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Aula 1
Para uma introdução: por que é 
necessário cursar mais uma disciplina 
de Geomorfologia abordando o 
relevo do espaço costeiro?
Jorge Soares Marques
Luiz Saavedra Baptista Filho
8
Aula 1 • Para uma introdução: por que é necessário cursar mais uma disciplina de Geomorfologia abordando o 
relevo do espaço costeiro?
Meta
Apresentar a singularidade da Geomorfologia Costeira e a relevância 
do seu estudo na compreensão dos componentes da paisagem e da di-
nâmica ambiental, na importante faixa de contato entre os continentes 
e os oceanos.
Objetivos
Esperamos que, ao final desta aula, você seja capaz de:
1. reconhecer que, para entender a ocorrência de relevos costeiros, terá 
de incorporar conceitos e conteúdos que expliquem a origem e as 
especificidades dos processos marinhos;
2. reconhecer que o contato entre o mar e a terra não pode ser consi-
derado como uma linha que se mantém numa posição permanente-
mente fixa, ao longo da História do Planeta;
3. reconhecer que as marés, ondas e correntes estão presentes em todas 
as faixas litorâneas da Terra, atuando como processos que produzem 
relevos por ações de erosão e de deposição;
4. distinguir, em áreas costeiras, aspectos que as valorizam ou que lhes 
causam risco.
Pré-requisitos
Para você entender esta aula, você precisará relembrar sobre: a idade da 
Terra e as etapas de sua história, como vistos na disciplina Geologia Aplica-
da à Geografia; e processos geomorfológicos que atuam sobre os continen-
tes, vistos por você nas disciplinas de Geomorfologia Geral e Continental. 
9
Geomorfologia Costeira
Introdução: Geomorfologia! Ainda falta 
alguma coisa que você não estudou.
O mar... pescador quando sai
Nunca sabe se volta, nem sabe se fica
Quanta gente perdeu seus maridos seus filhos
Nas ondas do mar
O mar quando quebra na praia
É bonito, é bonito
(Dorival Caymmi)
Uma onda quebrando numa praia, além da beleza, indica ser esse 
um lugar de contato entre mar e terra. Para todos, não só para os pes-
cadores, é importante conhecer esse tipo de ambiente costeiro para po-
der usufruir de seus muitos recursos e enfrentar seus riscos. Estudar 
Geomorfologia é um dos caminhos para obter mais conhecimentos 
sobre esses ambientes.
Figura 1.1: O mar quando quebra na praia é bonito, é bonito.
Fonte: http://www.freeimages.com/photo/1214045
Ti
m
o 
B
al
k
Geomorfologia
Estudo das formas de 
relevo e dos processos 
que as criam. Segundo 
Christofoletti (1974), há 
forte relacionamento entre 
a forma e os processos, 
constituindo o chamado 
Sistema Geomorfológico 
que, por sua vez, têm 
relação com os demais 
sistemas componentes 
do ambiente.
10
Aula 1 • Para uma introdução: por que é necessário cursar mais uma disciplina de Geomorfologia abordando o 
relevo do espaço costeiro?
Embora o significado da palavra Geomorfologia seja conhecido há 
algum tempo por você, pois seus conteúdos já constaram de seus estudos 
nas disciplinas Geomorfologia Geral e Geomorfologia Continental, 
não é demais, agora, rememorar seu significado. Nesta nova disciplina, 
será preciso lembrar esses conhecimentos já aprendidos e agregá-los a 
outros, como os dos novos processos a serem estudados, para tornar 
possível compreender as especificidades das formas de relevo presentes 
nos ambientes costeiros. Os vários tipos de relevos encontrados nessas 
áreas de contato entre a terra e o mar têm suas gêneses vinculadas, prin-
cipalmente, às ações diretas e indiretas de processos marinhos que só 
existem em função das características, propriedades e movimentos das 
águas do mar.
Na verdade, nos terrenos costeiros atuam e interagem processos ge-
omorfológicos continentais e marinhos. As formas de relevo produzidas 
resultam de ações e interações executadas por esses processos, mode-
lando por erosão ou deposição a superfície terrestre. Por exemplo, sedi-
mentos oriundos de diferentes terrenos continentais transportados por 
rios, ao chegarem à foz, no chamado nível de base geral, isto é, no nível 
do mar, distribuem-se na zona costeira por ação de processos dinâmicos 
marinhos, objetos de estudo da Geomorfologia Costeira. A partir do 
que foi colocado, pode-se afirmar que, sendo uma área de atuação in-
dividualizada ou conjunta de vários processos marinhos e continentais 
distintos entre si, o nível de complexidade dos ambientes costeiros se 
torna muito grande. Ele se amplia ainda mais, em função da presença do 
homem com suas diversificadas atividades e ações, entre as quais, como 
destacou Marques (2011), também se inclui sua participação crescente 
na criação e na destruição de formas de relevo.
11
Geomorfologia Costeira
Figura 1.2: Foto da Praia de Copacabana no Rio de Janeiro (RJ). Era uma pe-
quena planície com terrenos embrejados, pequenas lagoas, restingas e praia. 
Nela, foi construído um espaço urbano, formando um bairro que é um dos 
mais conhecidos da cidade do Rio de Janeiro, com sua antiga praia atualmen-
te mais larga, pois foi engordada com a colocação de mais areia. Todas as 
transformações foram feitas pelo interesse e ação do homem.
Fonte: http://static.freepik.com/fotos-gratis/copacabana_2475002.jpg
Para que possamos iniciar nosso caminho nesta disciplina, são ne-
cessários, e iremos trazer para você, tópicos e questões mais gerais e 
mais amplos sobre a Geomorfologia e o litoral que, ao longo do curso, 
serão abordados com maior detalhamento. 
Você mora na costa ou no litoral? 
Para a Geografia e para a Geomorfologia, é importante compreender 
como o espaço está estruturado e como é possível delimitá-lo. Assim é 
necessário saber qual é o espaço chamado litoral e qual o chamado costa. 
Na linguagem leiga e na mais técnica, as palavras litoral e costa, nos seus 
significados mais amplos, querem dizer a mesma coisa, sendo usadas 
habitualmente como sinônimos. Além disso, é comum aceitar uma deli-
mitação dessa faixa de contato mar/terra com critérios e escalas bastante 
abrangentes: a área da cidade litorânea do Rio de Janeiro é constituída 
por bairros, mas nem todos são banhados pelo mar; muitas cidades do 
Estado do Rio de Janeiro são costeiras, outras não. São Paulo é um es-
tado do litoral brasileiro como o do Rio de Janeiro; o Brasil é um país 
atlântico. Percebe-se, nos exemplos, que as escalas tiveram como base 
12
Aula 1 • Para uma introdução: por que é necessário cursar mais uma disciplina de Geomorfologia abordando o 
relevo do espaço costeiro?
dimensões administrativas. A condição de serem associadas ao litoral 
depende apenas da existência de alguma parte de seu território, inde-
pendentemente de suas dimensões, em contato com o mar.
Figura 1.3: O cartograma com a divisão municipal do Estado do Rio de Ja-
neiro mostra, em preenchimento vermelho, a localização do território do Mu-
nicípio de Queimados, que não é banhado pelo mar, mas faz parte da Região 
Metropolitana do Rio de Janeiro, que é litorânea.
Fonte: http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/9/9c/RiodeJaneiro_
Municip_Queimados.svg/800px-RiodeJaneiro_Municip_Queimados.svg.png
No caso da Geomorfologia, destacando como critério as característi-
cas físicas, a delimitação da costa poderá incluir as áreas até onde exis-
tam formas de relevo relacionadas à atuação de processos marinhos ao 
longo do Quaternário em seu tempo mais recente, o Holoceno. Depen-
dendo da escala de tempo que se quer levar em consideração, é possível 
encontrar e incorporar locais com relevos costeiros do Pleistoceno, ou 
seja, do Quaternário mais antigo.
Um pouco mais sobre escalas geológicas
A idade da Terra e as etapas de sua história constituem, no curso, 
assuntos tratados na disciplina Geologia Aplicada à Geografia.
13
Geomorfologia Costeira
Convém e é importante lembrar que as escalas geológicas são 
frequentemente atualizadas, incorporando novas informações e 
maiores precisões quanto aos valores de tempo apresentados. Em 
função do constante aprimoramento do nível do conhecimento, 
assim como da própria dimensão da escala a ser utilizada ede 
suas subdivisões, as idades são colocadas como aproximações de 
maior ou menor precisão. Por tudo isso, é sempre necessário in-
dicar a origem das informações, pois são encontradas diferenças 
tendo em vista as colocações dos autores consultados e as épocas 
em que eles divulgaram seus dados. 
Tomando a escala Geológica, conforme divisão de tempo divul-
gada em Christopherson (2012), ela subdivide os 4,6 bilhões de 
anos da Terra, nas seguintes eras, com seus respectivos tempos de 
início, a partir do presente:
•	 Cenozóico (de hoje até 65,5 milhões de anos).
•	 Mesozóico (desses 65,5 até 251 milhões de anos).
•	 Paleozóico (desses 251 até 542 milhões de anos).
•	 Arqueano/Proterozóico (desses 542 até 4,6 bilhões de anos).
Figura 1.4: Escala geológica: Mi significa “milhões de anos” e 
Bi significa “bilhões de anos”.
Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Escala_de_tempo_geol%C3%B3gico 
#mediaviewer/Ficheiro:Geologic_Clock_with_events_and_periods_pt.svg
http://pt.wikipedia.org/wiki/Escala_de_tempo_geol�gico#mediaviewer/Ficheiro:Geologic_Clock_with_events_and_periods_pt.svg
http://pt.wikipedia.org/wiki/Escala_de_tempo_geol�gico#mediaviewer/Ficheiro:Geologic_Clock_with_events_and_periods_pt.svg
14
Aula 1 • Para uma introdução: por que é necessário cursar mais uma disciplina de Geomorfologia abordando o 
relevo do espaço costeiro?
O Cenozóico, por sua vez, é subdividido em dois períodos:
•	 o Terciário (o mais antigo);
•	 e o Quaternário (o mais recente).
Segundo o autor citado, o Quaternário tem início há 1,8 milhões 
e, por sua vez, a data de 10.000 anos atrás estabelece sua subdivi-
são em duas épocas:
•	 o Pleistoceno (a mais antiga);
•	 e o Holoceno (a mais recente).
 
Todavia, existem também significados de caráter mais técnicos e res-
tritos para definir os termos litoral e costa e seus respectivos limites. Veja 
no boxe a seguir:
Litoral
Faixa de terra delimitada entre a linha média das marés mais bai-
xas e a linha média das marés mais altas. A média entre essas mé-
dias extremas define a linha do litoral. É um limite estabelecido 
em função dos valores diários das marés registrados ao longo de 
um certo tempo de observação.
Costa
Área entre um limite interno (no continente ) e um limite externo 
(no mar). Limite Interno: delimitado pelas áreas até onde a água 
do mar pode alcançar ou influir além da linha média das ma-
rés mais altas. Isso ocorre, por exemplo, quando as ondas lançam 
águas além do limite de maré alta ou quando correntes marinhas 
penetram pelos rios e canais para o interior dos continentes. Limi-
te Externo: delimitado nas áreas cobertas pelas águas do mar até 
onde a dinâmica dos processos marinhos pode atuar, mobilizan-
do sedimentos para o litoral ou para áreas de maior profundida-
de. Isso ocorre, por exemplo, em ambientes dominados por ondas 
15
Geomorfologia Costeira
que estão avançando para o litoral, onde elas e suas correntes as-
sociadas passam a interagir, em profundidade, com o substrato 
do fundo (constituído por afloramentos de rocha ou material 
sedimentar não consolidado). O mesmo ocorre para estabelecer 
limites quando o ambiente é dominado, ao invés das ondas, por 
marés e suas correntes associadas.
O termo litoral aparece conceituado de modo mais preciso do que 
o termo costa em dicionários especializados, como por exemplo: 
o Cartográfico, de Oliveira (1987); o Geológico-Geomorfológico, 
de Guerra (1993); e o de Geologia Marinha, de Suguio (1992). 
Nesses dicionários, é possível constatar que muitos termos téc-
nicos foram definidos originalmente em outras línguas, como o 
inglês e o francês, não sendo encontradas palavras similares em 
português para traduzirem corretamente seu significado. Dessa 
maneira, muitos termos estrangeiros acabaram sendo incorpora-
dos a nossa língua.
Existem locais que no passado já foram 
mar e hoje não são mais? E vice-versa?
Independentemente das variações diárias das marés, o nível médio 
geral do mar pode variar. Isto vem ocorrendo ao longo da história da 
Terra, medida em escala geológica. Ele sempre variou, subindo ou des-
cendo. Dessa maneira, podemos dizer que ele nunca teve uma posição 
sempre constante. Esse fato tem gerado, no tempo e no espaço, mudan-
ças na localização dos ambientes costeiros por causa desta variação da 
posição de contato entre mar e terra. Suguio (1999) descreve as cau-
sas das variações do nível do mar, destacando as mudanças climáticas 
como as principais responsáveis por essas ocorrências no Quaternário. 
As variações do nível do mar são chamadas eustatismo positivo ou 
negativo. As mudanças climáticas, ocorridas no Quaternário, influen-
ciaram na atuação dos processos geomorfológicos. Ao serem ampliadas 
ou diminuídas as áreas ocupadas pelos oceanos, mudando as posições 
e as extensões da linha do litoral, foram promovidos novos reajustes 
nas relações processos × formas, resultando na criação ou destruição 
de relevos.
Eustatismo
Variações do nível do mar 
que afetam ao mesmo 
tempo todos os oceanos. 
Quando ocorrem por 
motivos climáticos, 
envolve o aumento ou a 
diminuição do volume 
de águas dos oceanos, 
consequentemente 
afetando seu nível. 
Em períodos glaciais, 
o volume dos 
oceanos diminui e 
consequentemente seu 
nível também (eustatismo 
negativo), porque o 
planeta, ao se tornar mais 
frio, propicia a expansão 
das geleiras continentais 
e de montanha, que 
passam a acumular maior 
quantidade de água sob 
a forma de gelo. Nos 
períodos pós-glaciais, 
ocorre o inverso, as 
geleiras se contraem com 
o derretimento do gelo 
e o nível do mar sobe 
(eustatismo positivo). 
Também colaboram para 
reduzir ou ampliar o nível 
do mar, nessas épocas, o 
aumento ou diminuição 
da temperatura da própria 
água oceânica, pois uma 
mesma quantidade de 
massa de água ocupa um 
volume menor quando 
está fria e maior, quando 
está quente.
16
Aula 1 • Para uma introdução: por que é necessário cursar mais uma disciplina de Geomorfologia abordando o 
relevo do espaço costeiro?
Também existem lentas subidas ou descidas de grandes massas con-
tinentais, designadas respectivamente como epirogenia positiva ou 
negativa, que mudam localmente a posição da linha do litoral. 
As mudanças do nível do mar, por eustatismo ou por epirogenia, 
produzem necessariamente mudanças nas características e, principal-
mente, nas posições onde os processos marinhos atuavam, isto é, fazem 
com que ocorram novos reajustes nas relações entre os processos e as 
formas de relevo existentes no novo litoral.
Independentemente de mudanças produzidas separadamente ou 
concomitantemente pelo eustatismo ou pela epirogenia, a linha do lito-
ral pode também mudar de posição por efeitos da continuidade ou mu-
danças na atuação de processos locais de erosão ou de deposição. Assim, 
com eles, respectivamente, o mar pode avançar ou recuar localmente.
Atividade 1
Atende aos objetivos 1 e 2
1. Responda sim ou não às perguntas formuladas, levando em conta 
o sentido amplo do termo litoral, explicando o porquê de sua resposta. 
a) Você mora em um estado litorâneo? 
b) Você mora ao mesmo tempo em um estado e em um município 
litorâneo?
2. Leia o texto e responda às perguntas.
Dois cariocas, hoje idosos, moraram até a idade adulta em lugares dife-
rentes. Um morou na praia do Leblon, antes de construírem a murada 
que separa a praia da avenida, à frente de sua casa. Teve uma ressaca em 
que as ondas jogaram água no seu muro. O outro morou na Favela da 
Maré, em uma casa construída com estacas sobre um terreno de lama, 
que todo dia era invadido pelas águas do mar. Depois, esse terreno foi 
aterrado e foram construídas sobre ele novas residências. 
Epirogenia
subida ou descida muito 
lenta de grandes massas 
continentais trazendo 
consequências mais 
sensíveis localmente, 
na mudança relativa 
de posição do nível do 
mar. No caso, observa-
se a subida ou a descida 
do continente e não a 
mudança do nível do 
mar por diminuição ou 
aumento de seu volume. 
A epirogenia é positivaquando o continente se 
eleva em relação ao mar 
e, na situação contrária, 
temos a epirogenia 
negativa.
17
Geomorfologia Costeira
Levando em conta os sentidos mais restritos do significado das palavras 
litoral e costa : Quem morou no litoral e quem morou na costa? Por quê ? 
Onde a linha do litoral mudou? Qual local continuou sendo costa e por 
que o outro local também virou costa?
Resposta comentada
1. 
a) Sim. Porque meu estado tem o mar como um dos seus limites ter-
ritoriais. 
b) Sim. Porque meu município tem o mar como um dos seus limites 
territoriais (não em caso contrário). Mesmo que você não more junto 
ao mar, poderá responder sim às duas perguntas, caso os territórios do 
Eestado e do município no qual sua residência se localiza e se referencia 
administrativamente sejam litorâneos. 
2. O segundo morou no litoral porque sua casa estava localizada entre 
os níveis de maré baixa e alta. O primeiro morou na costa, pois era um 
local acima do nível de maré alta, mas influenciado pela presença do 
mar, inclusive fato atestado pela água lançada pelas ondas, quando da 
ocorrência de ressacas. Na Favela da Maré, em função de aterros, a linha 
do litoral mudou, foi deslocada em direção ao mar. Portanto, o local em 
que morava o segundo carioca deixou de ser litoral e passou a ser costa. 
O local onde morava o primeiro continuou a ser costa.
Dizem que o nível do mar está aumentando. 
Isso torna arriscado morar na beira do mar?
Pode-se dizer que efetivamente existem muitos riscos em locais 
onde está acontecendo o avanço do mar pela atuação acelerada de pro-
cessos de erosão marinha. Há, portanto, facilidade em constatar que as 
18
Aula 1 • Para uma introdução: por que é necessário cursar mais uma disciplina de Geomorfologia abordando o 
relevo do espaço costeiro?
populações, nesses locais, correm risco. Entretanto, haverá dificulda-
des de responder com precisão qual é a causa disso. Ela poderia ser em 
função da epirogenia, do eustatismo, da atuação de processos ge-
omorfológicos, inclusive os antrópicos, ou mesmo da ocorrência 
conjunta de mais de uma dessas causas. 
Como você já sabe, na Geomorfologia, os processos criam e 
destroem formas de relevo, por erosão ou deposição. Se existem 
relevos que foram criados, mantidos ou destruídos direta ou in-
diretamente pelos homens, temos de admitir a responsabilida-
de deles pelos processos que causaram esses resultados. Desse 
modo, podemos considerar a existência de processos geomorfo-
lógicos antrópicos.
Muitos já ouviram falar que o planeta está ficando mais quente e 
o nível geral do mar está subindo em função do efeito estufa, o qual o 
homem, com suas atividades poluidoras, tem ajudado a aumentar, prin-
cipalmente nos últimos 150 anos. Este assunto já está trazendo sérias 
preocupações e algumas consequências para o patrimônio e as vidas 
das populações que estão na beira do mar. A partir desses dados, há 
previsões, como cita Christopherson (2012), da subida do nível do mar 
de cerca de algumas poucas, mas significativas, dezenas de centímetros 
nas próximas décadas. Ele afirma ainda que o Painel Intergovernamental 
sobre Mudanças do Clima (IPCC), já em 2007, projetava como maior es-
timativa para o século XXI, o valor de uma subida de 0,59m. Este autor 
relata que, desde 1990, os valores de crescimento do nível do mar proje-
tados pelos modelos têm ficado abaixo do que é observado na realidade. 
Disto resulta que o aumento poderá alcançar valores bem maiores do 
que as previsões indicam.
Processos 
Geomorfológi-
cos Antrópicos
Modificações produzidas 
na Natureza pela erosão 
ou deposição, feitas ou 
provocadas pelas ações 
dos seres humanos.
19
Geomorfologia Costeira
O Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) 
corresponde a uma organização, criada em 1988, pela iniciativa 
conjunta do Programa Ambiental das Nações Unidas (UNEP) e a 
Organização Meteorológica Mundial (WMO). Em linhas gerais, 
tem como principal objetivo obter e divulgar para o Mundo, com 
base nas visões científicas e técnicas, informações e dados sobre a 
situação das mudanças climáticas e o potencial de seus impactos 
ambientais e socioeconômicos. É constituído pela participação 
de representantes de 195 países, sendo responsável por múltiplas 
atividades entre outras como: reuniões, atuação de grupos de tra-
balho, produção de relatórios sobre situações globais e estudos de 
estratégias, para ações de mitigação e adaptação aos problemas 
ambientais a serem enfrentados.
As siglas apresentadas correspondem aos nomes originais em inglês:
(IPCC) “Intergovernmental Panel on Climate Changes” / (UNEP) 
“United Nations Environmental Programe” / (WMO) “World 
Meteorological Organization”
Mais informações podem ser acessadas em:
http://w.w.w.ipcc.ch/; 
http://pt.wikipedia.org/wiki/Painel_Intergovernamental_sobre_
Mudan%C3%A7as_Clim%C3%A1ticas. 
A escrita permitiu ao homem criar uma forma ampla de transmi-
tir seu conhecimento para outras gerações, além de sua vida biológica. 
Tal momento marca o começo do Holoceno que, no início da aula, foi 
visto como o espaço recente e mais curto de tempo na escala geológica. 
Nesses últimos 10.000 anos, foram feitos e disponibilizados registros, 
diretos e indiretos, que dão conta de que ocorreram pequenas oscilações 
no nível do mar, nesse curto espaço de tempo.
Portanto, pode-se admitir que o homem, nesta sua história recente, 
já vem convivendo com os risco de um nível do mar que não é fixo.
Para a Geomorfologia, ratifica-se que esses riscos não se colocam 
apenas pelo valor da altura que o nível da água do mar possa alcançar na 
http://w.w.w.ipcc.ch/
http://pt.wikipedia.org/wiki/Painel_Intergovernamental_sobre_Mudan�as_Clim�ticas
http://pt.wikipedia.org/wiki/Painel_Intergovernamental_sobre_Mudan�as_Clim�ticas
20
Aula 1 • Para uma introdução: por que é necessário cursar mais uma disciplina de Geomorfologia abordando o 
relevo do espaço costeiro?
área costeira. Eles ocorrem também a partir de alterações significativas 
que podem ser provocadas no comportamento de processos marinhos 
locais, em suas frequências, intensidades, ritmos e modos atuação. 
Como exemplo, pode-se citar um litoral que receba sedimentos vindos 
por um rio. Se, por algum motivo, passarem a chegar menos sedimentos, 
pode haver problemas de erosão. Cabe lembrar que, inclusive, interferên-
cias geradas pela ação humana, como a construção de uma barragem nes-
se rio, poderiam ser as causas da diminuição da chegada de sedimentos.
Exemplo de alteração da posição da linha da costa:
Figura 1.5
Figura 1.6
Jo
rg
e 
S
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M
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q
ue
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Jo
rg
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S
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21
Geomorfologia Costeira
A partir do meio do século XX, passa a ficar evidente um pro-
cesso de erosão do litoral que atinge a vila denominada Atafona 
(Município de São João da Barra – RJ). As fotos mostram um 
grande prédio que foi destruído pela erosão provocada pelo mar, 
em 2008. Foto de cima: em 1994, existiam pelo menos seis casas e 
duas ruas entre o prédio e a praia (local de onde foi tirada a foto). 
Foto de baixo: no final do ano de 2007, ele já se encontrava na 
praia. Hoje restam poucos vestígios de seus escombros. 
A erosão da praia em Atafona tem sido objeto de muitos estudos 
e atraído muitos turistas, para conhecerem, no local, os efeitos da 
ação do mar. Você, durante o curso, terá oportunidade de estudar 
as possíveis causas para melhor entender esse fenômeno, que já 
destruiu centenas de casas no local. 
Acessando http://www.uff.br/atafona/, você poderá entrar em con-
tato com diversos trabalhos de pesquisa em Atafona, realizados 
desde o ano de 2004, por professores da UFF e UERJ. Acessando 
http://youtube/ro7bNecbbtg, você poderá assistir a reportagens 
feitas em abril de 2008, que mostram num vídeo, realizado por um 
amador, o momento em que o prédio que você viu na figura des-
morona pela ação do mar, como se tivesse ocorrido sua implosão.
É oportuno também lembrar que ocorrem riscos no litoral, mesmo 
semo nível do mar variar ou a erosão estar atingindo o local. Isto pode 
decorrer de ações produzidas por maremotos, que muitas vezes são ca-
tastróficos. Eles têm ocorrência mais frequentes em certas áreas costei-
ras dos oceanos Indico e Pacífico, como por exemplo, o litoral do Japão. 
Recentemente, em 12/03/2011, esse país foi atingido por um grande 
tsunami, resultando em consequências trágicas, criando um rastro 
de muitas mortes e destruições, inclusive atingindo as instalações e o 
funcionamento da usina nuclear de Fukushima, deixando sequelas até 
hoje, com riscos de contaminações para o ambiente, que podem afetar a 
população residente e visitantes por muito tempo.
Tsunami
Nome também dado aos 
maremotos ou vagalhões. 
São ondas de grande 
porte, normalmente de 
enorme efeito destruidor, 
que atingem as costas 
do continente e cuja 
origem pode ser devida 
a vários fenômenos 
naturais, tais como 
movimentos rápidos da 
crosta terrestre, explosões 
vulcânicas, furacões e 
desmoronamentos nas 
bordas dos continentes ou 
em relevos mais elevados, 
que ocorrem no fundo dos 
oceanos, como montanhas 
ou bordas de platôs.
http://www.uff.br/atafona/
http://yuotu.be/ro7bNecbbtg
22
Aula 1 • Para uma introdução: por que é necessário cursar mais uma disciplina de Geomorfologia abordando o 
relevo do espaço costeiro?
O desaparecimento de Tuvalu
Com a subida do nível do mar, serão esperados efeitos negativos 
para a vida das populações que habitam o litoral brasileiro. Áreas 
litorâneas baixas poderão ser afogadas e outras mais altas pode-
rão sofrer erosão. Alternativas podem ser evocadas para superar 
ou diminuir esses efeitos: criar proteções, barreiras, para impedir 
o avanço das águas ou a erosão; deslocar a população em áreas de 
risco para locais próximos com terrenos topograficamente mais 
altos; preventivamente criar limitações e impedimentos para no-
vas ocupações e usos de solo, em locais da faixa costeira que po-
tencialmente ofereçam riscos.
Entretanto, existem outros países cujas consequências podem ser 
de perder muitos territórios ou desaparecer. Você conhece Tuvalu 
e sua capital Funafuti? Consultando a Wikipedia, irá descobrir 
que se trata de um pequeno país na Polinésia, no Pacífico. Ele é 
formado por pequenas ilhas, constituídas por recifes de corais, 
que perfazem juntas, somando-se as áreas, cerca de 26km². Tem 
uma população de pouco mais de 12 mil habitantes e alcançou 
sua independência em 1978; tem um território que, em grande 
parte, é quase plano, não alcançando mais de 7 metros de altitude 
(altura acima do nível do mar). É mencionado por ambientalistas 
como o primeiro a sofrer os efeitos da subida do nível do mar. Em 
2007, através de um de seus governantes, cobrou dos países po-
luidores a responsabilidade por indenizações pelo que irá ocorrer 
em Tuvalu e com seus habitantes.
Como já houve oportunidade de salientar sobre este tipo de peri-
go, Tuvalu não teme apenas a subida do nível do mar, pois não há 
nenhuma previsão, pelo menos para este século, de uma subida 
do mar acima dos 7 metros. O problema maior será a erosão, que 
poderá ser responsável por ir “roendo” as bordas das pequenas 
ilhas, constituídas de material pouco resistente, até elas desapare-
cerem. Ao longo do curso, você poderá entender como irão fun-
cionar os mecanismos desse processo.
23
Geomorfologia Costeira
Figura 1.7: Mapa de Funafuti, capital de Tuvalu.
Fonte: http://www.tuvaluislands.com/maps/images/map_funafuti_1.gif
Assim, no caso de Tuvalu, não será solução definitiva a remoção da 
população para áreas mais elevadas no interior do país. Admitindo 
o atual grande desenvolvimento tecnológico da construção civil, 
seria válido pensar na possibilidade de construção de palafitas 
para garantir a permanência das moradias no local? Talvez. Mas, 
mesmo considerando a solução como possível, irá permanecer o 
desafio para suprir a falta de recursos financeiros e de materiais 
necessários para a realização das obras. Ainda mais preocupante, 
será como dotar toda a população de meios de sobrevivência.
Palafitas 
Casas construídas sobre 
estacas com a finalidade 
de ficarem acima do nível 
das águas das marés altas 
ou dos níveis de cheia dos 
rios. No Brasil, são casas 
típicas construídas nas 
planícies de inundação 
da região amazônica e 
das áreas de mangues no 
litoral, ambos os locais 
abrigando principalmente 
populações pobres.
http://www.tuvaluislands.com/maps/images/map_funafuti_1.gif
24
Aula 1 • Para uma introdução: por que é necessário cursar mais uma disciplina de Geomorfologia abordando o 
relevo do espaço costeiro?
É necessário rever os processos geomorfológicos 
já estudados para entender a presença das 
formas de relevo na paisagem costeira
Está lembrado dos processos geomorfológicos que atuam so-
bre os continentes? Eles já foram vistos por você nas disciplinas 
de Geomorfologia (Geral e Continental) oferecida nos primeiros 
semestres do curso. Inclusive, você deve estar lembrado que, para 
saber como funcionam e o que produzem, foram necessárias aulas 
específicas São eles: o intemperismo, os movimentos de massa, o 
escoamento superficial e subsuperficial de águas, o fluvial, o lacus-
tre, o eólico, o glacial, os geradores de relevo cárstico e também os 
antrópicos, realizados pelas ações dos homens. Eles voltarão mais 
adiante a serem vistos em suas presenças nas áreas costeiras. 
Um ou mais processos continentais podem atuar em uma ou em vá-
rias áreas costeiras, mas somente o intemperismo tem sempre sua ação 
presente em todas essas áreas. Além deles, reafirma-se que os maiores 
responsáveis pela existência ou desaparecimento de relevos costeiros, 
por suas ações diretas e indiretas, são os processos marinhos realiza-
dos pelas marés, ondas e correntes. Em futuras aulas, será abordada a 
existência de uma situação muito curiosa relativa a um tipo de relevo 
marinho, os recifes de coral, cuja origem é devida à ação de seres vivos.
Todos os processos geomorfológicos têm características e mecanis-
mos próprios de atuação para gerar formas de relevo, individualmente 
ou interagindo com outros processos. Estes podem ser essencialmente 
geomorfológicos ou, por exemplo, de caráter geológico, pedológico, cli-
mático ou biológico.
Portanto é necessário estudar sempre pelo menos algum aspecto re-
lativo de vários processos, de origens diversas, que atuam em áreas cos-
teiras, mesmo que se dê destaque aos de natureza marinha e que con-
sidere fundamentais. Estes, com suas características e seus mecanismos, 
25
Geomorfologia Costeira
serão obrigatoriamente objetos de estudo, em maior detalhe, nas próxi-
mas aulas.
Na paisagem costeira, existem várias formas de relevo, produzidas 
por condições dinâmicas muito específicas. Todavia, cada uma dessas 
não está solta. Ela se associa a outras e, de algum modo, seu processo 
gerador está interligado com outros. Num mesmo ambiente, podem ser 
encontrados juntos mangues, praias, dunas e lagoas. Como exemplo, 
pode ser citada a Região dos Lagos no Litoral do Estado do Rio de Ja-
neiro, onde em todos os seus municípios são encontrados, em diferen-
tes escalas, muitos e diversos ambientes com essas associações, em que 
se destacam as extensas praias e grandes lagoas, inclusive responsáveis 
pelo nome dessa região costeira. Assim se tem, como foi dito no início, 
um conjunto de formas e processos definindo, num espaço e num tem-
po, um sistema geomorfológico.
Quando você cursou as disciplinas anteriores de Geomorfologia, 
estudou, sistematicamente, os mecanismos dos processos que atuam nas 
áreas continentais, mas precisará também entender como eles se com-
portam nas áreas costeiras. Você ainda não conhece sistematicamente 
os processos marinhos que envolvem ondas, marés e correntes. Entre-
tanto, terá de buscar compreender suas características, mecanismos, 
modos de atuação e de interação com os demais processos continentais. 
Com todo esse conhecimento, estará apto para entender a presença da 
ação dos processosatuantes em todas as paisagens costeiras que podem 
produzir, em cada uma delas, uma multiplicidade de formas presentes 
num mesmo espaço, como as encontradas numa baixada litorânea 
ou costeira. Nela, ao mesmo tempo, encontram-se relevos como os 
de praias, restingas, mangues, lagoas e dunas, sendo que todos podem 
se relacionar entre si, através de dinâmicas específicas de integração de 
processos marinhos desenvolvidos pela maré, ondas e correntes que 
atuaram ou que atuam no local.
Baixadas 
Litorâneas ou 
costeira 
Terrenos sedimentares 
de baixa altitude, com 
topografia relativamente 
plana, localizados em 
área costeira, possuindo 
relevos cuja origem 
deve-se, direta ou 
indiretamente, à ação 
marinha.
26
Aula 1 • Para uma introdução: por que é necessário cursar mais uma disciplina de Geomorfologia abordando o 
relevo do espaço costeiro?
Figura 1.8: Foto de parte da Baixada de Jacarepaguá, na cidade do Rio de 
Janeiro (RJ), tirada de cima do Maciço da Tijuca, destacando em primeiro 
plano, à esquerda, a Barra da Tijuca. Essa baixada possui diversos tipos de 
relevos costeiros, tais como: praias, restingas, lagoas e mangues. Nessa bai-
xada, várias modificações estão ocorrendo no relevo por ações antrópicas a 
partir de processos de aterros e terraplanagem.
Fonte: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/c/c5/Barra_Panorama.
jpg/800px-Barra_Panorama.jpg
Nesse momento, pelo que foi exposto até aqui, você já poderá co-
meçar, com mais propriedade, a avaliar e discutir o quanto o conhe-
cimento da Geomorfologia é importante, em particular, no ambiente 
que você está começando a reconhecer como instável e frágil. As fotos 
vistas de Copacabana (Figura 1.2) e Jacarepaguá (Figura 1.8) permi-
tem identificar e comparar dois momentos de apropriação da Natureza 
pelo homem: um ambiente todo transformado e o outro em processo 
de transformação.
Você, olhando e analisando estes locais, já está começando a pen-
sar no que é preciso estudar para responder perguntas que indagam se 
as ações humanas nas formas de relevo e nos processos geomorfológi-
cos irão resultar em melhorias na qualidade de vida da população em 
suas relações ambientais, sociais, econômicos, culturais e políticas, tais 
como: será que erodindo terrenos para abrir um canal para ligar uma la-
goa costeira ao mar, ou depositando sedimentos para aterrar uma lagoa, 
o homem está promovendo ações que irão trazer melhorias ambientais? 
Que mudanças ocorrerão nestes lugares? E para outros lugares, que se 
relacionam com eles, quais serão as consequências? E a consequência 
para a vida das pessoas?
https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/c/c5/Barra_Panorama.jpg/800px-Barra_Panorama.jpg
https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/c/c5/Barra_Panorama.jpg/800px-Barra_Panorama.jpg
27
Geomorfologia Costeira
As ações humanas, cada vez mais, vão impondo modificações nas 
condições ambientais pré-existentes, nos lugares que habitam ou onde 
exercem atividades. Tal fato torna-se bastante evidente quando se com-
para a paisagem de um local em dois momentos, em que passa de um 
ambiente em condições muito próximas às naturais para um outro, 
construído pelo homem. Isto indica a necessidade de que as ações hu-
manas, a serem implementadas, sejam bem estudadas para resultarem 
em melhorias na qualidade de vida das populações.
Como exemplo dessas transformações, na Figura 1.9, pode-se ver o 
outeiro da Glória na cidade do Rio de Janeiro, no quadro pintado por 
Taunay em 1817. Nessa época, o mar atingia a base das encostas do 
morro onde se localizava a Igreja da Glória.
Na Figura 1.10, uma foto de um espaço urbano construído (cidade 
do Rio de Janeiro), contendo, ao fundo, a enseada de Botafogo e o Pão 
de Açúcar, a faixa de areia colocada para ser a nova praia do Flamengo; 
o Aterro (com seus jardins) paralelo à linha da costa; a marina da Glória 
e, para a sua direita, o terreno elevado do outeiro da Glória com a igreja, 
que está no quadro de Taunay. Na comparação com o passado, a linha 
do litoral estava mais no interior, bordejando os morros vistos na foto e 
no fundo das enseadas as praias.
Figura 1.9: Outeiro da Glória, na cidade do Rio de Janeiro, no quadro pintado 
por Taunay em 1817.
Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Igreja_de_Nossa_Senhora_da_Gl%C3%B3ria_do_
Outeiro#mediaviewer/Ficheiro:Nicolas-Antoine_Taunay_01.jpg
http://pt.wikipedia.org/wiki/Igreja_de_Nossa_Senhora_da_Gl�ria_do_Outeiro#mediaviewer/Ficheiro:Nicolas-Antoine_Taunay_01.jpg
http://pt.wikipedia.org/wiki/Igreja_de_Nossa_Senhora_da_Gl�ria_do_Outeiro#mediaviewer/Ficheiro:Nicolas-Antoine_Taunay_01.jpg
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Aula 1 • Para uma introdução: por que é necessário cursar mais uma disciplina de Geomorfologia abordando o 
relevo do espaço costeiro?
Figura 1.10: Comparando com a imagem do passado, a linha do litoral es-
tava mais no interior, bordejando os morros vistos na foto e, no fundo das 
enseadas, as praias.
Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Aterro_do_Flamengo#mediaviewer/Ficheiro:Rio-
Aterro-Flamengo-Gloria.jpg 
Você agora, certamente, ao perceber o intuito das perguntas, deve 
estar reafirmando aquilo que já tinha incorporado nas disciplinas de 
Geomorfologia Geral e Geomorfologia Continental. Utilizar, ampliar 
e aprofundar esses conhecimentos não serve apenas necessariamente 
para quem quer se especializar em Geomorfologia. Permite expandir a 
capacitação de melhor entender e analisar a complexidade dos ambien-
tes em que vivemos e dos objetos de estudo que fazem parte de nosso 
trabalho, como Geógrafos e Professores de Geografia.
Atividade 2
Atende ao objetivo 3
1. Como foi visto até aqui, os processos marinhos atuam destruindo 
e construindo relevos. As praias são exemplos de lugares com relevos 
formados por esses processos.
Em uma praia, olhando o mar, é possível constatar, com facilidade, a 
presença de um dos processos marinhos que chama a atenção pela mo-
vimentação que produz na água. Qual?
http://pt.wikipedia.org/wiki/Aterro_do_Flamengo#mediaviewer/Ficheiro:Rio-Aterro-Flamengo-Gloria.jpg
http://pt.wikipedia.org/wiki/Aterro_do_Flamengo#mediaviewer/Ficheiro:Rio-Aterro-Flamengo-Gloria.jpg
29
Geomorfologia Costeira
2. Leia as colocações a seguir e, ao final, explique o que será solicitado.
Você ainda não estudou como se originam e como trabalham os pro-
cessos marinhos de erosão e deposição. Mas já pode começar a tentar 
compreender que eles continuam a atuar sobre as praias, mesmo depois 
de as criarem. Além disso, é possível constatar que suas características 
de atuação e interações com outros processos variam de um lugar para 
outro, podendo variar também num mesmo lugar ao longo do tempo. 
Partindo da maneira como você identificou visualmente a atuação de 
um dos processos marinhos, explique como, desse mesmo modo, pode-
rá constatar que esse processo não se manifesta com as mesmas caracte-
rísticas permanentemente em todas as praias. Lembrando que essas di-
ferenças também influenciam, inclusive ao longo do tempo, na escolha 
das praias que os banhistas e surfistas irão frequentar.
Resposta comentada
1. O realizado pelas ondas. As constantes ondulações visualizadas na 
superfície das águas do mar e, principalmente, o momento em que as 
ondas quebram na praia chamam a atenção.
2. Na resposta anterior, foi constatado que a onda chama a atenção. 
Mas certamente suas características como altura (tamanho) e forma de 
quebra na praia também. Variações observadas nessas características 
permitem identificar que esse processo não atua necessariamente sem-
pre do mesmo modo, em todos os lugares e mesmo de um momento 
para o outro, no mesmo lugar. Por isso, em função dessas características 
que variam, os surfistas, precisam conhecer essas diferenças para deci-
dir onde e quando irão praticar seu esporte. Por sua vez, também, os 
banhistas, principalmente quando levam sua família com crianças, ten-
dem a escolher os lugares melhores e mais seguros para o banho, onde o 
mar, com suas ondas, não seja muitoviolento.
30
Aula 1 • Para uma introdução: por que é necessário cursar mais uma disciplina de Geomorfologia abordando o 
relevo do espaço costeiro?
Uma dúvida! E dentro do mar, existe relevo?
Você já deve ter percebido que, embora não tenha sido explicita-
do com muita clareza, a faixa costeira inclui três espaços: um do 
lado continental sempre acima do nível mais frequente de maré 
mais alta, como a baixada a que nos referimos anteriormente; ou-
tro, entre os níveis de maré alta e maré baixa, ora funcionando 
como área de terra ora como área de mar; e ainda outro, abaixo 
do nível mais frequente de maré mais baixa, sempre coberto pela 
água do mar. Em todos os três, há ações e interações dinâmicas 
dos processos atuantes, gerando relevos.
Para o seu conhecimento, é preciso ressaltar que existem outras 
áreas cobertas pelos oceanos, além das áreas costeiras, que tam-
bém possuem relevos mas não são objetos deste nosso estudo e 
sim da Geomorfologia Marinha. Este limite entre uma e outra 
Geomorfologia é estabelecido pela posição de até onde existe a 
competência dos processos dinâmicos marinhos em mobilizar 
sedimentos no ambiente litorâneo. Você já deve ter escutado falar 
no termo offshore, muito utilizado nos últimos tempos em função 
da exploração de petróleo na plataforma continental brasileira, 
na chamada zona de águas profundas. Ele se refere a essas áreas 
“para fora do litoral”, ou seja, mais afastadas da linha da costa e 
com maiores profundidades.
É importante lembrar que, se existe variação do nível do mar, 
muitos lugares que hoje são terras já foram mares e vice-versa. 
Portanto, uma superfície do fundo do mar na área costeira pode 
ter a criação do seu relevo relacionado à ação direta dos processos 
de natureza continental. 
31
Geomorfologia Costeira
Por que considerar as áreas 
costeiras como importantes? 
As áreas costeiras são zonas de transição, 
que além de contarem com características 
ambientais relativas aos continentes e aos 
oceanos congregam outras que são exclu-
sivamente suas. Em função disso, oferecem 
muitos e diversificados recursos para a vida 
e as atividades humanas. Entre as caracte-
rísticas que lhe conferem essa importân-
cia, o relevo, com as rochas e os solos que 
o constituem, tem de ter seu papel e valor 
compreendido e considerado. 
Como exemplo, em áreas costeiras, so-
bre relevos de grandes planícies fluviais 
com terrenos férteis, surgiram as primeiras 
grandes e importantes civilizações huma-
nas. Há muito tempo, os gregos, através de 
Heródoto, já reconheciam a importância, 
para o Egito, do rio Nilo e de suas planícies.
 
Figura 1.11: O Rio Nilo. No alto da foto é vista 
a foz do rio, cujos terrenos se projetam como 
um triângulo em direção ao mar Mediterrâneo. 
Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Rio_Nilo#/media 
File: Nile_composite_NASA.jpg.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Rio_Nilo
32
Aula 1 • Para uma introdução: por que é necessário cursar mais uma disciplina de Geomorfologia abordando o 
relevo do espaço costeiro?
Δ
Merece lembrança o fato de que Heródoto foi o responsável por 
utilizar a palavra “delta”, nome da letra grega “Δ”, para designar o 
local de chegada desse rio ao Mar Mediterrâneo, em função da si-
milaridade entre a forma de relevo dessa área e a da referida letra. 
Esta palavra continua sendo utilizada para designar uma forma 
de relevo associada ao processo fluvial, na linguagem técnica com 
definição mais elaborada.
Figura 1.12: Estar no litoral é estar junto de áreas de grandes fontes de 
alimentos.
Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Pesca#mediaviewer/Ficheiro:BD-fishermen.jpg
Ao longo da história até hoje, estar no litoral, na zona de contato 
entre mar e terra, sempre foi estar junto de áreas de grandes fontes de 
http://pt.wikipedia.org/wiki/Pesca#mediaviewer/Ficheiro:BD-fishermen.jpg
33
Geomorfologia Costeira
alimentos a serem obtidos em atividades pesqueiras. Estar junto ao mar 
sempre foi desfrutar da possibilidade de criar portos e de se movimen-
tar por via aquática, podendo se locomover para o litoral de todos os 
continentes. Muitos qualitativos poderiam ainda ser agregados na ava-
liação da importância das áreas costeiras, desde razões políticas, como 
estratégicas militares e comerciais, assim como de pontos de encontro 
e difusão de culturas. Atualmente, de modo mais intenso, o mar é visto 
também pelo seu grande potencial de recursos naturais diversificados, 
que passam pela:
•	 obtenção de matérias primas industriais; 
•	 exploração de grandes fontes de energia; 
•	 enorme gama de atrativos que permitem as atividades humanas de 
turismo, esportes, veraneio e lazer.
Figura 1.13: Estar junto ao mar sempre foi desfrutar da possibilidade de 
criar portos.
Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Porto_(transporte)#mediaviewer/Ficheiro:Port_
Santos.jpg
Há também importantes valores negativos, a serem considerados 
e já muito conhecidos, que merecem cada vez mais atenção. Seria um 
grande esquecimento e erro omitir que no litoral chegam, pelas drena-
gens continentais, águas e sedimentos que incluem: a presença de lixo 
e entulhos em estado sólido de naturezas diversas e dejetos líquidos de 
C
la
us
 B
un
ks
http://pt.wikipedia.org/wiki/Porto_(transporte)#mediaviewer/Ficheiro:Port_Santos.jpg
http://pt.wikipedia.org/wiki/Porto_(transporte)#mediaviewer/Ficheiro:Port_Santos.jpg
34
Aula 1 • Para uma introdução: por que é necessário cursar mais uma disciplina de Geomorfologia abordando o 
relevo do espaço costeiro?
esgotos domésticos e industriais. Essas “contribuições” antrópicas, ao 
transformarem o litoral em lixeiras, causam sérios problemas de polui-
ção, degradando as paisagens costeiras e trazendo consequências desas-
trosas para o homem e os demais seres vivos que ali habitam ou tenham 
que ter, por algum outro motivo e em algum momento, necessidade de 
relações com essa área. Em particular, no que se refere à Geomorfologia, 
esse tipo de atuação antrópica também cria interferências diversas no 
funcionamento de processos e na existência de formas de relevo.
Figura 1.14: Uma imagem lamentável que nos mostra os problemas produzi-
dos por certas “contribuições” antrópicas.
Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Detrito_marinho#mediaviewer/Ficheiro:Marine_debris_
on_Hawaiian_coast.jpg
Por que é muito necessário o planejamento da 
ocupação e do uso do solo na área costeira? 
E onde se coloca a Geomorfologia Costeira no 
planejamento e gestão desses territórios?
A busca de novos recursos e espaços para a expansão da ocupação 
urbana e de atividades econômicas, a grande carência de saneamento 
básico das cidades litorâneas brasileiras, a recuperação de áreas litorâ-
neas degradadas e os riscos ambientais são algumas das grandes pre-
ocupações que demandam a necessidade de execução de trabalhos de 
planejamento e gestão para os ambientes costeiros. Essas iniciativas, 
http://pt.wikipedia.org/wiki/Detrito_marinho#mediaviewer/Ficheiro:Marine_debris_on_Hawaiian_coast.jpg
http://pt.wikipedia.org/wiki/Detrito_marinho#mediaviewer/Ficheiro:Marine_debris_on_Hawaiian_coast.jpg
35
Geomorfologia Costeira
atualmente, já estão começando a ser bem mais orientadas e controla-
das, em função de regras estabelecidas pelas legislações, ao definirem 
melhor os modos de estruturação do uso do solo, atendendo a objetivos 
que possam garantir melhores condições sociais e ambientais de vida 
para as populações.
Disto resulta considerar a importância da busca e aplicação, entre 
outros, dos conhecimentos geomorfológicos relativos a esses espaços. A 
ocupação e o uso do solo nessas áreas se assentam sobre terrenos com 
relevos que foram criados e estão submetidos aos processos geomorfo-
lógicos. A eles, são atribuídos valores diferenciados por suas caracterís-
ticas potenciais e seus riscos.
As características específicas das áreas costeiras lhes garantem, por-
tanto, posições singulares e, por isso, devem ser levadas em conta. Nos 
trabalhos geográficos que envolvem levantar o passado para melhorproduzir diagnósticos sobre o presente e efetuar para o futuro prognós-
ticos e planejamentos, o uso do sensoriamento remoto e do geo- 
processamento tornam-se cada vez mais importantes e indispen-
sáveis. O mesmo ocorre na Geomorfologia. Empregá-los permite, por 
exemplo, melhor caracterizar o ambiente e acompanhar as mudanças 
no uso do solo sobre o relevo costeiro, fazendo mapas e armazenan-
do dados e informações. Estes conhecimentos obtidos são comumente 
utilizados para atender aos objetivos, entre outros, de contribuir para 
a produção de planos diretores e zoneamentos municipais. Especifica-
mente nas áreas costeiras, registrar as modificações nas posições da li-
nha do litoral e as ocupações humanas assentadas nesses locais são de 
importância fundamental.
Nos últimos anos, é possível atestar a preocupação com o cresci-
mento da demanda do conhecimento geomorfológico em trabalhos 
aplicados. Isto pode ser constatado, indiretamente, pelos conteúdos 
de publicações geográficas que estão crescendo, em números de títulos 
e em âmbito de divulgação, dando destaque aos trabalhos aplicados e 
ensinamentos de práticas pertinentes à formação dos que querem se 
habilitar profissionalmente.
Sensoriamento 
remoto
Forma de obter dados 
e informações da 
superfície terrestre, 
com equipamentos e 
instrumentos instalados 
em aeronaves e satélites 
que orbitam em torno 
da Terra.
Geoprocessa-
mento
Utilização de recursos 
computacionais que 
permitem manusear 
dados e informações 
georeferenciados. A 
criação de mapas é um 
importante resultado 
da aplicação do 
Geoprocessamento.
O Sensoriamento Remoto 
e o Geoprocessamento 
constituem conteúdos 
de disciplinas de 
seu currículo.
36
Aula 1 • Para uma introdução: por que é necessário cursar mais uma disciplina de Geomorfologia abordando o 
relevo do espaço costeiro?
Como exemplos desses trabalhos, citamos:
•	 Venturi (2005) buscando difundir métodos e técnicas usu-
ais em trabalhos práticos em campo, laboratório e gabinete 
na Geografia.
•	 Rossetti (2008), abordando e destacando o uso de novas tec-
nologias em estudos de áreas costeira.
•	 Guerra e Marçal (2012) apresentando exemplos de aplicação nas 
diversas temáticas ambientais de interesse da Geomorfologia.
•	 Ross (1998) apresentado contribuições da Geomorfologia no 
estudo do ambiente.
•	 Muehe (1998) destacando a divulgação do conhecimento da 
compartimentação do litoral brasileiro e assinalando a ne-
cessidade de práticas de gerenciamento, monitoramento e de 
Educação Ambiental, para alcançar equilíbrio entre o uso e a 
conservação dos ambientes costeiros.
Cabe lembrar a existência e a importância de programas como o 
de Gerenciamento Costeiro, que incentivam e promovem o desenvol-
vimento integrado de estudos e gestões para a faixa costeira brasileira 
que possui mais de 8 mil km de extensão. A atuação desses programas 
tem suas atenções bastante relacionadas à obtenção e ao emprego de 
conhecimentos técnicos, referentes ao entendimento das características 
presentes na Natureza e na sociedade das áreas litorâneas brasileiras. 
Em função disso é sempre recomendável o acesso, pelos profissionais 
da área, geógrafos e professores, aos diversos sites oficiais dos órgãos 
públicos, vinculados ao meio ambiente. Lá, devem estar disponíveis in-
formações oficiais atualizadas, incluindo seus programas e projetos, nos 
níveis federais, estaduais e municipais.
37
Geomorfologia Costeira
Sugestões de sites para consulta:
•	Programa	de	Gerenciamento	Costeiro:	
www.mma.gov.br/gestao-territorial/gerenciamento-costeiro;
•	Empresa	Brasileira	de	Pesquisa	Agropecuária	(EMBRAPA):
https://www.embrapa.br/; 
•	Instituto	Brasileiro	de	Geografia	e	Estatística	(IBGE):
www.ibge.gov.br/;
•	Instituto	Brasileiro	do	Meio	Ambiente	e	dos	Recursos	Naturais	
Renováveis (IBAMA):
https://www.ibama.gov.br/;
•	Instituto	Estadual	do	Ambiente	(INEA):
www.inea.rj.gov.br/;
•	Instituto	Nacional	de	Pesquisa	Espaciais	(INPE):
www.inpe.br/; 
•	Secretaria	Municipal	do	Meio	Ambiente	do	Rio	de	Janeiro:
www.rio.rj.gov.br/web/smac.
Os sites indicados são de instituições que fornecem dados e in-
formações importantes para conhecer e analisar as características 
ambientais do território brasileiro, incluindo as áreas costeiras.
Lembre-se de que as formas de relevo e os processos geomorfo-
lógicos fazem parte da paisagem e da dinâmica ambiental que ca-
racterizam as áreas costeiras e lhe conferem valor para o homem 
e para a sociedade. 
http://www.mma.gov.br/gestao-territorial/gerenciamento-costeiro
https://www.embrapa.br/
http://www.ibge.gov.br/
https://www.ibama.gov.br/
http://www.inpe.br/
http://www.rio.rj.gov.br/web/smac
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Aula 1 • Para uma introdução: por que é necessário cursar mais uma disciplina de Geomorfologia abordando o 
relevo do espaço costeiro?
Conclusão
Os estudos das disciplinas de Geomorfologia ganham importância 
porque eles tratam da formação, existência e transformações do relevo 
da superfície terrestre que, na verdade, são o “palco” do qual o homem 
se apropria e atua para desenvolver a sua sociedade. 
Nas áreas litorâneas, pelos valores que lhes atribuem os homens, é 
importante identificar e conhecer melhor seus ambientes, nos quais o 
relevo constitui parte importante. São tarefas que implicam, necessa-
riamente, a busca por entender o papel do mar e de seus processos no 
passado, no presente e em tendências que se projetam para o futuro. 
Atividade final
Atende ao objetivo 4
Responda às perguntas:
1. Hoje, em uma cidade litorânea, quais os locais mais valorizados 
para a ocupação humana?
2. Levando em conta as tendências previstas para o futuro quanto à 
elevação do nível do mar, quais locais, em uma cidade litorânea, serão 
mais afetados?
Resposta comentada
1. Os locais mais próximos ao mar, principalmente em terrenos de 
praias e restingas.
2. As áreas topograficamente baixas na linha da costa, ocupadas por re-
sidências ou utilizadas em atividades humanas, poderão ser inundadas. A 
linha do litoral, avançando, afogaria terrenos emersos, e o nível dos rios 
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Geomorfologia Costeira
e dos canais nos cursos próximos às suas embocaduras seriam elevados. 
Isso irá favorecer também a ocorrência de erosão e enchentes, em mo-
mentos de fortes chuvas, em novas áreas ou as ampliando onde elas já 
existiam. Ficam em risco, portanto, tanto as áreas mais valorizadas, jun-
to às praias, com população de maior renda, quanto as habitadas por 
populações mais pobres em favelas, construídas sobre atuais ou antigos 
terrenos embrejados, mangues e margens de baixos cursos de rios.
Resumo
A Geomorfologia Costeira trata dos relevos resultantes das ações dos 
processos marinhos, comandados com grande destaque pelas atuações 
isoladas ou integradas de marés, ondas e correntes. As áreas que são de-
finidas pela existência desses relevos, os litorais e as costas, são mutáveis 
no espaço e no tempo por alterações que podem ocorrer nas próprias 
condições de funcionamento local de suas dinâmicas ambientais ou, 
ainda, por mudanças de caráter global, promovidas por grandes trans-
formações nos processos atuantes e nas características dos continentes 
e oceanos. Em função dessas circunstâncias, nas áreas costeiras, encon-
tram-se, além dos aspectos que sempre a valorizaram para a ocupação 
e utilização de seus recursos naturais, situações de fragilidade e insta-
bilidade que podem oferecer riscos ambientais para as populações ali 
presentes ou para atividades humanas que se desenvolvem nesses locais.
Informações sobre as próximas aulas 
As quatro próximas aulas trarão conteúdos que permitirão a você enten-
der, sistematicamente, o que individualmente são as marés, ondas e cor-
rentes marinhas. Você verá como elas se caracterizam, atuam e interagem 
entre si, promovendo processos de erosão e sedimentação, que são res-
ponsáveis por criar, manter e destruir as formas de relevo que existem nos 
litorais – que são áreas de contato entre o mares e os continentes.
Referências
CHRISTOFOLETTI,A. Geomorfologia. 1. ed. São Paulo: Edgard Blücher 
e USP, 1974, p. 149.
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Aula 1 • Para uma introdução: por que é necessário cursar mais uma disciplina de Geomorfologia abordando o 
relevo do espaço costeiro?
GUERRA, A. J. T. ; MARÇAL, M. dos S. Geomorfologia Ambiental. 5. ed. 
Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2012, p. 190.
CHRISTOPHERSON, R. W. Geosistemas: uma introdução a Geografia 
Física. Tradução de AQUINO, F. E. et al. 7. ed. Porto Alegre: Bookman, 
2012, p. 727.
GUERRA, A. T. Dicionário Geológico-Geomorfológico. 8. ed. Rio de Ja-
neiro: IBGE, 1993, p. 446.
GUERRA, A. J. T.; Marçal, M. dos S. Geomorfologia Ambiental. 5. ed. 
Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2012, p. 190.
MARQUES, J. S. Ciência Geomorfológica. In: GUERRA, A.J.T.; 
CUNHA, S. B. da. (Orgs.). Geomorfologia: uma atualização de bases e 
conceitos. 11. ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2011, p. 472.
MUEHE, D. O. Litoral Brasileiro e sua compartimentação. In: CUNHA, 
S.B. da; GUERRA, J. A. T. (Orgs.). Geomorfologia do Brasil. 1. ed. Rio de 
Janeiro: Bertrand Brasil, 1998, p. 388.
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1987, p. 645.
ROSSETI, D. de F. Ambientes Costeiros. In: FLORENSANO, T. G. (Org.). 
Geomorfologia: conceitos e tecnologias atuais. 1. ed. São Paulo: Oficina 
de Textos, 2008, p. 318.
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RA, A. J. T. (Orgs.). Geomorfologia do Brasil. 1ª. ed. Rio de Janeiro: 
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SUGUIO, K. Geologia do Quaternário e Mudanças Ambientais: passado 
+ presente = futuro?. 1. ed. São Paulo: Paulo’s Comunicações e Artes 
Gráficas, 1999, p. 366.
SUGUIO, K. Dicionário de Geologia Marinha. 1. ed. São Paulo: T. A. 
Queiroz, 1992, p. 171.
VENTURI, L. A. B. (Org.) Praticando Geografia : técnicas de campo e 
laboratório. 1. ed. São Paulo: Oficina de Textos, 2005, p. 239.