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bem-sucedido nas provas de concurso. 
APRESENTAÇÃO 
Direito Processual Civil 
Professora: Juliana Elir 
Direito Processual Civil 
Teoria e Questões comentadas 
Prof(a). Juliana Elir 
 
Prof(a). Juliana Elir 
www.exponencialconcursos.com.br 
 
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bem-sucedido nas provas de concurso. 
O Código de Processo Civil de 2015 – CPC/15 – entrou em vigor em 18 
de março de 2016, sendo sua aplicação, portanto, relativamente recente. Assim, 
para uma melhor compreensão dos temas que iremos estudar, vamos 
disponibilizar questões de diversas bancas de concurso. O importante é que 
você compreenda os assuntos abordados em cada aula e faça muitas questões. 
Sugiro que você tenha sempre em mãos o CPC/15 atualizado. No site do 
Planalto você encontrará, gratuitamente, a legislação federal atualizada. 
Vou colocar o link do site com o CPC/15 para facilitar o seu estudo: 
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm> 
Mãos à obra! 
 
APRESENTAÇÃO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Definição, fontes, princípios, lei processual civil 
Direito Processual Civil 
Professora: Juliana Elir 
Direito Processual Civil 
Teoria e Questões comentadas 
Prof(a). Juliana Elir 
 
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Sumário 
1- O que é o Direito Processual Civil? .................................................. 3 
2- Fontes do Direito Processual Civil.................................................... 5 
3- Princípios do Direito Processual Civil ............................................... 8 
3.1- Princípios Constitucionais e Infraconstitucionais Processuais ................. 9 
3.1.1- Princípio do devido processo legal ................................................ 10 
3.1.3- Princípio da isonomia ................................................................. 12 
3.1.3- Princípio do juiz natural ............................................................. 14 
3.1.4- Princípio da inafastabilidade da jurisdição ..................................... 16 
3.1.5- Princípio do contraditório ............................................................ 17 
3.1.6- Princípio da motivação das decisões judiciais ................................. 21 
3.1.7- Princípio da duração razoável do processo .................................... 22 
3.1.8- Princípio da boa-fé processual ..................................................... 23 
3.1.9- Princípio da Cooperação ............................................................. 24 
3.1.10- Princípio da primazia da decisão de mérito .................................. 26 
4- Regras de organização do processo ............................................... 27 
4.1- Instauração do processo por iniciativa da parte ................................ 27 
4.2- Desenvolvimento do processo por impulso oficial .............................. 28 
4.3- Obediência à ordem cronológica de conclusão. ................................. 30 
5- Lei Processual Civil ........................................................................ 33 
6- Aplicação da Lei Processual no Espaço .......................................... 35 
7- Aplicação da Lei Processual no Tempo .......................................... 35 
8- Questões Comentadas ................................................................... 39 
9- Lista de exercícios ......................................................................... 68 
10- Referencial Bibliográfico .............................................................. 86 
11- Gabarito ...................................................................................... 87 
 
Direito Processual Civil: definição, fontes e princípios. Regras de 
organização processual. Lei Processual Civil. Aplicação da lei 
processual no espaço e no tempo. 
Direito Processual Civil 
Teoria e Questões comentadas 
Prof(a). Juliana Elir 
 
Prof(a). Juliana Elir 3 de 87 
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Animado (a) para nossa aula? Vamos iniciar nosso estudo da Disciplina 
de Direito Processual Civil. 
Para compreendermos o CPC/15, precisamos entender o que é o Direito 
Processual Civil. 
De uma forma bem simples, podemos classificar o direito em dois grandes 
blocos: o direito material o direito processual. 
 
O direito material, também chamado de substancial, refere-se ao 
corpo de princípios e regras que regulam nossa vida cotidiana, como por 
exemplo, a união entre duas pessoas, o crédito, as prestações de serviço, 
as relações de consumo etc. 
O direito processual, por sua vez, entra em cena quando algum sujeito, 
lamentando ao juiz um estado de coisas que lhe desagrada, e pedindo-lhe uma 
solução mediante invocação do direito material, provoca a instauração de 
um processo. 
O processo, desse modo, é uma técnica para a solução imperativa de 
conflitos, criada a partir da experiência dos que operam nos juízos e tribunais. 
O processo pressupõe a existência de funções e atividades muito 
específicas, quais sejam, a jurisdição, exercida pelos juízes, e a ação e a defesa, 
praticadas pelas pessoas (chamadas de partes) em conflito, representadas de 
seus advogados ou pelo Ministério Público, nos casos em que a lei lhe dá 
legitimidade para atuar1. 
Assim, em apertada síntese, podemos conceituar o Direito Processual 
Civil como o conjunto de normas jurídicas que regula o exercício da jurisdição 
civil, ou seja, o poder e dever dosjuízes, os ônus e faculdades das partes e de 
 
1 DINAMARCO, Cândido Rangel. Teoria do novo processo civil. São Paulo: Malheiros, 2016. 
Direito 
Processual
Direito 
Material 
1- O que é o Direito Processual Civil? 
Direito Processual Civil 
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seus respectivos procuradores, bem como a forma de praticar os atos 
processuais. 
Dessa maneira, o Direito Processual Civil cuida, previamente, das normas 
que vão reger uma relação jurídica, que se materializará através da prática de 
uma sucessão de atos processuais, que, por sua vez, darão origem ao processo 
judicial. 
Através do processo será prestada a tutela jurisdicional, ou seja, serão 
resolvidos os conflitos levados ao Poder Judiciário. Assim, podemos afirmar que 
o Direito Processual Civil estuda, especialmente, o exercício da atividade fim 
do Poder Judiciário, que é resolver os conflitos jurídicos. 
 
Atenção! O Direito Processual Civil é responsável pelo 
exercício da jurisdição, ação e defesa com referência a pretensões fundadas em 
normas de direito privado (civil e comercial) e também público (administrativo, 
tributário e constitucional). Assim, excluem-se do âmbito do Processo Civil as 
causas de natureza penal. 
 
Vejamos como o tema foi cobrado em prova de concurso: 
1- (Analista de Gestão –CESPE – TCE/PE - 2017) Com 
relação às normas processuais, julgue o item seguinte: 
A classificação das normas em materiais ou processuais depende de sua 
localização no ordenamento jurídico, sendo materiais todas as normas 
dispostas nos códigos civil e penal, e processuais aquelas situadas nos 
códigos de processo civil e penal. 
Resolução: 
O item é FALSO. Não interessa a localização da norma jurídica e sim o 
seu conteúdo. Este é que define se uma norma é material ou processual. 
 F 
 
Continuando... 
Quanto aos processos que tramitam na Justiça Eleitoral e na Justiça do 
Trabalho, o processo civil aplica-se apenas supletiva e subsidiariamente, 
pois o processo eleitoral e o processo trabalhista são disciplinados por normas 
próprias. Nesse sentido, confira agora o disposto no art. 15 do CPC/15: 
Art.15. Na ausência de normas que regulem os processos eleitorais, 
trabalhistas ou administrativos, as disposições deste Código lhes serão 
aplicadas supletiva e subsidiariamente. 
Direito Processual Civil 
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Por conta da aplicação supletiva e subsidiária aos processos que tramitam 
na Justiça Eleitoral e na Justiça do Trabalho é que o Direito Processual Civil é 
exigido na maioria dos concursos. 
 
 
“Fontes” são as formas de expressão do direito positivo. Assim, o Direito 
Processual Civil tem por fontes: (1) a Constituição Federal; (2) a lei 
complementar federal; (3) a lei ordinária federal; (4) os tratados, convenções 
ou acordos internacionais dos quais a República Federativa do Brasil faça parte; 
(5) as Constituições e leis estaduais; e (6) os regimentos internos dos tribunais. 
 
 
 
Atenção! Não há leis municipais sobre o direito processual. Também 
não há medidas provisórias com esse objeto. (art. 62, §1º, letra b, da CF/88). 
A seguir, vamos ver, em separado, cada fonte do direito processual: 
A Constituição Federal é responsável pelo enunciado: 
1) dos princípios constitucionais do direito processual; 
2) das regras de organização judiciária; 
3) das funções essenciais à Justiça; 
Fontes do Direito 
Processual Civil
CF88
LC federal
LO federal
Tratados, convenções ou acordos internacionais
Constituições e leis estaduais
Regimentos internos dos tribunais
Leis Municipais
Medidas Provisórias
2- Fontes do Direito Processual Civil 
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4) dos procedimentos processuais diferenciados (mandado de segurança, 
ação civil pública, habeas data, ação popular, mandado de injunção, ação direta 
de inconstitucionalidade etc). 
A lei complementar federal, como, por exemplo, a Lei Orgânica da 
Magistratura (LC nº 35/1979), é uma fonte importante do Direito Processual 
Civil. 
É preciso lembrar que a lei complementar federal é uma espécie 
normativa aprovada pelo Poder Legislativo Federal e sancionada pela 
Presidência da República e tem como característica a aprovação pela maioria 
absoluta de cada uma das casas do Congresso Nacional (art.69, da CF/88). 
A lei ordinária federal, assim como a lei complementar federal, também 
pressupõe a aprovação pelas casas do Congresso, bem como a sanção pela 
Presidência da República. Porém, diferentemente da lei complementar, para ser 
aprovada, a lei ordinária federal não necessita de aprovação pela maioria 
absoluta de cada uma das casas do Congresso. 
É importante saber que a competência para legislar sobre direito 
processual é exclusiva da União (art.22, I, da CF/88). 
O Código de Processo Civil, Lei nº 13.105/2015, é a lei processual civil 
mais importante do ordenamento jurídico brasileiro. 
Os tratados, convenções ou acordos internacionais dos quais a 
República Federativa do Brasil faça parte também são fontes do Direito 
Processual Civil. Eles ocupam a mesma posição das leis ordinárias federais na 
hierarquia das leis, salvo aqueles que versem sobre direitos humanos e que 
forem aprovados conforme o disposto no art.5º, §3º, da CF/88, que passarão a 
ter status constitucional. 
As constituições e leis estaduais, por sua vez, são fontes do Direito 
Processual Civil porque as constituições estaduais são responsáveis pela 
definição das competências dos Tribunais de Justiça, segundo o art. 125, §1º, 
da CF/88. 
Já as leis estaduais são responsáveis pela definição da organização 
judiciária de cada Estado e sempre serão de iniciativa do próprio Tribunal de 
Justiça. 
Por fim, os regimentos internos dos tribunais são considerados 
fontes do Direito Processual Civil, uma vez que é por meio de tais regimentos 
que as questões interna corporis dos Tribunais são regulamentadas (art.96, I, 
letra a, da CF/88). 
Direito Processual Civil 
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Vejamos uma observação importante. Segundo Candido Rangel 
Dinamarco, com a entrada em vigor do novo código de processo civil, a 
jurisprudência passou a ser considerada fonte do direito processual civil2. 
Explica-se: o novo código de processo civil passou a adotar a teoria dos 
precedentes. Isso significa que determinados precedentes, decisões e linhas 
jurisprudenciais são de observância obrigatória pelos juízes de todos os níveis 
de jurisdição, o que os qualificaria como verdadeiras fontes do direito. 
O art. 926 do CPC/15, ao determinar que “os tribunais devem uniformizar 
sua jurisprudência e mantê-la estável, íntegra e coerente”, reforça esse 
entendimento. 
Na visão do prof. Dinamarco, “mantê-la estável, íntegra e coerente 
significa prestigiá-la mediante sua observação sistemática, o que passa a ser 
imposto no art. 927, segundo o qual “os juízes e tribunais observarão” os 
precedentes ali indicados, como as decisões do Supremo Tribunal Federal em 
controle abstrato de constitucionalidade (inc. I), os enunciados de súmula 
vinculante (inc. II), os acórdãos em incidente de assunção de competência ou 
de resolução de demandas repetitivas e em julgamento de recursos 
extraordinário e especial repetitivos (inc. III), etc.”3 
 
Tudo bem até agora? Alguma dúvida? 
 
2 DINAMARCO, Cândido Rangel. Teoria do novo processo civil. São Paulo: Malheiros, 2016. 
3 Idem. 
Fontes do Direito Processual Civil
• Constituição Federal
• Lei Complementar Federal 
• Lei Ordinária Federal
• Os tratados, convençõese acordos internacionais dos 
quais o Brasil faça parte
• Constituição Estadual
• Lei estadual
• Regimento Interno dos Tribunais
• Analogia, costumes, princípios gerais de direito e 
doutrina
• Jurisprudência (?)
Direito Processual Civil 
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O processo civil brasileiro, assim como os demais ramos do processo, é 
construído a partir de um modelo estabelecido pela Constituição da República. 
Dessa maneira, temos o chamado “modelo constitucional de processo 
civil”, expressão que designa o conjunto de princípios constitucionais 
destinados a disciplinar o processo brasileiro4. 
Não é, por acaso que o art. 1º do CPC/15, traz a seguinte redação: 
Art.1º. O processo civil será ordenado, disciplinado e interpretado em 
conforme os valores e as normas fundamentais estabelecidas na 
Constituição da República Federativa do Brasil, observando-se as 
disposições desse Código. 
 
Segundo Fredie Didier Jr, do ponto de vista normativo, o art.1º reproduz 
uma obviedade: qualquer norma jurídica brasileira somente pode ser construída 
e interpretada de acordo com a Constituição da República5. 
Assim, podemos encontrar na Constituição quatro grupos de regras que 
dizem respeito ao modelo constitucional de processo civil: 1) princípios 
constitucionais do direito processual; 2) regras de organização judiciária; 3) 
funções essenciais à Justiça; 4) procedimentos processuais diferenciados pela 
Constituição (mandado de segurança, ação civil pública, habeas data, ação 
popular, mandado de injunção, ação direta de inconstitucionalidade etc). 
 
 
 
 
4 CÂMARA, Alexandre Freitas. O novo processo civil brasileiro. São Paulo: Atlas, 2016.p.7. 
5 DIDIER JR, Fredie. Curso de direito processual civil: introdução ao direito processual civil, parte geral e 
processo de conhecimento. Salvador: Jus Podivm, 2015. p.47. 
Constituição 
Princípios 
Constitucionais
Regras de 
Organização 
Judiciária 
Funções 
Essenciais à 
Justiça
Procedimentos 
processuais 
diferenciados
3- Princípios do Direito Processual Civil 
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Neste momento, nos interessam apenas os princípios constitucionais 
processuais. 
 
 
Vejamos, agora, os princípios constitucionais gerais. Esses princípios 
inspiraram o legislador processual a escrever o primeiro capítulo do Código de 
Processo Civil, que se dedica, exatamente, às normas fundamentais do 
processo. 
 
É importante deixar claro, desde já, que o rol de normas fundamentais 
encontrado no primeiro capítulo do Código de Processo Civil, não é exaustivo. 
Há diversos princípios constitucionais processuais, como por exemplo, o do juiz 
natural, que não se encontram nesse rol. 
Vamos estudar alguns princípios constitucionais processuais, outros 
princípios processuais infraconstitucionais (há divergências entre os autores 
quanto a essa classificação) e alguns regras de organização processuais (que 
estão elencadas como princípios infraconstitucionais). 
 
 
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Devido processo legal
Isonomia
Juiz natural
Inafastabilidade da jurisdição
Contraditório
Motivação das decisões judiciais
Duração razoável do processo
3.1- Princípios Constitucionais e Infraconstitucionais Processuais 
Direito Processual Civil 
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O estudo desse princípio é muito importante. Como veremos a seguir, 
podemos afirmar que o devido processo legal é um princípio “guarda-chuva”, 
que abriga sobre o seu conceito uma série de outros princípios, verdadeiros 
corolários de sua aplicação. 
Por conta dessa amplitude, tem-se afirmado que o devido processo legal 
se caracteriza como uma cláusula geral, aberta, geradora de diversos princípios 
autônomos6. 
O princípio do devido processo legal está previsto no art.5º, inciso LIV, 
da CF/88 que estabelece que “ninguém será privado da liberdade ou de seus 
bens sem o devido processo legal”. 
 
Desse enunciado, extrai-se o princípio do devido processo legal, que 
confere a todo sujeito de direito o direito fundamental a um processo justo. No 
entanto, a interpretação da abrangência desse princípio revela-se uma atividade 
 
6 DIDIER JR, Fredie. Curso de direito processual civil: introdução ao direito processual civil, parte geral e 
processo de conhecimento. Salvador: Jus Podivm, 2015. 
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Boa-fé processual
Cooperação
Iniciativa da parte e impulso oficial
Obediência à ordem cronológica de conclusão
Devido 
Processo 
Legal 
Art.5º, 
inciso LIV, 
da CF/88
Art.8º do 
CPC/15
3.1.1- Princípio do devido processo legal 
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complexa, pois seu enunciado é bastante vago, razão pela qual afirma-se 
também que o devido processo legal é uma cláusula geral. 
De acordo com Fredie Didier Jr, “a cláusula geral é uma espécie de texto 
normativo, cujo antecedente (hipótese fática) é composto por termos vagos e 
o consequente (efeito jurídico) é indeterminado. Há, portanto, uma 
indeterminação legislativa em ambos os extremos da estrutura lógica 
normativa”7. 
A locução “devido processo legal” corresponde à tradução para o 
português da expressão inglesa due process of law. Law, porém, significa Direito 
e não lei (statute law). A observação é importante: o processo há de estar em 
conformidade com o Direito como um todo, e não apenas em consonância com 
a lei. “Legal”, então, é adjetivo que remete a “Direito”, e não a lei8. 
Em síntese, todas as normas jurídicas são produzidas após um processo. 
Em outras palavras: a edição das normas pressupõe a existência de um 
processo. Assim, as leis são produzidas após o processo legislativo; as normas 
administrativas, após um processo administrativo; as normas individualizadas 
jurisdicionais, após um processo jurisdicional. Nenhuma norma jurídica pode ser 
produzida sem a observância do devido processo legal. Dessa forma, esse 
princípio pode ser considerado uma verdadeira garantia contra o exercício 
abusivo do poder, qualquer que seja ele. 
 
Veja como esse assunto foi cobrado em concurso. 
2- (Juiz Substituto – FMP-RS – TJ/MT – 2014) O direito 
ao processo no Estado Constitucional: 
a) é o direito ao procedimento encartado em lei. 
b) é o direito a um procedimento tendencialmente estável, que pode ser 
alterado sem qualquer prévio aviso pelo juiz. 
c) é o direito ao processo justo, constituindo ao mesmo tempo um princípio e 
uma cláusula geral. 
d) é o direito ao processo justo, constituindo uma regra e um conceito jurídico 
indeterminado. 
e) Nenhuma das alternativas está correta. 
Resolução: 
 
7 DIDIER JR, Fredie. Curso de direito processual civil: introdução ao direito processual civil, parte geral e 
processo de conhecimento. Salvador: Jus Podivm, 2015. p.51 
8 Idem. p.63. 
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A resposta CORRETA é a letra “c”. Ora, o direito ao processo no Estado 
Constitucional não deve ser encarado apenas como um procedimento legal. O 
Estado Constitucional busca a efetivação dos direitos, portanto, deve-se buscar 
um processo que seja justo, que é direito fundamental do jurisdicionado. 
 C 
 
Por fim, no que se refere ao princípio do devido processo legal, é preciso 
esclarecer que ele apresenta duas dimensões: a material (ou substancial) e a 
formal. 
Na dimensão formal,o devido processo legal nada mais é do que o direito 
de processar e ser processado de acordo com as normas preestabelecidas em 
conformidade com o devido processo legislativo. Já na dimensão material 
(substantive due processo of law), o devido processo legal é a exigência e a 
garantia de que as normas sejam razoáveis, adequadas, proporcionais e 
equilibradas. 
Quanto a esta última dimensão, é importante registrar que a 
jurisprudência extrai do princípio do devido processo legal os deveres da 
proporcionalidade ou razoabilidade (STF - RE nºn374.981, de 28.03.2005, INF 
nº 381). 
Para finalizar o estudo desse princípio, devemos frisar que o art.8º do 
CPC/15 consagra, expressamente o dever do órgão jurisdicional de observar a 
proporcionalidade e a razoabilidade ao aplicar a lei (lato sensu). Confira o teor 
do artigo: 
Art. 8º. Ao aplicar o ordenamento jurídico, o juiz atenderá aos fins sociais 
e às exigências do bem comum, resguardando e promovendo a dignidade 
da pessoa humana e observando a proporcionalidade, a razoabilidade, a 
legalidade, a publicidade e a eficiência. 
 
 
O art. 5º, caput, da CF/88 é a fonte normativa do princípio da isonomia 
processual, também conhecido como princípio da paridade. 
No Código de Processo Civil, o princípio encontra-se refletido na primeira 
parte do art. 7º. Vejamos: 
Art. 7º. É assegurada às partes paridade de tratamento em relação ao 
exercício de direitos e faculdades processuais, aos meios de defesa, aos 
ônus, aos deveres e à aplicação de sanções processuais, competindo ao 
juiz zelar pelo contraditório. 
 
3.1.3- Princípio da isonomia 
Direito Processual Civil 
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Segundo Fredie Didier Jr, a igualdade processual deve observar quatro 
aspectos: 1) imparcialidade do juiz (equidistância em relação às partes); 2) 
igualdade no acesso à justiça, sem discriminação (gênero, orientação sexual, 
raça, nacionalidade, etc); 3) redução das desigualdades que dificultem o acesso 
à justiça, como a financeira (concessão do benefício da gratuidade da justiça, 
arts. 98 a 102 do CPC/15), a geográfica (ex.: possibilidade de sustentação oral 
por videoconferência, art. 937, § 4º do CPC/15), a de comunicação (ex.: 
garantir a comunicação por meio da língua brasileira de sinais, nos casos de 
partes e testemunhas com deficiência auditiva, art. 162, III do CPC/15); 4) 
igualdade no acesso às informações necessárias ao exercício do contraditório9. 
 
 
É importante ressaltar que dar tratamento isonômico às partes significa 
tratar igualmente os iguais e desigualmente os desiguais, na exata medida de 
suas desigualdades. 
Dessa forma, o princípio da isonomia também se materializa em casos 
em que se criam regras para tratamento diferenciado. Por exemplo, na 
estipulação de prazo em dobro para os entes públicos se manifestarem nos 
autos do processo (art. 183 do CPC/15); quando a lei prevê a tramitação 
prioritária de processos que envolvem idosos ou pessoas portadoras de doença 
grave (art. 1048, I do CPC/15); quando se criam regras especiais de 
competência territorial para a proteção de vulneráveis (arts. 53, I, II e III, “e” 
do CPC/15). 
Ok? ☺ 
 
 
 
9 DIDIER JR, Fredie. Curso de direito processual civil: introdução ao direito processual civil, parte geral e 
processo de conhecimento. Salvador: Jus Podivm, 2015. p.92. 
Isonomia
Imparcialidade
do julgador
Igualdade no 
acesso à 
justiça
Redução das 
desigualdades 
no acesso à 
justiça
Igualdade no 
acesso às 
informações 
necessárias ao
exercício do 
contraditório
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O princípio do juiz natural consiste na exigência de que os atos de 
exercício da jurisdição sejam realizados por juízes instituídos pela própria 
Constituição e competentes segundo a lei. 
Tal exigência pode ser desdobrada em três características: 
a) os julgamentos devem ser realizados por juiz e não por outras pessoas 
ou servidores. Segundo a CF/88, os juízes são os integrantes dos órgãos 
elencados no art. 92; 
b) o órgão judiciário competente para julgamento deve ser preexistente, 
sendo vedados eventuais tribunais de exceção instituídos depois de 
configurado o litígio (art.5º, inc. XXXVII); 
c) o juiz deve ser investido de competência, segundo determinado pela 
Constituição e pela lei (art.5º, inciso LIII). 
 
 
 
Em uma perspectiva objetiva, o princípio consagra duas garantias 
básicas: proibição de juízo ou tribunal de exceção (art. 5, XXXVII, da CF/88) e 
respeito absoluto às regras objetivas de determinação de competência (art. 5, 
LIII, da CF/88). 
Sob um viés subjetivo, o princípio encerra a garantia de 
imparcialidade. Assim, todos os juízes e demais servidores públicos deverão 
agir com vistas à justa composição do litígio e não voltados a interesses ou 
vantagens particulares. 
 
Princípio 
do juiz 
natural
Julgamento por juiz
Preexistência do 
orgão julgador
Juiz 
constitucionalmente 
competente
3.1.3- Princípio do juiz natural 
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Vamos praticar um pouco? Segue uma questão bem legal para revisão 
dos conceitos: 
3- (Promotor de Justiça – MPE/MT - UFMT -2014 - 
adaptada) Levando em conta a legislação processual civil brasileira, analise as 
afirmativas. 
I- Genericamente, o princípio do devido processo legal caracteriza-se pelo 
trinômio vida-liberdade-prosperidade, vale dizer, tem-se o direito de tutela 
àqueles bens da vida em seu sentido mais amplo e genérico. 
II- O princípio da isonomia determina o tratamento igualitário das partes, 
significa tratar igualmente os iguais e desigualmente os desiguais na exata 
medida de suas desigualdades. 
III- O princípio do juiz natural tem grande importância na garantia do estado de 
direito, bem como na manutenção dos preceitos básicos de imparcialidade do 
juiz na aplicação da atividade jurisdicional. 
IV- O princípio do direito de ação determina que, além do direito ao processo 
justo, todos tenham direito à tutela jurisdicional adequada. No entanto, abrange 
somente os direitos individuais levados ao conhecimento do judiciário, não 
tendo aplicação aos direitos coletivos. 
Estão corretas as afirmativas: 
a) I, II e III, apenas. 
b) I e II, apenas. 
c) I, III e IV, apenas. 
d) II, III e IV, apenas. 
e) II e IV, apenas. 
Resolução: 
Vamos analisar cada afirmativa: 
I) CORRETA - De forma genérica, o princípio do devido processo legal 
caracteriza-se pelo trinômio vida-liberdade-prosperidade. Como vimos, o 
princípio do devido processo legal é bastante amplo e abrangente. 
II) CORRETA - Ela reproduz exatamente o significado do princípio da isonomia, 
uma vez que dar tratamento isonômico às partes significa tratar igualmente os 
iguais e desigualmente os desiguais, na exata medida de suas desigualdades. 
III) CORRETA - Com efeito, o princípio do juiz natural, ao garantir que ninguém 
será julgado por tribunal de exceção e que as regras de competência devem ser 
previamente definidas, garante o estado de direito e, consequentemente, a 
imparcialidade das decisões judiciais. 
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IV) INCORRETA - De fato, o princípio do direito de ação determina que, além 
do direito ao processo justo, todos tenham direito à tutela jurisdicional 
adequada. No entanto, ele abrange os direitos individuais e coletivos levados ao 
conhecimento do Poder Judiciário. Logo, o equívoco da assertiva encontra-se na 
exclusão dos direitos coletivos. 
Assim, considerando que as afirmativas “I”,“II” e “III” estão corretas, a 
resposta da questão é a letra “a”. 
 A 
 
 
O princípio da inafastabilidade da jurisdição está previsto no art.5º, XXXV 
da CF/88, bem como no art. 3º do CPC/15. 
Tradicionalmente, o referido princípio era associado ao direito de ingresso 
em juízo, de dirigir-se ao Poder Judiciário para mover uma ação judicial. 
Atualmente, o princípio recebeu uma nova leitura e tem abrangido, além da 
garantia ao acesso ao Poder Judiciário (acesso à Justiça), uma garantia de uma 
tutela jurisdicional efetiva, adequada e tempestiva. 
Tutela efetiva é a tutela que satisfaz. É a tutela que implementa o direito 
no mundo da vida. Já a tutela adequada é aquela “compatível e aderente aos 
interesses em jogo no processo e capaz de fazer justiça com observância dos 
valores presentes nas normas de direito material”10. Por fim, a tutela tempestiva 
é aquela prestada em prazo razoável, “compatível com a complexidade da 
causa, a urgência na obtenção da tutela e a conduta manifestada pelas partes 
no processo – sempre com a preocupação de obstar os males corrosivos dos 
direitos representados pelo tempo-inimigo”. 11 
 
Antes de passarmos ao estudo do próximo princípio, segue uma questão 
sobre o princípio da inafastabilidade: 
4- (Defensoria Pública - DPE/AP – FCC - 2018) Não 
se excluirá da apreciação jurisdicional ameaça ou lesão a direito. Esse é o 
princípio da: 
 
10 DINAMARCO, Cândido Rangel. Teoria do novo processo civil. São Paulo: Malheiros, 2016. p.55. 
11 Idem. 
3.1.4- Princípio da inafastabilidade da jurisdição 
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a) inclusão obrigatória, decorrente da dignidade humana e do mínimo 
existencial, tratando-se de princípio constitucional e, simultaneamente, 
infraconstitucional do processo civil. 
b) vedação a tribunais de exceção ou do juiz natural, tratando-se apenas de 
princípio constitucional do processo civil. 
c) legalidade ou obrigatoriedade da jurisdição, tratando-se apenas de 
princípio infraconstitucional do processo civil. 
d) reparação integral do prejuízo, tratando-se de princípio constitucional e 
também infraconstitucional do processo civil. 
e) inafastabilidade ou obrigatoriedade da jurisdição e é, a um só tempo, 
princípio constitucional e infraconstitucional do processo civil. 
Resolução: 
O preceito constitucional assim enunciado: “a lei não excluirá da 
apreciação do poder judiciário lesão ou ameaça a direito”, diz respeito ao 
princípio constitucional do processo civil da Inafastabilidade do Controle 
Jurisdicional, art. 5º, XXXV, CF/88, com previsão também no CPC/15, em seu 
art.3º. 
 E 
 
 
A CF/88 prevê o princípio do contraditório no inciso LV do art.5º, que 
estabelece o seguinte: “aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e 
aos acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com 
meios e recursos a ela inerentes”. 
A doutrina tem apontado duas dimensões do princípio do contraditório: a 
formal e a substancial. 
A dimensão formal diz respeito à possibilidade de participação do 
processo, que se desdobra na garantia de ser ouvido, receber comunicações, 
ter oportunidade de se manifestar no âmbito processual. 
Já a dimensão substancial refere-se ao poder de influência. Influenciar é 
mais que participar. É permitir que a parte seja ouvida em condições de poder 
influenciar, efetivamente, o conteúdo da decisão do órgão jurisdicional. Essa 
dimensão do contraditório impede a prolação de decisão-surpresa. 
Decisão-surpresa é decisão nula, por violação ao princípio do 
contraditório. 
3.1.5- Princípio do contraditório 
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O art. 9 do CPC/15 estabelece que “não se proferirá decisão contra uma 
das partes sem que ela seja previamente ouvida”. Ou seja, como regra, alguém 
somente pode ter uma decisão judicial proferida contra si após ter sido garantida 
a chance de ser ouvido. 
Atenção! É muito importante observar que a regra impõe a audiência da 
parte para que a decisão seja proferida contra ela. Sendo a decisão favorável 
à parte, não haverá necessidade de sua oitiva. 
Há, porém, situações excepcionais, em que se admite que a decisão seja 
proferida sem a oitiva da parte contrária (inaudita altera parte). O parágrafo 
único do art. 9º do CPC/15 traz alguns exemplos: 1) decisão que concede tutela 
provisória liminar de urgência (art. 300, § 2º); 2) decisão que concede tutela 
provisória liminar de evidência (arts. 311, II e III) e 3) decisão que determina 
a expedição de mandado monitório, na ação monitória (art. 701), que também 
é uma hipótese de tutela da evidência. 
 
 
 
Contraditório
Dimensão Formal
Participar do 
Processo
Dimensão Material
Influenciar o 
Julgador
Regra
Ouvir a parte antes de 
proferir decisão judicial
Exceções
Tutela de urgência 
Tutela de evidência, nas 
hipóteses do art. 311, 
II e III
Decisão que determina a 
expedição do mandado 
monitório, art. 701
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É importantíssimo saber que o princípio do contraditório impõe ao juiz o 
dever de dar às partes a oportunidade de se manifestar, ainda que se trate de 
matéria sobre a qual se deva decidir de ofício, ou seja, matéria de ordem 
pública, que diga respeito às condições da ação e aos pressupostos processuais, 
temas que estudaremos mais adiante. 
Por ora, basta que você memorize integralmente o teor do art. 10 do 
CPC/15. Confira: 
Art. 10. O juiz não pode decidir, em grau algum de jurisdição, com base 
em fundamento a respeito do qual não se tenha dado às partes 
oportunidade de se manifestar, ainda que se trate de matéria sobre a 
qual deva decidir de ofício. 
 
Por fim, é preciso ressaltar que a parte final do art. 7º do CPC/15 impõe 
ao órgão julgador o dever de zelar pelo efetivo contraditório. 
Art. 7º. É assegurada às partes paridade de tratamento em relação ao 
exercício de direitos e faculdades processuais, aos meios de defesa, aos 
ônus, aos devedores e a aplicação de sanções processuais, competindo 
ao juiz zelar pelo efetivo contraditório. 
 
 Vamos treinar? 
5- (Promotor de justiça – MPE/SC – 2016) Nos termos 
do Novo Código de Processo Civil, o juiz não pode decidir, em grau algum de 
jurisdição, com base em fundamento a respeito do qual não se tenha dado às 
partes oportunidade de se manifestar, salvo se tratar de matéria sobre a qual 
deva decidir de ofício. 
Resolução: 
A assertiva praticamente reproduz o teor do art. 10 do CPC/15. No 
entanto, há um erro no final, pois a lei não ressalva a matéria sobre a qual o 
juiz deva decidir de ofício, mas a inclui. 
Art. 10. O juiz não pode decidir, em grau algum de jurisdição, com base 
em fundamento a respeito do qual não se tenha dado às partes 
oportunidade de se manifestar, ainda que se trate de matéria sobre 
a qual deva decidir de ofício. 
 F 
6- (Procurador Municipal – FUNDATEC – Prefeitura 
de Porto Alegre – 2016) Considerando o princípio constitucional do 
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contraditório, na estruturação conferida pelo Código de Processo Civil (Lei nº 
13.105/15), assinale a alternativa correta. 
a) O juiz não pode decidir, em grau algum de jurisdição, com base em 
fundamento a respeito do qual não se tenha dado às partes oportunidade de se 
manifestar, ressalvadas as questões sobre as quais deva decidir de ofício. 
b) É vedado ao juiz apreciar questão, proferir decisão ou conceder tutela de 
urgência contra uma das partes sem que ela sejapreviamente ouvida. 
c) O juiz não pode conceder tutela de evidência, quando houver tese afirmada 
em julgamento de casos repetitivos, contra uma das partes sem que ela seja 
previamente ouvida. 
d) É assegurada às partes paridade de tratamento em relação ao exercício de 
direitos e faculdades processuais, aos meios de defesa, aos ônus, aos devedores 
e à aplicação de sanções processuais, competindo ao juiz zelar pelo efetivo 
contraditório. 
e) Nos tribunais, quando já julgada a causa pelo juiz de primeiro grau, se o 
relator constatar a ocorrência de fato superveniente à decisão recorrida que 
deva ser considerado no julgamento do recurso, poderá intimar as partes para 
que se manifestem no prazo de dez dias. 
Resolução: 
a) INCORRETA - Depreende-se do teor do art. 10 do CPC/15 que o juiz não 
pode decidir, em grau algum de jurisdição, com base em fundamento a respeito 
do qual não se tenha dado às partes oportunidade de se manifestar, ainda que 
se trate de matéria sobre a qual deva decidir de ofício. 
b e c) INCORRETAS - art. 9º do CPC/2015. Vejamos: 
Art. 9º Não se proferirá decisão contra uma das partes sem que 
ela seja previamente ouvida. 
Parágrafo único. O disposto no caput não se aplica: 
I – à tutela provisória de urgência; 
II – às hipóteses de tutela de evidência previstas no art. 311, incisos II e 
III; 
III – à decisão prevista no art. 701. 
d) CORRETA - A assertiva é cópia fiel do estabelecido no art. 7º do CPC/15: 
Art. 7º. É assegurada às partes paridade de tratamento em relação ao 
exercício de direitos e faculdades processuais, aos meios de defesa, aos 
ônus, aos deveres e à aplicação de sanções processuais, competindo ao 
juiz zelar pelo efetivo contraditório. 
e) INCORRETA - O erro da assertiva encontra-se do prazo. Segundo o teor do 
art. 932, parágrafo único, do CPC/15, o prazo é de 5 dias e não de 10 dias. 
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 D 
 
Até aqui, tudo bem? ☺ Vamos Prosseguir! 
 
 
O princípio da motivação das decisões judiciais caracteriza-se pela 
necessidade imposta pela Constituição (art.93, IX, CF/88) e reiterada pelo 
CPC/15 (art. 11) de que o julgador deixe explícito os motivos de decidir. Confira-
se: 
Art. 93. Lei complementar, de iniciativa do Supremo Tribunal Federal, 
disporá sobre o Estatuto da Magistratura, observados os seguintes 
princípios: 
IX - todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, 
e fundamentadas todas as decisões, sob pena de nulidade, 
podendo a lei limitar a presença, em determinados atos, às próprias 
partes e a seus advogados, ou somente a estes, em casos nos quais a 
preservação do direito à intimidade do interessado no sigilo não 
prejudique o interesse público à informação 
Art. 11. Todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão 
públicos, e fundamentadas todas as decisões, sob pena de 
nulidade. 
 
Nessa direção, a motivação deve estar presente em todas as decisões 
judiciais e tem como objetivo conferir transparência ao exercício do poder pelo 
juiz para conhecimento pelas partes e possível controle pelos órgãos superiores 
da Magistratura. 
Da obrigatoriedade da motivação das decisões judiciais decorre a 
exigência procedimental da tríplice estrutura da sentença, a qual deve conter o 
relatório, a motivação e o dispositivo. 
Não há uma fórmula objetiva para dizer se uma decisão judicial viola ou 
não o princípio da motivação das decisões judicial. A análise se dará em cada 
caso concreto, em face das questões debatidas na instrução da causa e do grau 
de relevância de cada uma delas. 
Não obstante, o §1º do art. 489 do CPC/15 enumera os seguintes casos 
nos quais não se considera fundamentada determinada decisão judicial, seja 
ela interlocutória, sentença ou acórdão: 
3.1.6- Princípio da motivação das decisões judiciais 
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1) que se limitar à indicação, à reprodução ou à paráfrase de ato 
normativo, sem explicar sua relação com a causa ou a questão decidida 
(inciso I); 
2) empregar conceitos jurídicos indeterminados, sem explicar o motivo 
concreto de sua incidência no caso (inciso II); 
3) invocar motivos que se prestariam a justificar qualquer outra decisão; 
4) não enfrentar todos os argumentos deduzidos no processo capazes 
de, em tese, infirmar a conclusão adotada pelo julgador; 
5) se limitar a invocar precedente ou enunciado de súmula, sem 
identificar seus fundamentos determinantes nem demostrar que o caso 
sob julgamento se ajusta àqueles fundamentos (inciso V); 
6) deixar de seguir enunciado de súmula, jurisprudência ou precedente 
invocado pela parte sem demonstrar a existência de distinção no caso 
em julgamento ou a superação do entendimento (inciso VI). 
A falta ou insuficiência de motivação constitui vício formal, reputando-se 
inválida a decisão judiciária que nesse vício houver incidido. Essa invalidade é 
tratada pela ordem-processual como nulidade absoluta. 
 
 
Já ressaltamos, ao tratar do princípio da inafastabilidade da jurisdição, 
que o tempo pode se caracterizar como um inimigo do processo. Isso porque o 
decurso do tempo, muitas vezes, é responsável pelo perecimento do direito e 
das próprias partes (que podem falecer antes do término do processo). 
Sensível a esse problema, o legislador, através da Emenda Constitucional 
nº 45, de 8 de dezembro de 2004, incluiu, no capítulo da Constituição Federal 
referente às garantias de direito, o princípio da duração razoável do processo. 
Confira: 
Art. 5°, LXXXVIII. A todos, no âmbito judicial e administrativo, são 
assegurados a razoável duração do processo e os meios que garantam a 
celeridade de sua tramitação. 
 
Na mesma direção da Constituição Federal, o Código de Processo Civil 
prevê no art. 4º que “as partes têm o direito de obter em um prazo razoável a 
solução integral do mérito, incluída a atividade satisfativa”. 
É importante ressaltar que o novo código inovou ao incluir expressamente 
a atividade satisfativa no direito de obtenção da solução integral do mérito 
dentro de um prazo razoável. 
3.1.7- Princípio da duração razoável do processo 
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A atividade satisfativa diz respeito aos procedimentos de cumprimento de 
sentença e do processo de execução autônomo, cuja finalidade principal é 
efetivar/satisfazer o direito. 
 
 
Preste atenção na parte final do art. 4º do CPC/15. As bancas gostam de 
modificar essas locuções finais. Logo, não se esqueça: o princípio da duração 
razoável do processo inclui a atividade satisfativa!!! 
 
Vamos praticar mais um pouquinho? 
7- (Analista Judiciário – CEBRASPE – TRT8 – 2016 - 
adaptada). Em decorrência do princípio da duração razoável do processo, o 
juiz possui a faculdade de prolatar sentença ilíquida, mesmo que o autor tenha 
formulado pedido certo e determinado. 
Resolução: 
O item é FALSO. Como vimos o art. 4º prevê que as partes têm o direito 
de obter em prazo razoável a solução integral do mérito, incluída a atividade 
satisfativa. A decisão ilíquida não é satisfativa, pois depende de um 
procedimento chamado de liquidação de sentença para que possa ser 
devidamente cumprida. Ademais, segundo o teor do art. 492 do CPC/15, “é 
vedado ao juiz proferir decisão de natureza diversa da pedida, bem como 
condenar a parte em quantidade superior ou em objeto diverso do que lhe foi 
demandado”. No caso, o autor formulou pedido certo e determinado, não tendo 
justificativa para que a sentença seja ilíquida. 
 F 
 
Ok? Tudo certo até aqui? Qualquer dúvida, me chama lá no fórum! 
 
 
O princípio estáprevisto no art. 5º do CPC/15, que estipula o seguinte: 
“aquele que de qualquer forma participa do processo deve comportar-se de 
acordo com a boa-fé” e é considerado por alguns autores como um princípio 
processual infraconstitucional e por outros como princípio constitucional 
implícito. 
O princípio da boa-fé processual (objetiva) encerra uma norma de 
conduta e não pode ser confundido com a exigência de boa-fé (elemento 
3.1.8- Princípio da boa-fé processual 
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subjetivo) para a configuração de alguns atos ilícitos processuais, como o 
manifesto propósito protelatório, apto a permitir a tutela provisória prevista no 
inciso I do art. 311 do CPC/15. 
De acordo com Didier Jr, “a boa-fé subjetiva é elemento do suporte fático 
de alguns fatos jurídicos; é fato, portanto. A boa-fé objetiva é uma norma de 
conduta: impõe e proíbe condutas, além de criar situações jurídicas ativas e 
passivas”12. 
 
 
O princípio da boa-fé processual também é considerado uma cláusula 
geral processual. 
Questão interessante e que pode ser cobrada em concurso diz respeito 
aos destinatários do princípio da boa-fé processual. Ele é destinado somente às 
partes ou ao órgão jurisdicional também? 
A boa-fé objetiva destina-se não apenas as partes, mas também 
ao órgão jurisdicional, que também deve agir de maneira leal e com 
proteção à confiança. 
 
 
Os princípios do devido processo legal, do contraditório e da boa-fé 
processual, juntos, servem de base para o surgimento de outro princípio do 
processo: o princípio da cooperação, considerado por alguns autores como 
princípio constitucional implícito e por outros como princípio infraconstitucional. 
O princípio da cooperação define o modo como o processo civil deve estruturar-
se no direito brasileiro. 
Assim, tem-se afirmado que o modelo processual brasileiro não é nem 
inquisitivo, nem adversarial, mas cooperativo ou comparticipativo13. 
 
12 DIDIER JR, Fredie. Curso de direito processual civil: introdução ao direito processual civil, parte geral e 
processo de conhecimento. Salvador: Jus Podivm, 2015. p.104. 
13 DIDIER JR, Fredie. Curso de direito processual civil: introdução ao direito processual civil, parte geral e 
processo de conhecimento. Salvador: Jus Podivm, 2015. p.125. 
Boa fé Objetiva
Normas de 
Conduta
Princípio
Processual
Boa-fé
Elemento 
Subjetivo
Intenção
(boa ou má)
Fato
3.1.9- Princípio da Cooperação 
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O princípio da cooperação está previsto no art. 6º do CPC/15: 
Art. 6º. Todos os sujeitos do processo devem cooperar entre si para que 
se obtenha, em tempo razoável, decisão de mérito justa e efetiva. 
 
O modelo cooperativo caracteriza-se pelo redimensionamento do 
princípio do contraditório, com a inclusão do órgão jurisdicional no rol dos 
sujeitos do diálogo processual e não mais como um mero expectador do duelo 
das partes. 
Consequentemente, surgem deveres de conduta para as partes e para o 
órgão jurisdicional. Dessa forma, o juiz deve conduzir o processo numa posição 
paritária em relação às partes, com diálogo e equilíbrio. Dessa forma, as partes 
também passam a participar da gestão adequada do processo. 
No entanto, é muito importante frisar que não haverá paridade no 
momento da decisão. Em outras palavras: a decisão judicial é manifestação do 
poder estatal, que é exercido, com exclusividade, pelo órgão jurisdicional. 
Por fim, é preciso esclarecer que decorrem do princípio da cooperação 
diversos deveres processuais, que podem ser sistematizados em três grupos: 
deveres de 1) esclarecimento; 2) lealdade; 3) de proteção. Sobre o assunto, 
veja o esquema abaixo: 
 
 
 
Veja como o tema foi cobrado em concurso: 
 
 
Dever de 
esclareci-
mento
Os atos processuais e 
decisões judiciais 
devem ser claros e 
coerentes.
Ex: caso a decisão contenha 
uma parte obscura, é possível 
pedir esclarecimento sobre essa 
parte ao juiz.(art. 1022 do 
CPC/15).
Dever de 
lealdade
As partes não podem 
litigar de má-fé.
Ex: se uma das partes litigar de 
má-fé, será punida com multa 
(arts.79 a 81 do CPC/15)
Dever de 
proteção
As partes não podem 
causar danos à parte 
adversária.
Ex: se o exequente promover a 
execução injustamente, 
responderá pelos eventuais 
danos de maneira objetiva 
(arts. 520, I e 776 do CPC/15).
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8- (Auditor – CESPE – TCE/RN – 2015) O princípio da 
cooperação processual se relaciona à prestação efetiva da tutela jurisdicional 
e representa a obrigatoriedade de participação ampla de todos os sujeitos do 
processo, de modo a se ter uma decisão de mérito justa e efetiva em tempo 
razoável. 
Resolução: 
O princípio da cooperação, fonte do dever de colaboração entre as partes 
e o juiz, tem previsão no art. 6º do CPC/2015, que estabelece o seguinte: 
Art. 6º Todos os sujeitos do processo devem cooperar entre si para 
que se obtenha, em tempo razoável, decisão de mérito justa e efetiva. 
 
 O princípio se dirige às partes e ao juiz, enfim a todos os sujeitos do 
processo. 
 V 
 
Tudo certinho? Podemos prosseguir? Caso tenha dúvida, pode me chamar 
no fórum. ☺ 
 
 
Amigo (a), esse princípio é muito importante e tem sido bastante cobrado 
nos concursos realizados após a entrada em vigor do novo CPC. 
O princípio da primazia da decisão de mérito estabelece que o órgão 
jurisdicional deve priorizar que o deslinde do processo resulte em uma decisão 
de mérito, com o julgamento da demanda. Essa prioridade incide tanto na 
primeira instância, através da análise da demanda, como nos Tribunais, nos 
julgamentos dos recursos. 
A primazia da decisão de mérito está prevista no art. 4º do CPC, que 
estabelece o seguinte: 
Art. 4º. As partes têm o direito de obter em prazo razoável a solução 
integral do mérito, incluída a atividade satisfativa. 
 
Vamos ver como esse princípio tem aparecido nos concursos? 
9- (Auditor de Controle Externo – CESPE – TCE-PA – 
2016) No que diz respeito às normas processuais, aos atos e negócios 
3.1.10- Princípio da primazia da decisão de mérito 
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processuais e aos honorários de sucumbência, julgue o item que se segue, com 
base no disposto no Novo Código de Processo Civil. 
Em observância ao princípio da primazia da decisão de mérito, o magistrado 
deve conceder à parte oportunidade para, se possível, corrigir vício processual 
antes de proferir sentença terminativa. 
Resolução: 
A assertiva é VERDADEIRA. Em observância ao princípio da primazia da 
decisão de mérito, o magistrado deve conceder à parte oportunidade para, se 
possível, corrigir vício processual antes de proferir sentença terminativa, ou 
seja, sentença sem apreciação de mérito. 
 V 
 
Lembre-se que durante todo o curso iremos estudar outros princípios e 
retomar os conceitos até então abordados. 
 
 
Além dos princípios constitucionais processuais, o primeiro livro do 
Código de Processo Civil, também traz três regras essenciais para a organização 
e desenvolvimento do processo, quais sejam (que elencamos como princípios 
infraconstitucionais no esquema acima): 1) a de instauração do processo por 
iniciativa da parte (princípio do dispositivo); 2) a do desenvolvimento do 
processo por impulso oficial (princípio inquisitivo); 3) a de obediência a ordem 
cronológica de conclusão. 
Vamos examinar cada uma dessas regras. 
 
 
Tradicionalmente, o processo civil brasileiro começa poriniciativa da 
parte. Isso significa que, em regra, o órgão jurisdicional não pode dar início ao 
processo. Dessa forma, uma das características da jurisdição é a inércia. 
A regra da instauração do processo por iniciativa da parte, que também 
é chamada de princípio do dispositivo, está prevista na primeira parte do art.2º 
do CPC/15: 
Art. 2º. O processo começa por iniciativa da parte e se desenvolve por 
impulso oficial, salvo as exceções previstas em lei. 
 
Há duas exceções a essa regra. 
4- Regras de organização do processo 
4.1- Instauração do processo por iniciativa da parte 
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Primeira exceção: o juiz pode instaurar o cumprimento de sentença que 
impõe prestação de fazer, não-fazer ou dar coisa distinta de dinheiro (arts. 536 
e 538 do CPC/15), independentemente da iniciativa da parte, ou seja, de ofício). 
É muito importante que você saiba, desde já, que o mesmo não acontece com 
o cumprimento de sentença de pagamento de quantia certa, que depende de 
iniciativa da parte (art. 513, § 1º do CPC/15). 
Segunda exceção: o juiz pode dar instaurar três incidentes processuais 
sem a necessidade de provocação da parte. São eles: 1) o incidente de 
demandas repetitivas (art. 976 do CPC/15); 2) de conflito de competência (art. 
951 do CPC/15) e o 3) incidente de arguição de inconstitucionalidade (art. 948 
do CPC/15). Mais adiante, iremos estudar esses incidentes, caso seja exigido 
em seu concurso. Por ora, basta saber que eles configuram exceções à regra de 
que o processo começa por iniciativa da parte (princípio do dispositivo). 
Permita-me uma última observação quanto à regra em comento e que 
pode aparecer na sua prova de concurso, como pegadinha? Lá vai: 
 
No CPC de 1973, o art. 989 permitia que o juiz desse início ao processo 
de inventário. Esse dispositivo era bastante utilizado como exemplo de exceção 
à regra do dispositivo. Ocorre que não há no novo CPC qualquer artigo 
semelhante ao mencionado art. 989. Logo, não há mais essa exceção em 
nosso ordenamento processual. 
 
 
A segunda parte do art. 2º, por sua vez, traz a regra de que, uma vez 
instaurado, o processo desenvolve-se por impulso oficial, independentemente 
de novas provocações da parte. Essa regra também é conhecida como princípio 
do inquisitivo. 
O processo
começa por 
iniciativa
da parte
se desenvolve por 
impulso
oficial
Salvo exceções previstas em lei
4.2- Desenvolvimento do processo por impulso oficial 
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Logo, o processo precisa da manifestação da parte para ser iniciado, mas 
depois que é foi instaurado, se desenvolverá por iniciativa do órgão jurisdicional. 
Essa regra, no entanto, não impede que o autor desista da demanda, e, 
dessa forma, provoque a extinção do processo sem o exame do mérito (art. 
485, VIII do CPC/15). 
Por fim, é importante frisar que o dever de impulso oficial não se estende 
à fase recursal. Assim, para que o processo seja reexaminado pelo Tribunal, é 
necessário que haja provocação do interessado. 
 
Vejamos uma questão a respeito do tema: 
10- (Procurador – MP de Contas – FCC – 2015) 
Considere os artigos da lei processual civil: 
“O processo começa por iniciativa da parte e se desenvolve por impulso oficial, 
salvo as exceções previstas em lei”; e “O juiz não pode decidir, em grau algum 
de jurisdição, com base em fundamento a respeito do qual não se tenha dado 
às partes oportunidades de se manifestar, ainda que se trate de matéria sobre 
a qual deva decidir de ofício”. 
Dizem respeito às normas fundamentais, respectivamente 
a) dispositivo e da inafastabilidade da jurisdição. 
b) inquisitivo e da proibição da decisão-surpresa. 
c) dispositivo e da congruência. 
d) inquisitivo e da cooperação. 
e) da motivação das decisões judiciais e do contraditório. 
Resolução: 
Conforme estudamos nesta aula, dizem respeito às normas 
fundamentais, respectivamente, o inquisitivo, ou seja, o desenvolvimento do 
processo por impulso oficial e a proibição da decisão-surpresa, que está 
relacionada ao princípio do contraditório (art. 10º do CPC/15). 
 B 
 
 
Considerando que o tema tem sido cobrado nas provas de concurso 
contrapondo-se os princípios do dispositivo e do inquisitivo, formulamos o 
seguinte esquema para te ajudar a memorizá-los: 
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Por fim, vamos abordar uma interessante inovação trazida pelo CPC/15: 
a regra de obediência à ordem cronológica de conclusão do processo, para fins 
de proferir a decisão final. 
A regra está prevista no art. 12 do CPC/15. Confira: 
Art.12. Os juízes e tribunais atenderão, preferencialmente, à ordem 
cronológica de conclusão para proferir sentença ou acórdão. 
§1º A lista de processos aptos a julgamento deverá estar 
permanentemente à disposição para consulta pública em cartório e na 
rede mundial de computadores. 
 
Em 2016, a regra acima foi alterada, antes mesmo da entrada em vigor 
do CPC/15. Na redação original do CPC/15, havia a obrigatoriedade de 
obediência à ordem cronológica de conclusão. Porém, a alteração referida 
entrou em vigor juntamente com o CPC/15. 
A regra de obediência à ordem cronológica de conclusão dos processos 
está em conformidade com o princípio da igualdade, pois previne preferências 
ilegais, bem como com o princípio da duração razoável do processo, pois evita 
que processos fiquem “conclusos” por tempo indeterminado. 
O que é “processo concluso” ou “conclusão”? 
Há muitas piadas com esses termos, que, de fato, são bem estranhos. 
“Conclusão” é o ato através do qual o escrivão ou o chefe de secretaria 
(ou outro servidor público) certifica que o processo está pronto para decisão 
Princípio do Dispositivo
A prositura de um "processo" está 
na esfera de disposição da parte.
Logo, em regra, o processo começa 
por iniciativa da parte.
Princípio do Inquisitivo
O desenvolvimento de um 
"processo" não depende de novas 
provocações da parte.
Logo, uma vez instaurado, o 
processo desenvolve-se por 
impulso oficial (do órgão 
jurisdicional)
4.3- Obediência à ordem cronológica de conclusão. 
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judicial, pois não há mais nenhuma medida processual a ser tomada14, por isso 
os autos são “conclusos” (entregues) ao gabinete do juiz, para que ele profira a 
decisão. 
Assim, pela regra estabelecida no art. 12, o processo que primeiro ficar 
concluso é, preferencialmente, o primeiro que será julgado. 
A regra aplica-se aos juízes e tribunais, de qualquer instância, mas 
somente se refere às decisões finais – sentenças ou acórdãos finais. 
 
 
É muito importante que você saiba que as decisões e os acórdãos 
interlocutórios (decisões e acórdãos que não são finais, mas que impulsionam o 
processo) estão excluídas da regra da obediência à ordem cronológica de 
conclusão. 
A lista de processos aptos a julgamento deverá estar permanentemente 
à disposição para consulta pública em cartório e na rede mundial de 
computadores (art. 12, §1º do CPC/15). 
A primeira lista de processos para julgamento em ordem cronológica 
observará a antiguidade da distribuição entre os já conclusos na data da entrada 
em vigor do Código de Processo Civil (18.03.2016). Essa determinação está 
contida no §5º do art. 1046, que deverá ser combinado com o art. 12. 
Art.1046, §5º. A primeira lista de processos para julgamento em ordem 
cronológica observará a antiguidade da distribuição entre os já conclusosna data de entrada em vigor deste Código. 
 
No Direito, costumamos dizer que toda regra possui exceções. Então, 
vamos às exceções. 
Ao ler o inteiro teor do art. 12, percebemos que o § 2º traz 9 exceções à 
regra. Essas exceções têm como fundamentos os princípios da eficiência e da 
duração razoável do processo. São elas: 
Art. 12, §2º. Estão excluídos da regra do caput: 
I- as sentenças proferidas em audiência, homologatórias de acordo ou de 
improcedência liminar do pedido; 
II-o julgamento de processos em bloco para aplicação de tese jurídica 
firmada em julgamento de casos repetitivos; 
 
14 DIDIER JR, Fredie. Curso de direito processual civil: introdução ao direito processual civil, parte geral e 
processo de conhecimento. Salvador: Jus Podivm, 2015. p.146-147. 
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III-o julgamento de recursos repetitivos ou de incidente de resolução de 
demandas repetitivas; 
IV-as decisões proferidas com base nos arts. 485 e 932; 
V-o julgamento de embargos de declaração; 
VI-o julgamento de agravo interno; 
VII-as preferências legais e as metas estabelecidas pelo Conselho 
Nacional de Justiça; 
VIII-os processos criminais, nos órgãos jurisdicionais que tenham 
competência penal; 
IX-a causa que exija urgência no julgamento, assim reconhecida por 
decisão fundamentada. 
 
Que tal uma questão sobre o assunto? 
11- (Assistente Jurídico – SERCTAM – 2016 – 
Prefeitura de Quixadá - adaptada) Julgue as questões abaixo: 
Os juízes e os tribunais atenderão, preferencialmente, à ordem cronológica de 
conclusão para proferir sentença ou acórdão. A lista de processos aptos a 
julgamento deverá estar permanentemente à disposição para consulta pública 
em cartório e na rede mundial de computadores. Porém, estão excluídos desta 
regra: 
I-as sentenças proferidas em audiência, homologatórias de acordo ou de 
improcedência liminar do pedido; 
II-o julgamento de processos em bloco para aplicação de tese jurídica firmada 
em julgamento de casos repetitivos; 
III-o julgamento de recursos repetitivos ou de incidente de resolução de 
demandas repetitivas; 
IV-as decisões proferidas com base nos artigos 485 e 932 do novo CPC; 
V-o julgamento de embargos de declaração; 
VI-o julgamento de agravo interno; 
VII-as preferências legais e as metas estabelecidas pelo Conselho Nacional de 
Justiça; 
VIII- os processos criminais, nos órgãos jurisdicionais que tenham competência 
penal; 
Marque a alternativa correta. 
a) Os itens I, II e IV são falsos. 
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b) Todas as alternativas são falsas. 
c) Os itens III, V e VIII são falsos e os demais verdadeiros. 
d) Todas as alternativas são corretas. 
e) Os itens III, V, e IV estão corretos e os demais incorretos. 
Resolução: 
Como vimos, para resolver essa questão basta ler o estabelecido no art. 
12 do CPC/15. 
Após a leitura do referido artigo, você descobrirá que, em regra, os 
processos devem ser julgados conforme a ordem cronológica de conclusão 
(caput). Excepcionalmente, porém, estão excluídas da regra do caput as 
hipóteses previstas no §2º, que estudamos nesta aula. 
Conferindo o teor do referido parágrafo, você percebe que todas as 
alternativas estão CORRETAS e configuram exceções à regra da obediência da 
ordem cronológica de conclusão. 
Logo, a resposta correta é a alternativa “D”. 
 D 
 
 
O direito processual civil integra o ordenamento jurídico objetivo (direito 
positivo); consequentemente, ele encontra sua expressão jurídica também na 
lei ou norma jurídica. 
O primeiro e mais importante aspecto da lei processual civil é que ela é, 
predominantemente, uma norma de Direito Público e, via de regra, de caráter 
cogente ou de ordem pública. 
Isso significa que a aplicação da lei processual não pode ser afastada pela 
vontade das partes, diferentemente do que ocorre com a norma de caráter 
dispositivo ou facultativa, que é aquela cuja aplicação pode ser afastada se as 
partes de manifestarem nesse sentido. 
Em resumo: as normas jurídicas distinguem-se, sob o aspecto dos 
principais pressupostos de sua incidência, em duas espécies: cogentes ou 
dispositivas. 
A norma cogente ou de ordem pública, desde que ocorram os 
pressupostos de seu funcionamento, necessariamente incide no caso 
concreto, independentemente da vontade dos interessados e mesmo 
contra tais vontades, que são irrelevantes para impedir a sua incidência. 
Já a norma dispositiva ou de caráter facultativo é aquela que incide 
na ausência de qualquer manifestação volitiva das partes, em sentido contrário 
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à norma, ou cuja incidência pode ser afastada se as partes se manifestarem 
nesse sentido. Assim, a vontade das partes pode afastar a incidência da 
norma dispositiva. 
No que se refere ao caráter cogente da lei processual civil, a doutrina 
de Arruda Alvim é esclarecedora: “Mas, conquanto existam, no Direito 
Processual Civil, algumas normas dispositivas, na sua imensa maioria elas são 
cogentes. É característica da norma processual civil o não ser possível afastar 
sua incidência nem às partes, nem ao juiz. Assim, está excluída a possibilidade 
de um processo convencional”15. 
Então, amigo (a), a maior parte das normas processuais são cogentes, 
ou seja, elas não podem ser afastadas pela vontade, seja das partes, seja do 
juiz. 
 
Vejamos como o assunto tem sido cobrado nas provas: 
12- (Juiz Substituto – FCC – TJ/SC – 2015). No tocante 
às normas processuais civis, examine os enunciados seguintes: 
I-Quanto ao seu grau de obrigatoriedade, pode-se afirmar que o direito 
processual civil é composto preponderantemente por regras cogentes, 
imperativas e de ordem pública, que não podem ter sua incidência afastada pela 
vontade das partes. 
II-No que tange ao direito intertemporal são aplicáveis as normas processuais 
que estão em vigor no momento da prática dos atos no processo, não as que 
vigoravam na época em que se passaram os fatos da causa. 
III-Relativamente aos títulos executivos extrajudiciais, vale a regra que 
vigorava quando o ato extrajudicial foi praticado e não a regra do momento do 
ajuizamento da ação executiva. 
É correto o que se afirma APENAS em 
a) III. 
b) II e III. 
c) I e III. 
d) I e II. 
e) II. 
Resolução: 
 
15 ALVIM, Arruda. Manual de Direito Processual Civil, v.1: parte geral. São Paulo: Editora Revista dos 
Tribunais, 2013.p.109. 
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I) CORRETA - O direito processual civil é composto preponderantemente por 
regras cogentes, imperativas e de ordem pública, que não podem ter sua 
incidência afastada pela vontade das partes. 
II) CORRETA - No que tange ao direito intertemporal são aplicáveis as normas 
processuais que estão em vigor no momento da prática dos atos no processo, 
não as que vigoravam na época em que se passaram os fatos da causa. 
III) INCORRETA - Para fins de ajuizamento da ação executiva, vale a regra 
que vigorar no momento da propositura da petição inicial. Não se preocupe, 
você ainda estudará esse tema em outras aulas. 
Logo, a resposta certa é a letra “d”. 
 D 
 
 
Como vimos, a lei processual civil disciplina, de modo principal, o 
exercício de uma função estatal, que é a jurisdição. Assim, a lei processual tem 
força impositiva no território do Estado que a edita. 
Nessa direção, afirma-se que em relação à aplicação da lei processual no 
espaço vigora o princípio da territorialidade.Isso significa que, em regra, a lei 
processual civil é aplicável apenas no território nacional. Tal princípio pode ser 
encontrado nos arts. 1º e 13º do CPC/15. Vejamos: 
Art. 1º. O processo civil será ordenado, disciplinado e interpretado 
conforme os valores e as normas fundamentais estabelecidas na 
Constituição da República Federativa do Brasil, observando-se as 
disposições deste Código. 
Art. 13. A jurisdição civil será regida pelas normas processuais brasileiras, 
ressalvadas as disposições específicas previstas em tratados, 
convenções ou acordos internacionais de que o Brasil seja parte. 
 
No que diz respeito aos atos realizados no exterior com reflexos no Brasil, 
excepcionalmente, tais atos podem ser considerados válidos quando tiverem 
sido praticados em conformidade com a lei do país em que foram realizados, 
desde que compatíveis com a ordem pública brasileira. 
 
 
A lei processual tem, em regra, aplicação imediata, a partir de sua 
entrada em vigor. 
6- Aplicação da Lei Processual no Espaço 
7- Aplicação da Lei Processual no Tempo 
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Fatos pretéritos e situações já consumadas no passado não se 
regem pela lei que entra em vigor, pois, segundo a Constituição, há que se 
respeitar os limites representados pelo direito adquirido, pelo ato jurídico 
perfeito ou pela coisa julgada (art. 5º, inciso XXXVI, da CF/88). 
Quanto aos processos pendentes na data da entrada em vigor da lei 
processual, temos, em tese, três possibilidades de aplicação da lei nova: a) 
aplicação imediata da lei nova, de modo integral; b) não aplicação da lei nova, 
de modo que o processo prosseguiria sob o império da lei velha; c) aplicação 
parcial da lei nova. Dessa forma, as fases procedimentais já superadas ou em 
curso (postulatória, ordinatória, executória, etc) estariam sob a égide da lei 
velha e a lei nova, por sua vez, seria aplicada às fases subsequentes. 
Nenhuma dessas possibilidades tem prevalecido no cenário nacional. 
Aplicamos a chamada “teoria do isolamento dos atos processuais”. 
Assim, quando a lei nova entra em vigor, respeita-se a eficácia dos atos 
processuais praticados sob à égide da lei velha. Assim, a lei nova não retroage 
(princípio da irretroatividade da lei) para atingir os atos processuais já 
praticados, mas apenas disciplina os atos que serão realizados a partir de sua 
vigência. 
 
 
 
Nesse sentido, vale a pena conferir o disposto nos arts. 14 e 1046 do 
CPC/15: 
Art. 14. A norma processual não retroagirá e será aplicável 
imediatamente aos processos em curso, respeitados os atos processuais 
praticados e as situações jurídicas consolidadas sob a vigência da norma 
revogada. 
Art. 1046. Ao entrar em vigor este Código, suas disposições se aplicarão 
desde logo aos processos pendentes, ficando revogada a Lei nº 5.869, de 
11 de janeiro de 1973. 
Lei processual NOVA
NÃO RETROAGE
Tem 
APLICAÇÃO 
IMEDIATA
Disciplina os 
atos que serão 
realizados a 
partir de sua 
VIGÊNCIA
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Por fim, é importante ressaltar que o Código traz mais três regras 
específicas quanto à aplicação da lei processual no tempo. Essas regras têm 
aparecido muito nos concursos! 
Vamos conferir alguns artigos que disciplinam a transição do CPC/73 para 
o CPC/15. O disposto no art. 1047, trata do direito probatório; o art. 1054, da 
extensão da coisa julgada às questões prejudiciais decididas na motivação da 
sentença; e, por fim, o §1º do art. 1046, dos procedimentos sumário e 
especial. Por ora, basta saber o disposto nos referidos artigos. 
Art. 1047. As disposições de direito probatório adotadas neste Código 
aplicam-se apenas às provas requeridas ou determinadas de ofício 
a partir da data de início de sua vigência. 
Art. 1054. O disposto no art.503, §1º16, somente se aplica aos 
processos iniciados após a vigência deste Código, aplicando-se aos 
anteriores o disposto nos arts.5º, 325 e 470 da Lei nº 5.869, de 11 de 
janeiro de 1973.17 
Art. 1046, §1º. As disposições da Lei n. 5.869, de 11 de janeiro de 1973, 
relativas ao procedimento sumário e aos procedimentos especiais 
que forem revogadas aplicar-se-ão às ações propostas e não 
sentenciadas até o início da vigência deste Código. 
 
Vamos praticar mais um pouco? Veja a seguinte questão: 
13- (Defensor Público - FCC - DPE-BA – 2016) Sobre o 
direito processual intertemporal, o novo Código de Processo Civil: 
a) retroage porque a norma processual é de natureza cogente. 
b) torna aplicáveis a todas as provas as disposições de direito probatório 
adotadas, ainda que requeridas antes do início de sua vigência. 
c) vige desde o dia de sua publicação, porque a lei processual é de natureza 
cogente e possui efeito imediato. 
 
16 Art. 503. A decisão que julgar total ou parcialmente o mérito tem força de lei nos limites da questão 
principal expressamente decidida. 
§1º O disposto no caput aplica-se à resolução de questão prejudicial, decidida expressa e incidentemente no 
processo (...); 
17 Sobre o assunto também é importante registrar o teor do Enunciado n.367 do FPPC: “Para fins de 
interpretação do art. 1.054, entende-se como início do processo a data do protocolo da petição inicial”. 
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d) extinguiu o procedimento sumário, impondo a extinção de todas as ações 
ajuizadas sob este procedimento, incluindo as anteriores à sua entrada em 
vigor. 
e) não possui efeito retroativo e se aplica, em regra, aos processos em curso, 
respeitados os atos processuais praticados e as situações jurídicas consolidadas 
sob a vigência da norma revogada. 
Resolução: 
Pelo que vimos nesta aula, a resposta da questão é a letra “e”. Permitam-
me apenas um comentário quanto a letra “b”. Está INCORRETA porque a lei 
processual pode entrar em vigor em data diferente da data de sua publicação, 
se for estabelecido um período de vacância, como ocorreu com o novo código 
de processo civil, que embora publicado em 2015, somente entrou em vigor em 
2016. 
 E 
 
 
Encerramos nosso conteúdo de hoje aqui! 
A aula continua com as questões comentadas e com uma lista de todas 
as questões para que você possa refazê-las. 
Você deve ter percebido que estudamos os 15 primeiros artigos do novo 
Código de Processo Civil. Aos poucos vamos estudar e memorizar o código 
inteiro! Para tanto, sugerimos que você leia esses 15 primeiros artigos agora. 
☺ 
 
 
CONCLUSÃO 
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14- (Juiz substituto – FMP-RS – TJ/MT – 2014) Sobre o direito ao 
contraditório, é correto afirmar que: 
a) se esgota na ideia de bilateralidade da instância. 
b) deve ser realizado sempre de forma prévia no processo civil. 
c) não pode ser realizado de forma eventual em nenhuma hipótese do processo 
civil. 
d) constitui simplesmente direito de ser informado e de poder reagir em juízo. 
e) Nenhuma das alternativas está correta. 
Resolução: 
Uma observação preliminar e muito importante: a questão foi elaborada 
na vigência do Código de 1973, mas foi corrigida a partir dos novos parâmetros 
traçados pelo Código de 2015. 
A CF/88 prevê o princípio do contraditório no inciso LV do art. 5º, que 
estabelece o seguinte: “aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e 
aos acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com 
meios e recursos a ela inerentes”. 
A doutrina tem apontado duas dimensões do princípio do contraditório: a 
formal e a substancial.

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