Buscar

DIS_DIA_INTER_PSICO_ U3 - Webaula

Prévia do material em texto

Fonte: Shutterstock.
Nesta webaula, vamos conhecer alguns aspectos importantes do diagnóstico e intervenção de adolescentes, adultos e idosos.
Vamos compreender também como se caracteriza cada uma dessas etapas do desenvolvimento humano.
Adolescência
A adolescência é um estágio peculiar do desenvolvimento no qual se encontram em curso mudanças identitárias, corporais e
sociais. Dimensionando legalmente o que estamos chamando de adolescência, recorremos ao ECA, que de�ne como
adolescente a pessoa com idade entre 12 anos completos e 18 incompletos. 
Para a psicanálise, a adolescência é o período em que se consolida a formação do caráter, ou seja, da personalidade do
indivíduo. Na teoria do desenvolvimento psicossexual de Freud, com a puberdade, o desenvolvimento atinge seu ápice,
tendo libido e os órgãos sexuais como zonas erógenas. 
A adolescência também é vista na psicanálise a partir de Erikson como um período de crises. Crises essas que se superam
pela consciência de si e pelo desenvolvimento da identidade.
É importante pontuar que estamos falando em linhas gerais e considerando a psicanálise em suas versões mais tradicionais.
É sabido que dentro da psicanálise há diversas técnicas oriundas de correntes diversas, e traremos no escopo de nossa
disciplina o que consideramos mais basilar sobre a psicanálise. 
Intervenção da adolescência à luz da psicanálise
Sobre a técnica de intervenção com adolescentes, é usada a associação livre, que consiste na fala com o mínimo de censura
possível por parte do paciente. A cura vem pela fala, ou seja, mecanismos inconscientes são desvelados pela associação livre,
e �xações em fases anteriores do desenvolvimento psicossexual são desveladas e trabalhadas.
Teorias cognitivo-comportamentais
Diagnóstico e Intervenção em Psicologia
Psicodiagnóstico juvenil, adulto e idosos
Você sabia que seu material didático é interativo e multimídia? Isso signi�ca que você pode interagir com o conteúdo de diversas formas, a
qualquer hora e lugar. Na versão impressa, porém, alguns conteúdos interativos �cam desabilitados. Por essa razão, �que atento: sempre
que possível, opte pela versão digital. Bons estudos!
Nas abordagens cognitivo-comportamentais, o mote inicial é o de que o sofrimento do paciente está menos ligado às
situações em si e mais ligado ao modo como ele processa as situações vividas. Desse modo, o objetivo da terapia cognitivo-
comportamental é levar a pessoa ao reconhecimento de suas emoções, à identi�cação de pensamentos automáticos e a
mudanças na percepção das situações.
No caso dessas abordagens:
Técnicas: dialogia, registro de pensamentos disfuncionais, dessensibilização sistemática, exercícios de habilidades,
controle do estresse, etc.
Pais: encontros sistemáticos.
Escola: pode ser envolvida (com consentimento).
Estratégia lúdica: podem ser usadas estratégias como jogos e role-playing.
Teorias humanistas
No caso dessas abordagens:
Nessas abordagens, não prevalece a técnica, e sim a postura do terapeuta em ser um facilitador a partir da criação de um
ambiente acolhedor. Esse ambiente acolhedor é criado a partir de posturas como:
congruência
empatia
empatia
Adultos
O que é ser adulto? Trata-se da pessoa que chegou à maioridade legal e ao amadurecimento e encontra-se entre a
adolescência e a velhice. Lembremos que, se a idade adulta começa com o �m da adolescência, não temos muito claro qual o
começo da idade adulta, pois a adolescência tardia é fenômeno cada vez mais presente em nossa sociedade, sobretudo em
estratos sociais mais abastados. Contudo, precisamos de um marco legal objetivo, e no Brasil, legalmente, é considerada
adulta a pessoa acima de 18 anos. E é com essa de�nição que trabalharemos aqui.
Diagnóstico e intervenção com adultos – Características
Diferentemente da criança e do adolescente, em que prevalece o encaminhamento médico, escolar ou mesmo a iniciativa dos
pais, por exemplo, nos adultos prevalece a busca espontânea, exceto naqueles casos em que o psicodiagnóstico busca
atender uma demanda institucional, como seleção para vaga de emprego. Ainda nesse caso, o adulto está interessado em ter
bom desempenho e ser aprovado. Em geral, o vínculo entre paciente e psicólogo é facilitado pelo interesse do adulto.
Outra diferença é o fato de que, no adulto, não há um responsável intermediando a relação: o paciente é o contratante do
serviço. Além de o trato ser direto, o feedback é dado ao próprio cliente/paciente, o que facilita o processo. 
Diagnóstico e intervenção com adultos – Técnicas
As técnicas de cada abordagem variam, mas, via de regra, as técnicas de que o psicólogo dispõe para psicodiagnóstico de
adultos são: 
Entrevista.
Entrevista com familiares.
Testes psicológicos.
Dinâmicas de grupo.
Provas situacionais.
Quando se fala de intervenção com adultos, ela geralmente se dá através de terapia individual, terapia grupal e
encaminhamentos para outros pro�ssionais.
Fonte: Shutterstock.
Intervenção na óptica psicanalítica
Convém lembrar que, acerca das técnicas de cada abordagem psicológica, haverá um maior aprofundamento nas disciplinas
próprias de cada abordagem. Nesta etapa, convém traçar algumas linhas gerais do que cada uma delas prevê quando atua
na intervenção com adultos. 
Na psicanálise, temos como técnica a associação livre. Criada por Freud, essa técnica propõe que o paciente diga tudo
que lhe vier à mente enquanto o terapeuta analisa as suas falas em busca de conteúdos do seu inconsciente. O objetivo
dessa técnica é desvelar causas inconscientes para os sintomas identi�cados. A psicanálise, geralmente, é de longa
duração.
Intervenção na psicoterapia breve psicodinâmica
A psicoterapia breve psicodinâmica tem sua origem na psicanálise. Um dos seguidores diretos de Freud, Sandor Ferenczi, é
um dos pioneiros nessa abordagem que prevê o diagnóstico do domínio da personalidade da pessoa que está em con�ito:
pode ser o domínio afetivo-relacional, o domínio produtivo, o domínio orgânico ou o domínio sociocultural. 
O objetivo é resolver o con�ito do paciente no setor identi�cado de forma diretiva e focal, a partir de estratégias
psicodinâmicas. A psicoterapia breve psicodinâmica, como o nome sugere, é breve, com um tratamento que segue durante
meses.
Intervenção na óptica cognitivo-comportamental
Na psicoterapia cognitivo comportamental, o objetivo é a solução de pensamentos e comportamentos disfuncionais. As
técnicas utilizadas para a solução são as mais diversas, pois, nessa abordagem, temos várias técnicas disponíveis, sendo
algumas delas:
Registro de pensamentos disfuncionais.
Dessensibilização sistemática.
Exercícios de habilidades.
Controle do estresse.
Intervenção na óptica humanista
Finalmente, na óptica humanista, o objetivo é o resgate da potencialidade e da criatividade do cliente a partir de uma relação
facilitadora e acolhedora por parte dele. As técnicas mais utilizadas são o próprio diálogo, mas é comum a teatralização,
muito usada no psicodrama, e a técnica da cadeira vazia, usada tanto no psicodrama quanto na Gestalt-terapia. A duração é
inde�nida.
Idosos
Idosa é a pessoa com idade avançada. Nessa idade, a capacidade para algumas atividades da vida diária, como o trabalho, vai
sendo limitada, e essa é uma importante característica. Legalmente, é considerada idosa a pessoa acima de 60 anos de idade,
conforme preconiza o estatuto do idoso.
Estas são algumas características do público com idade avançada: possui experiência de vida e boa parte está aposentada e
goza de maior tempo livre. É comum, no idoso, a presença de doenças crônicas associadas, principalmente diabetes e
hipertensão, além de doenças ósseas e reumatológicas, que acabam por limitar a sua capacidade de deambulação. Não raro,
o idoso é dependente. O trabalho preventivo com o idoso é justamente proporcionar a ele maior independência possível,
mas é evidente que, com o passar dos anos, ele irá, cada vez mais, depender de auxílios.
Outra característica da idade avançada é o declínio das funções biológicas, ou seja, queda daforça e resistência
muscular, do controle dos esfíncteres, da capacidade de deambulação. Há, ainda, o declínio das funções psicológicas,
como sensação e percepção, atenção, memória, aprendizagem e consciência.
Por consciência, estamos chamando aqui a capacidade de monitorar os dados da realidade presentes num dado momento.
Há, ainda, no idoso, uma menor �exibilidade cognitiva axiológica. Cognição pode ser chamada de pensamento, e axiologia
são os valores éticos-morais. O idoso tem menor �exibilidade em rever sua forma de enxergar o mundo, e isso pode ser um
desa�o num trabalho psicoterápico.
O trabalho do psicólogo com o idoso
O trabalho do psicólogo com o idoso pode ser tanto do ponto de vista interventivo quanto preventivo. 
Interventivo
A intervenção pode ser tanto no âmbito das psicoterapias individual e grupal como do trabalho de neuropsicologia,
visando recuperar ou diminuir a perda de funções psicológicas decorrentes de comorbidades da senilidade, como
Alzheimer, AVCs, etc.
Preventivo
O trabalho pode ser também de cunho preventivo, o que é considerado mais interessante. Nesse trabalho, que é
multipro�ssional e interdisciplinar, busca-se estimular processos biopsicológicos visando à menor perda e à
adaptabilidade do idoso.
Sobre o diagnóstico com idosos, eles seguem os mesmos critérios de uso de instrumentais cienti�camente reconhecidos e
validados pelo CFP. O diagnóstico comumente envolve familiares ou cuidadores do idoso. Um detalhe importante: é comum o
uso de testes visando ao grau de perda de funções cognitivas por doença associada ou senilidade.
A intervenção do psicólogo junto a idosos pode ser institucional, multipro�ssional ou individual. 
A intervenção institucional se dá quando o idoso está internado em uma instituição para idosos ou passa o dia em uma.
Essa intervenção sempre é multipro�ssional e interdisciplinar.
A intervenção multipro�ssional envolve o psicólogo como um membro de uma equipe maior.
A intervenção individual se dá por meio, principalmente, de psicoterapia.
Intervenção com idosos à luz das abordagens teóricas
Acerca da intervenção com idosos à luz das abordagens teóricas, cabe dizer que, via de regra, elas se valem das mesmas
técnicas usadas para intervir com adultos:
Abordagens psicanalíticas e humanistas: trabalho terapêutico similar ao atendimento do adulto.
Abordagem cognitivo-comportamental: técnicas de fortalecimento de funções cognitivas.
Fonte: Shutterstock.
Situação-problema
Conheça o caso de um adolescente de 16 anos, cujos pais procuraram atendimento psicológico para ele. 
Caracterização do cliente
Adolescente de 16 anos.
Cursa ensino médio em período integral – boas notas.
Filho único, mora com ambos os pais.
Não tem namorada(o).
Tem apenas um amigo, que conhece pela internet e jogam juntos, on-line.
Queixa
Os pais consideram o �lho excêntrico e sem projeto de vida, embora seja bom aluno. Estranham que o �lho não tenha
amigos. Preocupados com o fato de ele não namorar nem demonstrar interesse em relações amorosas, decidiram procurar
um psicólogo.
Psicólogo
15 anos de experiência como psicólogo.
Especializado em abordagem centrada na pessoa.
Atende adolescentes e adultos.
Os pais apresentam suas queixas sobre o �lho para o psicólogo. O psicólogo acolhe os pais, escuta-os com atenção. Ao �nal,
propõe que eles digam ao �lho que tiveram essa conversa e que o convidem a conhecer o psicólogo. O pro�ssional esclarece
que o trabalho terapêutico só se realizará se o adolescente quiser a terapia.
Para a surpresa dos pais, o adolescente aceita fazer a psicoterapia, mas pede a eles que o deixem ir sozinho, e os pais
aceitam a condição. 
Consulta
No início da consulta, o adolescente comenta que seu amigo já fez terapia e gostou muito. O psicólogo acolhe com
entusiasmo, atenção e empatia a fala do adolescente, de modo a criar um ambiente acolhedor para ele.
Em poucas sessões, o adolescente já sente que há uma aceitação positiva de si mesmo e do conteúdo de sua fala no
ambiente terapêutico. O adolescente diz que não é verdade que não tem amigos e projetos futuros. Não namora, pois seu
foco está em estudar, mas não sente que sua casa é um ambiente seguro para contar que deseja ser designer de jogos
eletrônicos, pois acredita que frustraria a expectativa dos pais, que esperam que ele siga pro�ssões mais tradicionais.
Pensando nesse caso, qual seria um possível feedback aos pais?
Feedback aos pais
O psicólogo, com o consentimento do adolescente, faz um atendimento de feedback para os pais e expõe o andamento
da psicoterapia. Ele os orienta sobre a necessidade de o ambiente doméstico ser acolhedor para o desenvolvimento do
potencial do adolescente. Finalmente, propõe aos pais a psicoterapia deles e os encaminha a um colega de pro�ssão.