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Ensino de Natação: Bases e Princípios

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1. Bases e Principios Pedagogicos no Ensino de Natacao
Nesta primeira parte do curso, voce sera introduzido ao estudo de diversos fatores pedagógicos e ambientais que influenciam a natacao e seu aprendizado:
Segurança
Hidrostática
Hidrodinâmica
Habilidades básicas para o aprendizado da Natação: Controle Respiratório, Propulsão e Equilíbrio/Flutuação.
Análise da divisao pedagógica usualmente utilizada em Natação
 
Para cada Conteudo, exercicios sao propostos para aprimorar seus conhecimentos, na Unidade III
 
Consulte o professor para tirar suas duvidas.
Bom curso!
 
Segurança no ensino de natação.
Trata-se de um dos primeiros temas que devem ser avaliados. O Professor deve ter a sua turma de alunos sob sua guarda e em segurança todo o tempo. Não importando o nivel de habilidade dos alunos, é responsabilidade do professor tê-los supervisionados e amparados. Alguns aspectos devem ser destacados: prevenção de acidentes, estabelecimento de regras, legislação, supervisão e socorros.
 
a. Prevenção de Acidentes - o professor deve identificar todas as possíveis fontes de acidentes que podem ocorrer com seus alunos. Uma correta avaliação do local de prática e grupo de alunos vai ajuda-lo. Esteja atento especialmente a fatores ambientais como piso escorregadio, bordas cortantes, azulejos quebrados, parte funda e parte rasa etc. Em relacao ao grupo de alunos, considere importantes a idade, numero de alunos, nivel de habilidade, grau de responsabilidade e comprometimento.
 
b. Estabelecimento de Regras - regras de segurança existem para prevenir acidentes. Verifique se o local onde voce trabalha possui regras claras, e ajude a elabora-las se necessário. Algumas regras podem ser expressas em quadros, e outras comunicadas através do regulamento. Sao exemplo de regras de segurança: "proibido entrar na água sem a presença do professor", "proibido mergulhar", etc. Algumas regras são expressas aos professores, para que sejam obedecidas no dia a dia de aulas como: "não permitir brincadeiras perigosas", "comunicar o setor de manutenção ao verificar condições perigosas", "não deixar a porta de acesso à piscina aberta" etc.
 
c. Supervisão - este ponto é crucial no trabalho do professor. Além das preocupações técnicas e pedagógicas como planejamento das aulas e acompanhamento do alcance dos objetivos, as preocupações de segurança devem estar presentes permanentemente na atuação do professor. Estar sempre atento aos alunos, ser responsável, nao deixar alunos sozinhos etc. sao formas de você não deixar de lado a segurança na sua atuação como professor. Esteja sempre atento aos alunos sob sua responsabilidade!
d. Legislação - Consulte a legislação municipal e estadual sobre uso de piscinas. Piscinas são categorizadas como públicas, de uso coletivo, de uso familiar, de uso coletivo, de uso especial (terapêuticas) etc. Algumas legislações podem definir a necessidade de salva-vidas, a marcação da profundidade etc.
e. Primeiros Socorros - procure sempre estar em dia com seus conhecimentos sobre primeiros socorros. Cortes, quedas, engasgamentos, sao situações possíveis, e até mesmo como lidar com parada cardiorrespiratória devido ao afogamento devem ser parte de seu preparo para sentir-se seguro como profissional. Reailze um curso complementar de primeiros socorros assim que possível. Este curso vai ser importante na sua formação e valorizará seu currículo, seja qual for a área de atuação.
 
Referências Bibliográficas: 
Palmer, M. "A ciencia do ensino de natacao"
Flegel, R.  "Primeiros Socorros nos Esportes"
 
Resolva os exercicios para verificar seus conhecimentos sobre Seguranca.
 
HIDROSTÁTICA APLICADA AO ENSINO DE NATAÇÃO
 
A Hidrostática é a parte da física que estuda, entre outras variáveis, o equilíbrio dos corpos no meio líquido, em nosso caso especialmente a flutuação e o equilíbrio.
 
 Conceitos básicos:
 
 PRINCÍPIO DE ARQUIMEDES:
 
“Todo corpo imerso em um líquido é submetido a força de empuxo, de sentido para cima, e de intensidade igual ao peso do liquido deslocado”
 
 
- Peso - massa x aceleração da gravidade. Pode ser medido pesando-se o objeto ou pessoa
- Volume - espaço ocupado pelo corpo. Pode ser medido diretamente através da imersão do corpo em um recipiente, ou indiretamente através de cálculos e estimativas
- Densidade - relação entre peso e volume (d=Peso/Volume). A densidade do objeto em relação à densidade da água vai determinar se o objeto flutuará ou afundará. A densidade da água doce é convencionada como 1,0 kg/l (UM KILOGRAMA POR LITRO). A água salgada, por ter sais dissolvidos, tem 3% a mais de densidade, ou seja: 1,03 kg/l. Ou seja, os objetos tendem a ter um empuxo maior em água salgada.
- Empuxo - forca descrita por Arquimedes através do "Princípio de Arquimedes", fazendo com que objetos tenham menor peso aparente quando imersos, ou cheguem até a flutuar, caso o empuxo seja maior que o peso.
 
Este princípio se aplica a qualquer corpo (pessoa ou objeto), bem como qualquer líquido (água salgada, água doce, ou outro líquido).
 
A capacidade de flutuação, portanto, é um atributo físico e não depende de aprendizagem de habilidade, mas sim da composição corporal. Uma boa forma de testar a flutuabilidade é o aluno prender a respiração e assumir a posição grupada na superfície. A tendência é a maioria dos alunos flutuar (média de densidade corporal <1,0). Alguns alunos por terem ossatura mais densa e menor quantidade de gordura corporal podem chegar a afundar na água (densidade >1,0) mesmo que saibam nadar.
 
No entanto, o equilíbrio da flutuação pode dar ao aluno a ideia de que ele afundará. Como geralmente as pernas são mais negativas (afundam mais), e o tórax mais positivo (flutua mais), a tendência é que as pernas afundem, girando o corpo para a posição vertical, mesmo que o aluno consiga flutuar (densidade <1,0). A sensação para o aluno pouco habilidoso é que ele está afundando, mas na verdade trata-se apenas de o corpo assumir a posição mais estável.
 
 
Referências Bibliográficas - Hidrostática
Machado, D. C. "Metodologia da natação"
 Palmer, M. "A ciência do ensino de natação"
 
HIDRODINÂMICA E O ENSINO DE NATAÇÃO
A Hidrodinâmica é a área da física que estuda, entre outros assuntos, o deslocamento dos corpos na água.
Duas partes da Hidrodinâmica são as mais importantes para estudarmos o ensino da Natação:
- Resistência ao deslocamento
e
- Propulsão
  
Resistência: a água oferece resistência ao deslocamento do nadador. Isso gera maior desgaste físico e necessidade de aplicação de força para que o nadador se desloque. Técnicas podem ser utilizadas para diminuir a resistência ao avanco. O professor de natação deve utilizar estas informações para facilitar a tarefa de seus alunos.
 
Tipos de resistência ao deslocamento aquático:
 
- Resistência Frontal - a massa de água parada à frente do nadador precisa ser deslocada para que ele possa passar. A correta posição alinhada do corpo ("streamline") vai fazer com que menor área frontal se apresente a resistência da agua, e com isso haja diminuição no desgaste do nadador. Por exemplo, um nadador com as pernas muito longe da superfície da água vai oferecer muito mais resistência frontal ao deslocamento do que um nadador com todo o corpo próximo a superfície (mais horizontal).
 
- Resistência de Fricção - a água, ao passar em contato com o corpo do nadador, sofre resistência através do percurso. Como exemplo, um navio com o casco cheio de mariscos e algas vai causar muito mais turbulência na passagem da água em seu entorno do que um navio com o caso liso e limpo. No nadador, bermudas largas são um bom exemplo de aumento de resistência de fricção. Em alto rendimento, chega-se a defender a depilação corporal como forma de diminuir a resistência de fricção, embora esta ação também aumente psicologicamente a sensação de preparo do nadador para uma competição. As roupas tecnológicas permitidas há alguns anos também eram desenhadas para melhorar o fluxo de água ao redor do nadador. No entanto, como eram artigos "de elite" e não estavam disponíveis a todosos nadadores de forma igualitária, foram proibidas pela Federação Internacional.
  
- Resistência de Esteira - após a passagem de um corpo, a água precisa voltar a ocupar o espaço atrás dele. Carros de corrida bem desenhados têm sua traseira harmonicamente projetada para auxiliar a passagem do ar e evitar turbulências. Um caminhão, pelo contrário, gera enorme turbulência em sua traseira pois seu desenho quadrado deixa um espaço enorme de baixa pressão para freiar seu deslocamento. Nadadores desalinhados geram maior turbulência em sua esteira, dificultando ainda mais seu nado.
  
 - PROPULSÃO
 
É a aplicação de força com o objetivo de obter deslocamento. 
 
 A força aplicada pelo nadador vai fazê-lo se deslocar. Uma boa performance motora melhora o rendimento do nado. Em cada um dos 4 nados formais você verá que o movimento de pernadas e braçadas tem uma trajetória "ideal", embora variações pessoais, de estilo e de distância de prova tenham também uma influência importante.
 
Uma boa técnica de nado vai possibilitar que seu nadador, de qualquer nível, possa obter vantagens na aplicação correta da força para obter deslocamento, desde nados elementares até um aluno habilidoso. Um nadador habilidoso vai ter maior eficiência no sistema de alavancas e movimentos que resulta em propulsão melhorada.
Referências Bibliográficas - Hidrodinâmica: 
Maglischo, E. "Nadando ainda mais rápido"
Palmer, M. "A ciência do ensino de natação"
 
HABILIDADES BÁSICAS NO ENSINO DA NATAÇÃO
 
O aprendiz em natação irá desenvolver-se em diferentes dimensões para poder  ganhar proficiência e aprender  a nadar. Para Velasco (1994),  "nadar não é  somente realizar deslocamentos (...) com o corpo. É organizar as sensações recebidas pelo meio líquido, e transferir psicomotoramente para a água". 
Cada aluno irá ter maior facilidade ou dificuldade em cada uma das dimensões abaixo, o que explica porque os alunos desenvolvem-se diferentemente:
 
A. Controle Respiratório - alunos que apresentam pouco contato prévio com o ambiente aquático vão demonstrar inicialmente algum grau de dificuldade em controle respiratório. Às vezes, até mesmo medo de colocar o rosto na água.
O professor deve aplicar atividades de modo que o aluno sinta-se confortável com o contato de seu rosto na água, e consiga progressivamente prender a respiração (apneia), pegar o ar externamente e soltar o ar sob a superfície da água (bolinhas). 
À medida em que esta habilidade vai se desenvolvendo, o aluno sentir-se-á mais confortável e poderá com o tempo realizar longos períodos de respirações intercaladas, possibilitando o desenvolvimento, por exemplo, do batimento de pernas com prancha, enquanto realiza as respirações. Portanto, ganha-se também grandes possibilidades de repetições das demais habilidades após o domínio do controle respiratório
 
B. Equilíbrio / Flutuação - a princípio regido pela Hidrostática (ver conteúdo deste tema), o domínio do equilíbrio do corpo na água vai possibilitar um posicionamento confortável do aluno, sem se sentir desequilibrado ou tenso. A pouca flutuabilidade pode ser a princípio corrigida pelo uso de equipamentos (preferencialmente prancha ou espaguetes em apoio e não boias-de-braço), e a medida em que o aluno vai percebendo melhor e aceitando a instabilidade do equilíbrio aquático, deve-se substituir os fltutuadores por movimentos coordenados de braços e pernas (palmateios e pernadas), obtidas através de um trabalho de sustentação na água e percepção sensorial de sua posição na água.
A recuperação vertical é uma das habilidades essenciais no início do processo. O aluno deve sentir-se seguro ao passar da posição horizontal (ventral ou dorsal) para a posição vertical, para apoiar-se no chão da piscina. Consegue-se este desenvolvimento através do uso de apoios parciais, de maneira gradual se possível. Por exemplo, o professor pode dar as mãos aos alunos para que este se apoie e levante, mas gradualmente ao longo das aulas vai diminuindo a rigidez de seu apoio e permite que as mãos do aluno dirijam-se ao fundo da piscina, enquanto este flexiona o quadril e os joelhos para que estes se alinhem na vertical da cabeça, permitindo o apoio no fundo.
 
C. Propulsão - Um aluno poderá movimentar-se na água quando aplicar força de  maneira a obter deslocamento  (ver conteúdo de Hidrodinâmica).  Esta esfera  de desenvolvimento pode ser desenvolvida ainda antes do aluno dominar seu equilibrio e respiração, em exercícios caminhando na piscina e puxando/empurrando água etc. Ao desenvolver o equilíbrio e controle respiratório, a aplicação de força de maneira equilibrada irá resultar em um deslocamento efetivo. Quanto melhor a técnica, maior a eficiência do movimento. Os nados elementares utilizados inicialmente (cachorrinho, nado lateral, puxada de costas etc.) são formas de deslocamento mais simplificados, e em seguida o aprendiz poderá ser direcionado para os nados formais, que são as formas mais eficientes de se obter o deslocamento. Nos nados formais, busca-se ao máximo  o melhor aproveitamento  do esforço  físico para obter rendimento em velocidade ou economia de nado.
 
Assim, a aprendizagem da natação torna-se uma tarefa multisensorial e necessita de diferentes adaptações para ocorrer.  Tais adaptações vão ocorrendo através de estímulos organizados pelo professor, que deverá observar cada aluno e entender as respostas geradas para os problemas motores  propostos, e assim prover feedback e novos estímulos adequados a cada aluno.
 
Segundo Velasco (1994), a aprendizagem de natação pode dividir-se nas seguintes fases:
 
1a fase: Dominio do meio aquático: nesta fase inicial, é importante estimular o aluno para que ele se sinta confortável e seguro na água, através do desenvolvimento do controle respiratório e do equilíbrio corporal na água. Sentir-se à vontade na água é a base para poder agregar novas habilidades.
 
2a fase: Enriquecimento adaptativo: Nesta fase, já tendo adquirido controle respiratório e equilíbrio, o aluno vai desenvolver conceitos de propulsão econômica eficaz. Vai iniciar os conceitos de propulsão, atrelando-os ao controle respiratório e equilíbrio/flutuação que já fazem parte de seu domínio.
 
3a fase: Deslocamentos aquáticos coordenados e construtivos. O aluno nesta fase "toma posse" do ato natatório utilizando-se dos seus atos para gerar deslocamentos planejados e executados a contento.
 
4a fase: Iniciação desportiva com substrato pedagógico - utilização das técnicas dos nados formais. A correta percepção do corpo na água, somada à possibilidade de planejamento e execução de movimentos reconhecido como mais eficientes (nados formais), proporcionar ao nadador a utilização dos elementos de alavanca, posição corporal, coordenação e eficiência mais adaptáveis às suas necessidades de aumento de eficiência.
 
5a fase: Prática desportiva competitiva (opcional). Nesta fase a proficiência é aumentada e desenvolvida de forma a buscar cada vez mais rendimento em comparação a outros  nadadores.
 
DIVISÃO EM NÍVEIS
É comum a divisão dos alunos nas academias e escolas de natação em níveis. Esta divisão atende a homogeneização dos alunos em grupos parecidos, facilitando o aprendizado e o trabalho do profissional. A rigor, não existe uma única maneira de dividi-los, pois depende das características do grupo, da piscina, número de profissionais disponíveis etc.Pode-se usar uma divisão básica como "Adaptação", "Iniciação aos nados", "Aperfeiçoamento" e "Treinamento", e cada uma dessas divisões pode ainda ser subdividida dependendo da necessidade pedagógica.
A fase de adaptação é crucial para alunos iniciantes, alunos que não têm vivência aquática, ou possuem dificuldades. O ambiente deve ser tranquilo e transmitir calma e segurança ao aluno. 
Apectos importantes a considerar:
Nível inicial de habilidade – alunos habilidosos já passaram por adaptações individuais
Grau de medo – pode interferir no contato do aluno com a água
Faixa etária – diferentes estratégias e experiências dependendo se o aluno é criança, adolescente, adulto ou idoso.
Preparaçãoe adequação do ambiente – o papel do professor é preparar o ambiente de modo a ser atraente e seguro
Principais objetivos da fase de adaptação:
Aumentar a experiência motora do aluno e o contato com a água
Preparar para progressão
Proporcionar sensação de conforto e segurança
Tornar a vivência aquática agradável
Desenvolver habilidades de controle respiratório e apnéia
Desenvolver habilidades de equilíbrio
Desenvolver habilidades de recuperação vertical
Conscientizar o aluno sobre sua flutuabilidade e como controla-la
Desenvolver aspectos básicos de utilização dos membros para propulsão
Atender a objetivos pessoais compatíveis com essa fase
 
O nível de "Iniciação aos nados formais" geralmente engloba o início da padronização dos movimentos em busca de padrões eficientes de propulsão. A escola mais tradicional inicia o ensino através do nado peito pela simplicidade da braçada e pela pernada imitando o gesto de uma rã. O método mais utilizado no Brasil inicia pela utilização dos nados Crawl e Costas. De qualquer modo, é uma fase que vai aproveitar o que foi desenvolvido na adaptação, dirigindo para formas mais eficientes de propulsão. À medida em que um nado vai sendo aprendido, novos elementos vão sendo acrescentados aumentando a complexidade deste nado, e também elementos de outros nados podem ser introduzidos paralelamente, aumentando a variabilidade da experiência e respeitando a velocidade de aprendizado do aluno.
O nível conhecido como "Aperfeiçoamento" é na verdade a continuação do aprimoramento dos conhecimentos básicos dos nados do nível anterior, geralmente associando na fase final os elementos da braçada do nado Borboleta, uma vez que a pernada do Borboleta pode ser experimentada ainda na fase de Adaptação ou Iniciação, principalmente para as crianças, que apresentam facilidade nesta expressão de movimento.
Por fim, o chamado "Treinamento" é um nível que em natação comercialmente oferecida em escolas e academias trata de aprimorar os parâmetros físicos, técnicos e táticos de nadadores habilidosos, mesmo que em um nível muito abaixo de índices técnicos estaduais ou brasileiros, por ser apenas uma expressão do método utilizado para a aula. Somente quando se considera uma equipe de Clube de expressão é que se pode chamar realmente de "treinamento de elite".
1. NADO CRAWL
 
1.1 Posição do Corpo
Como o nome em inglês sugere, o “rastejar” tem se mostrado a forma mais rápida de se deslocar na água, uma vez que é o estilo escolhido nas provas de nado livre. Caracteriza-se pelo corpo em decúbito ventral, próximo à superfície da água, realizando movimentos alternados de braços ao mesmo tempo dos batimentos alternados das pernas, respirando lateralmente.
 
1.2 Pernada:
–Caracterização: Flexão e exensão anteroposterior alternada das pernas
Fase ascendente (recuperação): tornozelo em flexão, perna é trazida para cima com joelho estendido, a fim de iniciar novo ciclo
1.3 Braçada:
A braçada do Crawl é alternada (os braços não executam a mesma parte do movimento simultaneamente). O movimento global revela uma parte submersa, iniciando com o braço à frente puxando a água para trás em um movimento sinuoso abaixo do corpo (forma da letra “s”) e uma parte aérea, quando o braço retorna para a frente do corpo.
Dependendo do autor, ao analisar mais cuidadosamente a braçada pode ser dividida diferentemente, mas em geral segue uma seqüência cuja descrição pode ser facilmente entendida. Palmer (1990) divide a fase subaquática em: agarre, tração e empurre, enquanto Maglischo (2000) divide em termos de pequenos trechos, chamados de “varreduras”:
Entrada da mão na água – nesse momento, o braço está quase totalmente estendido à frente do corpo,  na direção entre o ombro e a cabeça. A mão entra na água com o polegar levemente mais abaixo (pronado) em relação à palma. Deve-se evitar “bater” a mão na superfície da água: os dedos entram primeiro na água, e após eles, a mão, o punho e antebraço se utilizam o mesmo “orifício” para também entrar na água. Após a entrada, há uma projeção do ombro à frente, como em um “alongamento”.
Varredura para baixo – nessa fase, não propulsiva, há uma trajetória da mão diretamente para baixo,  ainda com a projeção do braço à frente, até atingir cerca de 45 cm de profundidade para um nadador habilidoso adulto. É uma fase apenas de preparação para a propulsão, com o início da flexão do cotovelo. Esta fase termina no “agarre”, posição na qual a se iniciará a fase propulsiva da braçada.
Varredura para dentro – início da propulsão. Como o movimento de puxada da mão para trás não é retilíneo,  nessa fase iniciada após o agarre, a mão descreve um semicírculo côncavo medialmente, de forma que, ao passar sobre o peito, a mão encontra-se próxima à linha medial. O cotovelo flexiona-se a cerca de 80o a 100o para realizar uma alavanca mais eficaz no sentido de aplicação da força muscular.
Varredura para cima – é a segunda e última varredura propulsiva da braçada. A palma da mão inicia-se a virar para fora e para trás, a mão acelera-se e o cotovelo vai se estendendo até quase completamente, ao atingir a superfície. Alguns nadadores não chegam a estende-lo completamente.
Liberação e saída – neste momento, com o braço quase totalmente estendido, a mão sai da água, tentando criar pouca resistência ao movimento, e tem início a fase aérea da braçada, ou recuperação.
Recuperação – esta fase tem a finalidade de fechar o movimento cíclico, levando a mão novamente ao ponto de início, à frente da cabeça. O braço inicia o movimento ao lado da coxa, e à medida que a musculatura do ombro vai trazendo o braço para frente, o cotovelo flexiona-se de modo a deixar o antebraço  apontando para baixo, com a mão quase tocando a água. Dessa forma, se tem uma economia energética evitando a contração dos músculos extensores do cotovelo, ao mesmo tempo em que ocorre uma menor reação do corpo devido a um menor momento de força, ao contrário do que ocorreria com a recuperação de braço estendido. Em provas rápidas, é possível reparar que o braço de um nadador executa a fase da recuperação com o cotovelo estendido, principalmente devido à intensa inércia a que é submetida a região distal do membro, o que exigira ação muscular desgastante para, nesse caso, provocar a viagem do antebraço próximo ao tronco.
 
1.4 Saídas e Viradas
A saída do Nado Livre é realizada de cima do bloco de partida na borda, a partir do qual o nadador vai impulsionar seu corpo para cima e para a frente, tocando a água com as mãos, seguida dos braços, tronco e pernas tentando minimizar a resistência na entrada da água. Na fase submersa da saída, o nadador irá realizar sucessivas golfinhadas e iniciar o batimento de pernas alternadas até o limite de 15 metros, quando deverá quebrar a superfície.
 
Nas viradas, o nadador deve tocar qualquer parte do corpo na borda. Em nadadores menos habilidosos, realiza-se a "viradas simples" e em nadadores com mais habilidade pode-se então ensinar a virada em cambalhota ("virada olímpica").
 
Na virada simples, a mão toca na borda, fazendo-se então uma rotação do tronco e projetando por baixo da água  o braço do lado para o qual o tronco se dirigiu. O outro braço vai viajar um percurso maior, por fora da água, até encontrar o primeiro, já apontando para a borda oposta da piscina. O quadril e as pernas vão se deslocar por sob o tronco, em movimento de pêndulo, uma vez que estavam longe da borda da virada, e enquanto os braços são apontados para a borda oposta, o quadril e as pernas aproximam-se da borda em que está sendo realizada a virada, até que os pés tocam a parede da piscina,  permitindo então o impulso na borda, já em posição hidrodinâmica ("streamline"), podendo, em seguida, realizar os movimentos permitidos nesta fase submersa.
 
Na "virada olímpica", o nadador ao aproximar-se da borda vai realizar uma "cambalhota" (giro no eixo transversal),  grupando o corpo e projetando a cabeça para baixo, tocando então com os pés na borda, em posição lateral. Ao impulsionar-se, o nadador terminao giro no sentido longitudinal, assumindo a posição ventral novamente e  realizando os movimentos submersos de golfinhadas e pernadas alternadas até o limite de15 metros.
 
Nas chegadas, o nadador deve tocar com uma das mãos na borda.
 
 
2. NADO COSTAS
2.1 Posição do Corpo no Nado Costas
Caracteriza-se pelo corpo em decúbito dorsal, próximo à superfície da água, realizando movimentos alternados de braços ao mesmo tempo dos batimentos alternados das pernas.  O rolamento  do tronco durante a braçada pode ser realizado até o limite de 90 graus, e facilita a ação dos braços.
 
2.1 Braçada do Nado Costas
A braçada do Nado Costas é alternada (os braços não executam a mesma parte do movimento simultaneamente). O movimento global revela uma parte submersa, iniciando com o braço atrás da cabeça iniciando a puxada da água para trás em um movimento sinuoso ao lado do corpo e uma parte aérea, quando o braço retorna ao ponto inicial.
Como no Crawl, dependendo do autor, ao analisar a braçada, esta pode ser dividida diferentemente, mas em geral segue uma seqüência geral. Palmer (1990) divide a fase subaquática em: agarre, tração, empurre e desmanchamento, enquanto Maglischo (2008) divide nas seguintes partes:
a. Entrada da mão na água – nesse momento, o braço está estendido atrás da cabeça, na direção entre o ombro e a cabeça.  A mão entra na água com o dedo mínimo primeiro, e com a palma da mão voltada para fora.
b. Primeira varredura para baixo – nessa fase, não propulsiva, há uma trajetória da mão para baixo e lateralmente, até atingir cerca de 50 cm de profundidade em um nadador adulto. É uma fase apenas de preparação para a propulsão, com o início da flexão do cotovelo. Esta fase termina no “agarre”, posição na qual a se iniciará a fase propulsiva da braçada.
c. Primeira varredura para cima – início da propulsão. Como o movimento de puxada da mão para trás não é retilíneo,  nessa fase iniciada após o agarre, a mão descreve um semicírculo côncavo para cima, de forma que, ao passar ao lado do peito, a mão encontra-se próxima à superfície novamente. O cotovelo flexiona-se a cerca de 100o para realizar uma alavanca mais eficaz no sentido de aplicação da força muscular.
d. Segunda varredura para baixo – é a segunda varredura propulsiva da braçada. É um segundo semi-círculo, desta vez côncavo para baixo. O braço segue da posição anterior próximo da superfície até estender-se completamente ao lado e abaixo da coxa. A palma da mão empurra a água para trás e para baixo.
e. Segunda varredura para cima – o movimento que normalmente em aprendizes é apenas a retirada da mão da água, em nadadores de ponta é utilizado para obter uma última pequena propulsão. Essa varredura é a subida da mão, que se encontrava ao lado e abaixo da coxa, para a superfície. Para obter propulsão nesse pequeno trecho, o nadador deve voltar a palma da mão para trás, com as pontas dos dedos voltadas para baixo, empurrando a água para trás enquanto a mão sobe.
f. Liberação e saída – neste momento, com o braço estendido, a mão sai da água,  com o polegar primeiro e a palma voltada para a coxa, tentando criar pouca resistência ao movimento, e tem início a fase aérea da braçada, ou recuperação.
g. Recuperação – esta fase tem a finalidade de fechar o movimento cíclico, levando a mão novamente ao ponto de início.  O braço inicia o movimento ao lado da coxa e permanece estendido enquanto descreve o movimento de retorno. O movimento do tronco auxilia na recuperação, projetando o ombro ligeiramente para fora da água. Dessa forma, há uma menor resistência da água por colisão com o braço retornando.
 
2.2 Pernada do Nado Costas
Tem duas funções principais: a primeira, de posicionar e equilibrar o corpo rente à linha da superfície, e a segunda de proporcionar deslocamento. Entretanto, o custo energético deste deslocamento é alto, mas como as provas de Costas limitam-se a 200m de distância, o ritmo normal é de 6:1, mais vigoroso ou mais fraco, dependendo da distância a ser nadada.
A pernada é alternada, ou seja, enquanto uma das pernas executa o movimento para baixo, a outra estará se movendo para cima, preparando-se para um novo ciclo.
a. Pernada para baixo – partindo da superfície, a perna projetada para baixo pela rotação do quadril.  O joelho permanece estendido e os pés com os tornozelos relaxados até um pouco abaixo da linha horizontal do corpo. A pernada para baixo não é propulsiva, serve para levar o pé para a posição inicial da pernada para cima.
b. Pernada para cima – inicia-se com a contração da musculatura flexora do quadril, trazendo a coxa e perna para a superfície. Inicia-se assim que o pé atinge a posição mais inferior do movimento. O joelho permanece flexiona-se por causa da resistência da água na face anterior da perna, e a coxa para a subida antes da perna, até que ambas estejam próximas da superfície. A articulação do tornozelo é deixada em extensão, o que faz com que a água seja empurrada para trás e para cima durante a subida do pé, resultando na impulsão. Os pés estão ligeiramente voltados com os dedos para dentro (invertidos).
Além da pernada para cima e para baixo, ocorrem durante o nado movimentos laterais, chamados de pernada de adejamento, que servem para manter a estabilidade do corpo na água, mas também contribuem para a propulsão.
 
2.3 Saídas e Viradas
A saída do Nado Costas é realizada de dentro da água na borda, segurando-se no bloco de partida com as mãos,  apoiando os pés na borda em posição grupada, a partir da qual o nadador vai impulsionar seu corpo para cima e para a trás, tocando a água com as mãos, seguida dos braços, tronco e pernas tentando minimizar a resistência na entrada da água. Na fase submersa da saída, o nadador irá realizar sucessivas golfinhadas e iniciar o batimento de pernas alternadas até o limite de 15 metros, quando deverá quebrar a superfície.
 
 
Nas viradas, o nadador deve tocar qualquer parte do corpo na borda. Em nadadores menos habilidosos, realiza-se a "viradas simples" e em nadadores com mais habilidade pode-se então ensinar a virada em cambalhota ("virada olímpica").
 
Na virada simples, a mão toca na borda, fazendo-se então uma rotação do tronco para ficar de frente para a borda  e projetando o braço que tocou a borda até encontrar o primeiro, já apontando para a borda oposta da piscina. O quadril e as pernas vão se deslocar por sob o tronco, em movimento de pêndulo, uma vez que estavam longe da borda da virada, e enquanto os braços são apontados para a borda oposta, o quadril e as pernas aproximam-se da borda em que está sendo realizada a virada, até que os pés tocam a parede da piscina, permitindo então o impulso na borda, já em posição hidrodinâmica ("streamline"), podendo, em seguida, realizar os movimentos permitidos nesta fase submersa.
 
Na "virada olímpica", o nadador ao aproximar-se inicia o último movimento da braçada, quando é permitido o rolamento para a posição ventral, e ao aproximar-se da borda vai realizar uma "cambalhota" (giro no eixo transversal), grupando o corpo e projetando a cabeça para baixo, tocando então com os pés na borda. Ao impulsionar-se realiza em seguida os movimentos submersos de golfinhadas e pernadas alternadas até o limite de15 metros.
 
Nas chegadas, o nadador deve tocar com uma das mãos na borda, enquanto ainda permanece na posição de costas.
 
 
3. NADO PEITO
 
3.1 Histórico
O Nado de Peito, também chamado de estilo “Clássico”, originou-se da imitação dos animais na água.  Além disso, foi um nado bastante utilizado pois permite que um guerreiro, por exemplo, carregue algum armamento enquanto se desloca. Como estilo competitivo, inicialmente era permitido que o competidor se deslocasse totalmente por debaixo da água, o que era potencialmente arriscado pela baixa oxigenação. Uma variante direta do nado de peito, na qual a recuperação dos braços começou a ser executada por fora da água, deu início mais tarde ao estilo Borboleta.
Atualmente, mesmo dentro das regras, pode-se identificar duas principais tendências na execução do estilo: os nadadoresque executam um estilo mais plano e outros que executam um movimento mais ondulante.
3.2 Braçada
A braçada de Peito é dividida em 3 fases: varredura para fora, varredura para dentro e recuperação.
As regras determinam que o corpo permaneça em movimentação sobre o peito e que a braçada seja efetuada sem que os braços ultrapassem a altura do quadril, com exceção do primeiro ciclo de braços e pernas (ver item sobre a Filipina).
 Varredura para fora
É uma fase não propulsiva. Partindo da posição inicial, estendidos à frente do corpo, consiste no afastamento lateral dos braços, em um movimento semi-circular até que passam da linha dos ombros e cheguem à posição de agarre ao flexionarem-se nos cotovelos cerca de 30 a 40 graus. Nesse ponto, as mãos já estão viradas para fora e para trás.
 Varredura para dentro
É a única fase propulsiva da braçada de peito. Inicia-se no agarre, com as mãos ligeiramente voltadas para fora, e executa-se um semi-círculo côncavo para dentro, acelerando o movimento para baixo, para trás, e finalmente para dentro. O nadador deve posicionar sua mão de forma a estar empurrando a água para trás, mesmo nesses movimentos laterais da mão. Esta fase termina quando os braços iniciam o movimento para frente.
Recuperação
No momento em que os braços terminam a varredura para dentro, os cotovelos se aproximam e as mãos se direcionam à frente. Alguns nadadores que adotam um estilo mais ondulante do nado de peito chegam a tirar os antebraços da água no momento em que são lançados à frente. Os nadadores do estilo mais plano realizam a recuperação levando projetando as mãos, antebraços e cotovelos por dentro da água tentando minimizar a resistência. Ao estender-se à frente, o nadador está pronto para iniciar um novo ciclo de braçada.
3.3 Pernada
A pernada do Peito é a única executada predominantemente na horizontal, ao invés de na vertical, como nos demais estilos. Também é a única que não é totalmente no sentido antero-posterior do nadador, mas sim com afastamento lateral das pernas. Desse modo, algumas peculiaridades no seu ensino são aplicadas para favorecer o aprendizado.
As regras delimitam seu plano horizontal de movimentação, bem como a necessidade de as duas pernas trabalharem simetricamente.
Varredura para fora
É uma fase curta, que permite o melhor posicionamento dos pés na fase seguinte. Partindo da posição em que os pés estejam próximos ao quadril através da flexão dos joelhos que se encontram próximos um do outro, o primeiro movimento é a rotação dos pés para fora e sua flexão dorsal, juntamente com um afastamento dos pés da linha medial, antes do afastamento dos joelhos. O momento em que os pés estão prontos a empurrar a água para trás com sua parte inferior é denominado de agarre.
Varredura para dentro
É a fase propulsiva da pernada, como uma “chicotada” para impulsionar a água. Com a planta do pé a água é empurrada para trás enquanto os joelhos vão se estendendo, o que resulta em um movimento semicircular dos pés. É importante verificar que só ocorre a completa extensão do joelho quando os pés praticamente se encontram ao final do movimento, caso contrário o movimento pareceria triangular (extensão seguida de adução) ao invés de semicircular (extensão enquanto ocorre a adução). No ponto final da varredura para dentro os pés, alem de se unirem, estendem-se.
 Sustentação e deslizamento
Após o término da varredura para dentro, ao invés de iniciar uma recuperação, ocorre um período de deslizamento, quando todo o corpo permanece em extensão possibilitando um maior deslocamento aproveitando o impulso da pernada.
Recuperação
Partindo da posição de deslizamento, a recuperação consiste em trazer novamente os pés para próximo do quadril, possibilitando a realização de um novo ciclo de pernada. Ocorre uma flexão dos joelhos, que devem ficar posicionados para trás da linha do quadril, ao invés de uma flexão do quadril, trazendo os joelhos à frente, o que causaria uma grande resistência ao movimento.
3.4 Coordenação e Respiração do Nado Peito
A coordenação geral do nado é de uma pernada, uma braçada e uma respiração por ciclo, ou seja, 1:1:1. Como as regras obrigam o nadador a quebrar a linha da superfície a cada ciclo de braçada e pernada para que o nadador não nade submerso, e como a cabeça é a parte que se encontra em posição superior no nado, a cada ciclo de braçada e pernada é realizada uma respiração.
O movimento de respiração se inicia com o início da extensão do pescoço no final da varredura para fora da braçada, juntamente com a expiração, segue com a inspiração durante a varredura para dentro e no final da recuperação da braçada a cabeça novamente ocupa uma posição horizontal, olhando para o fundo da piscina, para que não esteja elevada no momento do deslize da pernada.
 
3.5 Saídas e Viradas – a Filipina
As regras do nado de peito obrigam o nadador a virtualmente quebrar a superfície para respirar a cada ciclo de braçadas e pernadas, ao mesmo tempo em que não permite que o nadador execute uma braçada longa que ultrapasse a linha do quadril, mas com uma exceção.
O primeiro ciclo de braçada e pernada (ou seja, nas saídas e viradas) pode ser executado com uma braçada longa e sem a quebra da linha da superfície. Essa manobra é chamada de Filipina, e é executada com a finalidade de aproveitar a impulsão obtida na borda, através da execução de um deslizamento após o impulso na borda, seguido de uma braçada até a extensão total dos cotovelos, sua recuperação e a execução de uma pernada ainda sob a água. Nesse momento, ao início do segundo ciclo de braçada e pernada, o nadador deve quebrar a superfície, respirar e continuar o nado normalmente. Recentemente, a regra foi alterada permitindo uma golfinhada (apenas uma) em qualquer momento entre a saída da borda e o início da pernada.
 
4. NADO BORBOLETA 
4.1 Histórico
O Nado de Borboleta, também chamado de “golfinho”, originou-se de uma variante do nado de Peito, efetuando-se a recuperação da braçada  por sobre a superfície ao invés de subaquática. Como a diferença de velocidade resultante é muito grande, sendo o borboleta mais rápido devido a uma maior eficiência do movimento da braçada, foi segregado como um novo estilo em 1955, ao passo que o nado de Peito passou a ter a restrição de que a braçada submersa de propulsão não ultrapassasse a linha do quadril, o que inviabiliza sua recuperação por fora da água.
A evolução do nado, que a princípio era realizado com a pernada do nado de peito, resultou em um movimento antero-posterior simultâneo das pernas, a chamada “golfinhada”, mais eficaz em termos hidrodinâmicos.
4.2 Braçada
A braçada de Borboleta é dividida em 3 fases submersas: varredura para fora, varredura para dentro e uma para cima, além da recuperação, que é realizada por sobre a superfície.
Varredura para fora
É uma fase não propulsiva. Partindo da posição de entrada na água, com os braços estendidos à frente do corpo afastados aproximadamente na largura dos ombros, os braços se alongam à frente e iniciam a varredura para fora se afastando, afundando e flexionando-se levemente os cotovelos até aproximadamente uns 30 a 40 graus, configurando a posição de agarre. A varredura para fora não é propulsiva.
Varredura para dentro
É a primeira varredura propulsiva. Nesta fase, os braços realizam um movimento semicircular a partir do agarre, bem afastados, para uma posição abaixo do corpo, bem próximos um do outro. A propulsão é obtida empurrando-se a água para trás enquanto as mãos se movem diagonalmente para a linha medial.
 
Varredura para cima
A varredura para cima é a última fase propulsiva da braçada. Inicia-se com a posição de afastamento máximo das mãos sob o corpo, ao final da varredura para dentro. Deste ponto, as mãos vão realizar um movimento semicircular para fora, empurrando a água para fora e para trás, enquanto os cotovelos se estendem e os antebraços se aproximam da superfície da água.
Liberação e Recuperação
Ao final da propulsão, com as mãos praticamente juntas à superfície, as mãos aliviam a pressão na águae os cotovelos estendem-se por completo. A saída da água é realizada com as palmas das mãos voltadas para as coxas, de modo a diminuir o atrito da saída. Os braços devem ser trazidos novamente à frente por sobre a superfície, sem contudo serem arrastados na água. Para isso, uma pequena elevação dos ombros por sobre a água é desejável, mas se forem excessivamente erguidos haverá um afundamento dos quadris e pernas, gerando muita resistência.
Nessa fase, alguns nadadores executam a flexão do cotovelo ao tirarem os braços da água, outros executam a flexão apenas na fase final da recuperação, com o intuito de diminuir a inércia dos braços em direção à linha medial, uma vez que, ao entrar na água, os braços iniciarão a varredura para fora. Nadadores menos habilidosos tendem a executar o movimento com os braços estendidos, podendo depois serem treinados à aprimorar sua técnica.
 
4.3 Pernada
A pernada do estilo Borboleta é chamada também de “golfinhada”, pela semelhança com a propulsão dos cetáceos. Deve ser executada com as duas pernas em movimento simultâneo vertical, embora seja permitida uma pequena defasagem (diferença de profundidade) desde que ambas estejam executando a mesma fase da pernada. A pernada de peito não é permitida por ser realizada no plano horizontal.
Como as pernas agem simultaneamente, o movimento é visto por alguns autores como uma oscilação de todo o corpo, enquanto outros consideram a movimentação das pernas como principal, e a reação do tronco como secundária.
Varredura para baixo
Partindo do posicionamento na superfície, as pernas são movimentadas para baixo, gerando propulsão, enquanto os joelhos flexionam-se ligeiramente como reação à resistência encontrada durante a descida. Os pés devem estar em extensão.
Varredura para cima
Como recuperação da fase ativa, a varredura para cima posiciona novamente as pernas próximas à superfície de modo a possibilitar uma nova pernada. Com a projeção do quadril para cima, em um movimento ondulante, as coxas, pernas e pés também se aproximam da superfície.
4.4 Coordenação e Respiração
A coordenação entre braçadas e pernadas é de 2:1, realizando-se duas pernadas para cada ciclo de braçadas,  sendo geralmente a primeira pernada realizada junto à entrada dos braços na água, aproveitando a ondulação do tronco gerada, enquanto a segunda pernada ocorre no final da varredura para dentro e início da varredura para cima da braçada.
A inspiração do estilo Borboleta é realizada juntamente com a recuperação da braçada, uma vez que os ombros já estarão em posição elevada em relação ao nível da água. Para executar a inspiração, o nadador pode realizar a hiper extensão do pescoço, respirando à frente, ou ainda a rotação da cabeça, respirando lateralmente. Ambas as formas são permitidas, embora a preferência dos nadadores seja a respiração frontal. Os executantes da respiração lateral alegam que este movimento seja mais adequado pessoalmente, ou ainda que seja possível verificar o posicionamento dos nadadores das raias laterais.
A expiração é executada enquanto o rosto estiver sob a água. A respiração em todas as braçadas não é realizada, pois iria sobrecarregar o nado pelo peso que deverá ser sustentado continuamente fora da água. Geralmente, a respiração é efetuada a cada duas ou três braçadas, ou seja, 2:1 ou 3:1, podendo ainda em determinadas fases do nado assumir proporções como 3:2, por exemplo (3 braçadas para 2 respirações, quando necessitar-se de mais ventilação).
 
4.5 Saídas e Viradas
A saída do Nado Borboleta é realizada de cima do bloco de partida na borda, a partir do qual o nadador vai impulsionar seu corpo para cima e para a frente, tocando a água com as mãos, seguida dos braços, tronco e pernas tentando minimizar a resistência na entrada da água. Na fase submersa da saída, o nadador irá realizar sucessivas golfinhadas até o limite de 15 metros, quando deverá quebrar a superfície e seguir as regras do nado no restante do percurso.
 
Nas viradas, o nadador deve tocar ambas as mãos ao mesmo tempo na borda, fazendo uma rotação do tronco e projetando por baixo da água o braço do lado para o qual o tronco se dirigiu. O outro braço vai viajar um percurso maior, por fora da água, até encontrar o primeiro, já apontando para a borda oposta da piscina. O quadril e as pernas vão se deslocar por sob o tronco, em movimento de pêndulo, uma vez que estavam longe da borda da virada, e enquanto os braços são apontados para a borda oposta, o quadril e as pernas aproximam-se da borda em que está sendo realizada a virada, até que os pés tocam a parede da piscina, permitindo então o impulso na borda, já em posição hidrodinâmica ("streamline"), podendo, em seguida, realizar os movimentos permitidos nesta fase submersa.
 
Nas chegadas, o nadador deve tocar com as duas mãos ao mesmo tempo na borda.

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