Prévia do material em texto
Teoria do Direito TEORIA DO DIREITO 1º Semestre PROF Patrícia Menezes Castagna • CONTEUDO - Concepções e dimensões do direito; - Relações entre direito, política e justiça; - Interpretação, aplicação e integração do direito; - Fontes do direito e seus diferentes ramos; - Sistemas jurídicos na contemporaneidade: civil law e common law; • O QUE É DIREITO; Quadro sintático QUADRO SINTATICO • NOCOES DE DIREITO POSITIVO Segundo Miguel Reale, é a ordenação heterônoma das relações sociais baseada numa integração normativa de fatos e valores; • DIREITO OBJETIVO É o complexo de normas jurídicas que regem o comportamento humano, prescrevendo uma sanção no caso de sua violação; • DIREITO SUBJETIVO a) Conceito: Para Goffredo Telles é a permissão, dada por meio de norma jurídica, valida para fazer ou não fazer alguma coisa, para ter ou algo, ou, ainda autorização para exigir, por meio dos órgãos competentes do poder publico ou por meio de processo legais, em caso de prejuízo causado por violação de norma, cumprimento da norma infringida ou a reparação do mal sofrido; b) Espécie: DIREITO SUBJETIVO (comum da existência) É a permissão de fazer ou não fazer, de ter ou não ter algo sem violação de preceito normativo; DIREITO SUBJETIVO (defender direitos) é autorização de assegurar o uso de direito subjetivo, de modo que o lesado pela violação da norma esta autorizado, por ela, a resistir contra, a ilegalidade, a fazer cessar o ato ilícito, a reclamar reparação pelo dano e a processar criminosos, impondo- lhes pena; • DIREITO PUBLICO E PRIVADO a) Fundamentos da divisão; Direito romano: O direito publico era aquele concernente ao estado dos negócios romanos, e o privado, que disciplinavam interesses particulares. Contudo, esse critério o privado, o que disciplinava interesses visado pela norma é falho, porque não se pode afirmar, com segurança, se o interesse protegido é do estado ou dos indivíduos. Em razão disso houve autores que concluíram que o fundamento da divisão se encontrava no interesse dominante, ideia insatisfeita, pois tão interligados estão os interesses que é impossível qual o dominante; Savigy: No direito publico o todo se apresenta como fim permanece em segundo plano; no privado, cada individuo considerado em si, constitui o fim deste ramo do direito e a relação jurídica apenas serve como meio para sua existência e para as suas condições particulares. Percebe- se, todavia, que o estado também pode ser fim da relação jurídica regulada pelo direito privado, como no caso em que for parte numa compra e venda b) Ramos do direito publico e privado o Direito publico; o Interno; Direito constitucional: Visa regulamentar a estrutura básica do estado, disciplinado a sua organização ao tratar da divisão de poderes, das funções e limites de seus órgãos e das relações entre governantes e governados ao limitar suas ações; Direito administrativo: disciplina o exercício de atos administrativos praticados por quaisquer dos poderes estatais, com escopo de atingir fins sociais e políticos ao regulamentar a atuação governamental, a execução dos serviços públicos, a ação do estado no campo econômico, a administração dos bens públicos e o poder de policia; Direito tributário: Consiste no conjunto de normas que correspondam direita ou indiretamente, a instituição, arrecadação e fiscalização de tributos Direito financeiro: Rege a despesa e a receita publicas; Direito processual: Rege a atividade do poder judiciário e dos que a ele requerem ou perante ele litigam, correspondendo, portanto, a função estatal de distribuir a justiça; Direito penal: Constitui um complexo de normas que definem crimes e contravenções, estabelecendo penas, com as quais os estados mentem a integridade da ordem jurídica, mediante sua função preventiva e repressiva; Direito previdenciário: Conjunto de normas relativas as contribuições para o seguro social e aos benefícios dele decorrentes; o Direito publico; o Externo; Direito internacional publico: Consiste no conjunto de normas consuetudinárias e convencionais que regem as relações, diretas ou indiretas, entre estados e organismos internacionais; Direito internacional privado: Regulamenta as relações do estado, com cidadoes pertencentes a outros estados, dando soluções para os conflitos de leis no espaço. No nosso entender trata-se verdade, de ramo do direito publico interno; o Direito privado; o Direito civil; • CONCEITO Rege as relações familiares, patrimoniais e obrigacionais que se formam entre indivíduos encarados como tais, ou seja, enquanto membros da sociedade; • CONTEUDO Parte geral; apresenta normas sobre pessoas, tem função de fixar para serem aplicados, conceitos categorias e princípios que produzem reflexões em todo ordenamento jurídico, contem normas relativas ao sujeito, ao objeto e a forma de criar modificar e extinguir direitos tornando possível a aplicação da pare especial do código civil Parte especial: Regula o direito das obrigações, o direito de empresa, o direito das coisas, o direito de família e o direito das sucessões • PRINCIPIOS; - Da personalidade - Da autonomia da vontade - Da liberdade de estipulação negocial - Da prioridade individual - Da intangibilidade familiar - Da legitimidade da herança e do direito de testar - Da solidariedade social • ORIGEM; Após árduas e infrutíferas tentativas de codificação campos Sales, ao ocupar precedência da republica, por indicações de Epitácio pessoa, nomeia em 1899, para esta tarefa Clovis bevilaqua, que ao fim desse mesmo ano apresenta um projeto, o qual após 16 anos de debates, transformou-se no código civil promulgado 1 de janeiro de 1916, entrando em vigor um ano depois; • LICC; Contem normas sobre normas, assinalado lhes a maneira de aplicação e entendimento, predeterminado as fontes de direito positivo, indicando-lhes as dimensões espaciotemporais. o Tem as funções de: - Regular a vigência e a eficácia das normas; apresentar soluções ao conflito de normas no tempo e no espaço; - Fornecer critérios de hermenêutica; - Estabelecer critérios de integração de normas; - Garantir a eficácia global, a certeza, a segurança e a estabilidade da ordem jurídica; Direito comercial: Disciplina a atividade negocial do empresarial e de qualquer pessoa física ou jurídica, destinada a fins de natureza econômica, desde que habitual e dirigida à produção e a condição social do trabalhador assalariado; Direito do trabalho: Regulamenta as relações entre empregador e empregado, abrangendo norma, princípios e instituições relativas a organização do trabalho e da produção e a condição social do trabalhador assalariado; Direito do consumidor: Disciplina as relações existentes entre fornecedor e consumidor; Concepções dicotômicas de direito CONCEPCOES DICOTOMICAS DE DIREITO • INTRODUCAO; DICOTOMIA: No contexto em que aqui se apresenta recebe o significado que comumente os dicionários da língua portuguesa lhe, ortogam. Segundo o novo dicionário Aurélio é a divisão logica de um conceito em dois outros conceitos, em geral contrários, que lhe esgotam a extensão. O mesmo ocorre com a expressão; DUALISMO; Análoga a primeira e que representa doutrina que em qualquer ordem de ideias admite a existência de dois princípios irredutíveis ou a coexistência de dois princípios ou posições contrarias opostas; • DUALISMO NO DIREITO - O raciocínio jurídico, conscientemente ou não, sempre foi fértil em binômios. Ao se passar em revista as grandes divisões do direito, nota-se logo a tendência em separar o objeto em duas categorias, opostas e irredutíveis. Assim foi, e ainda é. Direito positivo e direito natural, direito objetivo e direito subjetivo, direito publico e direitoprivado outras tantas; Direito natural e direito positivo DIREITO NATURAL E DIREITO POSITIVO Toda a tradição do pensamento jurídico ocidental é dominada pela distinção entre direito positivo e direito natural; Noberto Bobbio • NATUREZA E DIREITO NATURAL; Para compreender o que se quer dizer com a expressão direito natural, será preciso começar com o conceito de natureza. Os direitos naturais provem da natureza e se fundamenta na natureza; Nesta distinção ou melhor, contraposição entre a natureza e o mundo das práxis humanas, emerge, a meu ver, o significado profundo, original e fundamental do termo natureza. Este serve, originalmente, para abranger em uma mesma categoria, todas as coisas que não são produzidas pelo homem, toda e procura do mundo que aos olhos de quem observa e procura entender a realidade do universo, não depende do fazer humano; • DIREITO NATURAL: Regras de dever ser consideradas estáveis no tempo, necessárias e adequadas para todos. O termo sugere a perfeita ordem e harmonia, devendo o direito positivo se conforme aos mandamentos do direito natural. A maioria dos autores contemporâneos rejeita a existência ou, pelo menos a validade jurídica do direito natural; • CARACTERISTICAS; A justiça de existência na busca pela justiça: O direito natural é aquela ordem de comportamentos que decorre naturalmente de um ideal de justiça e é, portanto, considerado um supra direito, um direito (sob perspectiva da virtude) superior ao direito positivo; A imutabilidade: Por derivar de um ideal de justiça, o comportamento justo prescrito pelo direito natural será justo sempre, em qualquer lugar. Desta característica decorrem as próximas duas que são; A universalidade: Se o direito natural é imutável em decorrência da justiça é um mesmo em todos os lugares (Aristóteles, na passagem já citada, poetifica esta característica, compra o direito com outro elemento natural- o fogo- em também afirma que a parte é aquela que tem a mesma forca em todos os lugares e não existe por pensarem os homens deste ou daquele modo; A eternidade: Já que o direito natural é imutável, é o mesmo em todos os tempos, (na defesa de Antígona é possível perceber com maior nitidez esta característica; A inteligência das regras naturais através de razão: Se o direito positivo é o direito do estado, conhecido a partir das suas leis, a razão humana reconhece as regras do direito natural, na eterna e racional busca da humanidade pelo bem universal; Declínio do Direito Natural e primado do Direito Positivo DECLINIO DO DIREITO NATURAL E PRIMADO DO DIREITO POSITIVO REFLEXÃO: “Por que o Direito Natural, que seria aquela ordem natural norteada pela Justiça, perde espaço para o Direito Positivo, que atualmente é consagrado como o único Direito existente? “ - O argumento mais utilizado para resposta é o da segurança, da estabilidade. Se o direito natural é constituído de regras genéricas de “bem fazer”, o que é “fazer o bem” pode ser uma questão de difícil e ambígua resposta, o que causaria certo desconforto, temor ou insegurança. “Será que estou fazendo o bem, segundo o que a autoridade entende por bem?, pode ser a pergunta de qualquer cidadão. A partir de então, haverá tantas interpretações de “bem” quantos forem os sujeitos a ocupar posições de decisão, gerando inegável desarmonia e sujeição dos destinos de uma nação ao arbítrio das autoridades. • Razões para o apogeu do Direito Positivo - Ao nível ideológico, a experiência histórica do abuso, tanto de poderes religiosos como civis, de apelar para leis “naturais” para esmagar seres humanos que se opunham a determinados regimes, levou à rejeição de uma ordem humana e social determinada por uma lei natural preestabelecida. Estágio atual do direito natural ESTAGIO ATUAL DO DIREITO NATURAL Mesmo com a consagração do Direito Positivo, até mesmo autores que afirmam ter o Direito Natural morrido, sustentam de alguma forma a sua sobrevivência. É o que afirma Norberto Bobbio (1998), quando menciona sobre um suposto renascimento do Direito Natural: o Com respeito à exigência, o jusnaturalismo não pode renascer, pela simples razão de que nunca morreu; no que concerne à teoria propriamente dita, temo que tenha morrido no fim do século XVIII, quando todas as novas correntes filosóficas – o utilitarismo na Inglaterra, o positivismo na França, o historicismo na Alemanha – convergiram, sem o saber, na crítica ao Direito Natural. A exigência mencionada é a eterna fiscalização e crítica à legislação positiva, pois não se deve aceitar passivamente que as leis promulgadas pelo Estado sejam corretas, justas ou adequadas pelo simples fato de serem leis. o O jusnaturalismo representa a tomada de posição diante do direito existente, uma tomada de decisão que pressupõe um critério de avaliação – a lei natural contraposta à lei positiva – e leva a uma aprovação, caso em que se tenderá a querer conservar o direito que já existe – jusnaturalismo conservador –, ou a uma condenação, hipótese em que se desejará reformá- lo – jusnaturalismo reformista. Noção de Direito Positivo NOCAO DO DIREITO POSITIVO O Direito Positivo (jus in civitate positum) pode ser entendido como o direito válido em determinada época e local, de acordo com as conveniências de um grupo social, através de normas jurídicas postas pelo poder dominante. Entendemos por direito positivo um sistema de normas jurídicas que, em determinado momento histórico, enforma e regula efectivamente a vida de um povo. O direito positivo é, assim, constituído pelas normas que são efectivamente impostas, que se fazem efectivamente valer. Ante esta característica – ou seja: a noção da positividade – é indiferente o valor intrínseco do sistema. Pode a norma jurídica ser injusta, contrária às supremas aspirações da consciência, ao ideal da Justiça – ou, para nos servirmos da expressão clássica, ao Direito natural – sem todavia cessar de ser, além de jurídica, positiva. Para que chegue a ser positiva, basta apenas que uma vontade social preponderante – isto é, uma força histórica suficientemente eficaz – seja capaz de a afirmar e de a impor de modo que seja observada. • CARACTERÍSTICAS DO DIREITO POSITIVO - A justificação de existência na busca pela organização, segurança e disciplina. O Direito Positivo busca determinar, com alto grau de certeza, quais os comportamentos que são permitidos, obrigatórios e proibidos, sem subordinar-se a subjetivas interpretações do direito natural que causariam insegurança; - A limitação temporal. O Direito Positivo é o direito em vigor em determinada época historicamente considerada, ao contrário da pretensão de eternidade do Direito Natural; - A limitação geográfica ou espacial, pois vigora em determinado espaço geográfico de acordo com os valores e a conveniência da sociedade ali estabelecida; - A mutabilidade. Se o Direito Positivo sofre limitações de tempo e de lugar, vale dizer que muda conforme o momento e o espaço de sua aplicação. O direito positivo brasileiro atual não é o mesmo do Brasil- colônia, bem como não é o mesmo do Reino Unido. - O reconhecimento de suas regras por meio das normas jurídicas válidas produzidas pelo Estado ou por qualquer outro meio de poder social organizado, dependendo do período histórico considerado (se estivermos falando do período pré- estatal). A norma jurídica é a essência do Direito Positivo. Direito objetivo e subjetivo DIREITO OBJETIVO E SUBJETIVO - Tradicionalmente, esta distinção costuma aparecer no início dos manuais de direito. São duas perspectivas de se analisar um mesmo instituto, o direito positivo. • DIREITO OBJETIVO; - Analisado objetivamente - Ponto de vista do que se chama direito objetivo- O direito positivo é um conjunto ordenado de regras, de normas jurídicas. • Direito objetivo é o conjunto de normas impostas pelo Estado, de caráter geral, a cuja observância os individuas podem ser compelidos mediante coerção; - O direito objetivo é o direito considerado independentemente do momento do seu uso ou exercício, e sob esta perspectiva costuma ser confundido com o próprio direito positivo, mas esta confusão não é correta, pois o direito positivo compreenderia tanto o direito objetivo quanto os deveres e direitos subjetivos. • NOÇÃO EXEMPLIFICATIVA - Há regras que definem a estrutura do Estado, seus poderes e o limite destes poderes. - Há regras que definem o comportamento considerado criminoso e qual a conseqüência que será cominada a quem hipoteticamente se comportar da forma prevista. - Há regras que definem a capacidade das pessoas, há regras de trânsito, de relações de trabalho, de convivência em condomínios, de estrutura familiar, de pagamento de tributos e de todos os possíveis campos do comportamento humano. - Todas objetivamente consideradas (não se restringem, num primeiro momento, a um ou outro indivíduo). - Estas regras trazem um mandamento implícito: “deveis observar” ou “deveis obedecer”. - É a essência do direito objetivo a consideração do fenômeno jurídico como um conjunto de deveres que todos – objetivamente – devem observar. • DIREITO SUBJETIVO - Sujeito, entretanto (eu, você ou seja lá quem for), o direito é uma prerrogativa, uma faculdade, uma potencialidade atribuída. - Sob o ponto de vista de um determinado - Tenho direito à (...)”, pois se refere a uma - É comumente verificado nas expressões prerrogativa instituída em favor de alguém. • RELAÇÕES RECÍPROCAS ENTRE DIREITO OBJETIVO E DIREITO SUBJETIVO - Normalmente os autores posicionam-se no sentido de afirmar que o direito subjetivo decorre do direito objetivo: o “Pode-se dizer que o direito subjetivo é a prerrogativa colocada pelo direito objetivo, à disposição do sujeito de direito” - [O direito subjetivo] É, portanto, o meio de satisfazer interesses humanos e deriva do direito objetivo, nascendo com ele. - Trata-se de um poder atribuído à vontade do indivíduo, para a satisfação dos seus próprios interesses protegidos pela lei, ou seja, pelo direito objetivo. • NOÇÕES INTRODUTÓRIAS: CONTORNOS ATUAIS DA DISTINÇÃO ENTRE DIREITO PÚBLICO E DIREITO PRIVADO; - A divisão do direito positivo e direito privado é enfraquecida na atualidade por diversos fatores; - Direito privado sofrem influência direta do direito público, que impõe a observância de normas de ordem pública, principalmente para proteger interesses coletivos. É o caso, por exemplo, da função social; - A publicização do direito privado (vários campos do Identidade entre Direito e Estado, o que eliminaria esta distinção; - Alguns autores (por todos KELSEN, 2006) defendem a tradicionais ou didáticos; Critérios de distinção entre direito publico e privado CRITÉRIOS DE DISTINÇÃO ENTRE DIREITO PÚBLICO E DIREITO PRIVADO CRITÉRIO DO INTERESSE PROTEGIDO NA RELAÇÃO - O DIREITO PÚBLICO disciplina relações em que há interesse coletivo predominante. o Quando é visado imediata e prevalecentemente o interesse geral, o Direito é público. - O DIREITO PRIVADO disciplina relações em que predomina o interesse particular. CRITÉRIO DA ESPÉCIE DE RELAÇÃO QUE REGULAM (OU DA SITUAÇÃO DO SUJEITO) - O Direito Público é o ramo do Direito Positivo que regula relações de subordinação, em que o Estado é soberano, em virtude dos interesses coletivos preponderantes nestas relações. - O Direito Privado é o ramo do Direito Positivo que regula relações de coordenação, pois não há superioridade entre os partícipes desta relação, já que os interesses disciplinados são preponderantemente particulares. - Teoria que desfruta de boa aceitação é a do ius imperium, para a qual o direito público regula as relações do Estado e de outras entidades com poder de autoridade, enquanto o direito privado disciplina as relações particulares entre si, com base na igualdade jurídica e no poder de autodeterminação. - Quando imediato e prevalecente o interesse particular, o direito é privado; - Se a relação é da coordenação, trata-se geralmente, de direito privado - O Direito Privado representa uma relação entre sujeitos em posição de igualdade – sujeitos que têm juridicamente o mesmo valor – e o Direito Público uma relação entre um sujeito supra- ordenado e um sujeito subordinado – entre dois sujeitos, portanto, dos quais um tem, em face do outro, um valor jurídico superior - Tem-se apontado também a natureza do sujeito ou titular a relação jurídica como elemento diferenciador. Segundo esse critério, público é o direito que regula as relações do Estado com outro Estado, ou as do Estado com os cidadãos, e privado o que disciplina as relações entre os indivíduos como tais, nas quais predomina imediatamente o interesse de ordem particular CRITÉRIO DA NATUREZA DAS NORMAS QUE COMPÕEM CADA RAMO O Direito Público é formado por normas de natureza cogente, de ordem pública. O Direito Privado, além de ser composto por normas de natureza cogente, de ordem pública (aspecto da “publicização do Direito Privado”), também é formado por normas de ordem privada, de natureza dispositiva. Normas de ordem pública são as cogentes, de aplicação obrigatória. São as que se impõem de modo absoluto, não sendo possível a sua derrogação pela vontade das partes. Normas de ordem privada são as que vigoram enquanto a vontade dos interessados não convencionar de forma diversa, tendo, pois, caráter supletivo. CRITÉRIO DO PAPEL DA LIBERDADE E DA VONTADE NA RELAÇÃO No Direito Público, o papel da liberdade e da vontade do agente é praticamente inexistente ou mínima e, quando existente, minuciosamente disciplinada e limitada por lei. No Direito Privado, a vontade assume um papel importantíssimo e criador de direitos e obrigações, sendo o ramo de desenvolvimento da chamada “autonomia das vontades” ALGUNS RAMOS DO DIREITO PÚBLICO (ENUMERAÇÃO MERAMENTE EXEMPLIFICATIVA QUE PODE VARIAR DE ACORDO COM O AUTOR ESTUDADO) - DIREITO CONSTITUCIONAL DIREITO TRIBUTÁRIO - DIREITO ADMINISTRATIVO DIREITO PENAL - DIREITO PROCESSUAL DIREITO INTERNACIONAL - DIREITO PREVIDENCIÁRIO DIREITO FINANCEIRO RAMOS DO DIREITO PRIVADO - DIREITO CIVIL E SEUS SUB-RAMOS - DIREITO DE FAMILIA - DIREITO DAS OBRIGACOES - DIREITO DAS SUCESSOES - DIREITO DE PERSONALIDADE - DIREITO DE EMPRESA Teoria do direito TEORIA DO DIREITO • LIVRO COMO NASCE O DIREITO 1. Juristas 2. Economi a 3. Mor al 4. Delito propriedad e contrato 5. Legislaçã o 6. Juiz o 1. JURISTAS - Para carnelutti juristas são operários qualificados do direito, são aqueles que fabricam o direito • Doutrinadores seriam pessoas que possuem bacharelado em direito e fazem doutrinas LEGISLADOR X JUIZ - LEGISLADOR - Seria quem fórmulas as leis - JUIZ- Ele aplica as leis feitas por legislador (juiz provê para terminar o produto semi elaborado unicamente quando o cidadão não consegue) - LEI= seria uma norma que regula a conduta dos homens • Porém aplicar as leis não é um trabalho exclusivo do juiz todas as pessoas fazem direito sem que saiba - Quando eles respeitam a leis e regula sua conduta • Mínimo de conhecimento= todo mundo devia ter o mínimo de conhecimento de direito, mesmo que não sejam juristas, e direito penal deveria ser ensinado na escola como matemática • E a educação jurídica é um meio para combater duas pragas sociais que seria; DELINQUÊNCIA ( desobediência às leis delito e inflação), LITIGIOSIDADE2. ECONOMIA São atos econômicos todos aqueles que por meio das quais os homens tratam de satisfazer suas necessidades. • Quando compramos a maçã ao invés de roubar estamos exercendo o direito • O roubo da maçã antes de ser jurídico era econômico • PROBLEMA: O homem nunca está satisfeito , pois quanto mais tem mais ele quer ter. (por isso que os homens como as nações fazem guerra pois priorizam suas necessidade) • CONSEQUÊNCIAS: guerra entre homens decorre entre disputa entre nações e propriedade, o lema do homem era que o homem era o lobo do próprio homem • GUERRA= A guerra e igual a desordem • DIREITO= é igual a ordem - Direito penal: Pode se dizer que o direito penal foi elaborado para que as pessoas se abstenham de certos atos considerados nocivos ao bem estar comum. - PROPRIEDADE: A propriedade também é um fenômeno econômico antes de ser um fenômeno jurídico - CONTRATO OU TRATADO: a guerra na verdade nem sempre termina em paz, no campo da economia não existe a paz, mas sim um tratado de trégua, o contrato não é a garantia de paz no campo de economia haverá paz e sim uma trégua. MORAL (valores individuais) 1. A economia é em sim o reinado do egoísmo 2. Moral é o reinado do “tu” do altruísmo respeito e amor ao próximo 3. Não haverá moral suficiente para abster se da guerra- surge necessidade de cabeça/ chefe que os FORCEM a obedecer a ordem: mandato MORAL X DIREITO Cinco concepções e teoria do direito CINCO CONCEPCOES E TEORIA DO DIREITO - HERBERT L. A. HART • OBJETIVO: Pretende diferenciar Direito, coerção e moral, como fenômenos sociais relacionados, mas distintos. • Nega a possibilidade e utilidade de formulação de uma definição geral e universal do direito. • Mesmo sabendo ser insuficiente e incompleto, fornece um quadro sistemático do direito como sendo um fenômeno com cinco aspectos salientes: - QUADRO SISTEMÁTICO (“ASPECTOS SALIENTES”) DO DIREITO PARA HART • Existência de regras que proíbem ou impõem comportamentos sob pena; • Existência de regras de compensação para ofensas; • Existência de regras para celebrar obrigações recíprocas e documentos; • Existência de Tribunais (órgãos julgadores de conflitos); • Existência de um Poder Legislativo. EXEMPLOS DE CADA UM DOS ASPECTOS SALIENTES I - Existência de regras que proíbem ou impõem comportamentos sob pena; Código de Trânsito Brasileiro (Lei 9.503/97): Art. 161. Constitui infração de trânsito a inobservância de qualquer preceito deste Código, da legislação complementar ou das resoluções do CONTRAN, sendo o infrator sujeito às penalidades e medidas administrativas indicadas em cada artigo, além das punições previstas no Capítulo XIX. Parágrafo único. As infrações cometidas em relação às resoluções do CONTRAN terão suas penalidades e medidas administrativas definidas nas próprias resoluções. Art. 162. Dirigir veículo: I. - Sem possuir Carteira Nacional de Habilitação ou Permissão para Dirigir: Infração - gravíssima; Penalidade - multa e apreensão do veículo; II - Existência de regras de compensação para ofensas Segunda Seção decide que mineradora é responsável por dano ambiental ocorrido em MG - A Segunda Seção do Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidiu, em recurso repetitivo, que a Mineração Rio Pomba Cataguases deve recompor os danos materiais e morais decorrentes do vazamento de lama tóxica (bauxita) que deixou grande número de famílias desabrigadas nos municípios de Muriaé e Miraí, em Minas Gerais. - O acidente ocorreu em janeiro de 2007 em decorrência do rompimento da barragem São Francisco, quando cerca de dois bilhões de litros de resíduos atingiram diversas cidades do Rio de Janeiro e de Minas Gerais. III - Existência de regras para celebrar obrigações recíprocas e documentos; - Código Civil Brasileiro Art. 1.876 O testamento particular pode ser escrito de próprio punho ou mediante processo mecânico. Art. 422 Os contratantes são obrigados a guardar, assim na conclusão do contrato, como em sua execução, os princípios da probidade e da boa-fé. Art. 424 Nos contratos de adesão, são nulas as cláusulas que estipulem a renúncia antecipada do aderente a direito resultante da natureza do negócio. IV - Existência de tribunais (órgãos julgadores de conflitos); TJSC mantém ação penal sobre morte de bebê após falta de gasolina em ambulância - A 4ª Câmara Criminal do TJ, em sessão nesta semana, decidiu manter a ação penal em que dirigentes do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) são réus pela morte de uma criança de um ano e 20 dias, após falta de combustível em uma ambulância. - Os desembargadores tomaram a decisão por unanimidade ao negar habeas corpus impetrado por um dos nove acusados criminalmente no caso que objetivava o trancamento da ação. - O advogado de defesa argumentava ausência de justa causa por entender que o réu, um médico do Samu, não poderia ser responsabilizado, ainda que indiretamente, pela falta de combustíveis nas ambulâncias do serviço de urgência de Joinville, uma vez que seu cargo não possui poder de gestão de recursos, inexistindo regulamentação pelo Estado de Santa Catarina. - O caso aconteceu em junho de 2017, quando o bebê faleceu após atraso no transporte necessário para que recebesse atendimento em unidade hospitalar especializada. (Notícia TJSC – 29/03/2019) V - Existência de um Poder Legislativo. Lei proíbe casamento de menores de 16 anos - Foi publicada no DOU de 13/03/2019 a Lei n. 13.811/19, que proíbe o casamento de menores de 16 anos. A norma, cujo texto foi aprovado pelo Senado em fevereiro, altera previsões do Código Civil. - De acordo com a lei, o artigo 1.520 do Código passa a vigorar com nova redação. Antes, o dispositivo permitia o casamento de quem ainda não alcançou a idade núbil (16 anos de idade, conforme o artigo 1.517) em casos excepcionais, como para evitar imposição ou cumprimento de pena criminal ou em virtude de gravidez. - Agora, o artigo proíbe o casamento daqueles que não atingiram a idade núbil em qualquer caso. “Art. 1º O art. 1.520 da Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002 (Código Civil), passa a vigorar com a seguinte redação: "Art. 1.520. Não será permitido, em qualquer caso, o casamento de quem não atingiu a idade núbil, observado o disposto no art. 1.517 deste Código." (NR)” • AS CINCO REALIDADES DO DIREITO p/ FRANCO MONTORO A) DIREITO COMO CIÊNCIA § Quando o Direito é entendido como um objeto da cultura humana, quando é alvo de pesquisas e reflexões, neste contexto o Direito representa CIÊNCIA. B) DIREITO COMO FATO SOCIAL • Como FATO OU DADO SOCIAL, o direito é analisado sob o prisma da SOCIOLOGIA JURÍDICA, que verifica o impacto do Direito na realidade social e vice-versa. • Neste contexto, discussões sobre a realidade social tal como se apresenta em virtude de leis e normas como, por exemplo, as afirmações recorrentes de que o desenvolvimento econômico é freado porque o direito tributário é muito rigoroso ou de que a criminalidade aumenta porque o direito penal é muito brando, são exemplos de significação do direito sob a perspectiva de fato social. C) DIREITO COMO NORMA § A ideia do direito como um conjunto de regras. § É o sentido presente, por exemplo, nas expressões “O direito brasileiro proíbe a condução de veículos por pessoas sem habilitação”, ou “O direito norte- americano prevê a pena de morte”. § Confunde-se com a ideia de direito objetivo D) DIREITO COMO FACULDADE • Dependendo do contexto, o direito pode significar uma potencialidade/faculdade atribuída a um sujeito. • É exemplo deste significado a expressão: “Tenho direito a receber o salário ao final do mês trabalho”. • Confunde-se com a noção de direitosubjetivo. E) DIREITO COMO VEÍCULO DE JUSTIÇA • O direito, em certos contextos, é entendido como o próprio ideal de justiça. • TERCIO SAMPAIO FERRAZ JR. - O direito como técnica de decisão dos conflitos objetivando o domínio - O caráter vago do termo direito (...) ora designa o objeto de estudo, ora é o nome da ciência (...), ora o conjunto de normas, ou das instituições (...) ora é direito no sentido subjetivo (...) polêmica de séculos TÉCNICA — DECISÃO — DOMINAÇÃO - Duas exigências centrais da disciplina jurídica: a vinculação a normas, que não podem ser ignoradas, e a pressão para decidir os conflitos, pois para eles tem-se de achar uma saída. Para isso, contudo, há toda uma técnica especializada, que exige do jurista, uma longa formação e uma experiência mais longa ainda. • A TEORIA TRIDIMENSIONAL DO DIREITO - Fatos, valores e normas se implicam e se exigem reciprocamente. Uma análise em profundidade dos diversos sentidos da palavra Direito veio demonstrar que eles correspondem a três aspectos básicos, discerníveis em todo e qualquer momento da vida jurídica: • Um aspecto normativo (o Direito como ordenamento e sua respectiva ciência); • Um aspecto fático (o Direito como fato, ou em • Sua efetividade social e histórica) e um aspecto axiológico (o Direito como valor de Justiça). Direito não é só norma, como quer Kelsen, Direito não é só fato como rezam os marxistas ou os economistas do Direito, porque direito não é economia. Direito não é produção econômica, mas envolve a produção econômica e nela interfere; o Direito não é principalmente valor, como pensam os adeptos do Direito Natural, por exemplo, porque o direito ao mesmo tempo é norma, é fato e é valor. • A Teoria Pura do Direito (HANS KELSEN) - Objetivo: conferir cientificidade à ciência jurídica - Método: purificar o direito de suas “impurezas” - O direito é a norma jurídica; - A tarefa do jurista é identificar a norma jurídica e aplicá-la; - A norma jurídica válida é a que se fundamenta em uma norma jurídica que lhe é superior; - Esta, por sua vez, se fundamenta em outra que lhe é superior e, assim, sucessivamente. • A legitimidade (autenticidade, correção) do direito está em sua jurisdicidade: Legitimidade = legalidade (Legítimo é o que está na lei) As normas jurídicas devem se fundamentar em outras normas que lhe são superiores, sucessivamente, até a norma hierarquicamente superior a todas: A NORMA FUNDAMENTAL • A norma fundamental é pressuposta e sustenta todo o sistema de normas que dela derivam. • Alguns autores afirmam que esta norma é o poder, a autoridade, que estabelece as normas. • Outros, que é o pressuposto óbvio de “deveis obedecer”. Fontes do direito FONTES D DIREITO “FONTE DO DIREITO” – expressão “fonte” é metáfora, pois siginifica nascente de onde brota corrente de água - Miguel Reale: são meios através dos quais as regras jurídicas se positivam com legítima força obrigatória, ou seja, com vigência e eficácia (Lições Preliminares de Direito, 1993) - Maria Helena: É a origem primária do direito, confunde-se com o problema da gênese do direito (Compêndio de Introdução à Ciência do Direito, 2004) 1. Fatores sociais: históricos, religiosos, políticos, econômicos e morais; 2. Valores de cada época: ordem, segurança, paz social e justiça 3. Legislação 4. Jurisprudência 1. Costume 2. Doutrina 3. Poder Negocial 4. Poder Normativo dos Grupos Sociais • FONTES MATERIAIS – são os fatores sociais (históricos, religiosos, políticos, econômicos e morais) e valores de cada época (ordem, segurança, paz social e justiça) - Não é o Direito Positivo, mas o conjunto de fatores sociais e valores que antecedem o direito, contribuindo para formar o conteúdo da Norma Jurídica - EX: Lei 13.819/2019, sancionada em 29/04/2019 – instituiu a Política Nacional de Prevenção da Automutilação e do Suicídio – “violência autoprovocada” (art. 6º, § 1º) • A Fonte Material é o fator social que antecede a criação da norma (lei): altos índices de suicídio, tentativas de suicídio e automutilações; ausência de controle de dados para criação de políticas direcionadas à prevenção. Finalidades principais: criar Política Nacional de Prevenção a partir dos dados que serão coletados com serviço gratuito telefônico de atendimento ao público; Obrigar estabelecimentos de saúde e ensino públicos a notificarem o órgão competente a respeito da violência autoprovocada. • FONTES FORMAIS ESTATAIS: 1. Legislação: processo pelo qual um ou vários órgãos estatais formulam e promulgam normas jurídicas de observância geral É a fonte jurídica por excelência! (civil law) Nos países de Constituição rígida, é a mais importante das fontes formais estatas! Inglaterra é o oposto: primado do precedente judicial! (commom law) FONTES FORMAIS ESTATAIS: 1.1. Lei Constitucional: normas que prescrevem como se devem produzir outras normas (emendas à constituição) 1.2. Lei Complementar: relativa à estrutura estatal ou aos serviços do Estado; sua matéria está prevista na Constituição; exige-se quórum qualificado do Senado e Câmara (arts. 69 e 146, III CF) 1.3. Lei Ordinária: editada pelo Legislativo da União, Estados e Municípios, no campo de suas competências (arts. 22 a 24 CF) 1.4. Lei Delegada: - Elaborada e editada pelo Presidente da República (art. 68, § 2º CF), por Comissão do Congresso ou qualquer das Casas; - Depende de Resolução do Congresso (p/ Pres. ou Comissão) ou decisão da Câmara (p/ uma das Casas); - Usada para acelerar a criação de normas jurídicas, mas está sujeita à apreciação do Congresso, que verifica se houve a permissão concedida 1.5. Medidas Provisórias: - Normas expedidas pelo Presidente da República (art. 84, XXVI CF) no exercício de sua competência constitucional; - Para casos de relevância e urgência (art. 62, §§ 1º e 2º CF); - Perdem a eficácia se não convertidas em Lei em 60 dias, prorrogável por mais 60 uma única vez; - Se não for convertida em Lei, perde eficácia, conservando-se os atos realizados dentro da sua vigência 1.6. Decreto Legislativo: - Norma aprovada por maioria simples pelo Congresso, sobre matéria exclusiva de sua competência (art. 49 CF); Miguel Reale Processo Legislativo Usos e Costumes Jurídicos Atividade Jurisdicional Poder Negocial Maria Helena Diniz Fontes Materiais Fontes Formais Estatais Fontes Formais Não Estatais - Ratifica Tratados e Convenções Internacionais; julgamentos de contas do Presidente da República, etc; - Não é sancionado pelo Presidente, mas promulgado pelo Presidente do Senado 1.7. Resoluções do Senado: - Têm força de lei ordinária, pois são deliberações de um das Casas ou Congresso sobre assunto de seu interesse, ex: licença ou perda de cargo por deputado/senador; fixação de subsídios (!); são promulgadas pela mesa do Senado; 1.8. Decretos Regulamentares: - Normas jurídicas criadas pelo Poder Executivo da União, Estados e Municípios para esclarecer/facilitar a execução de uma Lei; não podem ampliar ou reduzir o conteúdo da Lei. 1.9 Instruções Ministeriais: - Expedidas pelos Ministros de Estado para executar Leis, Decretos e Regulamentos relativos às atividades da sua pasta; na prática, as Portarias são mais usadas; 1.9. Circulares: - Normas jurídicas que ordenam de maneira uniforme o serviço administrativo; 1.10. Portarias: - Normas gerais que o órgão superior (desde Ministério até simples repartição pública) edita para serem observadas por seus servidores; serve para designar funcionários para sua funções ou abrir sindicâncias; 1.11. Ordens de serviço: - Estipula de forma concreta um tipo de serviço a ser executado por um ou mais agentescredenciados para tanto. • FONTES FORMAIS ESTATAIS: 2. Jurisprudência (no singular): - Conjunto de decisões uniformes e constantes dos Tribunais, resultantes da aplicação de normas a casos semelhantes, constituindo uma norma geral aplicável a todas as hipóteses similares ou idênticas. (Maria Helena) - “É a forma de revelação do direito que se processa através do exercício da jurisdição, em virtude de uma sucessão harmônica de decisões dos tribunais.” (Miguel Reale) - São os Recursos Especiais (STJ) e Extraordinários (STF) que, em regra, uniformizam as decisões judiciais - As Súmulas do STF, atualizadas com frequência, são “normas jurisprudenciais” que subordinam os demais Tribunais e juízes SÚMULA SÚMULA Enunciando resultante de entendimentos reiterados dos Tribunais sobre um assunto; Serve de referência (sem força de lei) para julgamentos futuros; EX: SÚMULA 726 STF – “Para efeito de aposentadoria especial de professores, não se computa o tempo de serviço prestado fora da sala de aula. “ Espécie de Súmula – editada somente pelo STF; O Judiciário e Adm. Pública devem decidir de acordo (força de lei) com a súmula ao se depararem com o caso concreto EX: SÚMULA VINCULANTE 37 STF “Não cabe ao Poder Judiciário, que não tem função legislativa, aumentar vencimentos de servidores públicos sob o fundamento de isonomia. “ FONTES FORMAIS NÃO ESTATAIS: 1. Costume: é uma das fontes mais antigas do direito; decorre da reiterada prática de um ato com a convicção de necessidade jurídica; mantém-se até hoje porque a lei não contempla a infinidade de relações decorrentes da vida em sociedade; ART. 4º LINDB – o juiz pode decidir com base no costume em caso de omissão da Lei. 1. Costume pode ser: A) Secundum Legem (segundo a lei): Art. 596 CC – valor do pagamento de serviço fixado segundo costume do lugar B) Praeter Legem (suplementa a lei): cheque pós- datado sem fundo é crime de estelionato; mas como usado com frequência como garantia da dívida (costume), o juiz considera o crime inexistente! C) Contra Legem (contra a lei): casos em que para atender aos fins sociais ou bem comum (art. 5º LINDB), o juiz decide contra a lei – praticamente não existem 2. Doutrina: formada pela atividade dos juristas: ensinamentos de professores; pareceres de jurisconsultos; opiniões de tratadistas - Decorre da atividade científico-jurídica; dos estudos científicos dos juristas; da análise das normas jurídicas; da elaboração dos conceitos jurídicos; da interpretação das leis - Orienta a aplicação do direito e aponta necessidades de reformas jurídicas Miguel Reale: doutrina não é fonte de direito, pois a fonte de direito revela modelo jurídico que define comportamento, enquanto a doutrina produz esquemas teóricos’ Abelardo Torré: é fonte material, usada pelo juiz, legislador e demais juristas Maria Helena Diniz: é fonte de direito costumeiro, é importante recurso à produção de normas jurídicas e decisões judiciais. 3. Poder Negocial: discute-se se o contrato (pacto entre duas ou mais pessoas) seria fonte do direito Miguel Reale e Maria Helena: são normas contratuais que resultam do fato de a própria ordem jurídica reconhecer à pessoa (natural ou jurídica) o poder de estipular negócio para realização de fins lícitos, mediante acordo de vontades (É FONTE DE DIREITO) 4. Poder Normativo dos Grupos Sociais: o Estado não é o único elaborador de normas jurídicas, as quais também emergem de vários grupos sociais: a) Legislação canônica da Igreja Católica; b) Legislação de entidades públicas (União, Est. Munic., Emp Púb.; Soc. Eco. Mista) ou privadas (empresas S/A, LTDA.); c) Regimentos de Associações (meio ambiente, clubes esportivos); d) Convenções Coletivas de Sindicatos de empregados e empregadores. Aplicação, interpretação e integração do direito APLICACAO INTERPRETACAO E INTEGRACAO DO DIREITO Direito positivo = Normas = Órgão competente = juiz, tribunal autoridade administrativa/ particular § NORMA: a) Contém generalidades b) Fixa tipos c) Casos indefinidos e não concretos d) Afastamento da realidade A NORMA SOMENTE SE MOVIMENTA DIANTE DE UM FATO CONCRETO, PELA AÇÃO DO MAGISTRADO § SUBSUNÇÃO: é a aplicação do direito ocorre quando uma pessoa, alegando prejuízo frente a uma situação concreta, pede a aplicação da norma § EX: ART. 186 Código Civil – “Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito.” ART 944 Código Civil – “A indenização mede-se pela extensão do dano.” § Subsunção – Dificuldades: 1) Falta de informação sobre os fatos do caso para que o juiz possa concretizar (aplicar) a norma: EX: se a criança ingeriu álcool, é necessário realizar a prova de que o fato aconteceu – Ex: exame de sangue Resolve-se a situação com o ÔNUS DA PROVA: todo aquele que afirma a existência de um fato, deve prová-lo. Ex: se os pais não tem prova de que a criança consumiu álcool, não poderão mover ação contra o restaurante 2) Indeterminação semântica dos conceitos normativos: em razão da indeterminação de um conceito presenta na norma, o juiz não sabe se pode usá-la no caso concreto EX: ART 51 Código de Defesa do Consumidor ART 51 CDC - São nulas de pleno direito, entre outras, as cláusulas contratuais relativas ao fornecimento de produtos e serviços que: IV - Estabeleçam obrigações consideradas iníquas, abusivas, que coloquem o consumidor em desvantagem exagerada, ou sejam incompatíveis com a boa-fé ou a equidade; § Para muitos Juristas, as LACUNAS demonstram que: a) O DIREITO É INCOMPLETO; b) NÃO SÃO DEFEITOS DO SISTEMA; c) SÃO DIFICULDADES SEMÂNTICAS DA LINGUAGEM EM DEFINIR UMA EXPRESSÃO PRESENTE NA NORMA. • LACUNAS: ocorrem quando o magistrado não encontra a norma aplicável ao caso concreto. - Podem ser: LACUNA NORMATIVA: não existe no sistema uma solução para o caso concreto; LACUNA DE CONFLITO: existem várias soluções incompatíveis entre si para o caso concreto ANTINOMIA: conflito entre duas normas, dois princípios, ou uma norma e um princípio § LACUNAS – O QUE FAZER? § O magistrado não pode deixar de decidir alegando ausência de norma – novas necessidades surgem diariamente – legislação não acompanha § ART. 4º LINDB – Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro: Art. 4º Quando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso de acordo com a analogia, os costumes e os princípios gerais de direito. § Analogia: aplica-se a um caso não previsto pela norma (união homoafetiva), outra norma prevista para outra situação (Lei 9278/96 – união estável), que é diferente, mas semelhante ao caso concreto § Costumes: é formado por dois elementos: o uso e a convicção jurídica – regras locais instituídas por determinado grupo social § Princípios Gerais de Direito: são fundamentos que não foram ditados, explicitamente, pelo legislador, mas que fazem parte do ordenamento jurídico § MOTIVOS para interpretar: 1. Vaguidade da norma; 2. Ambiguidade do texto; 3. Imperfeição; 4. Falta de terminologia técnica; 5. Má redação. § FUNÇÕES da interpretação: 1. Conferir aplicabilidade da norma jurídica às relações sociais que lhe deram origem 2. Estender o sentido da norma a relações novas, inéditas ao tempo de sua criação 3. Temperar o alcance do preceito normativo, para fazê-lo corresponder às necessidades reais e atuais de caráter social § HERMENÊUTICA: ciência que questiona o sentido das normas, o significado dos textos jurídicos e suas intenções, comparando-os com a realidade social com objetivo de decidir os conflitos § Kelsen --- buscou conferir ao Direito um grau “puro”,quase absoluto, de cientificidade § Duas espécies de interpretação: Autêntica (órgãos – vinculante, “pura”) e doutrinária (entes não competentes, não vinculam, não tem a força de aceitação social que um pronunciamento oficial possui) § ENTIDADE FAMILIAR: § Companheiros em união estável (art. 226, § 3º CF) § União entre pessoas do mesmo sexo (art. 3º, IV e 5º, I CF) § Dois irmãos § Separado/divorciado § Viúva § Do solteiro INTEGRAÇÃO DO DIREITO § Vimos que o magistrado NÃO pode deixar de decidir alegando ausência de norma – novas necessidades surgem diariamente – legislação não acompanha § INTEGRAÇÃO NORMATIVA: é a possibilidade de o juiz preencher a lacuna existente (analogia, costumes, princípios gerais de direito, outras normas) para chegar à solução adequada APLICACAO DO DIREITO- PERMITE SEGUINTWS TECNICAS 1. Construção de conceitos jurídicos; 2. Determinação da existência da norma jurídica no espaço e no tempo, pelo órgão; 3. Interpretação da norma pelo jurista e pelo órgão; 4. Integração do direito pelo órgão; 5. Investigação corretiva do direito pelo órgão e pelo jurista; 6. Determinação, pelo órgão, da norma(s) aplicável(eis), por servirem de fundamento de validade à norma individual (sentença); 7. Estabelece relação entre norma individual (sentença) e outras válidas do ordenamento.