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Desenvolvimento de Produtos e Marcas e Formação de Preços
Aula 10: Aspectos Financeiros em Preços
Apresentação
Estudaremos os principais conceitos �nanceiros para a formação de preços. Desse modo, trataremos de juros, taxas de
juros e juros compostos, entre outros. Aprenderemos a diferença entre os ciclos econômico e �nanceiro assim como em
que ponto se assemelham. Abordaremos, ainda, nesta aula, como se dá a formação dos preços de venda à vista e a
prazo, a qual se con�gura como um cálculo fundamental para o desempenho de mercado de produtos e serviços, bem
como para a garantia do sucesso das empresas.
Objetivos
De�nir os principais conceitos �nanceiros relacionados à formação de preços;
Descrever o que são juros, lucros e margem de contribuição;
Aplicar os conceitos à formação de preços de produtos e serviços.
 Aspectos gerais
Neste primeiro momento da aula, é Ricardo (2012) quem irá nos esclarecer sobre os aspectos �nanceiros em preços.
Para o autor, nos mercados �nanceiros é comum encontrarmos três personagens básicos:
ofertador de recursos;
tomador de recursos;
intermediador �nanceiro.
Cada um deles tem a �nalidade básica de propiciar a
transferência de poupança de unidades econômicas com
superávit para as com dé�cit, ou seja, que investiram mais do que
as receitas obtidas.
A alocação dessa poupança tem um preço, que é expresso pela taxa de juros. O juro compõe-se basicamente de duas
partes: uma remuneração pela cessão temporária do capital e mais um prêmio pelo risco da liquidez.
Até o momento, estudamos os aspectos econômicos dos componentes de custos e despesas. Eles se constituem na
base necessária à correta formação do preço de venda. Também vimos os aspectos essenciais para a gestão deles,
visando a tornar o preço mais competitivo.
Nessa parte, aborda-se outro componente essencial a ser levado em consideração na formação de preço de venda, que
é o Financeiro. Ele é vital, pois se refere à administração dos recursos �nanceiros disponíveis na empresa.
Os aspectos estruturais e essenciais de Finanças, aliados à complexidade e ao número de variáveis operacionais e
econômicas envolvidas até aqui, bem como o visível impacto de cada uma, que de forma inter-relacionada e direcional
afetam toda a operação, e concluem-se nesta área especí�ca, com todas as consequências conhecidas, devem ser
muito bem avaliados, administrados, integrados e compreendidos.
Mais do que em qualquer outra área da empresa, em Finanças há a necessidade de uma visão holística e de uma
abordagem global, em que o todo está em cada parte e cada parte está no todo, de forma integrada e indissolúvel. Desse
modo, quando tratamos da administração dos recursos �nanceiros, em nada auxilia uma visão fragmentada e
particularizada.
 Juros
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O que é juro?
Ricardo (2012) explica que, para alguns autores, Juro é a remuneração paga pelo direito de usar o dinheiro.
Outros autores expandem mais o conceito e defendem que podemos de�nir os juros como um aluguel pago
pela obtenção de um dinheiro emprestado ou, de modo amplo, como o retorno obtido pelo investimento
produtivo do capital. Os juros representam a diferença entre o valor investido e o valor resgatado.
Taxa de Juros
Segundo Ricardo (2012), taxa de juros é a razão entre os juros cobrados (ou recebidos) no �m de um período de
tempo; é o dinheiro devido ou aplicado no início do período.
Os valores em dinheiro somente podem ser comparados entre si quando se referirem a uma mesma data. A
transferência de um valor de uma data para outra deve ser feita considerando-se determinada taxa de juros.
O valor do dinheiro é diretamente afetado pelo tempo, e a taxa de juros é o instrumento usado para
expressar o valor do dinheiro no tempo.
Usualmente, utiliza-se o conceito de taxa de juros quando se paga por um empréstimo; e o conceito de taxa de
retorno quando se recebe pelo capital emprestado ou investido.
O método do valor presente líquido (VPL) é considerado o mais apropriado para analisar projetos de
investimento, não apenas porque trabalha com �uxo de caixa descontado, mas também porque o resultado,
sendo em espécie, revela a riqueza absoluta do investimento.
O método da taxa interna de retorno (TIR) é um dos mais so�sticados para quem quer avaliar propostas de
investimento de capital. A TIR representa a taxa de desconto que iguala, em um único momento, os �uxos de
entrada com os de saída de caixa. Em outras palavras, é a taxa que produz um VPL igual a zero.
Contexto In�acionário
Para Ricardo (2012), de forma simples, o processo in�acionário é o aumento generalizado dos preços, ou a
perda de poder aquisitivo da moeda. Existem vários indicadores de in�ação no Brasil, entre os quais, no
mercado �nanceiro, o IGP-M se destaca.
As taxas de juros embutem uma in�ação passada ou esperada no período, gerando uma taxa nominal. Ao se
descontar a in�ação da taxa nominal, obtém-se a “taxa real” de juros, cujo conceito é, na realidade, impraticável
e controvertido, dada a multiplicidade de indexadores e a periodicidade de coleta de dados.
Juros Compostos – montante
Ricardo (2012) exempli�ca mostrando que um capital de $ 100.000 investido por três períodos a uma taxa de
2,5% ao mês gerará o seguinte resgate no �nal:
Portanto, resgata-se: $ 107.689,06 ou 7,689%, além do capital inicial investido.
Como se veri�ca, 2,5% a.m., somados, resultariam em 7,5% (2,5% x 3); o que causou a variação foi o fato de
haver juros compostos. Houve incidência de juros sobre juros.
Como o montante é composto e inclui os juros exponencialmente, de�ne-se que montante é:
Em que:
m = montante;
c= capital inicial;
i = taxa de juros em forma decimal, ou seja, dividida por 100;
n= número de períodos de capitalização.
Resgata-se 7,689% no �nal de três períodos, isso porque capitalizamos os juros de forma composta, ou seja:
$ 100. 000, 00
$ 2. 500, 00 2, 5 % (1º período)
$ 102. 500, 00 Fim do 1º período
$ 2. 562, 50 2, 5 % (2º período)
$ 105. 062, 50 Fim do 2º período
$ 2. 626, 56 2, 5 % (3º período)
$ 107. 689, 06 Fim do 3º período
M = c × (1 + i) n
(1 + 0, 025) × (1 + 0, 025) × (1 + 0, 025) = 1, 025 × 1, 025 × 1, 025 = 1, 07689 ou (1, 025)³ = $ 107. 689, 06 ou seja: (1 +
Juros Compostos - Valor Presente
Para Ricardo (2012), podemos de�nir valor presente (VP) como sendo o Capital no valor de hoje.
Com o passar do tempo, são acrescidos juros a esse valor, o que resulta em um montante. O montante é um
valor produzido no futuro, que engloba o valor presente mais os juros resultantes da operação; portanto,
podemos chamá-lo de valor futuro (VF).
Se, para obter um montante futuro multiplica-se o capital inicial pela expressão (1+ i) n, então:
Nota-se que para um montante de $ 107.689,06  chegar a $ 100.000 houve um desconto de 7,14%, e não 7,68%.
Calculando a expressão de outra forma, temos: se 1,07689 é fator de composição, dividir o montante a pagar
pelo fator seria equivalente a dividir 1/1,07689, o que geraria um fator  de valor presente de 0,9286, ou seja,
multiplica-se $ 107.689,06 por 0,9286, encontrando-se $ 100.000.
Este ponto é importante, uma vez que na prática existem dúvidas sobre concessão de descontos, como: a taxa
de juros é de 3,0% para 30 dias e o fornecedor concede 2,9% de desconto para pagamento à vista. O fator de
capitalização é 1,03 = (1 + 0,03)¹, portanto, o fator de valor presente é de 0,971, ou seja, (1 – 0,971) x 100 = 2,9%
de desconto.
Cálculo do preço à vista
O principal pressuposto da formação do preço de venda à vista, segundo Ricardo (2012), é a compra do material
ou mercadoria a um custo que representa o valor à vista (ciclos �nanceiros). Portanto, todos os demais custos e
despesas são à vista, e em determinado momento (formação do preço de venda) tudo ocorre.
Para melhor entendimento, o seguinte exercício é proposto:
Preço à vista no comércio – Suponha-se a seguinte situação: cotação do custo da mercadoria: $ 15.000, com
18% de ICMS incluídos e 10% de IPI. A compra é à vista, a mercadoria é vendida no momentoe a venda é
recebida no mesmo momento, ou seja: sabe-se o custo à vista, forma-se o preço e no mesmo instante vende-se
à vista e se recebe a venda.
O Mark-up inclui ICMS (18%), PIS e COFINS (9,25%), comissões (1%), despesas administrativas (10%) e lucro
desejado (19,4%) antes do Imposto de Renda.
Todos os elementos do Mark-up são recebidos e pagos no ato da venda.
Cálculo do preço:
(vp) valor presente = m / (1 + i)n vp = $ 107. 689, 06 = $ 100. 000 1, 07689
Custo
( - ) ICMS
( - ) PIS/COFINS
+ I P I
Custo
$ 15. 000
$ 2. 700
$ 1. 387
$ 10. 913
$ 1. 500
$ 12. 413
MARKUP=
1
(18 % + 9, 25 % + 1, 0 % + 10 % + 19, 4 % ) = 0, 4235
100
MARKUP = 2,36127 Preço
Preço à vista na indústria – Assumindo os mesmos pressupostos, o material/insumo custa $ 15.000, o ICMS é
de 18% e o IPI é de 10%. A produção agrega $ 6.000/ unidade de mão de obra e o CIF $ 8.000/ unidade. Recebido
o material, ele é imediatamente produzido, vendido, entregue e recebido num mesmo momento, ao passo que
todos os demais elementos do Mark-up, como no exemplo anterior, são pagos no mesmo momento. O IPI da
venda do produto é de 5%.
Cálculo do preço:
Preço a vista nos serviços – Suponha-se um serviço estimado em custar $ 45.000, livre de material e com todos
os elementos do custo pagos hoje, cotação feita hoje, serviço executado e recebido no momento. O ISS (5%) da
venda e os demais elementos do Mark-up são iguais aos do exercício anterior (exceção do ICMS) e também
foram pagos hoje.
Cálculo do preço:
As hipóteses são absurdas, pois tudo ocorre num mesmo momento, não é?
O que acontece, na realidade, é que seria di�cílimo, se não impossível, ocorrer e aplicar o conceito proposto, pois
isso signi�ca que todos os fatos devem ocorrer num mesmo momento, ou seja, os ciclos econômico e
�nanceiro (veremos à frente) ocorreriam num mesmo instante, o que é impraticável.
Existem prazos de recepção, fabricação, colocação à venda, entrega e, mesmo que a venda seja à vista, ainda
assim haverá um ciclo econômico e �nanceiro que deve ser considerado. Uma vez que o pressuposto é de que
tudo ocorre em dado momento (formação de preço), ou seja, tudo é desenvolvido nos valores de hoje, uma
solução para formar o preço à vista é recorrer à técnica do cálculo do VP, segundo a qual os VFs são trazidos a
VP a uma taxa determinada.
Dada a multiplicidade dos elementos envolvidos, o nível das taxas de juros e os vários prazos de pagamento de
cada fator, que implicariam praticamente formular preços diariamente, utiliza-se o conceito de prazos médios
dos elementos observados, em função do per�l de vendas.
Custo = $ 10.913 + $ 6.000 + $ 8.000 = $ 24.913
Mark-up = 2,36127
Preço à vista = $ 58.826,32
Preço à vista com IPI = $ 61.767,64
Custo $ 45.000 MARKUP=
1
1 – (5 % + 9, 25 % + 1, 0 % + 10 % + 19, 4 % ) = 1, 80668473
100
Preço à vista = $ 81.300,81
 Ciclos econômicos e �nanceiros
Ricardo (2012) explica que, segundo alguns estudiosos sobre o assunto, o ciclo econômico é o prazo decorrente entre a
aquisição dos recursos e a venda do produto, mercadoria ou serviço.
Ciclo �nanceiro é o prazo decorrente entre o pagamento dos
recursos adquiridos e o recebimento das vendas.
Pode-se também observar que, em número de dias, o ciclo �nanceiro é igual ao ciclo econômico, mais o prazo médio das
vendas, menos o prazo médio das aquisições.
Assim, se o ciclo econômico é de 25 dias, o prazo médio de vendas é de 30 dias e o prazo médio de pagamentos é de 28
dias, o ciclo �nanceiro é igual a:
CICLO FINANCEIRO = 25 dias + 30 dias – 28 dias = 27 dias
A conceituação, o entendimento e o cálculo do ciclo �nanceiro médio da
empresa são importantes, uma vez que os pagamentos usualmente
ocorrem antes dos recebimentos, gerando uma Necessidade de
Financiamento Permanente de Capital de Giro.
No caso observado, o ciclo completo de operação deve ser �nanciado pela empresa, uma vez que, no período decorrido
entre a aquisição dos recursos, o processamento e a venda, os recursos adquiridos são pagos antes do recebimento das
vendas. Se a empresa não possui uma estrutura de capital próprio e de �nanciamento adequada para suportar o “giro”
de 27 dias, deverá recorrer a empréstimos de curto prazo, muito provavelmente experimentando crises de liquidez
constantes.
Essa necessidade de capital de giro depende da natureza da operação, das práticas usuais do ramo de atividade e do
nível de atividades da empresa, devendo ser dimensionada, avaliada e �nanciada com recursos de acordo com a
estrutura da empresa.
Vimos anteriormente que nem sempre mais vendas signi�cam mais lucros, e no aspecto de capital de giro, mais vendas,
se a empresa não estiver adequadamente estruturada �nanceiramente, signi�cam mais problemas, pois mais compras
são necessárias, mais estoques e maior volume de contas a receber, o que em outras palavras representa um volume
monetário muito maior para �nanciar os 27 dias (RICARDO, 2012).
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 Fonte: Shutterstock.
 Aspectos �nanceiros para vendas e preços
Para alguns autores, a determinação do preço de venda a prazo deve incluir um valor relativo ao acréscimo �nanceiro
necessário para o ressarcimento da empresa vendedora pelo período de �nanciamento concedido ao cliente. Isso é
interessante uma vez que, ao �nanciar as vendas com recursos próprios, a empresa reduzirá as disponibilidades
�nanceiras e precisará captar recursos para o suprimento do caixa.
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Defende-se que a empresa deve repassar aos clientes ao menos
uma taxa de juros su�ciente para a recuperação da perda do valor
aquisitivo da moeda no prazo concedido para a quitação das
duplicatas a receber.
Não é su�ciente, porém, adicionar uma taxa de juros “x” sobre o valor do preço de venda à vista. Isso porque, sobre esse
preço, incidem fatores como impostos e comissões (com prazos de pagamentos diferentes do concedido aos clientes) e
o efeito �nal, quanto ao resultado (lucro) da venda, não seria almejado.
Até o momento, trabalhamos com a metodologia da formação de preço de venda, sem preocupação com os prazos de
compra, entrega, produção, prazos de venda, prazos dos impostos, numa economia com in�ação próxima de zero e
taxas de juros não relevantes. Discutimos somente a metodologia da formação de preços.
Uma vez conhecida essa metodologia, incluem-se fatores do ciclo �nanceiro, dos custos �nanceiros e, eventualmente, a
in�ação, nas considerações sobre o cálculo do Mark-up, o que gradativamente aumenta a complexidade do assunto.
Uma vez calculado o preço de venda, a empresa, ao conceder prazos adicionais de pagamento excedentes ao período
do ciclo econômico, deverá incluir o custo �nanceiro referente ao prazo concedido.
Surgem, então, as perguntas: 
A que taxa? De tomador? Ou de aplicador?
Para essas questões, utilizaremos o conceito desenvolvido no tópico sobre juros, ou seja, a oportunidade da aplicação
�nanceira, ponderadamente com os custos de capital da empresa.
 Bases e métodos de inclusão dos encargos �nanceiros
Existe uma ampla variedade de aplicações, métodos e possibilidades utilizadas no mercado para se incluir o custo
�nanceiro no preço para vendas a prazo. Abordam-se métodos e bases comuns de inclusão e de prática do mercado,
algumas, inclusive, ilógicas, senão suicidas, do ponto de vista mercadológico, porém, incluídas para demonstração.
Esses métodos e bases são factíveis para o cálculo e, por vezes, são até inconscientemente utilizados, gerando impacto
apreciável no preço.
É conveniente saber que as bases são os pressupostos utilizados de preços à vista, que serão usados para a formação
do preço a prazo. A formação do preço à vista é desenvolvida por métodos compreendidos por conceitos �nanceiros.
Atenção! Aqui existe uma videoaula, acesso pelo conteúdo online
 Como é feito o repasse do encargo �nanceiro do fornecedor utilizando o valor de compra a prazo?
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Veja, no �uxo a seguir,como é feito o repasse do encargo �nanceiro do fornecedor utilizando o valor de compra
a prazo.
A. Pelo prazo do fornecedor
1. Premissas: Sincronia de ciclos �nanceiros.
Compra-se com prazo de pagamento de 30 dias e vende-se com prazo de recebimento de 30 dias.
Mark-up: 2,36127509 (vide Mark-up nos estudos sobre venda à vista).
Custo: $ 12.413
2. Cálculo: Preço a prazo = $ 12.413 x 2,36127509 = $ 29.310,50
Resultado:
Vendas...........................$ 29.310,50...........100,00%
Custo..............................$ 12.413,00.............42,35%
ICMS...............................$ 5.275,89.............18,00%
PIS/COFINS...................$ 2.711,22...............9,25%
Comissões......................$ 293,11...............1,00%
Desp. Administrativas.....$ 2.931,05.............10,00%
Lucro...............................$ 5.686,23............19,40%
3. Análise:
Vantagens:
Facilidade de aplicação e rapidez.
Desvantagens:
Não se conhece o valor a vista e a lucratividade real;
Risco de embutir taxa de juros superior ou inferior;
Risco de prazos diferenciados de compra e venda;
Sincronia dos demais custos e despesas não relacionados;
Simula um valor presente para 30 dias futuros, como se ocorresse a venda à vista daqui a 30 dias.
B. Pela taxa embutida pelo fornecedor
B1. Por dentro, com margem absoluta.
1. Premissas:
Sincronia dos prazos de compra e venda.
Inclusão do custo �nanceiro de mais 30 dias.
Base/custo de $ 12.413 para 30 dias.
Manutenção do lucro em $ da “venda à vista”.
Mark-up “à vista”: 2,3612750
Taxa do mercado: 2% a. m.
Preço à vista = $ 12.413 x 2,36127509 = $ 29.310,50 2.
2. Cálculo:
Preço a prazo: Custo $ 12.413 + (lucro do suposto preço de venda à vista) = $ 12.413 + (19,4% x $ 29.310,50) = $
12.413 + $ 5.686,24 = $ 18.099,24
Mark-up ICMS...................................18,00%
PIS/ COFINS…....................................9,25%
Comissões...........................................1,00%
Despesas Administrativas..................10,00%
Juros...................................................2,00% 
Total...................................................40,25% 
MARK-UP DIVISOR = 
100 – 40 , 25 
100 = 0, 5975
MARK-UP MULTIPLICADOR = 
1
0 , 5975 = 1, 673640
Preço a prazo = $ 18.099,24 x 1.673640 = $ 30.291,61 2
RESULTADOS À VISTA A PRAZO 
Vendas $ 29.310,50 $ 30.291,61 
Custo $ 12.413,00 $ 12.413,00 
ICMS $ 5.275,89 $ 5.452,49 
PIS/COFINS $ 2.711,22 $ 2.801,97 Comissões $ 293,11 $ 302,92
DESPESAS À VISTA A PRAZO Administrativas $ 2.931,05 $ 3.029,16 Custo �nanceiro Administrativas $ 605,84
(2% da venda – por dentro do Mark-up) 
LUCRO À VISTA A PRAZO Representação em % Lucro $ 5.686,23 $ 5.686,23 18,77%
3. Análise
Desvantagens:
Inclui-se o custo �nanceiro duplamente, pelo prazo do fornecedor e da venda.
O valor “à vista” já se encontra onerado e incorreto.
Não se ponderaram os valores a vista, as despesas e os prazos.
B2. Por dentro, com margem relativa.
1. Premissas:
Similares a B1, com a inclusão do lucro e do custo �nanceiro no Mark-up, ou seja, incluído o custo �nanceiro,
deseja-se um lucro de 19,4%.
2. Cálculo:
Custo $ 12.413 para 30 dias.
Mark-up
ICMS................................................18,00%
PIS/COFINS......................................9,25%
Comissões..........................................1,00%
Despesas Administrativas..................10,00%
Custo Financeiro.................................2,00%
Lucro.................................................19,40%
Total..................................................59,65%
3 ________1_______ = 2,4783 100 – 59,65 / 100
Preço a prazo = $ 12.413 x 2,478315 = $ 30.763,32
Vendas.........................................$ 30.763,32
Custo........................................... $ 12.413,00
ICMS............................................ $ 5.537,40
PIS/COFINS................................. $ 2.845,61
Comissões.................................... $ 307,63
Despesas Administrativas..............$ 3.076,33
Custo �nanceiro............................$ 615,27 (2% da venda)
Lucro.............................................$ 5.941,08 (19,4%)
3. Análise
Novamente inclui-se o custo �nanceiro duplamente.
O valor à vista já está onerado e incorreto.
O Mark-up �ca elevadíssimo por incluir 2% de juros por dentro e, ainda assim, se obtém lucro de 19,4%.
Não foram ponderados os prazos médios dos custos e despesas.
B3. Por fora
1. Premissas:
O preço à vista considerado é de R$ 29.310,50.
Nesse caso, o Mark-up utilizado foi o mesmo e o custo �nanceiro de 2% será incluído por fora.
2. Cálculo
Preço a prazo = R$ 29.310,50 x [( 1 + ( 2%/ 100)] = $ 29.896,71
Resultado: Vendas.........................................$ 29.896,71
Custo........................................... $ 12.413,00
ICMS............................................ $ 5.381,41
PIS/COFINS................................. $ 2.765,45
Comissões.................................... $ 298,96
Despesas Administrativas..............$ 2.989,67
Custo Financeiro........................... $ 248,26 (2% do custo “�nanciado” por 30 dias)
Lucro............................................ $ 5.799,93 (19,4% da venda)
3. Análise: 
Parte-se de uma base incorreta, ou seja, um valor à vista, como pelo prazo do fornecedor para 30 dias, e agora,
inclui-se o custo �nanceiro do ciclo para mais 30 dias.
Repasse do encargo �nanceiro, utilizando o valor à vista do fornecedor
Sabe-se que o fornecedor para comprar à vista tem preço de $ 12.750,00, com 18% de ICMS e 10% de IPI.
Custo.........................................$ 12.750,00
( - ) ICMS………….......................$ 2.295,00
( - ) PIS/COFINS………...............$ 1.179,37
                                                   $ 9.275,63
( + ) IPI…..................................$ 1.275,00
Custo……………………………………..$ 10.550,63
Mark-up ICMS...............................18,00%
PIS/COFINS................................ 9,25%
Comissões.................................. 1,00%
Despesas Administrativas...........10,00%
Lucro......................................... 19,40%
                                                     57,65%
MARK-UP = 
1
100 – 57 , 65 
100
 = 2,36127509
Preço à vista = $ 24.912,94
Atividade
1. Sabendo que juro é a diferença entre o valor investido e o valor resgatado, assinale a alternativa que apresenta a
de�nição correta de taxa de juro:
a) É o valor recebido pelo capital emprestado ou investido;
b) É a razão entre os juros cobrados (ou recebidos) no fim de um período;
c) É a taxa de desconto que iguala, em um único momento, os fluxos de caixa de entrada e os de saída;
d) É a taxa cujo VPL é igual a zero;
e) É o aumento generalizado dos preços.
2. Qual é a diferença entre VP (valor presente) e VF (valor futuro)?
3. Assinale a alternativa que apresenta corretamente a de�nição de Ciclo Econômico:
a) É o período decorrido entre a aquisição dos recursos, o processamento e a venda.
b) É o período no qual são acrescidos juros a um determinado valor, resultando em um montante.
c) É o prazo decorrente entre a aquisição dos recursos e a venda do produto, mercadoria ou serviço.
d) É o prazo decorrente entre o pagamento dos recursos adquiridos e o recebimento das vendas.
Notas
Eletricidade1
Entre os leigos, a eletricidade normalmente é confundida com energia elétrica.
Coulomb2
Seu nome foi dado em homenagem a Charles de Coulomb, devido a suas atribuições nos estudos da eletricidade.
Referências
DINIZ, N. Formação de preços. Rio de Janeiro: SESES, 2015. E-book.
RICARDO, J. Aspectos �nanceiros para vendas e preços. In: RICARDO, J. Formação de preços. Rio de Janeiro: UNESA, 2012.
(Aula 3 – PPT).
SILVA, L. A. Administração de marketing. Rio de Janeiro: SESES, 2015. E-book.
YANASE, J. Custos e formação de preços: importante ferramenta para tomada de decisões. São Paulo: Trevisan, 2018. E-
book.
Próxima aula
Na próxima aula, vamos conhecer e estudar os conceitos de:
Ciclo de Vida de Produto;
Posicionamento;
Valor.
Explore mais
Para saber mais a respeito do assunto tratadonesta aula, leia o artigo:
Custos e formação de preços <https://administradores.com.br/artigos/artigo-custos-e-formacao-de-precos>
https://administradores.com.br/artigos/artigo-custos-e-formacao-de-precos