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Processo Civil III Prof Stela Marlene Schwerz

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1 
Giovanna de Freitas Maciel - Processo Civil III – Prof. Stela Marlene Schwerz 
 
 
PROCESSO CIVIL III 
1º BIMESTRE 
TEORIA GERAL DA PROVA – PROVAS EM ESPÉCIE 
DEPOIMENTO DA PARTE: É sempre pessoal; é a manifestação, em juízo, do autor e do réu. 
1. ESPECIES: 
a. Por provocação/Propriamente dito (art. 385): sempre requerido pela parte contrária, 
com a finalidade de obter a confissão. A parte é intimada para depor e, caso não 
compareça ou não deponha, há pena de confissão. 
Art. 385. Cabe à parte requerer o depoimento pessoal da outra parte, a fim de que esta seja interrogada 
na audiência de instrução e julgamento, sem prejuízo do poder do juiz de ordená-lo de ofício. 
§ 1o Se a parte, pessoalmente intimada para prestar depoimento pessoal e advertida da pena de 
confesso, não comparecer ou, comparecendo, se recusar a depor, o juiz aplicar-lhe-á a pena. 
§ 2o É vedado a quem ainda não depôs assistir ao interrogatório da outra parte. 
§ 3o O depoimento pessoal da parte que residir em comarca, seção ou subseção judiciária diversa 
daquela onde tramita o processo poderá ser colhido por meio de videoconferência ou outro recurso 
tecnológico de transmissão de sons e imagens em tempo real, o que poderá ocorrer, inclusive, 
durante a realização da audiência de instrução e julgamento. 
b. Interrogatório: determinado e iniciado pelo juiz, a fim do esclarecimento dos fatos, 
não para a confissão. A parte é intimada, a qualquer momento, mas sem 
consequências caso a parte não compareça. 
2. RECUSA DE DEPOR: pode ser caracterizada tanto pelo não comparecimento, como o 
silêncio e respostas evasivas (art. 386). 
a. Juiz pode considerar como confissão ficta, mas não é uma obrigação; 
b. Justificativas – art. 388 
i. Justificativas as quais o juiz aceite (subjetivo) e justificativas legais; 
ii. Não existe nas varas de família, deve-se responder tudo; 
Art. 386. Quando a parte, sem motivo justificado, deixar de responder ao que lhe for perguntado ou 
empregar evasivas, o juiz, apreciando as demais circunstâncias e os elementos de prova, declarará, na 
sentença, se houve recusa de depor. 
Art. 388. A parte não é obrigada a depor sobre fatos: 
I - Criminosos ou torpes que lhe forem imputados; 
II - A cujo respeito, por estado ou profissão, deva guardar sigilo; 
III - Acerca dos quais não possa responder sem desonra própria, de seu cônjuge, de seu 
companheiro ou de parente em grau sucessível; 
IV - Que coloquem em perigo a vida do depoente ou das pessoas referidas no inciso III. 
Parágrafo único. Esta disposição não se aplica às ações de estado e de família. 
3. FINALIDADES DO DEPOIMENTO DA PARTE: A parte é intimada para depor e deve 
constar inclusive na intimação que se ela não comparecer, existirá a “pena de 
confissão”. No caso do interrogatório não tem pena de confissão, mas é intimada a 
comparecer e a qualquer momento, até mesmo no Tribunal e não tem consequência. 
4. CARACTERÍSTICAS DO DEPOIMENTO DA PARTE: 
a. Pessoal e Indelegável – É a própria parte que precisa comparecer. Terceiro não 
pode comparecer nem por procuração. 
b. Exceções: Preposto / mandatário (requisito para ser preposto ou mandatário: 
conhecimento dos fatos). 
5. CONSEQUÊNCIAS DO DEPOIMENTO DA PARTE: 
a. Confissão real: – a parte comparece e confessa através das respostas às perguntas 
do advogado contrário; 
Art. 374. Não dependem de prova os fatos: 
II - Afirmados por uma parte e confessados pela parte contrária; 
b. Confissão ficta: parte não comparece e presume-se que ela iria confessar; torna-se 
os fatos como verdadeiros; provocação 
Presunção relativa; pode variar de acordo com as outras provas; 
c. Esclarecimento dos fatos: Não gera confissão ficta, ou seja, no interrogatório é 
apenas para esclarecimento e não tem pena. (INTERROGATORIO). 
 
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Giovanna de Freitas Maciel - Processo Civil III – Prof. Stela Marlene Schwerz 
 
 
6. MOMENTO DE PRODUÇÃO DE PROVAS: 
a. Requerimento (sob pena de preclusão); 
i. Autor – inicial 
ii. Réu – contestação 
b. Deferimento – decisão saneadora; vê a necessidade da prova; 
c. Produção da prova – audiência de instrução; depoimento da parte e testemunhas; 
7. PROCEDIMENTO DO DEPOIMENTO PESSOAL: É a tomada do depoimento das 
partes. 
a. Ordem: Autor e depois o réu e testemunhas. A parte que não depuser não se pode 
ter contato com as demais partes. 
b. Videoconferência: Nessa modalidade de interrogatório ou depoimento, o juiz colhe 
o testemunho pela via eletrônica. 
CONFISSÃO: a parte admite um fato desfavorável a ela e favorável ao adversário; 
1. NATUREZA JURIDICA: A confissão é um ato jurídico em strito sensu: ato voluntário de 
efeitos EX VI LEGIS. A confissão não é um negócio jurídico. 
2. ESPÉCIES DE CONFISSÃO: 
a. Real e ficta 
i. Real – admite textualmente ao responder as perguntas; 
ii. Ficta – presume-se que o fato ocorreu. Acontece quando a parte intimada não 
comparece, permanece e permanece em silencio ou se dá respostas evasivas; 
b. Judicial e extrajudicial 
i. Judicial – perante o juiz; 
ii. Extrajudicial – fora do processo (antes do processo); 
c. Espontânea e provocada 
i. Espontânea – fala-se sem precisar dos questionamentos; 
ii. Provocada – por meio de perguntas; 
3. CONSEQUÊNCIAS – dispensa das demais provas. 
4. CARACTERÍSTICAS DA CONFISSÃO: 
a. Indivisível – se a parte admitir o fato, deve-se aproveitar o bom e o ruim; 
b. Irretratável – impossibilidade de falar e depois negar; 
c. Não ocorre em relação a direitos indisponíveis (vida, direitos coletivos, ações de 
estado e personalistas, ou que envolvam incapazes); 
PROVA DOCUMENTAL, ATA NOTARIAL E EXIBIÇÃO DE DOCUMENTO OU COISA: qualquer 
suporte que o juiz possa extrair a veracidade de um fato. Cabe a outra parte arguir a falsidade 
do documento. 
(a) Fato representado – conteúdo; 
(b) Fato representativo – documento; 
Ajudam a definir a integridade da prova 
1. DOCUMENTO E PROVA DOCUMENTAL: A prova documental é o veículo por meio do 
qual essa fonte vai ser levada ao processo para análise judicial; é a ponte entre o fato e 
a mente do juiz. Nem todo documento pode ser inserido por meio da prova documental. 
Às vezes, o documento é fonte de prova, mas o fato nele representado chega a mente 
do juiz por outra via, distinta da prova documental. 
É objeto de análise pelo perito; o perito pode solicitar documentos à parte ou a 
terceiro, ou pode instruir o seu laudo com documentos, plantas, fotografias etc. 
Nesses casos, há coisas representativas de fatos, mas o que elas representam 
não chega ao processo pela via da prova documental. 
2. ELEMENTOS DO DOCUMENTO 
a. Autoria do documento 
i. Autoria material e autoria intelectual: A autoria é um pressuposto de 
existência do documento, porque é da sua essência que derive de um 
ato humano. 
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Giovanna de Freitas Maciel - Processo Civil III – Prof. Stela Marlene Schwerz 
 
 
1. Autoria material, que é atribuída à pessoa que criou o suporte 
em que o fato está representado – EXEMPLO: a pessoa que 
escreveu o documento ou que gravou o fonograma; 
2. Autoria intelectual, atribuída à pessoa a mando de quem essa 
criação foi feita – EXEMPLO: a pessoa que ditou o que deveria 
ser escrito no documento, ou a que ordenou, solicitou ou 
contratou a gravação ou a captação da imagem fotográfica. 
ii. Documentos públicos e particulares: Pode-se dizer que particular é todo 
documento para cuja formação não participou qualquer a gente pública 
no exercício de suas funções. Diz respeito a origem do documento. Se 
origina de um agente público, onde é lavrado por um agente público. 
Os documentos públicos são mais difíceis para desconstituição, porque 
o agente público tem fé pública, sendo tudoaquilo que foi firmado pelo 
agente público de fato, ocorreu. E no documento privado, será onde 
particulares lavram. 
b. Autenticidade – É autentico o documento quando a autoria aparente 
corresponde à autoria real, isto é, quando ele efetivamente provém do autor 
nele indicado. Essa autenticidade se presume em relação ao documento 
público, já que ele faz prova da sua formação (art. 405 CPC). Do mesmo modo, 
considera-se autêntico o documento particular: 
Art. 405. O documento público faz prova não só da sua formação, mas também dos fatos que o escrivão, 
o chefe de secretaria, o tabelião ou o servidor declarar que ocorreram em sua presença. 
i. Se o tabelião reconheceu a firma do signatário e para o reconhecimento 
por semelhança; 
ii. Quando a autoria estiver identificada por qualquer outro meio legal de 
certificação, inclusive eletrônico 
iii. Quando não houver impugnação da parte contra quem foi produzido o 
documento. 
Em todos os casos, porém, tem-se uma presunção IURIS TANTUM, que pode 
ceder em face de prova em contrário. 
c. Suporte – O suporte constitui o elemento físico do documento, a sua expressão 
exterior, manifestação concreta e sensível; é, enfim, o elemento material, no 
qual se imprime a ideia transmitida. O suporte mais comum é o papel, que é 
utilizado normalmente para a documentação escrita. 
3. EFICACIA PROBATÓRIA DO DOCUMENTO 
a. Força probante dos documentos públicos 
i. Fé pública e presunção de autenticidade e de veracidade do conteúdo 
do documento público – o documento público faz prova não só de sua 
formação, mas também dos fatos que o escrivão, o chefe de secretaria, 
o tabelião ou o servidor declarar que ocorreram em sua presença (art. 
405). A presunção de autenticidade e de veracidade do conteúdo do 
documento público decorre da fé pública que lhe é reconhecida. Para 
que se caracterize um documento como sendo público, o agente 
público de quem ele emanou ter a função especifica de 
certificar/documentar ou pode ser qualquer agente público, desde que 
no exercício das suas funções, ainda que essas funções não sejam de 
certificação/documentação. No entanto, a presunção de veracidade e 
autenticidade do conteúdo que paira sobre tais documentos é uma 
presunção IURIS TANTUM, que, por isso mesmo, pode ceder diante de 
prova em contrário. Para isso, é necessário que a parte contra quem se 
produziu o documento suscite, na forma e no prazo do art. 430 e 
seguindo, o incidente de arguição de falsidade material, ou demonstre, 
por outros meios de prova, a sua falsidade ideológica. 
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Art. 430. A falsidade deve ser suscitada na contestação, na réplica ou no prazo de 15 (quinze) dias, 
contado a partir da intimação da juntada do documento aos autos. 
Parágrafo único. Uma vez arguida, a falsidade será resolvida como questão incidental, salvo se a 
parte requerer que o juiz a decida como questão principal, nos termos do inciso II do art. 19. 
b. Força probante dos documentos particulares – As declarações constantes do 
documento particular, escrito e assinado, ou somente assinado, presumem-se 
verdadeiras em relação ao signatário, se não houver dúvida da sua 
autenticidade. A presunção que erige é relativa, admitindo prova em contrário. 
c. Originais, cópias, certidões e traslados – Quando trazidos aos autos têm, a 
princípio, o mesmo valor probante dos documentos originais, fazendo prova dos 
fatos ou das coisas nele representados, se aquele contra quem foram 
produzidos lhes admitir, expressa ou tacitamente, a conformidade, isto é, se não 
lhes for impugnada a exatidão. E se precisa guardar o documento até 2 anos, 
porque a parte pode impugnar uma Ação Rescisória. (art. 424) 
Art. 424. A cópia de documento particular tem o mesmo valor probante que o original, cabendo ao 
escrivão, intimadas as partes, proceder à conferência e certificar a conformidade entre a cópia e o 
original. 
4. ATA NOTARIAL (ART. 384): Qualquer pessoa interessada na documentação de 
determinado fato pode solicitar que um tabelião assim o faça, narrando por escrito aquilo 
de que tomou ciência ou que ocorreu em sua presença. Uma vez lavrada a ata, ela 
constitui tipicamente de um documento e como tal pode ser inserida no processo. Trata-
se de documento público, de conteúdo narrativo ou testemunhal – já que, por meio dele, 
o tabelião simplesmente narra o que vivenciou sensorialmente (o que viu, cheirou, 
ouviu). 
Art. 384. A existência e o modo de existir de algum fato podem ser atestados ou documentados, a 
requerimento do interessado, mediante ata lavrada por tabelião. 
Parágrafo único. Dados representados por imagem ou som gravados em arquivos eletrônicos 
poderão constar da ata notarial. 
5. VÍCIOS DO DOCUMENTO: A IRREGULARIDADE E A FALSIDADE: O incidente é algo 
que surge durante o processo e não o principal do processo, mas pode se tornar 
principal. Pode ter caráter de ação (decidida por sentença), ou seja, a parte tem que 
postular mediante uma ação (pedido). 
a. EXTRÍNSECOS – são aqueles que dizem a respeito à sua forma, como 
exemplo, a inobservância de formalidades legais ou dos critérios de 
competência para a formação de um documento público (art. 407). 
Art. 407. O documento feito por oficial público incompetente ou sem a observância das formalidades 
legais, sendo subscrito pelas partes, tem a mesma eficácia probatória do documento particular. 
b. INTRINSECOS – são aqueles inerentes ao seu conteúdo, isto é, à essência do 
documento ou à substância do ato ou fato nele representado. É o que ocorre, 
como exemplo, quando o documento representa um fato ou ideia que não 
ocorreu. 
Pode ser que o documento seja defeituoso, mas não seja falso. EXEMPLO: o 
documento público formado por agente incompetente ou sem a observância das 
formalidades legais é documento defeituoso, mas esse vício não induz 
necessariamente a sua falsidade, tanto que, estando subscrito pelas partes, tem 
valor de documento particular (art. 407). 
De acordo com o § único do art. 427, a falsidade consiste: 
i) formar documento não verdadeiro; 
ii) alterar documento verdadeiro; 
c. A FALSIDADE MATERIAL consiste na ofensa à verdade devida à formação de 
documento falso ou a alterações introduzidas em documento verdadeiro. 
EXEMPLO: formação do documento e lançamento de assinatura falsa. 
d. A FALSIDADE IDEOLOGICA quando, em um documento, materialmente 
verdadeiro, são expostos fatos ou declarações desconformes com a verdade. 
Exemplo: quando o oficial público narra, em um documento público 
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materialmente verdadeiro, ter-se passado determinado fato à sua vista, sem 
que isso efetivamente tenha acontecido. 
6. PRODUÇÃO DE PROVA DOCUMENTAL 
a. Momentos da proposição e da produção da prova – Em regra, os momentos de 
proposição e de produção de prova documental são absolutamente os mesmos. 
Ao requerer a produção da prova documental, a parte já a produz. Cabe, ao 
magistrado, de ofício ou a requerimento proceder a um juízo de admissibilidade 
quanto a essa proposição, indagando, por exemplo, sobre a oportunidade do 
momento em que o documento é apresentando e sobre o cabimento, na 
hipótese, da prova documental. 
b. Juntada posterior de documentos – A juntada posterior de documentos é 
possível nas seguintes situações: 
i. Quando destinados a fazer prova de fatos ocorridos depois dos 
articulados – fatos supervenientes, que podem ser deduzidos a 
qualquer tempo (art. 342, I e 493) -, ou para contrapô-los aos que foram 
produzidos nos autos (art. 435, caput). 
Art. 342. Depois da contestação, sóé lícito ao réu deduzir novas alegações quando: 
I - Relativas a direito ou a fato superveniente; 
Art. 435. É lícito às partes, em qualquer tempo, juntar aos autos documentos novos, quando destinados 
a fazer prova de fatos ocorridos depois dos articulados ou para contrapô-los aos que foram produzidos 
nos autos. 
Parágrafo único. Admite-se também a juntada posterior de documentos formados após a petição 
inicial ou a contestação, bem como dos que se tornaram conhecidos, acessíveis ou disponíveis após 
esses atos, cabendo à parte que os produzir comprovar o motivo que a impediu de juntá-los 
anteriormente e incumbindo ao juiz, em qualquer caso, avaliar a conduta da parte de acordo com o 
art. 5o. 
Art. 493. Se, depois da propositura da ação, algum fato constitutivo, modificativo ou extintivo do direito 
influir no julgamento do mérito, caberá ao juiz tomá-lo em consideração, de ofício ou a requerimento da 
parte, no momento de proferir a decisão. 
Parágrafo único. Se constatar de ofício o fato novo, o juiz ouvirá as partes sobre ele antes de decidir. 
ii. Quando formados após a petição inicial ou a contestação, ou quando 
se tornaram conhecidos, acessíveis ou disponíveis após esses atos, 
cabendo a parte que os produzir comprovar o motivo que a impediu de 
juntá-los anteriormente (art. 435, § único). 
iii. Quando necessário à demonstração da questão de fato que, por motivo 
de força maior, não pode ser deduzida na primeira instância, caso em 
que poderá ser suscitada na apelação. 
1. Quando o documento estiver em poder de repartição pública, caso em 
que poderá ser requisitado (art. 438). 
Art. 438. O juiz requisitará às repartições públicas, em qualquer tempo ou grau de jurisdição: 
I - As certidões necessárias à prova das alegações das partes; 
II - Os procedimentos administrativos nas causas em que forem interessados a União, os Estados, 
o Distrito Federal, os Municípios ou entidades da administração indireta. 
§ 1o Recebidos os autos, o juiz mandará extrair, no prazo máximo e improrrogável de 1 (um) mês, 
certidões ou reproduções fotográficas das peças que indicar e das que forem indicadas pelas partes, 
e, em seguida, devolverá os autos à repartição de origem. 
§ 2o As repartições públicas poderão fornecer todos os documentos em meio eletrônico, conforme 
disposto em lei, certificando, pelo mesmo meio, que se trata de extrato fiel do que consta em seu 
banco de dados ou no documento digitalizado. 
2. Quando o documento estiver em poder da parte adversária ou de 
terceiro particular, caso em que poderá ser determinada a sua exibição 
em juízo (art. 396). 
Art. 396. O juiz pode ordenar que a parte exiba documento ou coisa que se encontre em seu poder. 
c. Exceção: 
i. Documento novo: Passaram a existir depois dos fatos articulados, ou 
seja, depois da inicial e da contestação (art. 435). 
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ii. Contraprova: É um documento velho que é juntado depois porque a 
parte não sabia que ia utilizar (art. 435, § único). 
7. MOMENTO PARA MANIFESTAÇÃO SOBRE OS DOCUMENTOS (art. 437) – Uma vez 
juntado o documento aos autos, a parte contraria devera manifestar-se sobre ele: 
i) na contestação; 
ii) na réplica; 
iii) em 15 dias, nas demais hipóteses (art. 437, §1º) 
Art. 437. O réu manifestar-se-á na contestação sobre os documentos anexados à inicial, e o autor 
manifestar-se-á na réplica sobre os documentos anexados à contestação. 
§ 1o Sempre que uma das partes requerer a juntada de documento aos autos, o juiz ouvirá, a seu 
respeito, a outra parte, que disporá do prazo de 15 (quinze) dias para adotar qualquer das posturas 
indicadas no art. 436. 
§ 2o Poderá o juiz, a requerimento da parte, dilatar o prazo para manifestação sobre a prova 
documental produzida, levando em consideração a quantidade e a complexidade da documentação. 
8. ARGUIÇÃO DE FALSIDADE: A falsidade de um determinado documento pode ser 
arguida a qualquer tempo e grau de jurisdição, incumbindo à parte, contra quem foi 
produzido, suscitá-lo: 
i) na contestação, se o documento reputado falso foi juntado à inicial; 
ii) na réplica, se o documento impugnado foi juntado na contestação; 
iii) nas demais situações, em 15 dias, contados da intimação acerca da juntada 
de documento; 
O incidente tanto se presta à arguição de falsidade quanto à formação do 
documento (falsidade material), como, quando ele contiver declarações narrativas, à 
impugnação do seu conteúdo, nos casos em que os fatos nele representados não forem 
condizentes com a realidade (falsidade ideológica). A falsidade ideológica, somente pode 
ser arguida por meio deste incidente quando se tratar de documento testemunhal (aquele 
que contem declaração narrativa), não quando contiver declarações de vontade, porque aí 
há instrumentos próprios para a sua desconstituição. 
a. Natureza jurídica e finalidade – A arguição de falsidade tem por objeto em 
questão de fato (autenticidade ou falsidade do documento), que é prejudicial ao 
julgamento do objeto litigioso, na medida em que o interesse de agir de quem a 
suscita está vinculado à relevância do documento reputado falso para o 
deslinde da causa. Assim, saber se o documento é, ou não, falso deve ser uma 
questão que tenha aptidão para influenciar na resolução do próprio mérito da 
demanda. 
b. Procedimento – O incidente será suscitado na contestação, replica ou em 
petição autônoma (art. 430), com exposição da causa de pedir, formulação do 
pedido de declaração de falsidade e indicação dos meios de prova a serem 
utilizados na instrução do feito. Se o incidente ocorrer no tribunal, a petição 
deverá ser dirigida ao relator do processo. 
Se as partes concordarem, aquele que produziu o documento poderá requerer 
o seu DESENTRANHAMENTO (retirar) do processo, caso em que a discussão 
perdera o objeto. 
O ônus da prova de falsidade documental compete à parte que a arguiu, mas 
se a falsidade apontada disser respeito à assinatura lançada no documento, o ônus 
da prova caberá a quem produziu. 
O incidente será resolvido na sentença (art. 433): na fundamentação, se 
suscitada como questão incidental; no dispositivo, se suscitado como questão 
principal. 
Art. 433. A declaração sobre a falsidade do documento, quando suscitada como questão principal, 
constará da parte dispositiva da sentença e sobre ela incidirá também a autoridade da coisa julgada. 
9. EXIBIÇÃO DO DOCUMENTO OU DA COISA – É a maneira de obtenção de prova 
documento ou de uma coisa. 
a. Contra a parte 
Art. 396. O juiz pode ordenar que a parte exiba documento ou coisa que se encontre em seu poder. 
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Art. 397. O pedido formulado pela parte conterá: 
I - A individuação, tão completa quanto possível, do documento ou da coisa; 
II - A finalidade da prova, indicando os fatos que se relacionam com o documento ou com a coisa; 
III - As circunstâncias em que se funda o requerente para afirmar que o documento ou a coisa existe 
e se acha em poder da parte contrária. 
Art. 398. O requerido dará sua resposta nos 5 (cinco) dias subsequentes à sua intimação. 
Parágrafo único. Se o requerido afirmar que não possui o documento ou a coisa, o juiz permitirá que 
o requerente prove, por qualquer meio, que a declaração não corresponde à verdade. 
Art. 399. O juiz não admitirá a recusa se: 
I - O requerido tiver obrigação legal de exibir; 
II - O requerido tiver aludido ao documento ou à coisa, no processo, com o intuito de constituir prova; 
III - o documento, por seu conteúdo, for comum às partes. 
Art. 400. Ao decidir o pedido, o juiz admitirá como verdadeiros os fatos que,por meio do documento ou 
da coisa, a parte pretendia provar se: 
I - O requerido não efetuar a exibição nem fizer nenhuma declaração no prazo do art. 398; 
II - A recusa for havida por ilegítima. 
Parágrafo único. Sendo necessário, o juiz pode adotar medidas indutivas, coercitivas, mandamentais 
ou sub-rogatórias para que o documento seja exibido. 
b. Contra terceiro - Pode ter caráter de ação quando se tem um terceiro no 
processo. Pois pode ocorrer quando a parte precisar de uma prova que não tem 
em mãos, sendo assim, a parte pode solicitar uma ação (EXEMPLO: Ingressar 
contra a União, é por meio de uma ação, que solicitará a permissão de 
documentos). 
Art. 401. Quando o documento ou a coisa estiver em poder de terceiro, o juiz ordenará sua citação para 
responder no prazo de 15 (quinze) dias. 
Art. 402. Se o terceiro negar a obrigação de exibir ou a posse do documento ou da coisa, o juiz designará 
audiência especial, tomando-lhe o depoimento, bem como o das partes e, se necessário, o de 
testemunhas, e em seguida proferirá decisão. 
Art. 403. Se o terceiro, sem justo motivo, se recusar a efetuar a exibição, o juiz ordenar-lhe-á que proceda 
ao respectivo depósito em cartório ou em outro lugar designado, no prazo de 5 (cinco) dias, impondo ao 
requerente que o ressarça pelas despesas que tiver. 
Parágrafo único. Se o terceiro descumprir a ordem, o juiz expedirá mandado de apreensão, 
requisitando, se necessário, força policial, sem prejuízo da responsabilidade por crime de 
desobediência, pagamento de multa e outras medidas indutivas, coercitivas, mandamentais ou sub-
rogatórias necessárias para assegurar a efetivação da decisão. 
Art. 404. A parte e o terceiro se escusam de exibir, em juízo, o documento ou a coisa se: 
I - Concernente a negócios da própria vida da família; 
II - Sua apresentação puder violar dever de honra; 
III - Sua publicidade redundar em desonra à parte ou ao terceiro, bem como a seus parentes 
consanguíneos ou afins até o terceiro grau, ou lhes representar perigo de ação penal; 
IV - Sua exibição acarretar a divulgação de fatos a cujo respeito, por estado ou profissão, devam 
guardar segredo; 
V - Subsistirem outros motivos graves que, segundo o prudente arbítrio do juiz, justifiquem a recusa 
da exibição; 
VI - Houver disposição legal que justifique a recusa da exibição. 
Parágrafo único. Se os motivos de que tratam os incisos I a VI do caput disser respeito a apenas 
uma parcela do documento, a parte ou o terceiro exibirá a outra em cartório, para dela ser extraída 
cópia reprográfica, de tudo sendo lavrado auto circunstanciado. 
PROVA TESTEMUNHAL 
1. ELEMENTOS QUE CARACTERIZAM A TESTEMUNHA: O juiz pode dispensar a prova 
testemunhal, se já foi provado via documental, prova pericial, laudos e pareceres 
técnicos. 
Testemunha é uma pessoa, distinta de um dos sujeitos processuais, que é 
chamada a juízo para dizer o que sabe sobre o fato probando. O testemunho contém o 
relato daquilo que foi percebido pela testemunha por meio de qualquer um de seus 
sentidos: visão, olfato, paladar, tato e audição. 
a. Presencial: a que pessoalmente presenciou o fato probando; 
b. De referência: a que soube do fato probando por meio de terceira pessoa; 
c. Referida: aquela cuja existência foi apurada por meio de outro depoimento; 
d. Judiciária: a que relata em juízo o seu conhecimento a respeito do fato; 
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e. Instrumentaria: a que presenciou a assinatura do instrumento do ato jurídico e 
firmou. 
2. ADMISSIBILIDADE DA PROVA TESTEMUNHAL: A prova testemunhal é sempre 
admissível. Mas, a lei pode dispor em sentido contrário, não admitindo em certos casos 
(art. 442). 
Art. 442. A prova testemunhal é sempre admissível, não dispondo a lei de modo diverso. 
Art. 443. O juiz indeferirá a inquirição de testemunhas sobre fatos: 
I - Já provados por documento ou confissão da parte; 
II - Que só por documento ou por exame pericial puderem ser provados. 
3. CAPACIDADE PARA TESTEMUNHAR: Em regra, todas as pessoas podem depor 
como testemunha. Mas, há limitações legais à capacidade de testemunhar. 
a. Incapazes – para que se verifique a incapacidade de testemunhar dos que sofrem 
de enfermidade mental, é necessário que ocorra um destas duas circunstâncias: 
i. Ao tempo em que ocorreram os fatos, não podia pretenso depoente discerni-
los; 
ii. Ao tempo em que deve depor não está habilitada a transmitir as percepções. 
Art. 447 
 §1º 
I - O interdito por enfermidade ou deficiência mental; 
II - O que, acometido por enfermidade ou retardamento mental, ao tempo em que ocorreram os fatos, 
não podia discerni-los, ou, ao tempo em que deve depor, não está habilitado a transmitir as 
percepções; 
III - O que tiver menos de 16 (dezesseis) anos; 
IV - O cego e o surdo, quando a ciência do fato depender dos sentidos que lhes faltam. 
b. Impedidos - O juiz se tiver conhecimento dos fatos da causa, deve reconhecer o 
seu impedimento para julgá-la, ou excluir seu nome no rol de testemunhas, caso 
nada saiba sobre o assunto. Se o juiz reconhecer que tem conhecimento dos fatos, 
e, portanto, declarar o seu impedimento, é proibido à parte que o arrolou como 
testemunha desistir do seu depoimento. 
Art. 447 
 §2º 
I - O cônjuge, o companheiro, o ascendente e o descendente em qualquer grau e o colateral, até o 
terceiro grau, de alguma das partes, por consanguinidade ou afinidade, salvo se o exigir o interesse 
público ou, tratando-se de causa relativa ao estado da pessoa, não se puder obter de outro modo a 
prova que o juiz repute necessária ao julgamento do mérito; 
II - O que é parte na causa; 
III - O que intervém em nome de uma parte, como o tutor, o representante legal da pessoa jurídica, 
o juiz, o advogado e outros que assistam ou tenham assistido as partes. 
c. Suspeitos - A análise da suspeição deve ser feita, sempre, in concreto, diante das 
peculiaridades do caso. Todo aquele que possa contribuir para o esclarecimento 
dos fatos, e não tenha, em relação a causa ou as pessoas envolvidas, algum tipo 
de interesse ou vinculo, pode e deve ser ouvido. 
i. Inimigo da parte ou o seu amigo íntimo; 
ii. O que tiver interesse no litígio; 
4. DIREITO AO SILENCIO 
Art. 448. A testemunha não é obrigada a depor sobre fatos: 
I - Que lhe acarretem grave dano, bem como ao seu cônjuge ou companheiro e aos seus parentes 
consanguíneos ou afins, em linha reta ou colateral, até o terceiro grau; 
II - A cujo respeito, por estado ou profissão, deva guardar sigilo. 
5. LOCAL TEMPO DO TESTEMUNHO: a regra é que deverá ser produzida perante o juiz 
da causa, durante audiência de instrução e julgamento. Trata-se de ato processual 
interno, o que deve ser realizado na sede do juízo. 
a. É possível a colheita da prova testemunhal antes da audiência de instrução e 
julgamento, no caso de produção antecipada de prova. 
b. Se permite a oitiva de testemunha residente em comarca, seção ou subseção 
judiciárias diversas daquelas onde tramita o processo seja feita videoconferência 
ou outro recurso tecnológico de transmissão de sons e imagens em tempo real. 
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c. Há possibilidade também de a prova testemunhal de produzir-se fora da sede do 
juízo, nos casos em que a testemunha esteja impossibilitada de deslocar-se e 
comparecer em juízo, seja por doença, seja por outro motivo relevante, mas não 
esteja impossibilitada de prestar depoimento, caso em que o juiz designará dia, 
hora e local para inquiri-la. 
d. Há pessoas, que são EGRÉRIAS, que tem por direito de ser ouvidas em sua 
residência ou onde trabalham. São autoridadesque tem essa prerrogativa, a quem 
o magistrado enviará um oficio solicitando que designem dia, hora e local a fim de 
serem inquiridas. 
Art. 454. São inquiridos em sua residência ou onde exercem sua função: 
I - O presidente e o vice-presidente da República; 
II - Os ministros de Estado; 
III - Os ministros do Supremo Tribunal Federal, os conselheiros do Conselho Nacional de Justiça e 
os ministros do Superior Tribunal de Justiça, do Superior Tribunal Militar, do Tribunal Superior 
Eleitoral, do Tribunal Superior do Trabalho e do Tribunal de Contas da União; 
IV - O procurador-geral da República e os conselheiros do Conselho Nacional do Ministério Público; 
V - O advogado-geral da União, o procurador-geral do Estado, o procurador-geral do Município, o 
defensor público geral federal e o defensor público geral do Estado; 
VI - Os senadores e os deputados federais; 
VII - Os governadores dos Estados e do Distrito Federal; 
VIII - O prefeito; 
IX - Os deputados estaduais e distritais; 
X - Os desembargadores dos Tribunais de Justiça, dos Tribunais Regionais Federais dos Tribunais 
Regionais do Trabalho e dos Tribunais Regionais Eleitorais e os conselheiros dos Tribunais de 
Contas dos Estados e do Distrito Federal; 
XI - o procurador-geral de justiça; 
XII - o embaixador de país que, por lei ou tratado, concede idêntica prerrogativa a agente diplomático 
do Brasil. 
6. JUNTADA DO ROL E INTIMAÇÃO DA TESTEMUNHA: O prazo para juntar o rol de 
testemunhas será de 15 DIAS, fixado pelo juízo na decisão de saneamento e 
organização do processo. 
7. SUBSTITUIÇÃO DAS TESTEMUNHAS: Apresentado o rol de testemunhas, a parte só 
pode substituir a testemunha que: falecer, por enfermidade, não estiver condições de 
depor, tendo mudado de residência ou de local de trabalho, não for encontrada (art. 
451). 
A testemunha arrolada por uma parte em uma parte de interesse público, da 
qual não se pode mais desistir, salvo se todos os interessados e o juiz concordarem. 
8. PROCEDIMENTO DE COLHEITA DO DEPOIMENTO 
a. Método de inquirição – As testemunhas devem ser ouvidas separadas e 
sucessivamente – primeiro as do autor e depois as do réu – e uma não poderá ouvir 
o depoimento da outra (art. 456). 
b. Qualificação e contradita – Antes de depor, a testemunha será qualificada, 
declarando ou confirmando seus dados pessoais. Logo após a qualificação, sob 
pena de preclusão, a parte ou o interessado pode contraditar, oralmente, a 
testemunha, arguindo sua incapacidade, impedimento ou suspeição para 
testemunhar. 
Se a testemunha negar os fatos que lhe são imputados, surge uma questão, 
que deverá ser resolvida por um incidente processual, denominado simplesmente, 
na praxe forense, de contradita, no qual a parte poderá provas suas alegações, até 
mesmo por prova testemunhal. A parte que arrolou a testemunha deve ser ouvida 
neste incidente, em razão do seu manifesto interesse na manutenção do 
depoimento. 
Provados ou confessados os fatos, o juiz dispensará a testemunha ou lhe 
tomará o depoimento como informante. 
c. Compromisso e escusa de depor – Deve o magistrado, antes de iniciar a inquirição, 
tomar da testemunha o compromisso de dizer a verdade. O juiz advertirá à 
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testemunha que incorre em sanção penal quem faz a afirmação falsa, cala ou oculta 
a verdade. 
d. Inquirição direta pelos advogados e pelo juiz – O magistrado pode formular 
perguntas a testemunhas, assim as partes, por seus advogados, também podem 
fazê-lo. 
9. DOCUMENTAÇÃO DO TESTEMUNHO: O depoimento da testemunha deverá ser 
documentado. O art. 460 privilegia a documentação por meio de gravação. Quando a 
documentação se dá pela sua transcrição em ata digitada, datilografia, ou por outra 
forma idônea de registro. 
Havendo divergência entre os depoimentos colhidos, pode o magistrado 
determinar, ex officio ou a requerimento, a ACAREAÇÃO dos depoentes, ou de uma 
das testemunhas e uma das partes, a fim de esclarecer a controvérsia. A acareação 
pode ser realizada por videoconferência ou por outro recurso tecnológico de 
transmissão de sons e imagens em tempo real. 
a. A testemunha pode requerer ao juiz o pagamento da despesa que efetuou para 
comparecimento à audiência, devendo a parte pagá-la logo que arbitrada, ou 
depositá-la em cartório dentro de 3 dias. 
b. O depoimento prestado em juízo é considerado serviço público. A testemunha, 
quando sujeita ao regime de legislação trabalhista, não sofre, por comparecer à 
audiência, perda de salário nem desconto no tempo de serviço. 
PROVA PERICIAL 
1. CONCEITO: Se para esclarecimento de fatos litigiosos em juízo for necessário 
conhecimento técnico especializado o juiz nomeara um perito para lhe auxiliar na área 
especifica do conhecimento. O juiz não é obrigado a conhecer todas as áreas da ciência 
humana, mas o mesmo é obrigado a conhecer a área do direito. 
Se por peculiaridade o juiz obtiver o conhecimento próprio, o juiz não pode 
dispensar a figura do perito para auxiliá-lo no caso, pois a prova é do processo e precisa 
estar documento, assim, mesmo o juiz tendo o conhecimento, não poderá dispensar o 
perito. 
2. CLASSIFICAÇÃO 
a. Exame: Pessoas e coisas. 
b. Vistoria: Imóveis. 
c. Avaliação: Atribuição de um valor a um objeto de valor no processo. 
3. AMBIENTE 
a. Judicial: Será judicial quando, se a prova produzida no próprio processo perante 
juiz. 
b. Simplificada: Não há necessidade da entrega do laudo pericial e sim, suas 
conclusões orais em audiência. Neste ambiente, necessitam de perícia, porém são 
menos complexas. 
c. Extrajudicial: O juiz escolhe o perito para atuar naquele determinado processo, os 
peritos são cadastrados e nomeados pelo juiz e o único requisito é que eles tenham 
conhecimento técnico especializado e ao lado do perito, os assistentes técnicos, 
que são pessoas que não precisam ter conhecimento técnico, para atuar na perícia 
como auxiliar das partes, acompanhando as provas. 
4. PROVA EMPRESTADA: É o transporte de uma prova produzida em um processo para 
outro processo, poderá ser realizado este procedimento desde que as partes 
concordem e o valor será o mesmo. 
5. CABIMENTO 
a. Útil: Para esclarecer fatos técnicos específicos, se não houver fato técnico, se o 
juiz puder decidir sem a prova, não será útil ao processo, sendo assim, é preciso 
ter a prova no processo para o juiz poder decidir; 
b. Necessária: É necessária para o convencimento do juiz. 
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c. Praticável: A prova tem que ser possível de ser produzida. 
6. PERITO (Art. 156): Alguém de confiança do juiz. É um auxiliar judicial com 
conhecimento especializado. 
Art. 156. O juiz será assistido por perito quando a prova do fato depender de conhecimento técnico ou 
científico. 
§ 1o Os peritos serão nomeados entre os profissionais legalmente habilitados e os órgãos técnicos 
ou científicos devidamente inscritos em cadastro mantido pelo tribunal ao qual o juiz está vinculado. 
§ 2o Para formação do cadastro, os tribunais devem realizar consulta pública, por meio de 
divulgação na rede mundial de computadores ou em jornais de grande circulação, além de consulta 
direta a universidades, a conselhos de classe, ao Ministério Público, à Defensoria Pública e à Ordem 
dos Advogados do Brasil, para a indicação de profissionais ou de órgãos técnicos interessados. 
§ 3o Os tribunais realizarão avaliações e reavaliações periódicas para manutenção do cadastro, 
considerando a formação profissional, a atualização do conhecimento e a experiência dos peritos 
interessados. 
§ 4o Para verificaçãode eventual impedimento ou motivo de suspeição, nos termos dos arts. 148 e 
467, o órgão técnico ou científico nomeado para realização da perícia informará ao juiz os nomes e 
os dados de qualificação dos profissionais que participarão da atividade. 
§ 5o Na localidade onde não houver inscrito no cadastro disponibilizado pelo tribunal, a nomeação 
do perito é de livre escolha pelo juiz e deverá recair sobre profissional ou órgão técnico ou científico 
comprovadamente detentor do conhecimento necessário à realização da perícia. 
Art. 157. O perito tem o dever de cumprir o ofício no prazo que lhe designar o juiz, empregando toda 
sua diligência, podendo escusar-se do encargo alegando motivo legítimo. 
§ 1o A escusa será apresentada no prazo de 15 (quinze) dias, contado da intimação, da suspeição 
ou do impedimento supervenientes, sob pena de renúncia ao direito a alegá-la. 
§ 2o Será organizada lista de peritos na vara ou na secretaria, com disponibilização dos documentos 
exigidos para habilitação à consulta de interessados, para que a nomeação seja distribuída de modo 
equitativo, observadas a capacidade técnica e a área de conhecimento. 
a. Cadastro no TJ ou 1º grau – O cadastro ocorrer no TJ ou nas as secretarias das 
Varas a manter o cadastro dos peritos, sendo as seleções de forma alternada. 
b. Suspeição e impedimento (art. 148) - 
Art. 148. Aplicam-se os motivos de impedimento e de suspeição: 
I - Ao membro do Ministério Público; 
II - Aos auxiliares da justiça; 
III - Aos demais sujeitos imparciais do processo. 
c. Escusa do perito: Pode não aceitar uma nomeação ao processo, ou alegando 
impedimento e suspeição ou por qualquer outro motivo, impossibilidade cumprir o 
prazo, não aceitação dos honorários. 
d. Perito consensual (Art. 471): As partes podem também escolher o perito, não 
precisando necessariamente o juiz nomear. 
Art. 471. As partes podem, de comum acordo, escolher o perito, indicando-o mediante requerimento, 
desde que: 
I - Sejam plenamente capazes; 
II - A causa possa ser resolvida por auto composição. 
§ 1o As partes, ao escolher o perito, já devem indicar os respectivos assistentes técnicos para 
acompanhar a realização da perícia, que se realizará em data e local previamente anunciados. 
§ 2o O perito e os assistentes técnicos devem entregar, respectivamente, laudo e pareceres em 
prazo fixado pelo juiz. 
§ 3o A perícia consensual substitui, para todos os efeitos, a que seria realizada por perito nomeado 
pelo juiz. 
e. Honorários (Art. 95): Os honorários são pagos pelas partes. 
Art. 95. Cada parte adiantará a remuneração do assistente técnico que houver indicado, sendo a do 
perito adiantada pela parte que houver requerido a perícia ou rateada quando a perícia for determinada 
de ofício ou requerida por ambas as partes. 
7. ASSISTENTE TÉCNICO: Alguém de conhecimento da parte, não tem impedimento e 
nem suspeição, não precisa ter conhecimento especializado, não é um ônus da parte 
e sim, uma faculdade de indicar o assistente técnico. 
8. PROCEDIMENTO DA PROVA – A parte que requerer a prova deverá especificar qual 
é a área de conhecimento que deseja. 
a. Requerimento: Quando a parte solicita a prova. O autor na inicial e o réu na 
contestação, salvo se houver fato novo. 
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b. Deferimento – prazo de 15 dias: Ocorre na decisão saneadora. Defere a 
modalidade de prova, nomeia o perito, acionam as partes a convocarem o 
assistente técnico, proposta de honorários do perito e fixa prazo para o perito para 
entregar o laudo. 
c. Produção: A produção da prova deve ser acompanhada pelas partes onde são 
intimidadas, se as partes não estiverem cientes pode ocorrer a nulidade, embasado 
no princípio do contraditório. 
d. Quesitos: São perguntas formuladas pelas partes e pelo juízo, inclusive, para 
serem respondidos por ocasião da perícia. Devem ser apresentadas dentro do 
prazo de 15 dias após o deferimento da prova, até o encerramento do trabalho do 
perito, as partes podem apresentar quesitos complementares e suplementares. 
e. Contraditório: O laudo que foi apresentado estará sujeito ao contraditório, onde as 
partes poderão impugná-lo, juntando parecer do assistente técnico, para impugnar 
o laudo pericial. Sendo 15 dias para cada uma das partes. 
9. ADSTRIÇÃO AO LAUDO (Art. 479 e 371): O juiz não está adstrito as conclusões do 
laudo, o mesmo poderá ir contra o laudo, o laudo pericial não é soberano. O juiz poderá 
determinar a realização de várias pericias quando for necessária em um único processo 
vários tipos de fatos que necessitam de esclarecimento de diversas áreas. 
Art. 371. O juiz apreciará a prova constante dos autos, independentemente do sujeito que a tiver 
promovido, e indicará na decisão as razões da formação de seu convencimento. 
Art. 479. O juiz apreciará a prova pericial de acordo com o disposto no art. 371, indicando na sentença 
os motivos que o levaram a considerar ou a deixar de considerar as conclusões do laudo, levando em 
conta o método utilizado pelo perito. 
10. CALENDARIZAÇÃO (Art. 483): O juiz ao deferir a prova já designa todas as datas da 
perícia, sem a necessidade de ficar intimando as partes, ou seja, isto suprime a 
necessidade de intimação. 
Art. 483. O juiz irá ao local onde se encontre a pessoa ou a coisa quando: 
I - Julgar necessário para a melhor verificação ou interpretação dos fatos que deva observar; 
II - A coisa não puder ser apresentada em juízo sem consideráveis despesas ou graves dificuldades; 
III - Determinar a reconstituição dos fatos. 
INSPEÇÃO JUDICIAL: É o contato direito do juiz com a coisa ou local que é objeto de litígio. E 
por sua própria iniciativa se dirige até o local para verificação. EXEMPLO: Ir no local para 
verificar se a placa realmente é ilícita, podendo agir de ofício ou solicitado pelas partes e assim, 
deverá ser documentada, precisando ser acompanhado por um escrivão para registrar mediante 
a um documento escrito. 
E em casos de interdição o juiz obrigatoriamente tem que ter o contato direito. 
AUDIÊNCIA DE INSTRUÇÃO E JULGAMENTO 
ATOS PREPARATÓRIOS: Não se trata se ato essencial do processo e pode ser dispensada 
quando cabível julgamento antecipado do mérito (art. 355). O juiz exerce papeis de diretos, 
investigador e conciliador na audiência. 
Art. 355. O juiz julgará antecipadamente o pedido, proferindo sentença com resolução de mérito, 
quando: 
I - Não houver necessidade de produção de outras provas; 
II - O réu for revel, ocorrer o efeito previsto no art. 344 e não houver requerimento de prova, na forma 
do art. 349. 
1. TENTATIVA DE CONCILIAÇÃO; 
2. A ARGUIÇÃO DO PERITO; 
3. PRODUÇÃO DE PROVA ORAL – coleta de depoimento pessoal das partes, oitiva das 
testemunhas e a prestação por parte do perito e dos assistentes técnicos. 
4. APRESENTAÇÃO DE ALEGAÇÕES FINAIS; 
5. PROLAÇÃO DE SENTENÇA – Estruturando a audiência na seguinte ordem: 
a. A proclamação judicial (abertura); 
b. O pregão inicial - Anúncio da abertura da audiência, sendo essencial, sob pena de 
nulidade da própria audiência; 
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Art. 358. No dia e na hora designados, o juiz declarará aberta a audiência de instrução e julgamento e 
mandará apregoar as partes e os respectivos advogados, bem como outras pessoas que dela devam 
participar. 
c. Tentativa de conciliação - Aberto a audiência o juiz tentará a conciliação e sempre 
o juiz tentará a conciliação. Tentará com que as partes chegam a auto composição 
ou se valham meios de solução de conflitos, como arbitragem. Havendo 
conciliação, deverá ser reduzida a termo – documentadapor escrito e homologada 
por sentença judicial. Não havendo conciliação, o juiz deverá dar início à produção 
da prova; 
 Art. 359. Instalada a audiência, o juiz tentará conciliar as partes, independentemente do emprego 
anterior de outros métodos de solução consensual de conflitos, como a mediação e a arbitragem. 
d. A prestação de esclarecimentos pelo perito e pelos assistentes técnicos 
Art. 361. As provas orais serão produzidas em audiência, ouvindo-se nesta ordem, preferencialmente: 
I - O perito e os assistentes técnicos, que responderão aos quesitos de esclarecimentos requeridos 
no prazo e na forma do art. 477, caso não respondidos anteriormente por escrito; 
e. Coleta de depoimento pessoal (autor e réu) (art. 361, II); 
II - O autor e, em seguida, o réu, que prestarão depoimentos pessoais; 
f. Inquirição de testemunhas (art. 361, III); 
III - As testemunhas arroladas pelo autor e pelo réu, que serão inquiridas. 
g. Alegações finais; 
h. Prolação de sentença; 
INTIMAÇÃO DAS PARTES E TESTEMUNHAS: Compete ao Judiciário, se houver pedido de 
depoimento pessoal da parte, as mesmas devem ser intimadas previamente constando a 
advertência de que se não comparecem o juiz aplicara a pena de confesso. 
 As testemunhas devem ser previamente arroladas e compete ao advogado intimá-las, 
enviando uma correspondência as testemunhar, para poder prestar seu depoimento. O 
advogado deve juntar o AR, 3 dias antes da audiência ao processo. 
JUIZ PRESIDE A AUDICENCIA: O juiz deverá manter a ordem e a audiência é pública, qualquer 
poderá assistir à audiência. 
PODER DE POLICIA (ART. 360): O juiz tem poder de polícia, para quando houver conflitos, 
poder retirar a parte da sala de audiência ou até mesmo acionar a polícia. 
Art. 360. O juiz exerce o poder de polícia, incumbindo-lhe: 
I - Manter a ordem e o decoro na audiência; 
II - Ordenar que se retirem da sala de audiência os que se comportarem inconvenientemente; 
III - Requisitar, quando necessário, força policial; 
IV - Tratar com urbanidade as partes, os advogados, os membros do Ministério 
Público e da Defensoria Pública e qualquer pessoa que participe do processo; 
V - Registrar em ata, com exatidão, todos os requerimentos apresentados em audiência. 
ADVOGADO – INTERRUPÇÃO: O advogado não pode interromper os depoimentos, nem das 
partes e nem das testemunhas, mas pode perguntar diretamente para elas, na sua vez de fala. 
O papel do advogado será de corrigir as inexatidões quando há divergências no que foi dito por 
sua própria parte, e a outra parte, e no que foi dito no processo. Também, pode ao advogado, 
protestar que as partes não sejam induzidas a erros. 
A ordem dos depoimentos será: peritos, assistentes técnicos, autor e réu, testemunhas 
do autor e do réu, sempre seguindo o princípio da incomunicabilidade. 
ADIAMENTO DA AUDIENCIA: O adiamento poderá ser adiantado somente antes, depois que 
começar não se poderá adiar. Pode adiar também por convenção das partes, ou seja, as partes 
adiam por estarem de acordo. O atraso injustificado do início do próprio juiz, poderá ser de 30 
minutos, assim, isso será justificado e o juiz poderá adiar a audiência. 
Art. 362. A audiência poderá ser adiada: 
I - Por convenção das partes; 
II - Se não puder comparecer, por motivo justificado, qualquer pessoa que dela deva 
necessariamente participar; 
III - Por atraso injustificado de seu início em tempo superior a 30 (trinta) minutos do horário marcado. 
 
 
 
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ATRASOS E CONSEQUÊNCIAS: 
1. DA PARTE: No caso de a parte atrasar no depoimento pessoal ou até não ir, a 
consequência será de confissão, com a presunção relativa de veracidade dos fatos 
afirmados pela contraparte. 
2. DO ADVOGADO: A mesma consequência da parte valerá para o advogado. 
3. DAS TESTEMUNHAS: O juiz adiará a audiência, mas cobra das testemunhas pelas 
despesas do adiantamento e irá ser conduzida coercitivamente. 
DEBATES ORAIS OU RAZOES FINAIS – 20 MINUTOS E PRORROGAÇÃO 10 MINUTOS: 
Encerrados os depoimentos, o juiz abre a palavra para os advogados realizarem os debates 
orais. Se for litisconsórcio o tempo deverá ser dividido para cada litisconsorte, ou seja, 20 
minutos para cada litisconsorte. 
 Se a causa for complexa o juiz fará memoriais, substituindo os debates orais, e o juiz 
fixará um prazo para as partes apresentarem as razoes finais. 
 Quando já finda a fase de instrução e oferecidas as razoes finais, o juiz pode, em vez 
de sentenciar, converter o julgamento em diligência, retornando à instrução. Pode determinar a 
produção de novas provas para a elucidação de pontos de fato que restaram obscuros. 
UNIDADE DA AUDIÊNCIA – SENTENÇA (30 DIAS): A audiência de instrução é una e continua, 
ou seja, o juiz não pode cindir a audiência. 
EXEÇÕES: cada parte pode arrolar 10 testemunhas, mas o juiz poderá dispensar os excedentes 
de 3 para comprovar um fato. E quando for ao horário de encerramento do fórum, o juiz poderá 
suspender a audiência e marcar para o dia seguinte. 
Encerrados os debates orais, encerra-se a fase probatória do processo. 
2º BIMESTRE 
SENTENÇA 
CONCEITO (ART. 203, §1): É o ato do juiz singular que tem por conteúdo as matérias do art. 
485 e 487 (resolução de mérito), e além disso, esta decisão encerra a fase cognitiva do 
processo. Qualquer decisão do juiz é decisão interlocutória, estiver encartada no art. 1.015 
desafia o recurso de agravo de instrumento. 
CLASSIFICAÇÃO QUANTO AO CONTEÚDO: 
1. TERMINATIVAS OU PROCESSUAIS (ART. 485): São sentenças que o juiz não 
consegue analisar o mérito, portanto, são sentenças que o sistema não aceita, as 
sentenças processuais que o juiz reconhece um vício processual gravíssimo não 
podendo assim, julgar o mérito, portanto assim, extingue o processo. Todas as 
sentenças terminativas, originam uma sentença que não tem aptidão para transitar em 
julgado. 
Quando há litisconsórcio unitário ou necessário, ou seja, se o autor não indica 
o endereço o do litisconsorte ou não integra no litisconsórcio, poderá ocorrer a extinção 
do processo. 
As matérias de ordem pública processuais são aquelas matérias que tem um 
regime diferente das demais, sendo elas: 
§ 3º O juiz conhecerá de ofício da matéria constante dos incisos IV, V, VI e IX, em qualquer tempo 
e grau de jurisdição, enquanto não ocorrer o trânsito em julgado. 
As matérias públicas não precluem e podem ser conhecidas a qualquer 
momento. E o juiz poderá reconhecer de ofício. 
O Juiz não poderá voltar atrás da decisão, pois há a preclusão pró-judicato, via 
de rega, mas nos casos do art. 485, nessas decisões terminativas, poderá o juiz retrata-
se da sua decisão. E se parte não recorre da decisão, não poderá. 
§ 7º Interposta a apelação em qualquer dos casos de que tratam os incisos deste artigo, o juiz terá 
5 (cinco) dias para retratar-se. 
2. MÉRITO OU DEFINITIVAS (ART. 487): São aquelas que o juiz dirá que é perfeita, ou 
seja, que acabará com o litígio, assim, resolvendo o mérito; 
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Impede a repropositura e impede qualquer discussão após o mérito. E só ficam 
de ser revistas, excepcionalmente, entrando com uma ação rescisória para rever um 
vício em algum determinado processo. 
3. REPROSITURAS DAS AÇÕES EXTINTAS PROCESSUAIS (ART. 486): A parte só 
poderá repropor se corrigir o vício que levou a extinção. 
Art. 486. O pronunciamento judicial que não resolve o mérito não obsta a que a parte proponha de novo 
a ação. 
§ 1o No caso de extinção em razão de litispendência e nos casos dos incisos I, IV, VI e VII do art. 
485, a propositura da nova ação depende da correçãodo vício que levou à sentença sem resolução 
do mérito. 
§ 2o A petição inicial, todavia, não será despachada sem a prova do pagamento ou do depósito das 
custas e dos honorários de advogado. 
§ 3o Se o autor der causa, por 3 (três) vezes, a sentença fundada em abandono da causa, não 
poderá propor nova ação contra o réu com o mesmo objeto, ficando-lhe ressalvada, entretanto, a 
possibilidade de alegar em defesa o seu direito. 
CLASSIFICAÇÃO QUANTO A EFICÁCIA: A sentença produz efeitos as partes, e esses efeitos 
nas relações jurídicas da sentença especificamente referem-se ao que é o objeto do pedido. 
Será uma relação entre pedido e sentença. 
1. DECLARATÓRIA: O juiz declara alguma matéria, inclusive quando julga uma ação 
improcedente, podendo ser, declaração de paternidade, p. ex. 
2. CONDENATÓRIA: A sentença terá o efeito condenatório. Sendo obrigação de fazer, 
não fazer ou dar, quando se quer uma conduta. 
3. CONSTITUTIVA: São aquelas que modificam extinguem, modificam ou criam uma 
relação jurídica, podendo ser, divorcio, p. ex. 
4. MANDAMENTAL: Será uma questão de ordenar algo, mandado de segurança, p. ex. 
ELEMENTOS (ART. 489): A sentença precisa ter alguns elementos/requisitos sob pena de 
nulidade. 
Art. 489. São elementos essenciais da sentença: 
I - O relatório, que conterá os nomes das partes, a identificação do caso, com a suma do pedido e 
da contestação, e o registro das principais ocorrências havidas no andamento do processo; 
II - Os fundamentos, em que o juiz analisará as questões de fato e de direito; 
III - O dispositivo (decisório), em que o juiz resolverá as questões principais que as partes lhe 
submeterem. Será a parte final que diante disso o juiz acolherá ou rejeitará o pedido do autor. 
§ 1º Não se considera fundamentada qualquer decisão judicial, seja ela interlocutória, sentença ou 
acórdão, que: 
I - Se limitar à indicação, à reprodução ou à paráfrase de ato normativo, sem explicar sua relação 
com a causa ou a questão decidida; 
II - Empregar conceitos jurídicos indeterminados, sem explicar o motivo concreto de sua incidência 
no caso; 
III - Invocar motivos que se prestariam a justificar qualquer outra decisão; 
IV - Não enfrentar todos os argumentos deduzidos no processo capazes de, em tese, infirmar a 
conclusão adotada pelo julgador; 
V - Se limitar a invocar precedente ou enunciado de súmula, sem identificar seus fundamentos 
determinantes nem demonstrar que o caso sob julgamento se ajusta àqueles fundamentos; 
VI - Deixar de seguir enunciado de súmula, jurisprudência ou precedente invocado pela parte, sem 
demonstrar a existência de distinção no caso em julgamento ou a superação do entendimento. 
SENTENÇAS PROCESSUAIS: 
1. CARACTERÍSTICA: MODO CONCISO E FALSAS SENTENÇAS DE MÉRITO: Se o 
juiz não vai resolver o mérito, o modo conciso significa que, o juiz não precisa analisar 
a questão de mérito. As falsas sentenças de mérito, será quando por exemplo, ocorrer 
decadência ou prescrição 
2. MOMENTOS DE PROLAÇÃO DA SENTENÇA: Poderá ser proferida em um único 
caso, quando já há o mérito (Ex: liminar), o juiz em vez de determinar a citação do réu, 
o mesmo julgará improcedente liminarmente (EXEMPLO: quando há súmula, busca e 
apreensão etc.). 
Depois da contestação, na parte saneadora, se o juiz verificar que não precisa 
de realizar mais provas, poderá solicitar a antecipação de mérito. Quando houver 
necessidade de prova, ao final do processo, o juiz poderá resolver o mérito. 
16 
Giovanna de Freitas Maciel - Processo Civil III – Prof. Stela Marlene Schwerz 
 
 
3. VÍCIOS DA SENTENÇA: A sentença pelo princípio da Correlação e da 
Correspondência, o juiz atrelara o pedido a sentença (art. 492): 
a. Extra petita: a natureza do que se pediu foi diferente, (apelação) 
b. Ultra petita: ganhou mais do que pediu (apelação) 
c. Cita/ infra petita: pediu x e y, mas o juiz só concedeu x, assim, caberá embargos 
de declaração 
Art. 492. É vedado ao juiz proferir decisão de natureza diversa da pedida, bem como condenar a parte 
em quantidade superior ou em objeto diverso do que lhe foi demandado. 
Parágrafo único. A decisão deve ser certa, ainda que resolva relação jurídica condicional. 
4. PRECLUSÃO PRO-JUDICATO (ART. 494): Impossibilidade de o juiz decidir o que já 
foi objeto de decisão. 
Art. 494. Publicada a sentença, o juiz só poderá alterá-la: 
I - Para corrigir-lhe, de ofício ou a requerimento da parte, inexatidões materiais ou erros de cálculo; 
II - Por meio de embargos de declaração. 
5. COISA JULGADA: Definição (art. 502) 
Art. 502. Denomina-se coisa julgada material a autoridade que torna imutável e indiscutível a decisão 
de mérito não mais sujeita a recurso. 
REEXAME NECESSÁRIO: 
1. CONDIÇÃO DE EFICÁCIA DA DECISÃO DO MÉRITO (ART. 496): O reexame é uma 
condição de eficácia das decisões de mérito contra o Estado dentro dos limites legais 
estabelecidos conforme o art. 496. A condenação do Estado de forma errônea, poderá 
acarretar um prejuízo ao Estado. Será estabelecido de ofício pelo juiz e não tem prazo. 
Somente depois do reexame que se pode executar esta decisão contra o 
Estado, assim, só terão efeitos depois de confirmadas pelo Tribunal. O juiz quando 
profere uma decisão contra o Estado só podem ser executadas ou exigidas depois da 
confirmação do Tribunal, será feito automaticamente e independentemente de recurso. 
Art. 496. Está sujeita ao duplo grau de jurisdição, não produzindo efeito senão depois de confirmada 
pelo tribunal, a sentença: 
I - Proferida contra a União, os Estados, o Distrito Federal, os Municípios e suas respectivas 
autarquias e fundações de direito público; 
II - Que julgar procedentes, no todo ou em parte, os embargos à execução fiscal. 
§ 1o Nos casos previstos neste artigo, não interposta a apelação no prazo legal, o juiz ordenará a 
remessa dos autos ao tribunal, e, se não o fizer, o presidente do respectivo tribunal avocá-los-á. 
§ 2o Em qualquer dos casos referidos no § 1o, o tribunal julgará a remessa necessária. 
§ 3o Não se aplica o disposto neste artigo quando a condenação ou o proveito econômico obtido na 
causa for de valor certo e líquido inferior a: 
I - 1.000 (mil) salários-mínimos para a União e as respectivas autarquias e fundações de direito 
público; 
II - 500 (quinhentos) salários-mínimos para os Estados, o Distrito Federal, as respectivas autarquias 
e fundações de direito público e os Municípios que constituam capitais dos Estados; 
III - 100 (cem) salários-mínimos para todos os demais Municípios e respectivas autarquias e 
fundações de direito público. 
§ 4o Também não se aplica o disposto neste artigo quando a sentença estiver fundada em: 
I - Súmula de tribunal superior; 
II - Acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Superior Tribunal de Justiça em 
julgamento de recursos repetitivos; 
III - Entendimento firmado em incidente de resolução de demandas repetitivas ou de assunção de 
competência; 
IV - Entendimento coincidente com orientação vinculante firmada no âmbito administrativo do próprio 
ente público, consolidada em manifestação, parecer ou súmula administrativa. 
2. LIMITES DE DECISÃO QUE SE SUBMETEM CONDENAÇÃO SUPERIOR: Exclui do 
reexame necessário as ações cuja condenação obtida for de valor certo e líquido, 
inferior a: 
a. União em 1.000 salários-mínimos 
b. Estados em 500 salários-mínimos 
c. Municípios 100 salários-mínimos 
3. NÃO SE SUBMETEM DECISÕES FUNDADAS: Em alguns casos, não se submetem, 
súmulas, recursos repetitivos e IRDR (Incidente de Resolução de Demandas 
Repetitivas). O IRDR, não precisa julgar o único recurso várias vezes. 
17 
Giovanna de Freitas Maciel - Processo Civil III – Prof. Stela Marlene Schwerz4. JULGAMENTO PARCIAL DO MÉRITO: É uma “sentença”, porque tem conteúdo de 
sentença, pois ela resolve uma parte do mérito, mas não é em si, a sentença. Se esta 
“sentença” condenou ao Estado em um valor superior, poderão ser submetidos aos 
reexames necessários, se for o valor maior estabelecido no art. 496. 
a. Sumula 45 (STJ) e reexame: A parte se quiser terá que recorrer, porque se tem o 
princípio dos recursos, que é chamado, princípio da proibição da reforma para pior 
(reformatue in pejus), ou seja, se só uma parte recorre em virtude do próprio recurso 
a situação não pode ser piorada. 
b. Sumula 44: A situação da Fazenda não pode ser piorada em virtude do reexame 
necessário. 
c. Reexame não é recurso: É uma condição de eficácia da sentença, ou seja, a 
decisão do Estado não transita em julgado enquanto não transitar em julgado. 
Existe assim critica a súmula 45 onde não se pode aplicar o princípio da proibição 
da reforma para pior para o recorrente, porque não existe recurso. O entendimento 
atual é de que, havendo reexame necessário mesmo que o tribunal verifique que a 
decisão está errada para favorecer a parte (não é o Estado), o Tribunal não pode 
reforma, ou seja, só pode efetuar o reexame para beneficiar o Estado, verificando 
se a decisão contra o estado estaria correta. 
5. COISA JULGADA (art. 502 a 508): Se da mesma forma de um recurso. Só ocorrendo 
das decisões proferidas de Juiz de 1º Grau, o acórdão não cabe, p. ex. A coisa julga 
então será uma decisão imutável e se não tiver recurso, a sentença não poderá mais 
ser discutida (transito em julgado). Esta decisão tem duas características: 
a. Coisa julgada Formal: O juiz proferiu uma sentença, a parte não ingressou com 
recurso dentro daquele processo se transitou em julgamento, a parte discutir aquela 
questão (endo processual). 
b. Coisa julgada Material: Nenhum outro juiz ou Tribunal poderá realizar esta questão 
se já transitou em julgado. 
Art. 502. Denomina-se coisa julgada material a autoridade que torna imutável e indiscutível a decisão 
de mérito não mais sujeita a recurso. 
Art. 503. A decisão que julgar total ou parcialmente o mérito tem força de lei nos limites da questão 
principal expressamente decidida. 
§ 1o O disposto no caput aplica-se à resolução de questão prejudicial, decidida expressa e 
incidentemente no processo, se: 
I - Dessa resolução depender o julgamento do mérito; 
II - A seu respeito tiver havido contraditório prévio e efetivo, não se aplicando no caso de revelia; 
III - O juízo tiver competência em razão da matéria e da pessoa para resolvê-la como questão 
principal. 
§ 2o A hipótese do § 1o não se aplica se no processo houver restrições probatórias ou limitações à 
cognição que impeçam o aprofundamento da análise da questão prejudicial. 
Art. 504. Não fazem coisa julgada: 
I - Os motivos, ainda que importantes para determinar o alcance da parte dispositiva da sentença; 
II - A verdade dos fatos, estabelecida como fundamento da sentença. 
Art. 505. Nenhum juiz decidirá novamente as questões já decididas relativas à mesma lide, salvo: 
I - Se, tratando-se de relação jurídica de trato continuado, sobreveio modificação no estado de fato 
ou de direito, caso em que poderá a parte pedir a revisão do que foi estatuído na sentença; 
II - Nos demais casos prescritos em lei. 
Art. 506. A sentença faz coisa julgada às partes entre as quais é dada, não prejudicando terceiros. 
Art. 507. É vedado à parte discutir no curso do processo as questões já decididas a cujo respeito se 
operou a preclusão. 
Art. 508. Transitada em julgado a decisão de mérito, considerar-se-ão deduzidas e repelidas todas as 
alegações e as defesas que a parte poderia opor tanto ao acolhimento quanto à rejeição do pedido. 
A coisa julgada formal e material são no mesmo momento. 
6. FUNDAMENTO CONSTITUCIONAL (ART. 5º, XXXVI) 
XXXVI – a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada; 
COISA JULGADA 
LIMITES OBJETIVOS: Trata de definir “o que” se torna indiscutível pela coisa julgada. 
Art. 504. Não fazem coisa julgada: 
I - Os motivos, ainda que importantes para determinar o alcance da parte dispositiva da sentença; 
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II - A verdade dos fatos, estabelecida como fundamento da sentença. 
Exceção (art. 503): É a possibilidade de a relação prejudicial fazer coisa julgada, ou seja, 
relação que é admitida pelo juiz existente ou não na fundamentação. É narrada pelo autor na 
inicial e negada pelo réu na contestação. 
Há contraditório sobre esta questão, ou seja, o juiz comunica as partes, assim ampliando 
os limites da coisa julgada. 
Art. 503. A decisão que julgar total ou parcialmente o mérito tem força de lei nos limites da questão 
principal expressamente decidida. 
§ 1º O disposto no caput aplica-se à resolução de questão prejudicial, decidida expressa e 
incidentemente no processo, se: 
I - Dessa resolução depender o julgamento do mérito; 
II - A seu respeito tiver havido contraditório prévio e efetivo, não se aplicando no caso de revelia; 
III - O juízo tiver competência em razão da matéria e da pessoa para resolvê-la como questão 
principal. 
LIMITES SUBJETIVOS: Diz respeito aos sujeitos, ou seja, quem será atingido pela coisa 
julgada: apenas as partes que participaram do processo (nas ações individuais). 
Art. 506. A sentença faz coisa julgada às partes entre as quais é dada, não prejudicando terceiros. 
1. PRECLUSÃO (ART. 507) – Averbação para que o juiz decida sobre questões que já 
foram anteriormente decididas, as partes também não pode arguir questões que são 
acobertadas pela preclusão. 
Art. 507. É vedado à parte discutir no curso do processo as questões já decididas a cujo respeito se 
operou a preclusão. 
2. PRINCIPIO DO DEDUZIDO E DEDUTÍVEL – Significa que, quando a parte ré ingressa 
com sua defesa ela tem uma obrigatoriedade, alegar toda a matéria de defesa na 
contestação, sob pena de preclusão, não terá outra oportunidade quanto o autor da 
ação não pode fazê-lo: se tem vários fundamentos para que o juiz acolha a pretensão, 
deverá indicar todos na inicial, não podendo indicar em outra ação e nem em outra 
oportunidade os outros fundamentos que não foram apresentados na atual (art. 508): 
Art. 508. Transitada em julgado a decisão de mérito, considerar-se-ão deduzidas e repelidas todas as 
alegações e as defesas que a parte poderia opor tanto ao acolhimento quanto à rejeição do pedido. 
TEORIA GERAL DOS RECURSOS: O recurso é um remédio jurídico idôneo que busca 
ou que visa a reforma, invalidação, esclarecimento ou a integração da decisão impugnada. 
Deverá ser voluntário. Um remédio é uma invocação para correção de um erro, e a parte deverá 
arguir os vícios. O recurso precisa ser correto e previsto em lei. 
O inconformismo do próprio ser humano e controle das decisões (decisões 
corretas), são estes dois fundamentos que propiciam os recursos. 
VICIOS DOS RECURSOS: 
1. ERRO DE JULGAMENTO (REFORMA) /ERRO DE PROCESSO (INVALIDAÇÃO) 
(error in judicando): Quando o juiz avalia errado o arsenal probatório para que o fato 
existiu ou não existiu, aplicando errado a lei sobre um fato. Quando há erro de 
julgamento o Tribunal reforma a decisão e aplica a lei correta e quando a erro de 
processo, tem que se ter uma declaração de invalidação do processo em 1º grau. 
2. ERRO DE ESCLARECIMENTO OU INTEGRAÇÃO: Somente para embargos de 
declaração em caso de obscuridade, erro material etc. 
PRINCIPIOS QUE REGEM OS RECURSOS 
1. CORRESPONDÊNCIA/CORRELAÇÃO DA DECISÃO DA SENTENÇA E RECURSO: 
Para cada decisão se tem um recurso correto para impugnar a mesma decisão. 
2. UNICIDADE (SINGULARIDADE): Para cadadecisão só cabe um único recurso. 
3. Exceção: acórdão proferido pelo tribunal de 2º grau, quando ocorrer a apelação e o 
acórdão ferir lei federal e a constituição caberá o recurso especial (STJ) e extraordinário 
(STF). 
4. TAXATIVIDADE: Só existem os recursos previstos no CPC e a competência será da 
União. 
5. FUNGIBILIDADE 
6. PROIBIÇÃO DA REFORMA 
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7. DUPLO GRAU 
RECURSO DE APELAÇÃO: 
CABIMENTO – Toda sentença, não interessa em qual processo a mesma foi proferida caberá 
o recurso de apelação. Decisões interlocutórias que não estão no rol do art. 1.015 serão objeto 
de impugnação como preliminar. 
APELANTES – A parte sucumbente (autor ou réu), ou os dois se ambos forem sucumbentes, 
Ministério Público e terceiro prejudicado. 
FATOS NOVOS – Podem ser arguidos fatos novos, mas somente fatos que decorreram depois 
da sentença ou se a parte ignorava ou desconhecia o fato na época de produção de provas, 
poderá ser arguido. Também, poderá ocorrer fato novo quando a parte não fala tudo para o 
advogado, e só no final em grau recursal, a parte quer revelar este fato. E até o terceiro 
prejudicado poderá trazer fatos novos. 
Art. 1.014. As questões de fato não propostas no juízo inferior poderão ser suscitadas na apelação, se 
a parte provar que deixou de fazê-lo por motivo de força maior. 
REQUISITOS – São requisitos da admissibilidade da petição da apelação: 
Art. 1.010. A apelação, interposta por petição dirigida ao juízo de primeiro grau, conterá: 
I - Os nomes e a qualificação das partes; 
II - A exposição do fato e do direito; 
III - As razões do pedido de reforma ou de decretação de nulidade; 
IV - O pedido de nova decisão. 
Apelação é um recurso que exige o preparo. 
PRAZO – O prazo para o recurso será de 15 dias uteis a partir da intimação da publicação da 
sentença. 
JUÍZO DE RETRATAÇÃO – Há a possibilidade de juízo de retratação, ou seja, é excepcional, 
do próprio juiz em virtude de o recurso de apelação voltar atrás na sua decisão. De ofício 
(competência dele) o juiz não poderá alterar, mas em virtude da Apelação o juiz poderá voltar 
atrás. 
Se o que se pede é parcial, há transito e julgado parcial, nesse caso o recurso é 
impugnado em apenas algumas partes e não toda a decisão do juiz. 
Art. 485. O juiz não resolverá o mérito quando: 
I - Indeferir a petição inicial; 
II - O processo ficar parado durante mais de 1 (um) ano por negligência das partes; 
III - Por não promover os atos e as diligências que lhe incumbir, o autor abandonar a causa por mais 
de 30 (trinta) dias; 
IV - Verificar a ausência de pressupostos de constituição e de desenvolvimento válido e regular do 
processo; 
V - Reconhecer a existência de perempção, de litispendência ou de coisa julgada; 
VI - Verificar ausência de legitimidade ou de interesse processual; 
VII - acolher a alegação de existência de convenção de arbitragem ou quando o juízo arbitral 
reconhecer sua competência; 
VIII - homologar a desistência da ação; 
IX - Em caso de morte da parte, a ação for considerada intransmissível por disposição legal; e 
X - Nos demais casos prescritos neste Código. 
§ 1o Nas hipóteses descritas nos incisos II e III, a parte será intimada pessoalmente para suprir a 
falta no prazo de 5 (cinco) dias. 
§ 2o No caso do § 1o, quanto ao inciso II, as partes pagarão proporcionalmente as custas, e, quanto 
ao inciso III, o autor será condenado ao pagamento das despesas e dos honorários de advogado. 
§ 3o O juiz conhecerá de ofício da matéria constante dos incisos IV, V, VI e IX, em qualquer tempo 
e grau de jurisdição, enquanto não ocorrer o trânsito em julgado. 
§ 4o Oferecida a contestação, o autor não poderá, sem o consentimento do réu, desistir da ação. 
§ 5o A desistência da ação pode ser apresentada até a sentença. 
§ 6o Oferecida a contestação, a extinção do processo por abandono da causa pelo autor depende 
de requerimento do réu. 
§ 7o Interposta a apelação em qualquer dos casos de que tratam os incisos deste artigo, o juiz terá 
5 (cinco) dias para retratar-se. 
IMPROCEDÊNCIA LIMINAR (ART. 332) 
Art. 332. Nas causas que dispensem a fase instrutória, o juiz, independentemente da citação do réu, 
julgará liminarmente improcedente o pedido que contrariar: 
I - Enunciado de súmula do Supremo Tribunal Federal ou do Superior Tribunal de Justiça; 
II - Acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Superior Tribunal de Justiça em 
julgamento de recursos repetitivos; 
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Giovanna de Freitas Maciel - Processo Civil III – Prof. Stela Marlene Schwerz 
 
 
III - Entendimento firmado em incidente de resolução de demandas repetitivas ou de assunção de 
competência; 
IV - Enunciado de súmula de tribunal de justiça sobre direito local. 
§ 1o O juiz também poderá julgar liminarmente improcedente o pedido se verificar, desde logo, a 
ocorrência de decadência ou de prescrição. 
§ 2o Não interposta a apelação, o réu será intimado do trânsito em julgado da sentença, nos termos 
do art. 241. 
§ 3o Interposta a apelação, o juiz poderá retratar-se em 5 (cinco) dias. 
§ 4o Se houver retratação, o juiz determinará o prosseguimento do processo, com a citação do réu, 
e, se não houver retratação, determinará a citação do réu para apresentar contrarrazões, no prazo 
de 15 (quinze 
PROCEDIMENTO NO TRIBUNAL: Interpõe a Apelação perante o juiz de 1º grau e se for o caso 
de retratação, o mesmo se retrata e se não for caso de retratação ele mandará para o Tribunal 
de Justiça e lá terá o “Juízo de Admissibilidade”. Chegando lá, será distribuído a um Relator 
(Desembargador). O Tribunal é um Órgão Colegiado e lá dentro possuem várias Câmaras 
Cíveis. É o Relator que tem o primeiro contato com o Recurso de Apelação. 
1. REGRA GERAL – são os três julgadores (Relator + dois julgadores) e se pede que o 
Recurso seja incluído em uma Sessão de Julgamento (um dia da semana se reúnem 
para julgar), os dois julgadores terão apenas contato com o Recurso no dia desta 
Sessão. E esses dois julgadores podem ou não concordar com o relator. 
2. Se ocorrer algum vício no “Juízo de Admissibilidade”, o mesmo abre prazo para 
regularização (5 dias) se for sanável. Se for insanável, como intempestividade, abriu 
oportunidade para sanar o vício e a parte ficou inerte, neste caso o “Juízo de 
Admissibilidade é negativo”, portanto NÃO CONHECE O RECURSO. Quando o Relator 
não conhece o recurso, denominará “DECISÃO MONOCRÁTICA” do Relator, assim, 
nem irá o Recurso para a decisão colegiada, é uma decisão unipessoal, não dependerá 
do julgamento dos dois julgadores. 
3. A DECISÃO MONOCRÁTICA está sujeita ao “agravo interno”. O Agravo tem o objetivo 
de levar ao Órgão Colegiado a revisão da decisão monocrática. 
Não tendo decisão monocrática, terá o conhecimento do Recurso, assim será 
necessário abrir o contraditório e também o prazo para que o apelado apresente 
contrarrazões, neste momento poderá entrar com o recurso adesivo. Se for dar 
provimento também precisa abrir o contraditório. 
4. DECISÃO DE MÉRITO: O julgador poderá julgar o MÉRITO pela Súmula (consolidação 
objetiva da jurisprudência, ou seja, o tribunal reconhecendo já tendo formado um 
entendimento majoritário sobre determinada matéria, tem o dever de formalizar o 
entendimento por meio de um enunciado) ou precedente (qualquer julgamento que 
venha ser utilizado como fundamento de outro julgamento posteriormente proferido). Os 
juízes e os Tribunais são obrigados a aplicar o Precedente. 
5. NEGAR OU DAR PROVIMENTO (ART. 932, IV E V) 
Art. 932. Incumbe ao relator: 
IV - Negar provimento ao recurso que for contrário a: 
a) Súmula do Supremo Tribunal Federal, do Superior

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