Prévia do material em texto
Exercício de Fixação – Corrente Contínua e Alternada 36 Figura 50 – Circuito puramente resistivo Figura 51 – Corrente no circuito resistivo Figura 52 – Circuito com a introdução da capacitância Em t = 0 a chave S1 do circuito da Figura 52 é fechada (com a chave S2 na posição aberta), a corrente alcança o valor de 1A rapidamente e a medida que o tempo passa esta vai diminuindo de intensidade. A medida que a corrente vai Exercício de Fixação – Corrente Contínua e Alternada 37 diminuindo o capacitor vai se carregando. Em t = 0 a tensão entre os terminais A e B do capacitor é nula e vai aumentando a medida que o capacitor está se carregando. A Figura 53 apresenta os gráficos da corrente i (t) e da tensão Vc (t) entre os terminais A e B do capacitor. Figura 53 – Tensão entre os terminais do capacitor e corrente no circuito É importante salientar que quando a corrente é nula toda tensão da pilha está entre os terminais do capacitor isto é 1,5 V. Nesta situação se diz que o capacitor está carregado. Quando a chave S1 é fechada, os elétrons vão do terminal negativo da pilha que possui um potencial negativo, para a placa do capacitor em que está ligado. Portanto, essa placa adquire um excesso de elétrons, ou seja, uma carga negativa. Simultaneamente, o outro terminal da pilha que possui um potencial positivo, atrai o mesmo de elétrons da outra placa do capacitor em que está ligado. Esta placa apresenta uma falta de elétrons, isto é, adquire carga positiva. Durante a carga do capacitor, os elétrons passam pelos fios do circuito e através da pilha. Em outra palavras, existe corrente no circuito; observe, porém, que apesar disso a corrente não atravessa o capacitor. A corrente entra no capacitor por uma das placas, deixa o mesmo pela outra placa, mas o isolante impede que exista corrente através do capacitor. À medida que os elétrons entram na placa negativa e saem da placa positiva do capacitor, o campo elétrico aumenta, fazendo com que uma tensão se estabelece sobre o Exercício de Fixação – Corrente Contínua e Alternada 38 capacitor. Essa tensão inicia no zero, quando o circuito é fechado, e cresce de acordo com o aumento do número de elétrons que deixam a placa positiva e entram na placa negativa. A tensão do capacitor tem uma polaridade oposta ao da corrente fornecida pela pilha. Consequentemente, a tensão do capacitor se opõe à tensão da pilha. À medida que a tensão do capacitor aumenta, a tensão efetiva do circuito, que é a diferença entre as tensões da pilha e do capacitor, diminui. Esse fator provoca o decréscimo da corrente do circuito. Quando a tensão do capacitor se igualar à tensão da pilha, a tensão efetiva no circuito é zero, e portanto, a corrente para de circular. Neste ponto, o capacitor está totalmente carregado e nenhuma corrente flui pelo circuito. Quanto maior a capaciância mais lentamente a corrente vai decrescendo até zero e a tensão vai subindo até 1,5 V no circuito da Figura 52, isto é, quando maior a capacitância mais lentamente a tensão e a corrente atingem seu valor de regime. Figura 54 – Resposta de carga e descarga do capacitor Exercício de Fixação – Corrente Contínua e Alternada 39 Consideremos agora no circuito da Figura 52 que num instante de tempo to, bastante distante do instante inicial a chave S1 é aberta e ao mesmo a chave S2 é fechada. Assim em t = to a corrente i (t) é nula e a tensão no capacitor é 1,5 V, após as manobras das chaves S1 e S2, a corrente no capacitor se inverte e vale inicialmente em t = to, 1A. A tensão no capacitor que em t = to vale 1,5 V decai no tempo até zero junto com a corrente i (t) invertida. A Figura 54, mostra os gráficos da tensão e da corrente i (t) no capacitor. Salientando que após to, i (t) tem o sentido contrário do período inicial. Após o instante to se diz que o capacitor está descarregando e a tensão atingir o valor zero se diz que o capacitor está descarregado. A unidade da capacitância de um circuito é o farad ou F, em homenagem ao cientista Michael Faraday. Na prática, o farad representa uma capacidade extremamente grande. Por isso, utilizamos os submúltiplos dessa unidade em quase todos os casos. Os submúltiplos do farad são o microfarad (µF) e o micromicrofarad (µµF), conhecido como picofarad (pF). Assim: 1 µF = 10 -6 F e 1 pF = 10 -12 F. Quando um capacitor é ligado a uma fonte de tensão contínua, carrega-se rapidamente. Se não houver resistência no circuito de carga, o capacitor ficará totalmente carregado quase que instantaneamente. Uma resistência tem a propriedade de provocar um atraso no tempo exigido para se carregar o capacitor. Como todo circuito apresenta alguma resistência, para carregar um capacitor sempre se leva um certo intervalo de tempo definido. O tempo exato depende tanto da resistência (R) do circuito, como das capacitância (C) do capacitor. A relação entre essas duas grandezas e o tempo de carga é expressa pela seguinte equação: C.RT = Exercício de Fixação – Corrente Contínua e Alternada 40 onde T é a constante de tempo capacitiva, que representa o tempo necessário para que a tensão do capacitor atinja 63,2% da tensão total. A cada constante de tempo, a tensão sobre o capacitor sofre um acréscimo de 63,2% em relação ao que falta para atingir a tensão total. Portanto, após a segunda constante de tempo (2T), o capacitor terá 86,4% de sua tensão máxima; após 3T atingirá 94,9% desse valor; após 4T, 98,1% e após 5T, sua tensão será maior que 99% do valor máximo. Após cinco constante de tempo, o capacitor será considerado plenamente carregado. Figura 55 – Carga do capacitor Analogamente, a constante de tempo capacitiva mostra o tempo exigido, durante a descarga de um capacitor, para que a tensão atinja várias porcentagens do valor máximo. É importante ressalvar que existe uma analogia entre as constantes de tempo capacitiva e indutiva; a tensão sobre um capacitor cresce e decresce de forma análoga à variação da corrente através de um indutor. Enquanto num circuito alimentado em corrente contínua a capacitância afeta o comportamento do circuito somente nos instantes de abertura e fechamento de chaves, num circuito em corrente alternada, como as tensões e correntes estão continuamente variando, ela influencia em qualquer instante de tempo. Exercício de Fixação – Corrente Contínua e Alternada 41 Ao aplicarmos num capacitor uma tensão senoidal do tipo: ( )θω +t sen V=v m c circula no capacitor uma corrente ic, dada por: ( )°θω 90 + +t senI =i m c Na Figura 56 estão apresentados os gráficos no tempo de vc e ic e na Figura 57 o diagrama fasorial, indicando claramente que a corrente no capacitor está adiantado de 90° da tensão aplicada. Figura 56 – Tensão e corrente alternada num capacitor Figura 57 – Diagrama fasorial no capacitor Os fasores Vc e Ic mostrados na Figura 57, são expressos por: θ∠= 2 VmVC Exercício de Fixação – Corrente Contínua e Alternada 42 )90( 2 ImI 0C +θ∠= A impedância do capacitor, isto é a relação entre os fasores Vc e Ic é dada por: CC C 0 C C C jX C.w jZ jX C.w j90 2 Im 2 Vm I VZ = − = = − =∠== Como a impedância do capacitor é imaginária pura, isto é, ela é apenas reativa, é denominada reatância capacitiva. 14. REATÂNCIA A reatância como vimos anteriormente é a parte imaginária da impedância de um componente. A reatância fisicamente, faz com que a corrente não fique em fase com a tensão aplicada. Existem dois tipos de reatância num circuito onde as tensões e correntes estejam em regime permanente senoidal, uma que atrasa a corrente em relação a tensão aplicada que é denominada de reatância indutiva, e outra que adianta a corrente em relação a tensão aplicada que é denominada de reatância capacitiva. A reatância indutiva está associada a presença predominante de uma indutância num dado componente, e é definida pela seguinte expressão: L.f..2L.wXL π== Num indutor a sua impedância é dada apenas pela reatância indutiva, isto é: L.f..2.jL.w.jX.jZINDIND π=== e a corrente está 90o atrasada em relação a tensão aplicada. Exercício de Fixação – Corrente Contínua e Alternada 43 A reatância capacitiva está associada a presença predominante de uma capacitância num dado componente, e é definido pela seguinte equação: C.f..2 1 C.w 1XC π == Num capacitor a sua impedância é dada apenas pela reatância capacitiva: C.f..2 j C.w jX.jZ CAPCAP π − = − =−= e a corrente está 90o adiantada em relação a tensão aplicada. A Figura 58 revisa as relações no tempo, e o diagrama fasorial para a tensão e a corrente num resistor, num indutor e num capacitor. Figura 58 – Tensão e corrente nos resitores, capacitores e indutores em circuitos em regime permanente senoidal Exercício de Fixação – Corrente Contínua e Alternada 44 É importante salientar que a reatância indutiva é positiva, e a reatância capacitiva é negativa. A relação entre o fasor corrente que circula num componente pelo fasor tensão aplicada é denominada admitância e é denotada por Y. Assim: V IY = E obviamente, Z 1Y = A parte real da admitância é denominada de condutância, e é denotada por G, e a parte imaginária da admitância é denominada de suceptância e é denotada por B. Isto é, B.jGY += De forma similar a reatância, a susceptância para um componente que é predominantemente indutivo, é denominada de susceptância indutiva, e é dada por: L.w jBL − = A susceptância indutiva é negativa. A susceptância para um componente que é predominantemente capacitivo é denominado de susceptância capacitiva, tem valor positivo, e é dada por: C.w.jBC = 15. CIRCUITOS EM REGIME PERMANENTE SENOIDAL Como foi descrito anteriormente, diz-se que um dado circuito está em regime permanente senoidal quando as tensões e correntes que circulam por este circuito são ondas senoidais ou senóides. Circuitos em regime permanente Exercício de Fixação – Corrente Contínua e Alternada 45 senoidal são resolvidos usando o método fasorial. Nesse método o circuito elétrico no domínio tempo é transformado num circuito no domínio da frequencia. Para esclarecer o emprego do método fasorial, vamos obter a corrente i(t) no circuito em regime permanente senoidal No domínio da frequencia, as fontes de tensão e corrente senoidais (d equações do tipo são de intensidade 16. POTÊNCIA EM CIRCUITO EM CORRENTE ALTERNADA Como foi discutido anteriormente, a potência elétrica ou a potência instantânea fornecida a um componente de um sistema elétrico é definido pela seguinte equação: )t(i).t(v)t(p = Em corrente contínua p(t) é um valor constante, ficando assim, bem caracterizado, se um dado componente absorve ou fornece potência elétrica de um circuito elétrico. Por exemplo, considere o circuito elétrico apresentado na Figura 59. Figura 59 – Circuito resistivo em corrente contínua No circuito da Figura 59, a corrente elétrica pode ser obtida pela Lei de Ohm: Exercício de Fixação – Corrente Contínua e Alternada 46 A2 = 2 4 = R E = i A potência elétrica no resistor e na fonte, são dadas pelas seguintes equações: W4 -2)2.(.ivp W42.2i.vp FFFONTE RRRES =−== === Os resultados obtidos anteriormente mostram que o resistor é um componente que consome potência fornecida pela fonte de intensidade 2V. Na figura 14, nós mostramos o gráfico da potência elétrica no resistor em função do tempo. Figura 60 – Potência instantânea num circuito em corrente contínua Em corrente alternada como a tensão e a corrente variam no tempo, a potência elétrica num componente também não é constante. Consideremos um determinado componente num circuito em corrente alternada, onde a tensão aplicada nele é dada por: t senV= (t) v . M ω E a corrente que circula pelo componente tem a seguinte expressão: ) -t ( senI = (t) i . m θω Da definição de potência instantânea obtemos: )-t ( sent senI V= (t) .i (t) v = (t) p m m θωω como: Exercício de Fixação – Corrente Contínua e Alternada 47 [ ]B)+(A cos - B)-(A cos 2 1 = B A.sensen encontramos, [ ])-t +t ( cos - )+t -t( cosI V 2 1 = (t) v(t).i = (t) p mm θωωθωω [ ]) -t (2 cos - cos . 2 I. 2 V = (t) p mm θωθ [ ])-t (2 cos - cos I V= (t) p EF EF θωθ A Figura 61, apresenta o gráfico da potência elétrica instantânea expressa pela equação anterior. Potência Instântanea tempo Figura 61 - Potência instantânea em circuito em corrente alternada Analisando a expressão geral para a potência ativa instantânea fornecida a um componente, e a Figura 61, verifica-se como era esperado que esta potência não é constante, tendo trechos onde a potência elétrica é absorvida da rede (trechos positivos acima do eixo do tempo), e trechos onde ela fornece a rede (trechos negativos abaixo do eixo do tempo). Com a finalidade de destacar estas duas parcelas, vamos expandir a parte alternada da equação da potência instantânea no componente, usando: B A.sensen - B A.coscos = B)+(A cos Exercício de Fixação – Corrente Contínua e Alternada 48 na expressão geral para a potência ativa instantânea fornecida a um componente, fazendo com que esta ssuma o seguinte formato: [ ]t2 .sen sen +t 2 .cos cos - cosI V= (t) p EF EF ωθωθθ [ ] t2 sen. .senI V+ t 2 cos-1 cosI V= (t) p EF. EF EF EF ωθωθ Na equação anterior é possível destacar duas parcelas: t) 2 cos - (1 cosI V= (t)p EF EF at ωθ t)2 (sen sen I V= (t)p EF EF reat ωθ A parcela pat é denominada de potência ativa instantânea, é sempre positiva, ou sempre negativa, dependendo do termo Vef.Ief.cosθ. A parcela preat é denominada de potência reativa instantânea, corresponde a uma senóide de freqüência dupla, cujo valor máximo é dado por Vef.Ief.senθ. A Figura 62, apresenta os gráficos das potências ativas e reativas instantâneas. Figura 62 – Potência ativa e reativa instântanea Exercício de Fixação – Corrente Contínua e Alternada 49 Analisando a Figura 62 fica caracterizado que a potência ativa instantânea é a parcela da potência instantânea que é fornecida ao componente, e a potência reativa instantânea é uma parcela de potência que fica num ciclo sendo fornecida ao componente e no ciclo seguinte devolvida a rede pelo componente. A potência ativa instantânea fica definida e caracterizada pelo valor da potência média fornecida a um componente. Esta potência média é denominada de potência ativa, e é dada pela seguinte equação: )IVcos(.I.VP EFEF ∠−∠= A potência ativa é aquela que efetivamente realiza trabalho, um valor positivo indica que o componente consome potência da rede, e um valor negativo indica que o componente fornece potência a rede. A unidade da potência ativa é o watt (W). O termo cos θ, é denominado de fator de potência. )IVcos(FP ∠−∠= onde, ∠V é a fase do fasor tensão e ∠I é a fase do fasor corrente. A potência reativa instantânea efetivamente não realiza trabalho, ela corresponde a uma potência que num dado semi-ciclo fornece potência a rede, e no semi-ciclo seguinte ela devolve a rede. Mesmo assim, ela circula pela rede, e tem um papel essencial na conversão de energia, pois, sem ela os campos magnéticos necessários a produção de torque nas máquinas elétricas não existiriam. Esta potência que é cedida aos enrolamentos das máquinas elétricas num dado semi-ciclo é devolvido, no seguinte, é caracterizado pelo valor máximo da potência reativa instantânea e é denominada de potência reativa, expressa pela seguinte equação: ) I -V ( senI V= Q EF. EF. ∠∠ Exercício de Fixação – Corrente Contínua e Alternada 50 A unidade desta potência reativa é o volt - ampére - reativo (VAR), e tem sua intensidade positiva ou negativa definida pelo: ) I-V ( sen ∠∠ Portanto, a potência reativa pode assumir um valor positivo ou negativo dependendo do ângulo θ. É importante relembrar que θ é o ângulo resultante da diferença entre a fase do fasor tensão V e a fase do fasor corrente I, isto é: IV ∠−∠=θ Para uma carga de natureza indutiva, a tensão está adiantada em relação a corrente, isto é, θ é positivo, o coseno de θ é positivo e portanto a potênciareativa “entrando” na carga é positiva. No caso de uma carga de natureza capacitiva, a tensão está atrasada em relação a corrente, θ é negativo, cos θ é negativo e a potência reativa “entrando” na carga é negativa indicando que ela esteja saindo da carga. Esta interpretação de que numa carga indutiva a potência reativa é positiva indicando que ela esteja “entrando” na carga e o contrário para uma carga capacitiva conduz às seguintes afirmações, muito comuns na rotina dos engenheiros de operação dos sistemas elétricos, que são : • os capacitores são elementos que “fornecem” reativos • os reatores são elementos que “absorvem” reativos Durante todo este texto, os termos reativo e potência reativa estarão sempre se referindo a potência reativa indutiva. As potências ativa e reativa definidas anteriormente, podem ser obtidas de forma simples a partir da definição da potência complexa (S). A potência Exercício de Fixação – Corrente Contínua e Alternada 51 complexa é definida como sendo o número complexo obtido pelo produto do fasor tensão pelo conjugado do fasor corrente, isto é: *I.VS = Como, VVV ef ∠= III - ef* ∠= então: ) IVsen(.IVj. ) IVcos(.IVIV.IVV.IS . efef . efef efef* ∠−∠+∠−∠=∠−∠== que resulta em: jQPS += O módulo da potência complexa (N) é denominado potência aparente e tem como unidade o Volt-Ampére (VA). Esta potência está fisicamente representando toda a potência transmitida a uma carga. A unidade Volt- Ampére (VA) é dimensionalmente idêntica às unidades das potências ativa e reativa, a denominação distinta novamente está relacionada à identificação do tipo de potência que está sendo referida. Portanto, a potência aparente é dada por: efef 22 .IVQPN =+= A potência aparente, por retratar toda a potência transmitida, é utilizada para especificar a potência nominal dos equipamentos e componentes de um sistema elétrico. Outra grandeza muito importante nos estudos envolvendo sistemas elétricos é o fator de potência. Exercício de Fixação – Corrente Contínua e Alternada 52 O fator de potência de uma carga é a relação entre a potência ativa fornecida à carga e a potência aparente transmitida a carga. Ele retrata a eficiência da potência transmitida à carga e, quantitativamente, é expresso por: efef efef P I V cos I VF θ== N P logo: θ cos N PFP == Assim um fator de potência de 0,8 para uma carga indica que apenas 80 % da potência transmitida à carga (potência aparente) é utilizada para realmente produzir trabalho. O restante é utilizado para carregar os campos elétricos e magnéticos existentes no sistema. As operações que funcionam com baixo fator de potência carregam linhas aéreas, cabos e transformadores desnecessariamente.Atualmente no Brasil a legislação tarifária em vigor penaliza os consumidores que tiverem um fator de potência indutivo abaixo de 0,92, de 6 às 24 horas, e um fator de potência capacitivo abaixo de 0,92, de 0 às 6 horas. Para melhor caracterizar o que foi dito anteriormente, vamos acrescentar como exemplo o caso de uma instalação alimentada a partir de um trafo de 100 kVA. Este transformador é utilizado para alimentar uma carga de 80 kW, caso o fator de potência da instalação seja 0,8; ele vai operar na sua potência nominal. O mesmo transformador poderia operar numa potência menor que a nominal (como por exemplo 90 kVA) para alimentar a mesma carga de 80 kW desde que o fator de potência fosse maior que 0,8. Como a grande maioria das cargas existentes tem fator de potência indutivo, isto é, consomem reativo, a correção do fator de potência para níveis aceitáveis Exercício de Fixação – Corrente Contínua e Alternada 53 é realizada conectando-se próximo às cargas fontes de reativo como capacitores. A conexão do fator de potência de uma instalação pode ser visualizada a partir do triângulo das potências. Ele é obtido decompondo o fasor corrente em duas componentes como está mostrado na Figura 63, com módulos Ief cosθ e Ief senθ. θ Ief. cosθ Ief. senθ Ief Figura 63 - Triângulo das correntes Multiplicando-se todos os lados do triângulo formado pelo módulo do fasor tensão Vef, obtemos o triângulo das potências, como está apresentado na Figura 64. Neste triângulo é importante ressaltar que, embora a potência reativa Q seja positiva, o sentido é contrário à direção convencionada como positiva para o eixo imaginária no plano complexo. θ Vef.Ief. cosθ Vef.Ief. senθ Vef.Ief θ P Q N Figura 64 - Triângulo das potências Exercício de Fixação – Corrente Contínua e Alternada 54 QUESTÕES 11. Obtenha a indicação dos amperímetros A1 e A2, além da indicação do voltímetro V1 no circuito elétrico da Figura 65. A1 2 3+j2 Z Z Z Z A2 1+j2 3+j4 V1 4+j2400 V Figura 65 12. Apresente o diagrama fasorial para as tensões em cada elemento do circuito da Figura 65 e para a corrente que sai da fonte de 400 V . 13. O que ocorre quando ligamos uma lâmpada 40W/220V em 110V? E quando ligamos uma lâmpada de 40W / 110V em 220 V? Explique (Figura 66) Figura 66 14. Explique porque a corrente que alimenta um liquidificador é atrasada em relação a tensão aplicada. O que significa uma corrente atrasada e uma corrente adiantada em relação a tensão aplicada? Exercício de Fixação – Corrente Contínua e Alternada 55 15. Corrente e tensão são grandezas distintas, a tensão está sempre presente numa tomada porém a corrente só circula quando conectamos alguma carga. A circulação da corrente é que leva energia ao dispositivo que está sendo alimentado. Portanto a tensão é a CAUSA e a corrente o EFEITO. Explique porque no circuito da Figura 67 não circula corrente. Figura 67 16. Obtenha a corrente do cabo que alimenta as três tomadas da Figura 68, quando 220 V é medido num multímetro nos terminais da primeira tomada. Figura 68 17. Obtenha o consumo diário de uma impressora HP Deskjet 640C, que permaneceu ligada durante 4 horas, sendo que 20 minutos efetivamente imprimindo. Nas 20 horas restantes com apenas o adaptador conectado. Os dados técnicos estão na Figura 69. Exercício de Fixação – Corrente Contínua e Alternada 56 Figura 69 18. Explique como se obtém o triângulo das potências e conceitue fator de potência de um componente. 19. Um transformador de potência trifásico alimenta no seu enrolamento secundário três consumidores em 380 V que consomem as seguintes potências: Consumidor 1 - 70 KVA com fator de potência de 0,88 atrasado, Consumidor 2 – 45 KW e 39 KVAR com fator de potência de natureza indutivo e o Consumidor 3 – 30 KW com fator de potência de 0,76 atrasado. Obtenha a carga total alimentada pelo transformador. 20. Obtenha a potência aparente de um consumidor que num dado instante absorve 200 kW e 72 kVAR. Qual fator de potência deste consumidor neste instante, considere que o fator de potência deste consumidor tem natureza indutiva? 21. Os dois pontos de tomada de uso geral (TUG) mostrados na Figura 70 alimentam uma torradeira de 1000 W/220V e uma batedeira de impedância Exercício de Fixação – Corrente Contínua e Alternada 57 (8+j6) ohms. Considerando que a tensão no momento da utilização é 220 V, obtenha a corrente no condutor principal de alimentação das duas cargas. Figura 70 22. Obtenha a corrente que alimenta uma batedeira em 220 V, valor este medido na tomada onde ela está conectada. Considere que sua impedância é de (5+j8)Ω. 23. Obtenha a corrente que alimenta o aspirador de pó da Figura 71 quando 220 V é medido na tomada onde ela está conectada e sabe-se que ele consome 1000 W e 145 VAR. Figura 71 24. Apresente a equação geral para associar n impedâncias em série e depois n impedâncias em paralelo. Exercício de Fixação – Corrente Contínua e Alternada 58 25. Conceitue:FASOR, DIAGRAMA FASORIAL, REATÂNCIA, CONDUTÂNCIA, SUCEPTÂNCIA e ADMITÂNCIA. 26. Mostre o diagrama fasorial indicando os fasores tensão e corrente, para uma fonte de tensão senoidal alimentando uma carga resistiva pura e também para uma carga indutivapura. 27. Mostre o diagrama fasorial indicando os fasores tensão e corrente, para uma fonte de tensão senoidal alimentando uma carga capacitiva pura e também para uma carga com resistência e indutância (RL). 28. Procure dentro de sua residência o manual de no mínimo um eletrodoméstico que mostre seu tipo, modelo e seus dados técnicos como tensão nominal, consumo, potência .... Anexe cópia das páginas que você usou como fonte de referência ou cópia dos dados obtidos a partir do site do fabricante na internet com o respectivo endereço. 29. Obtenha a corrente que alimenta o sistema de som da Figura 72 quando 220 V é medido na tomada onde ela está conectada e sabe-se que ele consome 350 VA com fator de potência 0,92 indutivo. Figura 72 30. Obtenha a corrente que alimenta o micro-computador da Figura 73 quando 220 V é medido na tomada onde ela está conectada e sabe-se que ele consome 330 W com fator de potência 0,89 indutivo. Exercício de Fixação – Corrente Contínua e Alternada 59 Figura 73 31. Obtenha a corrente que alimenta a geladeira da Figura 74 quando 220 V é medido na tomada onde ela está conectada e sabe-se que ele consome 430 VA e 307 W . Figura 74 32. Obtenha a corrente i(t) no circuito da Figura 75 admitindo que a fonte de tensão v(t) é dada por 20.sen(3t+10). Considere que a resistência R é de 2 ohms e a indutância L é de 4 H. Esboce o diagrama fasorial deste circuito. R L v(t) Figura 75 Exercício de Fixação – Corrente Contínua e Alternada 60 33. Obtenha a corrente i(t) no circuito da Figura 76 admitindo que a fonte de tensão v(t) é dada por 20.sen(3t+10). Considere que a resistência R é de 2 ohms e a capacitância C é de 0,25 F. Esboce o diagrama fasorial deste circuito. R C v(t) Figura 76 34. Obtenha a corrente i(t) no circuito da Figura 76 admitindo que a fonte de tensão v(t) é dada por 100.sen(3t+10). Considere que a resistência R é de 10 ohms, indutância L é de 5 H e a capacitância C é de 0,5 F. Esboce o diagrama fasorial deste circuito. R L C vS(t) Figura 77 35. Uma rede formada por uma indutância L e uma resistência R conectadas em série, tem um voltímetro conectado em paralelo com o resistor R. Ao se excitar essa rede com uma fonte de corrente contínua de 10 V, o voltímetro apresenta a leitura de 5V. Quando uma fonte de corrente alternada de 60 Hz é aplicada a mesma rede nas mesmas condições, com valor eficaz de 10 V a leitura do voltímetro é de 4V. Qual a indutancia desta rede RL?