Buscar

Livro Unidade 1 - psicologia organizacional

Prévia do material em texto

26/10/2020 Livro Unidade 1
https://eskadauema.com/mod/book/tool/print/index.php?id=2053 1/9
Livro Unidade 1
Site: ESKADA | Cursos Abertos da UEMA
Curso: Psicologia Organizacional
Livro: Livro Unidade 1
Impresso por: ALAN LOPES GONÇALVES
Data: segunda, 26 out 2020, 09:32
https://eskadauema.com/
26/10/2020 Livro Unidade 1
https://eskadauema.com/mod/book/tool/print/index.php?id=2053 2/9
Sumário
1. Psicologia Organizacional: Aspectos Introdutórios
2. A Psicologia como ciência
3. Breve histórico da Psicologia Organizacional
4. Aplicações da Psicologia na Administração
5. Resumo
26/10/2020 Livro Unidade 1
https://eskadauema.com/mod/book/tool/print/index.php?id=2053 3/9
1. Psicologia Organizacional: Aspectos Introdutórios
Caríssimos (as) alunos (as), 
Nesta Unidade, analisaremos o surgimento da psicologia como ciência, e a aplicabilidade desta no contexto das organizações. 
Bons Estudos! 
26/10/2020 Livro Unidade 1
https://eskadauema.com/mod/book/tool/print/index.php?id=2053 4/9
2. A Psicologia como ciência
Comumente escutamos em nosso dia a dia que uma certa pessoa seria um ótimo psicólogo, pois escuta, resolve o problema dos outros e
aconselha com muita eficácia quando solicitado. Por outro lado, alguns o descrevem como um sujeito de jaleco branco que trata de pessoas
com alguma doença mental. Outros acreditam que o psicólogo adivinha tudo o que se passa na mente das outras pessoas, como se tivesse
uma bola de cristal. E há ainda os que afirmam que em alguns momentos agem como psicólogo. 
Possivelmente, concebemos essa imagem do psicólogo influenciados pelos meios de comunicação, filmes, documentários, jornais, redes
sociais, na escola, no hospital etc. De todas as ciências, possivelmente, a psicologia seja uma das mais mal compreendida, ainda que muitos
dos seus termos técnicos estejam impregnados na linguagem coloquial da cultura cotidiana. Mas, afinal de contas, do que se trata essa
ciência? 
A palavra psicologia deriva do grego das palavras psyché (alma) e logos (estudo), ou seja, etimologicamente o significado seria o estudo da
alma. Historicamente, a Psicologia desde o império grego esteve atrelada a filosofia.
Importantes pensadores preocupados com o funcionamento da mente e do corpo, tais como, Platão, Aristóteles, Sócrates, Hipócrates, entre
outros filósofos de outras eras históricas, tentaram sistematizá-la, todavia, foi apenas em meados do séc. XIX que a psicologia alcançou o
patamar de ciência, por meio do método experimental, desvinculando-se assim da filosofia. 
Precisamente em 1879, o psicólogo Wilhelm Wundt* fundou o primeiro laboratório de Psicologia na Universidade de Leipzig, na Alemanha,
com o objetivo de estudar os processos mentais. Assim, nasceu uma nova ciência, a psicologia. 
Após Wundt, outros psicólogos destacaram-se no cenário histórico desta ciência, influenciando assim no desenvolvimento de seus métodos
científicos específicos e diferentes correntes teóricas, a fim de melhor elucidar sistematicamente a complexidade do comportamento humano. 
O psicólogo Weiten, em seu livro Introdução à Psicologia, afirmou que a “psicologia é a ciência que estuda o comportamento e os processos
fisiológicos e cognitivos subjacentes ao comportamento, e é a profissão que aplica o conhecimento acumulado por essa ciência a problemas
práticos” (WEITEN, 2019, p. 14). O comportamento abrange em seu sentido mais amplo, ações que podem ser observadas diretamente,
como as atividades verbais e físicas, e processos cognitivos que não são visualizados, tais como a percepção, atenção,
consciência, processo de pensamento e memória. 
Como diria a cantora Adriana Calcanhoto na música Traduzir-se: “uma parte de mim é permanente, outra parte se sabe de repente”. Um dia
acordamos alegres, e no final da tarde estamos tristes, sem motivos aparentes, e nos perguntamos o motivo disso. Para alguns, uma manhã
ensolarada pode ser motivo de felicidade, enquanto outros murmuram. Às vezes temos conflitos com a pessoa que mais amamos. A
psicologia estudará exatamente as diversas variáveis que influenciam na concepção que nós temos sobre nós mesmos.
A psicologia estudará com seus métodos científicos próprios, a subjetividade humana, ou seja, o indivíduo em suas múltiplas expressões, no
seu processo de mudanças, de sentir, pensar, sonhar, relacionar, raciocinar, e em como ele se apropria de sua cultura e se transforma
continuamente, afinal, cada um de nós possui uma história de vida diferente que fomos construindo a partir das nossas experiências e
vivências com o nosso meio. Somos os construtores das nossas 
transformações! 
Cada uma das correntes teóricas da psicologia concebe o estudo do homem de diferente maneira, afinal, não se pode absolutizar os
aspectos subjetivos do indivíduo com base em apenas uma teoria. Entre os enfoques das teorias destacam-se o comportamento, a
consciência, o inconsciente, entre outros.
https://eskadauema.com/pluginfile.php/991047/mod_book/chapter/538/Capturar.PNG
26/10/2020 Livro Unidade 1
https://eskadauema.com/mod/book/tool/print/index.php?id=2053 5/9
A atuação do profissional da psicologia estará de acordo com o seu contexto de trabalho, dessa forma, existem psicólogos que são
especialistas em trabalhar na clínica, no trânsito, no esporte, no hospital, na área jurídica, na escola, nas organizações, entre outros
contextos. 
26/10/2020 Livro Unidade 1
https://eskadauema.com/mod/book/tool/print/index.php?id=2053 6/9
3. Breve histórico da Psicologia Organizacional
A vida inteira do indivíduo, desde o nascimento até a morte, se desenvolve dentro das organizações, onde desenrola-se a vida social, a
afetividade, o desenvolvimento físico, intelectual e as aspirações etc., os hospitais e as escolas exemplificam bem isso. 
O homem interage com as organizações de diversas formas, uma delas é por meio do trabalho, uma via que oportuniza o desenvolvimento e
a expressão do potencial do homem, constituindo-se em um meio de sobrevivência e de realização pessoal. Influencia na qualidade de vida,
na saúde, no sono, na personalidade, autoestima, autoconceito, na relação familiar e social, ou seja, repercute diretamente na vida do
indivíduo na dimensão biopsicossocial. Afinal, é no trabalho que o indivíduo passará grande parte do seu tempo. 
Essa concepção de trabalho reconhecida pela literatura científica, nem sempre foi visualizada dessa forma. A história de desenvolvimento do
trabalho sob a ótica do sistema capitalista é demarcada por crises e transformações, ainda mais quando se compara os meios de produção
de outros sistemas, como o feudal, por exemplo. De acordo com Bock, Furtado e Teixeira (2008), o capitalismo polarizou a sociedade entre
os detentores dos meios de produção e os vendedores da força de trabalho. 
Os historiadores Vainfas, Faria, Ferreira e Santos (2013) relatam que milhares de trabalhadores aglutinavam-se em fábricas, sob regime de
serviço árduo e extremamente rigoroso, sem regulamentação específica e longas jornada de trabalho. Neste contexto, a ciência da
Administração desenvolveu as suas primeiras teorias com Frederick Taylor, Henry Fayol, entre outros teóricos, com objetivo de analisar a
forma de execução do trabalho. 
No processo de humanização das condições de trabalho nas organizações, marca-se o aparecimento da Psicologia Organizacional meio a
Era da Industrialização, crises econômicas e guerras em meados do séc. XIX ao início do séc. XX.
Com base nos avanços desta área de atuação profissional, não é simples demarcar um período exato do seu surgimento, ainda mais
considerando os vários estudiosos que se destacaram na análise das organizações e das variáveis nelas envolvidas. À vista disso,
sobressaem-se alguns nomes de psicólogos, como, Walter Dill Scott, Hugo Münsterberg, Elton Mayo, McGregor, Abraham Maslow,entre
outros. 
O norte-americano Walter Dill Scott, por exemplo, foi aluno de Wundt, e dedicou sua carreira as questões práticas da psicologia e à melhoria
das condições do ambiente de trabalho, buscando identificar métodospara que os empresários motivassem o seu quadro funcional, como
também, aos seus consumidores.Segundo Schultz e Schultz (2014), Scott defendia que os consumidores podem ser facilmente influenciáveis
por agirem na maioria das vezes induzidos pelas emoções. 
Na Primeira Guerra Mundial, Scott destacou-se por auxiliar o exército dos Estados Unidos ao desenvolver escalas de classificação e seleção
de capitães e soldados, do qual recebeu medalha de reconhecimento pelos serviços prestados.Ele chegou a avaliar a qualificação
profissional de três milhões de soldados. Scott foi o precursor no processo de seleção de pessoal. 
As avaliações dos militares do exército nos períodos das Grandes Guerras Mundiais influenciaram sobremaneira na popularidade e no
crescimento vertiginoso da psicologia organizacional, aumentando a procura pelos serviços psicológicos por parte dos comércios. 
Assim como em outros países da Europa, Ásia e da América, no Brasil, o surgimento da psicologia organizacional esteve atrelada ao
processo de industrialização no fim do séc. XIX e princípio do séc. XX, com o objetivo de avaliação dos militares para o exército (ZANELLI;
BORGES-ANDRADE; BASTOS, 2004).
Entre os precursores da Psicologia Organizacional, destaca-se também o psicólogo alemão Hugo Münsterberg, por realizar diversas
pesquisas práticas nas organizações que contemplavam desde a orientação vocacional, a administração pessoal, os testes mentais, o
desempenho da função, a fadiga no ambiente organizacional, a publicidade e a motivação funcional. Münsterberg alegava que a seleção de
trabalhadores para funções que se adequassem com as suas habilidades mentais e emocionais, era a melhor maneira de aumentar a
eficácia, a produtividade e a satisfação no ambiente do trabalho (SCHULTZ; SCHULTZ, 2014). 
Na história da Psicologia Organizacional, convém salientar também, o programa de pesquisa inovador mais conhecido como os estudos de
Hawthorne realizados na década de 1920 e 1930, na Western Eletric Company, em Chicago, conduzido pelo psicólogo Elton Mayo
reconheceu que os aspectos psicológicos e sociais no ambiente de trabalho influenciavam mais o comportamento do trabalhador que as
condições físicas. De acordo com Robbins (2010), o programa teve as seguintes conclusões: os sentimentos e os comportamentos dos
trabalhadores estão diretamente relacionados; e os padrões do grupo influenciam significativamente o comportamento individual. 
Historicamente, esses entre outros psicólogos contribuíram significativamente para o processo de humanização nas organizações, e para o
amadurecimento da psicologia no contexto organizacional servindo assim, de apoio na prática administrativa. Conforme Robbins (2010),
Alan
Highlight
Alan
Highlight
26/10/2020 Livro Unidade 1
https://eskadauema.com/mod/book/tool/print/index.php?id=2053 7/9
além da contribuição da psicologia na melhor compreensão do comportamento organizacional, ela tem expandido a sua atuação nos estudos
do processo de aprendizagem, percepção, afetividade, personalidade, eficácia e liderança, motivação, comprometimento, desempenho,
processos de tomada de decisão, seleção de pessoal, desempenho de cargo e estresse do trabalhador. 
Compreendendo que as organizações são entidades sociais compostas por pessoas e seus inter-relacionamentos, a atuação da psicologia
estender-se-á aos indivíduos e aos grupos, auxiliando as organizações em seus objetivos básicos.
Alan
Highlight
26/10/2020 Livro Unidade 1
https://eskadauema.com/mod/book/tool/print/index.php?id=2053 8/9
4. Aplicações da Psicologia na Administração
De acordo com Aguiar (2005), a psicologia organizacional tem se voltado à adaptação dos indivíduos como membros das organizações para
o cumprimento dos objetivos por elas estabelecidos. Utiliza técnicas e instrumentos que operam desde a seleção de pessoal para que se
adequem as demandas e objetivos da organização, como também, no processo de integração quando ocorre a admissão. 
A Psicologia contribui para o estudo do comportamento das pessoas nas organizações, e para a harmonização das peculiaridades do
indivíduo e dos grupos às demandas das tarefas, abrangendo desde a motivação, satisfação no trabalho, comunicação, liderança, análise de
desempenho, treinamento e desenvolvimento pessoal, ergonomia, saúde mental do trabalhador, seleção e orientação profissional, relações
humanas, entre outras variáveis. 
Tenhamos como exemplo, um funcionário de serviço de atendimento aos clientes, cujo papel é informar, esclarecer e registrar as
reclamações dos clientes. A maior porcentagem das chamadas é por motivo de reclamação, sabemos que é raríssima a probabilidade do
recebimento de uma ligação de um cliente elogiando os serviços da empresa, neste contexto, um operador sem habilidades sociais
e autocontrole emocional, provavelmente deixará os clientes mais insatisfeitos e raivosos, e a empresa sofrerá consequências exponenciais,
pois como se fala no senso comum “a melhor propaganda é a de boca a boca”, sem contar nas questões judiciais envolvidas.” A organização
e o indivíduo estão entrelaçados num amplo complexo de interações” (MINICUCCI,2011, p.114). 
Imagine um professor sem habilidades de comunicação; um gerente sem habilidade de persuasão; um motorista impulsivo e agressivo; um
recepcionista iracundo; estes entre várias outras atuações profissionais, nos mostram como uma seleção adequada das características das
pessoas de acordo com as funções requeridas são essenciais para a efetividade das organizações. Segundo Fiorelli (2011), há trabalhos que
requerem constantemente o enfrentamento de novos desafios, como também, atividades que estabelecem rígidas rotinas, então, constitui-se
um desafio conciliar as características das pessoas às demandas das funções.
A psicologia organizacional volta-se justamente para os aspectos psicológicos dos indivíduos nos diferentes ambientes de trabalho,
abrangendo desde o desemprego, trabalhos informais, qualificação e treinamento de empregados, as micro, pequenas, médias e grandes
empresas, órgãos governamentais, etc.; tendo em vista que, as pessoas se comportam de maneira diferente nos diferentes ambientes, e as
condições de trabalho têm efeito sobre o desempenho do trabalhador. 
A administração ocorre por meio de pessoas, fato que demanda planejamento, organização, coordenação, tomada de decisões, alocação de
recursos e controle. Diante disso, compreender o comportamento do indivíduo se torna imprescindível para uma administração eficaz, afinal,
não há organização sem pessoas. “As pessoas são os parceiros da organização: os únicos capazes de conduzi-la à excelência e ao
sucesso” (CHIAVENATO, 2015, p.3). 
Com base na história da ciência da psicologia, você pode observar que a psicologia não atua baseada no achismo ou causalidade, tampouco
na adivinhação do presente ou futuro, a sua prática é sistematicamente aplicada com rigor científico. Tendo em vista que, a ciência da
administração se respalda em outras disciplinas sociais para estudar o comportamento humano, embora você não seja psicólogo,
compreender as motivações e comportamentos das pessoas contribuirá sobremaneira na sua prática profissional.
Alan
Highlight
Alan
Highlight
Alan
Highlight
26/10/2020 Livro Unidade 1
https://eskadauema.com/mod/book/tool/print/index.php?id=2053 9/9
5. Resumo
Nesta Unidade, estudamos de maneira sucinta, a história do surgimento da ciência da psicologia e o seu objeto de estudo, que no sentindo
mais amplo abrange o estudo do ser humano em suas múltiplas expressões. Estudamos também, que o enfoque sobre o estudo desse
indivíduo dependerá da corrente teórica da psicologia na análise em questão. 
Constatamos que o ambiente organizacional é um ramo de atuação do psicólogo. Historicamente, as primeiras ações da psicologia
organizacional relacionaram-se a seleção de pessoal no período das Grandes Guerras Mundiais, como também, nas Revoluções Industriais,
ocasiões que influenciaram na popularização da aplicação da psicologia nas organizações, aumentandoa demanda por parte dos comércios
pelos serviços psicológicos. 
A partir de uma perspectiva interdisciplinar, vimos ainda que, a Psicologia Organizacional como uma especialização da psicologia,
complementa sobremaneira na atuação do profissional que atua nas organizações, abrangendo desde a motivação, a satisfação no trabalho,
a comunicação, a liderança, a análise de desempenho, o treinamento e o desenvolvimento pessoal, a ergonomia, a saúde mental do
trabalhador, a qualidade de vida, a seleção e orientação profissional, as relações humanas, entre outras variáveis.
Alan
Highlight

Mais conteúdos dessa disciplina