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Teoria do Direito 
TEORIA DO DIREITO 
 
1º Semestre 
PROF Patrícia Menezes Castagna 
 
 
• CONTEUDO 
 
- Concepções e dimensões do direito; 
 
- Relações entre direito, política e justiça; 
 
- Interpretação, aplicação e integração do direito; 
 
- Fontes do direito e seus diferentes ramos; 
 
- Sistemas jurídicos na contemporaneidade: civil law e 
common law; 
 
 
 
• O QUE É DIREITO; 
 
 
 
 
Quadro sintático 
QUADRO SINTATICO 
 
 
• NOCOES DE DIREITO POSITIVO 
 
Segundo Miguel Reale, é a ordenação heterônoma das 
relações sociais baseada numa integração normativa de 
fatos e valores; 
 
• DIREITO OBJETIVO 
 
É o complexo de normas jurídicas que regem o 
comportamento humano, prescrevendo uma sanção no caso 
de sua violação; 
 
• DIREITO SUBJETIVO 
 
a) Conceito: Para Goffredo Telles é a permissão, 
dada por meio de norma jurídica, valida para fazer 
ou não fazer alguma coisa, para ter ou algo, ou, 
ainda autorização para exigir, por meio dos órgãos 
competentes do poder publico ou por meio de 
processo legais, em caso de prejuízo causado por 
violação de norma, cumprimento da norma 
infringida ou a reparação do mal sofrido; 
 
 
b) Espécie: 
 
DIREITO SUBJETIVO (comum da existência) É a permissão 
de fazer ou não fazer, de ter ou não ter algo sem violação de 
preceito normativo; 
 
DIREITO SUBJETIVO (defender direitos) é autorização de 
assegurar o uso de direito subjetivo, de modo que o lesado 
pela violação da norma esta autorizado, por ela, a resistir 
contra, a ilegalidade, a fazer cessar o ato ilícito, a reclamar 
reparação pelo dano e a processar criminosos, impondo-
lhes pena; 
 
 
• DIREITO PUBLICO E PRIVADO 
 
a) Fundamentos da divisão; 
 
Direito romano: O direito publico era aquele concernente 
ao estado dos negócios romanos, e o privado, que 
disciplinavam interesses particulares. Contudo, esse critério 
o privado, o que disciplinava interesses visado pela norma é 
falho, porque não se pode afirmar, com segurança, se o 
interesse protegido é do estado ou dos indivíduos. Em razão 
disso houve autores que concluíram que o fundamento da 
divisão se encontrava no interesse dominante, ideia 
insatisfeita, pois tão interligados estão os interesses que é 
impossível qual o dominante; 
 
Savigy: No direito publico o todo se apresenta como fim 
permanece em segundo plano; no privado, cada individuo 
considerado em si, constitui o fim deste ramo do direito e a 
relação jurídica apenas serve como meio para sua 
existência e para as suas condições particulares. Percebe-
se, todavia, que o estado também pode ser fim da relação 
jurídica regulada pelo direito privado, como no caso em que 
for parte numa compra e venda 
 
b) Ramos do direito publico e privado 
 
o Direito publico; 
o Interno; 
 
Direito constitucional: Visa regulamentar a estrutura 
básica do estado, disciplinado a sua organização ao tratar 
da divisão de poderes, das funções e limites de seus órgãos 
e das relações entre governantes e governados ao limitar 
suas ações; 
 
Direito administrativo: disciplina o exercício de atos 
administrativos praticados por quaisquer dos poderes 
estatais, com escopo de atingir fins sociais e políticos ao 
regulamentar a atuação governamental, a execução dos 
serviços públicos, a ação do estado no campo econômico, a 
administração dos bens públicos e o poder de policia; 
 
Direito tributário: Consiste no conjunto de normas que 
correspondam direita ou indiretamente, a instituição, 
arrecadação e fiscalização de tributos 
 
Direito financeiro: Rege a despesa e a receita publicas; 
 
Direito processual: Rege a atividade do poder judiciário e 
dos que a ele requerem ou perante ele litigam, 
correspondendo, portanto, a função estatal de distribuir a 
justiça; 
 
Direito penal: Constitui um complexo de normas que 
definem crimes e contravenções, estabelecendo penas, com 
as quais os estados mentem a integridade da ordem jurídica, 
mediante sua função preventiva e repressiva; 
 
Direito previdenciário: Conjunto de normas relativas as 
contribuições para o seguro social e aos benefícios dele 
decorrentes; 
 
o Direito publico; 
o Externo; 
 
Direito internacional publico: Consiste no conjunto de 
normas consuetudinárias e convencionais que regem as 
relações, diretas ou indiretas, entre estados e organismos 
internacionais; 
 
Direito internacional privado: Regulamenta as relações do 
estado, com cidadoes pertencentes a outros estados, dando 
soluções para os conflitos de leis no espaço. No nosso 
entender trata-se verdade, de ramo do direito publico 
interno; 
 
 
o Direito privado; 
o Direito civil; 
 
• CONCEITO 
 
Rege as relações familiares, patrimoniais e obrigacionais 
que se formam entre indivíduos encarados como tais, ou 
seja, enquanto membros da sociedade; 
 
• CONTEUDO 
 
Parte geral; apresenta normas sobre pessoas, tem função 
de fixar para serem aplicados, conceitos categorias e 
princípios que produzem reflexões em todo ordenamento 
jurídico, contem normas relativas ao sujeito, ao objeto e a 
forma de criar modificar e extinguir direitos tornando possível 
a aplicação da pare especial do código civil 
 
Parte especial: Regula o direito das obrigações, o direito de 
empresa, o direito das coisas, o direito de família e o direito 
das sucessões 
 
• PRINCIPIOS; 
 
- Da personalidade 
- Da autonomia da vontade 
- Da liberdade de estipulação negocial 
- Da prioridade individual 
- Da intangibilidade familiar 
- Da legitimidade da herança e do direito de testar 
- Da solidariedade social 
 
• ORIGEM; 
 
Após árduas e infrutíferas tentativas de codificação campos 
Sales, ao ocupar precedência da republica, por indicações 
de Epitácio pessoa, nomeia em 1899, para esta tarefa Clovis 
bevilaqua, que ao fim desse mesmo ano apresenta um 
projeto, o qual após 16 anos de debates, transformou-se no 
código civil promulgado 1 de janeiro de 1916, entrando em 
vigor um ano depois; 
 
• LICC; 
 
Contem normas sobre normas, assinalado lhes a maneira de 
aplicação e entendimento, predeterminado as fontes de 
direito positivo, indicando-lhes as dimensões 
espaciotemporais. 
 
o Tem as funções de: 
 
- Regular a vigência e a eficácia das normas; 
apresentar soluções ao conflito de normas no 
tempo e no espaço; 
- Fornecer critérios de hermenêutica; 
- Estabelecer critérios de integração de normas; 
- Garantir a eficácia global, a certeza, a segurança e 
a estabilidade da ordem jurídica; 
 
Direito comercial: Disciplina a atividade negocial do 
empresarial e de qualquer pessoa física ou jurídica, 
destinada a fins de natureza econômica, desde que habitual 
e dirigida à produção e a condição social do trabalhador 
assalariado; 
 
Direito do trabalho: Regulamenta as relações entre 
empregador e empregado, abrangendo norma, princípios e 
instituições relativas a organização do trabalho e da 
produção e a condição social do trabalhador assalariado; 
 
Direito do consumidor: Disciplina as relações existentes 
entre fornecedor e consumidor; 
 
 
Concepções dicotômicas de direito 
CONCEPCOES DICOTOMICAS DE DIREITO 
 
• INTRODUCAO; 
 
DICOTOMIA: No contexto em que aqui se apresenta recebe 
o significado que comumente os dicionários da língua 
portuguesa lhe, ortogam. Segundo o novo dicionário Aurélio 
é a divisão logica de um conceito em dois outros conceitos, 
em geral contrários, que lhe esgotam a extensão. O mesmo 
ocorre com a expressão; 
 
DUALISMO; Análoga a primeira e que representa doutrina 
que em qualquer ordem de ideias admite a existência de 
dois princípios irredutíveis ou a coexistência de dois 
princípios ou posições contrarias opostas; 
 
• DUALISMO NO DIREITO 
 
- O raciocínio jurídico, conscientemente ou não, 
sempre foi fértil em binômios. Ao se passar em 
revista as grandes divisões do direito, nota-se logo 
a tendência em separar o objeto em duas 
categorias, opostas e irredutíveis. Assim foi, e 
ainda é. Direito positivo e direito natural, direito 
objetivo e direito subjetivo, direito publico e direitoprivado outras tantas; 
 
 
Direito natural e direito positivo 
DIREITO NATURAL E DIREITO POSITIVO 
 
 
Toda a tradição do pensamento jurídico ocidental é 
dominada pela distinção entre direito positivo e direito 
natural; 
 Noberto Bobbio 
• NATUREZA E DIREITO NATURAL; 
 
 
Para compreender o que se quer dizer com a expressão 
direito natural, será preciso começar com o conceito de 
natureza. Os direitos naturais provem da natureza e se 
fundamenta na natureza; 
 
Nesta distinção ou melhor, contraposição entre a natureza e 
o mundo das práxis humanas, emerge, a meu ver, o 
significado profundo, original e fundamental do termo 
natureza. Este serve, originalmente, para abranger em uma 
mesma categoria, todas as coisas que não são produzidas 
pelo homem, toda e procura do mundo que aos olhos de 
quem observa e procura entender a realidade do universo, 
não depende do fazer humano; 
 
• DIREITO NATURAL: Regras de dever ser 
consideradas estáveis no tempo, necessárias e 
adequadas para todos. O termo sugere a perfeita 
ordem e harmonia, devendo o direito positivo se 
conforme aos mandamentos do direito natural. A 
maioria dos autores contemporâneos rejeita a 
existência ou, pelo menos a validade jurídica do 
direito natural; 
 
 
• CARACTERISTICAS; 
 
A justiça de existência na busca pela justiça: O direito 
natural é aquela ordem de comportamentos que decorre 
naturalmente de um ideal de justiça e é, portanto, 
considerado um supra direito, um direito (sob perspectiva da 
virtude) superior ao direito positivo; 
 
A imutabilidade: Por derivar de um ideal de justiça, o 
comportamento justo prescrito pelo direito natural será justo 
sempre, em qualquer lugar. Desta característica decorrem 
as próximas duas que são; 
 
A universalidade: Se o direito natural é imutável em 
decorrência da justiça é um mesmo em todos os lugares 
(Aristóteles, na passagem já citada, poetifica esta 
característica, compra o direito com outro elemento natural- 
o fogo- em também afirma que a parte é aquela que tem a 
mesma forca em todos os lugares e não existe por 
pensarem os homens deste ou daquele modo; 
 
A eternidade: Já que o direito natural é imutável, é o 
mesmo em todos os tempos, (na defesa de Antígona é 
possível perceber com maior nitidez esta característica; 
 
A inteligência das regras naturais através de razão: Se o 
direito positivo é o direito do estado, conhecido a partir das 
suas leis, a razão humana reconhece as regras do direito 
natural, na eterna e racional busca da humanidade pelo bem 
universal; 
 
 
Declínio do Direito Natural e 
primado do Direito Positivo 
DECLINIO DO DIREITO NATURAL E PRIMADO DO 
DIREITO POSITIVO 
 
REFLEXÃO: “Por que o Direito Natural, que seria aquela 
ordem natural norteada pela Justiça, perde espaço para o 
Direito Positivo, que atualmente é consagrado como o único 
Direito existente? “ 
- O argumento mais utilizado para resposta é o da 
segurança, da estabilidade. Se o direito natural é 
constituído de regras genéricas de “bem fazer”, o 
que é “fazer o bem” pode ser uma questão de difícil 
e ambígua resposta, o que causaria certo 
desconforto, temor ou insegurança. “Será que 
estou fazendo o bem, segundo o que a autoridade 
entende por bem?, pode ser a pergunta de 
qualquer cidadão. A partir de então, haverá tantas 
interpretações de “bem” quantos forem os sujeitos 
a ocupar posições de decisão, gerando inegável 
desarmonia e sujeição dos destinos de uma nação 
ao arbítrio das autoridades. 
 
• Razões para o apogeu do Direito Positivo 
 
- Ao nível ideológico, a experiência histórica do 
abuso, tanto de poderes religiosos como civis, de 
apelar para leis “naturais” para esmagar seres 
humanos que se opunham a determinados 
regimes, levou à rejeição de uma ordem humana e 
social determinada por uma lei natural 
preestabelecida. 
Estágio atual do direito natural 
ESTAGIO ATUAL DO DIREITO NATURAL 
 
 
Mesmo com a consagração do Direito Positivo, até mesmo 
autores que afirmam ter o Direito Natural morrido, sustentam 
de alguma forma a sua sobrevivência. É o que afirma 
Norberto Bobbio (1998), quando menciona sobre um 
suposto renascimento do Direito Natural: 
 
o Com respeito à exigência, o 
jusnaturalismo não pode renascer, 
pela simples razão de que nunca 
morreu; no que concerne à teoria 
propriamente dita, temo que tenha 
morrido no fim do século XVIII, 
quando todas as novas correntes 
filosóficas – o utilitarismo na 
Inglaterra, o positivismo na França, o 
historicismo na Alemanha – 
convergiram, sem o saber, na crítica 
ao Direito Natural. 
 
A exigência mencionada é a eterna fiscalização e crítica à 
legislação positiva, pois não se deve aceitar passivamente 
que as leis promulgadas pelo Estado sejam corretas, justas 
ou adequadas pelo simples fato de serem leis. 
 
o O jusnaturalismo representa a tomada 
de posição diante do direito existente, 
uma tomada de decisão que 
pressupõe um critério de avaliação – a 
lei natural contraposta à lei positiva – 
e leva a uma aprovação, caso em que 
se tenderá a querer conservar o 
direito que já existe – jusnaturalismo 
conservador –, ou a uma condenação, 
hipótese em que se desejará reformá-
lo – jusnaturalismo reformista. 
 
 
 
 
Noção de Direito Positivo 
NOCAO DO DIREITO POSITIVO 
 
O Direito Positivo (jus in civitate positum) pode ser 
entendido como o direito válido em determinada época e 
local, de acordo com as conveniências de um grupo social, 
através de normas jurídicas postas pelo poder dominante. 
 
 
Entendemos por direito positivo um sistema de normas 
jurídicas que, em determinado momento histórico, enforma e 
regula efectivamente a vida de um povo. O direito positivo é, 
assim, constituído pelas normas que são efectivamente 
impostas, que se fazem efectivamente valer. Ante esta 
característica – ou seja: a noção da positividade – é 
indiferente o valor intrínseco do sistema. Pode a norma 
jurídica ser injusta, contrária às supremas aspirações da 
consciência, ao ideal da Justiça – ou, para nos servirmos da 
expressão clássica, ao Direito natural – sem todavia cessar 
de ser, além de jurídica, positiva. Para que chegue a ser 
positiva, basta apenas que uma vontade social 
preponderante – isto é, uma força histórica suficientemente 
eficaz – seja capaz de a afirmar e de a impor de modo que 
seja observada. 
 
 
• CARACTERÍSTICAS DO DIREITO POSITIVO 
 
- A justificação de existência na busca pela 
organização, segurança e disciplina. O Direito 
Positivo busca determinar, com alto grau de 
certeza, quais os comportamentos que são 
permitidos, obrigatórios e proibidos, sem 
subordinar-se a subjetivas interpretações do direito 
natural que causariam insegurança; 
 
- A limitação temporal. O Direito Positivo é o direito 
em vigor em determinada época historicamente 
considerada, ao contrário da pretensão de 
eternidade do Direito Natural; 
 
- A limitação geográfica ou espacial, pois vigora 
em determinado espaço geográfico de acordo com 
os valores e a conveniência da sociedade ali 
estabelecida; 
 
- A mutabilidade. Se o Direito Positivo sofre 
limitações de tempo e de lugar, vale dizer que 
muda conforme o momento e o espaço de sua 
aplicação. O direito positivo brasileiro atual não é o 
mesmo do Brasil- colônia, bem como não é o 
mesmo do Reino Unido. 
 
- O reconhecimento de suas regras por meio das 
normas jurídicas válidas produzidas pelo 
Estado ou por qualquer outro meio de poder social 
organizado, dependendo do período histórico 
considerado (se estivermos falando do período pré-
estatal). A norma jurídica é a essência do Direito 
Positivo. 
 
 
Direito objetivo e subjetivo 
DIREITO OBJETIVO E SUBJETIVO 
 
- Tradicionalmente, esta distinção costuma aparecer 
no início dos manuais de direito. São duas 
perspectivas de se analisar um mesmo instituto, o 
direito positivo. 
 
• DIREITO OBJETIVO; 
 
- Analisado objetivamente 
 
- Ponto de vista do que se chama direito objetivo- O direito positivo é um conjunto ordenado de 
regras, de normas jurídicas. 
 
• Direito objetivo é o conjunto de normas impostas 
pelo Estado, de caráter geral, a cuja observância os 
individuas podem ser compelidos mediante 
coerção; 
 
- O direito objetivo é o direito considerado 
independentemente do momento do seu uso ou 
exercício, e sob esta perspectiva costuma ser 
confundido com o próprio direito positivo, mas esta 
confusão não é correta, pois o direito positivo 
compreenderia tanto o direito objetivo quanto os 
deveres e direitos subjetivos. 
 
• NOÇÃO EXEMPLIFICATIVA 
 
- Há regras que definem a estrutura do Estado, seus 
poderes e o limite destes poderes. 
 
- Há regras que definem o comportamento 
considerado criminoso e qual a conseqüência que 
será cominada a quem hipoteticamente se 
comportar da forma prevista. 
 
- Há regras que definem a capacidade das pessoas, 
há regras de trânsito, de relações de trabalho, de 
convivência em condomínios, de estrutura familiar, 
de pagamento de tributos e de todos os possíveis 
campos do comportamento humano. 
 
- Todas objetivamente consideradas (não se 
restringem, num primeiro momento, a um ou outro 
indivíduo). 
 
- Estas regras trazem um mandamento implícito: 
“deveis observar” ou “deveis obedecer”. 
 
- É a essência do direito objetivo a consideração do 
fenômeno jurídico como um conjunto de deveres 
que todos – objetivamente – devem observar. 
 
• DIREITO SUBJETIVO 
 
- Sujeito, entretanto (eu, você ou seja lá quem for), o 
direito é uma prerrogativa, uma faculdade, uma 
potencialidade atribuída. 
 
- Sob o ponto de vista de um determinado 
 
- Tenho direito à (...)”, pois se refere a uma 
 
- É comumente verificado nas expressões 
prerrogativa instituída em favor de alguém. 
 
• RELAÇÕES RECÍPROCAS ENTRE DIREITO 
OBJETIVO E DIREITO SUBJETIVO 
 
 
- Normalmente os autores posicionam-se no sentido 
de afirmar que o direito subjetivo decorre do direito 
objetivo: 
 
o “Pode-se dizer que o direito subjetivo 
é a prerrogativa colocada pelo direito 
objetivo, à disposição do sujeito de 
direito” 
 
- [O direito subjetivo] É, portanto, o meio de 
satisfazer interesses humanos e deriva do direito 
objetivo, nascendo com ele. 
 
- Trata-se de um poder atribuído à vontade do 
indivíduo, para a satisfação dos seus próprios 
interesses protegidos pela lei, ou seja, pelo direito 
objetivo. 
 
 
• NOÇÕES INTRODUTÓRIAS: CONTORNOS 
ATUAIS DA DISTINÇÃO ENTRE DIREITO 
PÚBLICO E DIREITO PRIVADO; 
 
- A divisão do direito positivo e direito privado é 
enfraquecida na atualidade por diversos fatores; 
 
- Direito privado sofrem influência direta do direito 
público, que impõe a observância de normas de 
ordem pública, principalmente para proteger 
interesses coletivos. É o caso, por exemplo, da 
função social; 
 
- A publicização do direito privado (vários campos do 
Identidade entre Direito e Estado, o que eliminaria 
esta distinção; 
 
- Alguns autores (por todos KELSEN, 2006) 
defendem a tradicionais ou didáticos; 
 
 
 
Critérios de distinção entre direito 
publico e privado 
CRITÉRIOS DE DISTINÇÃO ENTRE DIREITO PÚBLICO E 
DIREITO PRIVADO 
 
CRITÉRIO DO INTERESSE PROTEGIDO NA RELAÇÃO 
 
 
- O DIREITO PÚBLICO disciplina relações em que 
há interesse coletivo predominante. 
 
o Quando é visado imediata e 
prevalecentemente o interesse geral, 
o Direito é público. 
 
- O DIREITO PRIVADO disciplina relações em que 
predomina o interesse particular. 
 
 
CRITÉRIO DA ESPÉCIE DE RELAÇÃO QUE REGULAM 
(OU DA SITUAÇÃO DO SUJEITO) 
 
- O Direito Público é o ramo do Direito Positivo que 
regula relações de subordinação, em que o Estado 
é soberano, em virtude dos interesses coletivos 
preponderantes nestas relações. 
 
- O Direito Privado é o ramo do Direito Positivo que 
regula relações de coordenação, pois não há 
superioridade entre os partícipes desta relação, já 
que os interesses disciplinados são 
preponderantemente particulares. 
 
 
- Teoria que desfruta de boa aceitação é a do ius 
imperium, para a qual o direito público regula as 
relações do Estado e de outras entidades com 
poder de autoridade, enquanto o direito privado 
disciplina as relações particulares entre si, com 
base na igualdade jurídica e no poder de 
autodeterminação. 
 
- Quando imediato e prevalecente o interesse 
particular, o direito é privado; 
 
- Se a relação é da coordenação, trata-se 
geralmente, de direito privado 
 
 
- O Direito Privado representa uma relação entre 
sujeitos em posição de igualdade – sujeitos que 
têm juridicamente o mesmo valor – e o Direito 
Público uma relação entre um sujeito supra-
ordenado e um sujeito subordinado – entre dois 
sujeitos, portanto, dos quais um tem, em face do 
outro, um valor jurídico superior 
 
- Tem-se apontado também a natureza do sujeito ou 
titular a relação jurídica como elemento 
diferenciador. Segundo esse critério, público é o 
direito que regula as relações do Estado com outro 
Estado, ou as do Estado com os cidadãos, e 
privado o que disciplina as relações entre os 
indivíduos como tais, nas quais predomina 
imediatamente o interesse de ordem particular 
 
 
CRITÉRIO DA NATUREZA DAS NORMAS QUE 
COMPÕEM CADA RAMO 
 
O Direito Público é formado por normas de natureza 
cogente, de ordem pública. 
O Direito Privado, além de ser composto por normas de 
natureza cogente, de ordem pública (aspecto da 
“publicização do Direito Privado”), também é formado por 
normas de ordem privada, de natureza dispositiva. 
 
Normas de ordem pública são as cogentes, de aplicação 
obrigatória. São as que se impõem de modo absoluto, não 
sendo possível a sua derrogação pela vontade das partes. 
Normas de ordem privada são as que vigoram enquanto a 
vontade dos interessados não convencionar de forma 
diversa, tendo, pois, caráter supletivo. 
 
 
CRITÉRIO DO PAPEL DA LIBERDADE E DA VONTADE 
NA RELAÇÃO 
 
No Direito Público, o papel da liberdade e da vontade do 
agente é praticamente inexistente ou mínima e, quando 
existente, minuciosamente disciplinada e limitada por lei. 
 
 
No Direito Privado, a vontade assume um papel 
importantíssimo e criador de direitos e obrigações, sendo o 
ramo de desenvolvimento da chamada “autonomia das 
vontades” 
 
ALGUNS RAMOS DO DIREITO PÚBLICO 
(ENUMERAÇÃO MERAMENTE EXEMPLIFICATIVA QUE 
PODE VARIAR DE ACORDO COM O AUTOR ESTUDADO) 
- DIREITO CONSTITUCIONAL DIREITO 
TRIBUTÁRIO 
 
- DIREITO ADMINISTRATIVO DIREITO PENAL 
 
- DIREITO PROCESSUAL DIREITO 
INTERNACIONAL 
 
- DIREITO PREVIDENCIÁRIO DIREITO 
FINANCEIRO 
 
 
RAMOS DO DIREITO PRIVADO 
 
- DIREITO CIVIL E SEUS SUB-RAMOS 
 
- DIREITO DE FAMILIA 
 
- DIREITO DAS OBRIGACOES 
 
- DIREITO DAS SUCESSOES 
 
- DIREITO DE PERSONALIDADE 
 
- DIREITO DE EMPRESA 
 
Teoria do direito 
TEORIA DO DIREITO 
 
• LIVRO COMO NASCE O DIREITO 
 
1. Juristas 2. Economi
a 
3. Mor
al 
4. Delito 
propriedad
e contrato 
5. Legislaçã
o 
6. Juiz
o 
 
 
1. JURISTAS 
 
- Para carnelutti juristas são operários qualificados 
do direito, são aqueles que fabricam o direito 
 
• Doutrinadores seriam pessoas que possuem 
bacharelado em direito e fazem doutrinas 
LEGISLADOR X JUIZ 
 
- LEGISLADOR - Seria quem fórmulas as leis 
 
- JUIZ- Ele aplica as leis feitas por legislador (juiz 
provê para terminar o produto semi elaborado 
unicamente quando o cidadão não consegue) 
 
- LEI= seria uma norma que regula a conduta dos 
homens 
 
• Porém aplicar as leis não é um trabalho exclusivo 
do juiz todas as pessoas fazem direito sem que 
saiba 
 
- Quando eles respeitam a leis e regula sua 
conduta 
 
• Mínimo de conhecimento= todo mundo devia ter o 
mínimo de conhecimento de direito, mesmo que 
não sejam juristas, e direito penal deveria ser 
ensinado na escola como matemática 
 
• E a educação jurídica é um meio para combater 
duas pragas sociais que seria; DELINQUÊNCIA ( 
desobediência às leis delito e inflação), 
LITIGIOSIDADE2. ECONOMIA 
 
São atos econômicos todos aqueles que por meio das quais 
os homens tratam de satisfazer suas necessidades. 
 
• Quando compramos a maçã ao invés de roubar 
estamos exercendo o direito 
 
• O roubo da maçã antes de ser jurídico era 
econômico 
 
• PROBLEMA: O homem nunca está satisfeito , pois 
quanto mais tem mais ele quer ter. (por isso que os 
homens como as nações fazem guerra pois 
priorizam suas necessidade) 
 
• CONSEQUÊNCIAS: guerra entre homens decorre 
entre disputa entre nações e propriedade, o lema 
do homem era que o homem era o lobo do próprio 
homem 
 
• GUERRA= A guerra e igual a desordem 
 
• DIREITO= é igual a ordem 
 
- Direito penal: Pode se dizer que o direito penal foi 
elaborado para que as pessoas se abstenham de 
certos atos considerados nocivos ao bem estar 
comum. 
 
- PROPRIEDADE: A propriedade também é um 
fenômeno econômico antes de ser um fenômeno 
jurídico 
 
- CONTRATO OU TRATADO: a guerra na verdade 
nem sempre termina em paz, no campo da 
economia não existe a paz, mas sim um tratado de 
trégua, o contrato não é a garantia de paz no 
campo de economia haverá paz e sim uma trégua. 
 
MORAL (valores individuais) 
 
1. A economia é em sim o reinado do egoísmo 
 
2. Moral é o reinado do “tu” do altruísmo respeito e 
amor ao próximo 
 
3. Não haverá moral suficiente para abster se da 
guerra- surge necessidade de cabeça/ chefe que os 
FORCEM a obedecer a ordem: mandato 
 
MORAL X DIREITO 
 
Cinco concepções e teoria do direito 
CINCO CONCEPCOES E TEORIA DO DIREITO 
 
 
- HERBERT L. A. HART 
 
• OBJETIVO: Pretende diferenciar Direito, coerção e 
moral, como fenômenos sociais relacionados, mas 
distintos. 
 
• Nega a possibilidade e utilidade de formulação de 
uma definição geral e universal do direito. 
• Mesmo sabendo ser insuficiente e incompleto, 
fornece um quadro sistemático do direito como 
sendo um fenômeno com cinco aspectos salientes: 
 
- QUADRO SISTEMÁTICO (“ASPECTOS 
SALIENTES”) DO DIREITO PARA HART 
 
• Existência de regras que proíbem ou impõem 
comportamentos sob pena; 
 
• Existência de regras de compensação para 
ofensas; 
 
• Existência de regras para celebrar obrigações 
recíprocas e documentos; 
 
• Existência de Tribunais (órgãos julgadores de 
conflitos); 
 
• Existência de um Poder Legislativo. 
 
 
EXEMPLOS DE CADA UM DOS ASPECTOS SALIENTES 
 
 
I - Existência de regras que proíbem ou impõem 
comportamentos sob pena; 
 
Código de Trânsito Brasileiro (Lei 9.503/97): 
 
Art. 161. Constitui infração de trânsito a 
inobservância de qualquer preceito deste 
Código, da legislação complementar ou 
das resoluções do CONTRAN, sendo o 
infrator sujeito às penalidades e medidas 
administrativas indicadas em cada artigo, 
além das punições previstas no Capítulo 
XIX. 
Parágrafo único. As infrações cometidas 
em relação às resoluções do CONTRAN 
terão suas penalidades e medidas 
administrativas definidas nas próprias 
resoluções. 
 
Art. 162. Dirigir veículo: 
I. - Sem possuir Carteira Nacional 
de Habilitação ou Permissão para 
Dirigir: Infração - gravíssima; 
Penalidade - multa e apreensão do 
veículo; 
 
II - Existência de regras de compensação para ofensas 
 
Segunda Seção decide que mineradora é responsável por 
dano ambiental ocorrido em MG 
 
- A Segunda Seção do Superior Tribunal de Justiça 
(STJ) decidiu, em recurso repetitivo, que a 
Mineração Rio Pomba Cataguases deve recompor 
os danos materiais e morais decorrentes do 
vazamento de lama tóxica (bauxita) que deixou 
grande número de famílias desabrigadas nos 
municípios de Muriaé e Miraí, em Minas Gerais. 
 
- O acidente ocorreu em janeiro de 2007 em 
decorrência do rompimento da barragem São 
Francisco, quando cerca de dois bilhões de litros de 
resíduos atingiram diversas cidades do Rio de 
Janeiro e de Minas Gerais. 
 
III - Existência de regras para celebrar obrigações 
recíprocas e documentos; 
 
- Código Civil Brasileiro 
Art. 1.876 
O testamento particular pode ser escrito de 
próprio punho ou mediante processo 
mecânico. 
 
Art. 422 
Os contratantes são obrigados a guardar, 
assim na conclusão do contrato, como em 
sua execução, os princípios da probidade 
e da boa-fé. 
 
Art. 424 
Nos contratos de adesão, são nulas as 
cláusulas que estipulem a renúncia 
antecipada do aderente a direito resultante 
da natureza do negócio. 
 
IV - Existência de tribunais (órgãos julgadores de 
conflitos); 
 
TJSC mantém ação penal sobre morte de bebê após falta de 
gasolina em ambulância 
 
- A 4ª Câmara Criminal do TJ, em sessão nesta 
semana, decidiu manter a ação penal em que 
dirigentes do Samu (Serviço de Atendimento Móvel 
de Urgência) são réus pela morte de uma criança 
de um ano e 20 dias, após falta de combustível em 
uma ambulância. 
 
- Os desembargadores tomaram a decisão por 
unanimidade ao negar habeas corpus impetrado 
por um dos nove acusados criminalmente no caso 
que objetivava o trancamento da ação. 
 
- O advogado de defesa argumentava ausência de 
justa causa por entender que o réu, um médico do 
Samu, não poderia ser responsabilizado, ainda que 
indiretamente, pela falta de combustíveis nas 
ambulâncias do serviço de urgência de Joinville, 
uma vez que seu cargo não possui poder de gestão 
de recursos, inexistindo regulamentação pelo 
Estado de Santa Catarina. 
 
- O caso aconteceu em junho de 2017, quando o 
bebê faleceu após atraso no transporte necessário 
para que recebesse atendimento em unidade 
hospitalar especializada. (Notícia TJSC – 
29/03/2019) 
 
V - Existência de um Poder Legislativo. 
 
Lei proíbe casamento de menores de 16 anos 
 
- Foi publicada no DOU de 13/03/2019 a Lei n. 
13.811/19, que proíbe o casamento de menores de 
16 anos. A norma, cujo texto foi aprovado pelo 
Senado em fevereiro, altera previsões do Código 
Civil. 
 
- De acordo com a lei, o artigo 1.520 do Código 
passa a vigorar com nova redação. Antes, o 
dispositivo permitia o casamento de quem ainda 
não alcançou a idade núbil (16 anos de idade, 
conforme o artigo 1.517) em casos excepcionais, 
como para evitar imposição ou cumprimento de 
pena criminal ou em virtude de gravidez. 
 
- Agora, o artigo proíbe o casamento daqueles que 
não atingiram a idade núbil em qualquer caso. 
 
“Art. 1º O art. 1.520 da Lei nº 
10.406, de 10 de janeiro de 2002 
(Código Civil), passa a vigorar 
com a seguinte redação: 
 
 
"Art. 1.520. Não será permitido, 
em qualquer caso, o casamento 
de quem não atingiu a idade 
núbil, observado o disposto no art. 
1.517 deste Código." (NR)” 
 
 
• AS CINCO REALIDADES DO DIREITO p/ 
FRANCO MONTORO 
 
A) DIREITO COMO CIÊNCIA 
	
§ Quando o Direito é entendido como um objeto da 
cultura humana, quando é alvo de pesquisas e 
reflexões, neste contexto o Direito representa 
CIÊNCIA. 
 
B) DIREITO COMO FATO SOCIAL 
 
• Como FATO OU DADO SOCIAL, o direito é 
analisado sob o prisma da SOCIOLOGIA 
JURÍDICA, que verifica o impacto do Direito na 
realidade social e vice-versa. 
 
• Neste contexto, discussões sobre a realidade social 
tal como se apresenta em virtude de leis e normas 
como, por exemplo, as afirmações recorrentes de 
que o desenvolvimento econômico é freado porque 
o direito tributário é muito rigoroso ou de que a 
criminalidade aumenta porque o direito penal é 
muito brando, são exemplos de significação do 
direito sob a perspectiva de fato social. 
 
C) DIREITO COMO NORMA 
 
§ A ideia do direito como um conjunto de regras. 
 
§ É o sentido presente, por exemplo, nas expressões 
“O direito brasileiro proíbe a condução de veículos 
por pessoas sem habilitação”, ou “O direito norte-
americano prevê a pena de morte”. 
 
§ Confunde-se com a ideia de direito objetivo 
 
D) DIREITO COMO FACULDADE	
	
• Dependendo do contexto, o direito pode significar 
uma potencialidade/faculdade atribuída a um 
sujeito. 
 
• É exemplo deste significado a expressão: “Tenho 
direito a receber o salário ao final do mês trabalho”. 
 
• Confunde-se com a noção de direitosubjetivo. 
 
E) DIREITO COMO VEÍCULO DE JUSTIÇA 
 
• O direito, em certos contextos, é entendido como o 
próprio ideal de justiça. 
 
 
• TERCIO SAMPAIO FERRAZ JR. 
 
- O direito como técnica de decisão dos conflitos 
objetivando o domínio 
	
- O caráter vago do termo direito (...) ora designa o 
objeto de estudo, ora é o nome da ciência (...), ora 
o conjunto de normas, ou das instituições (...) ora é 
direito no sentido subjetivo (...) polêmica de 
séculos 
 
TÉCNICA — DECISÃO — DOMINAÇÃO 
 
- Duas exigências centrais da disciplina jurídica: a 
vinculação a normas, que não podem ser 
ignoradas, e a pressão para decidir os conflitos, 
pois para eles tem-se de achar uma saída. Para 
isso, contudo, há toda uma técnica especializada, 
que exige do jurista, uma longa formação e uma 
experiência mais longa ainda. 
 
• A TEORIA TRIDIMENSIONAL DO DIREITO 
 
- Fatos, valores e normas se implicam e se exigem 
reciprocamente. 
 
Uma análise em profundidade dos diversos sentidos da 
palavra Direito veio demonstrar que eles correspondem a 
três aspectos básicos, discerníveis em todo e qualquer 
momento da vida jurídica: 
 
• Um aspecto normativo (o Direito como 
ordenamento e sua respectiva ciência); 
 
• Um aspecto fático (o Direito como fato, ou em 
 
• Sua efetividade social e histórica) e um aspecto 
axiológico (o Direito como valor de Justiça). 
 
Direito não é só norma, como quer Kelsen, Direito não é só 
fato como rezam os marxistas ou os economistas do Direito, 
porque direito não é economia. Direito não é produção 
econômica, mas envolve a produção econômica e nela 
interfere; o Direito não é principalmente valor, como pensam 
os adeptos do Direito Natural, por exemplo, porque o direito 
ao mesmo tempo é norma, é fato e é valor. 
 
 
• A Teoria Pura do Direito (HANS KELSEN) 
 
- Objetivo: conferir cientificidade à ciência jurídica 
 
- Método: purificar o direito de suas “impurezas” 
 
- O direito é a norma jurídica; 
 
- A tarefa do jurista é identificar a norma jurídica e 
aplicá-la; 
 
- A norma jurídica válida é a que se fundamenta em 
uma norma jurídica que lhe é superior; 
 
- Esta, por sua vez, se fundamenta em outra que lhe 
é superior e, assim, sucessivamente. 
 
• A legitimidade (autenticidade, correção) do direito 
está em sua jurisdicidade: 
 
Legitimidade = legalidade 
(Legítimo é o que está na lei) 
 
As normas jurídicas devem se fundamentar em outras 
normas que lhe são superiores, sucessivamente, até a 
norma hierarquicamente superior a todas: 
A NORMA FUNDAMENTAL 
 
• A norma fundamental é pressuposta e sustenta 
todo o sistema de normas que dela derivam. 
 
• Alguns autores afirmam que esta norma é o poder, 
a autoridade, que estabelece as normas. 
• Outros, que é o pressuposto óbvio de “deveis 
obedecer”. 
 
 
Fontes do direito 
FONTES D DIREITO 
 
“FONTE DO DIREITO” – expressão “fonte” é metáfora, pois 
siginifica nascente de onde brota corrente de água 
 
- Miguel Reale: são meios através dos quais as 
regras jurídicas se positivam com legítima força 
obrigatória, ou seja, com vigência e eficácia (Lições 
Preliminares de Direito, 1993) 
 
- Maria Helena: É a origem primária do direito, 
confunde-se com o problema da gênese do direito 
(Compêndio de Introdução à Ciência do Direito, 
2004) 
 
 
 
 
 
1. Fatores sociais: históricos, religiosos, políticos, 
econômicos e morais; 
2. Valores de cada época: ordem, segurança, paz 
social e justiça 
 
3. Legislação 
4. Jurisprudência 
 
1. Costume 
2. Doutrina 
3. Poder Negocial 
4. Poder Normativo dos Grupos Sociais 
 
 
• FONTES MATERIAIS – são os fatores sociais 
(históricos, religiosos, políticos, econômicos e 
morais) e valores de cada época (ordem, segurança, 
paz social e justiça) 
 
- Não é o Direito Positivo, mas o conjunto de fatores 
sociais e valores que antecedem o direito, 
contribuindo para formar o conteúdo da Norma 
Jurídica 
 
- EX: Lei 13.819/2019, sancionada em 29/04/2019 –
instituiu a Política Nacional de Prevenção da 
Automutilação e do Suicídio – “violência 
autoprovocada” (art. 6º, § 1º) 
 
• A Fonte Material é o fator social que antecede a 
criação da norma (lei): altos índices de suicídio, 
tentativas de suicídio e automutilações; ausência de 
controle de dados para criação de políticas 
direcionadas à prevenção. 
 
Finalidades principais: criar Política Nacional de Prevenção 
a partir dos dados que serão coletados com serviço gratuito 
telefônico de atendimento ao público; 
 
Obrigar estabelecimentos de saúde e ensino públicos a 
notificarem o órgão competente a respeito da violência 
autoprovocada. 
 
• FONTES FORMAIS ESTATAIS: 
 
1. Legislação: processo pelo qual um ou vários órgãos 
estatais formulam e promulgam normas jurídicas de 
observância geral 
 
É a fonte jurídica por excelência! (civil law) 
 
Nos países de Constituição rígida, é a mais importante das 
fontes formais estatas! 
 
Inglaterra é o oposto: primado do precedente judicial! 
(commom law) 
 
 
FONTES FORMAIS ESTATAIS: 
 
1.1. Lei Constitucional: normas que prescrevem como 
se devem produzir outras normas (emendas à 
constituição) 
 
1.2. Lei Complementar: relativa à estrutura estatal ou 
aos serviços do Estado; sua matéria está prevista na 
Constituição; exige-se quórum qualificado do 
Senado e Câmara (arts. 69 e 146, III CF) 
 
 
1.3. Lei Ordinária: editada pelo Legislativo da União, 
Estados e Municípios, no campo de suas 
competências (arts. 22 a 24 CF) 
 
1.4. Lei Delegada: 
 
- Elaborada e editada pelo Presidente da República 
(art. 68, § 2º CF), por Comissão do Congresso ou 
qualquer das Casas; 
 
- Depende de Resolução do Congresso (p/ Pres. ou 
Comissão) ou decisão da Câmara (p/ uma das 
Casas); 
 
- Usada para acelerar a criação de normas jurídicas, 
mas está sujeita à apreciação do Congresso, que 
verifica se houve a permissão concedida 
 
1.5. Medidas Provisórias: 
 
- Normas expedidas pelo Presidente da República 
(art. 84, XXVI CF) no exercício de sua competência 
constitucional; 
 
- Para casos de relevância e urgência (art. 62, §§ 1º e 
2º CF); 
 
- Perdem a eficácia se não convertidas em Lei em 60 
dias, prorrogável por mais 60 uma única vez; 
 
- Se não for convertida em Lei, perde eficácia, 
conservando-se os atos realizados dentro da sua 
vigência 
 
1.6. Decreto Legislativo: 
 
- Norma aprovada por maioria simples pelo 
Congresso, sobre matéria exclusiva de sua 
competência (art. 49 CF); 
Miguel	Reale
Processo
Legislativo
Usos e	Costumes	
Jurídicos
Atividade
Jurisdicional
Poder Negocial
Maria	Helena	
Diniz
Fontes
Materiais
Fontes Formais
Estatais
Fontes Formais
Não Estatais
 
- Ratifica Tratados e Convenções Internacionais; 
julgamentos de contas do Presidente da República, 
etc; 
 
- Não é sancionado pelo Presidente, mas promulgado 
pelo Presidente do Senado 
 
1.7. Resoluções do Senado: 
 
- Têm força de lei ordinária, pois são deliberações de 
um das Casas ou Congresso sobre assunto de seu 
interesse, ex: licença ou perda de cargo por 
deputado/senador; fixação de subsídios (!); são 
promulgadas pela mesa do Senado; 
 
1.8. Decretos Regulamentares: 
 
- Normas jurídicas criadas pelo Poder Executivo da 
União, Estados e Municípios para esclarecer/facilitar 
a execução de uma Lei; não podem ampliar ou 
reduzir o conteúdo da Lei. 
 
1.9 Instruções Ministeriais: 
 
- Expedidas pelos Ministros de Estado para executar 
Leis, Decretos e Regulamentos relativos às 
atividades da sua pasta; na prática, as Portarias são 
mais usadas; 
 
1.9. Circulares: 
 
- Normas jurídicas que ordenam de maneira uniforme 
o serviço administrativo; 
 
1.10. Portarias: 
 
- Normas gerais que o órgão superior (desde 
Ministério até simples repartição pública) edita para 
serem observadas por seus servidores; serve para 
designar funcionários para sua funções ou abrir 
sindicâncias; 
 
1.11. Ordens de serviço: 
 
- Estipula de forma concreta um tipo de serviço a ser 
executado por um ou mais agentescredenciados 
para tanto. 
 
• FONTES FORMAIS ESTATAIS: 
 
 
2. Jurisprudência (no singular): 
- Conjunto de decisões uniformes e constantes dos 
Tribunais, resultantes da aplicação de normas a 
casos semelhantes, constituindo uma norma geral 
aplicável a todas as hipóteses similares ou idênticas. 
(Maria Helena) 
 
- “É a forma de revelação do direito que se processa 
através do exercício da jurisdição, em virtude de 
uma sucessão harmônica de decisões dos 
tribunais.” (Miguel Reale) 
 
- São os Recursos Especiais (STJ) e Extraordinários 
(STF) que, em regra, uniformizam as decisões 
judiciais 
 
- As Súmulas do STF, atualizadas com frequência, 
são “normas jurisprudenciais” que subordinam os 
demais Tribunais e juízes 
 
SÚMULA SÚMULA 
 
Enunciando resultante de 
entendimentos reiterados 
dos Tribunais sobre um 
assunto; 
 
Serve de referência (sem 
força de lei) para 
julgamentos futuros; 
 
EX: SÚMULA 726 STF – 
“Para efeito de 
aposentadoria especial de 
professores, não se 
computa o tempo de 
serviço prestado fora da 
sala de aula. “ 
 
Espécie de Súmula – 
editada somente pelo STF; 
 
O Judiciário e Adm. Pública 
devem decidir de acordo 
(força de lei) com a súmula 
ao se depararem com o 
caso concreto 
 
EX: SÚMULA 
VINCULANTE 37 STF 
“Não cabe ao Poder 
Judiciário, que não tem 
função legislativa, 
aumentar vencimentos de 
servidores públicos sob o 
fundamento de isonomia. “ 
 
 
FONTES FORMAIS NÃO ESTATAIS: 
 
1. Costume: é uma das fontes mais antigas do direito; 
decorre da reiterada prática de um ato com a 
convicção de necessidade jurídica; mantém-se até 
hoje porque a lei não contempla a infinidade de 
relações decorrentes da vida em sociedade; 
 
ART. 4º LINDB – o juiz pode decidir com base no costume 
em caso de omissão da Lei. 
 
1. Costume pode ser: 
 
A) Secundum Legem (segundo a lei): Art. 596 CC – 
valor do pagamento de serviço fixado segundo 
costume do lugar 
 
B) Praeter Legem (suplementa a lei): cheque pós-
datado sem fundo é crime de estelionato; mas como 
usado com frequência como garantia da dívida 
(costume), o juiz considera o crime inexistente! 
 
C) Contra Legem (contra a lei): casos em que para 
atender aos fins sociais ou bem comum (art. 5º 
LINDB), o juiz decide contra a lei – praticamente não 
existem 
 
2. Doutrina: formada pela atividade dos juristas: 
ensinamentos de professores; pareceres de 
jurisconsultos; opiniões de tratadistas 
 
- Decorre da atividade científico-jurídica; dos estudos 
científicos dos juristas; da análise das normas 
jurídicas; da elaboração dos conceitos jurídicos; da 
interpretação das leis 
 
- Orienta a aplicação do direito e aponta necessidades 
de reformas jurídicas 
 
Miguel Reale: doutrina não é fonte de direito, pois a fonte de 
direito revela modelo jurídico que define comportamento, 
enquanto a doutrina produz esquemas teóricos’ 
 
Abelardo Torré: é fonte material, usada pelo juiz, legislador 
e demais juristas 
 
Maria Helena Diniz: é fonte de direito costumeiro, é 
importante recurso à produção de normas jurídicas e 
decisões judiciais. 
 
3. Poder Negocial: discute-se se o contrato (pacto 
entre duas ou mais pessoas) seria fonte do direito 
 
Miguel Reale e Maria Helena: são normas contratuais que 
resultam do fato de a própria ordem jurídica reconhecer à 
pessoa (natural ou jurídica) o poder de estipular negócio para 
realização de fins lícitos, mediante acordo de vontades (É 
FONTE DE DIREITO) 
 
4. Poder Normativo dos Grupos Sociais: o Estado 
não é o único elaborador de normas jurídicas, as 
quais também emergem de vários grupos sociais: 
 
a) Legislação canônica da Igreja Católica; 
 
b) Legislação de entidades públicas (União, Est. 
Munic., Emp Púb.; Soc. Eco. Mista) ou privadas 
(empresas S/A, LTDA.); 
 
c) Regimentos de Associações (meio ambiente, clubes 
esportivos); 
 
d) Convenções Coletivas de Sindicatos de 
empregados e empregadores. 
 
 
Aplicação, interpretação e integração 
do direito 
APLICACAO INTERPRETACAO E INTEGRACAO DO 
DIREITO 
 
Direito positivo = Normas = Órgão competente = juiz, 
tribunal autoridade administrativa/ particular 
 
§ NORMA: 
 
a) Contém generalidades 
 
b) Fixa tipos 
 
c) Casos indefinidos e não concretos 
 
d) Afastamento da realidade 
 
A NORMA SOMENTE SE MOVIMENTA DIANTE DE UM 
FATO CONCRETO, PELA AÇÃO DO MAGISTRADO 
 
§ SUBSUNÇÃO: é a aplicação do direito ocorre 
quando uma pessoa, alegando prejuízo frente a 
uma situação concreta, pede a aplicação da norma 
 
§ EX: ART. 186 Código Civil – “Aquele que, por 
ação ou omissão voluntária, negligência ou 
imprudência, violar direito e causar dano a outrem, 
ainda que exclusivamente moral, comete ato 
ilícito.” 
 
 ART 944 Código Civil – “A indenização mede-se pela 
extensão do dano.” 
 
§ Subsunção – Dificuldades: 
 
1) Falta de informação sobre os fatos do caso 
para que o juiz possa concretizar (aplicar) a 
norma: 
EX: se a criança ingeriu álcool, é necessário realizar a prova 
de que o fato aconteceu – 
 
Ex: exame de sangue 
Resolve-se a situação com o ÔNUS DA PROVA: todo 
aquele que afirma a existência de um fato, deve prová-lo. 
 
Ex: se os pais não tem prova de que a criança consumiu 
álcool, não poderão mover ação contra o restaurante 
 
 
2) Indeterminação semântica dos conceitos 
normativos: em razão da indeterminação de um 
conceito presenta na norma, o juiz não sabe se 
pode usá-la no caso concreto 
 
EX: ART 51 Código de Defesa do Consumidor 
 
ART 51 CDC - São nulas de pleno direito, entre outras, as 
cláusulas contratuais relativas ao fornecimento de produtos 
e serviços que: 
 
IV - Estabeleçam obrigações consideradas iníquas, 
abusivas, que coloquem o consumidor em desvantagem 
exagerada, ou sejam incompatíveis com a boa-fé ou a 
equidade; 
 
 
§ Para muitos Juristas, as LACUNAS demonstram 
que: 
 
a) O DIREITO É INCOMPLETO; 
 
b) NÃO SÃO DEFEITOS DO SISTEMA; 
 
c) SÃO DIFICULDADES SEMÂNTICAS DA 
LINGUAGEM EM DEFINIR UMA EXPRESSÃO 
PRESENTE NA NORMA. 
 
 
• LACUNAS: ocorrem quando o magistrado não 
encontra a norma aplicável ao caso concreto. 
 
- Podem ser: 
 
LACUNA NORMATIVA: não existe no sistema uma solução 
para o caso concreto; 
 
LACUNA DE CONFLITO: existem várias soluções 
incompatíveis entre si para o caso concreto 
 
ANTINOMIA: conflito entre duas normas, dois princípios, ou 
uma norma e um princípio 
 
§ LACUNAS – O QUE FAZER? 
 
§ O magistrado não pode deixar de decidir alegando 
ausência de norma – novas necessidades surgem 
diariamente – legislação não acompanha 
§ ART. 4º LINDB – Lei de Introdução às Normas do 
Direito Brasileiro: 
Art. 4º Quando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso de 
acordo com a analogia, os costumes e os princípios gerais 
de direito. 
 
§ Analogia: aplica-se a um caso não previsto pela 
norma (união homoafetiva), outra norma prevista 
para outra situação (Lei 9278/96 – união estável), 
que é diferente, mas semelhante ao caso concreto 
 
§ Costumes: é formado por dois elementos: o uso e 
a convicção jurídica – regras locais instituídas por 
determinado grupo social 
 
§ Princípios Gerais de Direito: são fundamentos 
que não foram ditados, explicitamente, pelo 
legislador, mas que fazem parte do ordenamento 
jurídico 
 
§ MOTIVOS para interpretar: 
 
1. Vaguidade da norma; 
 
2. Ambiguidade do texto; 
 
3. Imperfeição; 
 
4. Falta de terminologia técnica; 
 
5. Má redação. 
 
§ FUNÇÕES da interpretação: 
 
1. Conferir aplicabilidade da norma jurídica às 
relações sociais que lhe deram origem 
 
2. Estender o sentido da norma a relações novas, 
inéditas ao tempo de sua criação 
 
 
3. Temperar o alcance do preceito normativo, para 
fazê-lo corresponder às necessidades reais e 
atuais de caráter social 
 
§ HERMENÊUTICA: ciência que questiona o sentido 
das normas, o significado dos textos jurídicos e 
suas intenções, comparando-os com a realidade 
social com objetivo de decidir os conflitos 
 
§ Kelsen --- buscou conferir ao Direito um grau 
“puro”,quase absoluto, de cientificidade 
 
§ Duas espécies de interpretação: Autêntica (órgãos 
– vinculante, “pura”) e doutrinária (entes não 
competentes, não vinculam, não tem a força de 
aceitação social que um pronunciamento oficial 
possui) 
 
§ ENTIDADE FAMILIAR: 
 
§ Companheiros em união estável (art. 226, § 3º CF) 
§ União entre pessoas do mesmo sexo (art. 3º, IV e 
5º, I CF) 
 
§ Dois irmãos 
 
§ Separado/divorciado 
 
§ Viúva 
 
§ Do solteiro 
 
 
 
 
INTEGRAÇÃO DO DIREITO 
 
§ Vimos que o magistrado NÃO pode deixar de 
decidir alegando ausência de norma – novas 
necessidades surgem diariamente – legislação não 
acompanha 
 
§ INTEGRAÇÃO NORMATIVA: é a possibilidade de o 
juiz preencher a lacuna existente (analogia, 
costumes, princípios gerais de direito, outras 
normas) para chegar à solução adequada 
 
 
APLICACAO DO DIREITO- PERMITE SEGUINTWS 
TECNICAS 
 
1. Construção de conceitos jurídicos; 
 
2. Determinação da existência da norma jurídica no 
espaço e no tempo, pelo órgão; 
 
3. Interpretação da norma pelo jurista e pelo órgão; 
4. Integração do direito pelo órgão; 
 
5. Investigação corretiva do direito pelo órgão e pelo 
jurista; 
 
6. Determinação, pelo órgão, da norma(s) 
aplicável(eis), por servirem de fundamento de 
validade à norma individual (sentença); 
 
7. Estabelece relação entre norma individual 
(sentença) e outras válidas do ordenamento.

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