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ÁCIDOS GRAXOS 
As propriedades dos ácidos graxos são determinadas em grande parte pelo 
comprimento e pelo grau de insaturação da cadeia hidrocarbonada. Os ácidos com cadeia 
mais longas e menor números de insaturações apresentam baixa solubilidade em água e 
maior ponto de fusão, apresentando maior possibilidade de estarem sólidos a temperatura 
ambiente. Quando aumenta as insaturações na cadeia, o ponto de fusão diminui e, assim, 
aumenta a tendência a ser líquido. A isomeria cis e trans também influenciam no ponto 
de fusão, a insaturação trans aumenta a linearidade da molécula tornando mais fácil para 
realizar o empacotamento e a cristalização, o que resulta no aumento do ponto de fusão. 
Entretanto, a insaturação cis realiza o oposto retirando a linearidade da molécula e 
diminuindo o ponto de fusão. 
Os lipídios saponificáveis apresentam ácidos graxos em sua composição por meio 
da reação de esterificação e ocorre a formação de estéres através da reação entre ácidos 
graxos e um álcool, visto que os principais são os triacilgliceróis. A reação de 
saponificação ou hidrólise realiza a quebra do triglicerídeo em acido graxo utilizando 
soluções alcalinas concentradas a quente, o que resulta na incorporação do sódio a 
molécula do ácido graxo formando sabões. 
A reação de hidrogenação é bastante utilizada em inúmeros processos industriais 
como nas indústrias de alimentos, combustíveis, fármacos, polímeros, entre outros. Nos 
produtos hidrogenados ocorre a alteração das propriedades físicas e químicas, utilizando 
o processo de hidrogenação para melhorar a palatabilidade e textura, o tempo de vida na 
prateleira e qualidade de estocagem. Além disso, muito utilizado para a estabilização de 
combustíveis, aumento do ponto de fusão de materiais graxos e produção de margarinas 
e obtenção de intermediários quirais para a síntese de fármacos. 
Comparando entre duas propriedades em função do número de insaturações do 
material tem-se a fluidez (viscosidade) e a estabilidade oxidativa. Enquanto que um alto 
grau de saturação das cadeias (gorduras) aumenta a interação das moléculas e dificulta a 
fluidez do material, ele diminui a sua suscetibilidade à oxidação. Já para materiais com 
alto grau de insaturação (óleos), a baixa interação entre as cadeias aumenta a fluidez, mas 
diminui a sua estabilidade oxidativa. 
Na indústria de combustíveis é utilizado a hidrogenação como forma de estabilizar 
as diferentes misturas de hidrocarbonetos derivadas do petróleo. Para estabilizar óleos, a 
hidrogenação é feita de forma parcial, mantendo um determinado grau de insaturação no 
produto final, de forma a que sua fluidez não seja comprometida e ele continue líquido a 
temperatura ambiente. 
No caso do biodiesel de soja que apresenta uma baixa estabilidade oxidativa, 
sendo relatado o seu escurecimento e acidificação, além da formação de borras. Uma 
solução apontada por pesquisadores para resolver este problema é a hidrogenação parcial. 
Neste caso, deve-se evitar a hidrogenação total, a qual levaria a uma mistura de ésteres 
alquílicos de ácidos graxos com reduzida fluidez a baixas temperaturas e alto ponto de 
cristalização, o que comprometeria o seu uso como biodiesel. Assim, para hidrogenar o 
biodiesel sem comprometer as suas propriedades a baixa temperatura, deve-se realizar 
uma hidrogenação parcial. 
 
Referências: 
PINHO, David MM; SUAREZ, Paulo AZ. A hidrogenação de óleos e gorduras e suas 
aplicações industriais. Revista Virtual de Química, v. 5, n. 1, p. 47-62, 2013. 
RODRIGUES, R. Extração, refino e hidrogenação de óleos e gorduras. 2014.