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Desenvolvimento Cognitivo Leitura e Escrita e Raciocínio Lógico Matemático

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Desenvolvimento Cognitivo 
Objetivos 
Compreender o desenvolvimento da linguagem como fator importante para 
o desenvolvimento da criança. 
Percepção da linguagem como fenômeno cognitivo para o 
desenvolvimento da linguagem oral e escrita. 
 
Aquisição e Desenvolvimento da Linguagem 
Linguagem é um sistema de comunicação que envolve emissão de 
mensagem e sua compreensão por um receptor (LENT, 2001). 
A criança, ainda bebê, inicia sua comunicação expressando-se pelo olhar, 
expressão facial, sorriso, gestos. 
Aos poucos a criança desenvolve a capacidade de discriminação dos sons 
da fala. 
O surgimento da linguagem ocorre por diferenças no ritmo de 
desenvolvimento de cada indivíduo (estimulação da linguagem, condições 
emocionais, maturidade social, hereditariedade) (ZORZI, 1997). 
 
Áreas Cerebrais 
Cérebro – dois hemisférios com estruturas diferentes que operam em 
conjunto: 
 Hemisfério Direito – Conteúdos não verbais 
 Hemisfério Esquerdo – Conteúdos verbais 
 
Desenvolvimento da Linguagem (Fases): 
Pré-linguística: em que são vocalizados apenas sons pela criança, não há 
emissão de palavras. Segue presente até 11 ou 12 meses. Linguística: 
quando a criança começa a falar palavras isoladas. 
De Zero a 6 meses, como está a linguagem da criança? 
 Reação aos estímulos ambientais de modo reflexo. 
 Reação aos estímulos do ambiente com forma significativa. 
 Sorriso e choro. 
 Reações a vozes altas, principalmente às pouco conhecidas. 
 Observa mão e acompanha na direção de sons novos. 
 
E aos 8 meses? 
A criança é capaz de produzir alguns sons diferentes. Utiliza sons silábicos 
como “ba ba ba” “da da”. 
Aos 10 ou 11 meses. 
A criança já emite sons como “mama” “papa” “da”. Vocaliza sons quando 
manipula objetos. 
Dos 12 aos 18 meses. 
Já responde a comandos verbais sem pistas visuais como dar tchau, bater 
palmas ao ouvir cantar parabéns. Olha quando é chamada pelo nome. 
1 ano e meio a 2 anos de idade. 
A criança utiliza poucas palavras como “dá neném” “dá dede”. Responde 
“sim” e “não” e usa gestos com a cabeça ou dedinho para responder 
perguntas Já sabe falar cerca de 20 palavras. 
2 anos de idade. 
Já consegue dizer frases curtas com duas palavras Sabe o nome de objetos 
do dia a dia. Fala aproximadamente 200 palavras. 
3 anos de idade. 
É possível entender tudo o que a criança fala. Tem noção de “frente” e “trás”, 
conhece cores. Já consegue cantar pequenas canções. 
4 e 5 anos de idade. 
A criança inventa histórias, compreendem regras de jogos simples, forma 
frases completas Consegue lembrar situações passadas. Identifica letras de 
seu nome.. 
6 anos de idade. 
A criança tem noção temporal (manhã, tarde, noite) ontem e hoje Mantém 
uma conversa, tem interesse pela leitura e escrita, conta histórias com mais 
detalhes. 
 
Linguagem receptiva e linguagem expressiva 
Para que se efetue o processo de aquisição da linguagem é necessária uma 
relação intrínseca e recíproca entre: 
 RECEPÇÃO: O que se ouve e compreende. 
 EXPRESSÃO: Linguagem oral – capacidade de expressão – fala. 
Linguagem receptiva é responsável pela capacidade de compreender a 
palavra falada. 
Linguagem expressiva é a capacidade de se expressar, verbalmente ou 
não, após adquirir a compreensão da comunicação (SOARES, 2005). 
 
Desenvolvimento da linguagem 
Fatores intervenientes: 
 Variados contextos sociais; 
 Maturação neuropsicológica; 
 Desenvolvimento cognitivo; 
 Afetividade 
 
Cognição 
Tudo que se relaciona a aquisição, estocagem, recuperação e uso de 
conhecimento. 
São fenômenos cognitivos: Linguagem, percepção, atenção, memória, 
conceitos, crenças, raciocínio, emoções, tomadas de decisão, dentre outros. 
(Mousinho et al., 2008). 
 
Linguagem e Cognição 
Pensamos bastante por meio da linguagem, depois que desenvolvemos 
esta habilidade. A memória, a atenção e a percepção podem ter ganhos 
qualitativos com ela. Por exemplo, memorizamos melhor quando fazemos 
associações de ideias. Ela também ajuda na regulação do comportamento. 
Na infância, podemos observar o desenvolvimento da linguagem como 
apoio à cognição a partir dos dois anos, em média, principalmente por meio 
da forma como a criança brinca. 
Linguagem e comunicação 
O ser humano tem a intenção comunicativa, e pode comunicar-se de 
diversas formas diferentes, através de gestos, do olhar, de desenhos, da 
fala, entre outros. 
Assim, a estruturação da linguagem nos permite lançar mão de recursos 
cada vez mais sofisticados, a fim de aprimorar nossas possibilidades de 
comunicação (MOUSINHO et al., 2008). 
O desenvolvimento da linguagem inicia-se quando a mãe dá sentido, 
interpreta o choro, as ações, os sons e os gestos do bebê. 
A intenção comunicação existe nas mais diversas formas: Gestos, olhar, 
desenhos, fala entre outros. 
 
Aquisição da linguagem: 4 sistemas. 
 Pragmático - que se refere ao uso comunicativo da linguagem num 
contexto social; 
 Fonológico - envolve a percepção e a produção de sons para formar 
palavras; 
 Semântico - respeita as palavras e seu significado; 
 Gramatical - compreende as regras sintáticas e morfológicas para 
combinar palavras em frases compreensíveis. 
 
Linguagem; forma, conteúdo e uso. 
Forma: engloba a produção dos sons, como se emite o fonema, e também a 
estrutura da frase, se há todos os componentes e se a ordem é aceitável 
pela língua – níveis fonético-fonológico e morfossintático. 
Conteúdo: diz respeito aos significados, que podem estar na palavra, na 
frase ou no discurso mais amplo – nível semântico. 
Uso: refere-se ao uso social da língua; não basta emitir sons, estruturar uma 
frase e saber o significado, tem que adequar tudo isso ao contexto em que 
está sendo empregado – nível pragmático. 
 
 
 
Linguagem 
(...) É um conjunto arbitrário de símbolos utilizados para dar significado ao 
mundo e permitir a comunicação entre os indivíduos de uma espécie. 
(...) A linguagem é uma atividade cognitiva e comunicativa que se manifesta 
no comportamento da criança desde o primeiro ano de vida, por meio das 
suas ações sobre os outros e sobre o mundo. 
 
Áreas Cerebrais. 
 
 
 
 
A Escrita. 
A escrita tem sua origem quando o homem aprende a comunicar seus 
pensamentos, sentimentos, ideias por meio de signos compreensíveis por 
outros homens que sabem como funciona tal sistema de comunicação 
A escrita teve início com o desenho de imagens encontradas em cavernas 
que significavam o modo de comunicação da época. 
 
Fases da Escrita. 
 Fase Pictórica: Desenhos ou pictogramas, identificadores daquilo que 
se quer representar. Representações simplificadas dos objetos da 
realidade. Pintura rupestre. 
 Fase Ideográfica: São ideogramas, símbolos gráficos que 
representam uma ideia. 
 Fase alfabética: Utilização de letras para comunicar informações, 
ideias e pensamentos. 
 
A escrita: Função comunicativa 
A escrita tem função comunicativa e propicia o armazenamento e a 
transmissão de informações e conhecimentos, deixando perdurando na 
memória da humanidade feitos e realizações. 
É uma habilidade fundamental para a inserção social, difunde cultura, 
registra fatos históricos, e conceitos da humanidade. 
Significa a relação entre um signo verbal e um signo gráfico. 
Significa a relação entre palavra falada, seu significado interiorizado e a 
palavra escrita. 
 
Escrita e seus processos 
 Planejamento da mensagem. 
 Geração de ideias, organização e revisão do que se pretende 
comunicar. 
 Estruturação e construção sintática. 
 Organização do texto com inserção de palavras funcionais. 
 
Escrita: Fatores envolvidos em sua aprendizagem. 
 Relação entre letra e som (grafema e fonema). 
 Correspondência quantitativa entre letras e sons. 
 Variação na pronúncia das palavras. 
 Posição de cada uma das letras no espaço gráfico. 
 Direção da escrita (na língua portuguesa da esquerda para direita). 
 Linearidade (uma letra escrita após a outra). 
 
Componentes essenciais: 
Compreensão – Leitura 
 Produção – Escrita/grafia 
 Concentração, visão de mundo, criatividade e inteligência. 
 
Sistema de escrita: Traços comuns. 
 Traços contrastantes entre o fundo e a imagem da letra. 
 Pequeno repertório de formas de base – sua combinação gera sons, 
sílabas e palavras. 
 Os caracteres devem ser orientados no mesmo sentido, ou seja 
sequenciais. 
 Apresentam espaços entre as palavras para formação do texto. 
 Regularidade e correspondência unívoca e certas ambiguidades. 
 
Psicogênese da língua escrita. 
Emília Ferreiro e Ana Teberosky estabeleceram e definiram um percurso de 
desenvolvimento da escrita mesmo antes da escolaridade e ensino formal 
da leitura e da escrita. 
A escrita alfabética é construída pela criança e isso contribui para a 
compreensão da leitura. 
A Psicogênese da Língua Escrita apresenta hipóteses para construção da 
escrita. 
 
 
 
Psicogênese da linguagem escrita - Hipóteses/níveis 
 
1º nível – Pré-silábico – Escrita 
indiferenciada, não há distinção entre 
desenho e escrita – em geral são traços 
ondulados ou pequenos círculos para 
imitar a escrita. O tamanho da escrita 
está ligado ao tamanho do que está 
representando. 
Realismo nominal – Coisas grandes escrevem-se com mais letras e coisas 
pequenas com menos letras. Não há valor sonoro para a escrita realizada. 
 
2º nível - Pré-silábico - A forma de grafismo já está 
mais próxima das letras. Escrita diferenciada Surge a 
possibilidade de formas fixas, geralmente 3 caracteres. 
Ainda não há correspondência entre a escrita como 
representação da linguagem oral. 
 
3º nível - Silábico - A criança para a tentar atribuir 
valor sonoro às letras, cada letra vale por uma 
sílaba, podendo utilizar apenas consoantes ou 
apenas vogais. Já escreve seu nome com 
reconhecimento. 
 
4º nível – Silábico-alfabético - A criança descobre que a 
sílaba se escreve com mais de uma letra CV. 
 
5º nível – Alfabético - A criança já compreende o funcionamento do 
sistema alfabético. A escrita das palavras já é completa, embora por vezes 
com dificuldades ortográficas. 
Exemplo: Cabelo, Tassa (taça), Fugão (fogão). 
 
 
Linguagem escrita - Abordagem cognitiva. 
A escrita é uma habilidade complexa e que envolve diversos componentes: 
 ORTOGRAFIA – Codificação gráfica. 
 GRAFIA – Elementos motores (coordenação motora fina, 
planejamento da escrita, fluência). 
 COMPOSIÇÃO TEXTUAL/PRODUÇÃO TEXTUAL – Planejamento, 
construção de frases, parágrafos, revisão. 
 
Desenvolvimento da escrita - Estágios/Estratégias. 
LOGOGRÁFICO – Implica o reconhecimento das palavras por meio do 
desenho como um todo – A criança identifica de maneira global a palavra, 
não percebendo por vezes, a troca de letras 
FONOLÓGICO/ALFABÉTICO – A escrita passa a ficar sob controle dos sons 
da fala. A criança aprende o princípio da codificação na escrita (converter os 
sons da fala ouvidos ou apenas evocados em seus grafemas 
correspondentes). 
LEXICAL/ORTOGRÁFICO – A criança considera a palavra como uma 
unidade mínima e a escreve corretamente, partes da palavra podem 
identificadas diretamente. Também aprende que há palavras que envolvem 
irregularidade nas relações entre os grafemas e os fonemas. 
 
Linguagem escrita: A grafia. 
Ajuriaguerra (1988), afirma que a aquisição da escrita depende de níveis de 
desenvolvimento cognitivo, afetivo e motor e enfatiza o desenvolvimento do 
grafismo infantil dividido em três fases: 
 PRÉ-CALIGRÁFICA: a criança apresenta uma escrita inicial em que há 
uma evolução significativa da produção gráfica infantil, caracterizada 
inicialmente por traços e curvas deformados, tremidos e quebrados, 
passando a reprodução de letras mesmo que sem um tamanho 
uniforme. 
 CALIGRÁFICA INFANTIL: há uma melhora gráfica, a escrita torna-se 
mais rápida e regular, com melhor organização na folha, uso de 
margens e imitação de modelos. 
 PÓS-CALIGRÁFICA: escrita com características próprias do escritor. 
 
Escrita: Funções psicomotoras 
Escrever é uma habilidade complexa que compreende coordenação 
visomotora, processamento cognitivo de alto nível, habilidades perceptuais, 
sensação tátil e cenestésica, planejamento motor, organização espacial, 
controle temporal e integração da linguagem escrita (POLLOCK et al, 2009, 
p. 3). 
Funções psicomotoras: modulação do equilíbrio, lateralizarão, dominância 
homolateral, praxia fina (preensão correta do lápis no ato da escrita, 
orientação das letras no espaço, controle dos movimentos, firmeza e 
velocidade na escrita, tamanho das letras). 
O uso da escrita manual é uma competência importante. 
Para o domínio da habilidade da escrita é necessário à integração de 
componentes cognitivos e motores. 
 
Funções corporais contributivas para a escrita 
Habilidades visuais funcionais (capacidade de ver o mundo pelo que ele é): 
 Habilidades - Acuidade, Claro/Escuro, Visão Binocular 
 Impacto - Ver claramente o que está no papel; não há negligência de 
campo visual 
 
Funções Cognitivas Visuais Não Motoras (capacidade de “fazer sentido” 
daquilo que se vê): 
 Habilidades - Discriminação Visual, Figura-Fundo, Memória Visual, 
Fechamento Visual, Constância de Forma, Relações Espaciais 
 Impacto - Suporta a capacidade de ver com precisão: Perceber letras 
e palavras, Discriminar entre letras similares “b”, “d”, “p”, “q”, Recordar 
letras enquanto as formas. 
 
Funções Cognitivas Visuais Motoras (capacidade de escrever/copiar aquilo 
que se vê): 
 Habilidades - Copiar no papel o que vê Planejar a organização de 
trabalhos escritos 
 Impacto - Espaçar letras e palavras de forma apropriada. Organizar 
letras e palavras em relação a linhas e espaços 
Capacidade de integração sensorial e práxis: 
 Habilidade (1) - Discriminação tátil propriocepção. 
 Impacto (1) - Ajuste adequado do lápis na mão, manutenção da 
preensão adequada no lápis, preensão apropriada, formação de 
letras. 
 Habilidade (2) - Vestibular postural. 
 Impacto (2) - Capacidade de manter a cabeça erguida, postura para 
auxiliar a escrita, estabilidade proximal. 
 Habilidade (3) - Vestibular ocular. 
 Impacto (3) - Capacidade de estabilizar os olhos para copiar de um 
ponto longínquo. 
 Habilidade (4) - Coordenação Bilateral. 
 Impacto (4) - Estabilização do papel com a mão não dominante. 
 
Controle Neuromotor. 
 Habilidade – Sinergias musculares, tônus. 
 Impacto – Tônus adequado, força e resistência adequadas. 
 
Atenção à escrita 
Tanto na captura de informação visual daquilo que será escrito ou copiado, 
como na produção do traçado da escrita e produção textual, a atenção é 
fator importante para realização da tarefa. 
A atenção viabiliza o processamento da informação, pensamentos ou 
produção de ações motoras. 
A linguagem oral e a linguagem escrita são práticas que utilizam o mesmo 
sistema linguístico. 
A escrita é uma tarefa funcional necessária para a comunicação. 
Também é uma habilidade complexa que demanda coordenação 
visomotora, modo de preensão, processamento cognitivo e planejamento 
para escrita textual. 
 
 
 
Alfabetização 
Processo de aquisição do código escrito, das habilidades de leitura e de 
escrita. (SOARES, 1985) 
Compreende o aprendizado do alfabeto e de sua utilização como código de 
comunicação, definida como um processo no qual não se resume apenas à 
aquisição de habilidades mecânicas (codificação e decodificação) do ato de 
ler, mas da capacidade de interpretar, compreender, criticar, ressignificar e 
produzir conhecimento (MOTA, 2011) 
 
Métodos de alfabetização 
Aspectos ao ponto de partida. 
 SINTÉTICO - Os procedimentos iniciam da “parte” para o “todo”, as 
unidades menores servem de ponto de partida (letras, sons das 
letras, sílabas) para se chegar a unidade de significado 
(palavra/texto). 
 ANALÍTICO - Os procedimentos iniciam com a apresentação das 
unidades de significado (palavras, frases ou textos), ou seja do “todo” 
para a “parte”. 
 
Aspectos à unidademínima de análise entre fala e escrita. 
 GLOBAL - Tem como princípio o ensino do todo para as partes. Lê-s a 
palavra em um contexto, frase, pequeno texto. 
 SILÁBICO - A sílaba é a unidade principal. Apresenta-se ao aluno as 
sílabas "simples" (com duas letras) e, em seguida, as "complexas" 
(com mais de duas letras. 
 FÔNICO - O fundamental é ensinar a relação entre som e escrita. 
Inicia-se ensinando os sons das vogais e, em seguida, das 
consoantes. Fonemas e Grafemas 
 
Aspectos ao tipo de estimulação sensorial ativa, engajada e intencional 
 MULTISSENSORIAL - São utilizados estímulos sensoriais.Tátil, 
sinestésico, Estimulação fonoarticulatória, Audição e visão. 
 TRADICIONAL - São utilizadas visão e audição. A criança vê a escrita e 
ouve o seu correspondente oral. 
 
Classificação dos métodos da alfabetização - Sintese 
 SINTÉTICO - Os procedimentos iniciam da “parte” para o “todo”: 
Silábico, alfabético e fônico. 
 ANALÍTICO - Os procedimentos iniciam do “todo” para a “parte”: 
Palavração, sentenciação e Global. 
 
Alfabetização: História. 
1º momento (1876 a 1890) – Disputa entre defensores do então ‘novo 
método’ da palavração e o dos ‘antigos’ métodos sintéticos (alfabético, 
fônico, silábico); 
2º momento (1890 a meados de década de 1920) – Disputa entre 
defensores do então ‘novo’ método analítico e o dos ‘antigos’ métodos 
sintéticos; 
3º momento (meados dos anos de 1920 a final da década de 1970) – 
Disputa entre defensores dos ‘antigos’ métodos de alfabetização (sintéticos 
e analíticos) e os dos então ‘novos’ testes ABC para verificação da 
maturidade necessária ao aprendizado da leitura e escrita, de que decorre a 
introdução dos ‘novos’ métodos mistos; 
4º momento (meados da década de 1980 a 1994) – Disputa entre os 
defensores da então ‘nova’ perspectiva construtivista e os dos ‘antigos’ 
testes de maturidade e dos ‘antigos’ métodos de alfabetização (MORTATTI, 
2008, p. 95-96); 
A partir de 1997 – Implantação dos Parâmetros Curriculares Nacionais pelo 
MEC, onde a ênfase está no aprendiz, a criança elabora hipóteses e constrói 
seu conhecimento. Há utilização do Método Global ou Ideovisual (método 
analítico); 
Século XXI – Novas pesquisas à luz da psicologia cognitiva têm sido 
realizadas e propostas de alfabetização segundo essa abordagem estão 
sendo implementadas. 
 
Alfabetização – O Processo, 
A criança precisa aprender o mecanismo básico de que a escrita mapeia a 
fala e como se deve ler e escrever e assim, chegar na proficiência. 
Compreender o princípio alfabético, o que significa? 
A identificação de uma notação escrita é anterior ao domínio do processo 
de escrever: o leitor iniciante sabe que é uma escrita, que não é um 
desenho, mesmo sem saber escrever. 
Ter a compreensão de que na escrita alfabética todas as palavras são 
representadas por combinações de um número limitado de símbolos 
visuais, as letras, e que estas codificam os fonemas, requer da criança um 
nível de raciocínio conceptual bastante sofisticado. 
A criança terá que ter uma ideia geral do que fazer para se ler e da estrutura 
do código escrito, para conseguir praticar, de uma forma integrada, todo o 
conjunto de operações inerentes à destreza da leitura. 
No entanto, a construção, por parte da criança, de uma representação 
alfabética da escrita é uma tarefa conceitual de enorme complexidade, a 
qual deriva do fato de a criança tem que ser capaz de articular 
competências relativas à análise explícita das palavras nos seus segmentos 
fonêmicos com conhecimentos relativos aos nomes das letras. 
A criança necessita entender a relação estabelecida entre fala e escrita e 
conhecer o sistema de regras da escrita. 
A fala, a leitura e a escrita não podem ser consideradas como funções 
autônomas e isoladas, mas sim como manifestações de um mesmo sistema, 
que é o sistema funcional. 
Estas resultam do harmônico desenvolvimento e da integração de várias 
funções que servem de base ao sistema funcional desde o início de sua 
organização 
Para que a leitura e a escrita sejam iniciadas, faz-se necessária a prontidão 
para o processo de alfabetização, ou seja, o preparo depende de uma 
complexa integração de processos neurológicos e do desenvolvimento de 
habilidades básicas. 
 
Prontidão para alfabetização. 
 PERCEPÇÃO – Visual, auditivo, tátil, olfativo e gustativo. 
 ESQUEMA CORPORAL. 
 LATERALIDADE – Preferência neurológica que se tem por um lado do 
corpo, no que se refere a mão, pé, olho e ouvido. 
 ORIENTAÇÃO ESPACIAL E TEMPORAL – Noções de posição. 
 COORDENAÇÃO VISOMOTORA – Integração entre os movimentos do 
corpo (globais e específicos e a visão) - Coordenação motora global e 
fina. 
 RITMO – Noção de duração e sucessão, no que se refere à percepção 
dos sons no tempo. 
 ANÁLISE E SÍNTESE VISUAL E AUDITIVA – Habilidade que a criança 
precisa ter de visualizar o todo, dividi-lo em partes e depois juntá-las 
para voltar ao todo. 
 HABILIDADES VISUAIS – Discriminação de semelhanças e diferenças, 
de formas e tamanhos, desenvolver a percepção figura-fundo e a 
memória visual. 
 HABILIDADES AUDITIVAS – Discriminação auditiva de sons. 
 MEMÓRIA CINESTÉSICA – Capacidade de retenção dos movimentos 
motores necessários à realização gráfica. 
 LINGUAGEM ORAL – Ampliação do repertório vocabular verbal. 
 
SENSORIAL 
 INTEGRIDADE SENSORIAL - Estar com os sentidos em sua plenitude 
de funcionamento 
 INTEGRAÇÃO SENSORIAL - Processo neurológico que organiza as 
sensações do próprio corpo e do ambiente e torna possível a 
utilização do corpo de forma eficaz no ambiente. 
 
Níveis de desenvolvimento do processo de alfabetização. 
O processo de alfabetização tem objetivo que ler é compreender, e o 
objetivo de escrever é comunicar, aprender a ler e escrever, ocorre quando 
o aluno adquire o nível de fluência necessário para ter um mínimo de 
autonomia na leitura e escrita. 
Para o processo de alfabetização, há necessidade do ensino de 3 
competências em níveis progressivamente mais elaborados: 
Nível 1 - Decodificar, isto é, produzir o som da palavra indicado pelas letras. 
 COMPETÊNCIA DE ESCRITA: Caligrafia: escrever de forma legível e 
com fluência. 
Nível 2 - Identificar automaticamente a palavra. 
 COMPETÊNCIA DE ESCRITA: Ortografia: escrever respeitando regras 
ortográficas. 
Nível 3 - Ler com fluência. 
 COMPETÊNCIA DE ESCRITA: Sintaxe: escrever frases com sentido e 
ordenação adequada 
 
Habilidade metalinguística e alfabetização. 
Reflexão consciente sobre os diferentes níveis do sistema linguístico. 
Consciência explícita das estruturas linguísticas. 
Expressão que nomeia diferentes tipos de habilidades para segmentar e 
manipular as diversas unidades que constituem a fala (palavras, sílabas e 
fonemas); para separar as palavras de seus referentes (diferenciação entre 
significado e significante); para perceber semelhanças sonoras entre 
palavras e para julgar a coerência semântica e sintática dos enunciados. 
Habilidade Metalinguística é a capacidade de pensar a própria língua. 
 
Consciência fonológica. 
Habilidade de refletir e manipular os segmentos da fala 
Operar com rimas, aliteração, sílabas e fonemas (contar, segmentar, unir, 
adicionar, suprimir, substituir e transpor) 
Exemplos de atividades: 
 O navio está levando um melão (mamão, sabão, cão, pão, avião...) 
 Na casa tem um sapato (rato, pato, gato, retrato...) 
 
Consciência sintática. 
Habilidade de refletir e manipular mentalmente a estrutura gramatical das 
sentenças. 
A consciência sintática possibilita que as crianças focalizem as palavras 
enquanto categorias gramaticais e sua posição na frase, o que, por sua vez, 
aumenta sua capacidade de identificação e produção de palavras escritas. 
Identificar e refletir sobre a organização dos elementos linguísticos na frase. 
Exemplo de atividade: Correção gramatical: Cinderela é feio. Ontem eu 
comemos bife. Refrigerante o bebi eu. Anita gosta de sorvete. 
 
Consciência morfológica.Habilidade de manipular e refletir sobre as estruturas morfológicas da 
língua. 
Capacidade de refletir sobre o significado das palavras e seu processo de 
formação. 
Exemplo de atividade: 
 Qual a palavra escondida em TRISTEZA? (triste – morfema base). 
SONHADOR? (sonho ) 
 Palavras da mesma família – CASA (casinha, casarão, casebre, 
casario...). CANTAR (cantava, cantaria, cantor, canto,...). Analogia de 
palavras – CABELO, cabeleireiro, cabeleira. DANÇAR – dançava, 
dançarina, 
 
Como se dá a leitura? 
A leitura está baseada no reconhecimento dos símbolos (letras/grafemas) 
que representam unidades que formam palavras no sistema de escrita. 
Reconhecimento de que cada unidade escrita corresponde a uma unidade 
sonora (fonema). 
O processo de leitura é dependente: da decodificação de palavras; da 
fluência; e da compreensão escrita. 
 
Compreensão do princípio alfabético - Fatores. 
 Consciência da possibilidade de segmentação da língua falada em 
unidades distintas. 
 Consciência de que as unidades podem repetir-se em diferentes 
palavras. 
 Conhecimento da correspondência grafofonêmica. 
 
 
Leitura. 
O sistema de leitura é construído de modo progressivo com base na 
capacidade de transformar letras em sons, bem como na habilidade de 
refletir sobre a linguagem, como dito anteriormente sobre habilidades 
metalinguísticas, até chegar à compreensão textual. 
Conjunto de processos perceptivos que permitem com que o sinal gráfico 
(letra) deixe de ser obstáculo à compreensão da mensagem escrita. 
Dahaene (2012) assevera que todo processo de leitura é iniciado na retina, 
na fóvea, região central da retina do olho onde se forma a imagem que será 
transmitida ao cérebro. 
A leitura é feita por sacadas oculares, que são capazes de ler cerca de sete 
a nove letras em uma fixação de olhar. 
A leitura é uma habilidade que se aprende, logo, a criança não nasce com 
ela. 
Para a leitura eficiente é necessário analisar desde os traços que constituem 
as letras e a direção desses traços (vertical ‒ horizontal) até a diferença 
entre esquerda e direita. 
Exemplo: “p”, “b”, “q” e “d” são grafemas constituídos pelos mesmos traços, 
porém em direções diferentes. Na leitura, são traços aparentemente 
insignificantes, mas apontam valores sonoros diferentes. Por isso, 
dependendo do traçado no papel, apontam para escrita e leitura de 
palavras diferentes como pato/bato/dato. 
Exemplos de atividades que podem favorecer a percepção da diferença 
entre traços: linhas, curvas e retas e a direção desses traços. Riscar as letras 
com o dedo na areia. Desenhar no ar os traços para que a criança descubra 
a letra. Reproduzir o traçado das letras com massa de modelar. Descobrir as 
letras pelo tato. 
Na leitura, além do reconhecimento da palavra, supõe-se a compreensão 
do texto lido, processo cognitivo igualmente complexo. O reconhecimento 
das palavras é condição necessária, porém insuficiente para compreensão 
de um texto (ALÉGRIA, LEYBAERT e MOUSTY, 1997), até porque a 
compreensão da leitura requer capacidades cognitivas, como inferências. 
(BRAIBANT, 1997). 
 
 
Modelo de dupla-rota (Ellis e Young 1988) 
Neste modelo de processamento da informação e leitura, ocorrem os 
processamentos fonológicos e lexicais. 
 Rota lexical - O reconhecimento da ortografia da palavra frequente e 
familiar permite o acesso direto ao significado armazenado na 
memória semântica a partir das letras impressas. 
 Rota fonológica - O reconhecimento da palavra supõe a 
transformação das unidades ortográficas em sons, a conversão 
grafema fonema, havendo um acesso indireto ao significado, já que é 
mediado fonologicamente. 
 
Processo de Leitura por estágios – Frith (1985). 
 Logográfico - Reconhecimento instantâneo de palavras familiares. As 
principais características gráficas atuam como pistas importantes 
nesse processo, e a ordem dasletras pode ser, em grande parte, 
ignorada. 
 Alfabético/fonológico - A ordem das letras e os fatores fonológicos 
desempenham um papel crucial. O princípio alfabético é uma 
habilidade analítica que envolve o conhecimento do alfabeto, o 
domínio metafonológico e a relação entre eles, permitindo que o 
leitor pronuncie palavras novas e sem sentido. 
 Ortográfico/lexical - Análise instantânea de palavras em unidades 
ortográficas sem conversão fonológica, permitindo a leitura de 
palavras irregulares. O acesso à palavra na memória e sua 
significação ocorrem graças a uma análise linguística que obedece a 
certas regras. 
 
Fatores que influenciam o reconhecimento de palavras. 
1. Familiaridade – As palavras já conhecidas são mais facilmente 
percebidas que aquelas desconhecidas ou pseudopalavras (palavras 
falsas). 
2. Frequência – Palavras de alta frequência no vocabulário de uma 
criança são mais facilmente reconhecidas que as de baixa frequência. 
3. Idade de aquisição – Palavras aprendidas cedo na vida podem ser 
reconhecidas mais facilmente. 
4. Repetição – Quanto mais vezes uma palavra for usada, mais fácil será 
a sua leitura. 
5. Significado e contexto – Palavras relacionadas são lidas mais 
facilmente, bem como aquelas que estão em harmonia com o 
contexto no qual estão inseridas. 
6. Regularidade de correspondência entre ortografia e som – Palavras 
em que há consistência entre ortografia e pronúncia são lidas mais 
rapidamente que aquelas em que essa relação é inconsistente. 
 
Compreensão de texto. 
A compreensão de leitura requer habilidades linguísticas e capacidades 
cognitivas como a elaboração de inferências linguísticas, conhecimento do 
vocabulário, da sintaxe, entre outras, bem como memória de trabalho, 
decodificação, vocabulário, metacognição, capacidade de realizar 
inferências. (BRAIBANT ,1997) 
Para compreensão leitora, vários processos cognitivos devem atuar de 
modo integrado: Processamento da palavra individualmente. Identificação e 
acesso a representações fonológicas, ortográficas e semânticas. 
Processamento e conexão de ideias para construção da compreensão 
“Para haver compreensão em leitura faz-se necessário o uso de habilidades 
cognitivas que envolvem a realização de inferências do conteúdo lido, o 
domínio linguístico e semântico e o conhecimento do vocabulário.” 
(OLIVEIRA; LÚCIO; MIGUEL, 2016) 
Na compreensão do texto, a representação mental precisa ser construída 
de modo ativo pelo sujeito, porque a construção de uma representação 
mental significativa exige que o sujeito tenha um conhecimento prévio 
sobre o assunto e um conjunto de crenças, motivações ou atitudes em 
relação a ele. 
O foco para compreensão são o conhecimento de mundo do leitor, os 
elementos textuais e a coordenação de componentes de forma e conteúdo. 
 
3 níveis de representação do discurso. 
1. A estrutura de superfície (palavras e sintagmas utilizados no texto), na 
qual há preservação das palavras exatas e da sintaxe das orações. 
2. O conteúdo semântico local (microestrutura), que abrange detalhes 
menos relevantes, correspondendo às representações semânticas 
(proposições) estabelecidas para sentenças ou sequências de 
sentenças. É responsável pela organização sequencial e pela 
coerência do discurso e o conteúdo semântico global 
(macroestrutura) que abarca as ideias essenciais do texto. Refere-se 
ao significado global do discurso, implicando as relações explícitas e 
implícitas entre suas proposições. 
3. O modelo de situação, que é uma representação mental daquilo que 
é explicitamente mencionado ou inferencialmente sugerido no texto. 
(KINTSCH e VAN DIJK, 1978, citado por MENDES, 2015, p.19-20) 
 
Processo de compreensão de texto - Fases (Kintsch, 1998). 
 Fase de construção: trata da construção de um modelo mental de 
acordo com o significado das palavras e das proposições do texto. 
 Fase de integração: mesmo sendo de natureza local, constitui-se de 
forma global quando novas informações vão integrando-se à 
composição do texto. 
 Macroestrutura (inferências a partir do texto): Trata de uma 
composiçãode significados que possibilita a identificação dos 
elementos fundamentais do texto. Permite capturar o enredo do texto 
e sua estrutura global. 
 Microestrutura (vocabulário e gramática): Tornam possível o início 
da compreensão textual, visto que os significados das palavras 
devem ser combinados formando unidades de ideias que se 
relacionam numa rede de conexões. 
 
Compreensão de leitura. 
É dependente da ativação de relevantes conhecimentos que estão 
relacionados ao desenvolvimento do vocabulário, da linguagem oral, das 
habilidades linguísticas, das habilidades de memória, da capacidade de 
realizar inferências e da experiência de mundo de cada indivíduo. 
A extração de significado se realiza a partir das estruturas sintáticas e 
consiste em determinar os papéis do agente da ação, do objeto da ação, do 
lugar em que ocorre a ação, etc. 
As inferências são necessárias para a extração do significado. 
Também são necessárias no processo de integração da informação na 
memória, porque é necessário identificar com o que a informação prévia 
deve se conectar. (OLIVEIRA e CAPELLINI, 2014) 
A compreensão leitora caracteriza um processo mental no qual a 
informação provida pelo texto é sintetizada e integrada pelo leitor ao seu 
conhecimento prévio 
 
Estratégias de leitura. 
Técnicas ou métodos que os leitores usam para adquirir a informação ou, 
ainda, procedimentos ou atividades escolhidas para facilitar o processo de 
compreensão em leitura. 
As estratégias de leitura também auxiliam no estudo, favorecendo a 
obtenção de um nível de compreensão melhor. 
Exigem participação ativa do leitor. 
Sugestões de atividades para desenvolvimento da compreensão de leitura: 
Focar a atenção nas ideias principais. Perguntar qual foi o entendimento. 
Relacionar o conhecimento prévio com nova informação. 
 
Estratégias de leitura (KLEIMAN, 2004; SOLÉ, 2007; SMITH, 1999) 
 Elaborar hipótese de leitura. 
 Estabelecer objetivos de leitura. 
 Buscar os significados de palavras desconhecidas, levando em 
consideração o contexto. 
 Verificar se a compreensão ocorre, utilizando areleitura e a reescrita. 
 Elaborar inferências. 
 Perceber e compreender o que e por que tem de ler. 
 Identificar o tema e a ideia principal. 
 Elaborar resumo do texto. 
 Avaliar atitudes de personagens, refletir sobre o texto. 
 
Estratégias de leitura (SOLÉ, 1998) 
Estratégias antes da leitura 
 Motivação. 
 Definição de um objetivo. 
 Ativação de conhecimentos prévios. 
 Previsões sobre o texto. 
 
Estratégias durante a leitura 
 Fluência na leitura. 
 Autorregulação. 
 Autoavaliação. 
 Inferência. 
 Predição. 
Estratégias após a leitura 
 Identificação da ideia principal. 
 Sumarização. 
 
Leitura – Estrutura Neurológica 
As estruturas encontram-se principalmente no hemisfério esquerdo do 
cérebro. 
 
A ‒ Área visual primária, 
situada nos lobos occipitais de 
ambos os hemisférios, que é 
ativada inicialmente durante a 
visualização da palavra a ser 
lida. 
B ‒ Porção posterior do giro 
temporal superior e dos giros 
angular e supramarginal, que são ativados principalmente durante o 
processo de análise fonológica de uma palavra, ou seja, na segmentação 
das unidades que a compõe. 
C ‒ Junção dos lobos temporal (mais inferiormente) e occipital, que são 
considerados áreas secundárias da visão, destacando-se mais 
especificamente os giros lingual e fusiforme, além de partes do temporal 
médio, que são ativados principalmente durante o ato da análise visual da 
palavra, permitindo uma interpretação direta da palavra, ou seja, é efetuada 
uma transferência direta da análise ortográfica para o significado. 
D - Área de Broca, participando no processo de decodificação fonológica. 
Está no córtex pré-frontal ventrolateral. 
 
Fundamentos histórico-culturais para o ensino da matemática. 
Por que o psicopedagogo precisa conhecê-los? 
A disciplina Cognição e Desenvolvimento do Raciocínio Lógico-Matemático 
tem como foco o estudo das questões educacionais relacionadas à 
aquisição dos elementos matemáticos necessários à compreensão e práxis 
do psicopedagogo. 
 Saber a dificuldade cognitiva lógico-matemática. 
 Fantasma (medo da matemática). 
 Você já se curou desse medo? 
 Traumas da infância. 
 A origem da linguagem matemática. 
 Orientar os docentes. 
 O ser humano é único. 
 
Como os povos primitivos contavam? 
OSSOS 
 
Foi encontrado um osso com 55 incisões 
profundas. Os riscos estavam dispostos em 
grupos de cinco. Isso há mais de 30 mil anos! 
 
 
PEDRAS 
 
Há muito tempo atrás, o pastor soltava suas ovelhas no pasto. 
 
Para saber quantas ovelhas tinha, ele fazia o seguinte: a cada ovelha do seu 
rebanho ele associava uma pedrinha e a guardava num saquinho. 
 
Quando ia recolher o rebanho, retirava uma pedrinha do saco para cada 
ovelha que encontrava. Assim, cada pedrinha retirada correspondia a uma 
ovelha. 
 
No final da contagem, se sobrasse pedrinha no saquinho, era porque 
alguma ovelha havia se extraviado. 
 
 
 
 
CORDAS 
 
Os homens não usavam apenas pedrinhas em contagens: eles também 
registravam números fazendo nós em cordas. 
 
Sistema de numeração egípcia. 
 
O sistema de numeração adotado pelos egípcios era baseado no numero 10. 
 
 
 
Para descobrirmos a origem dos números, é necessário conhecermos 
um pouco da história da humanidade. 
 
O número foi criado pela necessidade de registrar quantidades de objetos 
concretos e não pela necessidade de facilitar o desenvolvimento abstrato 
da aritmética. Tudo começou na Babilônia. 
 
Atualmente, ainda existem homens incapazes de conceber qualquer 
número abstrato e que não sabem nem que dois e dois agrupam-se em 
quatro. 
 
Um exemplo disso são as inúmeras hordas primitivas, tais como: o caso dos 
Zulus e dos Pigmeus na África, dos Arandae e dos Kamilarai, da Austrália, 
segundo Eves (2004). 
 
As civilizações e seus sistemas de numeração 
 
Os sumérios, povo que habitava uma região que hoje corresponde ao 
Iraque, registravam suas informações contábeis sobre placas de argila. 
Essa escrita foi de forma cuneiforme, ou seja, com uma grafia angulosa feita 
com instrumento pontiagudo. 
 
De acordo com os estudos realizados, alguns historiadores chegaram à 
conclusão que o sistema de numeração deles era aditivo e sexagesimal, ou 
seja, realizado na base 60, o que contribui até os dias de hoje na contagem 
do nosso tempo cronológico. 
 
 
 
Sistema de numeração 
dos babilônios 
herdados dos sumérios 
 
Este é um exemplo de um 
sistema posicional. 
Os babilônios não tinham um 
dígito para o valor zero. 
Em seu lugar, era deixado 
um espaço vago para 
representar o “nada”. 
 
 
 
 
Sistema de numeração chinesa 
– Sistema Números Floridos 
 
Nesse sistema, a base é decimal e 
possui símbolos específicos para os 
números de 1 a 9 e para as potências 
da base 10 até 10.000. 
A leitura era realizada na vertical. 
Esse sistema recebe o nome de 
Sistema Números Floridos, sendo 
utilizado até os dias de hoje. 
 
 
 
 
 
 
Antigo sistema de contagem do povos peruanos - Quipus. 
 
Os antigos povos peruanos se 
utilizavam do sistema de 
contagem QUIPUS: um conjunto 
de cordas com nós, um sistema de 
base decimal, distribuído em casas 
decimais em linhas verticais, 
sendo que a ordem das casas 
decimais decresce de cima para 
baixo de acordo com o número 
representado. 
As casas vazias representam o 
zero. 
 
 
Parâmetros Curriculares Nacionais – PCN 
 
 Mostrar a importância da notação simbólica (linguagem) na 
constituição das formas e estruturas matemáticas, no processo 
histórico de construção dos objetos matemáticos por diferentes 
culturas. 
 Contribui para a contextualização da matemática, já que muitos de 
seus conceitos surgiram por necessidade de outras ciências. 
 
 
A descoberta do Número zero (0). 
 
Finalmente, em 500 d.C., surgiu um sistema numérico que incluía um 
símbolo para zero. 
 
Os números foram criados do 1 ao 9 e somente depois foi aceito o númerozero para representar a ausência de quantidades no sistema decimal. 
 
A criação de um símbolo para o nada, ou seja, o zero foi uma das grandes 
invenções dos hindus. 
 
Nos mil anos seguintes, os numerais hindu-arábicos se espalharam em 
popularidade. Eventualmente, eles adotaram a escrita latina e se 
transformaram nos dígitos que conhecemos hoje como: 0, 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 
9. 
 
Reflexão 
 
 O ensino de Matemática costuma provocar duas sensações 
contraditórias, tanto por parte de quem ensina, como por parte de 
quem aprende: 
o De um lado, a constatação de que se trata de uma área de 
conhecimento importante. 
o De outro, a insatisfação diante dos resultados negativos 
obtidos, com muita frequência, em relação à sua 
aprendizagem. 
 
A matemática está presente em nosso dia a dia de tal forma que não 
podemos, não devemos e, certamente, não queremos nos distanciar dela. 
 
As funções mais rotineiras de nossa vida têm sido realizadas por 
computadores: desde uma conta até o controle de nosso dinheiro no banco, 
nosso pagamento de salário e muitas outras atividades são controlados por 
máquinas que, por sua vez, são apoiadas na matemática. 
 
 
Visão platonista 
 
 Manifesta-se por meio da apresentação dos objetos ideais e das 
relações verdadeiras que existem entre eles. 
 Nesse caso, aos alunos cabe compreender tais objetos e 
proposições, ou seja, essa perspectiva supõe uma sala de aula na 
qual os alunos assumem uma postura passiva, diante de aulas 
expositivas durante as quais os conhecimentos matemáticos são 
expostos como verdades incontestáveis. 
 
Visão formalista 
 
 Pode ser observada quando o professor parte de um exemplo 
familiar para os alunos e procura abstrair dali os conteúdos 
matemáticos para sistematizá-los. 
 A organização do currículo de forma linear, cada conteúdo precedido 
de seus pré-requisitos, também mostra essa influência, assim como o 
trabalho com ênfase em aplicações de fórmulas e repetição de 
procedimentos. 
 
 
 
Visão intuicionista 
 
A visão intuicionista da matemática está presente na sala de aula quando o 
professor apresenta o conhecimento como fruto de inspirações de alguns 
poucos gênios das ciências, fato este que pode contribuir para reforçar uma 
crença de que a matemática é um conhecimento inatingível para as pessoas 
comuns por apresentar demasiada complexidade. 
 
Movimento da Matemática Moderna no Brasil 
 
Nas décadas de 1960 e 1970, o ensino sofreu forte influência do Movimento 
da Matemática Moderna, sendo que no Brasil essa influência também 
predominou. 
 
Esse movimento tinha como foco a formação do pensamento científico e 
tecnológico, com o propósito de modernizar o ensino da matemática. 
Diagnóstico psicopedagógico 
Todo diagnóstico psicopedagógico é uma investigação do que não vai bem 
com o sujeito nas áreas afetiva, cognitiva, social e motora. 
É uma investigação que possui especificidade própria, pois se pretende 
descobrir a forma de aprender desse sujeito e onde estão os obstáculos e 
desvios que impedem o sujeito de crescer na aprendizagem. 
Para se chegar aos possíveis diagnósticos ou hipóteses diagnósticas, é 
necessária uma avaliação inicial. Para uma avaliação é muito importante a 
escolha, organização e sistematização dos instrumentos e os materiais que 
serão utilizados. 
Precisamos de tudo isso para propor uma intervenção mais diretiva, 
assertiva, que contribua com o progresso do sujeito. 
Devemos avaliar as competências necessárias para aprendizagem da 
matemática 
 Leitura e escrita dos números. 
 Identificar quantidades. 
 Sequências numéricas crescentes e decrescentes. 
 Comparação de grandeza numérica (maior e menor). 
 Cálculos armados e a serem armados. 
 Resolução de problemas matemáticos. 
Temos de observar como a criança constrói sua lógica operatória, e, 
consequentemente, as estruturas mentais dos números e das operações. 
Na educação infantil, espera-se que a criança tenha desenvolvido: 
 Processamento verbal da informação; 
 Compreender instruções: um de cada vez ou um, dois… o que falta, o 
que está a mais, …; 
 Compreender quantidades (alguns, muito, nenhum, pouco, todos, 
quantos sobraram, não há mais, o que restou…); 
 Correspondência um a um; 
 Categorizar: cor – forma – tamanho; 
 Conceito de tamanho (grande, pequeno, maior, menor, gordo, magro); 
 Conceito temporal – primeiro e último; 
 Percepção sensorial; 
 Reconhecimento e produção de números; 
 Representação número/símbolo; 
 Discriminação viso-espacial; 
 Memória de curto e longo prazo; 
 Atenção; 
 Esquemas mentais de: classificação, comparação, conservação, 
correspondência, inclusão, sequenciação e seriação; 
 Compreensão dos conceitos de igual e diferente, curto e longo, 
grande e pequeno, menos que, e mais que; 
 Reconhecer números de 0 a 9; 
 Contagem sequencial até 10; 
 Nomear e reproduzir formas e figuras. 
 
Dificuldades caso não tenha as habilidades acima: 
Problemas em nomear quantidades matemáticas, números, termos, 
símbolos, insucesso ao enumerar objetos reais ou em imagens. A partir de 6 
anos espera-se que a criança tenha todo conhecimento acima mais: A 
capacidade de agrupar objetos de 10 em 10; 
 Conheça o conceito numérico de 0 a 99; 
 Saiba qual o sucessor e antecessor; 
 Conhecimento de hora; 
 Capacidade para resolver problemas simples utilizando a estratégias 
próprias; 
 Capacidade de realizar cálculos mentais simples. 
 
A partir de 9 anos, que a criança seja capaz de entender: 
 Medidas simples; 
 Nomear o valor do dinheiro; 
 Sistema de Numeração Decimal; 
 Contar de 2 em 2, 5 em 5, 10 em 10; 
 Compreender números ordinais; 
 Resolver problemas simples utilizando cálculos; 
 Executar operações matemáticas básicas; 
 Compreender meios e quartos; 
 Cálculos Mentais. 
 
 
 
A partir de 10 anos, que a criança seja capaz de entender tudo acima mais: 
 Frações; 
 Separar e dividir. 
Se alguns desses processos acima estiverem comprometidos, a criança terá 
dificuldade em lidar com a matemática com autonomia, com raciocínio, terá 
dificuldade na leitura e escrita dos símbolos matemáticos. 
 
Discalculia 
A discalculia é um problema 
causado por má formação 
neurológica e que se manifesta 
como uma dificuldade no 
aprendizado dos números. 
Portadores de discalculia são 
incapazes de identificar sinais 
matemáticos, montar operações, 
classificar números, entender 
princípios de medida, seguir sequências, compreender conceitos 
matemáticos, relacionar o valor de moedas, entre outros. 
A dislexia aparece como uma disfunção neuronal no sulco intraparietal 
neuronal do cérebro. 
 
Quando devemos excluir a discalculia, de acordo com DSM 5 (Manual de 
Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais)? 
 Em casos de deficiências intelectuais. 
 Acuidade visual ou auditiva não corrigida. 
 Transtornos mentais ou neurológicos. 
 Adversidade psicossocial. 
 Falta de proficiência na língua de instrução acadêmica. 
 Instrução educacional inadequada. 
 
Adversidade psicossocial 
 Mãe tratada com violência na gravidez. 
 Uso de álcool e/ou drogas na gravidez. 
 Uso de álcool e/ou drogas por familiar. 
 Mãe com humor depressivo. 
 Separação ou divórcio dos pais. 
 Familiar aprisionado. 
 Pobreza. 
 Violência Infantil. 
 
Quando devemos considerar ser discalculia? 
Segundo DSM 5: (....) 
5. Dificuldades para dominar o senso numérico, fatos numéricos ou cálculos 
(p. ex., entende números, sua magnitude e relações de forma insatisfatória; 
conta com os dedos para adicionar números de um dígito em vez de 
lembrar o fato aritmético, como fazem os colegas; perde-se no meio de 
cálculos aritméticos e pode trocar as operações). 
6. Dificuldades no raciocínio (p. ex., tem grave dificuldade em aplicar 
conceitos, fatos ou operações matemáticas para solucionar problemas 
quantitativos). 
 
INSTRUMENTOS DE AVALIAÇÃO 
 
Avaliação Neuropsicológica – Leitura, 
Escrita e Aritmética (SEABRA, 2013). 
Avaliadistintos aspectos da competência 
aritmética: 
 Leitura e escrita dos números, 
algebricamente. 
 Leitura e escrita dos números, por 
extenso. 
 Contagem. 
 Sequências numéricas crescentes e 
decrescentes. 
 Comparação de grandeza numérica (maior e menor). 
 Cálculos montados. 
 Cálculos orais que devem ser montados. 
 Resolução de problemas matemáticos 
Proposta de Avaliação das Dificuldades Escolares. Anos Iniciais e Ensino 
Fundamental. Stella Maris Cortez Bacha e Maria Rita F. Toledo Volpe 
Avalia distintos aspectos da competência aritmética: 
 Leitura e escrita dos números, 
algebricamente. 
 Leitura e escrita dos números, por 
extenso. 
 Contagem. 
 Sequências numéricas crescentes e 
decrescentes. 
 Comparação de grandeza numérica 
(maior e menor). 
 Cálculos que devem ser armados. 
 Sistema de numeração decimal – 
composição e decomposição. 
 Resolução de problemas matemáticos. 
 
Coruja PROMOMAT. Mônica Cristina 
Andrade Weinstein. 
Sondagem das habilidades 
matemáticas nos anos iniciais do 
ensino fundamental, do 1º ao 5º ano. 
Verifica se as competências numéricas 
básicas foram adquiridas e, em caso de 
defasagem na aquisição dessas 
competências, indica a(s) área(s) de 
concentração das dificuldades. 
 
Provas operatórias de Piaget 
Os estágios de desenvolvimento humano estudados por Jean Piaget devem 
ser respeitados. Devemos saber em qual estágio se encontra nosso aluno: 
 Estágio sensor-motor. 
 Estágio pré-operatório. 
 Estágio operatório concreto. 
 Estágio operatório formal. 
A aplicação das provas operatórias tem como 
objetivo investigar o nível cognitivo em que a 
criança se encontra e se há defasagem em 
relação a sua idade cronológica, nível 
cognitivo ou estrutura mental, e é 
indispensável para a explicação dos processos 
e das características que se vão formando ao 
longo do desenvolvimento da criança. 
As provas operatórias partem de um método de 
conversação livre com a criança sobre um tema dirigido 
pelo interrogador, que segue as respostas da criança e lhe 
pede que justifique o que diz. 
Interrogar o sujeito frente aos fenômenos observáveis e/ou manipuláveis a 
partir dos quais se leva o sujeito a raciocinar. 
 
O Diagnóstico Operatório na Prática Psicopedagógica (LIVRO I e II) 
 
 
 
 
 
Metodologias para educação Matemática no Brasil 
A matemática é a ciência base de várias áreas do conhecimento, sendo, 
portanto, fundamental seu domínio para desenvolvermos o pensamento 
lógico. 
 Piaget, ao realizar suas pesquisas, encontrou resultados notáveis ao 
processo de aprendizagem. 
 Descobriu que as crianças não aprendem a noção de número através 
da educação formal e sim que, por si mesmas, constroem esses 
conceitos, independente e espontaneamente. 
 A compreensão só ocorre com o desenvolvimento intelectual, que 
consiste no processo pela qual passam as estruturas mentais. 
 
Quem disse que calcular é fácil? O cálculo é uma função cerebral 
complexa! 
Em uma operação aritmética simples, vários mecanismos cognitivos são 
envolvidos: 
 Processamento verbal da informação. 
 Percepção. 
 Reconhecimento e produção de números. 
 Representação número/símbolo. 
 Discriminação visuoespacial. 
 Memória de curto e longo prazo. 
 Raciocínio sintático. 
 Atenção. 
 
Manipulando objetos, serão trabalhados os setes esquemas mentais 
básicos para a aprendizagem da matemática: 
 Classificação. 
 Comparação. 
 Conservação. 
 Correspondência. 
 Inclusão. 
 Sequenciação. 
 Seriação. 
 
Celso Antunes diz que a coordenação manual parece ser a forma como 
o cérebro busca materializar e operacionalizar os símbolos matemáticos! 
 
Coordenação manual 
 
6 – 7 anos – Ordenação 
Os números, no cérebro, são representados ordenadamente nos lobos 
parietais em ambos os hemisférios. 
Esse tipo de representação permite às pessoas imaginarem os números 
distribuídos ordenadamente sobre uma linha, que é chamada de linha 
mental dos números. 
Para facilitar as crianças a desenvolver sua linha mental de números, 
várias atividades devem trabalhar a ordenação dos números fazendo 
com que ela complete sequências numéricas que se distribuem 
ordenadamente no espaço, em séries crescentes ou decrescentes. 
 
 
 
8 – 9 anos – Contagem por blocos 
As estratégias para solução da multiplicação e divisão envolvem o 
processo de contagem numérica por blocos, que suporta a contagem 
por múltiplos. 
Contagem por múltiplos 
O processo de contagem por blocos é um aprimoramento da evolução 
humana como consequência da capacidade de identificação simultânea 
de objetos em blocos. 
Somos capazes de olhar conjuntos de objetos em blocos de 2, 3, 4, 5 e 
até mesmo 6 elementos, dependendo de como eles se dispõem 
espacialmente. 
É por isso que o jogo de dominó utiliza peças com até seis elementos. 
Por isso, antes de introduzir as operações de multiplicação e divisão, é 
necessário assegurar-se de que a criança está dominando a contagem de 
números múltiplos. 
 
9 – 10 anos – Manuseando medidas 
A noção de distância está intimamente associada à nossa capacidade 
motora. É através do esforço motor para alcançar alguma coisa, para 
localizar um objeto ou ir a algum lugar, que classificamos as distâncias 
em muito perto, perto, a meio caminho, longe, muito longe, etc. 
São as chamadas distâncias relativas. 
 
10 – 11 anos – A imaginação e a matemática 
A noção de frações está ligada aos processos mentais de separar ou 
dividir o todo. 
A compreensão da noção de frações requer, portanto, o domínio de um 
processo de simulação das operações de dividir ou separar 
adequadamente o todo, de modo a facilitar a quantificação das partes 
resultantes. 
A aprendizagem deve se dar através de uma linguagem afetivo-
emocional, Pré-requisito para o desenvolvimento e processo educativo. 
Se, após uma avaliação, percebemos que as estruturas lógicas não estão 
de acordo com o estágio de desenvolvimento em que a criança se 
encontra, temos de oferecer possibilidades para a construção do 
conhecimento em questão utilizando situações provocadoras que levem 
a criança a buscar o novo conhecimento, para que passe para uma nova 
estrutura lógica. 
Quando chegam ao Fundamental I, imaginamos que na fase anterior as 
crianças já vivenciaram inúmeras situações envolvendo ideias 
matemáticas, como brincadeiras, histórias e jogos, convivendo 
naturalmente com elementos numéricos.. 
Porém quando aplicamos as provas operatórias, nós nos deparamos 
com crianças entre 7 e 12 anos de idade que ainda estão no período pré-
operatório, necessitando muito de materiais concretos para 
compreenderem a lógica. 
Cada uma dessas fases 
é caracterizada por 
formas diferentes de 
organização mental que 
possibilitam as 
diferentes maneiras de o 
indivíduo relacionar-se 
com a realidade. 
 
É importante a diversidade de ferramentas para oportunizar a 
aprendizagem matemática. 
O uso de materiais concretos, com um bom planejamento de 
intervenção, é de extrema importância. O trabalho em duplas ou trios 
favorece muito. 
Planejar atividades que facilitem o sucesso do aluno, a fim de melhorar 
seu autoconceito e aumentar sua autoestima. 
 Propor jogos na sala. 
 Oferecer materiais concretos para resolver os exercícios. 
 Permitir o uso de uma calculadora. 
 Dar mais tempo para o aluno fazer a tarefa 
 
Cognição e Desenvolvimento do Raciocínio Lógico Matemático 
Desde muito cedo na vida de qualquer criança, elas sempre estão 
manipulando objetos para representar alguma situação, até mesmo quando 
ainda não estão na escola. Ao iniciar sua 
vida escolar, começam a utilizar objetos para representar cálculos e, na 
educação infantil, aprendem de forma lúdica, fazendo associações e 
manipulando objetos. 
Ensinar Matemática é desenvolver o raciocínio lógico, estimular o 
pensamento independente, a criatividade e a capacidade de resolver 
problemas. 
Quando o sujeito passa a tocar o objeto, a manipulá-lo, ele faza conexão 
entre o toque e a descoberta de suas propriedades, levantando hipóteses 
sobre as informações ali apresentadas. 
As atividades lúdicas favorecem o desenvolvimento de habilidades básicas 
para a aprendizagem 
Enquanto brinca, a criança pode ser incentivada a realizar contagens, 
comparações de quantidades, identificar algarismos, adicionar pontos que 
fez durante a brincadeira, perceber intervalos numéricos, isto é, iniciar a 
aprendizagem de conteúdos relacionados ao desenvolvimento do pensar 
aritmético. 
Os jogos têm como base a Matemática. 
Pode-se observar que o ensino dessa 
disciplina não está condicionado ao 
uso da lousa, do giz, do caderno e do 
lápis. 
O brincar proporciona oportunidades 
de perceber distâncias, desenvolver 
noções de velocidade, duração, tempo, força e altura, além da geometria 
com suas noções de posição no espaço, de direção e sentido, discriminação 
visual, memória visual e formas geométricas. 
Uma criança entenderá melhor os números e as operações matemáticas se 
puder torná-los palpáveis.

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