Buscar

Influência da Natação nas Habilidades Motoras de Crianças

Prévia do material em texto

UNISALESIANO 
Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium 
Curso de Educação Física 
 
 
 
 
 
 
 
 
Anderson de Oliveira Brito 
Luciano Losilla Sabino 
Ronaldo Andrade de Souza 
 
 
 
 
 
 
 
A INFLUÊNCIA DA NATAÇÃO NAS HABILIDADES 
FUNDAMENTAIS BÁSICAS DE CRIANÇAS DE 7 A 
9 ANOS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LINS – SP 
2007
ANDERSON DE OLIVEIRA BRITO 
LUCIANO LOSILLA SABINO 
RONALDO ANDRADE DE SOUZA 
 
 
 
 
 
 
 
 
A INFLUÊNCIA DA NATAÇÃO NAS HABILIDADES FUNDAMENTAIS 
BÁSICAS DE CRIANÇAS DE 7 A 9 ANOS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Trabalho de Conclusão de curso 
apresentado à banca 
examinadora do Centro 
Universitário Católico Salesiano 
Auxilium, curso de Educação 
Física, sob a orientação da Profª 
MSc. Maria de Fátima Paschoal 
Soler e orientação técnica da 
Profª Esp. Jovira Maria Sarraceni 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LINS – SP 
2007 
 
 
2
 
 
ANDERSON DE OLIVEIRA BRITO 
LUCIANO LOSILLA SABINO 
RONALDO ANDRADE DE SOUZA 
 
 
A INFLUÊNCIA DA NATAÇÃO NAS HABILIDADES BÁSICAS 
FUNDAMENTAIS DE CRIANÇAS DE 7 A 9 ANOS 
 
 
Monografia apresentada ao Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium, 
para obtenção do título de Licenciatura em Educação Física. 
 
 
Aprovada em: ____/____/____ 
 
 
Banca Examinadora: 
Profª Orientadora: Maria de Fátima Paschoal Soler 
Titulação: Mestre em Educação Física pela Universidade Metodista de 
Piracicaba 
Assinatura:__________________________ 
 
 
1º Prof(a):_______________________________________________________ 
Titulação:_______________________________________________________
_______________________________________________________________ 
Assinatura:__________________________ 
 
 
 
2º Prof(a):_______________________________________________________ 
Titulação:_______________________________________________________
_______________________________________________________________ 
Assinatura:__________________________ 
 
 
 
 
3
 
 
DEDICATÓRIA 
 
Dedico este trabalho a minha mãe Ana Maria por me ajudar sempre quando 
precisei e por sempre ter me incentivado a estudar. Agradeço a Deus por ter 
tido a sorte de ter você como minha mãe. 
A minha namorada Mayara por me ajudar a tradução deste trabalho e por me 
fazer tão feliz. 
Para meus amigos Luciano Sabino e Rolando Andrade por fazer esse trabalho 
tão difícil e estressante. 
 
Amo vocês! 
Anderson 
 
 
Primeiramente a Deus, a minha mãe Márcia, meu pai Francisco, minha avó 
Aparecida por me apoiarem quando preciso e me dar forças para vencer mais 
essa batalha, minha maninha Larissa e minha namorada Marina, por me ajudar 
e compartilhar comigo todos esses momentos. 
 
Obrigado, amo vocês! 
Luciano 
 
 
Dedico esse trabalho aos meus pais Rubens e Maria Helena, irmãos Ricardo, 
Karina e Kleiton e demais familiares que sempre torceram pela minha vitória e 
apoiaram-me nas horas em que mais precisei. 
 
 Amo vocês! 
 Ronaldo 
 
 
 
 
 
 
 
 
4
 
 
AGRADECIMENTOS 
 
 
A professora Jovira. 
Por ter nos ajudado a elaborar a parte técnica do trabalho e pela paciência que 
teve conosco. 
 
Muito obrigado! 
Anderson, Luciano e Ronaldo. 
 
 
A nossa orientadora Maria de Fátima Paschoal Soler. 
Agradecemos a você primeiramente por aceitar nos orientar, por nos ajudar na 
construção do nosso trabalho e por nos emprestar materiais didáticos. 
 
Muito obrigado! 
Anderson, Luciano e Ronaldo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5
 
 
 
 
 
 
 
 
RESUMO 
 
 
O presente estudo teve como foco principal, refletir sobre a influência da 
natação no desenvolvimento motor em 30 crianças, de ambos os gêneros com 
faixa etária entre 7 a 9 anos. O principal objetivo desta pesquisa foi analisar o 
padrão motor encontrado nestas crianças, demonstrar que com a prática da 
natação a criança pode conseguir um padrão de habilidade motora mais 
acentuada, contribuindo assim para a aquisição de um repertório motor mais 
desenvolvido, além de demonstrar que a natação é uma das atividades 
esportivas mais completas, que atua diretamente no desenvolvimento global da 
criança e possibilita a melhora da postura, equilíbrio e coordenação. A 
pesquisa aconteceu com 15 crianças da Academia Audaz que praticam 
natação e com 15 crianças do Centro Municipal de Educação Integrado Jardim 
Eldorado que não praticam natação. Iniciou-se a pesquisa com a realização 
das filmagens para coleta de dados das habilidades motoras de saltar 
horizontalmente, rolar a bola e de movimentos axiais. Posteriormente os dados 
foram analisados e as habilidades classificadas de acordo com o padrão motor. 
Os resultados dos grupos foram comparados. Os resultados apontaram que 
ambos os grupos não apresentaram o padrão maduro esperado, porem o 
grupo que pratica natação apresenta padrão maduro em 26,2% das crianças 
na habilidade do salto horizontal e no rolar a bola e 40% no movimento axial 
enquanto que, no grupo que não pratica natação apenas 6,6% das crianças 
apresentaram padrão maduro no salto horizontal e movimento axial e 13,3% no 
rolar a bola. Portanto o grupo que freqüenta as aulas de natação e estão em 
contato com atividades dirigidas e especializadas apresentaram um 
desenvolvimento motor mais adequado, ficando mais próximas do padrão 
motor esperado. 
 
Palavra-chave: Educação Física. Desenvolvimento motor. Habilidades motoras. 
Natação. 
 
 
 
 
 
 
 
 
6
 
 
 
 
 
 
 
 
ABSTRACT 
 
The recent study had as principal focus, to reflect about the swimming 
influence of motor development in 30 children, of both kinds and with age 
among 7 and 9 years old. The main objective of this research was to analyze 
the motor standard joined in this children, to demonstrate that with the practical 
of swimming the child can obtain a standard of motor ability more accented, 
contributing for the acquisition of a motor repertoire more developed, besides, 
demonstrating that the swimming is one of the most complete activities that act 
direct in all development of the child and makes possible the improves of 
posture, equilibrium and control. The research happened with 15 children of 
Audaz academy that do swimming and 15 children of Centro Municipal de 
Educação Integral Jardim Eldorado that do not do swimming. The research was 
initiated with filming for data collection of motor abilities to jump horizontally, roll 
the ball and axial movement . Later the datum had been analyzed and the 
abilities classified agreed with motor standard. The groups results had been 
compared. The results appointed that both groups had not shown the waited 
mature standard, however the groups that do swimming had shown mature 
standard of 26,2% from the children in ability of jump horizontally and roll the 
ball, and 40% in axial movement, while the others children, that do not do 
swimming, only 6,6% had shown mature standard in the jump and movement, 
and 13,3% in the roll the ball. Therefore, the group that has swimming lesson 
and contact with controlled and specialized exercises has a motor development 
better, and they are more close of the waited motor standard. 
 
 
Keywords: Physical Education. Motor Development. Motor Skills. Swimming 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
7
 
 
LISTA DE FIGURAS 
 
Figura 1: Modelo de desenvolvimento das habilidades motoras.......................12 
Figura 2: Adaptação do modelo de desenvolvimento das habilidades 
motoras..............................................................................................................27 
Figura 3: Índice de porcentagem do padrão motores em alunos que não fazem 
parte da iniciação da natação............................................................................35Figura 4: Índice de porcentagem do padrão motores em alunos que não fazem 
parte da iniciação da natação............................................................................36 
 
 
LISTA DE QUADROS 
 
Quadro 1: Comparação das alterações de comportamentos no meio terrestre e 
no meio aquático, em termos de equilíbrio .......................................................28 
Quadro2: Comparação das principais características do mecanismo respiratório 
no meio terrestre e no meio aquático................................................................29 
Quadro 3: Comparação das alterações de comportamentos no meio terrestre 
e no meio aquático, em termos de propulsão....................................................29 
 
 
LISTA DE TABELAS 
 
Tabela 1: Padrão motor dos alunos que não participam da iniciação da 
natação..............................................................................................................34 
Tabela 2: Padrão motor dos alunos que participam da iniciação da natação...35 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
8
 
 
SUMÁRIO 
 
 
INTRODUÇÃO...................................................................................................9 
 
 
1 CONCEITOS PRELIMINARES...............................................................11 
1.1 Desenvolvimento motor...........................................................................11 
1.1.1 Movimentos fundamentais......................................................................13 
1.1.2 Movimentos especializados....................................................................14 
1.2 Habilidades motoras e aprendizagem.....................................................16 
1.3 O papel da maturação no desenvolvimento motor da criança................18 
1.4 Características motoras da criança.........................................................21 
1.5 Papel da educação física no desenvolvimento da criança......................23 
1.6 A natação................................................................................................25 
1.7 Habilidades motoras aquáticas e adaptação ao meio líquido.................26 
1.8 Os benefícios da natação infantil............................................................30 
 
 
2 O EXPERIMENTO..................................................................................32 
2.1 Material e métodos..................................................................................32 
 
3 RESULTADOS........................................................................................34 
 
4 DISCUSSÃO...........................................................................................36 
 
5 CONCLUSÃO..........................................................................................38 
 
REFERÊNCIAS.................................................................................................40 
 
APÊNDICES......................................................................................................41 
ANEXOS............................................................................................................47 
 
 
 
 
 
9
 
 
INTRODUÇÃO 
 
 
A pesquisa refere-se ao desenvolvimento de habilidades motoras e a 
aquisição de habilidades específicas da natação. 
Sabe-se que a natação é um esporte qualificado como completo, atua 
diretamente no desenvolvimento global da criança e provoca benefícios físicos, 
sociais e emocionais auxiliando em uma melhor qualidade de vida. 
Observa-se que a natação propicia as crianças à exploração e manejo 
do meio, através de atividades motoras que contribuem para a estruturação do 
esquema corporal, que converte em um indispensável elemento na construção 
da personalidade da criança e do seu desenvolvimento como um todo. 
Sabe-se que jogos e esportes são usados para melhorar habilidades 
motoras apropriadas ao nível desenvolvimentista de cada criança. Elas 
deverão passar por níveis de aprendizado de habilidades motoras típicas, à 
medida que elas se desenvolvem e refinam novas habilidades. (GALLAHUE; 
OZMUN, 2003). 
A exploração de habilidades motoras pode contribuir para a 
aprendizagem de movimentos novos e mais complexos, que serão utilizados 
nas diversas situações do dia a dia da criança auxiliando seu desenvolvimento. 
Para Gallahue; Ozmun (2003) todos estão envolvidos no processo 
permanente de aprender a movimentar-se com controle e competência em 
relação aos desafios enfrentados no cotidiano, e à aquisição de habilidades 
motoras durante toda a vida pode ser caracterizada essencialmente por três 
tipos de movimentos: os estabilizadores, os locomotores e os manipulativos. 
No domínio da aprendizagem e do desenvolvimento motor, as 
habilidades motoras básicas são um pré-requisito para a aquisição futura de 
habilidades mais complexas, mais específicas como as desportivas. 
Gallahue; Ozmun (2003) justificam esta afirmativa pelo fato do processo 
de desenvolvimento inter-habilidades se dar por fases, numa seqüência 
universal e invariante, pois o ser humano passa pelas mesmas fases 
obedecendo a uma mesma ordem ocorrendo à progressão de acordo com o 
ritmo de desenvolvimento especÍfico de cada indivíduo. 
 
 
10
 
 
Esta concepção teórica é conhecida como a teoria de estágios, baseada 
no modelo de desenvolvimento cognitivo de Piaget. Isto significa que as 
mudanças que se observa de um estágio para o outro deverão ser 
compreendidas como uma “reconstrução” do sistema nervoso onde a 
passagem de um estágio para outro representa a passagem de um nível 
rudimentar de execução para um nível superior. 
A natação é um esporte que apresenta em seu contexto geral, 
habilidades locomotoras (saltos na piscina, propulsão de pernas), 
manipulativos (propulsão dos braços, pegada e soltura na prancha) e 
estabilizadores (flutuação, giros, viradas). 
Os níveis e estágios do aprendizado na aquisição de uma nova 
habilidade motora progridem do simples para o complexo enquanto que os 
indivíduos progridem do geral ao específico no desenvolvimento e refinamento 
de suas habilidades. 
Portanto, este estudo: Influência da natação nas habilidades motoras 
básicas de crianças de 7 a 9 anos, tem como objetivo verificar se a exploração 
de habilidades motoras aquáticas básicas abordadas no processo de 
adaptação ao meio líquido contribui para a “performance motora” das 
habilidades motoras básicas que serão utilizados em fases subseqüentes do 
desenvolvimento da criança. 
Refere-se também a relação entre o desenvolvimento das habilidades 
motoras básicas de saltar horizontalmente, de rolar um objeto (bola) e do 
movimento axial (erguer, inclinar e alcançar) com a prática de habilidades 
motoras aquáticas de propulsão, manipulação e equilíbrio. 
Pretende-se ainda através de testes específicos analisar o padrão motor 
das habilidades do salto horizontal, dos movimentos axiais e do rolar, 
observando-se os resultados encontrados nos grupos de crianças que 
participam e que não participam das aulas de iniciação da natação. 
A pesquisa ocorreu na Academia Audaz e no Centro Municipal de 
Educação Integrada Jardim Eldorado, ambos na cidade de Penápolis, estado 
de São Paulo, com 30 crianças de 7 a 9 anos de ambos os sexos, divididas em 
dois grupos de 15 crianças escolhidas aleatoriamente. O grupo da Academia 
Audaz pratica natação enquanto que o do Centro de Educação Integrada não 
pratica. 
 
 
11
 
 
Este estudo será norteado pelo seguinte problema: A natação interfere 
no desenvolvimento das habilidades motoras básicas da criança? 
Com base neste questionamento pode-se levantar a seguinte discussão: 
Dentre as categorias das habilidades motoras de locomoção, manipulação e 
estabilização qual delas é mais desenvolvida com a prática da natação? 
Para tentar responder a estes questionamentos, serão levantadas nos 
próximos capítulos, propostas que tentarão explicaro desenvolvimento motor, 
a educação do movimento oportunizando as crianças, situações para 
vivenciarem possibilidades de locomoção, manipulação, postura e equilíbrio. 
 
 
1 CONCEITOS PRELIMINARES 
1.1 Desenvolvimento motor 
 
O desenvolvimento motor refere-se às alterações no nível de 
funcionamento de um indivíduo ao longo da vida e acontece por meio das 
necessidades de tarefa, da biologia do indivíduo e o ambiente em que vive. 
Inicia-se na concepção e só termina com a morte. Estas alterações se 
expressam de forma adaptativa em direção à habilidade o que significa que no 
decorrer da vida, é necessário ajustar, compensar ou mudar, a fim de obter ou 
manter uma habilidade. (GALLAHUE; OZMUN 2003), 
No domínio da aprendizagem e do desenvolvimento motor, as 
habilidades motoras básicas são um pré-requisito para a aquisição de 
habilidades mais complexas e específicas. 
Este fenômeno é justificado pelo fato do processo de desenvolvimento 
inter-habilidades se dar por fases, em uma seqüência universal e invariável, 
podendo mudar somente a progressão de acordo com o ritmo de 
desenvolvimento de cada indivíduo. (GALLAHUE; OZMUN, 2003). 
Este trabalho se baseia no modelo de desenvolvimento das habilidades 
motoras de Gallahue (1982), ilustrado na figura 1. 
Graficamente o modelo é representado por uma pirâmide onde se 
observa na base, ou seja, no primeiro estágio os movimentos reflexos 
característicos dos recém nascidos. Em seguida aparecem os movimentos 
 
 
12
 
 
rudimentares determinados pelo gatinhar e pela marcha. Posteriormente os 
movimentos fundamentais onde as crianças estão envolvidas na exploração de 
suas capacidades motoras desenvolvendo padrões fundamentais de 
movimentos como o correr, saltar, lançar e rolar. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: BARBOSA, 2001. 
Figura 1. Modelo de desenvolvimento das habilidades motoras 
 
 
Nesta fase de movimentos fundamentais, espera-se que a criança 
alcance um padrão de habilidade motora ideal para a aquisição futura de 
movimentos especializados. Nesta fase, destacam-se três estágios os quais 
identificarão o padrão de movimento que a criança se encontra. O estágio inicia 
representado pelas primeiras tentativas da criança em desempenhar uma 
habilidade fundamental, o estágio elementar que envolve maior controle e 
coordenação rítmica dos movimentos fundamentais e o estágio maduro 
caracterizado pelo desempenho mecanicamente eficiente e coordenado. 
No topo da pirâmide são apresentados os movimentos especializados 
dos esportes. 
Como esta pesquisa se desenvolve com crianças que estão na fase de 
associação de movimentos fundamentais para aquisição de movimentos 
especializados, levantaremos alguns pontos importantes destas fases. 
 
 
 
Movimentos 
Desportivos 
 
 
Movimentos Fundamentais 
 
 
Movimentos Rudimentares 
 
 
Movimentos Reflexos 
 
 
 
> 7 anos 
 
 
2-7anos 
 
 
0-2 anos 
 
 
0-1 ano 
 
 
 
13
 
 
1.1.1 Movimentos fundamentais 
 
O processo de desenvolvimento motor está no indivíduo aprender a 
mover-se com controle e competência. Para que a criança adquira esta 
competência ela deve definir um padrão de movimento fundamental que nada 
mais é do que ela ter a capacidade de realizar com sucesso a combinação de 
padrões de dois ou mais segmentos corporais. Estudos como os de Gallahue; 
Ozmun (2003) afirmam que por volta dos seis anos de idade a criança deve 
apresentar as habilidades num estagio maduro, porem estudos como o de 
Soler (2005) revelam que parte das crianças analisada não apresentava padrão 
maduro nas habilidades observadas. Para algumas crianças isto pode ocorrer 
basicamente pela maturação e por uma pequena influência do ambiente, no 
entanto a grande maioria necessita de oportunidades para a prática e de 
instruções que provoquem o aprendizado. Os padrões de movimentos 
fundamentais são padrões observáveis básicos do movimento e de acordo com 
Gallahue; Ozmun (2003) podem ser agrupados em três categorias: movimentos 
estabilizadores (equilíbrio e sustentação), movimentos locomotores (mudança 
de localização) e movimentos manipulativos (apreensão e recepção de 
objetos). De acordo com cada faixa etária, estes movimentos estarão em 
estágios e fases diferentes. 
A estabilidade é o aspecto mais fundamental do aprendizado de 
movimentar-se. Por ela, as crianças obtêm e mantêm um ponto de origem para 
as explorações que fazem no espaço. A estabilidade envolve a disposição de 
manter em equilíbrio a relação indivíduo/força de gravidade. 
Isso é válido mesmo que a natureza da aplicação da força possa ser 
alternada à medida que a necessidade da situação mude, fazendo com que a 
relação geral do corpo com o centro de gravidade, seja modificada. 
Experiências motoras projetadas para melhorar as habilidades estabilizadoras 
das crianças possibilitam-lhes desenvolver flexibilidade nos ajuste da postura, 
quando se movimentam de maneira variada e, freqüentemente, incomum, em 
relação aos seus centros e linhas de gravidade e em relação ás suas bases de 
apoio. 
A locomoção é um aspecto fundamental no aprendizado de movimentar-
se, efetiva e eficientemente, pelo ambiente. Envolve a projeção do corpo no 
 
 
14
 
 
espaço externo, alterando sua localização relativamente a pontos fixos da 
superfície. Atividades como caminhar, correr, pular, escorregar e saltar 
obstáculo são considerados movimentos locomotores fundamentais. O 
desempenho desses movimentos deve ser suficientemente flexível, de modo 
que possam ser alterado á medida que a necessidade do ambiente o exija, 
sem prejuízo do objetivo do ato. A criança deve ser capaz de (1) usar qualquer 
movimento, de certo repertório de movimentos, para alcançar o objetivo; (2) 
mudar de um tipo de movimento para outro, quando a situação assim o exigir; e 
(3) alterar cada movimento à medida que as condições do ambiente mudem. 
A manipulação motora rudimentar envolve o relacionamento de um 
indivíduo com objetos e é caracterizada pela aplicação de força nos objetos e a 
recepção de força deles. Movimentos propulsores envolvem atividades na qual 
o objeto é movimentado para longe do corpo. Movimentos fundamentais como 
o chutar, o arremessar, bater e rolar uma bola são exemplos. 
 
1.1.2 Movimentos especializados 
 
A fase especializada do desenvolvimento motor está relacionada ao 
esporte e é resultado da fase de movimentos fundamentais. Durante esta fase, 
o movimento ao invés de estar diretamente relacionado com o aprender a se 
mover, agora se torna instrumento que pode ser aplicada a uma variedade de 
jogos competitivos e esportes cooperativos, dança e atividade recreacionais. 
Esse é um período em que as habilidades locomotoras, manipulativas e de 
estabilidade são progressivamente refinadas, combinadas e elaboradas em 
uma ordem tal que possam ser utilizadas em uma crescente demanda de 
atividades. Os movimentos fundamentais de saltar em uma perna, por 
exemplo, é usado agora para pular corda, desempenhar uma dança folclórica 
ou mesmo um salto triplo na pista de atletismo. 
O aparecimento e a extensão do desenvolvimento de habilidades 
relacionadas ao desporto dependem de uma variedade de fatores cognitivos, 
afetivos e psicomotores. 
Segundo Gallahue (1982), parece haver três estágios dentro da fase 
relacionados ao esporte: 
 
 
15
 
 
Estágio geral ou de transição: em algum ponto por volta dos sete ou oito 
anos de vida, a criança comumente entra no estágio de transição ou de 
desenvolvimento generalizado. 
Durante o estágio geral de movimento o indivíduo começa a combinar e 
aplicar habilidades de movimentos fundamentais para desempenhar 
habilidades relacionadas ao desporto. Caminhar sobre a corda, pular corda, 
jogar kickboll são exemplos de habilidades transicionais. Habilidades gerais do 
movimento contem os mesmos elementos dos movimentos fundamentais 
envolvidos e refinados para seupróprio propósito durante o prévio estágio, 
agora são aplicados a situações de jogos. Habilidades gerais de esporte é 
simplesmente uma aplicação de movimentos fundamentais numa forma um 
pouco mais complexa e específica. 
O estágio geral é uma época excitante para os pais e professores bem 
como para as crianças. Durante esse estágio as crianças são ativamente 
envolvidas em descobrir e combinar numerosos padrões de movimento e 
habilidades, e são freqüentemente acrescidas pelas suas habilidades que 
estão rapidamente se expandindo. O objetivo do pai e do professor durante 
esse estágio deveria ser de ajudar a criança a desenvolver e expandir suas 
habilidades numa grande variedade de atividades relacionadas ao esporte. 
Deve-se tomar cuidado de evitar situações tais que a criança se 
especializa ou restrinja seu desenvolvimento na atividade. Um foco reduzido 
nas habilidades durante esse estágio é capaz de produzir efeitos indesejáveis 
nos últimos dois estágios da fase relacionada ao esporte. 
Estágio do movimento da habilidade específica: a partir de 11 a 13 anos 
mudanças interessantes acontecem no desenvolvimento de habilidades do 
indivíduo. Durante o estágio anterior, as limitadas habilidades cognitivas, 
afetivas e experiências da criança, associadas com o entusiasmo natural do ser 
ativo, causam (sem interferência do adulto) com que o movimento seja amplo e 
generalizado para todas as atividades. Durante o estágio da habilidade 
específica do movimento, a crescente sofisticação cognitiva e uma ampla base 
de experiência capacitam o indivíduo a tomar numerosas decisões de 
aprendizagem e capacitação baseadas numa variedade de fatores: por 
exemplo, o menino de 12 anos e com 1,75 metros de altura que gosta de 
atividades de equipe e aplicação de estratégias em jogos, com coordenação e 
 
 
16
 
 
agilidade razoavelmente boas, e que mora em Indiana, USA, pode, baseado 
em fatores físicos, cognitivos e culturais específicos, escolher se especializar 
no desenvolvimento de habilidades para jogar basquetebol. (GALLAHUE, 
1982) 
Uma outra criança com características similares, que não gosta de 
esforços de equipe pode escolher em especializar-se em melhorar sua 
habilidade numa variedade de atividades de natação. Em outras palavras o 
indivíduo começa a tomar decisões conscientes baseadas numa variedade de 
gostos e desgostos, forças e fraquezas, oportunidades e restrições, para 
estreitar sua base de atividades específicas. Uma crescente ênfase deveria ser 
agora colocada na forma das habilidades na sua previsão de desempenho. 
Esta é a época para habilidades complexas serem refinadas e usadas no 
desempenho de avançadas atividades de preparação e na escolha do esporte 
a ser praticado. 
 
1.2 Habilidades motoras e a aprendizagem 
 
O sucesso no ensino de um gesto motor segundo Soler (2005) está 
relacionado com fatores como potencial genético, diversidade na prática de 
atividades, propostas metodológicas estruturadas, plano pedagógico bem 
elaborado e circunstâncias ambientais. 
O desenvolvimento motor é viabilizado tanto pelo processo evolutivo 
biológico quanto pelo social. Desta forma, considera-se que uma evolução 
neural proporciona uma evolução ou integração sensório-motora que acontece 
por meio do sistema nervoso central (SNC) em operações cada vez mais 
complexas (FONSECA, 1988). 
Em cada idade o movimento toma características significativas e a 
aquisição ou aparição de determinados comportamentos motores tem 
repercussões importantes no desenvolvimento da criança. Cada aquisição 
influencia na anterior, tanto no domínio mental como no motor, através da 
experiência e troca com o meio (FONSECA, 1988). 
 Todo o comportamento envolve processos neurais específicos, que 
ocorrem desde a percepção do estímulo até a efetivação da resposta 
selecionada. Esses processos neurais possibilitam o comportamento e o 
 
 
17
 
 
aprendizado, que acontecem de maneiras diferentes no cérebro. 
Desde o nascimento, a maturação do sistema nervoso possibilita o 
aprendizado progressivo de habilidades. À medida que uma determinada área 
cerebral amadurece, a pessoa exibe comportamentos correspondentes àquela 
área madura, desde que tal função seja estimulada. 
 Desta forma, o desenvolvimento comportamental é restringido pela 
maturação das células cerebrais, como exemplo, considera-se que embora os 
bebês e as crianças sejam capazes de fazer movimentos complexos, os níveis 
de coordenação e controle motor fino só serão alcançados após o término da 
formação da mielina, na adolescência (KOLB; WHISHAW, 2002). 
Considerando que a aprendizagem motora é complexa e envolve 
praticamente todas as áreas corticais de associação, é necessário 
compreender o funcionamento neurofisiológico na maturação a fim de fornecer 
bases teóricas para a estruturação de um plano de ensino que considere as 
fases de desenvolvimento neural da criança, maximizando assim o 
aprendizado. 
Somente o desenvolvimento perceptivo-motor correto garantirá a criança 
uma concepção mais ajustada sobre o mundo externo que a rodeia. 
Dificuldades de aprendizagem simbólica (representação do mundo de 
forma verbal, escrita e teleológica), refletem uma deficiente integração das 
noções espaço e tempo que são fundamentais para a organização do sistema 
sensório-motor da criança. 
Qualquer aprendizagem escolar quer se trate de leitura, escrita ou de 
cálculo (lógico-matemática) é, fundamentalmente, um processo de relação 
perceptivo-motora. 
A garantia de um pleno desenvolvimento preceptivo motor por parte da 
criança, oferecerá condições para favorecer o amadurecimento e depuramento 
de suas estruturas cognitivas. É pelo comportamento perceptivo-motor que a 
criança aprende o mundo do qual faz parte. 
O desenvolvimento global da criança apóia-se no comportamento 
perceptivo-motor, o qual exige como condição variadas oportunidades de 
aplicação: a exploração lúdica, o controle motor, a percepção figura-fundo, 
integração intersensorial (sentidos), noção de corpo, espaço e tempo, etc. 
Nesse contexto, o desenvolvimento motor representa um aspecto do 
 
 
18
 
 
processo desenvolvimentista total e está intrinsecamente inter-relacionado a 
áreas cognitivas e afetivas do comportamento humano, sendo influenciado por 
muitos fatores os quais afetam e ilustram a progressão gradual de níveis de 
funcionamento relativamente simples a níveis mais complexos. (GALLAHUE; 
OZMUN, 2003, p. 92). 
 
1.3 O papel da maturação no desenvolvimento motor da criança. 
 
Uma das principais manifestações da vida do se humano é o 
movimento, tornando-se essencial para a formação da personalidade da 
criança. O movimento humano é à base da constituição histórica da 
humanidade, traduzindo a relação do homem com o seu exterior 
(natureza/sociedade), portanto é de fundamental importância para o 
desenvolvimento total da criança, como explica Fonseca (1988). 
É o movimento que, projetando no meio uma realidade humana, 
permite a criança uma atenuação de grupos musculares onerosos 
(sincinesias e paratonias), que proporcionarão uma progressiva 
coordenação e uma melhor habilidade manual. (...) A percepção e o 
movimento, ao estabelecerem relação com o exterior elabora a 
função simbólica que gera a linguagem, e esta dão origem à 
representação e ao pensamento (FONSECA, 1988, p. 23,26). 
 
Ainda Fonseca (1988), comenta que “o movimento humano é construído 
em função de um objetivo. A partir de uma intenção como expressividade 
intima, o movimento transforma-se em comportamento significante”. O 
movimento humano é a parte mais ampla e significativa do comportamento do 
ser humano. É obtido por intermédio de três fatores básicos: os músculos, a 
emoção e os nervos, formados por um sistema de sinalizações que lhes 
permitem atuar de forma coordenada. 
Em cada idade o movimento toma características significativas e a 
aquisição ou apariçãode determinados comportamentos motores tem 
repercussões importantes no desenvolvimento da criança. Cada aquisição 
influencia na anterior, tanto no domínio mental como no motor, através da 
experiência e troca com o meio (Fonseca, 1988). 
As crianças da primeira infância, ou seja, de 2 a 6 anos, apresentam as 
 
 
19
 
 
habilidades percepto-motoras em pleno desenvolvimento, mas ainda 
confundem direção, esquema corporal, temporal e espacial. A variabilidade das 
habilidades fundamentais está se desenvolvendo, de forma que movimentos 
bilaterais, como pular, não apresentam tanta consistência como as atividades 
unilaterais. O controle motor refinado ainda não está totalmente estabelecido, 
embora esteja desenvolvendo-se rapidamente. Os olhos ainda não estão aptos 
a períodos extensos de trabalhos minuciosos. Para Piaget, nesta idade as 
crianças deveriam estar no período pré-operacional, ou seja, percepção 
aguçada, comportamento auto-satisfatório e social rudimentar (GALLAHUE; 
OZMUN, 2003). 
Na segunda infância, que é a faixa etária que vai dos 6 aos 10 anos, as 
crianças apresentam a preferência manual e os mecanismos perceptivos 
visuais firmemente estabelecidos. No início desta etapa do crescimento, o 
tempo de reação ainda é lento, o que causa dificuldades com a coordenação 
visuo-manual/pedal não estando aptas para extensos períodos de trabalho 
minucioso. Para Piaget, nesta idade as crianças estão na fase de operações 
concretas, onde as associações, a identidade, a razão dedutiva, os 
relacionamentos e as classificações já estão bem desenvolvidos (GALLAHUE; 
OZMUN, 2003). 
Nesta idade, a maioria das habilidades motoras fundamentais tem 
potencial para estarem bem definidas, mas as atividades que envolvem os 
olhos e os membros desenvolvem-se lentamente. Este período marca a 
transição do refinamento das habilidades motoras fundamentais para as 
refinadas que propiciam o estabelecimento de jogos de liderança e o 
desenvolvimento de habilidades atléticas (GALLAHUE; OZMUN, 2003). 
O desenvolvimento de habilidades motoras mais complexas é 
proporcionado nesta fase pelo aprendizado motor proporcionado pela 
maturação da área pré-frontal associado às experiências da criança (KOLB; 
WHISHAW, 2002). Nesta idade, há uma maturação progressiva da região pré-
frontal, o que permite melhor planejamento do movimento, permitindo associar 
de forma consciente dois ou mais movimentos. Essa associação de 
movimentos, planejada no córtex pré-frontal se torna cada vez mais refinadas, 
e a estimulação de movimentos associados é essencial para o 
desenvolvimento normal das áreas corticais que possibilita uma aprendizagem 
 
 
20
 
 
motora mais eficiente. Embora a mielinização da área pré-frontal ocorra nesta 
fase, ela não é completa e continua a acontecer durante as próximas fases, até 
aproximadamente aos 18 anos. 
Na adolescência, idade compreendida entre os 10 até os 20 anos ou 
mais, o comportamento motor esperado é caracterizado pela fase de 
habilidades motoras especializadas. Depois que crianças alcançam o estágio 
maduro de um padrão motor fundamental pouca alteração ocorre. As 
mudanças ocorrem na precisão, na exatidão e no controle motor, porém não no 
padrão motor. O início da adolescência é marcado pela transição e a 
combinação dos padrões motores maduros. Nesta fase as crianças começam a 
enfatizar a precisão e a habilidade de desempenho em jogos e movimentos 
relacionados aos esportes. A habilidade e a competência são limitadas. A 
segunda fase da adolescência é marcada pela autoconsciência dos recursos 
físicos e pessoais e suas limitações, e por isso concentra-se em determinados 
esportes. A ênfase está na melhora da competência. 
A maturação progressiva da área pré-frontal continua a ocorrer. A região 
pré-frontal também está associada aos valores e significados que continuam a 
ser construídos durante todo o desenvolvimento humano. 
Considerando que a região que planeja o movimento, também é aquela 
que controla os comportamentos sociais e os valores pessoais, a intenção do 
movimento e o seu significado farão diferença na construção do gesto. A 
motivação e a intencionalidade farão com que o planejamento motor ocorra de 
maneira diferente e também que a reação a determinado estímulo seja 
diferente dependendo do significado pessoal atribuído a ele. 
Na terceira fase, ou seja, o estágio de utilização permanente das 
habilidades adquiridas, os indivíduos reduzem a área de suas buscas atléticas 
e há uma maior especialização no refinamento de habilidades. 
Neste período, onde provavelmente as áreas corticais estão 
mielinizadas, maduras, as mudanças no comportamento motor são decorrentes 
da modulação da atividade neural em função da experiência. As vivências 
motoras modularão a atividade neural tornando-a mais sincronizada e eficiente 
caracterizando a aprendizagem motora do indivíduo. A atenção continua sendo 
importante para a aprendizagem motora, porém, o significado do estímulo 
passa ser cada vez mais determinante do que este indivíduo vai ou não 
 
 
21
 
 
aprender com eficiência. 
 
1.4 Características motoras da criança 
 
O desenvolvimento do esquema corporal acontece de forma progressiva 
e a partir da conscientização da criança em relação ao seu próprio corpo, ela 
passara a perceber e a ter domínio sobre os seus movimentos, dessa forma 
agindo e transformando a sociedade. 
Para Coste (1981), o desenvolvimento da estrutura espaço–temporal, 
possibilita ao indivíduo organizar-se perante o mundo que o cerca, de organizar 
as coisas entre si, de colocá-las em um lugar e de movimentá-las. 
 
A estruturação espaço temporal é um dado importante para uma 
adaptação favorável do individuo. Ela permite-lhe não só movimentar-
se e reconhecer se no espaço, mas também concatenar e dar 
seqüência aos seus gestos, localizar as partes do seu corpo e situá-
los no espaço, coordenar sua atividade e organizar sua vida cotidiana 
(COSTE, 1981, p. 57). 
 
 
Para entender como ocorre o desenvolvimento das crianças vamos 
apresentar os estudos de Le Boulch (1983) os quais relatam como agem 
motoricamente as crianças no período de 3 a 10 anos. 
A criança aos três anos é segura e sente ágil, domina a essência da 
marcha, corre, para e gira, pode contornar obstáculos, removê-los de seu 
caminho. A atividade motora neste período tem uma importância extraordinária. 
Pode esperar a sua vez, pode cooperar no jogo com outras crianças. 
A criança de quatro anos tem uma intensa atividade motora, corre, salta, 
trepa cobrindo maiores extensões. Sobe e desce escadas correndo, maneja o 
seu triciclo na velocidade máxima, gosta das atividades que requerem 
equilíbrio. 
Na criança de cinco anos, a economia de movimento é notável no 
contraste com a expansividade dos quatro anos. Possui equilíbrio e controle, 
trepa com segurança de um objeto para outro. Parece mais contido e menos 
ativo porque pode manter uma posição por um período mais longo. 
O funcionamento dos olhos e mãos parece tão completo como no 
adulto, embora na realidade tenham ainda que desenvolver as estruturas mais 
 
 
22
 
 
finas. Dá preferência às atividades motoras grossas. Maneja o seu triciclo com 
velocidade, destreza e maior liberdade. Trepa, salta de uma altura, talvez se 
dedique a subir em árvores ou saltar corda. 
Há maior facilidade e domínio da atividade corporal geral. Começa a 
usar as mãos mais do que os braços para receber uma bola pequena. A 
organização do espaço visual com suas três dimensões: altura, largura e 
profundidade estão intimamente ligadas. Seu espaço de locomoção aumenta 
por causa do número de relações espaciais dependentes de seu próprio corpo 
e de percepção de si mesmo, desta maneira conhece: em cima, embaixo, 
atrás, próximo, perto e distante, distingue o que está à sua frente e às suas 
costas frente de atrás de si. 
Na idade escolar que se inicia aos seis anos,Le Boulch (1983), observa 
que neste momento de crescimento a superioridade do menino sobre a menina 
é importante no que se relaciona a capacidade vital e a força muscular. Outra 
característica diferencial na tonicidade neuromuscular é a mobilidade muito 
maior no menino do que na menina. Estes fatores fisiológicos combinados com 
os fatores sociais resultam os comportamentos típicos dos meninos e das 
meninas. 
Aos sete anos a criança encontra-se fundamentalmente em uma etapa 
de absorção e assimilação na qual desenvolve um equilíbrio ativo entre suas 
inclinações interiores e as exigências externas. Repete incansavelmente uma 
atividade ate dominá-la. Pode ter períodos em que se dedica a um só tipo de 
atividade, para logo abandoná-la repentinamente por outro. Tem vergonha dos 
seus erros e dos seus medos. 
 Aos oito anos a criança volta a uma idade expansiva, mas com um 
nível superior de maturidade. A dinâmica de sua conduta caracteriza-se pela: 
velocidade, expansividade. Seu ritmo psicomotor está aprimorado. Os 
movimentos corporais têm fluidez, graça e equilíbrio. 
Caminha com liberdade, tem consciência de sua própria postura e 
recorda, em ocasiões, que deve sentar-se ereta. Está em continua atividade, 
faz prova de acrobacia, corre, salta, luta, persegue outra criança. Valor e 
atrevimento são suas características. Sobe em árvores, equilibra-se, aumenta e 
prova a sua força. Mostra uma maior disposição para o aprendizado de novas 
técnicas. 
 
 
23
 
 
Há um aumento da velocidade e fluidez nas operações motrizes finas. 
Embora seja uma ativa fazedora de coisas, começa a ser também 
observadora. Pode tomar parte em uma atividade e ao mesmo tempo observar 
o desempenho de outras crianças. A ação é a nota das suas brincadeiras. 
Possui um novo sentido da totalidade, um sentido do jogo mútuo, da 
relação ativa e do seu uso prático. Meninos e meninas participam como iguais 
nas atividades escolares e recreativas compartem inúmeros interesses, mas 
também adquirem uma consciência das distinções que os separam. O 
interesse pelas regras do jogo, idealizados e seguidos coletivamente, cresce e 
visivelmente fomenta o sentimento de justiça e de "fair play". 
Durante o período de nove a dez anos a atividade motora se equilibra 
com o desejo de aprender, pois este é um período de importante 
desenvolvimento intelectual. Tem, um maior interesse pelo processo e pela 
atividade. São capazes de analisar seus movimentos tanto antes como durante 
a ação. São mais persistentes no exercício de suas habilidades; um interesse e 
uma perseverança baseados na maturidade de seu sistema neuromotor. 
Trabalham e jogam muito, são mais hábeis em seu comportamento motor e 
gostam de ostentar suas habilidades, demonstram um grande interesse por 
jogos competitivos. 
Olhos e mãos estão agora bem diferenciados. Aumenta a resistência e a 
fatigabilidade é menor. Aumenta a velocidade continua, e aos doze anos é só 
dez por cento menos veloz que na fase adulta. A força cresce rapidamente pelo 
desenvolvimento paralelo do tecido muscular. Aperfeiçoa a coordenação nos 
grandes e pequenos movimentos. (LE BOULCH, 1983) 
O mesmo autor recomenda como atividade física em todas as faixas 
etárias a ginástica, jogos em geral e, principalmente a natação por ser uma 
modalidade esportiva que permite o desenvolvimento motor de forma integral. 
 
1.5 O papel da Educação Física no desenvolvimento da criança 
 
O principal instrumento da Educação Física é o movimento, por ser o 
denominador comum de diversos campos sensoriais. O desenvolvimento do 
ser humano se dá a partir da integração entre a motricidade, a emoção e o 
pensamento. 
 
 
24
 
 
No caso específico da educação física, o profissional dessa área possui 
ferramentas valiosas para provocar estímulos que levem a esse 
desenvolvimento de forma bastante prazerosa: a brincadeira, o jogo e o 
esporte. 
A partir da brincadeira e do jogo, a criança utiliza a imaginação que “é 
um modo de funcionamento psicológico especificamente humano, que não está 
presente nos animais nem na criança muito pequena” (REGO, 1995, p.81). 
A partir da utilização da imaginação, a criança deixa de levar em conta 
as características reais do objeto, se detendo no significado determinado pela 
brincadeira. 
Mesmo havendo uma significativa distância entre o comportamento 
na vida real e o comportamento no brinquedo, a atuação no mundo 
imaginário e o estabelecimento de regras a serem seguidas criam 
uma zona de desenvolvimento proximal, na medida em que 
impulsionam conceitos e processos em desenvolvimento. (REGO, 
1995, p. 83) 
 
Esse impulso dado aos “conceitos e processos de desenvolvimento” 
deverá ser fornecido pela educação física ao propiciar jogos e brincadeiras 
que, intencionalmente, estimulem a imaginação e a criatividade. Além disso, o 
processo de desenvolvimento dos indivíduos tem relação direta com o seu 
ambiente sócio-cultural e eles não se desenvolveriam plenamente sem o 
suporte de outros indivíduos da mesma espécie. 
Dessa forma, percebe-se que a escola, e neste caso específico a 
educação física, tem um papel fundamental no aprendizado e 
conseqüentemente no desenvolvimento dos indivíduos, desde que estabeleça 
situações desafiadoras para seus alunos. 
A interferência de outras pessoas (professor e outros alunos) é 
fundamental para o desenvolvimento do indivíduo. O papel do professor deve 
ser o de interventor intencional, estimulando o aluno a progredir em seus 
conhecimentos e habilidades através de propostas desafiadoras que o leve a 
buscar soluções, por intermédio da sua própria vivência e das relações 
interpessoais. Isto não deve significar uma educação autoritária, mas sim, uma 
educação que possibilite ao aluno, por meio de estratégias estabelecidas pelo 
professor, construir o seu próprio conhecimento, com a reestruturação e 
reelaboração dos significados que são transmitidos ao indivíduo pelo seu meio 
 
 
25
 
 
sócio-cultural. 
O profissional de educação física ao trabalhar na educação infantil deve 
conhecer os estágios do desenvolvimento dessa fase, para proporcionar os 
estímulos adequados a cada etapa. Agindo dessa forma, o desenvolvimento 
será mais harmônico no campo motor, cognitivo e afetivo-social, trabalhando 
assim, o ser na sua forma integral. 
A evolução infantil obedece a uma seqüência motora, cognitiva, e 
afetiva-social que ocorrerá de forma mais lenta ou mais acelerada, de acordo 
com os estímulos recebidos. A criança entre de 1 ano e meio e os dois anos de 
idade age sem refletir. O ato precede o pensamento. A partir dessa fase, a 
criança já adquire duas funções importantíssimas: o andar e a linguagem. O 
pensamento passa a ser projetado no exterior pelos movimentos e pela 
linguagem. Isto permitirá uma maior participação na sua relação com o meio. A 
ação da criança sobre o meio estimulará sua atividade mental. 
A partir daí, a criança começa a ter maior consciência sobre sua própria 
pessoa, iniciando a formação da sua auto-imagem. Em seguida, a criança vai 
iniciando a sua vida social ao formar pequenos grupos, porém ocorre uma troca 
constante de amizades e de grupos (escola, clubes, etc.). Esse intercâmbio 
social é essencial, pois leva a criança a se adaptar a diferentes papéis, 
reconhecendo-se como pessoa. 
 
1.6 A natação 
 
A natação é a atividade física mais completa que existe; é a harmonia, a 
flexibilidade, a potência, o ritmo, a coordenação, em resumo, o grupo de 
movimentos em série mais complexo. 
Praticado regularmente, permite desenvolver todos os mecanismos 
fisiológicos: a capacidade pulmonar e o sistema cardiovascular. 
Além dessas vantagens importantes, o meio aquático permite novas 
possibilidades de coordenação. 
A natação possibilita também um excelente método pedagógico, que 
permite conhecer melhor a criança muito cedo, e ajudá-la, se necessário a 
resolver problemas particularesem seu meio familiar e social. 
A natação é a ação de auto propulsão e auto sustentação na água que o 
 
 
26
 
 
homem aprendeu por instinto ou observando os animais. É uma das atividades 
mais completas que engloba várias finalidades, desde o simples divertimento e 
lazer até as competições, desde a aquisição de boa coordenação de 
movimentos até as terapias. Tem a vantagem de poder ser praticada por 
qualquer sexo, em qualquer idade, desde que não haja contra-indicação 
médica. 
A natação pode ser feita em quatro estilos: crawl, costas, peito clássico 
e borboleta. 
O crawl é o nado de barriga para baixo, com batimento de pernas 
alternadas, sendo que a força do movimento das pernas é de cima para baixo, 
e os braços se alteram simultaneamente. A respiração ocorre de acordo com a 
braçada. 
O nado de costas é o “oposto” do crawl, é realizado de barriga para 
cima, como o próprio nome fala “de costas”. O batimento de perna é quase 
igual, tendo como diferença à origem da força, q é de baixo para cima. 
O nado de peito clássico é comparado aos movimentos de uma rã ou de 
um sapo e vários estudiosos dizem que seu estilo foi inspirado por esses 
répteis. 
No nado borboleta, ambos os braços devem ser trazidos à frente, 
simultaneamente sobre a água e levado para trás, juntos. As pernas unidas 
fazem movimento junto com o tronco em forma de ondulação 
A natação ajuda a melhora o desempenho respiratório, além de 
contribuir de forma decisiva para um aumento na qualidade de vida. 
 
1.7 Habilidades motoras aquáticas e adaptação ao meio líquido 
 
Entende-se por adaptação ao meio aquático, o processo que envolve a 
iniciação à natação, recorrendo ao domínio do corpo na água, com base nos 
objetivos de cinco domínios: equilíbrio, respiração, imersão, propulsão e salto. 
A natação favorece a tomada de consciência do aluno em relação a si, 
ao meio, ao grupo e à sociedade, contribuindo no seu desenvolvimento e 
favorecendo o desenvolvimento de todas as suas aptidões. 
Através da água, a natação possibilita desencadear na criança uma 
nova vivência que irá provocar novas capacidades de adaptação. O meio 
 
 
27
 
 
aquático cria novas sensações, modifica o equilíbrio abrindo um largo campo 
de experiências à capacidade motora sob o efeito de uma certa ausência de 
gravidade. 
É sabido que no meio aquático a aquisição de habilidades motoras mais 
complexas e específicas dependem da prévia aquisição, apropriação e domínio 
de habilidades mais simples. Conseqüentemente Langendorfer e Bruya (apud 
Barbosa, 2001), sugerem a adaptação do modelo de desenvolvimento das 
habilidades motora propostas por Gallahue (1982), para as atividades 
realizadas no meio aquático. 
Na figura 2 pode-se observar a representação esquemática da 
adaptação do modelo proposto por Gallahue (1982), proposto por Langendorfer 
e Bruya (1995). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Fonte: BARBOSA, 2001. 
Figura 2. Adaptação do modelo de desenvolvimento das 
habilidades motoras 
 
 
 Para Mota (1990), a aquisição das habilidades aquáticas básicas terá 
como finalidades promover a familiarização da criança com o meio líquido, 
promover sua autonomia no meio aquático e criar bases para a aprendizagem 
futura de habilidades aquáticas especializadas. 
Portanto, sugere-se que as habilidades aquáticas básicas sejam 
abordadas nos programas de adaptação ao meio aquático como contribuintes 
do desenvolvimento motor global. 
Tradicionalmente são consideradas como componentes da adaptação 
 
 
Especialização 
Técnica 
 
Aperfeiçoamento Técnico 
 
Técnicas de Nado Rudimentar 
 
Habilidades Aquáticas Básicas 
 
Movimentos Reflexos Natatórios 
 
 
28
 
 
ao meio aquático, ou seja, como sendo habilidades aquáticas básicas: a 
respiração, o equilíbrio - que inclui as rotações e os saltos - e a propulsão 
(MOTA, 1990). 
Equilíbrio – O domínio do equilíbrio no meio aquático está intimamente 
ligado com o domínio da propulsão (MOTA, 1990). Isto porque a posição mais 
vantajosa para o deslocamento neste meio é a horizontal. Assim, será 
necessário que o indivíduo refaça um conjunto de referências, procurando 
adaptar-se à nova situação. O quadro 1 compara as alterações de 
comportamento no meio terrestre e no meio aquático, de acordo com Mota 
(1990). 
 
Meio terrestre Meio aquático 
Posição vertical 
Cabeça vertical 
Olhar horizontal 
Apoio plantares 
Ação exclusiva da força da gravidade 
Posição horizontal 
Cabeça horizontal 
Olhar vertical 
Perda dos apoios plantares 
Ação das forças da Gravidade e da 
Impulsão Hidrostática 
Fonte: MOTA, 1990 
Quadro 1. Comparação das alterações de comportamentos no meio 
terrestre e no meio aquático, em termos de equilíbrio (adaptado de Mota, 
1990) 
 
A abordagem da flutuação nesta fase é importante, para criar nos alunos 
uma conscientização dessa possibilidade no meio aquático, a qual não é 
"vivenciável" no meio terrestre (MOTA, 1990). 
A sua transformação passa por uma consciencialização dos 
mecanismos que o orientam e pela percepção voluntária de inúmeras 
informações motoras que, no seu conjunto, permitem a aquisição de um “novo 
esquema corporal” devidamente enquadrado com o meio aquático tão 
relevante para a fase de aquisição e, mais ainda, quando se passa à fase de 
eficácia motora ou performance desportiva propriamente dita. 
Respiração – de acordo com Holmér, apud (BARBOSA 2001) uma das 
principais limitações impostas pela passagem à posição horizontal relaciona-se 
com a necessidade de imersão da face, a qual se constitui como uma limitação 
da função ventilatória. 
É necessário efetuar uma expiração completa na imersão e diminuir ao 
 
 
29
 
 
máximo o tempo de inspiração. Por isso, é necessária uma consciencialização 
expiratória – inspiratória com os respectivos requisitos técnicos. 
Logo, o trabalho de aperfeiçoamento da respiração pressupõe a criação 
de um processo respiratório consciente, necessariamente diferente do 
automatismo inato (MOTA, 1990). 
No quadro 2 compara-se as principais características do mecanismo 
respiratório no meio terrestre e no meio aquático. (MOTA, 1990) 
 
Meio terrestre Meio aquático 
Dominância nasal 
Acto reflexo 
Inspiração reflexa 
Expiração passiva 
Dominância bocal 
Acto voluntário 
Inspiração automática 
Expiração activa 
Fonte: MOTA, 1990 
Quadro 2. Comparação das principais características do 
mecanismo respiratório no meio terrestre e no meio aquático. 
 
 
Propulsão – existe uma correlação direta e proporcional entre a 
qualidade respiratória e equilíbrio ótimo, que influi significativamente na 
aquisição dos gestos técnicos e na eficácia motora. Da sua correlação depende 
a quantidade e qualidade do repertório motor do jovem praticante e a base das 
performances desportivas em Natação. Portanto, as alterações em termos de 
equilíbrio, deve-se a diferenças no mecanismo propulsor utilizado no meio 
aquático. No quadro 3 apresenta-se as alterações em termos de propulsão que 
se verificam no meio aquático (MOTA, 1990) 
 
Meio terrestre Meio aquático 
Dominantemente equilibradores 
 
Dominantemente propulsores 
 
Membros 
Superiores 
Membros 
inferiores 
Dominantemente propulsores 
 
Dominantemente equilibradores 
Fonte: MOTA, 1990 
Quadro 3. Comparação das alterações de comportamentos no meio terrestre e 
no meio aquático, em termos de propulsão 
 
 
Falta acrescentar, que não são só estes três fundamentos o suporte do 
conteúdo de ensino. É natural associar nesta fase, a noção de profundidade, 
através de técnicas de deslocação em imersão, a vivência de diferentes 
 
 
30
 
 
situações de salto já que eles podem ser considerados como um método de 
deslocamento de um indivíduo do meio terrestre para o meio aquático 
auxiliando na correta noção da entrada na água e as manipulações que 
consiste em manter uma relação de interação entre o indivíduo e vários objetos 
explorandotodas as suas possibilidades. 
Estas habilidades são especialmente benéficas, para a posterior 
abordagem de habilidades esportivas características de determinados jogos 
desportivos coletivos. 
 
1.8 Os Benefícios da Natação Infantil 
 
O desenvolvimento da personalidade da criança, que compreende as 
mudanças ocorridas no organismo durante o processo de crescimento e 
desenvolvimento (comportamento motor, percepção, construção da 
inteligência, afetividade, aprendizagem) tem merecido ultimamente uma 
atenção cada vez maior por parte dos investigadores, como assinala Cirigliano 
(apud MOREIRA, 2006). A cada dia novas escolas de natação são abertas 
oferecendo a prática dessa atividade a todas as faixas etárias, incluindo-se aí 
desde os recém-nascidos (três meses) até idosos. Os pais matriculam seus 
filhos ainda bebês em programas de adaptação ao meio líquido esperando que 
com isso os mesmos aprendam a nadar. 
Mas o que muitos não têm em mente é que os benefícios de um 
programa de natação infantil vão muito além do saber nadar. Sem sombra de 
dúvida, a natação infantil é o primeiro e mais eficaz instrumento de aplicação 
da Educação Física no ser humano, assim como excelente elemento para 
iniciar a criança na aprendizagem organizada. Dessa forma, o fim que 
persegue um método de natação não deve ser unicamente que o aluno chegue 
a converter-se em um bom nadador. 
O aluno deve também receber um acúmulo de experiências que, através 
das suas vivências lhe enriqueçam e contribuam à sua melhor educação 
integral. 
Nesse sentido, a natação infantil não se detém somente ao fato de que a 
criança aprenda a nadar, mas sim, que contribua para ativar o processo 
 
 
31
 
 
evolutivo psicomorfológico da criança, auxiliando o desenvolvimento de sua 
psicomotricidade e reforçando o início de sua personalidade. 
O raio de ação da natação infantil continua os especialistas, envolve 
desde a ativação das células cerebrais da criança, até um melhor e mais 
precoce desenvolvimento de sua psicomotricidade, sociabilidade e reforço do 
sistema cardiovascular morfológico. A natação como agente educativo quando 
aplicada a crianças em idade pré-escolar assumirá um papel formativo e 
totalizador, levando as mesmas crianças que participaram de um programa de 
adaptação ao meio líquido a se desenvolverem melhor e mais rapidamente, o 
que fará do posterior processo de alfabetização algo simples e bem sucedido. 
Pode-se deduzir, assim como Cirigliano (apud MOREIRA, 2006) que um 
programa de natação para a primeira infância, quando elaborado e conduzido 
por um profissional competente, assume o importante papel de educar 
integralmente a criança, resultando em: 
a) A aquisição do sentimento de "confiança básico", eixo da 
personalidade e matriz da confiança social; 
b) A seleção e gradação dos estímulos sensoriomotores para obtenção 
de respostas adaptativas mais adequadas e hierarquicamente úteis 
para a transferência da aprendizagem; 
c) A adequação aos estímulos perceptivomotores no preciso momento 
evolutivo, tornando irreprodutível se oferecido mais tarde com as 
mesmas características naturais e nas mesmas condições; 
d) A utilização da base reflexa antes de sua extinção, para a construção 
de sistemas funcionais econômicos através de propostas sistemáticas 
de aprendizagem; 
e) O conhecimento e domínio progressivo do corpo, que facilitam a 
formação de uma imagem corporal integrada e rica através do 
sensório - percepção; 
f) A formação de base da inteligência, a partir das oportunidades 
oferecidas, em quantidade e qualidade adequadas, de exercitar sua 
vontade em realizar experiências; 
g) A comunicação entre a criança e o professor (adulto) através do gesto 
e da ação, como medida prévia para uma comunicação simbólica e 
 
 
32
 
 
integrada em seus três níveis de expressão: pré verbal, para verbal e 
verbal; 
h) A instauração de um vínculo pedagógico personalizado e cooperativo, 
aberto a mutualidade família - escola de natação, a fim de formar um 
arquétipo educativo social válido. 
A importância da natação não esta vinculada apenas ao 
desenvolvimento físico e motor da criança, mas também à formação de sua 
personalidade e inteligência. 
Dados apontam para crianças iniciadas em programas de adaptação ao 
meio líquido em idade pré-escolar que alcançaram um rendimento mais 
satisfatório inclusive no processo de alfabetização. 
 
2 O EXPERIMENTO 
 
2.1 Material e métodos 
 
A pesquisa foi realizada na cidade de Penápolis com 30 crianças de 
ambos os gêneros com faixa etária entre de 7 a 9 anos. A população foi 
dividida em dois grupos de crianças escolhidas aleatoriamente através de 
sorteio. Do grupo selecionado, 15 alunos pertencem a Academia Audaz onde a 
clientela pratica a iniciação da natação e 15 ao Centro Municipal de Educação 
Integral Jardim Eldorado onde as crianças não têm contato com aulas de 
natação. Os dois grupos realizam atividades motoras nas aulas de Educação 
Física escolar e nas atividades normais do cotidiano. 
Foi entregue nas respectivas entidades um pedido de consentimento 
para a realização da pesquisa dentro do local de trabalho (APÊNDICE A). 
Depois do grupo selecionado foi entregue aos pais uma autorização de 
conhecimento livre e esclarecido (APÊNDICE B) permitindo a participação das 
crianças na pesquisa. 
No mês de setembro os alunos Anderson, Luciano e Ronaldo durante as 
aulas de Educação Física e de Natação, realizaram a avaliação do nível de 
desenvolvimento das habilidades motoras fundamentais do movimento de 
saltar horizontalmente, do rolar a bola e dos movimentos axiais, em situação de 
 
 
33
 
 
teste conforme critérios sugeridos por Mc Clenaghan; Gallahue (1985). As 
coletas de imagem foram feitas utilizando-se duas filmadoras analógicas fixas 
por tripés, marcas JVC modelo COMPACT VHS GRAX 7100 e PANASONIC 
modelo OMNI MOVE VHSK PV. As câmeras ficaram posicionadas uma 
frontalmente as crianças e outra à lateral a uma distância de seis metros. 
Para o salto horizontal que é realizado através de um movimento 
explosivo, as crianças foram posicionadas em coluna de frente para uma linha 
demarcatória de onde saltaram com impulso e pouso nos dois pés. 
Para o rolar a bola o grupo também foi posicionado atrás de uma linha 
demarcatória de onde tiveram que executar a habilidade, rolando a bola para 
um dos professores que se encontrava posicionado a frente da criança. 
Na execução dos movimentos axiais as crianças se posicionaram com 
os pés paralelos sobre uma linha e executaram a habilidade (a partir da 
posição fundamental, elevar os braços, posicionando-se nas pontas dos pés, 
em seguida agachar tocando o solo). 
Em cada habilidade solicitada, as crianças tiveram a oportunidade de 
executar três tentativas e o melhor desempenho foi selecionado para análise 
individual em vídeo cassete marca SANSUMG modelo DVD-VHS V4600M 
projetados em slow motion, que nada mais é do que o congelamento das 
imagens com avanço quadro a quadro. Este método possibilitou verificar o 
nível do padrão motor de cada aluno em cada uma das habilidades 
executadas. 
Foram analisados individualmente os segmentos de tronco, membro 
inferior e membro superior e de acordo com a localização dos segmentos 
corporais no espaço, o padrão motor foi classificado em inicial, elementar ou 
maduro. Cabe informar que a criança que alcançou o padrão maduro na 
habilidade apresentou todos os segmentos corporais maduro, a que se 
caracterizou com padrão inicial apresentou todos os segmentos inicial e todos 
as outras possibilidades indicarão padrão elementar. 
Para verificar qual dos grupos analisados apresentou melhor nível de 
habilidade foi utilizado o índice de freqüência relativa (%) em cada uma das 
habilidades observadas, os resultados obtidos serão descritos em forma de 
quadros e gráficos. 
 
 
 
34
 
 
3 RESULTADOSEste trabalho teve a intenção de verificar a interferência da natação em 
sua fase de adaptação ao meio líquido com o nível apresentado nas 
habilidades motoras básicas de saltar horizontalmente, rolar a bola e de 
movimentos axiais. Foram analisados dois grupos distintos, o primeiro participa 
de um programa de iniciação de natação onde estão passando pelo processo 
de adaptação ao meio líquido, o segundo não participa de nenhum programa 
relacionado com natação. 
As analises propostas por Mc Clenaghan; Gallahue (1985) possibilitaram 
observar o nível de padrão motor das crianças em cada um dos segmentos 
corporais analisados: membro inferior, tronco e membro superior como 
observado nos dados apresentados no Apêndice D e Apêndice E. Com estes 
dados foi possível levantar os índices de crianças que apresentam padrão 
motor maduro nas habilidades observadas e analisar a interferência da natação 
no desenvolvimento das habilidades motoras básicas destas crianças, bem 
como, qual a categoria de habilidades foi mais influenciada com a pratica da 
natação. 
O resultado apresentado no tabela 1 demonstra que no grupo de 
crianças que não pratica natação somente um aluno apresenta padrão maduro 
na habilidade de saltar horizontalmente, 1 na habilidade axial e apenas 2 
alunos na habilidade de rolar a bola. Observa-se também que tanto na 
habilidade de rolar a bola como na habilidade axial 11 crianças apresentaram 
padrão elementar e 3 crianças padrão inicial. 
 
Tabela 1- Padrão motor dos alunos que não participam da iniciação da natação 
Estágios Saltar Horizontal Rolar a bola Movimento Axial 
Inicial 3 7 3 
Elementar 11 6 11 
Maduro 1 2 1 
Fonte elaborada pelos autores 
 
As porcentagens apresentadas no gráfico 1 permite verificar que apenas 
6,66% das crianças estão com padrão maduro no salto horizontal e no 
 
 
35
 
 
movimento axial e 13,30% no rolar a bola; 73.30% apresentam padrão 
elementar no salto horizontal e no movimento axial e 40% no lançar a bola; 
20% das crianças apresentam padrão inicial do salto horizontal e nos 
movimentos axiais e 51,80% padrão inicial no lançar a bola. 
 
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
Saltar Horizontal Rolar a bola Movimento Axial
Habilidade
%
Inicial
Elementar
Maduro
 
Fonte elaborada pelos autores 
Figura 3: Índice de porcentagem do padrão motores em alunos 
que não fazem parte da iniciação da natação 
 
No tabela 2 pode-se observar que o grupo de crianças que pratica 
natação apresentou um resultado mais próximo do satisfatório já que 4 alunos 
apresentam padrão maduro na habilidade de saltar horizontalmente e no rolar a 
bola, 6 na habilidade axial; 10 alunos apresentaram padrão elementar no saltar 
horizontalmente, 11 no rolar a bola e 8 no movimento axial. Ficaram no padrão 
inicial 1 aluno no salto horizontal e no movimento axial e nenhum na habilidade 
de rolar a bola. 
 
Tabela 2: Padrão motor dos alunos que participam da iniciação da natação 
Estágios Saltar Horizontal Rolar a bola Movimento Axial 
Inicial 1 0 1 
Elementar 10 11 8 
Maduro 4 4 6 
Fonte elaborada pelos autores 
 
 
36
 
 
As porcentagens apresentadas no gráfico 2 permite verificar que das 
crianças analisadas, 26,2% apresentam-se no padrão maduro no salto 
horizontal e no rolar a bola e 40% movimento axial; 66,6% apresentam padrão 
elementar no salto horizontal, 73,3% no rolar a bola e 53,3% no movimento 
axial. Finalmente observou-se que apenas 6.6% das crianças apresentaram 
padrão inicial no salto horizontal e nos movimentos axiais. Nenhuma criança 
apresentou padrão inicial no rolar a bola. 
0
2
4
6
8
10
12
Saltar Horizontal Rolar a bola Movimento Axial
%
Inicial
Elementar
Maduro
 
Fonte elaborada pelos autores 
Figura 4: Índice de porcentagem do padrão motores em alunos que 
não fazem parte da iniciação da natação 
 
 
4 DISCUSSÃO 
 
Este estudo investigou o desenvolvimento motor de 30 crianças de 
ambos os gêneros, com idade entre 7 e 9 anos executando habilidades de 
saltar horizontalmente, rolar o objeto bola e um movimento axial. 
A preocupação do estudo foi verificar os estágios de desenvolvimento 
motor destas habilidades, a interferência da prática da natação no resultado 
destas análises e dentro das categorias de movimentos, qual foi mais 
desenvolvida. Os resultados apontados no item anterior oferecem apoio para 
esta discussão. 
Através do estudo realizado nas piscinas da Academia Audaz e no 
 
 
37
 
 
Centro Municipal de Educação Integrado Jardim Eldorado em Penápolis, foi 
possível observar que dos 15 alunos que fazem natação 26,2% apresentou 
padrão maduro nas habilidades de saltar horizontalmente e rolar a bola e 40% 
no movimento axial. Dos 15 alunos que não fazem natação apenas 6,66% 
apresentou padrão maduro na habilidade do salto horizontal e no movimento 
axial, nenhum aluno apresentou padrão maduro no rolar a bola. 
 Como foi possível observar, poucas crianças apresentaram padrão 
motor maduro em suas habilidades como sugerem estudos como os de Mc 
Clenaghan; Gallahue (1985) que afirmam que crianças com 5 e 6 anos já 
devem ter atingido o estágio maduro. Este fato vem ao encontro da afirmativa 
de Gallahue; Ozmun (2003) que dizem ser impossível a criança atingir o 
estágio maduro de certas habilidades se não for oportunizada a ela, o 
encorajamento e a prática orientada para o aprendizado. 
Dentre os movimentos analisados (locomotor, manipulativo e 
estabilizador) entre os alunos que praticam natação, o que mais se apresentou 
desenvolvido foi o estabilizador, observado na habilidade do movimento axial. 
Acredita-se que isto se deva ao fato da habilidade axial, que esta diretamente 
voltada para o equilíbrio seja constantemente desenvolvida durante o processo 
de adaptação ao meio líquido através dos exercícios de flutuação e propulsão. 
Outro dado importante a ser observado foi a interferência das 
habilidades aquáticas nas habilidades básicas da criança visto que o índice de 
crianças com padrão motor mais próximo ao esperado ficou com o grupo de 
crianças que praticam a iniciação da natação. 
Os elementos abordados no processo de adaptação ao meio líquido, ou 
seja, as habilidades que incluem saltos e deslocamentos no meio terrestre, ou 
os lançamentos, passes e recepções, são considerados benéficos para 
posteriores abordagem desportivas características de determinados jogos 
desportivos coletivos aquáticos e de habilidades específicas relacionadas com 
o cotidiano da criança. 
Assim como no meio terrestre, a aquisição das habilidades motoras 
aquáticas mais complexas e específicas, também dependem da prévia 
aquisição, apropriação e domínio das habilidades mais simples. Na fase de 
movimentos especializados as habilidades locomotoras, manipulativas e 
estabilizadoras são progressivamente refinadas, combinadas e elaboradas 
 
 
38
 
 
para o uso de acordo com as exigências do meio. (GALLAHUE; OZMUN, 
2003). 
Como afirma Mota (1990), a aquisição das habilidades aquáticas 
básicas promove a familiarização da criança com o meio líquido, promove sua 
autonomia no meio aquático e cria bases para a aprendizagem futura de 
habilidades aquáticas especializadas. Alem disto, contribui para o 
desenvolvimento global da criança. 
Mais uma vez pode-se afirmar que o amadurecimento das habilidades 
não está relacionado apenas com a maturação biológica, mas principalmente 
com as experiências de práticas bem estruturadas por um profissional 
especializado. 
Portanto, pode-se concluir que a natação por meio das atividades 
abordadas durante o período de adaptação ao meio líquido interfere na 
aquisição das habilidades motoras básicas de crianças de 7 a 9 anos. 
 
 
5 CONCLUSÃO 
 
Este estudo verificou o nível do padrão motor em crianças que 
freqüentam e que não freqüentam a iniciação da natação; a interferência desta 
prática no resultado da aquisição de habilidades motoras básicas;e qual grupo 
de movimento fundamental se apresentou mais desenvolvido. 
Conclui-se que apesar da maioria das crianças não estarem no padrão 
motor desejado, o grupo que está mais próximo do padrão esperado é o das 
crianças que praticam natação. Este fato vem ao encontro das afirmativas 
abordadas neste estudo que ressaltam a importância do ensino especializado, 
do encorajamento e das oportunidades oferecidas às crianças. 
A pratica regular de atividades orientadas por um professor de Educação 
Física, as habilidades motoras aquáticas utilizadas no processo de adaptação 
ao meio líquido estimulam e ampliam a aquisição de habilidades motoras 
básicas, possibilitando à criança um repertório motor adequado para futuras 
aplicações em habilidades motoras especializadas necessárias para o 
desenvolvimento global da criança. 
Espera-se que os dados levantados com este estudo possam auxiliar 
 
 
39
 
 
futuras pesquisas relacionadas com habilidades motoras básicas e natação. 
Outros estudos precisam ser realizados na área de desenvolvimento 
motor, pois se pode constatar não só nesta pesquisa, mas em várias outras, o 
insucesso na aquisição de habilidades motoras básicas em crianças. Sugere-
se verificar as causas de um número tão grande de as crianças com mais de 
seis anos que não apresentarem padrão motor maduro nas habilidades 
motoras básicas, já que a literatura sugere que deveriam apresentar nesta faixa 
etária um movimento igual ao de um adulto habilidoso. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
40
 
 
REFERÊNCIAS 
 
 
BARBOSA, T. As habilidades motoras aquáticas básicas . (2001). Disponível 
em: http://www.efdeportes.com. Acesso em: 5 set. 2007. 
COSTE, Jean-Claude. A Psicomotricidade. Paris: traduzido pela Presses 
Universitaries de France, 1981. 
FONSECA, V. da. Psicomotricidade. São Paulo: Martins Fontes, 1988. 
GALLAHUE, D. L. Developmental movement experiences for children. New 
York: Wiley, 1982. 
GALLAHUE, D. L; OZMUN. J. C. Compreendendo o desenvolvimento 
motor: bebês, crianças, adolescentes e adultos. São Paulo: Phorte, 2003. 
KOLB, B.; WHISHAW, I. Q. Neurociência do comportamento . Barueri: 
Manole , 2002. 
LE BOULCH, J. A educação pelo movimento : a psicocinética na idade 
escolar. Porto Alegre: Artes Médicas, l983. 
MC CLENAGHAN, B. A.; GALLAHUE, D. L. Movimentos fundamentales: su 
desarrollo y rehabilitación. Buenos Aires: Panamericana, 1985 
MOREIRA, L. Os benefícios da natação infantil no processo de 
alfabetização. (2006). Disponível em: http://www.cdof.com.br. Acesso em: 25 
ago, 2007. 
MOTA, J. Aspectos metodológicos do ensino da natação . Edição da 
Associação de Estudantes da Faculdade de Ciências do Desporto e de 
Educação Física da Universidade do Porto. Porto. 1990. 
REGO, T. C. Vygotsky: uma perspectiva histórico-cultural da educação. 2 ed. 
Petrópolis (RJ) : Vozes, 1995. 
SOLER, M.F.P. Habilidades motoras básicas e a realização de taref as no 
jogo de basquetebol escolar. 2005. (Mestrado em Educação Física). 
Universidade Metodista de Piracicaba, Piracicaba. 
 
 
 
 
 
 
41
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
APÊNDICES 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
42
 
 
APÊNDICE A – TERMO DE AUTORIZAÇÃO PARA A UTILIZAÇÃO DO 
ESPAÇO FÍSICO DO CENTRO MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO INTEGRADA DO 
JARDIM ELDORADO, PENÁPOLIS 
 
 
SECRETÁRIO DE EDUCAÇÃO MUNICIPAL 
 
Prezado Sr. Cledivaldo Aparecido Donzelli, 
Os alunos Anderson de Oliveira Brito, Luciano Losilla Sabino e Ronaldo 
Andrade de Souza, alunos do 8º semestre de Educação Física, estão 
desenvolvendo seu Projeto de Conclusão de Curso na área de 
Desenvolvimento motor. Para tanto, solicitam a permissão para realizarem 
filmagem do espaço físico do Centro Municipal de Educação Integrada do 
Jardim Eldorado, assim como as crianças que freqüentam a entidade, com 
faixa etária de 7 a 9 anos de idade de ambos os gêneros. Essa filmagem será 
realizada em agosto de 2007. Será entregue aos pais, uma autorização de 
veiculação de imagem, explicando que o conteúdo será apenas para cunho 
científico, podendo a fita ser apresentada no Centro Universitário e Congressos 
que os alunos participarem. 
 
Qualquer dúvida favor nos contatar 
 
 
 
Atenciosamente: 
 
 
 
 
Ms. Maria de Fátima Paschoal Soler De acordo: 
Professora Orientadora Cledivaldo Aparecido Donzelli 
 Secretário de Educação 
 
 
 
 
43
 
 
APÊNDICE B – TERMO DE AUTORIZAÇÃO PARA A UTILIZAÇÃO DO 
ESPAÇO FÍSICO DA ACADEMIA AUDAZ, PENÁPOLIS 
 
 
PROPRIETÁRIAS DA ACADEMIA AUDAZ 
 
Prezada Sras. Valdirene e Walqueires, 
Os alunos Anderson de Oliveira Brito, Luciano Losilla Sabino e Ronaldo 
Andrade de Souza, alunos do 8º semestre de Educação Física, estão 
desenvolvendo seu Projeto de Conclusão de Curso na área de 
Desenvolvimento motor. Para tanto, solicitam a permissão para realizarem 
filmagem do espaço físico da Academia Audaz, assim como as crianças que 
freqüentam a entidade, com faixa etária de 7 a 9 anos de idade de ambos os 
gêneros. Essa filmagem será realizada em agosto de 2007. Será entregue aos 
pais, uma autorização de veiculação de imagem, explicando que o conteúdo 
será apenas para cunho científico, podendo a fita ser apresentada no Centro 
Universitário e Congressos que os alunos participarem. 
 
Qualquer dúvida favor nos contatar 
 
 
 
Atenciosamente: 
 
 
 
 
Ms. Maria de Fátima Paschoal Soler De acordo: 
Professora Orientadora Valdirene Zacarone 
 Walquires Sampaio 
 
 
 
 
 
 
44
 
 
APÊNDICE C – TERMO DE AUTORIZAÇÃO DE IMAGEM 
 
 
AUTORIZAÇÃO 
 
 
Eu,_______________________________________,RG.nº_______________, 
CPF____________________, brasileiro (a), residente e domiciliado a 
Rua: ______________________________nº ______ responsável do (a) menor 
_____________________________________ nascido em__________, 
autorizo os pesquisadores Anderson de Oliveira Brito, Luciano Losilla Sabino e 
Ronaldo Andrade de Souza, realizarem as filmagens do meu filho (a) durante o 
período de pesquisa, realizando movimentos motores para estudo de caso em 
pesquisa experimental. Estou ciente de que essas imagens serão divulgadas a 
título de pesquisa, internamente, no Centro Universitário Salesiano Auxiliam, e 
em outros trabalhos de pesquisa que possam ser desenvolvidos durante o 
processo de monografia. Estou ciente que esse trabalho terá a orientação da 
Profª Ms. Maria de Fátima Paschoal Soler. 
 
Sem mais, firmo presente. 
 
 
 
 
 
 
 
_____________________________________ 
 Assinat ura do responsável 
 
 
 
 
 
 
 
 
45
 
 
APENDICE D – PADRÃO MOTOR APRESENTADO PELO GRUPO DE ALUNOS 
QUE NÃO PARTICIPAM DE AULAS DE NATAÇÃO 
 
 
 
 
 
HABILIDADE SALTAR 
HORIZONTAL 
ROLAR A BOLA MOVIMENTO 
AXIAL 
SEGMENTO MI T MS MI T MS MI T MS 
Aluno 1 E E I I I I E E E 
Aluno 2 I I E I I I E E E 
Aluno 3 I I E M M E E I E 
Aluno 4 E E E I I I I I I 
Aluno 5 I I I I I I I I I 
Aluno 6 I E I I I I I E I 
Aluno 7 I I I E E E E M M 
Aluno 8 E E I I E E E I I 
Aluno 9 I E I I I I I I I 
Aluno 10 I I I I I I E M I 
Aluno 11 E I I E I I M M M 
Aluno 12 I E E I I I I I E 
Aluno 13 M M M M M M M I E 
Aluno 14 I E E I E I E I I 
Aluno 15 E E E M M M E M M 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
46
 
 
APÊNDICE E - PADRÃO MOTOR APRESENTADO PELO GRUPO DE 
ALUNOS QUE PARTICIPAM DE AULAS DE NATAÇÃO 
 
 
 
 
 
HABILIDADE SALTAR 
HORIZONTAL 
ROLAR A BOLA MOVIMENTO 
AXIAL 
SEGMENTO MI T MS MI T MS MI T MS 
Aluno 1 E E E M M M E M M 
Aluno 2 M E M M E M E M M 
Aluno 3 M E E E M M I E M 
Aluno 4 M E

Mais conteúdos dessa disciplina