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2ª série_Filosofia_TRILHA_semana 25_A política medieval

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Filosofia
2ª SÉRIE
SEMANA 25
Olá estudante!
Esta semana vamos estudar na Aula Paraná de Filosofia sobre a filosofia política no pensamento medieval. Para ajudar em seus estudos, você está recebendo o resumo dos conteúdos. Relembrando que teremos 2 aulas e vamos tratar sobre:
	AULA: 48
	A política medieval I
	AULA: 49
	A política medieval II
	Como expoentes da patrística e da escolástica, respectivamente Agostinho de Hipona (354-430) e Tomas de Aquino (1225-1274) são teólogos e filósofos que contribuem para a consolidação da filosofia medieval no Ocidente. Ambos estão ocupados com sua crença, o cristianismo. Em que o primeiro busca consolidar as verdades a compor a doutrina de sua fé, ao passo que o segundo se destina aos ensinamentos e defesas de sua religião frente a contestação das verdades que a Igreja cristã formou. Tanto a patrística quanto a escolástica foram influenciadas pela filosofia grega. Platão e sua filosofia de dois mundos e Aristóteles e sua filosofia sobre as causas de todas as coisas foram alicerces para cada um dos períodos da filosofia na Era Medieval.
Para Agostinho, a depuração da alma ganha a noção da necessidade de elevação ascética para compreender os desígnios divinos. Neste aspecto a sua visão política se dá segundo a noção de sua obra Cidade de Deus, na qual a cidade dos homens é o reflexo imperfeito, da cidade celeste que é a perfeição dado o ser que a governa e conduz. 
É importante compreendermos que a filosofia medieval, os teóricos cristãos concebem uma teoria política baseada na origem divina do poder. O que fundamenta o poder político não é mais a natureza ou a razão, mas sim a vontade de Deus. Os fundamentos para esse modo de pensar eram buscados em duas fontes, a saber, a Escritura Sagrada e o Direito Romano.
Esta compreensão repousa no pensamento de que a alma imortal cristã compartilha da mesma ideia de alma platônica sob alguns aspectos. Pois, alma é superior ao corpo e por meio dela, podemos conhecer e praticar o bem. Por sua vez, o corpo é a fonte dos erros e do pecado – ao seguirmos a vontade do corpo invertemos a ordem das coisas e nos afastamos do Bem supremo que é o divino. Apesar de ter sido influenciado pela filosofia de Platão (428 – 347 a.C), também devido ao acesso às obras de Plotino (205-270 d.C.), o pensamento de Agostinho apresenta muitas diferenças se comparado ao pensamento de Platão. 
Como exemplo disso, podemos notar que o conhecimento, para Platão é reminiscência ou rememorar aquilo que a alma já conhecia antes de cair no corpo, portanto, a alma reconhece as Ideias que ela contemplou antes de nascer. No entanto, para Agostinho a iluminação divina permite ao intelecto o conhecimento, sendo este a dimensão luminosa do Criador que habita em cada um de nós.
Para Tomas de Aquino (1225-1274), Deus é Ser primeiro sua essência é plena, porém nosso conhecimento limitado só consegue captá-lo segundo os efeitos que a sua existência nos permite. Portanto, para chegar ao conhecimento da existência de Deus, precisamos de caminhos. E a manifestação em como conhecemos estes caminhos se apresentam de várias maneiras, sendo uma delas a ordenação de nossas relações sociais. Neste sentido, a melhor forma de governo Aquino responde em um reino, no qual um rei temente a Deus, divide seu poder com os representantes que o povo elege. 
O pensamento político de Tomas de Aquino se fundamenta a partir da teoria do direito natural, ou seja, de que em decorrência da criação divina as coisas criadas respondem há uma hierarquização e ordem 
do projeto divino. Esta noção fundamenta e permite também criar o próprio direito canónico – conjunto de leis e regras de implicação doutrinal a regimentar a vida na Igreja.
 Segundo S. Tomás, há uma lei eterna, isto é, uma razão que governa todo o universo e que existe na mente divina. Com base nisto, a lei natural, que existe no homem seria, então, um reflexo ou uma "participação" dessa lei eterna. Esta lei natural concretiza-se em três inclinações fundamentais: 1) a inclinação para o bem natural, que o homem tem em comum com qualquer coisa existente que busca se conservar, isto é, se manter existindo. De outro modo, 2) a inclinação especial para determinados atos, que são os que a natureza ensinou a todos os animais, como a união do macho e da fêmea, a educação dos filhos e outros semelhantes. Por fim, 3) a inclinação para o bem segundo a natureza racional que é própria do homem, como o é a inclinação para conhecer a verdade, a de viver em sociedade, etc.
Além desta lei eterna, que é para o homem lei natural, existem segundo a Suma Teológica obra magna de Tomás de Aquino, duas outras espécies de leis: a humana, "inventada pelos homens e pela qual se dispõem de modo particular as coisas a que a lei natural já se refere" e a divina, que é necessária para dirigir o homem aos fins sobrenaturais. Aquino defende que, de acordo com a teoria do direito natural, que não é lei aquela que não é justa, e que, portanto, "da lei natural, que é a primeira regra da razão, devem ser derivadas todas as leis humanas.
Por tanto, pertence à comunidade unidade ditar as leis. "A lei tem como o seu fim primeiro e fundamental o dirigir para o bem comum. Ora ordenar algo com vista ao bem comum é próprio de toda a comunidade ou de quem faz as vezes de toda comunidade representada. Assim, estabelecer as leis pertence portanto a toda a sociedade ou àquela pessoa pública que cuida de toda a comunidade. 
Tomás de Aquino afirma explicitamente a origem popular das leis. Todavia considera que entre as formas de governo enunciadas por Aristóteles, a melhor é a monarquia: como aquela que melhor garante a ordem e a unidade do estado, e a mais parecida com o próprio governo divino do mundo. Todavia, se o estado pode dirigir os homens para a virtude, não pode, pelo contrário, dirigi-los para a fruição de Deus que é o seu fim último. De modo que, um tal governo espiritual pertence somente ao rei, que não apenas é homem, mas também é Deus, isto é, a Cristo. 
Da mesma maneira que o fim menos alto se subordina ao fim mais alto e supremo, também o governo civil, segundo Aquino, deveria se subordinar ao governo religioso que é próprio de Cristo, e que por Cristo foi confiado não aos reis terrenos, mas ao papa. É por afirmações como esta que Aquino será conhecido como defensor do papado que tinha sua sede em Roma, como reinante sobre os demais reinos terrenos.
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LISTA DE EXERCÍCIOS
AULA – 48
1. Durante Idade Média, os teóricos cristãos concebem uma teoria política baseada na origem divina do poder. O que fundamenta o poder político não é mais a natureza ou a razão, mas sim a vontade de Deus. Os fundamentos para esse modo de pensar eram buscados em duas fontes. Marque a alternativa CORRETA.
a) No Direito Romano e nas histórias e fábulas.
b) Os Mitos e a religião.
c) A política grega e a religião.
d) A Escritura Sagrada e o Direito Romano.
2. A filosofia de Agostinho (354 – 430) é estreitamente devedora do platonismo cristão milanês: foi nas traduções de Mário Vitorino que leu os textos de Plotino e de Porfírio, cujo espiritualismo devia aproximá-lo do cristianismo. Ouvindo sermões de Ambrósio, influenciados por Plotino, que Agostinho venceu suas últimas resistências (de tornar-se cristão). 
PEPIN, Jean. Santo Agostinho e a patrística ocidental. In: CHÂTELET, François (org.) A Filosofia medieval. Rio de Janeiro Zahar Editores: 1983, p. 77.
Apesar de ter sido influenciado pela filosofia de Platão, por meio dos escritos de Plotino, o pensamento de Agostinho apresenta muitas diferenças se comparado ao pensamento de Platão. Assinale a alternativa que apresenta, corretamente, uma dessas diferenças.
a) Para Agostinho, é possível ao ser humano obter o conhecimento verdadeiro, enquanto, para Platão, a verdade a respeito do mundo é inacessível ao ser humano.
b) Para Platão, a verdadeira realidade encontra-se no mundo das Ideias, enquanto para Agostinho não existe nenhuma realidade além do mundo natural emque vivemos.
c) Para Agostinho, a alma é imortal, enquanto para Platão a alma não é imortal, já que é apenas a forma do corpo.
d) Para Platão, o conhecimento é, na verdade, reminiscência, a alma reconhece as Ideias que ela contemplou antes de nascer; Agostinho diz que o conhecimento é resultado da Iluminação divina, a centelha de Deus que existe em cada um.
AULA – 49
3. A patrística e a escolástica foram influenciadas em especial por pensadores como:
a) Pensadores pagãos que estavam entre os naturalistas gregos.
b) Avicena e Averróis e toda a sua interpretação filosófica sobre as obras dos sofistas
c) Platão e sua filosofia de dois mundos e Aristóteles e sua filosofia sobre as causas de todas as coisas.
d) Nenhuma das aLternativas anteriores. Platão, Avicena e os sofistas, nunca foram lidos pelos pensadores medievais.
4. Qual era a melhor forma de governo para Tomás de Aquino
a) Monarquia absolutista, onde o monarca deveria ser o Papa.
b) Monarquia temperada, onde o rei governaria e dividiria o poder com um grupo de homens eleitos pela população.
c) Monarquia absolutista, onde um rei deveria governar apenas dando ouvido a si mesmo.
d) Democracia, na qual um grupo de governantes seria eleito após passar por provas que
demonstrariam se estavam iluminados por Deus.

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