desta a figura do empreendedor enfatizando a importância da ousadia e da intuição empreendedora, mesmo quando não se pode comprovar pelos princípios proposto tudo o que deverá ser alcançado com objetivo traçados. Afirma que o empreendedor ditará as mudanças de conceitos e hábitos, apresentando novas opções e formas de consumo para produtos e serviços. No Capitulo III, fala do papel fundamental do credito para o desenvolvimento econômico, Schumpeter idealizou o moderno banco de desenvolvimento. Considerava que o crédito ao consumidor não era um elemento essencial ao processo econômico, mas uma transferência inicial temporária do poder de compra e não de desenvolvimento. O modelo de Schumpeter é basicamente um modelo de industrialização. No Capítulo IV, ao examinar o lucro empresarial, apresenta algumas reflexões sociológicas, sobre a impossibilidade de os empreendedores transmitirem geneticamente a seus herdeiros as qualidades que os conduziram ao êxito, por meio de inovações e novos métodos produtivos. No Capítulo V, discute a teoria dos juros, refutando conceitos antigos, e relaciona o “fenômeno” dos juros com o processo de desenvolvimento. Sendo coerente com sua ideia de que só o empreendedor inovador necessita de crédito. No último capítulo, trata-se dos ciclos econômicos, ou seja, dos períodos de prosperidade e recessão econômica comuns no processo de desenvolvimento capitalista. Embora Schumpeter considerasse que o tratamento dado ao problema não fosse totalmente satisfatório, as ideias centrais contidas no capítulo constituíram o foco de sua obra Ciclos Econômicos. Atualmente, quando o assunto é inovação, destacam-se as suas contribuições e sua influência sobre as vertentes teóricas “neo-schumpeterianas”. Nas últimas duas décadas, sua obra tem sido objeto de estudo para procurar entender as profundas mudanças tecnológicas, econômicas e sociais por que tem passado o capitalismo. 2. DESENVOLVIMENTO TÉÓRICO Primeiramente será discutido sobre a existência de desenvolvimento na economia e depois a diferença entre desenvolvimento e crescimento econômico e por fim, fazer uma análise de sua teoria, separada pelos capítulos de sua obra. Segundo Schumpeter (1985) uma economia sem desenvolvimento é descrita por um sistema circular de equilíbrio, com lucros normais, onde não existe inovações tecnológicas e os processos de produção são rotineiros. Portanto, o empresário não exerce nenhum papel, não havendo nenhum motivo para o surgimento de líderes empresariais. Por desenvolvimento, Schumpeter entende “as mudanças da vida econômica que não lhe forem impostas de fora,mas que surjam de dentro, por sua própria iniciativa.” (SCHUMPETER, 1985, p. 47). Sendo assim, Schumpeter distinguiu claramente a diferença entre crescimento e desenvolvimento: “Nem o mero crescimento da economia, representado pelo aumento da população e da riqueza, será designado aqui como um processo do desenvolvimento”. Entretanto, “adaptações, embora possam produzir crescimento, não caracterizam em si o desenvolvimento econômico” (SCHUMPETER, 1985, p. 47-48). Portanto, o desenvolvimento, no sentido em que o tomamos, é um fenômeno distinto, inteiramente estranho ao que pode ser observado no fluxo circular ou na tendência para o equilíbrio. É uma mudança espontânea e descontínua nos canais do fluxo, que altera e desloca para sempre o estado de equilíbrio previamente existente. A partir desses conceitos, Schumpeter apresentou sua obra “A teoria do Desenvolvimento”, uma investigação sobre lucros, capital, juros e o ciclo econômico, que está dividido em seis capítulos que serão discutidos a seguir. 2.1 - O FLUXO CIRCULAR DA ECONOMIA ENQUANTO CONDICIONADO POR CIRCUNSTANCIAS DADAS. Em seu primeiro capitulo, Schumpeter apresenta um modelo de economia estacionário, sem desenvolvimento, fundamentado num fluxo circular da vida econômica. Assim, toda a atividade econômica se apresenta de maneira idêntica em sua essência, repetindo-se continuamente. Para Costa (2006), na economia do fluxo circular, segundo Schumpeter, a vida econômica transcorre monotonamente, em que cada bem produzido encontra o seu mercado, período após período. Isso, contudo, não significa concluir que inexista crescimento econômico. Admitem-se incrementos na produtividade, decorrentes de aperfeiçoamentos no processo de trabalho e de mudanças tecnológicas contínuas na função de produção. Entretanto, essa base tecnológica já é conhecida, incorporada que foi com o tempo na matriz produtiva da economia. Os agentes econômicos apegam-se ao estabelecido, e as adaptações às mudanças ocorrem em ambiente familiar e de trajetória previsível. Nessas circunstâncias, de acordo com Schumpeter, mudanças econômicas substanciais não podem ter origem no fluxo circular, pois a reprodução do sistema está vinculada aos negócios realizados em períodos anteriores. O fluxo circular constitui um sistema de equilíbrio geral onde as relações entre variáveis ocorrem em condições de crescimento equilibrado, sendo determinadas pelo ritmo de expansão demográfica. Dados os preços de mercado, os consumidores e as firmas ajustam as quantidades demandadas e ofertadas. Costa (2006) complementa ainda, que o desenvolvimento dessa ideia leva Schumpeter a procurar estabelecer de onde provêm as inovações, quem as produz e como são inseridas na atividade econômica. Do plano, Schumpeter descarta a hipótese de que elas se originem no âmbito dos desejos e necessidades dos consumidores, embora esses sejam elementos importantes para a adoção e difusão de novas combinações. Todavia, esses atores são passivos em relação à pesquisa e ao desenvolvimento de novos produtos e processos. Apenas os incorporam aos seus hábitos diários. 2.1.1 - NOVAS COMBINAÇÕES O desenvolvimento econômico é de outra natureza. Ele se define como uma “mudança espontânea e descontinua nos canais de fluxo, uma perturbação do equilíbrio, que altera e desloca para sempre o estado de equilíbrio previamente existente” (Schumpeter,1985, pág. 47). Então é através das mudanças revolucionárias que alteram de uma vez por todas a situação anterior (estacionária). Para Schumpeter (1985), é o produtor que, via de regra, inicia e exercem a mudança econômica significativa, promovendo novas combinações de meios produtivos que vão definir uma situação ou um processo de desenvolvimento. Para ele, os consumidores são educados, se necessário; são, por assim dizer, ensinados a querer coisas novas, ou coisas que diferem em um aspecto ou outro daquelas que tinham o hábito de usar. Em síntese, o desenvolvimento consiste no emprego diferente dos recursos disponíveis, independentemente do ritmo de seu crescimento. Segundo Costa (2006) as mudanças se originam, portanto, no lado da produção, na maneira distinta de combinar materiais e forças para produzir as coisas a serem utilizadas na vida diária das pessoas, mas, repita-se, não dizem respeito a aperfeiçoamentos no já conhecido. Trata-se de modos totalmente diferentes de dispor materiais e forças. A esses modos diferentes Schumpeter (1911, p. 48-9) chamou de inovações ou de novas combinações, o conceito de “novas combinações” se aplica aos 5 casos: 1) Introdução de um novo bem: um bem com que os consumidores ainda não estejam familiarizados – ou de uma nova qualidade. 2) Descoberta de um novo método de produção: um método que ainda não tenha sido testado pela experiência no ramo próprio da indústria de transformação, que, de modo algum, precisa ser baseado numa descoberta cientificamente nova, e pode consistir também em nova maneira de manejar comercialmente uma mercadoria. 3) Abertura de um novo mercado, no país ou no exterior: ou seja, de um mercado em que o ramo particular da indústria de transformação do país em questão não tenha ainda entrado, quer esse mercado tenha existido antes ou não. 4) Conquista de uma nova fonte de matérias-primas, ou de bens intermediários: mais uma vez independentemente do fato de que essa fonte já existia ou teve que ser criada. 5) Estabelecimento de uma nova forma de organização de qualquer indústria: a criação de uma posição de monopólio (por exemplo, pela trustificação) ou a fragmentação de uma posição de monopólio. Schumpeter (1985) deixa explícito que os meios de produção necessários às novas combinações não estão ociosos, à espera para serem empregados na produção de novos bens. Os recursos para viabilizar as novas combinações já estão disponíveis na sociedade, estando empregados em atividades que compõem o fluxo circular. São as novas maneiras de combiná- los, retirando-os dos locais onde se acham empregados e alocando-os em novas atividades, que se vão produzir, então, o que Schumpeter chamou de desenvolvimento econômico. No que se refere a quem vai tomar a iniciativa dessa mudança, Schumpeter credita a um personagem particular: o empresário. O empresário é uma figura que se distingue na sociedade por ser portador de uma energia e capacidade de realizar coisas novas que não estariam presentes de maneira difundida entre a população. Ele não deve ser visto como o tradicional capitalista que pertence à classe burguesa, embora se junte a ela ao ser bem-sucedido em sua empreitada. Nem pode ser tomado como aquele que assume riscos. 2.2 - O FENÔMENO FUNDAMENTAL DO DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO. Aparece então a figura central do empresário inovador — agente econômico que traz novos produtos para o mercado por meio de combinações mais eficientes dos fatores de produção, ou pela aplicação prática de alguma invenção ou inovação tecnológica. O empresário quem adota novas combinações produtivas, sendo assim, Possas (1987) afirma que o empresário é definido por sua função – a de pôr em práticas inovações, podendo acumular outras funções econômicas enquanto indivíduo. E tem como característica fundamental a liderança e não a propriedade, isto é, de capacidade de previsão e iniciativa e não da posse de capital. Para Costa (2006) o dinamismo do sistema econômico para Schumpeter depende, assim, do surgimento do empresário como criador de novas combinações. Mais do que isso: é alguém que tem a habilidade para que o novo seja implementado. Após as novas combinações serem adicionadas ao fluxo regular da atividade econômica, o empresário perde esta sua condição, passando, assim, a fazer parte da classe capitalista ou da burguesia. É esseo sentido que Schumpeter atribui ao termo empresário. Contudo, para pôr em prática suas ideias, o empresário precisa ter acesso ao comando de meios de produção , em outras palavras, o que o empreendedor necessita é de crédito. Os banqueiros e capitalistas podem incorrer em perdas, com a desvalorização de seu título. Contudo, à medida que os empréstimos são cobertos por garantias reais, os riscos se transferem, em grande parte, para os tomadores, no caso empresários. Outro agente fundamental do desenvolvimento, “o banqueiro, é o intermediário entre o empresário e os proprietários dos meios de produção, isto é, os capitalistas.” (Souza, 2012, pág.130). Portanto, ele amplia os meios de pagamentos, ao criar créditos, tornando-se o elemento-chave do desenvolvimento econômico. O empresário é definido por sua função no ambiente produtivo, e não pela posse do capital, ao não dispor de capital, o empresário tem que obter crédito para adquirir os bens de produção necessários para a inovação. O resultado da atividade empreendedora é o lucro. Schumpeter chama de empreendimento, a introdução de uma inovação no sistema econômico e empresário ao que adota novas combinações produtivas, como um agente de mudanças. 2.3 CRÉDITO E CAPITAL – A NATUREZA E A FUNÇÃO DO CRÉDITO. Schumpeter atribuiu papel fundamental ao crédito no crescimento econômico e afirma que ninguém além do empreendedor necessita de crédito, entendido por ele como uma transferência temporária de poder de compra. Segundo Souza (2012) conceder crédito ao empresário significa emitir uma ordem ao sistema econômico, em consonância com os anseios do empresário, no sentido de criar capacidade produtiva adicional. Ao atribuir um papel preponderante ao crédito, de certa maneira, Schumpeter idealizou o moderno banco de desenvolvimento. O crédito ao produtor não desempenha nenhum papel, porque as próprias receitas de fluxo circular financiam a produção. Ou seja, na ausência de desenvolvimento, no fluxo circular, funciona a lei de Say, não havendo necessidade de crédito. Segundo Schumpeter (1985) o crédito, aqui visto como novo poder de compra aparece justamente como meio de viabilizar a execução das inovações, portanto não pressupõe a existência prévia de bens ou serviços, pelo contrário, apenas futuramente é que eles existirão. O crédito existe como agente viabilizador do progresso, como viabilizador do processo de inovação pelo empresário, o qual não dispõe antecipadamente dos meios necessários para levar adiante os seus objetivos. A concessão de crédito opera como uma ordem para o sistema econômico acomodar os intentos do empresário, como um comando sobre os bens de que precisa: significa, pois, confiar-lhe forças produtivas. Schumpeter define o capital “como a soma de meios de pagamento que está disponível em dado momento para transferência aos empresários” (1985, pág. 83). Discute a função do capital no desenvolvimento econômico, considerando um “agente especial”, e afirma também que o mercado de capitais é aquilo a que na prática se chama mercado de dinheiro, pois, em sua opinião, não há outro mercado de capitais. Os lucros gerados pelo desenvolvimento vão constituir os recursos próprios, os quais, adicionados em parte ao novo crédito, tornarão possíveis os investimentos relacionados com as novas combinações. No desenvolvimento Schumpeteriano, existe um processo inflacionário, mas logo, é amenizado pelo surgimento de firmas concorrentes, produzindo bens diferenciados e adotando processos similares. Por adotarem novas combinações e produzirem novos produtos, as firmas inovadoras adquirem posição OLIGOPOLISTA no mercado. Assim, elas estabelecem preços com MARK-UP sobre o preço médio. Enquanto não surgirem concorrentes produzindo bens similares. Para Schumpeter (1985) havia pleno emprego, os empréstimos concedidos forçam a os preços dos fatores para cima e deslocam os mesmos de combinações antigas, menos produtivas, para combinações novas, mais eficientes. Como as empresas não inovadoras desaparecem ou crescem a um ritmo muito mais lento, instaura-se um processo chamado de destruição criadora. A discussão em torno do papel do crédito, do capital e do dinheiro unifica as três fontes de poder de compra de maneira extremamente interessante, caracterizando-os como um meio de financiar a inovação e, consequentemente, o crescimento industrial. 2.3.1 – A DESTRUIÇÃO CRIADORA O sistema capitalista para Schumpeter, se traduz num método de transformação econômica, não podendo se esperar que se revestisse apenas de uma natureza estacionária. Segundo Souza (2012) este processo de destruição criadora é básico para se entender o capitalismo. É dele que se constitui o capitalismo e a ele deve se adaptar a toda empresa capitalista para sobreviver. O processo de seleção natural das empresas mais eficientes que melhor adaptam a seu ambiente, que é o mercado, é uma característica da economia moderna. A destruição criadora acarreta um processo de seleção natural, com a sobrevivência dos mais eficientes. Portanto, o sistema econômico para Schumpeter possui características evolucionária, sendo também uma característica da economia moderna. As necessidades de adaptação, na economia schumpeteriana, para Souza (2012) traduzem-se pelas fases ascendentes e descendentes dos ciclos dos negócios, resultantes das oscilações da oferta de inovações e da demanda de crédito. O Estado procura regular o mercado e eliminar a ação predatória dos oligopólios, para minimizar o desaparecimento precoce de firmas concorrenciais. Para Schumpeter (1985) o impulso fundamental que inicia e mantêm o funcionamento da máquina capitalista decorre das inovações. Mesmo com o sistema capitalista sendo movido por inovações, Schumpeter ressalta que a lógica econômica prevalece sobre a lógica tecnológica O empresário inova em função do lucro esperado e a inovação tem caráter econômico e não técnico. 2.4 – O LUCRO EMPRESARIAL. Para Schumpeter “o lucro empresarial é um excedente sobre os custos” (1988, p. 87), isto é, sobre os custos que existem em qualquer produção, ou seja, o lucro consistiria em um excedente de receita, ou, por outro lado, se as receitas não variassem, o lucro consistiria em uma diminuição de custos. Esta é uma representação simplista do lucro empresarial, que se manifesta via redução dos custos ou aumento das receitas, exclusivamente em virtude da introdução da inovação, não existindo sem ela. Sobre o lucro empresarial, Schumpeter salienta que: “O lucro empresarial não é renda como o rendimento das vantagens diferenciais nos elementos permanentes de um negócio... Ele escapa do alcance do empresário logo que é desempenhada a função empresarial... Sem o desenvolvimento não há nenhum lucro, sem o lucro, nenhum desenvolvimento.” (SCHUMPETER, 1988, p. 102-103) Segundo FREITAS, STADUTO e SHIKIDA (2004) o aumento das receitas pode ocorrer em razão dos preços dos novos produtos se darem sem nenhuma conexão com seus custos, pois não existem concorrentes, num primeiro momento. Já a redução dos custos pode ser devida ao fato de que a inovação consiste numa descoberta de uma fonte mais barata, ou combinação mais barata, de matérias-primas, enquanto o preço de venda dos produtos continua no patamar antigo. Os mesmos autores afirmam que este lucro não é permanente, ou seja, ele existe enquanto as inovações não têm concorrentes. Assim que o empresário rompe as barreiras e executa a inovação, abre caminho para que outros o imitem, transformando tudo numa tarefa rotineira, desaparecendo, portanto, o papel de empresário. A partir deste momento, também o lucro desaparece, seja pelo fato de os preços diminuírem em virtude da concorrência, ou pelo fato do excedente fluir agora, não mais para o empresário, mas simpara os serviços do trabalho e da terra, ocasionando um aumento destes, aumento, este sim, permanente, pois agora o excedente se transformou em renda. Portanto ao inovar, o empresário cria uma vantagem monopolista temporária que lhe permite auferir lucros. Os lucros, por sua vez, possibilitam e estimulam a acumulação de capital e o consequentemente crescimento do produto. O lucro, portanto, é uma variável central no pensamento de Schumpeter. Celso Furtado (1967, pág. 47) observa então, "a teoria de Schumpeter é, acima de tudo, uma teoria do lucro" E o próprio Schumpeter deixa clara a importância que dá ao lucro em seu modelo de desenvolvimento quando afirma: "Sem desenvolvimento não há lucro, sem lucro não há desenvolvimento. Para o sistema capitalista é preciso adicionar que sem lucro não haveria acumulação de riqueza" (1985, pág. 154). Além de uma motivação para acumular capital, o lucro é portanto uma condição para a acumulação. 2.5 – O JUROS SOBRE O CAPITAL. Schumpeter (1985) discute a teoria do juro, refutando conceitos antigos, e relaciona o “fenômeno” do juro com o processo de desenvolvimento, cuja interpretação é coerente com sua ideia de que só o empreendedor inovador necessita de crédito. Contestando outros economistas, que supunham que a taxa de juros variava conforme a quantidade de dinheiro em circulação, demonstra que essa relação é inversa, isto é, “o efeito imediato de um aumento de dinheiro em circulação seria o aumento da taxa de juros e não sua redução.” Sendo assim, o mesmo desenvolve a sua teoria de juros, composta de três princípios. Primeiro, o juro é descrito como sendo "parte daquelas amplas ondas no mar dos valores econômicos empilhadas pelo desenvolvimento". Em segundo lugar, e de acordo com a definição, o juro deve originar-se do lucro empresarial. Finalmente, o autor aponta que apenas parte desses lucros se reverte em juros, os quais, contrariamente ao lucro, não estão ligados a bens concretos, sendo, além disso, de natureza contínua, isto é, não temporária. Besser-Pereira (1991) afirma que a taxa de juros tem um papel secundário no processo de acumulação. Pois os juros pagos pelos empresários só existem na medida em que há o lucro. Uma vez que os juros é parte do lucro, são os preços que os empresários pagam para, através do credito (capital), utilizar bens que não possuem. Na medida, portanto, em que a taxa de juros depende basicamente da taxa de lucros, sua importância, dentro do modelo de Schumpeter, é bastante reduzida. A taxa de juros cresce quando ondas de inovação permitem que a taxa de lucros cresce. É óbvio, portanto, que o essencial para acumulação, segundo Schumpeter, além dos fatores psicossociais, são a inovação, os lucros e a taxa de lucro, e não a taxa de juros. 2.6 - CICLOS ECONÔMICOS. Schumpeter (1985) relaciona os períodos de prosperidade ao fato de que o empreendedor inovador, ao criar novos produtos, é imitado por um verdadeiro “enxame” de empreendedores não inovadores que investem recursos para produzir e imitar os bens criados pelo empresário inovador. Consequentemente, uma onda de investimentos de capital ativa a economia, gerando a prosperidade e o aumento do nível de emprego. Complementa ainda que a medida que as inovações tecnológicas ou as modificações introduzidas nos produtos antigos são absorvidas pelo mercado e seu consumo se generaliza, a taxa de crescimento da economia diminui e tem início um processo recessivo com a redução dos investimentos e a baixa da oferta de emprego. A alternância entre prosperidade e recessão, isto é, a descontinuidade no aumento de produção, é vista por Schumpeter, dentro do contexto do processo de desenvolvimento econômico, como um obstáculo periódico e transitório no curso normal de expansão da renda nacional, da renda per capita e do consumo. Antes de Schumpeter apresentar sua teoria, as descontinuidades cíclicas eram explicadas pelos economistas em função das flutuações da atividade cósmica do sol, da alternância de boas e más colheitas, do subconsumo da superpopulação etc. A grande contribuição de Schumpeter foi estabelecer a correlação entre o abrupto aumento do nível do investimento que se segue às inovações tecnológicas transformadas em produtos para o mercado, e o período subsequente de prosperidade econômica seguido de uma redução do nível de emprego, produção e investimento. As necessidades de adaptação, na economia schumpeteriana, traduzem-se pelas fases ascendentes e descendentes dos ciclos dos negócios, resultantes das oscilações da oferta de inovações e da demanda de crédito. Na ótica de Schumpeter, o processo de concorrência apresenta ganhadores e perdedores, não é um jogo de ganha-ganha. É uma situação em que o sistema deve se ajustar às inovações, gerando depressões na economia. Segundo Souza (2012), os ciclos alternados de crescimento do produto apresentam quatro fases, conforme mostra a Figura 01 abaixo, a) ascensão ou boom; b) recessão; c) depressão; d) recuperação: FIGURA 01- Flutuações Econômicas de Longo Prazo Fonte: Adaptado livro Desenvolvimento Econômico, pág.135 Schumpeter (1985, pág. 193) enfatiza que “todo boom é seguido por uma depressão, toda depressão por um boom”. Explicando que o boom termina e a depressão tem início após a passagem do tempo que deve transcorrer antes que os produtos dos novos empreendimentos possam aparecer no mercado. Por sua vez, a dinâmica econômica que levará a um novo boom surge quando o processo de reabsorção das inovações estiver terminado. Portanto a crise representa o processo pelo qual a economia se ajusta as novas condições. Portanto FREITAS, STADUTO e SHIKIDA (2004), argumentam que a partir deste momento, pode-se partir para uma definição do que significa a instabilidade econômica do capitalismo para Schumpeter. Por meio da inovação rompe-se o fluxo circular, uma vez que a inovação é a alocação de recursos produtivos em uso (mas não experimentados na prática). Para ser executada, a inovação precisa da figura/ação do empresário, que precisa fazer com que realmente as inovações sejam executadas. Mas, como a inovação é descontínua e envolve uma mudança considerável ela exige grandes gastos antes do aparecimento de qualquer renda. Financiar estes gastos é o papel do crédito, afirma Schumpeter (1988) pois é através do crédito que o empresário tem acesso aos meios de produção necessários para realizar as inovações. Da conexão desses elementos surge o fator de instabilidade do sistema, pois as inovações agrupam-se de forma compacta, sendo este processo de inovação-ajustamento a forma pela qual a instabilidade se manifesta no sistema. É por meio deste sistema de inovação-ajustamento que Schumpeter descreve o funcionamento dos ciclos econômicos e que, segundo Possas (1987, p. 34), o “conceito de instabilidade se confunde, no essencial, com o de ciclo econômico”. Schumpeter coloca que a depressão não deve ser vista como um fator puramente negativo, pois ela possibilita um novo equilíbrio. 2.6.1 “CRISES” PARA SCHUMPETER Schumpeter (1985) explica as crises em economias capitalistas a partir do esgotamento das opções oferecidas pelo enxame de inovações primárias e a onda de inovações secundárias que a ela se segue e justifica a ação de determinadas nações que buscam o mercado externo como alternativa para a realização de novas combinações que permitam a continuidade do crescimento. Segundo Souza (2012), o tempo de duração entre um ciclo e outro, depende do fenômeno que o motivou, uma vez que eles não decorrem apenas do lado da oferta no sentido schumpeteriano. No período de prosperidade é caracterizado pelo aparecimento de ondas de inovações e enxames de empresários. A ascensão atinge o máximo e depois declina. e, o clima de otimismo que se espraia pela economia crianovas empresas e revigora as antigas, a geração de expectativas otimistas para o futuro acompanha a especulação. A expansão da capacidade produtiva faz com que o produto das antigas e das novas empresas se confrontem no mercado, levando à guerra de preços que os rebaixa. A deflação se inicia quando os empresários começam a pagar seus empréstimos. Logo, O sistema bancário deixa de expandir os meios de pagamento e resulta em um processo de contração da oferta monetária. Na ausência de uma nova onda de inovações, a economia entra em um período de recessão e depois depressão. “A recessão cumpre o que o boom prometeu: a corrente de bens é enriquecida, a produção, que foi aumentada durante a prosperidade, agora diminui” (Oliveira, 1993, p.106). Portanto, para Schumpeter, o sistema capitalista é instável por suas próprias forças. 2.6.2 AMEAÇAS AO CAPITALISMO Assim como Marx, Schumpeter, também preconizava a destruição do capitalismo. Para Schumpeter (1961), o próprio sucesso do capitalismo acaba no final não só prejudicando as instituições que o protegiam, mas também contribuindo para a emergência da civilização socialista. Além da redução gradativa de novas oportunidades para o investimento, a sobrevivência do capitalismo no longo prazo ficaria ameaçada pelo surgimento de outros fatores, como mostra (Schumpeter, 1961, pág. 165): 1) AMBIENTAIS: O sistema capitalista distribui poder político a segmentos da sociedade que não procuram a maximização do lucro, a força motriz do capitalismo. Desse modo, aumenta a força dos intelectuais, homens treinados para criticar, os quais, chegando ao poder, trabalhariam contra as estruturas capitalistas vigentes; 2) SATURAÇÃO: Com o declínio do crescimento demográfico, a elevação do estoque de capital e a exaustão dos recursos naturais, a humanidade atingiria à saciedade. Com as necessidades econômicas plenamente satisfeitas, não haveria motivação para o crescimento econômico; 3) OBSOLETISMO DA FUNÇÃO EMPRESARIAL: A inovação tornando-se rotineira, a liderança empresarial seria substituída por executivos bem remunerados. Assim, deteriora-se a posição da burguesia industrial e financeira, eliminando-se o elo entre crédito e inovação; 4) DESTRUIÇÃO DA CAMADA PROTETORA: A pequena produção, que forma a camada protetora sobre a qual se assentam as grandes unidades produtivas, tenderia a desaparecer. A marginalização dos pequenos empresários e da população envolvida teria seu reflexo nas urnas, afetando a estrutura política nacional e o futuro da grande empresa; 5) DESAPARECIMENTO DO ESPIRITO DE PROPRIEDADE: Grandes empresas substituíram o proprietário tradicional por uma infinidade de pequenos acionistas, com interesses variados e disseminados e preocupados apenas com o curto prazo. O enfraquecimento das instituições e a mudança de valores básicos resultante levariam o sistema capitalista a transformar-se no socialismo 3. CONCLUSÃO Joseph Schumpeter não é reconhecido apenas por ser um pensador original, criativo e destemido, mas por manter suas ideias atuais, percebe-se que suas ideias permanecem bastante atuais, quando se pensa em inovação, empreendedorismo e capitalismo, sobretudo neste momento de intenso avanço científico e tecnológico. E por ter sido um dos poucos economistas a se aventurar a fazer uma análise da transição social sob o capitalismo. Este trabalho teve como objetivo apresentar, uma revisão bibliográfica sobre a Teoria do Desenvolvimento Econômico para Schumpeter, com uma breve discussão a respeito do pensamento de Schumpeter e outros autores sobre a obra. Se diferenciou dos demais pensadores da época, por optar pela concepção de modelos econômicos para explicar a realidade e para compreensão do processo de desenvolvimento capitalista. Por desenvolvimento econômico, Schumpeter, entende as realizações de novas combinações, seja ela uma nova forma de produzir um bem já existente ou um novo produto, bem como a abertura de novos mercados, de maneira que o fluxo circular, seja substituído por um movimento espiral, deixando seu estado estacionário. As inovações constituem o motor do processo de mudança que caracteriza o desenvolvimento capitalista e resultado da iniciativa dos empresários- agentes econômicos de mudança. Dessa forma, o desenvolvimento é definido pela realização de inovações, que podem ser classificadas em 5 casos, conforme vimos. Schumpeter acredita que o impulso fundamental que inicia e mantêm o funcionamento da máquina capitalista decorre das inovações. As ideias de Schumpeter têm caráter evolucionário, as empresas inovadoras sobrevivem à destruição criativa no mercado e estão em constante adaptação ao meio em que se insere. Mas, o autor também coloca que os momentos de prosperidade nos ciclos econômicos, decorrentes da inovação, levam a crises que, por sua vez, podem levar a depressões. Para Schumpeter o desenvolvimento econômico nunca tem início onde parou após uma crise, pois o seu acontecimento modificará permanentemente o sistema. O legado deixado por Schumpeter, é sua percepção de que a inovação, na forma de destruição criativa, é a forma propulsora não só do capitalismo como do progresso material de maneira geral. Mas há quem diga que as maiores influências de Schumpeter está na Sociologia, Ciências Políticas e História, uma vez que Schumpeter considerava inaceitável a desigualdade de oportunidades, mas também sustentava que os resultados da desigualdade de esforços eram merecidos. Globalmente, considerava a disparidade de renda não só inevitável na sociedade capitalista, como eficaz no estímulo da inovação. O dinheiro não era a única motivação dos empreendedores, mas era uma motivação importante que mantinha a competição entre indivíduos extremamente bem-sucedidos. O pessimismo de Schumpeter em relação ao futuro do capitalismo não parece algo a se concretizar num futuro próximo. Pois nesse sentido, enquanto houver inovações tecnológicas, o capitalismo continuará se impondo. Haberler (1950), identifica importantes contribuições de Schumpeter não só no campo da economia, mas igualmente na sociologia e na filosofia política. Isso não se deve a que Schumpeter se interessasse por distintas disciplinas. O seu método de análise assim o exigia. Para Schumpeter, um profissional se qualificaria como economista se dominasse, além de teoria econômica, conhecimentos de outros ramos do saber, particularmente os instrumentos estatístico-matemáticos e história econômica. Além de análise de caráter dinâmico, Schumpeter privilegia as dimensões micro e mesoeconômica, mais do que os agregados macroeconômicos, por exemplo, do tipo propensão média ao consumo. Na década de 80, cresceu o interesse pelas ideias de Schumpeter, onde a corrente neo- schumpeteriana começou a se desenvolver. Após identificar a forma como o desenvolvimento econômico se manifesta sob o capitalismo, Schumpeter debruça-se sobre os rumos que tomará a continuidade dessa evolução. Essa avaliação vai aparecer, então, na obra posterior: Capitalismo, Socialismo e Democracia. REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS BRESSER-PEREIRA, Luiz Carlos. 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