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1.     Esboço histórico
     Mesmo na Antiguidade, como não poderia deixar de ser, já existiam instituto pertinentes ao Direito Comercial, como o empréstimo a juros e os contratos de sociedade, de depósito e de comissão no Código de Hammurabi, ou o empréstimo a risco ( nauticum fooenus) na Grécia antiga, ou a avaria grossa da Lex Rhodia de jactu, dos romanos .
     Como sistema,porém , a formação e o florescimento do Direito Comercial só ocorreram na Idade Média, a partir do século VII, através das corporações de ofícios. Em que os mercadores criaram e aplicaram um Direito fechado e classista, privativo. Em princípio, das pessoas matriculadas nas corporações de mercadores.
     A evolução do direito Comercial deu-se em três fase. A primeira fase que vai do século XII até o século XVII, até o século XVIII, correspondente ao período subjutivo-corporativista, no qual se entende o Direito  Comercial como sendo um  Direito Fechado e classista, privativo, em princípio, das pessoas matriculadas nas corporações de mercadores.
     Na época. As pendências entre os mercadores eram decididas dentro da classe, por cônsules eleitos que decidiam sem grandes formalidades (sine strepitu et figura iudicii), apenas de acordo com uso e costumes, e sob os ditames da equidade ( ex bono et aequo).
     A segunda fase, chamada se período objetivo, inicia-se com o liberalismo econômico e se consolida com o Código Comercial francês, de 21808. que teve a participação direta de Napoleão. Abolidas as corporações e estabelecidas a liberdade de trabalho e de comercio  passou o Direito Comercial a ser o Direito dos atos de previstos em lei, tanto  no comércio ou na industria como em outras atividades econômicas, independentemente de classe.
     Durante a primeira fase, e com intensidade maior no início da segunda, houve aspectos ecléticos, que combinavam o critério subjetivo. As vezes, os tribunais corporativistas julgavam também causas referentes a pessoas que não eram comerciantes, desde que o assunto fosse considerado de natureza comercial.
     A terceira fase marcada agora pelo novo Código Civil, de 2002 (art.966(. corresponde as Direito Empresarial (conceito subjetivo moderno), que engloba, além do comércio, qualquer atividade econômica organizada, para a produção ou circulação de bens ou serviços, exceto a atividade intelectual, de natureza científica, literária ou artística. Até mesmo estas últimas atividades serão empresarias, se organizadas em forma de empresa (art,966,parágrafo único, no novo CC)       
FASES DO DIREITO COMERCIAL
Período sbjetivo-corporativista
Período objetivo dos atos de comércio
Período subjetivo moderno-Direito Empresarial
(adotado pelo novo CC)
2. Conceito de comércio
              Ato de comércio é a interposição habitual na troca, com o fim de lucro .
      A palavra comércio tem trípice significado: o significado vulgar, o econômico e o jurídico. No sentido  vulgar,traduz o vocabulário certas reações entre as pessoas, como o comércio de idéias, de simpatia , de amizade.
     No sentido econômico, comércio é o emprego da atividade humana destinada a colocar um circulação a riqueza produzida, facilitando as trocas e aproximando o produtor do consumidor.
Excluídos os dois extremos – produtor e consumidor - ,comerciais, sob o prisma econômico, serão todos os atos com que se forma a corrente circulatória das riquezas.
     De acordo com o insigne comercialista italiano Vidari: “Comércio é o complexo de atos de intromissão entre o produtor e o consumidor, que, exercícios habitualmente e com fins de lucros, natureza e da indústria, para tornar mais fácil  e  pronta a procura e a oferta” (cf.Rubéns Requião, Curso de Direito Comercial,p.5;De Plácido e Silva, Noções Praticas de Direito Comercial, Forense, Rio,1965,p.18; Gastão A. Macedo, Curso de Direito Comercial, Freitas Bastos,Rio/SP,1956,p.9).
Destarte, três os elementos que caracterizam o comércio em sua acepção jurídica: meditação, fim lucrativo e habitude (prática habitual ou profissional).
3. Direito Comercial e Direito Empresarial
     Com o advento do novo Código Civil, de 2002, o comércio passou a representar apenas uma das várias atividades reguladas por um Direito mais amplo, o Direito Empresarial, que abrange o exercício profissional de atividade econômica organizada para a produção ou a circulação de bens ou serviços (art.966). Tudo, naturalmente, a partir de vigência do novo Código Civil, em 11.1.2003.
     O novo Código Civil revogou toda a Primeira Parte do Código Comercial, composta de 456 artigos, Com isso, o Código Comercial não mais regula as atividades comerciais terrestres,restando apenas a sua Segunda Parte , referente a atividades marítimas.
4. Natureza e características do comércio
     Possui o comércio algumas características que o distinguem de outras atividades:
a)     simplicidade – em regra, o comercio é menos formalista ;
b)    cosmopolitismo  - o comércio tem traços acentuadamente internacionais;
c)     onerosidade – não existe, em regra, ato mercantil gratuito.
 5. Obrigações dos empresários    
     Têm os comerciantes inúmeras obrigações,impostas por leis comerciais , leis tributarias, leis trabalhistas  e leis administrativas, tanto no âmbito federal como no estadual e no municipal.
     Entre as obrigações da legislação comercial contam-se as relativas à   identificação através do nome comercial,ao registro regular da firma individual ou contrato estatuto social,à abertura dos livros necessárias e à sua escrituração  uniforme e contínua, ao registro obrigatório de documentos , a conservação em boa guarda  de escrituração , correspondência e demais   papeis  pertencentes ao giro comercial, ao balanço anual do ativo e passivo, à representação do mesmo à rubrica do juiz etc
6 . Livros mercantis    
     Dividem-se os livros mercantis em comuns e especiais, bem como em obrigatórios e facultativos ou auxiliares. Os comuns são os referentes ao comércio em geral, e os especiais s;ao os que devem ser adotados só pro certos tipos de empresas.
     Entre livros comuns, entende-se, unanimemente,que é obrigatório  o Diário, ou livro Balancetes Diários e Balanços (art.1.185 CC). E  muitos julgados entendem que são  também obrigatórios  o Registro de Duplicatas, se houver vendas com substituído pelo Registro de Entrada de Mercadoria, e o Registro de Inventário. Podem os livros ser substituídos por registro em folhas soltas, por sistemas mecanizados ou por processos eletrônicos de computação de dados.
     Em regra, para os fins da lei comercial, a jurisprudência não menciona  como obrigatórios os demais fiscais e trabalhistas.
LIVROS COMUNS OBRIGATÓRIOS
1.     Diário
2.     Registro Duplicatas, se houver vendas com prazo superior a 30 dias
3.     Registro de Compras – pode ser substituído pelo Registro de Entrada de Mercadorias .
4.     Registro de Inventário
 
            Entre os livros obrigatórios especiais, ou específicos de determinada empresas, contam-se por exemplo, o livro de Entrada e Saída de Mercadoria, dos armazéns gerais, o Livro de Balancetes  Diários, das casas bancárias, o Livro de Registro de Despacho Marítimos, dos corretores de navios, os livros previstos no art.100  da Lei das S/A etc.
         Entre os livros facultativos ou auxiliares estão os seguintes:
Caixa, Razão , Contas Correntes, Borrador, Copiador de Cartas, Copiador de Faturas etc.
         Devem os livros seguir formalidades extrínsecas, referentes ao modo como devem ser escriturados
         O Decreto-Lei 486, de 3.369, regulamentado pelo Decreto 64.567. DE 22.5.69, nos termos em que o qualifica, dispensa o pequeno comerciante da obrigação de manter e escriturar os livros adequados, bastando, em relação a ele, a conservação dos documentos  e papeis relativos ao seu comércio (ver tb. DL 1.780, de 10.4.80)
7. Prepostos o empresário
         Apontam os autores duas classes de pessoas que auxiliam a atividade empresarial.
         Na primeira classe estão os auxiliares subordinados ou dependentes, como os comerciários, industriários, bancáriosetc.
Não são empresários , pois agem em nome e por conta de outrem.
         Na segunda classe encontra-se os auxiliares independentes , como os corretores, leiloeiros, comissários, despachantes de alfândega, empresários de transportes e de armazéns gerais e os representantes ou agentes comerciais. São considerados comerciantes e se sujeitam às regras do Direito Comercial.
8.     O estabelecimento
     Estabelecimento é o conjunto de bens operados pelo empresário. Tem a natureza jurídica de uma universidade de fato, sendo objeto e não sujeito de direitos.
     Compõe-se o estabelecimento de coisas corpóreas e coisas incorpóreas.
     Entre as corpóreas estão os balcões , as vitrinas, as máquinas, os imóveis, as instalações , as viaturas etc.
     Entre as incorpóreas estão o ponto, o nome, o titulo do estabelecimento, as marcas, as patentes, os sinais ou expressões de propaganda, o know-how, o segredo de fábrica, os contratos, os créditos, a clientela ou freguesia e o aviamento (aviamento é a capacidade de produzir lucros, atribuída ao estabelecimento e à empresa, em decorrência da organização).
     Pode o empresário ter uma pluralidade de estabelecimentos, surgindo então o estabelecimento principal e as suas sucursais, filiais ou agências.
ESTABELECIMENTO COMERCIAL
 BENS CORPÓRIOS
(Balcões, vitrinas, maquinas,imóveis,instalações, viaturas)
BENS INCORPÓRIOS
( ponto, nome,titulo do estabelecimento,marcas,patentes.sinais de propaganda know-how,segredo de fábrica,contratos, créditos, clientela ou freguesia, aviamento etc.)
9. Perfis da empresa
     Segundo Alberto Asquini, apresenta a empresa nada menos de quatro perfis diferentes: o perfil subjetivo , em que a empresa se confunde com o próprio empresário, vês que somente ele, e não ela, possui personalidade jurídica: o perfil objetivo que corresponde ao fundo de comércio , ou seja, ao conjunto da empresa; o perfil corporativo ou institucional, que corresponde aos esforços conjuntos do empresário e de seus colaboradores; e o perfil funcional, que corresponde à força vital da empresa, ou seja, a atividade organizadora e coordenadora do capital e do trabalho.
 
OS 4 PERFIS DA EMPRESA
1.     Perfil subjetivo: empresa=empresário
2.     perfil objetivo:  empresa=estabelecimento
3.     Perfil institucional  empresário + colaboradores
4.     Perfil funcional:empresa=organização
O ponto comercial
     Ponto é o lugar em que o comerciante s estabelece.
Constitui um dos elementos incorpóreos do estabelecimento ou fundi de comércio. Alguns autores o consideram como sendo uma propriedade comercial, ou seja, um direito abstrato de localização.
Nos termos da Lei  8.245, de 18.1091 ( Lei de Locação), o locatário comerciante ou industrial, bem como seu cessionário ou sucessor, pode pedir judicialmente a renovação do contrato de aluguel referente ao local onde se situa o seu fundo de comércio, nas seguintes condições:
a)     contrato anterior por escrito e por  tempo determinado
b)    contrato anterior, ou soma do prazo de contratos anteriores, de cinco anos ininterruptos;
c)     o locatário deve estar na exploração do seu comércio ou industria, no mesmo ramo, pelo prazo mínimo ininterrupto de três anos.
     Preenchidas as condições acima, tem o locatário o direito de pedir a renovação do aluguel, através de ação renovatória, e terá preferência , em igualdade de condições, sobre eventual proposta de terceiro. A ação deve ser proposta nos primeiros seis meses do último ano do contrato, nem antes , nem depois. Se faltar mais de um ano, ou de seis meses, para o término do contrato a renovar, a ação não será admitida.
     Se não houver acordo quando ao novo valor do aluguel, o juiz nomeará perito para a fixação do mesmo. Se não houver renovação, por causa de uma proposta melhor do que a fixada, terá o inquilino direito a uma indenização .
     O locador, por sua vez, tem o direito de promover a revisão do preço estipulado, decorridos três anos da data do contrato , ou  data do ultimo reajuste judicial ou amigável, ou  data do inicio da renovação do contrato. Em caso de locação mista, residencial e comercial , o assunto será regulado conforme a área ou a finalidade predominante for de uso comercial ou residencial.
      Se a ação renovatória não for proposta no prazo, pode o locador, findo o contrato, retomar o imóvel, independentemente  de qualquer motivo especial. A Lei de Locação manteve a denúncia vazia ns locações par fins comerciais e industriais.
     O direito à renovação do contrato de aluguel estende-se também às locações celebradas por sociedades civil com fim lucrativo, regularmente constituídas.
11. Registros de interesse da empresa
     Assim como toda pessoa natural deve ser registrada ao nascer, inscrevendo no Registro Civil todos os atos marcantes de sua vida (casamento, separação,óbito etc,). Também ao empresário se institui um  registro público. O Registro do comércio é, assim, um órgão de publicidade, habilitando qualquer pessoa a conhecer tudo que diga respeito ao empresário.
     Conquanto obrigatório ( CC, ART.967). tais são os efeitos negativos que sua falta enseja, que nenhum empresário de bom senso dele prescinde  (CC,art.1.151&3 167). Os registros de interesse dos empresários se dividem em duas espécies: Registro do Comercio  e o Registro da Propriedade Industrial.
I - Registro do Comercio: A Lei 8.934. de 18.11.94, regulamentada pelo Decreto 1.800/96, estabeleceu o Sistema  Nacional de Registro de Empresas Mercantis – SINREM, composto pelo Departamento Nacional de Registro do Comércio – DNRC e pelas Juntas Comerciais ( v.arts 1.151 do CC0.
     O departamento Nacional de Registro do  Comércio DNRC integra o Ministério da Indústria, do Comércio e do Turismo, e é o órgão central do SINREM. Tem função supervisora, orientadora, coordenadora e normativa, no plano técnico, e supletiva no plano administrativo.
     As juntas Comerciais são órgão locais de execução e administração dos serviços de registro, havendo uma junta em cada unidade federativa, com sede na capital.
     Com o Sistema Nacional , cada empresa terá o seu  Numero  de identificação do Registro de Empresas -  NIRE.
SISTEMA NACIONAL DE REGISTRO DE EMPRESAS MERCANTIS – SINREM
( Departamento Nacional de Registro do Comércio DNRC: órgão integrante do Ministério da Industrial, do Comércio e do Turismo)
 Juntas Comerciais órgãos executores locais.
 
     As juntas Comerciais  incumbe, portanto, efetuar o registro público de empresas mercantis e atividades afins, conforme a denominação da Lei .934/94. A expressão !atividades afins” abrange os agentes auxiliares  do comércio, como os leiloeiros, tradutores públicos e intérpretes comerciais , trapicheiros e administradores de armazéns gerais.
     Qualquer  pessoa tem o direito de consultar os assentamentos das Juntas, sem necessidade de provar interesse, e de obter as certidões que pedir.
     O registro compreende a matrícula, o arquivamento, a autenticação de escrituração e documentos mercantil  o assentamento de usos e costumes comerciais, além de outras atribuições.
     A matricula é o modo pelo qual de procede ao registro dos auxiliares do comércio, como, leiloeiros, tradutores públicos e interpretes comerciais, trapicheiros e administradores   de armazéns gerais ( art.32.I, da L 8.934/94).
     O Arquivamento é o modo pelo qual se procede ao registro relativo à constituição, alteração, dissolução e extinção de firmas mercantis individuais e sociedades mercantis (art.32 II, da L8.934/94 ). O arquivamento abrange também as cooperativas, embora estas não sejam entidades comerciais, mas civis.
     As sociedades sem contrato social escrito (sociedades de fato) ou com contrato não registrado na Junta  Comercial ( sociedades irregulares) não tem direito de obter concordata preventiva ou suspensiva. E seus sócios respondem sempre, de modo subsidiário  e ilimitado, pelas dividas do interessado.
     Os contratos sociais das sociedades só podem ser r4egistrados na Junta Comercial com visto de advogado (art. 1.&2. da L 8.906/94 – Estatuo daAdvocacia).
     II- Registro da Propriedade Industrial: As invenções, modelos de utilidades, desenhos industriais, marcas, patentes e outros bens incorpóreos são tutelados por meio do chamado Registro da Propriedade Industrial, que será examinado em seguida, em capítulo à parte.
 1. Nome empresarial
 Em meio à pluralidade, a individualidade é um anseio e, para essa, a identidade é uma necessidade.
}Previsão legal: artigos 1.155 a 1.168 do Código Civil;
}Finalidade: individualização e identificação do empresário ou sociedade empresária;
?É utilizado para o exercício da empresa.
?O nome não apenas individualiza; dá uma identidade ainda maior, agregando passado (uma história), valores sociais (a imagem, a honra) etc.
Conceito legal: Considera-se nome empresarial a firma ou denominação adotada, de conformidade com este Capítulo, para o exercício de empresa (artigo 1.155, CC)
?É aquele usado pelo empresário, enquanto sujeito exercente de uma atividade empresarial;
?É aquele que identifica o titular da empresa: o empresário ou a sociedade empresária;
?Identificação do agente econômico.
Instrução normativa n. 104/07 do DNRC: nome empresarial é aquele sob o qual o empresário e a sociedade empresária exercem suas atividades e se obrigam no atos a elas pertinentes.
Firma Individual:
}Utilizado pelo empresário individual, sendo composta pelo seu nome completo ou abreviado, acrescido facultativamente de designação mais precisa de sua pessoa ou gênero de atividade (art. 1.156, CC);
}É formado por dois elementos: elemento nominal e elemento complementar:
}O elemento nominal é o próprio nome civil do empresário individual, podendo ser utilizado na forma completa ou abreviada;
 
?A abreviatura do nome nunca poderá ocultar a sua identidade, como ocorreria, por exemplo, no emprego apenas das iniciais)
}O elemento complementar é facultativo, podendo ser elementos que melhor identifique o empresário (Júnior, apelidos etc.) ou seu ramo de atuação. Nesses elementos encontra-se a aplicação do princípio da veracidade, isto é, não podem traduzir nenhuma ideia falsa.
}No empresário individual com responsabilidade limitada deve vir acrescido da expressão EIRELI.
Razão social:
}É uma espécie de nome empresarial para as sociedades empresárias que se caracterizam pela utilização do nome de sócios em sua composição;
}Seus elementos são: elemento nominal, pluralizador e pode ser colocados os elementos complementares;
 
}Elemento nominal: é a indicação completa ou parcial do nome de um, alguns ou todos os sócios (art. 1.157, CC);
 
?Pode mencionar o patronímico ou sobrenome e não pelo prenome.
 
}Elemento pluralizador: é o elemento indicador que a sociedade possui pelo menos dois sócios;
?Expressões companhia, cia e outros que denotem a pluralidade de sócios.
}Elementos complementares: elementos facultativos que melhor identifiquem a sociedade, como apelidos dos sócios ou sobre suas atividades econômicas;
}Em alguns casos a lei determina a utilização de elementos que identifique a própria espécie de societária, como as limitadas.
Denominação:
}Caracteriza-se pela não utilização do nome dos sócios;
}Utiliza-se uma expressão fantasia, com indicação do objeto social;
?O artigo 1.158, parágrafo 2º determina que “a denominação deve designar o objeto da sociedade”.
}Não se admitem:
1.Termos que contrariem a moral pública, como palavrões, palavras que firam o pudor;
2.Nomes alheios;
3.Termos ou expressões que possam enganar ou confundir o público;
4.Utilização de marcas já registradas ou protegidos por direito autoral.
}É constituída pelo elemento objetivo e sacramental;
}Elemento objetivo: indica a atividade que está sendo exercida pela sociedade;
}Elemento sacramental: são os elementos que identificarão a espécie societária:
?Nas sociedades limitadas utiliza-se a expressão limitada ou Ltda;
?Nas sociedades em comandita por ações utiliza-se a expressão comandita por ações;
 
?Nas sociedades anônimas utiliza-se a expressão sociedade anônima ou companhia por extenso ou abreviados.
Regras para constituição dos nomes empresarias das espécies de sociedades empresárias:
}Elemento objetivo: indica a atividade que está sendo exercida pela sociedade;
}
}Elemento sacramental: são os elementos que identificarão a espécie societária:
?Nas sociedades limitadas utiliza-se a expressão limitada ou Ltda;
?Nas sociedades em comandita por ações utiliza-se a expressão comandita por ações;
 
?Nas sociedades anônimas utiliza-se a expressão sociedade anônima ou companhia por extenso ou abreviados.
}Sociedade anônima: será sempre denominação, devendo designar o objeto social e pelas as expressões sociedades anônimas ou companhia, por extenso ou abreviatura.
?Nas sociedades anônimas é permitido constar o nome do fundador acionista ou pessoa que contribui para o bom êxito da formação da empresa.
 
}Sociedades cooperativas:  adota a forma de denominação, devendo conter a palavra cooperativa  (artigo 1.159, CC).
}Sociedade em comandita por ações: pode adotar uma razão social ou uma denominação.
?Caso adote razão social, deverá constar apenas os acionistas que possuem responsabilidade ilimitada e pessoal;
?Deverá constar a expressão “comandita por ações”.
}Sociedade em comandita simples: deverá adotar apenas a firma social;
?Será formado apenas pelos nomes dos sócios comanditados (artigo 1.157, parágrafo único);
 
Outras regras:
}Princípio da novidade: o nome do empresário deve distinguir de qualquer outro já inscrito no mesmo registro (art. 1.163,CC);
?Reflexo da preocupação de individualização e identificação satisfatórios, evitando-se confusões, concorrência desleal, etc.
}A inscrição do empresário assegura o uso exclusivo do nome nos limites do respectivo Estado (art. 1.166, CC);
?Artigo 34 da Lei 8.934/94
}O nome empresarial não pode ser objeto de alienação (art. 1.164, CC);
 
}Princípio da veracidade: o nome empresarial não pode trazer uma ideia falsa da atividade exercida pelo empresário ou os sócios que compõem a sociedade;
?Impede que induza ao erro as pessoas que negociarem com este empresário;
}Natureza Jurídica: é considerado um direito de personalidade, compondo o patrimônio do empresário ou da sociedade empresária, não comportando transmissão, sucessão hereditária, penhor, penhora, etc.
 
?Mas são passíveis de alterações, caso haja alterações na estrutura social, tipo societário, etc.
 
Regras de proteção:
}É protegido pelo registro na Junta Comercial, apenas naquela unidade da federação onde foi registrado;
}Pode ser requerido às outras Juntas Comerciais a proteção do nome (art. 1.166, CC);
}A proteção perdurará enquanto o nome estiver inscrito na Junta Comercial;
?O cancelamento do nome pode ocorrer quando cessar as atividades ou quando se realizar a liquidação da sociedade (art. 1.168, CC);
 
?Caso a sociedade permaneça 10 anos sem qualquer arquivamento, a Junta Comercial irá considerar a empresa inativa, promovendo-lhe o cancelamento do registro (art. 60, Lei n. 8.934/94);
 
2. Registro público do empresário:
É obrigatória a inscrição do empresário no Regitro Público de Empresas mercantis da respectiva sede, antes do início de sua atividade (artigo 967, CC).   Esta inscrição tem caráter apenas declaratória e não constitutiva, cuja função é dar publicidade ao ato.
 
Órgãos de Registro de empresas:
O Registro de Empresas está regulada pela Lei 8.934/94 (LRE).
Âmbito federal: Departamento Nacional de Registro do Comércio (DNRC). Fixa as diretrizes gerais para a prática dos atos registrários, pelas Juntas Comerciais, acompanhando sua aplicação e corrigindo distorções.
Âmbito Estadual: Junta Comercial. Compete realizar o registro de empresa, compilar as regras consuetudinárias, habilitação e nomeação de tradutores públicos e intérpretes comerciais.
 
Atos de registro de empresa:
Matrícula: ato de inscrição dos tradutores públicos intérpretes comerciais, leiloeiros, etc.
Arquivamento: inscrição do empresário individual, das cooperativas, das sociedades empresárias, das declarações de microempresa e EPP, etc. Averbações:são atos de arquivamento que modificam a inscrição do empresário. Todos os arquivamentos devem ser realizados até 30 dias após a data da assinatura do ato, para que ocorra a retroatividade dos efeitos à data do ato.
Autentição: atos relacionados aos instrumento de escrituração (livros comerciais). A autenticação é condição de regularidade do documentos.
As finalidades destes atos é conferir a garantia, publicidade, autenticidade, segurança e eficácia aos atos jurídicos dos empresários individuais e das sociedades empresárias; cadastrar os empresários e as sociedades empresárias nacionais e estrangeiras, com atividades no país e; proceder à matrícula e seu cancelamento dos agentes auxiliares do comércio.
 
Inatividade da empresa:
Após 10 anos sem qualquer arquivamento a Junta Comercial considerará os empresários inativos, podendo cancelar o registro.
Perde-se a proteção do nome e torna-se irregular caso continue funcionando. O empresário deverá ser intimado sobre a inatividade da empresa.
 
3. Livros Comerciais (escrituração)
Uma das obrigações do empresário é escriturar regularmente os livros obrigatórios.
Os microempresários, empresários de pequeno porte e pequeno empresário estão dispensados de uma escrituração contábil obrigatória. Os empresários optantes do Simples Nacional estão dispensados de manter uma escrituração mercantil desde que mantenham arquivados documentos referentes ao seu giro empresarial que permitam a identificação da movimentação financeira.
Livros contábeis: aqueles que servem à memória dos valores relacionados às operações de compra e venda, mútuo, liquidação de cobrança, etc.
Livros memoriais: servem à memória de dados fáticos, como o livro de registro de empregados ou de atas das assembleias gerais.
Livros empresariais obrigatórios: imposta aos empresários. Comuns: imposto a todos, "Diário". Lvirs Especiais: impostos apenas a uma determinada categoria de atividades empresariais. Ex. Registro de Duplicatas.
Funções da escrituração: demonstrar a história da vida mercantil do empresário, proporcionar a fiscalização das atividades do empresário, permite que os livros possuam valor probatório nos processos judiciais e proporciona a função gerencial, fiscal e documental.
Princípios informadores:
Fidelidade: consiste em exprimir, com fidelidade e clareza, a real situação da empresa;
Sigilo: os livros são protegidos pela garantia da inviolabilidade, visa impedir a concorrência desleal;
Liberdade: liberdade em adotar qualquer livro contábil, apenas o livro "Diário" é obrigatório.
Os livros podem ser escriturados em "livros digitais", isto é, processados e armazenados exclusivamente em meio eletrônico.
A irregularidade dos livros podem trazer as seguintes conseguências: não terão eficácia probatória, terão reputação de crime falimentar e presunção de verdade dos fatos alegados contra o empresário sem livros regulares.
 1. Estabelecimento Empresarial:
É o conjunto de bens organizados pelo empresário para o exercício da empresa (artigo 1142, CC). Formado por bens materiais e imateriais. Bens Imateriais são a patente de invenção, modelo de utilidade, registro de desenho industrial, marga registrada, nome empresarial, título do estabelecimento e o ponto.
Não pode o estabelecimento empresarial ser confudida com a sociedade empresária e nem com a empresa (atividade empresarial). Também não podemos confundir o estabelecimento empresarial com o patrimônio da empresa, pois esta tem uma conotação mais ampla, fazendo parte as dívidas do empresário.
1.1 Aviamento: 
É a aptidão de produzir lucro conferido ao estabelecimento empresarial, representa um atributo, sendo a clientela um dos fatos preponderantes do aviamento.
Aviamento objetivo: ocorre em razão da localização do estabelecimento. Ex. lanchonete dentro de um colégio.
Aviamento subjetivo: ocorre em razão da competência do empresário, um restaurante, não importando sua localização.
Cada estabalecimento empresarial possui um aviamento, maior ou menor, sendo o resultado de um conjunto de vários fatores de ordem material ou imaterial, os quais conferem ao estabalecimento a capacidade ou aptidão de gerar lucros.
Protege-se indiretamente o aviamento no artigo 52, parágrafo 3, da Lei n. 8.245/91.
1.2 Clientela:
Conjunto de pessoas que, de fato, mantém com o estabelecimento relações continuadas de procura de bens e serviços. Constitui manifestação externa do aviamento. Elemento importante na venda do estabelecimento.
Não pertence ao empresário, pode migrar para outro a qualquer momento. Não como amarrar a clientela numa venda do estabelecimento.
A proteção legal à clientela ocorre de forma indireta, em duas hipóteses:
I - Direito a indenização, no caso de não renovação do contrato de locação;
II - Proteção à concorrência desleal, conforme artigo 195 da Lei 9.279/96 (Lei da Propriedade Industrial).
Não pode ser confundida com o ponto, pois este representa apenas a localização física do estabelecimento, que muitos o chamam de fundo de comércio. O ponto se difere do imóvel, podendo ser alienado sem a alienação do imóvel.
1.3. Ponto - Localização empresarial
O local em que se situa o estabelecimento tem fundamental importância, por estar ligado a sua capacidade de geração de lucros. Estar próximo ao mercado de consumo ou as fontes de insumos é importante no custo da atividade empresarial.
O direito prestigia a permanência no ponto visando garantir ao empresário um dos fatores decisivos no sucesso da atividade empresarial. Caso o imóvel seja alugado pelo empresário, este terá, em algumas condições, o direito de prorrogação compulsória do contrato pelo período igualao do último contrato. Surgiu em 1934, com a chamada Lei de Luvas.
A Lei de locação de prédios urbanos, no seu artigo 51, apresenta os requisitos essenciais para o direito de renovação compulsória:
I. Contrato por escrito, com prazo determinado;
II. Mínimo de 5 anos de relação locatícia;
III.Exploração da mesma atividade econômica por pelo menos 3 anos ininterruptos.
Se o contrato for por prazo indeterminado o locador poderá a qualquer momento, mediante aviso por escrito, com a antecedência de 30 dias denunciar a locação.
A soma de prazos de contratos sucessivos pode ser invocada pelo locatário.
Em algumas situação a renovação não ocorrerá, mesmo havendo o preenchimento de todos os requisitos legais:
I. Realização de obras no imóvel, por exigência do Poder Público;
II. Reformas no imóvel que valorizem o mesmo;
III. Insuficiência da proposta apresentada pelo locatário;
IV. Proposta melhor de terceiros;
V. Transferância de estabelecimento existente há mais de uma ano, pertencente ao cônjuge, ascentende ou descentente do locador ou a sociedade por ele controlada;
VI. Uso próprio.
O locador não poderá explorar no prédio a mesma atividade econômica do locatário.
O locatário poderá se utilizar da ação renovatória: ação própria para o exercício do direito de renovação compulsória de locação empresarial. Deve ser proposta, no prazo decadencial de 1 ano a 6 meses antes do término do prazo do contrato a renovar. Deverá comprovar na petição inicial o pagamento de todas as obrigações do locatário e deve ser apresentada uma nova proposta de aluguel.
O locatário poderá requerer uma indenização pela não renovação compulsória do seu ponto empresarial, mas esta indenização somente poderá ser pleiteada nos casos em que a renovação não ocorrer em razão das exceções apresentadas pelo locador. A indenização deverá cobrir os prejuízos e lucros cessantes do fundo de comércio.
2. Trespasse - Alienação do estabelecimento empresarial
Não se confunde com a cessão de quotas sociais de sociedade limitada ou alienação de controle de sociedade por ações. Nessas cessões não há mudança de titular do estabelecimento empresarial. Apenas se realiza a modificação da composição de sócios.
No trespasse realiza-se a transferência dos bens corpóreos e incorpóreos do empresários para outro. O trespasse é um negócio jurídico, devendo ser realizado por agente capaz, na forma prescrita em lei ou não defesa em lei. O contrato de alienaçãodo estabelecimento somente produzirá efeitos, quanto a terceiros, depois de averbado no Registro Público de Empresas Mercantis.
Está incluído no trespasse: contratos, direitos, negócios jurídicos, móveis, imóveis, bens corpóreos e incorpóreos e etc.
O adquirente se sub-roga em todos os contratos de exploração do estabelecimento, salvo àqueles que tem caráter pessoal. Nesses casos os terceiros que possuem contratoos personalíssimos podem no prazo de 90 dias rescindir o contrato.
Para que o trespasse tenha eficácia será necessário que todos os credores sejam pagos ou que os mesmos concordem expressamente ou tacitamente sobre a alienação.
O alienante deverá notificar seus credores, para que eles possam, no prazo de 30 dias, manifestar-se sobre a realização do trespasse.
A grande preocupação da legislação no trespasse é tutelar os interesses dos credores. Assim, o empresário alienante responde por todas as obrigações relacionadas ao negócio explorado naquele local desde que: devidamente contabilizadas e até um ano após o trespasse, contados da data da publicação do trespasse, para as dívidas vencidas e, para as dívidas a vencer, contado da data do vencimento da dívida.
O trespasse deverá ser arquivado Junta Comercial e publicado na imprensa oficial.
Independentemente de qualquer cláusula no trespasse, o adquirente é sempre sucessor do alienante, em relação às obrigações trabalhistas e fiscais ligadas ao estabelecimento, diante das orientações jurisprudenciais de nossos tribunais.
 2.1 Claúsula de não restabelecimento
A obrigação do não restabelecimento está implícita no contrato de trespasse, devendo ser respeitada independentemente de ter sido acordad entre as partes. As cláusulas proibitivas, classificadas como obrigação de não fazer: importa na proibição do alienante em restabelecer sua atividade empresarial, fazendo concorrência com o adquirente. Referida cláusula deve conter restrições temporais e territoriais, so pena de ser considerada inválida.
Seu principal objetivo é impedir o enriquecimento ilícito do alienante, que recebeu o aviamento do estabelecimento vendido.
O Código Civil em seu artigo 1.147 determina a proibição em 5 anos.
3. Títulos do estabelecimento
Não pode confundir o título do estabelecimento com o nome empresarial, pois é por intermédio deste que o empresário exerce e assina os atos relativos à empresa.
Além do nome empresarial, admite-se o uso de um títuo de estabelecimento que se relacione à atividade da empresa ou seu titular. Ex. Sorveteria do Centro, Rei do Retalho, etc.
Não existe no Brasil o registro do Título do estabelecimento empresarial, mas há sua proteção contra usurpações e uso indevido, art. 195 do Código de Propriedade Industrial.
O título do estabelecimento é vendável, diferentemente do nome empresarial.
 
 Sociedades Empresariais
TEORIA GERAL DAS SOCIEDADES
Prof. Antônio José Iatarola
Referência histórica
·         A ideia de sociedade decorre do espírito associativo do homem;
·         A sociedade significa a união de esforços comuns para a obtenção dos bens necessários à sobrevivência;
·         A sociedade surgiu da necessidade dos herdeiros continuarem as atividades exercidas pelo pater familiae.
Conceito
·         Artigo 981, CC: “Celebram contrato de sociedade as pessoas que reciprocamente se obrigam a constituir, com bens e serviços, para o exercício da atividade econômica e a partilha, entre si, dos resultados”.
·         “Sociedade é a entidade constituída por várias pessoas com objetivos econômicos, podendo ter como objeto atos de empresa (sociedade empresária) ou atos civis com fins econômicos (sociedade simples)”. Rubens Requião;
·         Elementos específicos:
?       Contribuição para o capital social (art. 1004, do Código Civil): os sócios devem contribuir para a formação de um patrimônio inicial da sociedade, diante da intenção desta exercer uma atividade econômica. Forma o fundo patrimonial inicial, define a participação de cada sócio e constitui o capital social;
?       Participação nos lucros e nas perdas (art. 1008, do Código Civil);
?       Affectio societatis: significa a vontade de cooperação dos sócios, de atingir um fim comum;
?       Pluralidade de partes: para a formação de uma sociedade será necessário a existência de pelo menos dois sócios.
}  Exceção: sociedade subsidiária integral (art. 251, Lei 6.404/76).
 
Espécies de sociedade
·         Sociedade empresária: sociedade que tem por objeto o exercício de atividade própria de empresário (artigo 982, CC);
·         Sociedade simples: são todas as sociedades que não adotam como objeto o exercício de atividade própria de empresário.
·         Todas as sociedades anônimas serão consideradas sociedades empresárias e todas as sociedades cooperadas serão consideradas sociedades simples, independentemente de seus objetos de atividades (parágrafo único, art. 982, do Código Civil).
 
Personalidade Jurídica das Sociedades
·         Personalidade jurídica: atribuição genérica de aptidão para os atos jurídicos;
·         Teorias:
?       Pré-normativistas: consideram as pessoas jurídicas seres existentes anterior e independentemente da ordem jurídica, são consideradas realidades incontestáveis;
?       Normativistas: consideram as pessoas jurídicas seres criados pelo direito, sendo apenas uma ideia, é chamada de teoria da ficção.
·         Sujeitos de direitos: todas as pessoas são consideradas sujeitos de direito, mas nem todos os sujeitos são pessoas, pois se encontram os chamados sujeitos despersonalizados (espólio, massa falida, nascituro, condomínio horizontal).
?       O sujeito personalizado pode fazer tudo que não está proibido, o despersonalizado somente o essencial ao cumprimento de sua função ou os atos expressamente autorizados.
·         As sociedades são pessoas jurídicas com personalidade jurídica, conforme artigo 44, do Código Civil;
·         Início da personalidade jurídica: a personalidade jurídica inicia-se com o registro dos seus atos constitutivos na Junta Comercial (artigo 45 e 985, do Código Civil);
?       Sociedades despersonalizadas: nem todas as sociedades possuem personalidade jurídica, como as sociedades em comum – espécie de sociedade transitória – e a sociedade em conta de participação, reguladas pelos artigos 986 a 996, CC.
·         Fim da personalização: ocorre através do procedimento dissolutório, podendo ser judicial ou extrajudicial. A dissolução ocorrerá em duas fases:
?       Liquidação: visa solucionar as pendências negociais da sociedade;
?       Partilha: distribui o acervo patrimonial remanescente.
·         Efeitos da personalização das sociedades são:
?       Titularidade processual: a parte legítima para mover ou responder a ação é a própria pessoa jurídica;
?       Titularidade obrigacional: terá capacidade de constituir relações obrigacionais com outras pessoas;
?       Responsabilidade patrimonial: responderá diretamente pelas obrigações da sociedade, em regra, apenas os bens sociais.
Classificação das sociedades empresárias
·         Sociedades de pessoa ou de capital: classificação realizada diante a relação entre a sociedade e a qualidade de seus sócios, busca-se verificar qual dos elementos prevalece: pessoas ou capital.
o   Nas sociedades de pessoa a realização do objeto social depende dos atributos individuais de cada sócio, sendo este mais importante que a contribuição que faz para a formação do capital social;
§  Cessão da participação societária com a anuência dos demais sócios.
o   Na sociedade de capital a realização do objeto social depende apenas da contribuição do capital social, sendo as aptidões dos sócios irrelevantes para o sucesso ou insucesso da sociedade.
§  Cessão da participação societária sem a anuência dos demais sócios.
o   As sociedades limitadas podem ser de pessoas ou capital, as sociedades anônimas para Fábio Ulhoa Coelho pode ser apenas de capital (sociedade anônima de capital fechado???).
 
·         Sociedades contratuais e institucionais: esta classificação leva em consideração a constituição ou dissoluçãoda sociedade.
o   Sociedades contratuais: são constituídas por contratos entre os sócios, sendo aplicados todos os princípios do direito contratual;
o   Sociedade institucional: se constituem por manifestação de vontades, mas sem caráter contratual, por estatutos sociais;
 
·         Sociedade limitada ou ilimitada / Responsabilidades dos sócios: os sócios, em razão das obrigações sociais, responderão subsidiariamente pelas dívidas da sociedade. A responsabilidade solidária no direito societário brasileiro ocorre apenas entre os sócios, mas não entre os sócios e a sociedade;
o   A sociedade é primariamente responsável pelas obrigações assumidas;
o   Quando os bens sociais não cobrirem as dívidas, os sócios responderão pelo saldo, na proporção de suas quotas, salvo cláusula de responsabilidade solidária entre eles;
o   A única exceção é o representante legal da sociedade em comum (artigo 990, do Código Civil);
o   Responsabilidade ilimitada: os sócios respondem sem qualquer limitação, arcando com todas as dívidas;
o   Responsabilidade limitada: os sócios respondem apenas limitados pelos valores dos investimentos que realizaram na sociedade. Neste caso pode-se ocorrer a transferência dos prejuízos aos credores.
o   Responsabilidade mista: parte dos sócios responde de forma ilimitada (sociedades por comanditas).
 
·         Sociedades de grande porte: são aquelas sociedades que tem valor ativo superior a R$ 240.000.000,00 ou receita bruta anual superior a R$ 300.000.000,00. Nesses casos elas estarão sujeitas as normas sobre escrituração mercantil, elaboração de demonstrações financeiras e obrigatoriedade de autoria independente da lei das sociedades anônimas.
o   As sociedades sob o mesmo comando também serão consideradas de grande porte.
 
·         Sociedade nacional: será considerada empresa nacional aquelas que tenham sede no Brasil e sejam constituídas de acordo com a nossa legislação (art. 1.126, do Código Civil).
o   A nacionalidade dos sócios ou a origem do investimento não tem importância para determinar sua nacionalidade;
o   A sociedade estrangeira deverá ter autorização do governo federal para seu funcionamento no Brasil (art. 1.134, do Código Civil).
Capital social
·         Capital social representa o referencial que os sócios supõem necessários para atingir os objetivos ajustados no pacto social;
·         “Soma das contribuições dos sócios, que são destinadas à realização do objeto social.” Marlon Tomazette.
·         O capital social poderá ser modificado com a alteração do contrato social;
·         Enquanto o capital social estará fixado no contrato social, o patrimônio estará sujeito a oscilações a todo instante.
·         O Capital social será dividido em quotas ou em ações;
·         As contribuições dos sócios devem ser reais, não podendo ser fictícias, pois o capital social é uma garantia dos credores;
·         Os sócios respondem solidariamente pela exata estimação dos bens conferidos, pelo prazo de 5 (cinco) anos (art. 1.055, CC);
·         O capital social somente poderá ser modificado, ou seja, aumentado ou diminuído somente em determinadas condições.
 
Desconsideração da personalidade jurídica
·         A pessoa jurídica foi criada para realizar de modo mais adequado os interesses dos homens, se tornando, atualmente, a chave do sucesso da atividade empresarial, podendo ser considerada um benefício concedido pelo direito;
·         Há uma finalidade social na existência da pessoa jurídica, mas muitos a utilizam de forma fraudulenta. Devendo neste caso não prevalecer os benefícios impostos por ela aos seus sócios;
·         “Em razão do princípio da autonomia patrimonial, as sociedades empresárias, podem ser utilizadas como instrumento para a realização de fraude contra os credores ou mesmo abuso de direito” (Fábio Ulhoa Coelho);
·         “A teoria da desconsideração da personalidade jurídica não é uma teoria contrária à personalização das sociedades empresárias e à sua autonomia em relação aos sócios. Ao contrário, seu objetivo é preservar o instituto, coibindo práticas fraudulentas e abusivas que dele se utilizam” (Fábio Ulhoa Coelho);
·         Desconsiderar a personalidade jurídica tem como principal objetivo coibir o uso indevido deste privilégio, isto é, estender as obrigações da sociedade aos sócios, mas sem destruir a personalidade jurídica da sociedade;
}  Haverá apenas uma desconsideração pontual, no caso concreto;
}  Deveria ser tratada como uma medida excepcionalíssima, devendo haver fortes razões para que o juiz possa ignorar a personalidade da sociedade.
·         Conceito: “Superamento episódico da personalidade jurídica da sociedade, em caso de fraude, abuso ou simples desvio de função, objetivando a satisfação do terceiro lesado junto ao patrimônio dos próprios sócios, que passam a ter responsabilidade pessoal pelo ilícito causado”. (Pablo Stonze).
·         Origem: a autonomia patrimonial da pessoa jurídica era sempre prestigiada, não se admitindo sua superação.
}  Desenvolveu-se nos países do Common Law. Primeiro caso de desconsideração foi, Caso Salomon x Salmon Co., em 1897, na Inglaterra;
}  Conhecida nos países anglo-saxônicos como: disregard of legal entity ou disregard doctrine;
}  Despersonalizar: significa anular definitivamente a personalidade da sociedade, que ocorrerá somente em casos determinados em lei.
·         Teorias:
}  Teoria maior: entende que apenas em casos excepcionais deve ser aplicada a desconsideração da personalidade jurídica, não bastando o descumprimento de uma obrigação pela pessoa jurídica.
·         Entende que a aplicação generalizada acabaria com a existência da pessoa jurídica.
·         Requisitos:
1.       Desvio de finalidade (artigo 50, do Código Civil): fraude ou abuso de direitos relativos à autonomia patrimonial.
2.       Personificação da sociedade e responsabilidade limitada dos sócios;
·         Artigo 50 do Código Civil:
“Em caso de abuso da personalidade jurídica, caracterizado pelo desvio de finalidade, ou pela confusão patrimonial, pode o juiz decidir, a requerimento da parte, ou do Ministério Público quando lhe couber intervir no processo, que os efeitos de certas e determinadas relações de obrigações sejam estendidas aos bens particulares dos administradores ou sócios da pessoa jurídica”.
 
}  Teoria menor: basta o não pagamento de uma obrigação para aplicação da desconsideração da personalidade jurídica.
·         STJ: a teoria menor da desconsideração, acolhida em nosso ordenamento jurídico excepcionalmente no Direito do Consumidor e no Direito Ambiental, incide com a mera prova de insolvência da pessoa jurídica par ao pagamento de suas obrigações, independentemente da existência de desvio de finalidade ou de confusão patrimonial.
·         Artigo 28, § 5º do Código de Defesa do Consumidor:
O juiz poderá desconsiderar a personalidade jurídica da sociedade quando, em detrimento do consumidor, houver abuso de direito, excesso de poder, infração da lei, fato ou ato ilícito ou violação dos estatutos ou contrato social. A desconsideração também será efetivada quando houver falência, estado de insolvência, encerramento ou inatividade da pessoa jurídica provocados por má administração.
§ 5º - Também poderá ser desconsiderada a pessoa jurídica sempre que sua personalidade for, de alguma forma, obstáculo ao ressarcimento de prejuízos causados aos consumidores.
·         Os administradores podem ser atingidos pela desconsideração da personalidade jurídica;
Sociedade Irregular: Sociedade em Comum (artigos 986 a 990 do Código Civil)
Sociedade em comum veio substituir as expressões sociedades de fato e sociedades irregulares.
Conceito: é uma sociedade que não possui personalidade jurídica, pelo não cumprimento das solenidades legais exigidas para a sua aquisição.
}  Deve-se evidenciar que a sociedade em comum não se resume apenas às sociedades sem o registro de seus atos constitutivos, mas aquelas que de algum modo deixaram de ser regulares, como por exemplo: a continuidade das atividades após a extinção de seuregistro ou autorização governamental, etc.
}  O direito empresarial reconhece a existência de sociedades que exercem atividades empresariais, mas não registraram seus atos constitutivos. O registro não é condição de existência das sociedades, mas condição para aquisição da personalidade jurídica.
}  Não há o reconhecimento das autonomias obrigacionais e patrimoniais, mas a lei reconhece que o conjunto de bens organizados posto à disposição do exercício da atividade empresarial é um patrimônio especial que pertence aos sócios em condomínio (art.988, CC);
·         Esse patrimônio especial é de propriedade dos sócios e não da sociedade.
Responsabilidade dos sócios: todas as obrigações contraídas pelas sociedades serão de responsabilidade dos sócios através de seus patrimônios, ou seja, as obrigações assumidas pela sociedade serão de responsabilidade dos sócios em conjunto.
}  Os sócios respondem solidária e ilimitadamente pelas obrigações contraídas em proveito da sociedade (art. 990, Código Civil);
}  Há um benefício de ordem nesta responsabilidade, pois o patrimônio especial responde em primeiro lugar pelas obrigações contraídas em benefício da sociedade em comum (art. 1.024, CC). Tal benefício não se aplica àquele sócio que contratou pela sociedade (art.990, CC);
·         Apenas quando exaurido o patrimônio especial é que o restante do patrimônio dos sócios é chamado a responder pelas obrigações da sociedade;
·         Tal regra tem como principal função a proteção dos terceiros de boa-fé, como também aqueles sócios que não participaram da constituição da obrigação, pois terão responsabilidade subsidiária.
Administração: nos atos de gestão devemos aplicar também o raciocínio de proteção aos terceiros de boa-fé, reconhecendo a vinculação do patrimônio social pela gestão praticada pelos sócios.
}  Mas, o artigo 989 do Código Civil revela que não haverá vinculação patrimonial, caso haja pacto expresso limitativa de poderes, tendo validade contra terceiro que o conheça ou deva conhecer;
}  Mesmo não possuindo personalidade jurídica ela terá capacidade processual (art.12, inciso VII do CPC) e estará sujeita ao processo falimentar (artigo 1º da Lei 11.101/2005).
Prova da existência da sociedade: para a efetivação da responsabilidade sobre os bens sociais ou sobre os bens dos sócios, necessário será a prova da existência da sociedade, pois caso contrário não seria possível atingir o patrimônio dos sócios que não participaram dos atos de gestão da mesma.
}  A prova da existência da sociedade para os terceiros poderá ser realizada por qualquer modo (art. 987, CC);
}  A prova da existência da sociedade entre os sócios somente poderá ocorrer por escrito (art. 987, CC).
 
. Alienação de participação societária – Cessão de quotas
Cessão de quotas: envolve a transferência dos direitos inerentes à condição de sócio, devendo ser realizada por intermédio de uma alteração do contrato social, devidamente registrada.
}  Nas sociedades de pessoas a substituição dos sócios somente pode ocorrer após o consentimento dos demais sócios (art. 1003, CC);
·         Affectio societatis: afeição entre os sócios;
Responsabilidade dos sócios retirantes: permanecerá obrigado por dois anos, após a averbação de sua saída, em relação às obrigações anteriores à averbação da alteração contratual (Parágrafo único, art. 1003, CC), ou seja, as obrigações realizadas posteriormente à averbação serão de responsabilidade exclusiva do cessionário e não do cedente.
}  Nas sociedades limitadas as cessões das quotas entre os sócios podem ser realizadas livremente, não dependendo do consentimento dos demais sócios (art. 1.057, CC), mas tal liberdade pode modificar as relações de poder entre os sócios. Diante deste fato, é importante que sejam estabelecidos critérios para a cessão de quotas entre sócios, assegurando a manutenção da proporção;
}  Para a cessão de quotas a terceiros, caso seja omisso o contrato, poderá ocorrer quando não houver a rejeição de ¼ (25%) do capital social.
 
PROCESSO TRT No. 0000437-87.2010.5.15.0118
AGRAVO DE PETIÇÃO - 6ª TURMA - 11ª CÂMARA
AGRAVANTE: IMPRIMO IMPRESSOS MODERNOS LTDA.
AGRAVADOS: DANIEL APARECIDO CONTESSOTO, ITAPAPEL EDITORA – PRODUTOS PARA EDUCAÇÃO E ORGANIZAÇÃO LTDA., ONOFRE DOS SANTOS LOPES e OSCARLINA SIQUEIRA LOPES
ORIGEM:     VARA DO TRABALHO DE ITAPIRA (Juíza Maria Flávia Roncel de Oliveira Alaite)
 
EXECUÇÃO. DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE   JURÍDICA. LIMITE TEMPORAL DA RESPONSABILIDADE DO EX-SÓCIO: 2 ANOS. CÓDIGO CIVIL, ARTIGO 1003, PARÁGRAFO ÚNICO; E ARTIGO 7º, XXIX, DA C.F.
Segundo excelente artigo do advogado Clito Fornaciari Júnior: “a responsabilidade do sócio que se retira da sociedade sobrevive por dois anos, que é o prazo de prescrição da reclamação trabalhista (artigo 7º, XXIX, da CF) e também da responsabilidade do cedente de quotas sociais (parágrafo único, do artigo 1.003, do Código Civil).
Dessa forma, quando se dá a desconsideração da personalidade jurídica, autorizando-se o ataque ao patrimônio dos sócios, somente se pode atingir os sócios atuais ou, então, aqueles que da sociedade se despediram há menos de dois anos. Sem o respeito a esse intervalo, pela via que se mostra transversa da desconsideração, estará sendo descumprido o parágrafo único do artigo 1.003 do Código Civil.  O desespero que se revela na procura da satisfação dos julgados, que representa a proteção de um interesse individual, acerca de direito patrimonial e, portanto, disponível, há de ser devidamente temperado com a preservação da segurança jurídica, que, essa sim, é de natureza coletiva e, pois, indisponível. Por conta disso, são merecedoras de respeito as situações consolidadas, entre as quais se coloca o direito que da cessão de quotas de uma sociedade decorre para o cedente, que não pode ficar eternamente submetido a responsabilidades que nasceram após o seu afastamento, nem colocar em risco interesses de terceiros que com ele tratam.”
 SOCIEDADES PERSONIFICADAS
 SOCIEDADE EM NOME COLETIVO (ARTIGOS 1.039 a 1.044 do Código Civil).
· Pode ser simples ou empresária;
· Só pode ter como sócios, pessoas naturais;
· Somente os sócios podem administrar a sociedade;
· A responsabilidade dos sócios é ilimitada e solidária;
· Os sócios podem limitar entre si (pacto interno) a responsabilidade de cada um, sem, contudo que tais limites fixados possam ser opostos perante os credores da sociedade.
SOCIEDADE EM COMANDITA SIMPLES (ARTIGOS 1.045 a 1.051 do Código Civil)
}  Comanditar: prover fundos para uma atividade negocial;
}  É a mais antiga sociedade mercantil, surgiu na Idade Média, em Florença, Itália, nos séculos XII e XIII;
}  Pode ser simples ou empresária;
}  Espécies de sócios:
1.      Sócio comanditário: que provêm os fundos para a atividade negocial, possui responsabilidade limitada;
2.      Sócio comanditado: quem administra a atividade negocial, possuem responsabilidade ilimitada e solidária.
}  Os sócios comanditados devem ser pessoas naturais (físicas);
}  O sócio comanditário não pode praticar nenhum ato de gestão, nem ter o nome na firma social;
}  Se faltar sócio comanditado, poderá ser nomeado administrador provisório, pelo prazo máximo de 180 dias.
  CONSTITUIÇÃO DAS SOCIEDADES CONTRATUAIS (Sociedade Limitada)
1. NATUREZA DO ATO CONSTITUTIVO
·        Brasil: adoção de dois regimes: contratual e institucional;
·        Sociedade Limitada – constituição por contrato entre os sócios
o   Existência de peculiaridades que não se aplicam à teoria dos contratos;
o   Confirmação pela doutrina da existência de um contrato peculiar – teoria do contrato plurilateral – Tullio Ascarelli;
o   Teoria do Contrato-organização – Calixto Salomão Filho;
·        Sociedades contratuais x institucionais:
o   As principais diferenças se concentram nos regimes de constituição e dissolução total da sociedade;
o   Aplicação do Código Civil e a Lei das Sociedades Anônimas;
o   Nas sociedades contratuais há possibilidade de socorrer-se às regras da teoria geral do contrato para tratar questões atinentes à constituição e dissoluçãoda sociedade, mas tais regras contratuais não podem sobrepor aos ditames do direito societário.
            A Sociedade Limitada se constituiu por um contrato entre os sócios, mas este ato constitutivo pode ser considerado um contrato?
            Os países com tradição romana adotam o regime contratual, desconhecendo o regime institucional de constituição e dissolução de sociedades (França, Argentina, Itália, Portuguesa, etc.).
O Brasil adotou dois regimes diferentes de constituição e dissolução de sociedades: contratual e institucional.
Diante de algumas peculiaridades dos atos constitutivos de sociedade, surgiu a preocupação sobre a natureza contratual desta. A doutrina prefere considerar o ato constitutivo uma espécie singular de contrato.
Exemplo: I ) Para alteração das cláusulas do contrato, necessário a concordância de todos os contratantes; no contrato social a alteração pode dar-se por maioria do capital social; II ) O contrato social gera uma nova pessoa, com obrigações e direitos entre todos eles.
2. REQUISITOS DE VALIDADE DO CONTRATO SOCIAL
·        Requisitos gerais de validade dos negócios jurídicos (artigo 104, CC): agentes capazes, objeto lícito e observar forma legal;
Ø Agentes capazes – menor: o menor pode ser sócio se houver o respeito de três pressupostos:
§  Não pode exercer a gerência;
§  O capital deve estar totalmente integralizado;
§  Deve estar assistido ou representado.
Ø Licitude, possibilidade e determinação do objeto: é nula a sociedade contrata para exploração de atividade ilícita, impossível ou sem determinabilidade.
Ø Forma: a forma adequada do contrato social da limitada é escrita, por instrumento público ou particular;
§  Instrumento público: os interessados dirigem-se ao cartório de notas, onde o oficial tabelião reduz a termo, em escritura;
§  Instrumento particular: os sócios contratam de um advogado a preparação da minuta do contrato social;
·        Os contratos devem conter cláusulas essenciais (art. 997, CC);
·        Deve conter visto de advogado para sua validade (art. 1º, § 2º, Lei 8.906/94).
·        Contribuição dos sócios: pode ser em dinheiro, bens ou créditos. Não é permitida a contribuição exclusivamente em trabalho (CC, artigo 1.055, § 2º);
·        Distribuição de resultados: participação de todos os sócios nos lucros da sociedade (CC, art. 1008);
Ø A distribuição não precisa obedecer a uma igualdade entre os sócios ou de acordo com a participação social de cada um.
§  Exemplo: os lucros serão distribuídos de acordo com a receita proporcionada pelos negócios viabilizados por cada um dos sócios.
3. PRESSUPOSTO DE VALIDADE
São dois pressupostos:
§  Pluralidade de sócios: existência de pelo menos dois sócios. Não se admite no Brasil a sociedade unipessoal. A única exceção é a subsidiária integral (sociedade institucional).
§  Affectio societatis: disposição dos sócios em manter o esforço ou investimento comum. Quando não existe ou desaparece esse ânimo, a sociedade não se constitui ou deve ser dissolvida.
4. CLÁUSULAS CONTRATUAIS
·        O contrato de sociedade se formará pelas cláusulas dispositivas emanadas pelo acordo de vontades entre os sócios;
·        Preâmbulo: identificação e qualificação das partes contratantes;
·        Dispositivo: vontades dos sócios agrupadas em tópicos numerados (cláusulas);
Ø Cláusulas essenciais: indispensáveis para o registro do contrato na Junta Comercial. Essas cláusulas estão previstas no artigo 997, CC, aplicável, no que couber, às sociedades limitadas;
Ø Cláusulas acidentais: são dispensáveis, facultativas, as mais comuns são: autorizam a retirada mensal de pro labore, definem as consequências do falecimento do sócio e estabelecem o parcelamento do reembolso, nos casos de retirada ou expulsão.
 
SOCIEDADE LIMITADA (artigos 1052 a 1087)
 
 
·         Originou na Alemanha, em 1892;
 
o   Antes existiam apenas as sociedades de pessoas, com responsabilidade ilimitada e as sociedades anônimas com responsabilidade limitada;
 
o   Ocorre que, as sociedades anônimas possuem uma complexa organização administrativa tornando-se inviável às sociedades pequenas e médias;
 
o   Realização da Revolução Industrial – imposição de novas figuras societárias.
 
· Em razão desta característica, a sociedade limitada representa 98% das sociedades registradas naJuntaComercial, comprovando a suagrandeutilidade ao mercado.
 
 
I- Legislação
 
· O Brasil adotou essa sociedadequando promulgou o Decreto n. 3.708/1919. Estediploma trazia asregraspara a criação da sociedadepor quotas de responsabilidade limitada;
 
· Continha apenas 19 artigos criando enormes lacunas, que eram suprimidas com a aplicação de outras legislações. Em seu artigo 18 previa a aplicação da Lei das sociedades anônimas.
 
· Atualmente a Sociedade Limitada é regida pelosartigos 1052 a 1087;
 
· Nas omissões do capítuloespecífico das Sociedades Limitadas, estas serão regidas pelas normasda SociedadeSimples (1053);
 
· Poderá haver previsão contratual da aplicação subsidiária da Lei das Sociedades Anônimas (§ único, art. 1.053).
 
II- CLASSIFICAÇÃO
 
·        Há uma dificuldade na classificação da sociedade limitada, pois hoje ela combina as vantagens das sociedades de capitais e das sociedades de pessoas;
 
·        Sociedade de pessoas: a corrente mais forte é classificar as sociedades limitadas numa sociedade de pessoas, pela forma contratual de sua constituição e a importância das qualidades dos sócios na formação da sociedade;
 
o   Natureza intuitu personae, em razão do contrato social nos casos de exclusão ou retirada, a dissolução parcial da sociedade em caso de quebra do affectio societatis e o condicionamento da cessão das quotas à não sócios que representem ¼ do capital social, salvo cláusula em contrário.
 
·        O contrato social poderá dar as sociedades limitadas um estilo personalista ou capitalista;
 
o   Sociedade híbrida: serão os sócios que determinarão sua classificação, diante das cláusulas negociadas no contrato social.
 
 
III- Responsabilidade dos sócios:
 
·         A responsabilidade de cadasócio é limitada ao valor de suas quotas (art. 1052).
 
·         Mas todos os sócios responderão solidariamente pela integralização do capitalsocial(1052).
 
o   Integralizar o capitalsocial é o pagamento das quotas sociais.
o   Capital subscrito é o montante de recursosque os sócios se comprometem a entregarparaa formação da sociedade.
 
·         Qualquer retirada de fundosou disfarçada na repartição de lucrosque reduza a garantiados credores obriga os sócios à devoluçãoatéinteirarecomposição dos fundossociais (artigo1059).
 
    
VI- ContratoSocial
 
·         O contratosocial deverá conter as cláusulas previstas no artigo 997 do CódigoCivil e a firmasocial (1054).
 
·         Poderá ser elaborado porinstrumentopúblicoouparticular.
 
·         É proibida a contribuição de sócios, para a constituição do capitalsocial, queconsista emprestações de serviços (artigo 1055, § 2º).
 
V- Nomeempresarial
 
·         O nomeempresarial da sociedade limitada, tanto pode ser uma denominaçãooufirmasocial,mascom a palavra limitada no final, ousuaabreviatura (art.1158).
 
VI- Capital social
 
·         Conceito: soma das contribuições dos sócios, destinadas à realização do objeto social. Patrimônio inicial da sociedade;
 
·         Será formado apenas por dinheiro ou bens, não se admitindo a contribuição em serviços;
 
·         Não se confunde com o patrimônio da sociedade, pois este está sujeito a oscilações a todo instante;
 
·         Alteração do capital social:
 
o   Ocorre com a modificação do contrato social;
o   Princípio da estabilidade ou variabilidade condicionada do capital social: só pode ser alterado se obedecidas determinadas condições;
 
o   Aumento do capital social:
 
 
§  O capital social deve estar totalmente integralizado;
§  Aprovação de 75% do capital social (art. 1076, I, cominado com o art. 1071, V e art. 997, III, todos do Código Civil) para alterarem o contrato social;
§  Deve-se dar preferência aos sócios (30 dias), na proporção das quotasde que sejam titulares (§1º, art. 1.081);
·         De acordo com o §2º, do artigo 1.081, o direito de preferência não é personalíssimo, podendo ser transferido por cessão de direito;
·         Após, decorrido o prazo de preferência, os demais sócios terão direito às novas quotas antes de submetê-las a terceiros;
§  Pode ocorrer pelo aumento do valor de cada quota, quanto pela ampliação do número de quotas existentes;
§  Aumento oneroso: com ingresso de novos recursos no patrimônio da sociedade, fornecidos por aqueles que subscreveram as novas quotas;
·         Conforme as regras do artigo 1.081 do Código Civil;
§  Aumento gratuito: com a conversão de parte de patrimônio da sociedade em capital social;
·         Utilização de superávit econômico verificado durante o exercício da atividade empresária;
·         Este valor poderia ser distribuído, a título de lucro, aos sócios.
 
o   Redução do capital social: é a descapitalização da sociedade (art. 1.082, Código Civil) será admitida em duas hipóteses:
 
§  Perdas irreparáveis: somente pode ocorrer com o capital totalmente integralizado;
·         Constitui adequação do capital à realidade contábil da empresa, na qual se verifica que o patrimônio líquido é inferior ao capital registrado;
·         O montante definido para o capital, como resultado da redução, deve ser suficiente para atender às necessidades específicas da atividade negocial, pois caso contrário configuraria um estado de insolvência.
 
§  Capital considerado excessivo: poderá ocorrer mediante a devolução de partes dos valores já pagos pelos sócios, ou pela dispensa das prestações ainda pendentes.
·         Nesta situação verificará uma sobra da importância correspondente a redução do capital social que deverá ser alocada em outra rubrica contábil;
·         O artigo 1.084 permite que a redução dispense prestações ainda devidas da integralização do capital social.
 
§  Em ambas as situações será indispensável a modificação do contrato social, exigindo a aprovação de sócios que representem 75% do capital social (art. 1076, I, cominado com o art. 1071, V e art. 997, III, todos do Código Civil).
 
VII- Quotas sociais
 
·         Os sócios adquirem quotas sociais ao contribuírem para o capital social;
 
·         Representam direitos e obrigações inerentes à sua condição de sócio;
 
·         As quotas são dividas em valor unitário baixo, facilitando a transferência das mesmas;
 
·         O capitalsocial será dividido em quotas sociais.
 
o   Capital social representa o referencial que os sócios supõem necessárioparaatingir osobjetivos ajustados no pactosocial (José Marcelo Martins Proença).
 
·         Cessão de quotas:
 
o   A aquisição de quotas gera ao sócio um direito pessoal de ser sócio e direitos patrimoniais, consistentes na participação nos lucros e no acervo social;
 
o   Como representam direitos, estas quotas podem ser cedidas a outras pessoas a título oneroso, ou a título gratuito;
 
o   É permitida a transferência das quotas, tantoparcialcomototal, ao sócioouestranho,casonão esteja a hipótese vedada peloajustesocial e não haja oposição de sóciosquerepresentem a quartaparte do capitalsocial (art. 1057).
 
o   Assim, no documentoque se está transferindo as quotas sociais deverão conter aassinatura dos sóciosque representem a quartaparte do capitalsocial.
 
·         No caso de condomínio de quotas, apenas o condômino representante poderá exercer os direitos inerentes a elas (§ 1º, art. 1.056).
 
VIII- Administração da sociedade limitada
 
·         A sociedade limitada será administrada por uma ou pelas pessoas designadas nocontratosocial ou em ato separado (art. 1.060);
 
·         O administrador não é um representante da pessoa jurídica, mas sim a própria pessoa jurídica, não se pode falar em mandato;
 
o   Rubens Requião: “o órgão administrativo executa a vontade da pessoa jurídica, assim como o braço, a mão, a boca executam a da pessoa física”.
 
·         A administração de não sócios dependem da autorização unânime dos sócios, enquanto ocapitalsocialnão estiver integralizado e de 2/3 (doisterço), quando estiver integralizado.
 
·         Os administradoresnãosócios, designados ematoem separado, deverão firmartermo deposse no livro de atas da administração, no prazo de 30 dias da data de sua designação,sobpena de perder a nomeação;
 
o   A autorização de um administrador não sócio permite uma profissionalização da gestão.
 
·         Poderes e responsabilidade dos sócios: os administradores têm poder de tomar as decisões necessárias à realização do objeto social, que não sejam de competência privativa da assembleia ou reunião de sócios;
 
o   Os sócios possuem responsabilidade subjetiva de seus atos, devendo conduzir os negócios sociais com todo cuidado e não valer-se da condição de administrador para obter vantagens pessoais indevidas.
 
·         Cessa o exercício do cargo de administrador não sócio (art.1.063):
 
o   Com sua destituição, em qualquer tempo; ou
 
o   Pelo término do prazo se, fixado no contrato ou em ato separado.
 
·         Cessão da administração de sócio:
 
o   Deverá ocorrer quando houver a aprovação de, no mínimo, dois terços do capital social, salvo disposição em contrário (§ 2º, art. 1.063).
 
·         A nomeação, destituição ourenúncia do administrador deve ser averbada no prazo de 10diasseguintes a cadaato, no registro dos atos do comércio (§ 2º, art. 1.062);
 
·         Balanço patrimonial e de resultado econômico: será obrigado em todo término de cada exercício social (art. 1.065);
 
·         Será privativo dos administradores o uso da firma ou denominação da sociedade limitada (C.C., art. 1.064).
    
IX- CONSELHO FISCAL
 
·         Novidade instituída pelo Novo Código Civil, nos artigos 1.066 a 1.070;
 
·         É um órgão facultativo na sociedade, conforme artigo 1.066, mas na sociedade anônima é obrigatória;
 
·         Tem como principal função fiscalizar a gestão da sociedade;
 
o   Na realidade esse Conselho não é eficaz na fiscalização da gestão da sociedade;
o   A fiscalização exercida por auditores independentes tem-se mostrado muito mais eficaz na prática, pois garante que a atividade seja exercida por profissionais especializados;
o   Nesse sentido, Marlon Tomazette entende que o legislador não foi feliz ao prever referido Conselho Fiscal para as sociedades limitadas.
 
·         No exercício de sua função, os membros do conselho fiscal poderão:
 
o   Examinar livros e documentos da sociedade trimestralmente, lavrando os pareceres necessários;
o   Devem opinar pela regularidade da gestão, em pareceres que servirão para aprovação ou rejeição das contas da gestão;
o   Deve denunciar as irregularidades que apurar;
o   Convocar assembleia dos sócios, em caso de retardamento injustificado dos administradores, ou em casos de motivos graves e urgentes.
 
·         Será composto por três ou mais membros e seus respectivos suplentes, eleitos na assembleia ordinária anual;
 
·         Membros:
 
o   Sócios ou não sócios;
o   Residentes no país;
§  Impedimentos (§1º, art. 1.066):
·         Membros dos demais órgãos da sociedade ou de outra por ela controlada;
·         Empregados da sociedade;
·         Administradores;
·         Cônjuges ou parentes destes até o terceiro grau.
 
·         As remunerações dos membros do conselho fiscal serão determinadas pela assembleia dos sócios que os eleger (art. 1.068);
 
·         Deveres do Conselho Fiscal – artigo 1.069.
 
 
 
 
X- DELIBERAÇÕES – ASSEMBLEIAS E REUNIÕES DE SÓCIOS
 
·         O direito de participar das deliberações sociais é proporcional à quota do sócio no capital social;
 
o   Assim, os sócios deverão ser consultados sobre as decisões mais importantes da sociedade, mas não serão todos que terão condições de influenciar as decisões;
§  O sócio que possui mais da metade do capital social delibera sozinho.
 
·         Assembleia de sócios:
 
o   Algumas deliberações dos sócios dependem de certas formalidades previstas em lei para suas validades;
 
o   São deliberações que podemproduzir significativos efeitos internos e externos à sociedade, devendo ser submetidas a um controle;
 
o   As assembleias serão obrigatórias sempre que o número de sócios for superior a dez (art. 1072, §2º);
 
o   Deliberações em assembleias:
 
§  Modificação do contrato social;
§  Incorporação, fusão e dissolução da sociedade;
§  Cessação do estado de liquidação;
§  Designação e destituição de administradores;
§  Remuneração dos administradores;
§  Requerimento de recuperação judicial;
§  Aprovação das contas da administração;
§  Nomeação e destituição de liquidantes e julgamento de suas contas (CC, art. 1.071);
§  Eleição do conselho fiscal e fixação da remuneração de seus membros.
 
o   Periocidade:
 
§  Deve se realizar pelo menos uma vez ao ano, nos quatro meses seguintes ao término do exercício social – assembleia anual ou ordinária;
 
·         Devem constar pelo menos os seguintes assuntos, mas qualquer assunto pode ser incluído na pauta:
 
a.  Votação das contas do administrador;
b.  Votação das demonstrações contábeis (balanço patrimonial e balanço de resultado econômico);
c.  Designação de administrador, se for o caso;
d.  Eleição do conselho fiscal e suas remunerações.
 
·         Os trabalhos devem se iniciar pela discussão e votação das contas e demonstrações contábeis.
 
XI- DISSOLUÇÃO
 
·         Conceito: procedimento de terminação da personalidade jurídica da sociedade empresária, isto é, o conjunto de atos necessários à sua eliminação, como sujeito de direito (Fábio Ulhoa Coelho);
 
·         Dissolução-ato: veiculada a decisão judicial ou pela decisão assemblear. Esta fase se extingue com o registro do instrumento dissolutório na Junta Comercial;
 
·         Dissolução-procedimento: liquidação e partilha;
 
·         Poder ser judicial ou extrajudicial;
 
·         Fases: liquidação e partilha;
 
·         Dissolução de fato: os sócios paralisam as atividades da sociedade, repartem os ativos e se dispersam;
 
o   Responsabilidade pessoal e ilimitada dos sócios pelas obrigações sociais não adimplidas.
 
·         Resumo do procedimento da dissolução: inicia-se por ato formal do juiz ou dos sócios; segue-o a solução de pendências obrigacionais da sociedade (liquidação); por fim, reparte-se entre os sócios o patrimônio remanescente;
 
·         Causas de Dissolução:
 
o   Vontade dos sócios: aprovação de ¾ do capital social (art. 1076, I, CC).
§  Se um dos sócios não concordar com a dissolução poderá dar continuidade às atividades da sociedade, mas deverá restituir as quotas dos outros sócios.
 
o   Decurso do prazo determinado de duração: sociedade empresária por prazo determinado, exceção à regra;
 
§  Os sócios poderão modificar o contrato e prorrogar a continuidade da sociedade.
 
o   Falência: caracterização da insolvência jurídica da sociedade, Lei n. 11.101/2005. Trata-se de dissolução necessariamente judicial;
 
o   Unipessoalidade: a pluralidade de sócios deve ser reestabelecida no prazo de 180 dias, sob pena de dissolução da sociedade.
 
§  A continuidade das atividades pelo sócio configurará situação de sociedade irregular. Responsabilidade ilimitada do sócio.
 
o   Extinção da autorização de funcionamento: ocorre nas sociedades que necessitam de autorização governamental para realização de suas atividades, como bancos, seguradoras, etc.
 
o   Irrealizabilidade do objeto social: quando não há mercado para o produto, os negócios se apresentam ruins.
 
§  Nas sociedades limitadas pode se configurar a irrealizabilidade do objeto social no caso de grave desinteligência entre os sócios.
 
·         Regularidade fiscal: na dissolução extrajudicial, o registro da ata da assembleia ou do distrato na Junta Comercial está condicionada ao prévio registro nos cadastros fiscais pertinentes;
 
o   A autoridade fiscal somente irá autorizar o cancelamento do registro após constar a não inexistência de débitos fiscais;
 
o   Na dissolução judicial os procedimentos de verificação de regularidade da situação fiscal ocorrerão na fase da liquidação.
 
     A dissolução da sociedade limitada é regida peloartigo 1033, isto é, porregrasque regem adissolução da sociedadesimples.
 
     Assim, a sociedade limitada será dissolvida:
 
a)  Falência;
b)  Término do prazo;
c)  Consenso unânime dos sócios;
d)  Deliberação pormaioria na sociedadeportempoindeterminado;
e)  Falta de pluralidade de sóciosnão recompostos em 180 dias;
f)  Extinção de autorização parafuncionar.
  ?Introdução
?Forma apropriada aos grandes investimentos econômicos;
?
?Principais características:
?Limitação da responsabilidade dos sócios;
?Negociabilidade da participação societária.
?
?Tais características visam despertar os interesses de investidores e propiciar a reunião de grandes capitais;
?
?As sociedades de pequeno e médio porte tem seus sócios com interesses e aptidões legados à natureza da atividade;
?
?Nos grandes empreendimentos as pessoas querem apenas uma alternativa de ganho.
 
?Formação histórica
?As organizações precursoras das sociedades anônimas foram criadas para atender interesses públicos;
?
?Os Estados acabam interferindo muito mais na sua constituição e funcionamento do que no das demais sociedades;
?
?Sua origem está no período do Renascimento, nas cidades Italianas;
?O financiamento das atividades estatais ocorria pela emissão de títulos, cujo pagamento era garantido pela arrecadação futura;
?Casa de São Jorge: Officium procuratorum Sancti Georgi – levantou empréstimos para a República de gênova, na guerra contra Veneza, no século XV. Durou como instituição financeira até o século XIX;
?Continuação...
?Outra origem importante foi as companhias de colonização dos séculos XVII e XVIII;
?Viabilizou empreendimentos de conquistas e manutenção de colônias, bem com o desenvolvimento dos comércio marítimo;
?
?Companhia das Índias Orientais, eram sete, organizada pelo Estado Holandês, 1602;
?
?Companhia das Índias Ocidentais, eram quatro: francesa, sueca, dinamarquesa e a holandesa, esta última constituída em 1621 com o propósito de invadir o Brasil.
 
?Divisão dos períodos históricos
1.Outorga: dependia da concessão pelo monarca e ligava-se a monopólios colonialistas;
?
2.Autorização governamental: ato administrativo e não legislativo. Apresentou significado simplificação na constituição das sociedades anônimas; e
?
3.Regulamentação: basta o registro no órgão competente e a observância do regime legal específico.
?
?No Brasil adotamos as duas últimas etapas: o de regulamentação para as companhias fechadas e o de autorização para as abertas.
?
?
?
 
?Conceito
?
?É a sociedade empresária com capital social dividido em ações, espécies de valores mobiliários, na qual os sócios, chamados acionistas respondem pelas obrigações sociais até o limite do preço de emissão das ações que possuem. (Fábio Ulhoa Coelho);
?
?
?
 
?Espécies de sociedade anônima
1.Abertas: os valores mobiliários são admitidos à negociação nas bolsas de valores ou mercado de balcão;
 
?
2.Fechadas: não emitem valores mobiliários negociáveis nesses mercados.
 
?
?Os grandes empreendimentos reclamam elevados aportes de capital e disponibilidade econômicas de muitas pessoas;
?O regime jurídico das sociedades anônimas abertas atende essas necessidades.
?Continuação...
?Somente pode captar os recursos junto aos investidores gerais, mediante prévia autorização do governo – CVM (autarquia federal ligada ao Ministério da Fazenda);
?
?Proceder a captação de recursos junto à generalidade dos investidores sem a autorização do governo écrime, com pena de reclusão de 2 a 8 anos (Lei n. 7.492/86, artigo 7º);
?
?Referido controle tem como objetivo conferir ao investidor em ações e outros valores mobiliários a maior segurança e liquidez possível.
 
?Nome empresarial
?A sociedade anônima pode adotar apenas a espécie de denominação, isto é, o nome da companhia pode ser estruturado com base num nome civil – de fundador, acionista ou qualquer pessoa que tenho concorrido para o êxito da empresa – ou qualquer outro tipo de expressão linguística (art. 3º, LSA);
?
?Deve