Buscar

Questões Anestesia 21-07 (TAMIRIS)

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Professora: Géssica Scariot 
Acadêmica: Tamiris Tormen 
Medicina Veterinária VI 
 
Questões e respostas - Avaliações do risco anestésico 
 
1. Explique qual é a importância da avaliação pré-operatória. 
A avaliação pré-operatória do estado de saúde do animal é valiosa para identificar os riscos 
anestésicos, as prioridades no manejo e alertar apropriadamente os clientes antes da anestesia e 
da cirurgia. Tem sido constante a associação do estado de saúde à morte durante anestesia em 
seres humanos e também é comum no caso de animais, com relação à anestesia veterinária. 
 
2. Explique qual é a importância do exame hematológico pré-anestésico de rotina. 
A disfunção orgânica e várias condições patológicas, como anemia ou hipoproteinemia, podem 
contribuir para maior morbidade ou mortalidade anestésica, o sensato seria fazer todo o esforço 
possível para detectá-las antes de uma anestesia geral. Por isso, o exame hematológico pré-
anestésico de rotina é recomendado por muitos veterinários e, na verdade, por alguns 
especialistas em anestesia. 
 
3. Cite como é feita a subdivisão de recomendações elaborada pelo NICE, para intervenções 
clínicas e cirúrgicas na medicina humana. 
Há numerosos estudos sobre anestesia em seres humanos que questionam a necessidade de 
exames laboratoriais pré-anestésicos em pacientes sadios, cada um demonstrando que a triagem 
sanguínea prévia não parece diminuir a ocorrência de complicações perianestésicas. O UK 
National Institute for Health and Care Excellence (NICE) obteve evidência de uma variedade de 
fontes e, em seguida, elaborou recomendações para especialistas da medicina humana em 
diversas intervenções clínicas e cirúrgicas. Quanto ao exame sanguíneo pré-anestésico, o NICE 
subdivide as recomendações com base na idade do paciente e no ‘nível’ da cirurgia à qual ele 
será submetido, com o sistema de gradação indo de 1 a 4, mas, no caso de cirurgia neurológica 
ou cardiovascular, são usados outros sistemas. Há uma infinidade de cirurgias diferentes em cada 
gradação. 
 
4. Há restrições para que ocorra avaliação sangüínea pre-anestesica? 
As recomendações para a avaliação sanguínea pré-anestésica são ainda mais restritas para 
pacientes humanos pediátricos. Se o indivíduo estiver na categoria ASA 1, nenhum exame pré-
anestésico rotineiro é recomendado, qualquer que seja o nível da cirurgia a ser realizada. 
 
5. Há exceções para que ocorra avaliação sangüínea pré-anestésica? 
Sendo as únicas exceções se a criança for submetida a procedimentos neurológicos ou 
cardiovasculares. Surpreendentemente, não parecem ter sido publicadas diretrizes que sirvam 
como padrão para crianças em categorias ASA ≥ 2. 
 
6. Cite quais os fatores de risco de morte anestésica e comente. 
Incluem más condições de saúde, idade avançada, monitoramento precário, intubação 
endotraqueal em gatos e possíveis associações raciais em cães. Além disso, o CEPSAF 
identificou vários fatores de risco não relatados antes, inclusive o uso da oximetria de pulso e o 
monitoramento da pulsação aumentando a probabilidade de morte em gatos e a manutenção com 
isofluorano estando associada à redução da probabilidade, em comparação com o halotano após 
indução da anestesia com um agente injetável em cães. O conhecimento destes fatores de risco 
pode ajudar os veterinários a identificarem, no pré-operatório, os pacientes que correm maior 
risco de mortalidade e, no peroperatório, a instituírem o manejo adequado para reduzir a 
mortalidade. 
 
7. Cite as causas fisiologicas de morte anestésica e comente. 
A causa fisiológica de muitas mortes anestésicas pode ser multifatorial, embora as complicações 
cardiovasculares e respiratórias representem as causas primárias de muitas mortes peroperatórias 
relatadas. Outras causas relatadas incluem as gastrintestinais, neurológicas e hepáticas ou renais. 
Foi relatada parada cardíaca resultante de arritmias associadas a aumento das catecolaminas 
circulantes, hipoxia miocárdica, agentes anestésicos específicos, patologia preexistente, 
procedimentos específicos e depressão miocárdica decorrente de sobredose anestésica 
relativa. Entre 30 e 70% das mortes resultaram de sobredose anestésica relativa e depressão 
miocárdica, arritmias cardíacas ou insuficiência circulatória e hipovolemia em inúmeros 
estudos. 
As complicações respiratórias representaram a outra causa principal de morte relacionada com 
anestesia, tendo sido a causa subjacente de óbito em 30 a 40% dos cães e cerca de 40 a 50% de 
gatos. 
Na anestesia em pequenos animais, com pouca freqüência foram relatadas outras causas além de 
complicações respiratórias e cardiovasculares, embora tenham sido incluídas insuficiência renal 
pós-operatória, trombose ilíaca em gatos, aspiração de conteúdo gástrico, reações anafiláticas, 
demora em recuperar a consciência e causas desconhecidas. 
 
8. Estudos sobre a morbidade anestésica em pequenos animais são realizados frequentemente 
em hospitais de faculdades veterinárias. Cite-as. 
As condições mais descritas incluem complicações respiratórias, cardiovasculares, renais, 
gastrintestinais, aquelas relativas à termorregulação e neurológicas. 
 
9. Em relação à mortalidade anestésica em grandes animais. Comente. 
Na anestesia em equinos, as principais causas de morte foram parada cardíaca e colapso cardiovascular, 
resultando em 20 a 50% de todos os óbitos relatados. Em contraste, as complicações respiratórias foram 
relatadas com pouca freqüência. Consistente com o trabalho em pequenos animais, a pesquisa recente 
sobre anestesia em equinos também mostrou que o pós-operatório é o principal período de risco. 
 
10. Comente a respeito do consentimento informado e modelos de cuidados anestésicos. 
Deve-se incluir no consentimento informado uma discussão sobre o uso de fármacos além das indicações 
habituais. O processo de anestesia veterinária costuma envolver esse tipo de uso, sobre o qual o 
proprietário do animal deve ser informado. Em muitos casos, esse uso está associado a um nível baixo de 
risco e o consentimento para o uso de cada fármaco é impraticável. Em vez disso, deve-se fazer um breve 
comentário a respeito do risco baixo e bem documentado de usar tais fármacos desta maneira. Nos casos 
em que a procedência do fármaco não é garantida e o risco pode ser maior, deve-se obter o consentimento 
informado do proprietário quanto ao uso específico do fármaco em questão. 
Clientes e proprietários de animais têm percepções diversas sobre o papel do anestesiologista veterinário 
no comando da anestesia, razão pela qual a discussão do consentimento informado deve incluir uma 
exposição geral dos papéis de cada indivíduo envolvido na anestesia durante determinado procedimento. 
É possível ter um especialista em anestesia para prescrever o protocolo anestésico apropriado e 
supervisionar sua administração com os devidos cuidados. 
Os modelos de cuidados anestésicos são vários. O consentimento informado adequado do cliente requer 
uma discussão que o faça entender e aceitar o modelo a ser empregado. A documentação do 
consentimento informado pode ser uma simples anotação no prontuário médico, incluindo o registro dos 
elementos do processo que tenham sido discutidos. Nos casos em que os riscos associados do 
procedimento são mais substanciais, um formulário pode ajudar a estruturar a conversa antes do 
consentimento informado de maneira sistemática, considerando todos os riscos significativos. Embora o 
uso de um formulário assinado como consentimento possa servir para subestimar a existência de algum 
risco real e substancial, uma discussão franca e informativa com o proprietário continua sendo 
indispensável ao processo de obtenção do consentimento informado.

Mais conteúdos dessa disciplina