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desenvolvimento - definição, métodos, aspectos, genética do comportamento (1)

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Felipe Gonçalves – felipegoncalvespsi@gmail.com
Un. Estácio de Sá
O que é desenvolvimento? 
Qual o objeto da psicologia do desenvolvimento?
ênfase na infância e adolescência. 
Preocupação com os cuidados e a formação das crianças e 
dos jovens - Psicologia da infância
Alfred Binet: escalas de Binet (1905) e o conceito de idade 
mental
Stanley Hall e os estudos do desenvolvimento infantil, 
influenciados por Darwin – “a ontogênese repete a filogênese”
A ideia de que o desenvolvimento continua depois da 
infância é relativamente nova. A ideia de adolescência
como um período separado do desenvolvimento só vai 
começar a se estabelecer no início do século XX.
Posteriormente, se pensa a psicologia do desenvolvimento 
como o estudo “variáveis externas e internas aos indivíduos 
que levam as mudanças no comportamento em períodos 
de transição rápida” (Biaggio, 1978)
Teorias contemporâneas aceitam que mudanças são mais 
intensas em períodos de transição rápida, mas mudanças 
ocorrem toda a vida.
Atualmente: desenvolvimento pensado como processo do 
ciclo vital – o desenvolvimento é um processo que dura 
toda a vida.
Atualização do debate na história do pensamento sobre o 
homem: o caráter inato ou adquirido das características 
humanas
Inatismo X Empirismo
Hereditariedade X Ambiente
O que é mais importante: Hereditariedade ou Ambiente?
O indivíduo em desenvolvimento é ativo ou passivo? 
Ocorre em etapas ou é contínuo?
Crianças ferais (feral children):
Oxana Malaya (Ucrânia): 
https://www.youtube.com/watch?v=tSxlpWTSzV0
Genie Wiley (EUA): https://www.youtube.com/watch?v=x3kfxz6oLjQ
Filmes:
“o enigma de Kaspar Hauser” (Alemanha, 1974), 
“O garoto selvagem” (França, 1969) https://vimeo.com/155385147
“o segredo da criança selvagem”
https://www.youtube.com/watch?v=tSxlpWTSzV0
https://www.youtube.com/watch?v=x3kfxz6oLjQ
https://vimeo.com/155385147
Todas as correntes contemporâneas adotam uma 
perspectiva mais ou menos interacionista (hereditariedade 
+ Ambiente)
Ainda assim ainda é possível identificar o privilégio de um 
ou outro desses aspectos nas diferentes teorias
Crianças ferais (feral children):
Oxana Malaya (Ucrânia): 
https://www.youtube.com/watch?v=tSxlpWTSzV0
Genie Wiley (EUA): https://www.youtube.com/watch?v=x3kfxz6oLjQ
Filmes:
“o enigma de Kaspar Hauser” (Alemanha, 1974), 
“O garoto selvagem” (França, 1969) https://vimeo.com/155385147
“o segredo da criança selvagem”
https://www.youtube.com/watch?v=tSxlpWTSzV0
https://www.youtube.com/watch?v=x3kfxz6oLjQ
https://vimeo.com/155385147
Psicologia do desenvolvimento é, então, “o estudo, através 
de metodologia específica e levando em consideração o 
contexto sócio-histórico, das múltiplas variáveis, sejam elas 
cognitivas, afetivas, biológicas ou sociais, internas ou 
externas ao indivíduo, que afetam o desenvolvimento 
humano ao longo da vida”. (Mota, 2005)
Quais são essas variáveis?
Internas:
Hereditariedade
Maturação
Externas:
Ambiente
Interações (cultura, socialização, etc)
O Desenvolvimento é:
dependente de história e contexto
dependente de hereditariedade e maturação
Flexível ou plástico: Não representa um percurso 
determinista e vai mudar de acordo com diferentes variáveis
multidimensional e multidirecional: as transformações não 
implicam apenas em ganho ou acúmulo. Elas podem 
representar crescimento, ganhos, mas também perdas, 
declínios.
O que significa dizer que o Desenvolvimento é Flexível ou 
Plástico?
Caráter altamente adaptativo da espécie humana.
Neotenia: retenção, na idade adulta, de características 
típicas da sua forma jovem.
Caráter pré-maturo do bebê humano, sobretudo no que diz 
respeito ao desenvolvimento do SNC.
Em 1931, o psicólogo note-
americano Winthrop Kellogg
fez um experimento criando 
juntos seu filho Donald de 10 
meses e uma chimpanzé de 7 
meses e meio chamada Gua.
O experimento acabou depois 
de 10 meses, quando Donald 
começou a imitar as 
vocalizações de Gua.
O que significa dizer que o Desenvolvimento é 
multidimensional e multidirecional?
As transformações não implicam apenas em ganho ou 
acúmulo, mas também perdas, declínios.
Por exemplo, a maturação das estruturas orgânicas 
representam também perda de plasticidade.
Da mesma forma, a velhice pode ser entendida como 
acumulo de experiência ou sabedoria.
A ideia de desenvolvimento apenas como ganho ou 
acúmulo está ligada a uma ideia de indivíduo adulto como 
indivíduo “pronto”.
Desenvolvimento como processo em direção a esse 
indivíduo.
Dessa maneira, as diferenças entre as fases da vida só 
podem ser compreendidas como incompletude (infância e 
juventude) ou perdas (velhice) em relação a esse individuo 
adulto.
físico-motor: desenvolvimento orgânico, maturacional, 
capacidades sensoriais e motoras
cognitivo: aprendizagem, memória, linguagem, 
pensamento, julgamento moral
psicossocial: personalidade e relações sociais
afetivo-emocional: aspectos emocionais, motivacionais, 
integrativos
O desenvolvimento é um processo de transformações que se 
dão ao longo de todo o ciclo vital
É multidimensional e multidirecional
É Flexível ou Plástico
Varia de acordo com hereditariedade e maturação, assim 
como história e contexto - Influenciado por variáveis internas 
e externas
As influências no desenvolvimento individual podem ser:
Normativas: compartilhadas pelas pessoas do mesmo 
grupo ou cultura
Não-normativas: dizem respeito às experiências 
individuais, particulares
A psicologia do desenvolvimento pode utilizar métodos de 
observação: 
Transversais (sujeitos em diferentes fases do 
desenvolvimento)
longitudinais (os mesmos sujeitos ao longo do 
desenvolvimento)
Longitudinais de coorte (combinação dos métodos)
Já afirmamos que a psicologia do desenvolvimento vai se 
interessar em todos os períodos do ciclo vital (infância, 
adolescência, maturidade, velhice). Mas o que são esses 
ciclos?
São uma construção social, e sua compreensão dependerá 
do contexto histórico e social dos indivíduos. 
Como o desenvolvimento é um processo, não existe um 
momento definível em que um jovem se torna um adulto, 
etc.
Cada cultura define seus marcos etários.
Por exemplo, a juventude está intimamente ligada à nossa 
cultura, que estabelece uma fase de moratória (Erik 
Erikson) entre a infância e a vida adulta.
Também está ligada a ausência de marcos simbólicos que 
representem a passagem à vida adulta, na nossa cultura.
O conceito de meia-idade não faz sentido em um contexto 
em que a expectativa de vida é menor.
O próprio conceito de infância tem uma data de 
surgimento.
Philippe Ariès, “História Social da Criança e da Família” 
(1960): até o século XVII, a infância não é considerada uma 
fase especial do desenvolvimento da pessoa.
Criança como um “adulto incompleto”, que não é objeto de 
cuidados especiais.
Alta taxa de mortalidade e infanticídio na idade média
A partir dos 7 anos, idade em que se torna relativamente 
autossuficiente, já era inserida na vida adulta.
A criança torna-se útil na economia familiar, realizando 
tarefas e imitando seus pais e suas mães.
A noção de infância surgiu apenas no século XVII, com as 
transformações que começaram a se processar na transição 
para a sociedade moderna.
Transformações:
interferência dos poderes públicos, da escola e com a 
preocupação da Igreja em não aceitar passivamente o 
infanticídio, antes secretamente tolerado.
Surgimento da família nuclear burguesa e dos laços afetivos 
que ligam a família.
Não significa que a criança não era diferente do adulto, mas 
a compreensão que se faz dessa diferença é definida 
culturalmente.
Ruptura X continuidade do mundo infantil e adulto.
Estudo das contribuições genéticas ao comportamento 
individual.
Área de intersecção entre a genética e as ciências 
comportamentais.
Visa compreender os mecanismos genéticos e 
neurobiológicos envolvidos nos comportamentos animais e 
humanos
Estudo de gêmeos idênticos (monozigóticos), fraternos
(dizigóticos), oestudo de crianças adotadas (semelhança 
com pais adotivos ou biológicos), para entender o impacto 
do ambiente e da hereditariedade no desenvolvimento.
Estudos com gêmeos sugerem que Características como 
Escore de QI, ou incidência de esquizofrenia, são 
influenciados por características hereditárias. 
Essa correlação no entanto não é determinista.
Para a genética do comportamento, todo comportamento 
depende de fatores genéticos e de fatores ambientais, 
interagindo de maneira extremamente complexa.
Não afirma o determinismo hereditário: Gene e ambiente 
são componentes inseparáveis e complementares do 
mesmo processo.
Os genes definem tendências, e as experiências individuais 
as modulam.
Genótipo (carga hereditária) X fenótipo (manifestação no 
ambiente)
Na biologia, a expressão de caracteres hereditários irá 
depender de condições ambientais. Portanto, qualquer 
alteração externa pode influenciar o fenótipo.
Isso se torna ainda mais acentuado quando falamos de 
comportamentos humanos complexos. A hereditariedade 
representa então uma tendência que vai depender 
radicalmente do ambiente.

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