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Constituição Económica e Lições da Escola Positiva da Criminologia

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INSTITUTO SUPERIOR POLITECNICO
METROPOLITANO DE ANGOLA
DEPARTAMENTO DE CIENCIAS HUMANAS
Trabalho de Criminologia
Tema:
LIÇOES DA ESCOLA POSITIVA DA CRIMINOLOGIA (REPERCURSÃO JURÍDICA)
 O Docente
-----------------------------------------------
 
Luanda, 2020
INSTITUTO SUPERIOR POLITECNICO
METROPOLITANO DE ANGOLA
DEPARTAMENTO DE CIENCIAS HUMANAS
Trabalho de Criminologia
Tema:
LIÇOES DA ESCOLA POSITIVA DA CRIMINOLOGIA (REPERCURSÃO JURÍDICA)
Os Integrantes do Grupo 02
Evaristo Viegas Brandão ……………..…..….…………………… 20141907
Sala Nº 315
Turno: Noite
Turma: LDI5N
Luanda, 2020
Índice
pag
Introdução………..………………………………….…………..…………………… 01
1. Origem do conceito de Constituição Económica …………………………...… 02
2. A constituição Económica; …………………………………………………..... 03
2.1 Conteúdo e significado: …………………………………………..… 03
3. Tipos de Constituíção Económica …………………………………………….. 03
3.1. Quanto à estrutura- sentido formal e material …………………………….… 03
3.1.1 Sentido formal ………………………………………………….… 03
3.1.2 .Sentido material ………………………………………………..… 03
4. Quanto à forma jurídica: ………………………………………………….…… 04
4.1 Explícitas ………………………………………………………..…. 04
4.2 Implícitas ………………………………………………………..…. 04
4.2.1 A relação entre CE e CP …………………………………….…… 04
4.2.2 Ambito da CE ……………………………………………….…… 04
4.2.3 O sentido da CE ……………………………………………….…. 05
5. As fontes do Direito Económico ……………………………………………… 05
6. Funções da constituição económica ………………………………………...… 05
7. Princípios fundamentais: …………………………………………………...…. 06
7.1. Princípio da economia de mercado aberta e da liberdade de concorrência …………………………………………………………... 06
7.2. Princípios Orientadores ……..………………………………… 07 
7.3. Solidez das Finanças Públicas e das condições monetárias …... 07
8. Sustentabilidade da balança de pagamentos – tem 3 decorrências: …………. 07
8.1. Princípio da Subsidiariedade ………………………………….….. 07
8.2. Princípio da Não Discriminação …………………………………. 07
8.3. Princípio da Liberdade Económica …………………………...….. 07
9. As Liberdades Económicas Fundamentais ………………………………..... 08
9.1. Liberdade de Circulação de Mercadorias (União Aduaneira) ...… 08
9.1.2. Liberdade de Circulação de Trabalhadores Assalariados ……... 08
9.1.3. Liberdade de Estabelecimento ………………………………… 08
10. Tipos de fontes …………………………………………………………..… 09
10.1. Fontes internas …………………………………………………. 09
10.2. Fontes internacionais ……………………………………..….. 09 
10.3. Fontes de origem mista ou privada ………………….…….….. 09
11. principais Caracteristicas do Direiro Económico ……………………... 09
12. A constituição Económica Angolana ……………………………….… 10
12.1 As constituições Portuguesas de 1822 a 1933 ……………………...… 10
12.2. A constituição Económica de 1975 …………………………………… 11
Conclusão…………………………………………………….……….…….………... 12
Bibliografia…………………………………………………………..………………. 13
Introdução
O presente trabalho surgiu por proposta do Professor de Economia, subordinado ao tema “A Constituição Económica”. 
O objetivo deste trabalho é, primeiramente, explicitar o conceito de Constituição Económica, a sua origem, conteúdo, significado e a sua evolução, distinguindo os vários tipos de Constituição Económica e focando-nos na Constituição Económica em si mesma considerada. Pretende-se, de igual modo, enquadrar juridicamente a Constituição Económica, identificando os seus principais objectivos, instrumentos e princípios. 
Referiremos as liberdades económicas fundamentais, nomeadamente, a liberdade de circulação de mercadorias, de trabalhadores, de estabelecimento, de prestação de serviços, a liberdade de circulação de capitais e a liberdade de concorrência, regras de concorrência. 
Por último iremos falar, ainda que de forma sucinta, dos desafios que uma vez entendidos quanto à conceptualização da Constituição económica e bem antes de debruçarmos sobre a nova Constituição económica de Angola, entendemos ser indispensável aqui e agora uma breve incursão sobre a evolução da Constituição económica em Angola desde 1975 a 1992.
A metodologia utilizada baseou-se na pesquisa de informação e respetiva organização, utilizando alguns sites da Internet e livros de apoio de Direito da Economia, tal como indicamos na bibliografia. 
Pretendemos concretizar os objetivos referidos e transmitir as informações de um modo simples e motivador.
UNIDADE I: LIÇOES DA ESCOLA POSITIVA DA CRIMINOLOGIA (REPERCURSÃO JURÍDICA)
Origens filosóficas da Escola Positiva
A filosofia racionalista se segue o positivismo, que demina a segunda metade do século XIX. O pensamento positivista representa uma viva reação contra o apriorismo, o formalismo e o idealismo, procurado uma descrição e análise objectiva da experiência (Humberto Padovani e Luís Castagnola, “História da Filosofia”, 1962, pág. 375). O positivismo, fruto do progresso das ciências naturais, especificamente das biológicas e fisiológicas, revolucionou o mundo cultural, prático, social, político e econômico do século passado. 
Gnosiologicamente, a filosofia positivista acentuou a indagação experimental, como único crtério da verdade: ou melhor, superacentuou o princípio da causalidade, para explicar todo fenômeno da vida física, psíquica, indivivual e social. De índole nitidamente imanentista, o positivismo limitou-se à experiência imediata, pura e sensível. Esta filosofia positiva representa os pressupostos ideológico fundamentais da Escola Positiva do Direito Penal.
Politicamente, a Escola Positiva representa uma reação ao individualismo que assinalou o período histórico dos “Direitos do Homem e Cidadão” (Salgado Martins, op. cit., pág 69).
Filosoficamente, a Escola Positiva remonta ao pensamento de Comte, Darwin e Spencer. Com efeito, da Sociologia Comteana, surgiu a Sociologia Criminal Ferri; do transformismo de Darwin nasceu a teoria do atavismo de Lombroso; e, do pensamento evolucionista de Spencer extraiu Garofalo as aplicações do princípios transformistas à Psicologia, a Sociologia e à Etica.
IDADE MODERNA - FASES PRÉ-CIENTÍFICA E CIENTÍFICA
A Criminologia dita moderna se divide em duas fases: pré-científica e fase científica. Servirá para situar o leito sobre os pontos importantes de cada fase, de modo a deixar claro que a fase pré-científica carecia de métodos e instrumentos capazes de apresentar resultados seguros, ou seja, abusava de critérios subjetivos, enquanto que a fase científica passou a buscar apoio em métodos científicos (apesar de contarem também com métodos cujos resultados não são absolutos, de certeza insofismável, impregnadas de certo subjetivismo). 
Fase pré-científica 
Abrange as chamadas pseudociências e a Criminologia Clássica (esta última, diante da enorme importância em concursos, será tratada em capítulo próprio). 
As pseudociências são totalmente desprovidas de qualquer cunho científico. Buscavam explicar o fenômeno criminológico por meio de crenças religiosas, ou por meio de diversas deduções baseadas na aparência física ou malformação do crânio e desenvolvimento insuficiente da mente. Daí destacam-se a frenologia, demonologia e fisionomia. 
Frenologia: com origem grega, significa o estudo da mente (fren-mente; logo-estudo), foi desenvolvida pelo suíço Joseph Lavater e posteriormente difundida pelo especialista em anatomia e também suíço Johan Gall. 
Johan Gall foi o responsável pela criação da chamada Teoria das Localizações Cerebrais. Gall realizou diversos estudos visando identificar a localização física das funções anímicas cerebrais. Em seguida, passou a buscar em criminosos deformidades ou malformação na angulação do crânio. Segundo Gall, o sujeito que apresentasse “defeitos” físicos no cérebro apresentaria também, mais cedo ou mais tarde, propensão ao crime, já que esse fato acarretaria em problemas na mente. Prof. Diego Pureza Aula 00 
Demonologia: pseudociência dedicada ao estudo dos demônios. De alguma forma nunca revelada, os adeptos da demonologia chegaram a concluir pela existência de 7 milhões de demônios espalhados pelo mundo que estariam influenciando as pessoas a praticarem crimes. A partir daí, a demonologia trabalha com duas hipótesesexplicativas da criminalidade: 
· Possessão: hipótese em que o criminoso praticaria delitos endemoniado, ou seja, o agente do delito estaria possesso de algum diabo; 
· Tentação: apesar de estar livre de possessão demoníaca, o criminoso praticaria crimes após ceder a tentação de espíritos malignos. 
A demonologia esteve presente em boa parte da idade média e, apesar de enxergar a possessão demoníaca como uma condição equiparada a doenças mentais, ofertava tratamentos cruéis aos criminosos (afastando-se dos tratamentos ofertados aos doentes mentais), ao exemplo de terem queimado milhares de criminosos ainda vivos (acreditavam que o fogo era a cura contra demônios). 
Fisionomia: Essa pseudociência associa a aparência do criminoso como determinante para a explicação do fenômeno criminal. A ideia é que a aparência física revelaria conexão entre o físico e o psíquico, entre o externo e o interno: quando mais feio o indivíduo, maior seria a propensão à criminalidade. 
Muito cuidado! Não confunda a Fisionomia com os estudos de Cesare Lombroso conforme estudaremos quando da análise da Escola Positivista, as conclusões de Lombroso, apesar de aparentemente se assemelhar coma Fisionomia, foi dotada de critérios científicos, além de outras diferenças que exploraremos em capítulo próprio. 
Ademais, como forma de exemplificar a importância da Fisionomia para a Justiça Criminal à época, vale apontar o chamado Édito de Valério em hipóteses de dúvidas quanto à autoria do crime: “quando se tem dúvida entre dois presumidos culpados, condena-se o mais feio”. 
Fase científica 
Nesta fase, destaca-se a Escola Positivista (diante da enorme importância em concursos, será tratada em capítulo próprio), que, em síntese, passa a enxergar o criminoso como o principal objeto merecedor de estudos (biológicos, psicológicos e sociológicos), afastando a ideia de análise do crime, por considera-lo mera abstração jurídica. 
Porém, posteriormente, ainda compreendido na fase científica, surge a autointitulada Criminologia Moderna, passando a investigar 4 objetos (conforme estudamos na aula anterior): crime, criminoso, vítima e o controle social. A partir daqui, supera-se a criminologia tradicional, que buscava analisar exclusivamente o criminoso, na expectativa de encontrar doenças mentais ou quaisquer outras anomalias como fatores criminógenos (determinantes para a prática de crimes). 
Com isso, passou-se a estudar fatores psicológicos e sociológicos (além de fatores biológicos, que não foram abandonados), como causas principais ou secundárias do fenômeno criminal. É justamente nesse período em que surgem diversas teorias sociológicas e as disputas entre as chamadas Teorias do Consenso e Teorias do Conflito (tema para aula própria). 
Resumidamente:
	Fase Histórica
	Teorias e Escolas
	Modelos teóricos
	Fase pré-científica
	Antiguidade 
	
	Idade média 
	
	Frenologia, Fisionomia e Demonologia 
	Pseudociências 
	
	Escola Clássica 
	Criminologia Clássica 
	Fase científica
	Escola Positivista 
	Criminologia Positivista 
	
	Teorias do Consenso 
	Criminologia moderna 
	
	Teorias do Conflito 
	
ESCOLA POSITIVISTA (Século XIX)
Também chamada de Escola Positiva ou Criminologia Positivista, surgiu no início do século XIX no continente europeu, influenciadas pelos iluministas e fisiocratas do século anterior. 
Teve como principais expoentes e defensores os italianos Cesare Lombroso, Enrico Ferri e Rafaelle Garofalo.
A Escola Positivista surge em completa contraposição à Escola Clássica, rechaçando as suas principais ideias, a começar pelo método: 
A Criminologia Positivista utiliza o método empírico e indutivo (experimental): trabalha com casos concretos, partindo de características específicas para, só após, fixar conclusões gerais. Primeiro se conhece a realidade para depois explica-la. 
Importante: este é o legado mais importante da Escola Positivista, tendo em vista que a criminologia moderna se vale deste método até os dias atuais. 
Vale destacar que para os positivistas o crime passa a ser visto como um fato natural, decorrente da vida em sociedade. Contrariando a Escola Clássica (defensora do indeterminismo, a Escola Positivista passa a defender o determinismo e, com isso, enxerga o criminoso como um ser anormal, desprovido de livre-arbítrio, sob os prismas biológico e psicológico. 
Partindo deste pensamento, a pena passa a ter função preventiva (não mais de castigo), sendo um instrumento de defesa social. É justamente nesta fase que a Criminologia começa a ser considerada como ciência (início da fase científica). Nesse sentido, vale a pena apresentarmos algumas ressalvas:
Antes da criação da expressão “positivismo”, defendida por seus expoentes (Lombroso, Ferri e Garofalo), em 1827 a criminologia já contava com estudos de cunho científico por meio da publicação dos primeiros dados estatísticos pela França. Os dados estatísticos, à época, chamaram a atenção de diversos pesquisadores, destacando-se entre todos o nome do belga Adolphe Quetelet. Quetelet ficou famoso especialmente por sistematizar dados estatísticos sobre crimes e criminosos. Resultado de seus estudos, Quetelet publicou a obra Física social, em 1835, desenvolvendo três importantes preceitos: 
(a) O crime é um fenômeno social; 
(b) Baseando-se em estatísticas, concluiu: os crimes são praticados ano a ano com enorme precisão; 
(c) Há condicionantes de práticas criminosas que merecem destaque, tais como o analfabetismo, a miséria, clima, etc. 
Quetelet formulou a chamada Teoria das Leis Térmicas, segundo a qual as estações climáticas eram fatores determinantes para a prática de determinados crimes: crimes patrimoniais seriam praticados com maior intensidade no inverno; no verão haveria maior incidência de crimes contra a pessoa e na primavera os crimes até então denominados “contra os costumes” (contra a dignidade sexual) para o outono não detectou categoria específica de crimes. Mesmo sendo entusiasta de estatísticas, Quetelet mantinha certa cautela, especialmente após perceber a quantidade de crimes não registrados (cifra negra).
Apesar da raiz científica do positivismo residir nesses estudos e dados estatísticos, a organização de seus princípios e aclamação ocorreu apenas no final do século XIX, começando com os estudos de Lombroso. Cuidado: ainda assim, para a maioria da doutrina, o marco científico da criminologia começa com Cesare Lombroso. 
A Escola Positivista possuiu três fases distintas, uma para cada um de seus grandes expoentes, a saber:
	Fases da Criminologia Positivista
	Antropológica
	Sociológica
	Jurídica
	Cesare Lombroso
	Enrico Ferri
	Rafaelle Garofalo
	Tinha como objeto principal de estudo aspectos físicos do criminoso 
	Passa a buscar resultados de outros ramos do saber, e, com isso, adota quatro vertentes de combate ao crime: meios reparatórios, preventivos, repressivos e excludentes 
	Introduziu as ideias positivistas no ordenamento jurídico, por meio de leis e entendimentos 
Considerando a incidência em concursos públicos sobre os defensores do positivismo, vale destacar as principais contribuições de cada um em tópicos apartados. 
O período antropológico: Lombroso
A Escola Positiva tem o seu preâmbulo na obra monumental de Lombroso. As suas obras principais são Lʻuomo deliquente, de 1876, e La Donna deliquente, la prostituta e la donna normale. Foi professor da Universidade de Turim e médico psiquiatra. Antes dele, vários estudiosos como Gall e Laveter, pesquisaram o problema do crime à luz de critérios naturalistas, conforme observação de Antonini. Entretanto, foi com lombroso que começou, realmente, o período das investigações sistematicas e constantes, alcançando as explicações da criminalidade um desenvolvimento orgânico e sistemático de doutrina.
A concepção inicial de lombroso é a do criminoso nato. Uma circunstância curiosa da vida de Lombroso fez com que ele chegasse a concepção do criminoso nato. Certa vez, ao proceder à necroscopia de cadáver de um deliquente, encontrou a fosseta occipital média com desenvolvimentoanômalo assemelhadoao de certos animais vertebrados inferiores. A esse sinal patognomônico colhido na necrópsia juntou as teses de Darwin sobre o evolucionismo. Convecido da uniformidade da natureza e do determinismo e numa apressada generalização, Lombroso vislumbrou afinidade entre os caracters do homem primitivo, no criminoso e dos animais vertebrados inferiores. 
E, desde logo, formulou a primeira explicação da etiologia do delito: o atavismo. O criminoso nato seria um revenant das eras pré-históricas. O delito representa uma regressão atávica a caracteres primários do homem primitivo ou até do ser pré-humano. Assim, o criminoso seria um ser que, por um acidente da natureza, regrediu a quadras distantes da evolução da humanidade, apresentando anomalias anatômicas e psicolgicas próprias do homem primevo selvagem.
Desenvolvendo sua concepção da herança atávica, estudou, com pormenores, a deliquência infantil e juvenil. Para ele, todas as tendências criminais começaram na primeira infância da personalidade, em sua etapa infantil: cólera, vingança, ciúme, mentira, privação do senso moral, egoísmo, crueldade, preguiça, obsecenidade e irritação.
Entretanto, o nótavel fundador da Antropologia Criminal advertia que o tipo criminoso não era o que apresentava anomalias isoladas, mas era o resultante de uma apuração global. Além disso, os criminosos passionais e ocasionais eram tipos inteiramente normais, não apresentando anomalias e malformações anatômicas.
Por fim, ao atavismo e á epilepsia juntou depois a locura moral, como explicação para a etiologia criminal. A locura moral, que fo profundamente estudada por prichard e Maudsley, revela um indivíduo vicioso, cruel e anestésico, “que não se comove pelo sofrimento alheio, nem cede diante da súplica de suas vítimas” (Almeida Júnior, “Lições de Medicina Legal”, 1965, pág. 404). Assim, para Lombroso, o criminoso é um ser atávico, com fundo epiléptico e semelhante ao louco moral. O louco moral, tem aparentemente, íntegra a sua inteligência, mas sofre de profunda falata de senso moral. E um homem perigoso pelo seu terrível egoísmo.
O período Sociológico: Ferri
Enrico Ferri (1856-1929), inspirado na filosofia comteana e nas teorias de Darwin e Lamarke, inagurou o período sociologico da Escola Positiva. As suas obras principais são a “Sociologia Criminal, de 1880, e Princípios de Direito Penal, de 1928. Foi o criador da sociologia Criminal, que, no seu entender, seria uma ciência enciclopédica do crime, da qual o Direito penal constituiria um capítulo (Magalhães Noronha, “Direito Penal”, pág. 36). Na introdução de sua sociologia criminal, Ferri enuncia os princípios da Escola Positiva. Segundo seu entender, a Escola Clássica perdeu-se em estér especulações de natureza metafísica, que tão bem sintetiza a teoria Carrara. Que via no crime apenas uma entidade jurídica.
Precupou-se fundamentalmente co a prevenção dos crimes, propondo medidas destinadas a neutralizar as múltiplas condições mesológicas, especialmente as sociasi e econômicas, na causação dos delitos. Assim, formulou a conhecida teoria dos substitutivos penais, tornando a profilaxia criminal uma preocupação constante.
Com o flucro no trinômio causl dos factores dos delitos antropológicos, fisícos e sociai, classificou os criminosos em cinco categorias: nato, louco, habitual, ocasional, e passional.
O crimnoso nato, na classifição de Ferri, é o tipo institivo de criminoso, descrito por Lombroso, produto de factores endógenos.
O criminoso louco, abrange não só o alienado, como também os “matóides”, ou indivíduos que esse situam num afaixa intermediária entre a sanidade e a insanidade psíquica.
O criminoso habitual é o tíoico produto dos factores exógenos. Em regra, incia sua carreira de criminoso bem precoce, por delitos de pouca gravidade. Ao cumprir penas de curta duração, começa a se perverter. Reincide genérica ou especificamente, passando de delitos de puca monta para os mais graves do Código Penal.
O criminos oocasional é o que delique impelido pela ocasião, criada por diversos factores, como a miséria, o espíreito de imitação, o sentimento de segurança da impunidde, etc. a fraqueza de espírito pode criar condições favoráveis ao crime. São indivíduos readaptáveis, sendo que as sanções repressivas e as medidds preventivas com que se ocupa o Direito punitivo respondem a esse desiderato.
O criminoso passional é o adjectivo de sensibilidade exagerada e de temperamento sanguíneo ou nervoso. Apresenta caracteristicas de epileptóide ou sinais de desequilibrio, mas é, em regra, honesto. Seus traços fisionômicos são normais e até belos. Seu crime, em regra, ocorre na juventude, sob insopitável tempestade psíquica. Atua sem premeditação e confessa amplamente o crime do qual se arrepende a ponto de se suicidar ou tentar fazê-lo. 
Classificando as paixões em sociais e anti-sociais, o eminente representante do Positivismo Penal preconiza brando tratamento penal para os crimes impelidos por aquelas. São paixões sociais “as que normalmente têm a função de favorecer e cimentar a vida social e fraterna, e somente por uma aberração momentânea, acompanhada ou não de verdadeiro desiquilibrio psicopatológico, podem conduzir oas excessos do crime”, tais como, o amor, a honra, a paixão politica. São paixões anti-sociais “as tendem a desgregar as condições normais da vida humana individual e colectiva, segundo as exigências da solidariedade”, como a vingança, a cobiça, o ódio. Otelo, o famoso homicida Shakespeareano, é classificado por Ferri como criminoso passional (cirminosos na arte e na literatura). Para Lonbroso, o crime passional representa apenas 5% da criminalidade geral.
O período jurídico: Garofalo
Raffaele Garofalo (18511934) inagurou a fase jurídica da escola. Sua obra capital “Criminologia”, foi publicada em 1891. Dividiu seu livro em três partes: o delito, o deliquente e a repressão penal. Estaúltima parte é o trabalho mais acentuado carácter jurídico desses primeiros tempos, quando realmente a doutrina da escola ainda não estva suficientemente elaborada para uma construção rigorosamente jurídica. Assim preocupou-se, sobretudo, com as instituições jurídicas. Como acentua Ugo Spiritto, foi Garofalo o positivista que procurou recobrir com vestes jurídica a nova doutrina penal.
Estabeleceu, assim, a primeira distinção entre crime de mera criação politica e crime natural. Este é a violação dos sentimentos altruisticos fundamentais de piedade e proibidade, na medida média em que se encontram na humanidade civilizada, por meio de acções nocivas a colectividade. São crimes naturaisas ofensas aos sentimentos de piedade, agressões contra a vida, crime tendentes a produzir mal fisico ou moral, defloramento, sequestro, rapto, calúnia, etc., e as ofensas ao sentimento de probidade, tais como as agressões contra propriedade, violentas (roubo, extorsão, dano, incêndio) e sem violência (esteleonato, apropriação indébita, falência fradulencia, plágio, violação de segredo).
São crimes de mera criação politica as acções contra o Estado (insurreição, sedições), as acções contra o poder social sem fim politico (resitência, usurpação de titulos, contrabando), as acções contra tranquilidade pública e transgressões da legislação particular de um Pís(uso de armas proibidas, prostituição clandestina, contravenções de caça e pesca, sanitárias, aduaneiras etc.). todavia, antes de ser um conceito de dogmatica jurídica, o denominado delito natural de Garifalo é uma construção puramente sociológica, no entender de A. De Queiroz Filho (Lições de Direito Penal, 1966, pág. 66).
Para Garofalo, o crime não é nunca o efeito direito e imediato de circunstãncias exteriores, existe sempre no indivíduo; é sempre a revelação de uma natureza desegnada. O deliquente é, pois, um portador de anomalia de sentimento de moral. Essa concepção do crime como produto de uma anomalia psíquica ou moral, levou o Garofalo a propor como critério determinante da medida penal o que ele chamou “temibilita”, que é a perversidade constante e activa do deliquente e a quantidade do malprevisto que se deve temer por parte do mesmo deliquente. Entretanto, no tange a repressão penal é sobretudo a eliminação, seja pela pena de morte, seja pela deportação ou pela relegação a colônias penais. Assim, Garofalo afastou-se das directrizes básicas da escola.
Princípios fundamentais da Escola Positiva
Jiménez de Asúa aponta ops seguintes principípios basico da escola positiva: a) Metódo Experimental; b) Responsabilidade Social; c) a Pena como meio de Defesa Social.
Método Experimental
O método de investiogação criminológica empregada pela Escola Positiva é o indutivo. A “A indução é a operação pela qual passamos do conhecimento dos fractos ao conhecimento das leis que os regem” (Jules Lachelier, “Oeuvres de Jules Lachelier”, vol. I, Paris, 1933, pag21). O fundamento da indução é, neste sentido, um princípio tal que dele se possa deduzir formalmente o direito de passar dos factos às leis, e de induzir o futuro a partir do passado.
Assim, o fundamento da indução é o vencimento da uniformidades e da racionalidade da natureza, a crença do determinismo. O princípio da induçção é, pois, o princípio determinista. Outrossim, como acentua o erudito filósofo Bertrand Russel, “os princípios gerais da ciência deverá sempre existir uma causa, estão tão dependente do princípio indutivo como todas as crenças em que nos apoiamos no nosso proceder quotidiano.
Pelo método experimental ou indutivo, o crime e o criminoso devem ser submetidos a observações e anaálise da experimentação como os fenômenos naturais. Assim, a Escola Positiva, inspirando-se no método das ciências causal-explicativas, combateu o método lógico-abstracto empregado pela Escola Classica (Francisco Pavon Vasconcelos, “Manual de Direcho Penal Mexicano”, 1967, págs 50-51).
Responsabilidade Social
A responsabilidade penal tem por pressuposto a responsabilidade social do homem. Essencialmente, determinista, a Escola Positiva não poderia, de forma alguma aceitar o livre arbítrio, que é o fundamento da responsabilidade moral do deliquente, consoante os postulados da Escola Classica. Assim, para o determinismo volicional do positivismo criminológico, a responsabilidade deriva da simples existência do homemem sociedade, o que é um imperativo da própria natureza humana.
Em última análise, a teoria da responsabilidade social é a consagração do preceito do versari in re illicita. Desespiritualiza-se a responsabilidade. Esta existe, porque o autor do ilícito penal é perigoso e deve ser punido na medida dessa periculosidade (Salgado Martins, op. cit., pág. 72).
O Delito como fenômeno natural social
A Escola Positiva encara o delito como uma realidade fenomênica da patologia individual e social. Não é mais o ente jurídico da Escola de Carrara. O que importa, na investigação cientifica do crime, é a sua natureza como facto humano e social, resultante de múltiplos factores endógenos e exógenos, que deve ser estudado à luz da Antropologia e Sociologia Criminais.
A pena como meio de de defesa Social
Na Escola Clássica havia correlação indeclinável entre delito e pena. A Escola Positiva constetou a legitimidade da idéia de retribuição da medida penal. A pena, para o positivismo penal, é um instrumento de defesa social contra a criminalidade, proporcional à periculosidade do criminoso, e adaptada as suas condições pessoais.
Esquema gráfico que resume as principais características da Escola Positivista:
Pena como instrumento de defesa social
Escola Positivista
Principais Cesare Lombroso, Enrico Ferri e Rafaelle Farófalo.
Método indutivo-experimental
Crime como fenômeno natural e social

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