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Guia_da_Disciplina gestao escolar

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GESTÃO ESCOLAR 
Dra. Marcia Vale 
GUIA DA 
DISCIPLINA 
 2020 
 
 
1 Gestão Escolar 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
GESTÃO EDUCACIONAL E ESCOLAR 
 
Para Freire, saber pensar e não ter certeza de suas próprias certezas, é criticar, 
analisar e, junto ao educando, desenvolver onde querem chegar objetivando melhor 
domínio. Nisto cria-se um ambiente de diálogo, liberdade de expressão e troca de 
experiência, com isso inicia o desejo do saber necessário. 
 
Introdução: 
Ao ver que uma das principais mensagens desta obra é o amor ao ensinar; podemos 
assim dizer que é um dom e não cabe a todos os homens e mulheres, é algo simplesmente 
particular que reunido com a vontade de aprender entre professor e aluno gera uma 
autonomia genuína e real no campo da educação. 
 
Ao formar indivíduos com capacidade para transformar fazemos assim a diferença 
num sistema sócio – econômico – político tendo a certeza que o sistema opressor não 
influenciará na informação obtida. Não tem espaço para a marginalização ou exclusão, 
desta ou daquela criança, família, comunidade. Conforme Saviani (2005): 
 
Nesse quadro, a causa da marginalidade é identificada com a ignorância. É 
marginalizado da nova sociedade quem não é esclarecido. A escola surge como um 
antídoto à ignorância, logo, um instrumento para equacionar o problema da 
marginalidade. Seu papel é difundir a instrução, transmitir os conhecimentos 
acumulados pela humanidade e sistematizados logicamente. 
 
A escola então surge na sociedade organizada como um local em primeiro momento 
somente para crianças: vamos ao poema que dá concepção à escola. 
 
Escola é... 
O lugar onde se faz amigos 
Não se trata só de prédios, salas, quadros, 
Programas, horários, conceitos... 
Escola é, sobretudo, gente, 
Gente que trabalha, que estuda, 
Que se alegra, se conhece, se estima. 
O diretor é gente, 
O coordenador é gente, o professor é gente, 
O aluno é gente, 
Cada funcionário é gente. 
E a escola será cada vez melhor 
Na medida em que cada um 
Se comporte como colega, amigo, irmão. 
Nada de “ilha cercada por todos os lados”. 
Nada de conviver com as pessoas e depois descobrir 
Que não tem amizade a ninguém 
 
 
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Nada de ser como o tijolo que forma a parede, 
Indiferente, frio, só. 
Importante na escola não é só estudar, não é só trabalhar, 
É também criar laços de amizade, 
É criar ambiente de camaradagem, 
É conviver, é se “amarrar nela”! 
Ora, é lógico... 
Nunca escola assim vai ser fácil 
Estudar, trabalhar, crescer, 
Fazer amigos, educar-se, 
Ser feliz. 
 
Paulo Freire 
 
Quando pensamos em escola, pensamos em gestão da educação e ou gestão 
escolar e vamos continuar com algumas definições que citadas nos reportem aos conceitos 
já estudados. Rodrigues (1987) reforça o raciocínio ao afirmar que a instituição escolar não 
é uma empresa e sim um local por onde passam prioritariamente relações humanas, 
sociais, culturais e políticas. E, por isso, dirigi-la não é tarefa que se esgota no 
desenvolvimento de exigências técnicas, mas, no apelo, nos desejos, as diferenças sociais, 
às emoções e ao comprometimento com a política de transformação social por parte 
daqueles que participam do processo educativo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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1. COMUNIDADE ESCOLAR 
 
COMUNIDADE – esse é o nosso início... 
O livro - Comunidade: a busca por segurança no mundo atual promete prazeres, não 
alcançáveis, que todos gostariam de experimentar. Como diz Zygmunt Bauman 
(2007): Para começar, a comunidade é um lugar "cálido", um lugar confortável e 
aconchegante (...) Lá fora, na rua, toda sorte de perigo está à espreita; temos que estar 
alertas quando saímos, prestar atenção com quem falamos e a quem nos fala, estar de 
prontidão a cada minuto. Esta é uma definição do sociólogo Bauman em um estudo sobre 
a sociedade pós-moderna em que vivemos. 
 
Agora considerando que comunidade é um grupo maior ou menor de indivíduos 
agrupados unicamente por habitarem o mesmo lugar, como é o caso de um condomínio de 
casas ou de apartamentos, e por estarem associados com vistas às mesmas finalidades. 
Por Mario Guerreiro. 
 
Portanto a comunidade escolar é: 
 
Como a própria definição diz, Comunidade Escolar é o corpo social da escola. 
Assim, escola não é somente formada por alunos, professores e diretores. 
 
Nos tempos atuais a escola precisa ser formada por um grupo, que trabalhando 
coletivamente atendam às necessidades dos alunos e da sociedade. São eles: alunos, 
professores, diretor, coordenador, serventes, merendeiras, inspetores, pais, enfim todos 
aqueles que direta ou indiretamente estão envolvidos com o ensino-aprendizagem. 
 
Muita gente não sabe, mas escola de qualidade é aquela que possui espaços para 
discussões e decisões coletivas. É isso aí. Acabou o tempo em que o diretor ditava as 
regras. Agora todos podem apontar o que está errado e dar sugestões para melhorar. Mas 
não é só isso. Também temos que colocar a mão na massa. Muita coisa os órgãos públicos 
devem fazer pela escola, mas muitas outras podem ser feitas por nós. 
 
Então pense e responda para si mesmo: O que você fez hoje para melhorar? 
https://sites.google.com/site/emefdelcelia/comunidade-escolar 
 
https://sites.google.com/site/emefdelcelia/comunidade-escolar
 
 
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Os nossos conceitos, definições, moral e ética, se revelam em nossas ações dentro 
e fora da escola. Você enquanto ser humano tem seus acertos e erros e assim será 
enquanto gestor de uma unidade escolar. Não pode ter medo de errar e existem três ações 
indispensáveis que são “tempo, presença, lembrança”. 
 
Um gestor escolar precisa gostar e querer trabalhar dentro de uma unidade tão 
complexa que é a escola neste século; é na escola que a sociedade se mostra; é dentro da 
escola que todos os problemas sociais, familiares, economicos e afetivos se revelam. 
 
O gestor é o grande articulador dessa família chamada escola e com certeza seu 
mentor; dizem que a escola é a cara do seu diretor e de como ele entende a mesma. Os 
conflitos dentro de uma escola são muito mais de ordem pessoal do que de ordem 
administrativa. 
 
Neste século um gestor ou gestora não gerencia a escola sozinha e precisa ter em 
mente que as decisões nem sempre são as melhores ou as mais corretas, mas sim aquelas 
tomadas em comunhão. Os diretores de escola chegam as unidades de diferentes maneiras 
e o bom andamento se deve ao envolvimento com a comunidade escolar; seja ela onde for 
e como for. 
 
A comunidade escolar são os tentáculos do gestor e pode ajudá-lo nos rumos e 
ordenamentos de prioridades e o mais importante, influenciar no pedagógico e no gosto 
pela escola e pelos estudos. O gestor hoje em pleno século XXI é um mediador de conflitos 
da escola. 
 
A função social da escola é uma discussão de âmbito nacional e que prevalece em 
todos os encontros, congressos e pesquisas deste século com vários grupos de estudiosos 
onde o foco é o fracasso escolar, pois afirmam que a escola tal como está instituida não 
gera um cidadão de sucesso. 
 
Poderiamos aqui entrar no mérito dos órgãos públicos e do fracasso nos meios de 
avaliação como Prova Brasil, Saresp, Enem, etc... que apenas querem medir o grau de 
aprendizagem por mecanismos erroneos ao perfil do Brasil. 
 
 
 
 
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Pensar em educação esquenta nossa mente e nunca sabemos se estamos 
certos. Mas, assim mesmo, defendo escola pública para todos em igualdade. 
http://www.educacaopublica.rj.gov.br/biblioteca/educacao/0245.html 
Situação da escola pública.http://www.educacaopublica.rj.gov.br/biblioteca/educacao/0245.html
 
 
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2. CONSELHO ESCOLAR ENTRE OUTROS 
 
Agora nossa temática segue para CONSELHOS ESCOLARES. 
Os conselhos escolares são um programa do governo federal intitulado “Programa 
Nacional de Fortalecimento dos Conselhos Escolares” e se desenvolveu a princípio 
capacitando as secretarias de educação, depois professores e depois a comunidade 
escolar; isto é: funcionários, pais e pessoas ligadas a escola. 
 
Hoje os conselhos fazem parte das políticas municipais, estaduais e federais, como 
o CME- Conselho Municipal de Educação; CMDCA – Conselho Municipal dos Direitos da 
Criança e do Adolescente; CT – Conselho Tutelar, etc...onde o governo estadual e federal 
determinam a criação dos mesmo de acordo com o número de habitantes de cada cidade. 
 
Os conselhos são formados para uma integração entre a comunidade fora da escola 
e os membros da escola e para que esta tenha condições para responder aos anseios da 
sociedade, no que diz respeito à formação do indivíduo para o trabalho e para a vida. 
Devemos começar a desenvolver instâncias de vivência democrática e o conselho escolar 
contribui para isso. 
 
1.1. O conselho de escola é responsável pelo estudo e planejamento, debate e 
deliberação; acompanhamento, controle e avaliação das ações do dia-a-dia da escola tanto 
no campo pedagógico como no financeiro e no administrativo. Ele é articulado às ações, 
acompanha os alunos que estão nos Programas desenvolvidos no ambiente interno da 
escola, como programas de recuperação paralela, e também quanto às resoluções de 
âmbito administrativo e financeiro. Contribuir para o direcionamento dos gastos das verbas 
federais, estaduais e municipais de modo a garantir a melhor aplicação dos recursos. 
 
O Conselho Escolar transforma a realidade da democracia na gestão da escola e do 
sistema de ensino, enfoca que não se faz democracia sem o empenho de todos que fazem 
parte da comunidade escolar e do sistema de ensino. É importante que o Conselho Escolar 
exerça constantemente a tarefa de avaliar a escola como um todo e faça da autoavaliação 
um dos momentos mais importantes em sua atuação, que deve ser transparente e mais 
próxima da comunidade possível. 
 
 
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O Programa Nacional de Fortalecimento dos Conselhos Escolares tem como 
objetivos: 
• Ampliar a participação das comunidades escolar e local na 
gestão administrativa, financeira e pedagógica das escolas 
públicas; 
• Apoiar a implantação e o fortalecimento de conselhos 
escolares; 
• Instituir, em regime de colaboração com os sistemas de ensino, políticas de 
implantação e fortalecimento de conselhos escolares; 
• Promover em parceria com os sistemas de ensino a capacitação de conselheiros 
escolares; 
• Estimular a integração entre os conselhos escolares; 
• Apoiar os conselhos escolares na construção coletiva de um projeto educacional no 
âmbito da escola, em consonância com o processo de democratização da 
sociedade; 
• Promover a cultura do monitoramento e avaliação no âmbito das escolas, para a 
garantia da qualidade da educação. 
 
Você poderá ler e ter acesso aos livros de formação dos conselhos escolares neste 
site: 
http://conselheiroescolar.virtual.ufc.br 
 
1.2. Outro conselho importante ligado à escola pública é o conselho municipal de 
educação. A criação do Conselho Municipal de Educação – CME tem como base legal a 
Constituição Federal de 1988 no seu artigo 211 e o artigo 11 da Lei de Diretrizes e Bases 
da Educação Nacional. Com a concepção de Conselho de Estado, o CME é um órgão que 
integra o Sistema Municipal de Ensino. O CME só possui função quando o Município possui 
Sistema de Ensino. Para proceder com a criação do CME é preciso alterar a Lei Orgânica 
do Município, a Câmara de vereadores aprova a Lei de Criação do Sistema e a Lei de 
Criação do CME. 
 
O Ministério da Educação mantém o Programa Nacional de Capacitação de 
Conselheiros Municipais de Educação (Pró-Conselho), ação do governo federal que 
 
 
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estimula a criação de novos planos por meio de conselheiros e qualifica os gestores da 
Educação das cidades brasileiras. 
 
Os conselhos municipais de Educação estão presentes em 85% das cidades 
brasileiras. Com funções diversificadas, eles ajudam a estabelecer um maior controle da 
gestão municipal de ensino e, se bem conduzidos, podem ser um importante pilar de uma 
gestão democrática, com a participação da sociedade civil nas decisões políticas 
relacionadas à Educação. 
 
 
 
 
 
Ainda temos o Conselho Tutelar que auxilia o gestor na proteção das crianças e 
adolescentes. O Conselho Tutelar zela por crianças e adolescentes que foram ameaçados 
ou que tiveram seus direitos violados. Mas zela fazendo não o que quer, mas o que 
determina o ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente - lei 8069- 90) em seu artigo 136, 
nem mais (o que seria abuso) nem menos (o que seria omissão). 
 
Entre as diversas funções dos conselheiros está a apuração de denúncias de casos 
de abusos, maus tratos, abandono dos pais ou responsáveis, não frequência na escola, 
problemas de saúde, entre outros. Após receber a denúncia, cabe aos conselheiros agirem 
para garantir e promover os direitos das crianças e adolescentes afetados. 
As soluções podem envolver apenas uma medida ou diversas em conjunto, como: 
• Orientações para os pais ou responsáveis; 
• Orientações, apoio e acompanhamento temporário das vítimas; 
• Inclusão em programas de auxílio ou comunitários; 
• Afastamento do convívio familiar; 
• Abrigo em entidades; 
• Requerimento de tratamento médico; 
• Informar o caso ao Ministério Público da cidade, em situações de crimes ou infrações 
contra a criança ou adolescente; 
• Informar outros órgãos necessários, como Coordenadorias Regionais de Educação 
(CRE) e Centros de Atenção Psicossocial (CAPS); 
http://www.todospelaeducacao.org.br/reportagens-tpe/26749/perguntas-e-respostas-o-
que-sao-e-como-funcionam-os-conselhos-municipais-de-educacao 
 
 
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Os casos em vermelho são decisões do juiz da vara da infância e da juventude e não 
do conselho tutelar que pode solicitar; porém quem decreta é o juiz. A escola em seu papel 
de gestor tem a obrigação de denunciar os casos acima citados, principalmente as faltas 
constantes ou excessivas das crianças em que os pais ou responsáveis não deram 
satisfação à escola. 
 
Como existe o PNE – Plano Nacional de Educação, existe o PEE – Plano Estadual 
de Educação e o PME – Plano Municipal de Educação e participar da elaboração e 
condução deste implica em críticas e sugestões e confere uma das atribuições do CME – 
Conselho Municipal de Educação, que são colegiados que reúnem representantes da 
comunidade escolar e da sociedade civil para decidir os rumos da educação do município. 
Os CMEs são fundamentais para a autonomia dos sistemas municipais. "A cidade que tem 
conselho de educação consegue dirigir os rumos do ensino em suas escolas", ilustra Cleide 
Bauab Bochixio (2016), gerente de desenvolvimento de projetos do Instituto Protagonistés, 
organização não governamental de São Paulo que presta consultoria. 
 
Hoje em 2016 temos 1293 cidades (23% dos municípios brasileiros) têm CME 
estruturado. Poucos, contudo, trabalham em todas as frentes possíveis. "Ainda não temos 
tradição de atuar nessas instâncias de decisão", afirma Arlindo Cavalcanti de Queiroz, 
coordenador de Articulação Institucional dos Sistemas de Ensino do Ministério da Educação 
(MEC). "Primeiro, é preciso vontade política do Executivo para estimular a criação desses 
órgãos e a participação da comunidade. Depois, é necessário que seus membros se 
disponhama estudar os problemas, a ouvir seus pares e a representá-los", explica. 
 
 
 
 O CMDCA é um conselho ligado ao CME e ao CT e caso tenham a curiosidade, o 
site acima tem um CMDCA bem ativo e funcional. 
http://www.cmdcasorocaba.org.br/ 
 
 
 
 
 
www.falandodegestao.com.br/dicionario 
 
http://www.cmdcasorocaba.org.br/
 
 
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3. GESTÃO X GESTÃO ESCOLAR 
 
Tomamos por base alguns significados do termo Gestão ligados a compreensão de 
educação. 
 
O Dicionário Aurélio a define como o ato de gerir ou gerência e aponta a palavra 
administração como sinônimo. Alguns autores, no entanto, entendem que administração 
possui uma conotação diferente do vocábulo gestão já que esta, mais recentemente, 
passou a significar a interferência direta e ampla dos gestores nos sistemas e 
procedimentos empresariais. Neste sentido, gestão poderia ser definida como o 
gerenciamento do conjunto de ações e estratégias nas organizações, de maneira holística, 
visando atingir seus objetivos. Há uma linha de pensamento que afirma que a administração 
está para os gerentes assim como a gestão está para os líderes. 
 
Gestão de Pessoas é um departamento que substitui o departamento pessoal ou o 
de recursos humanos e hoje está inserida na educação e no seu gerenciamento. A Gestão 
de Pessoas ocorre através da participação, capacitação, envolvimento e desenvolvimento 
de funcionários de uma empresa, e a área tem a função de humanizar as empresas 
(Idalberto Chiavenato). 
 
Para nós educadores já temos o termo embebido em nosso dia a dia com alunos; 
acrescento a Gestão do Conhecimento que significa o processo sistemático, articulado e 
intencional, apoiado na geração, codificação, disseminação e apropriação de 
conhecimentos que são estratégicos o alcance dos objetivos da organização, alavancando, 
multiplicando e gerando riquezas a partir do capital intelectual e do saber organizacional. 
 
Segundo Souza (2012) a gestão do trabalho educativo assume diferentes 
conotações de acordo com a concepção de educação, ensino-aprendizagem, formação 
humana e pedagógica de cada dirigente ou equipe gestora. Quando o autor se refere as 
concepções de educação implica na formação humana e trazemos em nós a ética da moral 
e a vivência da família, do local onde nos formamos, de como chegamos a profissão; se foi 
por imposição ou escolha pessoal. 
 
Agora usando de Heloisa Luck (2008) o conceito de autonomia da gestão nos revela 
a necessidade de autogestão, descentralização do poder e democracia no ensino de 
 
 
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Educação Básica. São tantos os conceitos, mas na prática muito ainda temos que 
caminhar. 
 
Ao tentar definir a autogestão me remeto a avaliação diária de nossas atitudes, e 
não ultrapassar os limites que a própria posição nos dá; já na descentralização do poder é 
saber delegar ou dividir suas tarefas, acreditar que todos ao seu redor são capazes. 
 
A democracia no ensino de Educação Básica pode em alguns momentos parecer de 
uma abrangência muito grande; sendo que a democracia seria a decisão da maioria, pois 
cada um vê as necessidades da unidade escolar por um ângulo e nos permite algumas 
atitudes e outras acabam engessadas como por exemplo decidir a formação e constituição 
das salas e anos de escolaridade. 
 
 
 
 
 
 
O foco da gestão escolar é a relação que é desenvolvida dentro dos limites da escola 
e do seu entorno comunitário. Luck (2002) comenta seis motivos para se optar pela 
participação na gestão escolar: melhorar a qualidade pedagógica; currículos concretos, 
atuais e dentro da realidade; aumentar o profissionalismo docente; evitar o isolamento dos 
diretores e professores; motivar o apoio comunitário às escolas; e, desenvolver objetivos 
comuns na comunidade escolar. 
 
O relacionamento humano é parte primordial da participação na gestão escolar e é 
nele que reside o bom andamento da escola; o restante é mostrar a cada um seu papel 
dentro do processo e todos são importantes, cada qual na sua função. O diretor é o maior 
incentivador de sua equipe, dos docentes, dos funcionários, da equipe gestora, dos alunos, 
dos pais e da comunidade em si. 
 
Segundo texto publicado no programa Progestão de Minas Gerais, são princípios da 
Gestão Democrática : 
• Descentralização: A administração, as decisões, as ações devem ser elaboradas e 
executadas de forma não hierarquizada; 
"A escola deve ser uma comunidade de aprendizagem também em liderança, 
tendo em vista a natureza do trabalho educacional." Heloísa Luck 
 
http://gestaoescolar.org.br/formacao/toda-forca-lider-448526.shtml 
 
http://crv.educacao.mg.gov.br/sistema_crv/Progestao/Modulo2_Exercicios.pdf
 
 
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• Participação: devem participar todos os envolvidos no cotidiano escolar 
(professores, estudantes, funcionários, pais ou responsáveis, pessoas que 
participam de projetos na escola, e toda a comunidade ao redor da escola). 
• Transparência: Qualquer decisão e ação tomada ou implantada na escola tem que 
ser de conhecimento de todos. 
 
Se a sua equipe gestora não tem nada de errado, porque esconder os dados da 
escola? Se a intenção é boa, porque não divulgar? Se existem dúvidas porque não 
perguntar? 
 
O TEMPO disponível para o trabalho do gestor não se esgota em hora nenhuma do 
dia; sua presença já diz e representa muita coisa, suas orientações e observações são a 
todos os momentos, avaliadas. Alguns gestores não participam dos Conselhos de Classe 
e Ano, delegando sua função ao Vice-diretor; trata-se de momentos marcantes onde 
conseguimos avaliar o conjunto da sua escola e como os docentes interpretam a educação 
e as crianças. Termino o texto com o poeta de Augusto Cury. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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4. GESTÃO DEMOCRÁTICA X GESTÃO COMPARTILHADA: 
DIFERENTES CONCEITOS 
 
As duas formas de gestão parecem se aproximar, mas são na verdade 
representações de administração públicas com concepções bem diferenciadas. A gestão 
democrática pertence a uma vertente que defende a escola pública e a igualdade para 
todas as crianças, são os chamados educadores populares e tem com eles um leque de 
autores brasileiros como Paulo Freire, Mario Sérgio Cortella, José Padilha, Ilma Passos, 
Julio Groppa Aquino, José Carlos Libâneo, Sonia Krammer entre muitos outros. 
 
A gestão compartilhada minimiza a responsabilidade do órgão público e transfere 
aos pais e a comunidade por intermédio de análises quantitativas referendadas pelo Banco 
Mundial sobre as análises dos sistemas avaliativos da educação. Vamos ver algumas 
concepções: 
 
A participação é uma característica indispensável numa gestão democrática, pois 
através dela busca-se alcançar os objetivos com uma colaboração mais ampla e com 
maiores possibilidades de obter sucesso naquilo que se almeja. É indispensável que o 
professor tenha consciência da importância desse tipo de gestão, pois o docente é uma 
peça chave para um ensino de qualidade, logo sua colaboração e participação são 
essenciais em meio a uma administração escolar democrática. 
 
(...) administrar uma escola pública não se reduz à aplicação de uns tantos métodos 
e técnicas, importados, muitas vezes, de empresas que nada têm a ver com objetivos 
educacionais. A administração escolar é portadora de especificidade que a diferencia da 
administração especificamente capitalista, cujo objetivo é o lucro, mesmo em prejuízo da 
realização humana implícita no ato educativo. 
 
Se administrar é usar racionalmente os recursos para a realização de fins 
determinados, administrar a escola exige a permanente impregnação de seus fins 
pedagógicos na forma de alcançá-los. (PARO, 2000)http://www.fundacoes.org.br/uploads/estudos/gestao_escolar/dimensoes_livro.pdf 
Heloisa Luck 
 
 
 
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 A participação, portanto, demanda preparação, que envolve a capacidade de tomar 
decisões de forma compartilhada e comprometimento com a implementação das decisões 
tomadas (Luck, 2007a). Em vista disso, cabe, pois, ao diretor, promover na escola o 
ambiente propício para a orientação dessa participação. 
 
 
A ambiguidade dos termos gestão compartilhada e gestão democrática, expressa na 
apropriação dos mesmos por parte do Estado, que tem sido um meio de transferir a 
manutenção financeira das escolas para a comunidade, e que assim passa a se 
responsabilizar por ela. Essa estratégia de envolvimento da comunidade pode ser 
considerada como um passo no processo de privatização do espaço público que vem sendo 
implementado pelo Estado do Paraná [...] por exemplo. 
 
Há uma progressiva desresponsabilização do Estado em relação ao financiamento 
da educação e são incentivadas parcerias com setores da sociedade civil para gerir a escola 
sem, no entanto, descentralizar o controle sobre a educação, (ZANARDINI. 2001). 
 
O discurso do Estado é de que: a participação da comunidade é um meio de tornar 
a escola mais democrática, no entanto, esta participação acaba por contribuir para que 
implemente as propostas do mesmo sem que se tenha clareza do seu real significado. Esta 
“partilha” com a comunidade, ou seja, esta divisão do espaço escolar se insere numa 
perspectiva, onde para o Estado à parte que lhe cabe é o controle administrativo, enquanto 
que para a comunidade caberia a manutenção financeira e a autonomia de resolver seus 
próprios problemas. 
 
 
 
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Tomar decisões é a essência da atividade administrativa. É o que provoca o 
movimento da estrutura organizacional em busca dos seus objetivos. Em virtude disso, 
muitas vezes tende-se a centrar na figura do líder (presidente da empresa, diretor de 
escola...) o sucesso ou fracasso da organização. O líder é quem decide. Uma administração 
ou gestão desse tipo, centralizada em uma pessoa, é chamada de GERIR, Salvador, v.7, 
n.21, p.19-50, outubro 2001 21 diretivas. 
 
Nela, o líder estabelece os objetivos de toda a organização, define o que vai ser 
realizado, por quem, quando e com que recursos. Ele dirige as pessoas para que cumpram 
o que foi estabelecido e verifica se o que foi determinado efetivamente foi realizado. Existe 
uma clara divisão entre quem manda e quem obedece. 
 
 
 
Na sua escola a administração é participativa ou diretiva? O líder é responsável 
por tudo? O que você acha que acontece quando a equipe participa da 
administração da escola? Fica a dica! Pergunte-se sempre. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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5. GESTÃO ESCOLAR E SUAS DIVERSAS VERTENTES. 
 
A educação democrática considera a proteção dos direitos humanos na escola uma 
condição básica e necessária para se começar a trabalhar por uma educação em prol da 
dignidade humana. (Iaacov Hecht, 2016). Tais intenções educacionais se passam em três 
esferas: 
a) a primeira – os meus e os nossos direitos humanos; 
b) a segunda – os direitos dos outros e dos diferentes; 
c) a terceira – os direitos do todo da humanidade. 
 
A escola democrática na concepção do autor, em um futuro próximo, as pessoas 
viverão em comunidades de aprendizado democrático acreditando em uma conexão 
profunda entre o indivíduo, sua família, seu local de trabalho e sua comunidade, cujo 
objetivo é possibilitar que todos alcancem seu potencial criativo e produtivo – uma ligação 
dessas anulará a necessidade de destruição. Todo membro da comunidade é responsável 
por si e por todos os outros. 
 
Segundo Libâneo (2004), as concepções de gestão escolar refletem posições 
políticas e concepções de homem e sociedade. O modo como uma escola se organiza e 
se estrutura tem um caráter pedagógico, ou seja, depende de objetivos mais amplos sobre 
a relação da escola com a conservação ou a transformação social. 
 
Os seis pilares da Gestão Escolar: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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O gestor escolar tem na sequencia descrita acima os diferentes tipos de gestão 
contemplam o trabalho de seu mentor e sua equipe que necessita estar bem alinhada 
sempre. 
5.1. Na gestão pedagógica 
O acompanhamento das ações do processo ensino-aprendizagem precisam estar 
em sintonia com a coordenação pedagógica e seus HTPCs.- horas de trabalho pedagógico 
coletivo e culmina nos conselhos de classe e ano que dão direção ao corpo docente e as 
atividades que podem ser proporcionadas na escola como a recuperação paralela em 
contraturno, etc. 
 
Aqui neste item a proximidade com pais e professores é essencial ao bom 
andamento da escola e o foco é sempre a criança, seja ela qual for. Muitas vezes nossos 
professores não sabem como agir e recorrem a coordenação e a direção para resolver 
problemas de âmbito comportamental que reflete no pedagógico. 
5.2. Gestão administrativa 
Gerencia as matrículas, funcionamento dos recursos materiais que dispõe a unidade; 
material de limpeza, utensílios de cozinha, material de secretária, disposição de salas, 
locais, quadras entre outros. 
 
Em todos os horários o gestor deve ter a exata noção de quem, onde e como estão 
dispostos os funcionários e materiais, inclusive as salas de lousa digital, brinquedoteca, etc. 
além degarantir o cumprimento da lei com dias e horas letivas, bem como aos seus 
professores, funcionários e ao corpo discente. 
 5.3. Gestão financeira 
Trata o ponto crucial da gestão, pois trás ao gestor a responsabilidade de gerir as 
verbas públicas que a ele chegam como o PDDE – Programa Dinheiro Direto na Escola 
que vem direto em uma conta no nome da escola, onde o gestor precisa provar quem é 
para movimentar e necessita de três orçamentos para todo gasto e previamente 
determinado para custeio (bens não duráveis) e capital (bens duráveis), com prazo para 
prestação de contas. 
 
 
 
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Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
Outra verba que pode ser disponibilizada é o Programa Mais Educação que o MEC 
encaminha as escolas com índices do IDEB abaixo da média e com isso promove atividades 
diferenciadas que motivam as crianças a estudarem. O maior cuidado é com a folha de 
pagamento de funcionários e docentes, seus direitos precisam ser garantidos. 
5.4. Gestão de recursos humanos 
Que o gestor precisa ser habilidoso para ter um equilibrio de funcionários em 
merenda e cozinha; limpeza, manutenção, vigia, caseiro se houver, secretária com suas 
documentações e formas de histórico, tranferência e vida escolar dos alunos. 
 
Perceber se os horários dos funcionários para abertura, fechamento, limpeza e 
manutenção são contemplados e caso não sejam, conhecer as formas adequadas de 
contratação para suprir as necessidades da escola e dos órgãos de fiscalização. 
5.5. Gestão da comunicação 
A equipe gestora precisa falar a mesma linguagem e abranger essa interação ao 
restante da escola por meio de reuniões ou de comunicados que atendam a todos e seja 
viável ao seu cumprimento. 
 
O gestor precisa ter sempre em mente um passo à frente em organização e 
calendários que devem ser seguidos para o início e término doano letivo de forma a garantir 
o direito das crianças e adolescentes sem prejuízo de qualquer outro ser humano da escola. 
 
A forma como o gestor administra estas coisas irão revelar o domínio profissional e 
o conhecimento que ele tem sobre sua função de aglutinador da instituição escola. A gestão 
da comunicação e a dos recursos humanos precisa ser motivada diariamente.5.6. Gestão de tempo e eficiência dos processos 
Tudo que requer relação com outros órgão e documentação para o bom andamento 
da unidade é necessário que seja previamente verificado pelo gestor e ou sua equipe 
administrativa; o vice-diretor ou assistente de direção. 
 
Os horários para com as aulas, os professores, abertura e fechamento dos períodos, 
bem como deslocamento aos órgãos necessários precisam ser planejados e direcionados 
por orientação do gestor sempre que necessário. 
 
 
19 Gestão Escolar 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
 
 
Segue algumas bibliografias que podem ajudá-lo caso seja necessário como Gestor 
Escolar: 
http://moodle3.mec.gov.br/ufac/file.php/1/gestores/politica/pdf/referencias.pdf 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
http://moodle3.mec.gov.br/ufac/file.php/1/gestores/politica/pdf/referencias.pdf
 
 
20 Gestão Escolar 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
6. O PME – PLANO MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO E A CARREIRA 
DOCENTE ATÉ GESTOR. 
 
Os Planos de Educação são documentos, com força de lei, que estabelecem metas 
para que a garantia do direito à educação de qualidade avance em um município, estado 
ou país, no período de dez anos. Abordam o conjunto do atendimento educacional existente 
em um território, envolvendo redes municipais, estaduais, federais e as instituições privadas 
que atuam em diferentes níveis e modalidades da educação: das creches às universidades. 
Trata-se, pois, do principal instrumento da política pública educacional. 
 
 
 
Sendo assim, os Planos de Educação são, também, um importante instrumento 
contra a descontinuidade das políticas, pois orientam a gestão educacional e referenciam 
o controle social e a participação cidadã. 
 
A proposta de elaboração dos planos federais, estaduais e municipais na educação 
brasileira são poucos até 1932. A partir de 2014 o atual PNE – Plano Nacional de Educação 
entra em vigor e embora o curto espaço de tempo existente e podemos tirar várias lições 
disso como a da participação popular, compromisso com a educação, compromete os 
governos pois ele independe de partidos políticos. 
 
O PME implica em estabelecer os rumos da educação do município para mobilizar a 
sociedade cível e dar fundamentação aos rumos que o ensino pode ter. Os objetivos e as 
estratégias e as metas são de responsabilidade de todos. Cabe a Secretaria de Educação 
do Município e fazem cumprir esse plano com seus docentes e gestores. 
 
Outro ponto são as disponibilidades financeiras ou os recursos de verbas estaduais 
em federais que chegam para o desenvolvimento da educação em âmbitos pedagógicos, 
pois é necessário ter um mapa detalhado de cada bairro com suas escolas e ofertas de 
ensino. Depois um levantamento dos profissionais e da demanda escolar para saber se o 
espaço físico e a oferta pedagógica são compatíveis com o plano. 
 
Faz-se necessário um Fórum permanente para discussão e acompanhamento e 
avaliação do Plano. 
http://www.deolhonosplanos.org.br/planos-de-educacao/ 
 
http://www.deolhonosplanos.org.br/planos-de-educacao/
 
 
21 Gestão Escolar 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
A carreira docente é bastante complexa e necessita de muita atenção quanto as 
questões educacionais e uma vez que entramos e nos apaixonamos, porém, as mudanças 
sociais são vistas com maior intensidade na escola, isso pode nos causa grandes 
transtornos. 
 
Veja o caso dos gestores que exige de você profissional muita responsabilidade e 
da interação do seu eu com sua carreira, isso forma suas concepções em educação naquilo 
que é certo ou errado, melhor ou pior, etc. 
 
Em outubro de 2008, a Organização Internacional do Trabalho (OIT) e a Organização 
das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco), em pronunciamento 
conjunto por ocasião do Dia Internacional do Professor, revelaram preocupação com a 
pouca valorização do Magistério e com a falta de interesse dos jovens por essa profissão. 
 
Divulga-se não só a queda na demanda pelas licenciaturas e no número de 
formandos, mas também a mudança de perfil do público que busca à docência. Esse 
conjunto de pesquisas e artigos discute a necessidade de tornar a carreira de professor 
mais atrativa (Gatti et al., 2008; Gatti & Barretto, 2009). 
 
A escola pública passa a ser necessária como lugar adequado para transmissão do 
saber e a formação do cidadão. As funções da escola pública seriam, então, determinadas 
por meio do modelo de homens e de mulheres necessário à sociedade capitalista. Portanto, 
coube às escolas, entre outras instituições, selecionar, hierarquizar e classificar aqueles 
que tinham aptidão para o comando. Outros, considerados incapazes de aprender, 
deveriam ser encaminhados às tarefas manuais e inferiores (SILVA, 2005). 
 
A escolha de diretores através de indicação vincula o trabalho do diretor com quem 
o indicou, quase sempre um político ou técnico das Secretarias de Educação. Seu 
compromisso, portanto, é com quem o colocou naquele cargo e não com a comunidade 
escolar. Nesse caso o papel do diretor, ao prescindir do respaldo da comunidade escolar 
caracteriza-se como instrumentalizador de práticas autoritárias, evidenciando forte 
ingerência do Estado na gestão escolar (DOURADO, 2001, p. 83). 
 
De acordo com Souza (2007) indicar política ou tecnicamente o dirigente escolar 
pressupõe compreender a direção da escola pública não como uma função a ser 
 
 
22 Gestão Escolar 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
desempenhada por um especialista da carreira do magistério, mas como um cargo político 
de confiança do governante municipal ou estadual ou como instrumento de compensação 
no jogo político-eleitoral. Esse jogo político resiste historicamente à implantação de 
mecanismos mais democráticos de escolha de diretores como por exemplo, a eleição. 
 
Outra forma de acesso ao cargo são os concursos para a escolha de diretores que 
está vinculado também a uma concepção da direção de escola como carreira e, por meio 
dele, a ocupação da função tem caráter permanente (MENDONÇA, 2000, p. 191). 
 
Diante desta ótica, o diretor de escola é visto como um administrador. Isso esvazia 
a face política da função dirigente, especialmente porque a capacidade de liderança não 
parece ser um elemento passível de ser avaliado por concurso de provas e título (SOUZA, 
2007). Ainda, a atuação do diretor fica concentrada em aspectos administrativos, 
tecnocráticos, em detrimento da face pedagógica da gestão escolar. 
 
O concurso para a escolha de diretores está vinculado também “a uma concepção 
da direção de escola como carreira e, por meio dele, a ocupação da função tem 
caráter permanente” (MENDONÇA, 2000, p. 191). Nesta ótica, o diretor de escola é 
visto “como um burocrata no sentido Weberiano. Isso esvazia a face política da 
função dirigente, especialmente porque a capacidade de liderança não parece ser 
um elemento passível de ser avaliado por concurso de provas e título” (SOUZA, 
2007, p. 167). Ainda, a atuação do diretor fica concentrada em aspectos 
administrativos, tecnocráticos, em detrimento da face pedagógica da gestão 
escolar. 
 
Para Souza (2007), sendo o papel do diretor escolar de natureza político-pedagógica 
e operando na coordenação política da escola, a sua eleição para a função implica 
reconhecer que o seu trabalho é mais do que o de um burocrata, preocupado apenas com 
a dimensão técnica da função, mas de alguém comprometido com a comunidade escolar 
que pauta as suas decisões a partir dos interesses coletivos. Assim, a eleição do diretor é 
um mecanismo através do qual a comunidade pode se manifestar e é uma forma de controle 
sobre a burocratização da política escolar (SOUZA, 2007). 
 
Sejam quais forem as formas de acesso ao cargo, penso que, este gestor deva 
priorizar o processode ensino-aprendizagem e as formas necessárias para isso. A boa 
gestão tem seus tentáculos de liderança em todos os membros da unidade escolar e 
configura sua disponibilidade de realização de um trabalho em prol da sala de aula. 
 
 
 
 
23 Gestão Escolar 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
 
 
 
No dia 12 de novembro comemoramos o Dia do Gestor e com ele nossa 
verdadeira esperança na educação do Brasil. 
 
 
 
 
Neste sentido cabe ao gestor escolar assegurar que a escola realize sua missão: ser 
um local de educação, entendida como elaboração do conhecimento, aquisição de 
habilidades e formação de valores. O gestor dever animar e articular a comunidade 
educativa na execução do projeto educacional, incrementando a gestão participativa da 
ação pedagógico-administrativa, conduzindo a gestão da escola em seus aspectos 
administrativos, econômicos, jurídicos e sociais. 
 
O gestor é o articulador e mediador entre escola e comunidade. Ele deve incentivar 
a participação, respeitando as pessoas e suas opiniões, no que chamamos de gestão 
democrática. Para nós da carreira deveria ser experimentada por todo docente, pois estar 
do outro lado e olhar a unidade com todos os seus desafios é uma experiência que deveria 
ser vivida por todo e qualquer cidadão. 
 
 
 
 
 
 
24 Gestão Escolar 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
7. PROJETO POLITICO PEDAGÓGICO 
 
Esta última semana vamos nos dedicar ao PPP – Projeto Político Pedagógico da 
escola ou Plano de Gestão como alguns órgãos chamam, mas este assunto é extenso e 
requer várias etapas que muitas vezes caminham no ano letivo inteiro. A engrenagem da 
escola é constituída de seres humanos e precisa funcionar sempre pensando nas crianças 
e adolescentes. 
 
Usando as palavras de Gadotti (1994), todo projeto pressupõe rupturas com o 
presente e promessas para o futuro. Projetar significa tentar quebrar um estado confortável 
para arriscar-se, atravessar um período de instabilidade e buscar uma nova estabilidade 
em função da promessa que cada projeto. Vamos desenvolver algumas teorias de grandes 
estudiosos brasileiros sobre o tema. 
 
Para a construção do PPP em uma escola, a equipe gestora precisa ter isso muito 
claro e conhecer sua comunidade para compreender suas ansiedades. Ilma Passos (2004), 
é uma dessas autoras e de acordo com ela para a construção do projeto político-
pedagógico é preciso ter claro o que se quer fazer e porque vamos fazer. Assim, o projeto 
não se constitui na simples produção de um documento, mas na consolidação de um 
processo de ação-reflexão-ação que exige um esforço conjunto e a vontade política do 
coletivo escolar. 
 
Desde o começo de nossa disciplina tenho pontuado a vocês que a escola é na 
verdade, um ser vivo e uma engrenagem que funciona, basta que tenhamos 
posicionamento e disposição para estar presente, com tempo e lembrança de todos. Com 
 
 
25 Gestão Escolar 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
base na Constituição de 1988 e na LDB 9394-96 que apregoa a construção de uma 
proposta pedagógica coletiva. 
 
Todo PPP deve ser e ter a intenção de ter a qualidade do ensino, a gestão 
democrática, a liberdade, igualdade de condições para acesso e permanência na escola 
bem como a valorização do magistério, dos funcionários. Ainda temos as seguintes funções 
atribuídas ao PPP: deliberativa, consultiva, fiscal, mediadora e mobilizadora de recursos. 
 
É no PPP que temos a oportunidade de mostrar toda nossa consciência e com uma 
análise da realidade, uma reflexão das metodologias utilizadas, dos projetos desenvolvidos 
e dos anseios da comunidade. 
 
A construção de um trabalho educativo de formação política dos educadores 
docentes e não docentes e dos educandos exige uma prática dialógica entre todos os 
sujeitos da comunidade escolar, no sentido de superar as relações autoritárias, hierárquicas 
e verticalizadas. Na prática dialogada, todos os sujeitos do processo escolar podem falar e 
serem ouvidos de fato. (Padilha, 2004). 
 
 
 “Projeto Político Pedagógico: ação intencional. Compromisso sócio-político no 
sentido de compromisso com a formação do cidadão, para um tipo de sociedade 
e pedagógico: no sentido de definir as ações educativas e as características 
necessárias às escolas para que essas cumpram seus propósitos e sua 
intencionalidade” (Portal Educação) 
 
 
Para Veiga “o projeto político-pedagógico da escola, ao se identificar com a 
comunidade local, busca alternativas que imprimam dimensão política e social à ação 
pedagógica. ” (2001, p.62). Para Veiga (2004), enquanto instituição autônoma, a escola 
deve optar fundamentalmente por um referencial teórico-metodológico que permita o 
exercício de seu direito à diferença, à singularidade, à transparência, à solidariedade e à 
participação na construção de sua identidade. 
 
É importante ressaltar que o projeto é um instrumento para a construção de uma 
educação de qualidade democrática, um ponto de apoio para todos aqueles que se 
comprometem com esta causa. (VASCONCELLOS, 2008). Ainda usando Vasconcellos 
 
 
26 Gestão Escolar 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
(2002), o PPP é o plano global da instituição, este sistematizado, porém, nunca finalizado, 
pois é entendido como um processo de Planejamento Participativo, que define as ações 
que se pretende realizar na instituição escolar. Como instrumento teórico-metodológico 
deve interfere diretamente na realidade provocando mudanças que possibilitem a 
organização e integração do planejamento com as atividades práticas num processo de 
transformação. 
 
Por este prisma, Veiga (2004) ressalta que a autonomia da escola é uma questão 
importante para delinear sua identidade nos campos administrativos, jurídicos, financeiros 
e pedagógicos, onde se desenvolvem a gerência de atos pedagógicos, organização, 
escolha dos dirigentes e a forma de gestão, a oportunidade de criar regras e as formas de 
organização, a gerência com eficiência dos recursos financeiros e a liberdade de ensino e 
pesquisa. 
 
Vasconcellos (2002), diz que, antes de tudo: A gestão envolve estratégias, onde a 
comunicação exerce papel fundamental, como ponto de partida para que todos se 
entendam. Assim é importante ao gestor discutir soluções possíveis e promover 
negociações, assumir responsabilidades e deixar que os outros também assumam; ser 
ouvido, mas também ouvir, valorizar os aspectos positivos do grupo, deixando claras as 
suas intenções para com a escola e zelar pela total transparência de todas as ações. 
Portanto o diretor deve entender-se como educador no processo educacional como também 
agente participativo comprometido com os princípios éticos e democráticos que regem a 
educação pública. 
 
O que ressalta Libâneo (2001), é que o projeto pedagógico deve ser compreendido 
como instrumento e processo de organização da escola, tendo em conta as características 
do instituído e da instituição. Segundo Vasconcellos (1995), o projeto pedagógico: 
 
“É um instrumento teórico-metodológico que visa ajudar a enfrentar os desafios do 
cotidiano da escola, só que de uma forma refletida, consciente, sistematizada, 
orgânica e, o que é essencial, participativa. É uma metodologia de trabalho que 
possibilita ressignificar a ação de todos os agentes da instituição” (1995). 
 
 
 
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Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
Celso Vasconcellos, Ilma Passos Veiga e José 
Carlos Libâneo são alguns dos estudiosos sobre o 
papel representativo que o PPP pode ter na escola. 
Existem muitos livros desses autores que podem 
contribuir nas dúvidas para essa construção coletiva e 
trabalhosa. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
28 Gestão Escolar 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
8. CONSTRUÇÃO DO PPP- Projeto PolíticoPedagógico. 
 
Nossa aula começa com alguns itens que podem colaborar com a construção dos 
PPP na sua escola, independentemente de ser o gestor, professor, pai ou comunidade. 
 
Roteiro de observação: 
 
Situações a serem observadas 
Registro do que foi 
observado 
O que o registro revela 
sobre o PPP 
Onde e como os alunos se 
alimentam na escola? 
 
Como os alunos se relacionam 
entre si em sala de aula e no 
intervalo? 
 
Como os alunos são chamados 
pelos professores e 
funcionários? Pelo nome? Pelo 
apelido? 
 
O mobiliário, sua organização e 
sua distribuição espacial são 
adequados aos alunos (faixa 
etária, gênero, deficiência etc.)? 
 
Como os alunos acessam os 
materiais escolares (livros 
literários, equipamentos, lápis 
etc.)? 
têm autonomia ou precisam 
sempre de um adulto? 
 
Como é a organização do pátio 
escolar para uso dos alunos no 
intervalo? 
 
Qual o envolvimento dos alunos 
com a aprendizagem? 
 
Os alunos se sentem 
estimulados a buscar novas 
informações e conhecimentos? 
 
 
 
29 Gestão Escolar 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
Os alunos estão aprendendo 
sobre temas significativos para a 
realidade vivida? 
 
Como os familiares são 
atendidos na escola? 
 
Em quais situações são 
chamados na escola? 
 
 
O PPP requer que tenham conhecimento de algumas etapas a serem pensadas, 
existem com isso várias formas de se construir um projeto político pedagógico na escola, 
vamos conhecer um deles. 
8.1. Contextualização histórica da comunidade e da escola 
Muitos PPPs descrevem inicialmente a história da cidade e/ou do bairro onde a 
escola está inserida. É o que chamamos de ambiente social, cultural e físico – são 
informações que fortalecem a identidade da instituição. É importante verificar a população 
e seus costumes, os tipos de residências, se há saneamento no bairro, como é o comércio, 
as igrejas, os meios de transportes, praças, postos de saúde entre outros. 
 
 
 
http://ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/default_censo_2000.shtm e 
http://censo2010.ibge.gov.br. Outros sites bem importantes. Para esse 
levantamento, pode--se consultar o site http://portal.inep.gov.br/basica-censo. 
 
 
8.2. Caracterização da comunidade escolar 
Aqui precisamos conhecer a criança e a família e assim podemos elaborar uma ficha 
de matrícula com alguns dados relevantes para a unidade e ainda dependerá do nível de 
escolaridade que possui. Por exemplo, ao identificar no questionário de matrícula que 
mostra a porcentagem grande de pais e mães dos alunos não completaram o Ensino 
Fundamental, você pode adequar o tipo de projeto em relação a seu envolvimento na vida 
escolar dos filhos e apurar as expectativas que eles têm quanto à escola. Uma sugestão: o 
projeto Comunidade de Leitores permite instaurar na unidade, na sala de aula e nos lares 
um ambiente leitor. Na edição eletrônica do livro O que revela o espaço escolar? Um livro 
http://ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/default_censo_2000.shtm
http://censo2010.ibge/
 
 
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Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
para diretores de escola (Comunidade Educativa CEDAC e Editora Moderna, 2013) há um 
projeto sobre leitura que pode servir de referência: 
(http://www.moderna.com.br/lumis/portal/file/fileDownload.jsp?fileId=8A8A8A833E8BA005
013E9E000E650B9C). 
8.3. Diagnóstico com base nos indicadores educacionais da escola - Indicadores 
de fluxo e aprendizagem 
 Quando falamos em fluxo e aprendizagem são todos os indícios que a escola possui 
para descobrir por exemplo a evasão, reprovação, aprovação e distorção idade-ano. Outra 
forma é saber quantos alunos a escola está aprovando ou retendo? Em que ano de 
escolaridade a escola aprova ou reprova mais e em qual área? As respostas podem dar 
pistas sobre as ações que precisam ser elencadas e priorizadas no PPP para melhorar 
esses indicadores. 
 
Temos outros índices disponíveis para essa análise que são as Prova Brasil, Saresp, 
Enem, etc. e outras muitas vezes produzidas pelos professores da própria escola chamadas 
de Provas diagnósticas. 
8.4. Missão, visão, princípios e valores da escola - Fundamentação teórica e bases 
legais 
Esta etapa é a mais difícil pois você irá mostrar todo o pensamento sobre educação, 
família, comunidade, carreira docente, crianças, relacionamentos, religião, saúde, e todos 
que influenciam na escola. 
 
O olhar humano e pedagógico do gestor tem toda a influência na confecção deste 
item e no seu encaminhamento. 
8.5. Plano de Ação e/ou Atividades 
Chegamos ao quase final e agora com todos esses dados e conhecimentos na mão 
da equipe gestora, resta compilar e escrever tudo e mais do que isso, disponibilizar e 
colocar em prática. Boa sorte a você quase gestor de sucesso! 
 
Não há ventos favoráveis para os que não sabem para onde vão. 
Sêneca (4 a.C.-65 d.C.). 
 
 
31 Gestão Escolar 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
9. O PPP E A POLÍTICA LOCAL 
 
Algumas das dificuldades em elaborar e executar o PPP 
são as relações com a política local onde a escola fisicamente se 
encontra. Veremos algumas dificuldades e alguns exemplos bem-
sucedidos. 
9.1. Ensaios e experiências para um PPP em defesa da 
igualdade e permanência na escola 
Maria de Salete Silva, coordenadora da área de Educação do Fundo das Nações 
Unidas para a Infância (Unicef) no Brasil, em entrevista à revista Nova Escola publicada em 
2011, apontou alguns aspectos em que o Brasil ainda precisa avançar para ofertar uma 
educação de qualidade: incentivar o hábito leitor, fazer com que as famílias se aproximem 
e interajam mais da vida escolar do filho, oferecer formação de qualidade ao professor e 
valorizá-lo. 
 
São várias as experiências bem-sucedidas por conta de um PPP elaborado e 
executado de modo assertivo, coerente e bem conduzido, porque sua principal condição é 
estabelecer ações que favoreçam a igualdade de condições para o acesso e a permanência 
na escola da população que sempre esteve fora das diversas políticas públicas. 
 
Há diferentes formas de a comunidade escolar, por seus componentes, contribuir para 
a redução das desigualdades em que os educandos se encontram diante de seu 
desenvolvimento e aprendizado. Podemos ser elas: 
 
1. Estimular a aproximação escola-família; 
2. Identificar e reformar o ambiente para melhorar a acessibilidade dos alunos com 
mobilidade reduzida ou deficiência física; 
3. Buscar acompanhamento profissional adequado aos alunos com deficiência, 
distúrbios de aprendizagem ou altas habilidades/superdotação; 
4. Manter sistema de monitoramento de frequência dos alunos com o objetivo de alertar 
e até intervir (pelos órgãos públicos competentes), no caso de famílias em que 
crianças e jovens encontram-se negligenciados e/ou em risco social grave, estando 
a escola atenta a sinais como desnutrição, falta de higiene pessoal, baixa frequência, 
agressividade, relatos de problemas, apatia, marcas no corpo, porte de armas e 
http://www.educacaopublica.rj.gov
.br/biblioteca/educacao/0344.html 
http://www.educacaopublica.rj.gov.br/biblioteca/educacao/0344.html
http://www.educacaopublica.rj.gov.br/biblioteca/educacao/0344.html
 
 
32 Gestão Escolar 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
tantos outros sinais que podem indicar, por exemplo, ausência familiar, envolvimento 
com gangues, exploração do trabalho infanto-juvenil, abuso sexual e uso de 
entorpecentes; 
5. Oportunizar, quando possível, ou pelo menos incentivar a todo momento o acesso 
dos jovens a cursos técnicos, aulas de reforço, palestras preventivas etc.; 
6. Oferecer um ambiente de acolhimento, responsabilidade e incentivo ao crescimento 
pessoal de modo cooperativo, organizado e de aprendizagem a todos os alunos. 
 
Um dos princípios do PPP foi considerado e garantido pela Constituição de 1988 e, 
foi referendado pela Leide Diretrizes e Bases da Educação Básica Nacional (LDB) de 1996, 
diz respeito a garantia da gestão democrática no Ensino Público; nesse contexto, a LDB 
em seus artigos 12 ao 15 trata de incumbir às participações dos segmentos da educação e 
comunidade escolar, atribuindo um significativo número de incumbências junto as escolas, 
tais como: 
• Elaborar e executar as suas propostas pedagógicas; 
• Administrar os seus recursos materiais e financeiros; 
• Assegurar o comprimento dos dias letivos e horas-aula estabelecidas; 
• Promover meios para recuperação de alunos, de menor rendimento, 
• Articular-se com as famílias e comunidade, criando processos de integração da 
sociedade com a escola; 
• Informar a frequência e o rendimento dos alunos, bem como sobre a execução de 
sua proposta pedagógica. 
 
 
 
Leia mais em: http://www.webartigos.com/artigos/o-projeto-politico-
pedagogico-e-as-politicas-publicas/85201/#ixzz4Nk3V6y6P 
 
 
 
9.2. Dificuldades e limites na construção do Projeto Político Pedagógico 
Quando estudamos, discutimos ou participamos de eventos nos quais o tema é a 
escola e a construção do seu projeto, é comum sentirmos uma mistura ambígua de 
entusiasmo e desalento. É usual ouvirmos e, muitas vezes, nós mesmos até comentamos 
e na prática tudo é diferente, que é muito difícil realizarmos o proposto, que os pais não 
 
 
33 Gestão Escolar 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
sabem participar etc. Muitos desses argumentos parecem reafirmar o velho jargão que em 
educação tudo é difícil, nada muda etc. 
 
Moacir Gadotti (2000), ao discutir os obstáculos e limites que surgem quando se 
procura implantar processos de gestão colegiada, argumenta que para a real efetivação 
dos mesmos é preciso que escola desenvolva um ambiente informativo promovendo a 
circulação de informações em todas as etapas do planejamento escolar e do fazer 
pedagógico-organizacional, ou seja, no estabelecimento do calendário escolar, na 
distribuição das aulas, no processo de elaboração ou de criação e novos cursos, ou de 
novas disciplinas, na formação de grupos de trabalho etc. 
 
Quais os obstáculos ou limites que encontramos com frequência nestes processos? 
De acordo com o autor, a maioria dos problemas deve-se: 
 
• À pouca experiência democrática; 
• À mentalidade que atribui aos técnicos (e apenas a estes) a capacidade governar e 
que o povo é incapaz de exercer poder; 
• À própria estrutura verticalizada de nossos sistemas educacionais; 
• Ao autoritarismo que, historicamente, tem impregnado nosso ethos educacional; 
• Ao tipo de liderança que tradicionalmente domina a atividade política no campo 
educacional. 
 
Para enfrentar essas dificuldades, qual seria o caminho? Ainda de acordo com 
Gadotti (2000): 
• O desenvolvimento de uma consciência crítica; 
• O envolvimento das pessoas – comunidades interna e externa à escola; 
• A participação e cooperação das várias esferas do governo; 
• A autonomia, responsabilidade e criatividade como processo e como produto do 
projeto. 
A minha experiência profissional, já comentada em videoaula, se aproxima muito a 
citada acima por Moacir Gadotti que foi um seguidor de Paulo Freire assim como eu. 
Procurei deixar aqui um pouco de cada experiência favorável ou não e assim terem a 
oportunidade de ter dados para uma futura elaboração de Projeto Político-Pedagógico. 
Espero ser colega de vocês na profissão e no pessoal. Até breve!