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Sentimentos sob a Ótica da Análise do Comportamento A NATUREZA DOS SENTIMENTOS E SUA RELAÇÃO COM O COMPORTAMENTO Skinner Natureza do que é sentido Relação entre sentimentos e comportamento O que um organismo faz, pensa ou sente tem mesma natureza material, física. Para o behaviorista radical fazer, pensar e sentir são ações do organismo que ocorrem condições ambientais específicas. Não concebe os sentimentos como fenômenos mentais, de natureza diferente do comportamento mas sim como manifestações físicas do organismo, como “ações sensoriais” (Skinner, 1989/1991). Eventos públicos e privados, portanto, são estímulos e respostas, regidos pelas mesmas leis (Skinner,1945/1961; 1953/1967; 1974; 1989/1991). Eventos Privados Eventos Públicos Comportamento Comportamento Filogênese Cultura Ontogênese Reações Corporais Eventos Públicos Eventos Privados Conversa no telefone Desligar o telefone com raiva Os sentimentos não explicam porque nos comportamos da maneira que nos comportamos. Analisando... Se a raiva é a causa do comportamento, como modifica-lo? Como agir sobre essa causa? Como fazer a pessoa não sentir raiva? Durante a conversa aconteceu algo desconfortável que estimulou sensações de raiva Desligar o telefone com raiva Assim... Quando não se identifica a causa do comportamento pouco provável que se consiga alterá-lo. Assim como é imprescindível a verificação das variáveis ambientais envolvidos na produção do sentimento e comportamento. Contingências Contingências Sentimentos O que são os sentimentos e como aprendemos a prestar atenção a eles? História de condicionamento envolvendo sentimentos Sentimentos como relatá-los? Colocar Mão na Barriga e Franzi o Rostos “DOR DE BARRIGA” Contingência Mãe pergunta: "Sua barriga está doendo? Oferece um remédio específico ao filho. 1ª Situação Essa “dor de barriga” foi inferida a partir das respostas colaterais da criança a sensação de dor. Tais respostas são reflexas e, por isso, não precisam ser ensinadas a um individuo com desenvolvimento típico. Colocar Mão na Barriga e Franzi o Rostos e falar: Minha Barriga dói! “DOR DE BARRIGA” Contingência Oferece um remédio específico ao filho. 2ª Situação Nesse segundo momento, a sensação de dor já poderá ter adquirido uma função de estímulo discriminativo para a criança, o que equivaleria a dizer que ela aprendeu a relacionar aquelas sensações a um comportamento específico, no caso a resposta verbal de dizer “Minha barriga dói!”. Alívio da dor. Contingência Resposta reflexa Resposta Operante Estimulo eliciador Estimulo discriminativo Consequência “Dor de Barriga” Colocar a mão na barriga e franzir o rosto Falar: Minha Barriga dói! Alívio da Dor Sentimentos como sentimos. Cair ou se machucar CORTAR A PELE Contingência Perguntar se está doendo Podemos ensinar uma criança a dizer “Está doendo!” sempre que ela cortar a pele de alguma maneira, por exemplo ao cortar um dedo ou ralar o joelho, a criança tem uma série de respostas privadas, dentre elas a dor. Cair ou se machucar CORTAR A PELE Contingência Em pouco tempo, esta criança estará relacionando o machucado na pele e as sensações por ele provocadas com a resposta verbal “Está doendo!”. Assim, o corte e as sensações privadas que o acompanham passam a ser estímulos discriminativos para falar sobre a dor e receber os cuidados da mãe. Afirmação que Sim. E recebe os cuidados Perguntar se está doendo Outra maneira de descrição de eventos privados é recorrer ao uso de metáforas em vez de recorrer aos eventos privados em si. Como isso pode ser feito? Ensinando a pessoa a emitir relatos verbais a partir de propriedades comuns entre um estímulo público e o estímulo privado. Quando aprendemos a dizer “Meu estômago está embrulhado”, estamos falando de um evento privado, fazendo uso de uma propriedade típica de um evento público (no caso, o embrulho) A quarta possibilidade descrita por Skinner (1957/1978), pouco usada em nossa cultura, é aprendermos a relatar o que sentimos sem necessariamente termos que nos remeter aos nomes dos sentimentos. Uma maneira de relatar o que sentimos é descrevendo a situação que, em geral, provoca a condição sentida ou ainda simplesmente descrevendo possíveis ações. Descrição de alguns sentimentos sob a perspectiva behaviorista radical, Alegria O sentimento de alegria costuma surgir em situações nas quais, no passado, as respostas produziram reforçadores positivos com alta probabilidade Tristeza O sentimento de tristeza geralmente se relaciona como término de reforçadores (Catania, 1998/1999), ou seja, uma determinada fonte de reforço deixa de sê-lo. Raiva O sentimento de raiva surge na presença de estimulação aversiva, geralmente produzida por outra pessoa (Catania,1998/1999), ou quando somos privados de um evento reforçador positivo (punição negativa). Frustração A frustração pode ser considerada um caso especial de raiva que acontece em ocasiões em que um comportamento habitualmente reforçado deixa de sê-lo Ansiedade Ao longo de nossa vida, esse estímulo aversivo foi constantemente apresentado em determinado contexto, de modo que, diante de um contexto semelhante, nosso organismo se prepara para a sua ocorrência. Medo Diferentemente da ansiedade, o medo ocorre quando o estímulo aversivo está realmente presente no ambiente. Sente-se medo na presença de um rato, durante um assalto, em uma briga, em uma situação nova na qual não sabemos como devemos nos comportar etc. Culpa e Vergonha Culpa e a vergonha são sentimentos comumente causados diante da apresentação de uma estimulação aversiva ou da retirada de um estímulo reforçador feita por outra pessoa. Amor Geralmente dizemos que amamos algo ou alguém que nos proporciona uma variedade de reforçadores ou reforço de alta intensidade.