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tcc Edna%2c Natalia e Paula 19 06 18 corrigido

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FACULDADE CAMPOS ELÍSEOS 
ESPECIALIZAÇÃO EM EDUCAÇÃO MUSICAL 
 
 
 
 
 
EDNA ANDRADE SANTOS 
 
NATÁLIA SIQUEIRA SANTOS FREITAS 
 
ANA PAULA SANTOS DE MELO 
 
 
 
 
 
 
 
A MÚSICA E SUAS CONTRIBUIÇÕES NO DESENVOLVIMENTO 
INFANTIL DE 0 A 4 ANOS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Guarujá 
2018 
 
 
FACULDADE CAMPOS ELÍSEOS 
 
EDNA ANDRADE SANTOS 
 
NATÁLIA SIQUEIRA SANTOS FREITAS 
 
ANA PAULA SANTOS DE MELO 
 
 
 
 
 
 
A MÚSICA E SUAS CONTRIBUIÇÕES NO DESENVOLVIMENTO 
INFANTIL DE 0 A 4 ANOS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Monografia apresentada á Faculdade 
Campos Elíseos, como requisito parcial 
para a obtenção do título de Especialista 
em Educação Musical, sob supervisão da 
orientadora: Prof.Fatima Ramalho Lefone. 
 
 
 
Guarujá 
2018
 
FACULDADE CAMPOS ELÍSEOS 
 
EDNA ANDRADE SANTOS 
 
NATÁLIA SIQUEIRA SANTOS FREITAS 
 
ANA PAULA SANTOS DE MELO 
 
 
 
 
A MÚSICA E SUAS CONTRIBUIÇÕES NO DESENVOLVIMENTO 
INFANTIL DE 0 A 4 ANOS 
 
 
 
 
 
 
 
Monografia apresentada á Faculdade 
Campos Elíseos, como requisito parcial 
para a obtenção do título de Especialista 
em Educação Musical, sob supervisão da 
orientadora: Prof.Fatima Ramalho Lefone. 
 
 
Aprovado pelos membros da banca examinadora em 
___/___/___.com menção ____ (________________). 
 
Banca Examinadora 
_________________________________ 
 
_________________________________ 
 
 
Guarujá 
 2018 
 
 
RESUMO 
 
Este trabalho tem como objetivo apresentar a música como elemento 
contribuinte para o desenvolvimento da inteligência e integração do ser desde a 
gestação, no qual os estímulos de sons, ruídos e vozes, contribuem para o 
desenvolvimento do cérebro do bebê. A música é concebida como forma de 
expressão de sentimentos, ideias, valores culturais e facilita a comunicação do 
indivíduo consigo mesmo e com o meio em que vive. Ou seja, a música auxilia na 
desinibição de crianças tímidas, despertam ideias de respeito e considerações pelo 
outro, contribuem para a socialização e permitem espaço para outras 
aprendizagens. Quando bem estimulada e explorada de forma lúdica e agradável de 
acordo com a idade da criança, a prática musical desenvolve a capacidade motora 
(o andar, o manipular), estimulando as noções de direita/esquerda, atrás/na frente, e 
o desenvolvimento da atenção, concentração, reação, dicção, etc. As atividades 
musicais também contribuem para que algumas crianças com dificuldades de 
aprendizagem possam se adaptar, além de trabalhar a inclusão de crianças com 
necessidades especiais. Por ser um caráter lúdico e de livre expressão, não podem 
ter como objetivos a cobrança de resultados e pressões sobre a criança. Enfim, uma 
boa música harmoniza o ser humano, trazendo-o de volta a padrões mais saudáveis 
de pensamento, sentimento e ação. 
 
 
 
 
Palavras-chave: Música, socialização, desenvolvimento, criança. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
1 INTRODUÇÃO.......................................................................................................6 
1.1 OBJETIVOS.......................................................................................................7 
1.1.1 OBJETIVO GERAL..........................................................................................7 
1.1.2 OBJETIVOS ESPECIFIOS..............................................................................7 
1.2 JUSTIFICATIVA.................................................................................................6 
1.3 PROBLEMA.......................................................................................................6 
 
CAPITULO I 
A definição da música..............................................................................................8 
1.1 A relação música e criança.............................................................................9 
 
CAPITULO II 
As variadas ações que a música pode proporcionar no desen. da criança...........11 
2.1 A música no desenvolvimento intelectual...................................................13 
2.2 A música como recurso socializante e corporal.........................................14 
2.3 A música no desenvolvimento psicomotor.................................................16 
2.4 A música na aprendizagem escolar.............................................................16 
 
CAPITULO III 
Howard Gardner: autor da teoria das Inteligências Múltiplas................................17 
3.1 Inteligência Musical.......................................................................................18 
 
CAPITULO IV 
Os jogos musicais e a criança..............................................................................20 
4.1 Cantigas de roda...........................................................................................21 
4.2 Cantigas de ninar..........................................................................................22 
4.3 Parlendas.......................................................................................................22 
4.4 Trava-línguas.................................................................................................23 
CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................................24 
REFERÊNCIAS.....................................................................................................26
6 
 
 
1 INTRODUÇÃO 
 
 
A presente pesquisa propõe analisar e explicitar a importância da música no 
desenvolvimento da criança de 0 a 4 anos, ou seja, desde a fase gestacional até seu 
desenvolvimento por volta dos 4 anos. 
A prática musical quando introduzida desde os primeiros anos de vida da 
criança, pode beneficiar o seu desenvolvimento integral, a sensibilidade musical, 
melhorar as funções motoras, a concentração e o relaxamento. Desta forma, o 
presente artigo se justifica a medida, que experiências musicais trabalhadas nos 
primeiros anos de desenvolvimento da criança influenciarão no seu bem estar físico, 
emocional e cognitivo. Para muitos a música não passa apenas de uma simples 
escuta e sem intencionalidade. O grande desafio é fazer com que a sociedade 
compreenda que a musicalização não é uma prática descontextualizada, e sim 
capaz de auxiliar de forma significativa no desenvolvimento e outras potencialidades 
nos primeiros anos de vida da criança. 
O procedimento utilizado foi por meio do estudo exploratório e bibliográfico. 
Permitirá ao leitor a compreensão e o entendimento dos primeiros contatos 
da criança com a música, como ela pode chegar a fazer parte integrante de seu ser 
íntimo, o que ela pode significar para sua vida. 
Evidenciarei com base nas teorias e pesquisas de diversos autores, a 
importância da música no desenvolvimento do raciocínio, criatividade, imaginação, 
autodisciplina e a consciência rítmica e estética. 
Também será abordada a questão da Inteligência Musical, apresentada por 
Howard Gardner na teoria das Inteligências Múltiplas. 
Para alcançar o objetivo neste Trabalho de Conclusão de Curso, foram 
utilizados para a realização das pesquisas livros, artigos científicos e sites, através 
da internet. 
Com o intuito de facilitar o entendimento do corpo do trabalho, especifica-se 
a seguinte estruturação de texto: 
O primeiro capítulo abordará a definição da música e sua relação com a 
criança. Evidenciaremos que crianças que mantêm a prática musical desde a vida 
uterina e ao longo de seu desenvolvimento, possuem níveis de inteligência e de 
 7 
 
capacidade de aprendizagem mais elevado às crianças que não mantém a prática 
da música. 
No segundo capítulo, encontra-se as variadas ações que a música pode 
proporcionar no desenvolvimento da criança e sua importância como recurso 
intelectual, socializante, corporal, psicomotor e na aprendizagem escolar. 
Já no terceirocapítulo, contempla-se a teoria das Inteligências Múltiplas. 
Contemplam-se também o significado da importância de uma escuta sensível e 
ativa, a relação música e criança e a inteligência musical. No quarto e último capítulo 
abordam-se os jogos musicais e sua importância no desenvolvimento da criança, 
finalizando com as considerações finais. 
 
OBJETIVOS 
Objetivo Geral 
• Analisar a importância da música no desenvolvimento da criança de 
0 a 4 anos e seus benefícios ao longo do processo de desenvolvimento da 
criança. 
 
Objetivos Específicos 
• Evidenciar as principais características da importância da música no 
desenvolvimento infantil. 
• Apresentar o levantamento de algumas ações que a música pode 
proporcionar no desenvolvimento da criança. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 8 
 
1. A DEFINIÇÃO DA MÚSICA 
Não é fácil definir o que seja música. Vários pesquisadores e estudiosos têm 
pesquisado o significado da arte musical, chegando a resultados nem sempre 
relativos. 
Seria a música uma linguagem? Uma expressão artística que nos atinge no 
íntimo, numa esfera em que a razão e o raciocínio lógico talvez não penetrem? 
E em relação ao som? 
Não existe som sem movimento. A física explica que o som é uma vibração 
que chega aos nossos ouvidos em formas de ondas que percorrem o ar que nos 
rodeia. 
Num texto falado, por exemplo, ouvem-se sons e ritmos articulados, porém, 
cada palavra significa uma ideia definida, concreta. De acordo com Schneider (1957, 
p.846) a música: 
nunca expressa uma ideia intelectual definida, nem um sentimento 
determinado, mas somente aspectos psicológicos absolutamente gerais, 
abstratos. Essa generalidade não é, no entanto, uma abstração vazia, mas 
uma espécie de expressão e de determinação diferentes das que 
correspondem ao pensamento conceitual. 
 
Por esse motivo, é que a música pode ser compreendida, interpretada e 
executada de várias maneiras. 
A linguagem verbal é um meio de comunicação e de relacionamento entre 
os povos não sendo universal, pois cada povo tem sua maneira de expressar-se por 
meio da palavra. Assim sendo, há várias línguas espalhadas pelo mundo. 
Segundo Jeandot (1997, p.12) “... A música é uma linguagem universal, mas 
com muitos dialetos, que variam de cultura para cultura, envolvendo a maneira de 
tocar, de cantar, de organizar os sons e de definir as notas básicas e seus 
intervalos”. 
Durante muitos anos, fomos sujeitos a acreditar que a música é uma 
combinação de notas dentro de uma escala. Mas, estalos de dedos, golpes de 
palma de mão sobre um instrumento musical ou gestos do cotidiano, são elementos 
atualmente considerados autênticos participantes do mundo musical. 
A música é resultado de longas e indiscutíveis vivências pessoais com a 
música e de civilizações musicais diversas. 
De acordo com WEIGEL (1988) a música é composta por: 
 9 
 
Som: são as vibrações audíveis e regulares de corpos elásticos, que se 
repetem com a mesma velocidade, como as do pêndulo do relógio. As vibrações 
irregulares são denominadas ruído. 
Ritmo: é o efeito que se origina da duração de diferentes sons, longos ou 
curtos. Podemos desconhecer a melodia e a harmonia, mas não desconhecemos o 
ritmo. 
Melodia: é a sucessão rítmica e bem ordenada dos sons. 
Harmonia: é a combinação simultânea, melódica e harmoniosa dos sons. 
 
 
1.1 A relação música e criança 
 A música faz parte do universo infantil da criança desde a vida uterina. 
Segundo DISOTEO (2003), já no útero materno, o ouvido “capta” o ritmo do coração 
da mãe e outros sons corporais. 
 As crianças sentem-se envolvidas com o mundo sonoro desde muito cedo, ou 
seja, no ventre materno. O bebê ainda no útero materno é capaz de sentir quando 
sua mãe acaricia a barriga e escuta sons externos como músicas e conversas. 
Por volta da 25ª semana da gestação, os bebês conseguem ouvir sons 
cardiovasculares, intestinais, placentários e a voz de sua mãe. Dos últimos três 
meses, no útero materno, ao 3º mês de vida, eles preferem sons graves, e no sexto 
mês sons agudos. Por volta do 9º mês já conseguem distinguir entre duas versões 
de uma mesma música (ILARI, 2003). Essas sensações geram ao bebê 
tranquilidade e segurança e estabelece um forte vínculo entre mãe e filho. Crianças 
que mantêm a prática musical desde a vida uterina e ao longo de seu 
desenvolvimento, possuem níveis de inteligência e de capacidade de aprendizagem 
mais elevado às crianças que não mantém a prática da música. 
As crianças gostam de acompanhar as músicas com movimentos do corpo. 
É possível observar uma criança batendo palmas, sapateando, dançando etc. Essa 
relação entre o gesto e o som faz com que a criança construa seu próprio 
conhecimento sobre a música, da mesma forma como ocorria com o homem 
primitivo na investigação e nas descobertas dos sons. 
Em todas as culturas sociais costumam-se tranquilizar os bebês com cantos 
e movimentos. A mãe balança suavemente seu filho ao som de alguma melodia com 
 10 
 
o objetivo de acalmá-lo ou adormecê-lo. É importante ressaltar que o contato 
estabelecido entre a mãe e o bebê é tão importante quanto à música tocada através 
de um aparelho, por exemplo. Dessa forma, o cantar, assobiar e o murmurar além 
de fornecerem sons são também elementos afetivos entre a mãe e o bebê. 
Segundo o Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil Brasil ( 
1998, p.51), 
O ambiente sonoro, assim como a presença da música em diferentes e 
variadas situações do cotidiano, fazem com que os bebês e crianças iniciem 
seu processo de musicalização de forma intuitiva. Adultos cantam melodias 
curtas, cantigas de ninar, fazem brincadeiras cantadas, com rimas, 
parlendas etc., reconhecendo o fascínio que tais jogos exercem. 
Encantados com o que ouvem, os bebês tentam imitar e responder, criando 
momentos significativos no desenvolvimento afetivo e cognitivo, 
responsáveis pela criação de vínculos tanto com os adultos quanto com a 
música. Nas interações que se estabelecem, eles constroem um repertório 
que lhes permite iniciar uma forma de comunicação por meio de sons. O 
balbucio e o ato de cantarolar dos bebês têm sido objetos de melódicas 
cantaroladas até os dois anos de idade, aproximadamente. Procuram imitar 
o que ouvem e também inventam linhas melódicas ou ruídos, explorando 
possibilidades vocais, da mesma forma como interagem com os objetos e 
brinquedos sonoros disponíveis, estabelecendo, desde então, um jogo 
caracterizado pelo exercício sensorial e motor com esses materiais. 
 
Para Piaget, o desenvolvimento da criança se dá através da sua interação 
por meio de estímulos que recebe do seu dia a dia. A escuta de diferentes sons 
musicais e o contato com vários brinquedos sonoros, ou seja, as experiências 
musicais propiciam na criança o desenvolvimento afetivo, cognitivo tornando-se uma 
fonte de observação e descoberta para o bebê. 
Com o passar dos meses, a criança tenta se manifestar por meio de sons 
como, por exemplo, balbucia e tenta acompanhar o ritmo com movimentos. Quando 
o ritmo da música é calmo a criança pode tranquilizar e até mesmo dormir. Dessa 
forma, a música torna-se fonte de felicidade, estímulo e equilíbrio para a criança. 
Por volta do seu segundo ano de vida, as crianças começam naturalmente a 
emitir sons pontilhados, criando músicas e fazendo com seus imagináveis sonoros 
exercícios. Entre 3 e 5 anos, as crianças conseguem cantar com certa precisão, são 
capazes de reproduzir ritmos simples dentro de um pulso regular, compõem 
pequenas canções e discriminam características sonoras como alturas, timbres, 
intensidades e durações. Desta forma, podemos perceber que as crianças são 
ouvintes em potencial desde muito cedo e reagem aos estímulos sonoros 
favorecendo seu desenvolvimento intelectual e social. 
 11 
 
2 AS VARIADAS AÇÕES QUE A MÚSICA PODE PROPORCIONAR NO 
DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA 
 
Várias pesquisas que foram desenvolvidasem diferentes países e épocas, 
mais precisamente no final das décadas do século XX, confirmam a presença da 
música no desenvolvimento da criança. Segundo Bréscia (2003, p.41) “A 
investigação científica dos aspectos e processos psicológicos ligados à música é tão 
antiga quanto às origens da psicologia como ciência”. A autora também cita vários 
benefícios da utilização da música em vários ambientes como empresas, escolas e 
hospitais. A começar por alguns hospitais, a utilização da prática musical tem sido 
utilizada antes, durante e após cirurgias. Essa prática tem levado a resultados 
positivos que vão desde a pressão sanguínea e pulso mais baixos, sinais vitais e 
estado emocional controlados até uma menor precisão de anestésicos. Uma 
pesquisa realizada na Faculdade de Medicina do Centro de Ciências Médicas e 
Biológicas da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo avaliou os efeitos da 
prática musical em pacientes com câncer. Segundo a pesquisa, foi constatado que a 
musicoterapia pode atenuar os sintomas de pacientes que fazem tratamento 
quimioterápico. 
Nas empresas, o que se tem procurado para se fazer música é o canto coral. 
Esta atividade exige a integração e a cooperação entre os funcionários, além de 
propiciar descontração e relaxamento. O cantar exige o controle e a utilização total 
da respiração. 
Assim como em alguns hospitais e empresas, a utilização da música em 
escolas também contribui para diversos fatores positivos. BRÉSCIA (2003) declara 
com firmeza que cantar pode ser um ótimo companheiro de aprendizagem, contribui 
com a socialização, na aprendizagem e descoberta do mundo. Vale ressaltar que o 
cantar não é válido somente nos horários de lazer e sim no ensino das matérias. 
Dessa forma, a prática musical pode ser um veículo para a compreensão, 
memorização ou expressão das emoções. 
De acordo com estudos realizados por pesquisadores alemães, pessoas que 
analisam tons musicais apresentam área do cérebro 25% maior em comparação aos 
indivíduos que não desenvolvem trabalho com música, bem como aos que 
 12 
 
estudaram as notas musicais e as divisões rítmicas, obtiveram notas 100% maiores 
que os demais colegas em relação a um determinado conteúdo matemático. 
O canto também pode ser utilizado para pessoas aprenderem a trabalhar 
com a agressividade. A atividade de cantar proporciona relaxamento e este, contribui 
para a aprendizagem. Conforme Barreto (2004, p.109) “O relaxamento depende da 
concentração e por isso só já possui um grande alcance na educação de crianças 
dispersivas, na reeducação de crianças ditas hiperativas e na terapia de pessoas 
ansiosas”. 
Através do canto há uma série de ações que proporcionam o 
desenvolvimento: 
Da perspicácia auditiva, o ouvir bem dependerá, em grande parte, da 
reprodução correta dos sons. Como forma de auxílio para crianças que tenham 
maiores dificuldades, o professor de Educação Infantil, por exemplo, pode 
desenvolver exercícios como: dizer frases cantando e pedir para que as crianças as 
reproduzam, mandar que imitem vozes de animais, timbres de instrumentos, etc. 
Do aparelho respiratório, a necessidade de respiração adequada para o 
canto. Prosseguindo o exemplo anterior, o professor deve fazer com que as crianças 
pratiquem uma respiração adequada para que obtenham vozes leves e agradáveis. 
Do aparelho fonador, pela emissão correta dos sons, ou seja, pelo canto 
propriamente dito. É necessário que o professor observe se os alunos estão 
emitindo corretamente os sons para que não se habituem a uma emissão defeituosa. 
A prática musical também serve de incentivo para crianças com dificuldades 
de aprendizagem, além de trabalhar a inclusão de crianças com necessidades 
especiais. Como exemplo, podemos citar alguns aspectos positivos referentes às 
atividades musicais. São elas: incentivo a realização e o controle de movimentos 
específicos, auxilia na organização do pensamento e atividades realizadas em 
grupos e contribuem com a cooperação e a comunicação. Vale ressaltar que 
atividades musicais não podem ter como objetivos a cobrança de resultados e 
pressões sobre a criança. 
Gardner (2002, p.112) afirma que: 
A música não pode expressar medo, que é certamente uma emoção 
autêntica. Mas seu movimento, seus sons, acentos e padrões rítmicos 
podem ser inquietos, agudamente agitados, violentos a até mesmo repletos 
de suspense... Ela não pode expressar desespero, mas pode movimentar-
se lentamente numa direção predominantemente descendente, sua textura 
 13 
 
pode tornar-se pesada, conforme é nosso hábito de dizer “escura” ou ela 
pode desaparecer totalmente. 
 
 O seu caráter é lúdico e de livre expressão. Auxiliam na desinibição de 
crianças tímidas, despertam ideias de respeito e considerações pelo outro, 
contribuem para a socialização e permitem espaço para outras aprendizagens. 
 
 
2.1 A música no desenvolvimento intelectual 
O desenvolvimento cognitivo começa com reflexos, e com o passar do tempo 
tornam-se em pequenas ações. Durante seu desenvolvimento, a criança passa a 
interagir com o meio em que vive, começa a criar movimentos mais complexos, 
passa a perceber quando um objeto sai do seu campo de sua visão não deixa de 
existir e começa a construir uma representação mental ou simbólica do meio em que 
vive. 
Durante a gestação, mais precisamente do terceiro mês ao nascimento, o 
bebê é capaz de reagir aos estímulos auditivos. Os sons captados pelo bebê servem 
de estímulos ao desenvolvimento do cérebro, pois as estruturas cerebrais 
responsáveis pelo processamento desses elementos começarão a engrenar e 
armazenar informações (PEDERIVA; TRISTÃO, 2006). 
A partir do desmame ao 3º ano de vida a música contribui consideravelmente. 
As músicas disponíveis à apreciação das crianças contribuem para o 
desenvolvimento da capacidade de concentração e empenho de esforços 
neurológicos para a discriminação auditiva, visto a capacidade da música gerar 
variação no nível de atenção (TEIXEIRA; BARJA, 2011, p. 190). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 14 
 
2.2 A música como recurso socializante e corporal 
 A partir do 4º mês o bebê consegue reconhecer as pessoas mais próximas 
do seu convívio. Desta forma, o timbre é um elemento musical considerável para o 
estabelecimento de relações e reações sociais dos recém-nascidos às pessoas ao 
seu redor. 
Podemos observar a variedade de grupos a que uma criança pertence e sua 
necessidade em estabelecer um bom relacionamento com os membros desses 
grupos. Dessa forma, deve-se auxiliá-la nessa tarefa fazendo com que perceba suas 
possibilidades e responsabilidades em relação a esses agrupamentos. 
As atividades musicais compartilhadas sejam pelo canto coletivo ou a banda 
rítmica, por exemplo, contribuem em dois aspectos: o da necessidade de 
cooperação e do respeito ao próximo, tão essenciais na socialização da criança. 
Quando a criança canta ou toca em conjunto, ela sente-se parte de um todo nos 
quais todos os elementos são igualmente importantes. Consegue compreender que 
cada pessoa precisa colaborar individualmente e que todos precisam trabalhar em 
harmonia e com um objetivo comum. É possível observar essa compreensão ao 
constatar que o êxito da execução de um número de côro, por exemplo, se 
estabelece na dependência direta da harmonia de seus executantes. 
Em relação ao repertório musical, as canções regionais e as músicas 
folclóricas trarão a consciência do grupo maior a que cada uma pertence, tornando 
fácil a integração social dessa criança nas comunidades mais amplas. Desta forma, 
a música fortifica a relação afetiva e social entre o bebê, a mãe e o ambiente em que 
ele vive. 
 Por volta dos seis meses a dois anos, o bebê está mais sociável e começa a 
imitar os contornos melódicos que o adulto executa. A partir dos 10º meses o bebê 
inicia a interação de forma mais intensa com outros nenéns. Daí a importância das 
brincadeirasmusicais de socialização para o desenvolvimento de noções de 
compartilhar, reconhecer o outro e de interagir. 
 Entre dois e três anos, os bebês estão preparados para participar de 
atividades com outros. Em atividades musicais, por exemplo, os bebês criam 
sentimento de pertencimento ao grupo e passam a compreender a importância da 
cooperação com os demais. 
 15 
 
 Por volta dos três e quatro anos, as crianças já distinguem, mesmo de 
forma limitada, o que é certo e errado e as opiniões que os outros têm sobre elas 
assumem importância dentro do seu íntimo. Atividades de sonorização de histórias, 
por exemplo, permitem fazer com que as crianças reflitam as atitudes dos 
personagens atribuindo juízos e desta forma, constroem valores sociais. 
Além da questão socializante, a prática musical contribui muito no 
desenvolvimento corporal da criança. É um instrumento intermediário nos processos 
pedagógicos e terapêuticos, trabalhando a socialização e o desenvolvimento do 
equilíbrio, lateralidade, coordenação motora, etc. BARRETO (2000), agrega a 
música ao movimento e liga este à aquisição do conhecimento. Constitui-se em uma 
linguagem que faz com que a criança cresça nessa interação-meio físico e social ao 
brincar, jogar, dançar; enfim, criando e imitando ritmos, ela estará se apropriando da 
cultura da sociedade que se encontra inserida. Segundo o autor, a música e o 
movimento quando trabalhados na escola, contribuem para que algumas crianças 
com dificuldades de aprendizagem possam se adaptar. Vejamos o que Barreto 
(2000, p.46) afirma: 
Sem sombra de dúvidas, viver corporalmente a música faz desabrochar a 
desinibição da criança inibida, equilibra a criança instável e melhora a 
coordenação da criança débil. A criança, ao se movimentar ao som da 
música, descobre o prazer de seu corpo se deslocando no espaço 
(preenchendo o espaço), libera suas tensões, melhora sua coordenação 
dinâmica e estimula sua percepção cinestésica (percepção esta, 
indispensável ao conhecimento do corpo.) 
 
O corpo deve ser visto em sua totalidade. É nele que são inseridas todas as 
tensões e emoções que caracterizam a evolução psicoafetiva de um ser. 
A aquisição da capacidade de andar (motricidade) representa grande 
conquista para a criança. Ao andar, a criança torna-se independente, pois passa a 
explorar e a pesquisar o mundo a sua volta com mais liberdade e extensão. Dessa 
forma, é essencial estimular o desenvolvimento corporal da criança através da 
música. Nesta idade, a criança gosta de rolar, pular, deitar, bater palmas, dançar, 
etc. Quando bem estimulada e explorada de forma lúdica e agradável para cada 
idade da criança, a música desenvolve a capacidade motora (o andar, o manipular), 
estimulando as noções de direita/ esquerda, atrás/ na frente, e o desenvolvimento da 
atenção, concentração, reação, dicção, entre outros. 
 16 
 
2.3 A música no desenvolvimento psicomotor 
 As atividades musicais podem proporcionar inúmeras oportunidades para o 
desenvolvimento motor da criança. O ritmo por exemplo, tem papel importante na 
formação e equilíbrio do sistema nervoso. Ele age sobre a mente, favorecendo a 
descarga emocional, a reação motora e contribui para o alívio das tensões. Através 
de atividades como cantar fazendo gestos, dançar, bater palmas, pés, permitem que 
se desenvolva o senso rítmico e a coordenação motora, ambos fatores importantes 
para o processo de aquisição da leitura e escrita. 
 
 
2.4 A música na aprendizagem escolar 
A música quando bem trabalhada proporciona uma importante fonte de 
estímulos e sensações para a criança. Promove a socialização na sala de aula, 
desenvolve a coordenação motora, expressão corporal, a linguagem oral e escrita e 
sua integração cultural. Desta forma, a música tem grande importância como 
instrumento facilitador do processo de ensino e aprendizagem da criança. Atividades 
musicais trabalham a coordenação motora, atenção, memorização e desta forma, a 
criança encontra meios de se expressar e manifestar, de se alegrar, de criar e expor 
suas potencialidades. 
Quando trabalhada desde cedo no contexto escolar, a música contribui de 
forma significativa no aprendizado e trabalho em equipe, visando o despertar para a 
sensibilização e conscientização das possibilidades que a música oferece ao 
crescimento dos alunos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 17 
 
3 HOWARD GARDNER: AUTOR DA TEORIA DAS INTELIGÊNCIAS 
MÚLTIPLAS 
 
Howard Gardner nasceu em 11 de julho de 1943 e cresceu na cidade de 
Scranton, Pennsylvania. Em setembro de 1961 ingressou no Harvard College no 
qual estudou história, sociologia e psicologia. Formou-se em Pós-graduação na 
London School of Economics e estudou filosofia e sociologia. Completando seu 
doutorado, teve a oportunidade de trabalhar com o neurologista Norman Geschwind. 
Psicólogo cognitivo e educacional norte-americano, ligado a Universidade de 
Harvard, Gardner produziu vários livros e outros como coautor, todos voltados no 
sentido de explicar e compreender o pensamento humano, no desenvolvimento e 
falhas das capacidades intelectuais humanas. Seu livro mais célebre é Frames of 
Mind (Estruturas da Mente), de 1983, no qual ele descreve sete dimensões da 
inteligência (inteligência lógico-matemática, linguística, interpessoal, intrapessoal, 
corporal-cinestésica, musical e espacial. Gardner propôs mais duas novas 
dimensões da inteligência: a inteligência naturalista e a inteligência existencialista. 
Segundo Antunes (2008, p.22) “A certeza da existência de diversas 
inteligências na pessoa humana não representa apenas novos conceitos sobre 
motivação e estímulos, mas principalmente um novo olhar sobre os seres humanos”. 
A aprendizagem é a capacidade do cérebro e do sistema nervoso de 
registrar, identificar e agir em função dos estímulos que registra. O elemento mais 
importante da aprendizagem é a inteligência. 
Há muito tempo, acreditava-se que cada pessoa possuía apenas uma 
inteligência, mas esta ideia foi modificada em 1985 por Howard Gardner quando 
alertou-nos de que em verdade possuímos múltiplas inteligências e não apenas uma 
inteligência geral. Antes da descoberta de Gardner, testes de QI serviam para 
qualificar quem era mais ou menos inteligente. Nos dias atuais isso já não é 
possível. Uma pessoa pode, por exemplo, se destacar em uma inteligência e mostrar 
fraco desempenho em atividades que demandam outras inteligências. 
Gardner apresenta as inteligências de duas formas. Algumas pessoas já 
nascem com determinadas inteligências por meio da genética. Todavia, experiências 
vividas pelo indivíduo contribuem para o desenvolvimento de algumas inteligências. 
Se uma pessoa, por exemplo, nasce com uma inteligência musical e as condições 
 18 
 
ambientais (escola, família, bairro) favorecerem estímulos para o desenvolvimento 
das capacidades musicais, há uma grande chance de esse indivíduo ser músico. 
A contribuição da teoria das inteligências múltiplas aponta que todos os 
indivíduos são inteligentes de diferentes maneiras e que suas inteligências serão 
reforçadas, desenvolvidas ou não, de acordo com os estímulos que receberem do 
ambiente/cultura que os cercam. 
Dentre as inteligências múltiplas citadas neste trabalho (lógico-matemática, 
linguística, interpessoal, intrapessoal, corporal-cinestésica, musical, espacial, 
naturalista e a inteligência existencialista) nos interessa abordar somente a 
inteligência musical. 
 
 
3.1 Inteligência Musical 
Em quase todas as culturas, sabe-se quais as crianças que “levam jeito” ou 
“dispõem de bom ouvido” para o canto ou para a música e com frequência, a 
inteligência musical é considerada um “talento”. 
Em primeiro lugar, talento é uma aptidão natural e jamais acreditemos que 
todos possuam um talento específico. Os que o apresentam se destacam dos 
demais. 
Em algumas pessoas esse talento se apresenta praticamente “pronto” não 
sendonecessário aperfeiçoá-lo. 
Com a inteligência é bem diferente. Todas elas existem em quase todas as 
pessoas e as que não possuem são reconhecidas por seus problemas de autismo 
ou deficiência neurológica congênita. Sabe-se que em algumas pessoas, este ou 
aquele tipo de uma ou mais inteligências pode ser mais acentuadas ou não, mas em 
todas, as inteligências se apresentam prontas para serem estimuladas. Portanto, a 
inteligência musical, assim como as demais, não pode ser confundida como talento. 
Conforme Antunes (2008, p.26) a inteligência sonora ou musical: 
É aquela expressa na capacidade em combinar sons e compor melodias, 
manifestando-se com esplendor em maestros, músicos, compositores ou 
mesmo em pessoas que se imaginam incapazes de cantar, mas cantarolam; 
em pessoas que não acreditam que possam compor uma valsa, mas não 
sabem fazer nada sem uma melodia a lhes acompanhar no radinho de pilha 
sempre ligado ou no iPod preso à orelha como tatuagem. Destacam-se 
nesse meio as pessoas com extrema sensibilidade para a entoação, o ritmo, 
a melodia e o tom. 
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Crianças com clara inteligência sonora adoram cantar, manifestam-se 
sensíveis ao som e a seus ambientes e buscam brinquedos sonoros, lembrando-se 
de ritmos e melodias. Algumas crianças manifestam-se com motivações expressivas 
para querer aprender a tocar algum instrumento musical ou fazem da música 
companheira de todas as horas. 
Interessante observar, no Japão, por exemplo, é bastante comum a criança 
desenvolver a alfabetização musical na Educação Infantil para despertá-la para uma 
nova dimensão de sua interação com o mundo e fazê-la capaz de expressar seus 
sentimentos e conhecimentos por meio do som. 
Pode-se concluir que a inteligência musical pode ajudar o indivíduo não só a 
entender, apreciar e aprender sobre a música, mas também a analisar o mundo que 
o cerca. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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4 OS JOGOS MUSICAIS E A CRIANÇA 
 
Antes do início da socialização, a criança brinca sozinha mesmo estando 
perto de outras crianças. A partir da socialização, os jogos coletivos tornam-se 
possíveis e ficam cada vez mais elaborados. A socialização permite que a criança 
não utilize seu instrumento musical sozinha e sim ao lado de outras crianças, 
escutando a si mesma e aos outros, esperando sua vez de cantar ou tocar, 
dialogando e expressando-se por meio da música. 
De acordo com Jeandot (1997, p.62-63) os jogos musicais podem ser de três 
tipos, que correspondem a três fases do desenvolvimento infantil: 
• O sensório-motor: envolve a pesquisa do gesto e dos sons. A criança poderá 
encadear gestos para produzir sons e ouvir música expressando-se 
corporalmente. A imitação é muito importante para o desenvolvimento 
sensório-motor; 
• O simbólico: consiste em jogos por meio dos quais a criança representa a 
expressão, o sentimento e o significado da música; 
• O analítico ou de regras: são jogos que envolvem a estrutura e a organização 
da música. 
Durante o trabalho com o ensino da música, JEANDOT (1997) notou 
algumas observações em crianças a partir de 2 anos de idade. Interessa-nos 
compreender a criança de até 4 anos de idade. Vale ressaltar que as 
características observadas podem variar de criança para criança de acordo com 
seu desenvolvimento. 
• 2 anos, a criança tem a capacidade de cantar versos soltos, pequenas partes 
de canções, quase sempre fora do tom. É capaz de identificar algumas 
melodias e cantores. 
• 3 anos, a criança já consegue reproduzir canções inteiras, mas continua fora 
do tom. Não possui tanta inibição para cantar em público. Identifica várias 
melodias e tenta tocar instrumentos musicais. Agrada-se em participar de 
grupos rítmicos: corre, pula, marcha conforme o compasso da música; 
• 4 anos, a criança avança no que diz respeito ao controle da voz. Participa 
facilmente de jogos simples, cantados. É capaz de criar pequenas canções 
durante a brincadeira. 
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4.1 Cantigas de roda 
As cantigas de roda são brincadeiras que se resumem na formação de uma 
roda e envolvem a participação de crianças, que cantam melodias folclóricas, 
executando ou não coreografias acerca da letra da música. As cantigas de roda 
também são conhecidas como cirandas. Representam grande importância para a 
cultura de um país. É por meio das cantigas de roda que se conhece costumes, 
festas típicas, comidas, brincadeiras, o dia a dia das pessoas, crenças. As letras das 
músicas são bem simples e trazem temas do universo infantil. Geralmente as 
canções são passadas de geração para geração. Vejamos o exemplo de uma 
cantiga de roda: 
 
Capelinha de melão 
Capelinha de melão 
É de São João 
É de cravo, é de rosa, 
É de manjericão 
São João está dormindo 
Não acorda, não 
Acordai, acordai, 
Acordai, João! 
 
 
 
 
 
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 4.2 Cantigas de ninar 
As cantigas de ninar, geralmente são utilizadas para embalar a criança e 
fazê-la adormecer. São utilizadas também para acalmar os bebês quando estão 
agitados. As cantigas mais conhecidas são “dorme neném” e o “boi da cara preta”. 
Nana neném 
Nana neném 
Que a cuca vem pegar 
Papai foi pra roça 
Mamãe foi trabalhar 
Desce gatinho 
De cima do telhado 
Pra ver se a criança 
Dorme um sono sossegado 
 
4.3 Parlendas 
Parlendas é um conjunto de palavras com temas infantis que são recitados 
em brincadeiras de crianças. Muito utilizadas em rimas infantis, pequenos versos, 
jogos, tem como objetivo a diversão, a memorização e a composição de uma 
brincadeira. As parlendas pertencem ao folclore brasileiro representando uma 
importante tradição cultural do nosso povo. Veja um exemplo de parlenda: 
 
Hoje é Domingo 
Pede cachimbo 
O cachimbo é de ouro, 
Bate no touro, 
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O touro é valente, 
Bate na gente, 
A gente é fraco, 
Cai no buraco, 
O buraco é fundo, 
Acabou-se o mundo. 
 
4.4 Trava-línguas 
O trava-língua é uma espécie de jogo verbal. Os participantes devem dizer 
com clareza, rapidez e sem tropeços, versos ou frases com sílabas difíceis de 
recitar, ou de sílabas formadas com os mesmos sons, mas em ordem diferente. 
Essa disputa em pronunciar corretamente as sílabas pode provocar no participante 
dificuldade de dicção ou paralisia da língua, mais conhecido como trava-língua. O 
trava-língua necessita de atenção, ritmo e agilidade oral dos participantes. Veja um 
exemplo: 
 
O rato roeu a roupa do rei de Roma, 
O rato roeu a roupa do rei da Rússia, 
O rato a roer roía. 
E a rosa Rita Ramalho 
Do rato a roer se ria. 
 
 
 
 
 
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CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
Com base no estudo realizado encontrou-se referência de vários autores 
sobre a contribuição da música no desenvolvimento da criança desde a fase 
intrauterina, quando o bebê é capaz de sentir quando sua mãe acaricia a barriga e 
também é capaz de ouvir sons externos como músicas e conversas. Após o 
nascimento e durante seu desenvolvimento, a criança consegue desenvolver pouco 
a pouco a apreciação sensorial. É capaz de gostar ou não de determinados sons e 
passa a reproduzi-los e a criar desenvolvendo sua imaginação. 
É importante que o educador estimule a criança pequena a desenvolver a 
linguagem por meio de práticas musicais com conteúdo criativo e que possibilitem 
novas aprendizagens. A aprendizagem que tenha como principal objetivo os 
aspectos técnicos da música é inútil e pode ser prejudicial para a criança. 
A escola deve oportunizar a convivência com diferentes gêneros musicais e 
fazer com que seus alunos façam uma análise reflexiva do que lhe é apresentado, 
tornando-os sujeitos mais críticos. Os verdadeiros trabalhos com práticas musicais 
despertam na criança o senso musical e a sensibilidade. 
Música é uma arte e seu real significado vem sendo esquecido. Nos dias 
atuais, as crianças e jovens escutam música e não adquirem consciência daquilo 
que se captou por meio dos ouvidos.Nem todas as crianças nascem obrigatoriamente com dotes artísticos, mas 
todas têm direito ao conhecimento da arte e a serem despertadas e encaminhadas, 
por cuidados especiais. Por esta razão, devem-se desenvolver qualidades auditivas 
e ter gosto pela música e contato com ela. 
Portanto, junto com o leitor e com base do que vimos e acompanhamos, 
podemos concluir que a música faz parte da vida do ser humano desde as primeiras 
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civilizações do planeta e sem a sua presença, o mundo se tornaria vazio e sem 
espírito. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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REFERÊNCIAS 
 
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BARRETO, Sidirley de Jesus.; SILVA, Carlos Alberto da. Contato: Sentir os 
sentidos e a alma: saúde e lazer para o dia a dia. Blumenau: Acadêmica, 2004. 
 
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Blumenau: Acadêmica, 2000. 
 
 
BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria de Educação 
Fundamental. Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil. Brasília: 
MEC/SEF, 1998. 
 
 
BRÉSCIA, Vera Lúcia Pessagno. Educação Musical: bases psicológicas e ação 
preventiva. São Paulo: Átomo, 2003. 
 
 
DISOTEO, M. I suono della vita. Roma: Metelmi, 2003. 
 
 
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São Paulo: Artmed, 2002. 
 
 
GARDNER, Howard. O cientista das inteligências múltiplas. Disponível em: 
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inteligencias-multiplas>. Acesso em: 07 Abril 2018. 
 
ILARI, Beatriz. A música na Educação Infantil. 2.ed. São Paulo: Peirópolis, 2003. 
 
 
JEANDOT, Nicole. Explorando o universo da música. São Paulo: Scipione1997. 
 
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Acesso em: 01 Abril 2018. 
 
 
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Barcelona: Labor,1957. 
 
TEIXEIRA, Fábio L.Fully; BARJA, Paulo Roxo. Percepção musical: efeitos 
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Congresso n Communication and Arts, São Paulo, p. 190-192,17 abr. 2011. 
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WEIGEL, Anna Maria Gonçalves. Brincando de Música: Experiências com sons, 
ritmos, música e movimentos na Pré-Escola. Porto Alegre: Kuarup,1988

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