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TCC Vivi Psicomotricidade (1)

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A IMPORTÂNCIA DA PSICOMOTRICIDADE NA EDUCAÇÃO INFANTIL: UMA PRÁTICA PREVENTIVA E EDUCATIVA
Viviane Fernandes Costa Francisco
Prof. Orientador
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Pedagogia (PED- ) – Trabalho de Graduação
26/10/19
RESUMO
Este trabalho sobre o tema a importância da psicomotricidade na educação infantil: uma prática preventiva e educativa, tem como objetivo analisar a psicomotricidade e sua importância no processo de ensino e aprendizagem, como também, para o desenvolvimento integral das crianças. A escolha deste tema tem como justificativa comprovar os benefícios da educação psicomotora, bem como, mostrar que quando houver falhas em seu desenvolvimento elas podem prejudicar todo o processo de aprendizagem da criança, tais como a dificuldade na aquisição da linguagem verbal e escrita. Para desenvolvimento deste estudo utilizou-se como metodologia a pesquisa bibliográfica, buscando entre vários autores elucidar diferentes questionamentos acerca do tema. Este estudo apresentou inicialmente um breve histórico sobre a psicomotricidade e as diferentes concepções sobre o seu conceito. Posteriormente, abordou-se a questão da psicomotricidade na educação infantil: práticas pedagógicas educativo preventivas, destacando algumas práticas de reeducação e sugestões lúdicas para serem desenvolvidas pelos educadores em no trabalho. Em seguida, descreveu-se sobre psicomotricidade e a sua importância no desenvolvimento integral das crianças na educação infantil, logo após, na segunda parte destacou-se o desenvolvimento psicomotor e o processo de ensino e aprendizagem, como também, as habilidades que precisam ser desenvolvidas na educação infantil. Na terceira parte do trabalho destacou-se os materiais e métodos da pesquisa, bem como, os resultados e a discussão, finalizando com as considerações finais do trabalho. 
Palavras Chave: Psicomotricidade. Desenvolvimento. Aprendizagens. 
I INTRODUÇÃO
Diante de inúmeras evoluções que acontecem em todos os setores da vida humana, se faz necessário que as acompanhemos para deste modo melhor nos adaptarmos a realidade em que vivemos. Na educação, constantemente novos projetos, conceitos e teorias surgem buscando proporcionar melhorias na qualidade e no atendimento as necessidades de dos alunos. 
Assim acontece também nos espaços de Educação Infantil, onde é preciso evoluir para acompanhar as necessidades dos alunos e para o seu perfeito desenvolvimento, permitindo assim uma percepção mais próxima dos desejos de cada um, do grupo e das diferenças. Deste modo, se faz necessário desenvolver práticas que envolvam o aluno de forma inteira e não fracionada, permitindo maior movimento do corpo, envolvendo-o uma trama de sensações sensoriais, emocionais, neurológicas, estimulando-a ao conhecimento através da percepção de si e do outro, e da importância desta relação de interação.
Este trabalho teve como objetivo, analisar a psicomotricidade e sua importância no processo de ensino e aprendizagem, como também, para o desenvolvimento integral das crianças. 
A escolha deste tema tem como justificativa comprovar os benefícios da educação psicomotora, bem como, mostrar que quando houver falhas em seu desenvolvimento elas podem prejudicar todo o processo de aprendizagem da criança, tais como a dificuldade na aquisição da linguagem verbal e escrita. 
Para desenvolvimento deste estudo utilizou-se como metodologia a pesquisa bibliográfica, buscando entre vários autores elucidar diferentes questionamentos acerca do tema, fazendo algumas considerações sobre a importância da Psicomotricidade na Educação Infantil, visando o equilíbrio e o desenvolvimento motor e intelectual da criança.
Para o desenvolvimento deste trabalho foi utilizada a pesquisa bibliográfica, que buscou proporcionar maior familiaridade com o tema abordado, tornando-o assim mais elucidativo aos profissionais da educação, buscando provocar a reflexão sobre a sua importância enquanto sugere algumas práticas pedagógicas com relação a psicomotricidade preventiva, como também, para quando se diagnosticarem perturbações atividades de reeducação, para assim melhorar a através de livros, periódicos, documentos, e artigos da internet.
Para melhor compreensão deste trabalho na primeira parte destacou-se a historicidade da psicomotricidade e algumas definições de autores e pesquisadores sobre o tema. Posteriormente, abordou-se a questão da psicomotricidade na educação infantil: práticas pedagógicas educativo preventivas, destacando algumas práticas de reeducação e sugestões lúdicas para serem desenvolvidas pelos educadores em no trabalho. Em seguida, descreveu-se sobre psicomotricidade e a sua importância no desenvolvimento integral das crianças na educação infantil, logo após, na segunda parte destacou-se o desenvolvimento psicomotor e o processo de ensino e aprendizagem, como também, as habilidades que precisam ser desenvolvidas na educação infantil. Na terceira parte do trabalho destacou-se os materiais e métodos da pesquisa, bem como, os resultados e a discussão, finalizando com as considerações finais do trabalho. 
2 PSICOMOTRICIDADE: HISTÓRICO E DEFINIÇÃO
O nascimento da psicomotricidade, conforme Santos (2013), foi no início do século XIX, na França, podendo ser descrita como uma ciência nova, cujo objetivo é o de explicar alguns fenômenos clínicos estudados por neurologistas da época. Os principais responsáveis por seu desenvolvimento na Europa foram Piaget (1982), Wallon (1949) e Lapierre e Aucouturier (1984) citados por Silva (2010): 
· Piaget (1982) considerou a inteligência como sendo a principal ferramenta que permite a um indivíduo lidar com o seu meio ambiente, onde a adaptação é o fator de equilíbrio nessas trocas, de variáveis imutáveis. Para Piaget, o indivíduo incorpora e modifica internamente sua estrutura, através da assimilação e da acomodação, sendo as variáveis mutáveis, área de atuação da adaptação. Os momentos de equilíbrio ele dominou estágios do desenvolvimento. 
· Na vertente afetiva e social Wallon (1949), transfere as emoções à raiz da ação, sendo ela o fator de organização e meio de comunicação com o mundo. 
· Lapierre e Aucouturier (1984) arguem sobre a supervalorização do verbal e intelectual no desenvolvimento, enfatizando a vivência do movimento espontâneo, onde os fatores emocionais precisam ser considerados na decodificação do comportamento ali expresso, em interação direta com o profissional. Se referem ao comportamento motor como sendo psicomotor em função do envolvimento cognitivo e afetivo na maior parte dos movimentos executados (SILVA, 2010).
A psicomotricidade no Brasil, de acordo com Santos (2013, p. 4); 
No Brasil, a respectiva ciência chega no século XX, durante o período da 1ª guerra mundial época em que as mulheres começaram a trocar trabalho como donas de casa pelo trabalho nas indústrias delegando o cuidado com os filhos para as creches. Teve-se uma maior atenção voltada a psicomotricidade por ser no ambiente escolar o local no qual as crianças tendem a apresentar-se e serem mais observadas em relação aos seus movimentos corporais. Os principais difusores da psicomotricidade foram Antônio Lefévre, influenciado pelas obras de Ajuriaguerra; psiquiatra francês que definiu um novo conceito de patologia motora e Ozeretski. Helena Antipoff que trouxe sua experiência teórica e prática em deficiência mental para aplicação nas escolas brasileiras e por último a doutora Dalila de Costallat que passa a partir da década de 70 atuar junto com o ministério da educação brasileiro e com Helena Antipoff trocando experiências do trabalho desenvolvido na argentina com os trabalhos desenvolvidos no Brasil.
Portanto, a educação infantil desde aqueles tempos, mesmo sem entender muito sobre o conceito, já se trabalhava a psicomotricidade, através de práticas que visavam a estimulação perceptiva e o desenvolvimento do esquema corporal, onde a criança aos poucos organizava o seu mundo a partir do seu próprio corpo. 
Na atualidade, a psicomotricidade tem seu conceitobastante discutido e difundido, onde conforme a Sociedade Brasileira de Psicomotricidade, conforme escreve Basegio (2007, p. 9) assim a conceitua; 
[...] a ciência que tem como objeto de estudo o homem através do seu corpo em movimento e em relação ao seu mundo interno e externo. Ela está relacionada ao processo de maturação, onde o corpo é a origem das aquisições cognitivas, afetivas e orgânicas. É sustentada por três conhecimentos básicos: o movimento, o intelecto e o afeto.
Psicomotricidade, portanto, é um termo empregado para uma concepção de movimento organizado e integrado, em função das experiências vividas pelo sujeito cuja ação é resultante de sua individualidade, sua linguagem e sua socialização. 
O termo psicomotricidade, conforme enfatiza Fonseca (2004) citado por Rossi (2012), se divide em duas partes, que são a Motriz e o Psiquismo, que constituem o processo de formação integral do indivíduo. Sendo a parte motriz a do movimento e a psico que determina a atividade psíquica, que também se divide em duas partes: a sócio afetiva e a cognitiva, ou seja, é na ação da criança que se articula sua afetividade, desejos, todas as possibilidades de comunicação e articulação de conceitos (ROSSI, 2012). 
Sobre a importância da psicomotricidade para a educação, assim alude Alves (2004, p.12/13) que;
A Psicomotricidade pode proporcionar a educação, a evolução psicomotora, de linguagem e dos atrasos que requerem um tipo específico de abordagem. Na educação escolar e terapêutica, instaura-se um espaço para o individuo se expressar, se manifestar e buscar o conhecimento consciente. Afinal, a Psicomotricidade é o corpo, a ação e emoção. 
Sendo assim, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação de 20 de dezembro de 1996 (Lei 9394) art. 29, aborda que; 
A educação infantil, primeira etapa da educação básica, tem como finalidade o desenvolvimento integral da criança até 6 anos de idade, em seus aspectos físico, psicológico, intelectual e social, complementando a ação da família e da comunidade” (BRASIL, 1996).
Porém, conforme Santos e Cavalari (2010), o desenvolvimento integral da criança na educação infantil só acontece se os profissionais que ali trabalham, forem conscientes da importância da psicomotricidade e capazes de desenvolvê-la. Considerando a psicomotricidade como a ciência que envolve toda a ação realizada pelo indivíduo, ela seja frequentemente realizada para atender as necessidades e assim permita suas relações com os demais aspectos do desenvolvimento infantil.
Ainda conforme os autores, a criança explora o mundo exterior através do movimento, contudo, se não lhe for permitido este contato de forma concreta, ela poderá desenvolver um bloqueio e se isolar por toda a vida. Assim sendo, para o desenvolvimento integral da criança a construção do esquema corporal e a organização das sensações relativas ao próprio corpo apresentam um papel fundamental (SANTOS; CAVALARI, 2010).
Neste sentido, Vayer apud Silva (2010), coloca que a educação psicomotora é global, pois ela associa os aspectos intelectuais, afetivos, sociais e motores da criança, dando-lhe assim segurança e equilíbrio, organizando as suas relações com os diferentes meios para permitir o seu desenvolvimento.
Assim sendo, a descoberta do mundo, o autodescobrimento, o conhecimento e as aprendizagens acontecem através da Psicomotricidade e dos órgãos dos sentidos. Assim sendo, as atividades de psicomotricidade precisam ser implementadas no cotidiano do espaço escolar, tanto da educação infantil como dos anos iniciais, pois é através dela que todos os aprendizados acontecem, proporcionando a criança o conhecimento de seu corpo, da lateralidade, situando-a no espaço e no tempo, como também, a auxilia a adquirir as habilidades necessárias de coordenação de seus gestos e de seus movimentos.
Neste sentido, se faz necessária a implementação de diferentes atividades psicomotoras principalmente em grupos, onde segundo Santos e Cavalari (2010) as crianças no referido espaço, interagem e articulam a sua própria expressão, permitindo que aconteçam transformações que resultarão em uma maior flexibilização na relação consigo mesma, com os amigos, os familiares e com os diversos grupos com os quais ela se relaciona.
Portanto, quanto mais atividades em grupo forem promovidas na educação infantil, maiores serão as chances dela se socializar com maior facilidade com as pessoas, como também de interagir com o mundo que a cerca.
2.1 PSICOMOTRICIDADE NA EDUCAÇÃO INFANTIL: PRÁTICAS PEDAGÓGICAS EDUCATIVO PREVENTIVAS
A prática psicomotora utilizada nas creches e escolas, tem o aspecto preventivo e educativo. Preventivo por auxiliar na prevenção de inúmeras dificuldades de comportamento e de aprendizagem, por tratar-se de uma prática não diretiva, onde o adulto (professor) pode observar através de diferentes estratégias pedagógicas, seus alunos no momento de intensa expressão e de espontaneidade, desenvolvidos em um ambiente que lhe transmite confiança, deixando fluir assim suas emoções, fantasias e sua imaginação (SÁNCHEZ et al., 2003). 
O desenvolvimento psicomotor, de acordo com Moura (2007), inicia-se ainda no ventre materno, quando o feto se movimenta e passa a fazer pressão contra as paredes uterinas, proporcionando uma retroalimentação sensorial tátil e proprioceptiva. Após seu nascimento a criança amplia seu repertório de movimentos a partir da convivência com as outras pessoas, através da exploração de seu corpo e tudo que a rodeia, tomando deste modo a consciência do seu corpo e que poderá utilizá-lo em seus movimentos e na imitação de gestos. 
A teoria de Piaget, conforme Rossi (2012) afirma que é construída a inteligência a partir da atividade motriz da criança desde o início de sua vida até os sete anos de vida onde sua educação é psicomotriz. O conhecimento e a aprendizagem são centrados nas ações da criança sobre o meio e seu entorno, como também, nas experiências de ação e movimento por ela desempenhadas. 
Tratando-se a educação psicomotora como prática pedagógica preventiva, se refere as condições dadas a criança para se desenvolver melhor em seu ambiente, diagnosticando precocemente quando tal desenvolvimento for aquém do normal. Conforme expõe Fonseca (1988) apud Rossi (2012), que a psicomotricidade é um meio de imprevisíveis recursos para diagnosticar deficiências e a inadaptação escolar.
Conforme aborda Alves (2003), através da Psicomotricidade se trabalha para educar e reeducar o indivíduo com qualquer distúrbio que exprimem através de perturbações psicomotoras, as debilidades motoras, a inabilidade, os atrasos psicomotores, a instabilidade psicomotora, a inibição psicomotora, diminuição, hipercontrole e retenção. 
Deste modo, Mora (2007) coloca que no desenvolvimento do processo de ensino e aprendizagem, se faz necessário que se utilizem alguns dos elementos básicos da psicomotricidade como a lateralidade, a orientação espacial e temporal, esquema corporal e coordenação motora, para que esses elementos auxiliam para um bom desenvolvimento da aprendizagem. Porém, se a criança demonstrar algum déficit em um dos elementos acima, apresentará significativas dificuldades na aquisição da linguagem verbal e escrita, no direcionamento errado das grafias, trocas e omissão de letras, ordenação de sílabas e palavras, dificuldades no pensamento abstrato e lógico entre outros.
Le Boulch (1984, p. 24) apud Rossi (2012), destaca a importância de a psicomotricidade ser trabalhada na escola nas séries iniciais:
A educação psicomotora deve ser enfatizada e iniciada na escola primária. Ela condiciona todos os aprendizados pré escolares e escolares; leva a criança a tomar consciência de seu corpo, da lateralidade, a situar-se no espaço, a dominar o tempo, a adquirir habilmente a coordenação de seus gestos e movimentos, ao mesmo tempo em que desenvolve a inteligência. Deve ser praticada desde a mais tenra idade, conduzida com perseverança, permite prevenir inadaptações, difíceis de corrigir quando já estruturadas. (LE BOULCH, 1984, p. 24 Apud ROSSI, 2012).Assim sendo, a Psicomotricidade é um dos principais caminhos, o desejo de fazer, de querer fazer, o saber fazer e o poder fazer, onde de acordo com Lapierrre (1986) apud Rossi (2012), a educação psicomotora é indispensável para o desenvolvimento normal da criança, como também, para detectar e trabalhar com problemas já existentes.
Portanto, o conhecimento sobre a imagem do corpo não é principal objetivo da educação psicomotora, mas no descobrimento das relações entre todas as partes e a totalidade, que formam está unidade organizada que é o corpo, com seus movimentos e ações que instrumentalizam a realidade, desenvolvendo a maturidade, a consciência e a inteligência apropriada as crianças. 
Neste sentido, Le Boulch (1984) citado por Rossi (2012) assinala o objetivo central da educação psicomotora que é o de contribuir para o desenvolvimento psicomotor da criança, da qual depende, ao mesmo tempo, a evolução de sua personalidade e o sucesso escolar.
Neste contexto, Negrine (1986) argumenta que a educação psicomotora na educação infantil, se destaca pelo importante papel na prevenção das dificuldades de aprendizagem, sendo que é neste período que a personalidade de cada indivíduo vai sendo moldada. Corroborando com este pensamento, Fonseca (1995) assim reforça: 
A educação psicomotora pode ser vista como preventiva, na medida em que dá condições à criança desenvolver melhor em seu ambiente. É vista também como reeducativa quando trata de indivíduos que apresentam desde o mais leve retardo motor até problemas mais sérios. É um meio de imprevisíveis recursos para combater a inadaptação escolar (FONSECA, 1995, p. 10).
Deste modo, a educação psicomotora precisa ser desenvolvida desde a primeira idade escolar, buscando preparar a criança desde muito cedo para a sua confrontação com o meio em que vive, pois conforme Le Boulch (1987), as atividades de psicomotricidade são preparatórias para a vida e sendo este um dos principais papeis da escola, se faz necessário fornecer métodos pedagógicos que sejam renovados constantemente para assim auxiliarem a criança a desenvolver-se da melhor maneira possível, tirando o melhor proveito de todos os recursos fornecidos, enquanto prepara-os para a vida social (Apud ROSSI, 2012). 
Conforme expõe Rossi (2012) que muitos são os estudos realizados por neuropsiquiatras, psicólogos e fonoaudiólogos, reforçam cada vez mais a importância do desenvolvimento psicomotor desde a mais tenra idade, pois são estes momento em que as aquisições são extremamente significativas a nível físico e, estas conquistas são importantíssimas para o desenvolvimento emocional e intelectual da criança.
Sobre a psicomotricidade, assim aludem Assunção e Coelho (1997) que a mesma é a educação do movimento que atua também sobre o intelecto, sendo, portanto, uma relação entre pensamento e ação, que juntam as funções neurofisiológicas e psíquicas, possuindo esta dupla finalidade de assegurar o desenvolvimento funcional, de acordo com as possibilidades da criança, como também de auxiliar sua afetividade a se expandir e equilibrar-se, através das interações com o ambiente humano.
Para Le Bouch (1987) a importância da educação psicomotora nas escolas refere-se ao auxílio ao desenvolvimento das crianças, buscando sua postura correta frente a aprendizagem e de caráter preventivo da formação integral do indivíduo, levando em consideração as diferentes etapas de crescimento (Apud ROSSI, 2012).
 Partindo desse pressuposto, Le Bouch (1987, p.43) aborda que “é partindo de um desenvolvimento funcional metódico que facilitaremos as aprendizagens específicas”. Neste desenvolvimento funcional, a educação psicomotora desempenha um papel fundamental, onde ela termina no ingresso a uma imagem do corpo operatório, condição da disponibilidade pessoal em relação ao meio material e humano (Apud ROSSI, 2012).
Assim sendo, a psicomotricidade colabora expressivamente para a formação e estruturação do esquema corporal, cujo objetivo é o de motivar e promover a prática de atividades que envolvam o movimento em todas as etapas da vida de uma criança. Estas atividades preferencialmente devem envolver a ludicidade para que as crianças possam se divertir, criar, interpretar e se relacionar com o mundo em que vivem, promovendo assim o desenvolvimento físico, mental e afetivo das mesmas, ou seja, o seu desenvolvimento integral de forma sadia. 
2.1.1 Práticas de reeducação e sugestões lúdicas no trabalho
As atividades de psicomotricidade que buscam o estímulo ao desenvolvimento motor são muito importantes, tanto que quando ocorrem falhas no desenvolvimento motor, elas podem prejudicar todo o processo de aprendizagem da criança, tais como: dificuldade na aquisição da linguagem verbal e escrita. Deste modo, a falta de experiências e vivências concretas para a criança com relação ao universo simbólico da linguagem, contribuirá para afetar todo o processo de aprendizagem, ou seja, se o desenvolvimento psicomotor é mal estabelecido, a criança poderá apresentar problemas sérios na em sua alfabetização.
Neste contexto, assim afirma Barreto (2000) apud Fontana (2012), que o desenvolvimento psicomotor tem grande importância para a prevenção de problemas da aprendizagem e na reeducação do tônus, da postura, da direcional idade, da lateralidade e do ritmo. Portanto, a educação da criança precisa enfatizar a relação através do movimento de seu próprio corpo, considerando sua maturação, idade, a cultura corporal e os seus interesses. Essa abordagem constitui o interesse da educação psicomotora, ou seja, a educação psicomotora engloba as funções motoras, cognitivas, perceptivas, afetivas e sociomotoras. 
Neste sentido, os autores: Bomtempo (1987); Kishimoto (1997); Fundação Roberto Marinho (1992); Oliveira (1992); Oliveira (2000a); Material IESDE BRASIL S/A (s/d) e principalmente Wajskop (1999), edificaram uma proposta de reeducação, onde cada perturbação tem uma proposta lúdica que pode ser trabalhada com as crianças na educação infantil, buscando assim poder auxiliar educadores em seus planejamentos, que são: 
· Reeducação para perturbações motoras: no caso dos atrasos do desenvolvimento motor, podem ser utilizados exercícios motores e sensoriais como jogos de bola, jogos de destreza e de percepção do esquema corporal. As propostas lúdicas que contribuem e auxiliam na prevenção e reeducação destas perturbações seriam: músicas, fantoches, quebra-cabeças com figuras humanas e brincar de circo (equilíbrio). 
· Nos grandes déficits motores: (sistema motor) utilizam-se exercícios de destreza e coordenação, para o esquema corporal utilizam-se de exercícios de conhecimentos das partes do corpo, organizadores da lateralidade e exercícios percepto-motores. 
· Na lateralidade: utilizam-se exercícios com recurso do espelho e do conhecimento de esquerda-direita, e no caso de dificuldades da estruturação espacial os jogos de estruturação espacial. As propostas lúdicas que contribuem e auxiliam na prevenção e reeducações destas perturbações seriam: amatizações, músicas e canções que trabalhem o corpo, artes plásticas (modelagem com argila, esculturas e massinha). 
· Nas perturbações do equilíbrio: podem ser utilizados exercícios de reconhecimento proprioceptivo, exercícios de impulso e exercícios de equilíbrio. As propostas lúdicas que contribuem e auxiliam na prevenção e reeducações destas perturbações seriam: músicas, brincar de estátua, amarelinha, brincar de se equilibrar sobre linhas no chão, jogar boliche. 
· Nas perturbações da coordenação: utilizam-se exercícios de grande motricidade, de destreza, de coordenação dinâmica, de motricidade delicada e exercícios motores de pré-escrita. As propostas lúdicas que contribuem e auxiliam na prevenção e reeducação destas perturbações seriam: jogos de boliche, bola ao cesto, bola de gude, jogos com tacos, brincar de passar por baixo de cadeiras sem encostar nelas, brincar de trem, canções com trabalho corporal e dramatizações com fantoches. 
· No caso das perturbações da sensibilidade: utilizam-se exercíciosde reconhecimento interno e tátil, de tomada de posição, de coordenação, de equilíbrio, de destreza e exercícios com olhos vendados. As propostas lúdicas que contribuem e auxiliam na prevenção e reeducações destas perturbações seriam: brincar de cabra-cega, brincar de adivinhar o quem tem dentro de um saco só pelo tato, brincar com dominós táteis, dramatizações, andar sobre banco (brincar de desfile de moda). 
· Reeducação para perturbações intelectuais: em se tratando da reeducação para perturbações intelectuais, utilizam-se exercícios motores, de memórias, exercícios de reconhecimento e outros correspondentes à sua idade mental. As propostas lúdicas que contribuem e auxiliam na prevenção e reeducação destas perturbações, seriam: pintura, jogos da memória, jogos de adivinhações, dramatizações através de canções, brincar de teatro, contos e histórias. 
· Reeducação para perturbações do esquema corporal: para esta perturbação podem ser utilizados exercícios de grande motricidade, de orientação espaço- temporal e de aperfeiçoamento dos movimentos. As propostas lúdicas que contribuem e auxiliam na prevenção e reeducação destas perturbações, seriam: brincar com músicas e danças, de estátua, artes plásticas, brincar de roda, cabra-cega, canções com trabalho corporal, escravo-de-jó, brincar de se vestir com os olhos vendados, dublar canções dramatizando e brincar de morto-vivo. 
· Reeducação para perturbações da lateralidade: utilizam-se exercícios de percepção do lado dominante, de eixo simétrico do corpo, de formação de bonecos, de reconhecimento esquerda- direita, de discriminação visual e de educação gráfica. As propostas lúdicas que contribuem e auxiliam na prevenção e reeducação destas perturbações, seriam: artes plásticas (colagens, recorte, trabalho com miçangas), brincar de roda com canções que falam de direita e esquerda, brincar de gato e rato, brincar com espelho, brincar de macaco mandou. 
· Reeducação para perturbações da estrutura espacial: utilizam-se de exercícios de estrutura espacial, de discriminação visual, de educação da direção gráfica e de topologia. As propostas lúdicas que contribuem e auxiliam na prevenção e reeducação destas perturbações, seriam: jogos cantados, dança das cadeiras, boliche, brincar de se rastejar, jogo de loto, jogos de encaixe, quebra-cabeças, loto de posições, jogo da velha, resta um, artes plásticas (dobraduras). 
· Reeducação para perturbações da orientação espacial: utilizam-se exercícios de duração dos intervalos, de ritmos, exercícios com noção de distância. As propostas lúdicas que contribuem e auxiliam na prevenção e reeducação destas perturbações, seriam: adivinhar algo através de mímicas, brincadeiras com músicas (dança da cadeira, estátua), dona galinha e seus pintinhos, amarelinha, cantigas de roda e suas representações dramáticas. 
· Reeducação para perturbações do grafismo: utilizam-se exercícios da coordenação. As propostas lúdicas que contribuem e auxiliam na prevenção e reeducação destas perturbações, seriam: artes plásticas (pintura, argila, massinha, trabalho com miçangas, rasgar papel, colagens). 
· Reeducação para perturbações afetivas: as propostas lúdicas que contribuem e auxiliam na prevenção e reeducação destas perturbações, seriam: dramatizações com fantoches, artes plásticas, histórias, músicas que trabalhem o movimento (FONTANA, 2012, p.60). 
2.2 PSICOMOTRICIDADE E A SUA IMPORTÂCIA NO DESENVOLVIMENTO INTEGRAL DAS CRIANÇAS NA EDUCAÇÃO INFANTIL
O termo psicomotricidade para muitos profissionais se refere apenas ao movimento realizado pelo corpo. Porém, se faz necessária a compreensão de que a psicomotricidade abrange o corpo, a afetividade e intelecto, buscando assim o desenvolvimento integral da criança.
Neste sentido, conforme Lapierre e Aucouturier (1974) a psicomotricidade atua no desenvolvimento da personalidade da criança e de sua inteligência devido a necessidade de organização e a estruturação do eu e do mundo a partir da concepção de algumas noções fundamentais, descobertas a partir das vivencias e experiências da criança, como: grande-pequeno, aberto-fechado, alegre-triste, etc (FONTANA, 2012). 
O processo de aprendizagem depende de um grupo integrado de ações, que provocam uma transformação qualitativa na estrutura mental de quem aprende. Porém, esta transformação acontece através da modificação de conduta de forma permanente, seja por condicionamento, experiência ou ambos.
Assim sendo, para Sánchez et al. (2003), cabe ao professor a criação de um ambiente e clima educativo, promovendo diferentes possibilidades para as produções das crianças, de seus interesses e curiosidades, de acordo com o seu nível de maturidade afetiva e cognitiva, para deste modo, a criança conseguir ter consciência de suas próprias sensações, percepções e acumulo de novas experiências. 
Na educação infantil o conhecimento e as informações necessárias para a criança são facilmente absorvidos através de técnicas de ensino ou até pela simples aquisição de hábitos. Aprender é uma característica essencial dos seres humanos, pois somente eles possuem a intenção de aprender, onde de forma dinâmica e constante se modificam, buscando novas informações para ampliar seu conhecimento, como também, criando diferentes métodos para alcançar a melhoria da própria aprendizagem, mesmo que seja através da tentativa e erro. 
A prática psicomotora, de acordo com García Olalla (1995) citado por Sánchez et al. (2003) precisa ser entendida como um processo que auxilia e acompanha a criança em seu percurso maturativo, desde a expressividade motora e do movimento ao acesso à capacidade de descentração. Neste processo, são atendidos os aspectos principais do desenvolvimento do indivíduo, tais como a afetividade, a motricidade e o conhecimento, sendo está evolução que o diferenciará da dependência para a autonomia e da impulsividade à reflexão. 
Para Arnaiz (2003) citado por Sánchez et al. (2003), se faz necessário o entendimento de que a psicomotricidade atua com as crianças muito além de apenas uma educação corporal básica para a sua formação integral, mas também se refere a um meio de expressão que prioriza a dimensão não-verbal e as atividades não-diretivas ou exploratórias em um período evolutivo concreto, desde os primeiros meses até os 7 ou 8 anos de idade maturativa. 
Assim alude Le Boulch (1988, p. 11) que: 
A educação psicomotora deve ser considerada como uma educação de base na escola primária. Ela condiciona todas as aprendizagens pré-escolares e escolares; leva a criança a tomar consciência do seu corpo, da lateralidade, a a situar-se no espaço, a dominar seu tempo, adquirir habilmente a coordenação de seus gestos e movimentos. A educação psicomotora deve ser praticada desde a mais tenra idade; conduzida com perseverança, permite prevenir inadaptações difíceis de conduzir quando já instaladas (Apud FONTANA, 2012). 
	
	De acordo com Aucouturier (1994) citado por Sáchez (2003) a criança que alcança a capacidade de se comunicar, torna-se uma criança aberta aos outros, que pode relacionar-se, criar e trabalhar com o grupo, afirmando-se nele. Deste modo, auxiliar a criança a criar é fortalecer seu comportamento social, seu sentimento de pertencimento ao grupo, pois nunca se cria para si, mas sempre para os outros. 
Portanto, cabe ao professor dedicar uma atenção especial ao desenvolvimento psicomotor da criança da educação infantil, buscando incrementar todas as formas de criação e expressão através da promoção de diversificadas atividades que proporcionem experiências relacionadas à relação das crianças entre si para motivá-las a participação progressiva e a cooperação. Assim se alcançará o desenvolvimento de forma harmoniosa de seus componentes corporais, afetivos e intelectuais da personalidade da criança.
 
3 DESENVOLVIMENTO PSICOMOTOR E O PROCESSO DE ENSINO E APRENDIZAGEM
	
	Se faz necessário que o trabalho da educação psicomotora com as crianças tenha como principal objetivo a formação de base indispensável em seu desenvolvimentomotor, afetivo e psicológico, dando deste modo a oportunidade para que os alunos através das atividades lúdicas, tenham a consciência sobre seu corpo e o movimento executado por ele.
Para isso, assim cita Freire (1989) que: 
Corpo e mente devem ser entendidas como componentes que integram um único organismo. Ambos devem ter um assento na escola, não um (a mente) para aprender e o outro (o corpo) para transportar, mas ambos para se emanciparem. Por causa dessa concepção de que a escola só deve mobilizar a mente, o corpo fica reduzido a um estorvo que, quanto mais quieto estiver, menos atrapalhará (FREIRE; 1989, p. 13).
	Neste sentido, para que cada aluno atinja o seu desenvolvimento, cabe a escola e aos professores propiciar a interação pedagógica com a promoção de diferentes práticas, fornecendo através das mesmas, os meios necessários para que cada um seja o autor deste processo, com seus próprios investimentos e envolvimentos. Assim sendo, a escola infantil e seus professores, devem proporcionar os meios para que as crianças vivenciem novas experiências, estimulando cada aluno ao seu desenvolvimento aceitável, alfabetizando inicialmente os alunos na linguagem corporal, para depois trabalhar os currículo e conteúdos escolares. 
O intelecto, de acordo com Staes e De Meur (1984), somente se constrói a partir da atividade física, pois, as funções motoras, o movimento, não podem ser separadas do desenvolvimento intelectual, que são a memória, a atenção, e o raciocínio, nem da afetividade, que são as emoções e os sentimentos. Assim sendo, para ler e escrever adequadamente é imperativo que se tenha o completo domínio de habilidades a ele necessárias, analisando que estas habilidades são psicomotoras.
Neste contexto, a tarefa do professor é grande e difícil, pois cabe a ele entender qual o caminho que o aluno está construindo, para então implementar meios para auxiliá-lo a se desenvolver e amadurecer. Para isso o professor precisará conhecer o tempo de cada aluno e seu nível de maturação, para assim promover um ambiente em que cada criança possa desenvolver de forma promissora suas potencialidades e seu processo de aprendizagem. 
Contudo, somente a partir do empenho e do bom trabalho do professor em proporcionar oportunidades aos alunos de interação e de socialização é que conseguirá estabelecer um perfeito clima de equilíbrio em suas capacidades psicológicas, emocionais e motoras em relação aos outros e ao mundo. A criança precisa se sentir segura no ambiente escolar, para isso o mesmo precisa ser de cooperação e interação, para assim encarar o seu desenvolvimento e crescimento de maneira saudável, estando pronta para assimilar com o corpo, a mente e as emoções todas às mudanças de fase que terá que passar em sua vida.
Conforme estudos realizados por Piaget (1975) apud Guapindaia (2019), para a construção do conhecimento infantil a experiência através da ação é fundamental, assim sendo, o desenvolvimento cognitivo está dividido em dois planos; o primeiro é o sensório-motor, que se forma nos primeiros anos da criança e ocorre durante toda a sua vida. E o segundo, representativo, inicia-se a partir do primeiro e se desenvolve paralelamente a ele desde os sete anos. É a interação entre estes dois planos que possibilitará a sistematização do conhecimento.
Deste modo, se faz necessário ressaltar a importância do desenvolvimento psicomotor infantil de forma continuada e dinâmica, não separando a criança entre o ser intelectual, o emocional e o racional, como também, levando sempre em consideração suas habilidades como sendo um aspecto que pode ser sempre aprimorado. Para que este desenvolvimento ocorra de forma prazerosa e significativa para a criança, se faz necessário que se considere e respeite as fases de desenvolvimento da criança e as características de cada uma delas.
Com relação as fases do desenvolvimento psicomotor, assim destaca Silva (2010) que elas não devem ser consideradas somente como uma maturação neurológica, mas também como um processo relacional, considerando as relações do indivíduo e o ambiente que está inserido, bem como, com as relações com os demais. Segundo o autor, as fases do corpo podem ser resumidas em três fases até chegar a perfeição; primeiro o corpo é percebido; em segundo, é conhecido; e, finalmente, é vivido.
É de suma importância que seja pautada a escala do desenvolvimento psicomotor ressaltando as principais características de cada fase dos 2 aos 4 anos, segundo Fonseca (2009):
· Aos 2 anos: nesta fase a criança chuta uma bola, explora intencionalidade os brinquedos, faz traços horizontais, utiliza frases de pelo menos quatro palavras, consegue abrir uma porta, e/ou gaveta, ajuda ativamente a se vestir ou a se despir, consegue juntar brinquedos de encaixe, imita movimentos verticais e horizontais.
· Aos 3 anos: nota-se que nesta fase prevalece na criança a vontade de se afirmar, geralmente nesta fase a criança expressa interesse em atividades em que é solicitada que faça desenhos, brinca com outras crianças e já assumem papéis na brincadeira; apresenta uma melhor percepção do espaço, equilibra-se em um pé e na ponta dos pés por um pequeno período de tempo, controla-se em equilíbrio com os olhos fechados, coordena a marcha e a corrida, demonstra o domínio da coordenação motora grossa.
· Aos 4 anos: percebe-se nesta fase que a criança já consegue desenvolver atividades como segurar o lápis na posição correta e pedalar; demonstra interesse pelos sentimentos das pessoas que estão ao seu redor, como por exemplo, perceber que sua mãe está triste e tentar confortá-la; consegue fazer desenhos do corpo, de casas, apresenta noção em relação ao corpo, sobe e desce escadas alternadamente, sabe seu nome completo, sexo, idade, e, em alguns casos o endereço; sabe esperar a sua vez (In: GUAPINDAIA, 2019, p. 7).  
Portanto, a aprendizagem está interligada ao desempenho motor da criança. Para realização das atividades motoras de recorte, colagem, escrita e até mesmo o desenvolvimento do intelecto, se faz necessário o conhecimento do próprio corpo. Deste modo, para o desenvolvimento psicomotor acontecer de forma adequada é necessário que sejam realizados estímulos em todas as áreas do corpo, para assim a aprendizagem acontecer de forma satisfatória.
3.1 HABILIDADES A SEREM DESENVOLVIDAS NA EDUCAÇÃO INFANTIL
A estimulação do desenvolvimento psicomotor é fundamental para que aconteça a interação dos movimentos com a emoção e a cognição do indivíduo. Para que essa estimulação ocorra de forma adequada é fundamental que a criança disponha de um bom ambiente e de facilitadores para auxiliar no desenvolvimento das capacidades psicomotoras.
Conforme alude Lima (1991) citado por Alves (2004) durante o processo de desenvolvimento das crianças o brincar tem função essencial, principalmente nos primeiros anos de vida, sendo este período no qual ela precisa compreender e se inserir ao seu grupo, constituir a função simbólica, desenvolver a linguagem, explorar e conhecer o mundo que a cerca.
Na educação infantil, segundo Guapindaia (2019, p. 6), a prioridade é ajudar a criança a ter uma percepção adequada de si mesma, compreendendo suas possibilidades e limitações reais e ao mesmo tempo auxiliá-la a se expressar com maior liberdade, conquistando e aperfeiçoando novas competências motoras, estas habilidades são: 
· Habilidades motoras que levem a criança a aprender a conhecer o seu próprio corpo e a se movimentar livremente;
· Habilidades motoras finas, através de diversas atividades que facilitam a escrita;
· Possibilitar a exploração do mundo físico e o conhecimento do espaço que a cerca;
· Facilitar a comunicação e a expressão das ideias; e
· Percepções rítmicas através de jogos corporais e danças (GUAPINDAIA, 2019, p. 6).  
Neste sentido, assim elencou Fontana (2012, p. 64), diferentes atividades buscando assim desenvolver as habilidades psicomotoras de forma progressiva para poder auxiliar os professores na melhoria do desenvolvimento integral das crianças na educação infantil, que são:· Coordenação Global (0 aos 7 anos) - Atividades: rolar, rastejar, engatinhar, andar, correr; soltar, transpor, dançar e a realização de jogos imitativos;
· Coordenação Fina e Viso-motoras (2 aos 7 anos) - Atividades: transportar, agrupar, bater, segurar, encaixar, manipular, atar, desatar, aparafusar, lançar, abotoar, riscar, modelagem, recorte, colagem e escrita (iniciação do movimento de pinça); 
· Imagem Visual (3 e meio a 7 anos) – Atividades: observação do corpo no espelho e desenho do próprio corpo; 
· Esquema corporal (3 e meio a 8 anos) - Atividades: auto identificação, localização, abstrata corporal, reconhecimento de todas as partes do corpo;
· Lateralidade (6 a 7 anos) – Atividades: dominância lateral dos três níveis, olho, mãos e pés;
· Organização Espacial (5 aos 7 anos) observada aos 2 anos como estímulos desta habilidade, mas se consolidaram dos 5 aos 7 anos – Atividades: jogos de identificação de cores, formas, tamanhos, direcional e de relações espaciais (em cima, em baixo, lado direito, lado esquerdo, atrás, frente, etc. Amarelinha, jogos de comandos, letras e números gigantes para serem observados e manipulados corporalmente;
· Orientação Temporal (6 aos 8 anos) iniciada aos 2 anos e consolida-se dos 6 aos 8 anos - Atividades: perceber os intervalos de tempo entre as palavras, rimas musicais, danças cantadas, (servindo de estímulo, podendo utilizar-se das cirandas, construção de instrumentos musicais rítmicos (tambor, chocalho, etc.), acompanhamento dos ritmos musicais com o corpo, trabalho com sequências sonoras e gráficas. 
· Discriminação Visual e Auditiva (4 aos 8 anos) – Atividades: Jogo de memória com letras e sílabas, dominó de letras e gravuras, quebra cabeças de letras e palavras, sequências de fatos, leitura de histórias, escritas espontâneas de palavras, reescritas de histórias, músicas, etc. (FONTANA, 2012, p. 64) 
Para tanto, o professor tem um papel fundamental na aquisição das aprendizagens de seus alunos, tendo ainda maior ênfase em sua função quando o mesmo trabalha na educação infantil, pois é nesta fase da educação que o vinculo afetivo entre professor e aluno são tão necessários para que aconteça a aquisição das aprendizagens, pois nesta fase, a aprendizagem acontece especialmente através do campo emocional e afetivo.
4 MATERIAIS E METODOS
Para confecção deste estudo utilizou-se como metodologia a pesquisa bibliográfica que busca por meio de vários autores refletir sobre o tema proposto. A pesquisa será efetuada com a leitura de livros, revistas, artigos e sites especializados no assunto, buscando assim provocar a reflexão e elucidar questões que trarão o embasamento necessário para as mudanças necessárias nas metodologias e práticas educativas, melhorando a relação entre professor e aluno, para deste modo melhorar a qualidade na educação ofertada e o pleno desenvolvimento dos alunos. 
A pesquisa bibliográfica tem em vista analisar tudo o que foi escrito, dito, ou filmado sobre determinado assunto. De acordo com Markoni e Lakatos (2009) citados por Maneira (2015), a pesquisa bibliográfica tem como finalidade posicionar o leitor, o colocando em contato com tudo que foi escrito, dito ou filmado sobre determinado assunto.
5 RESULTADOS E DISCUSSÃO
	No desenvolvimento deste estudo realizado através da pesquisa bibliográfica com diferentes autores sobre o tema, grandes foram as aprendizagens que elucidaram questionamentos com relação a importância da psicomotricidade não somente para o corpo e seus movimentos, mas principalmente na relação existente entre o corpo, a mente e a aquisição do conhecimento. 
	Sobre a evolução do conceito de psicomotricidade, Basegio (2007) mostrou que a educação por muito tempo classificou os alunos por seu potencial intelectual, onde no século XX, Binet e Simon criaram testes padronizados de inteligência, que determinavam se a criança estava apta ou não para ingressar na escola. O QI media a inteligência infantil, classificando-as de débeis as que não atingiam os padrões estabelecidos. Não eram consideradas as inúmeras potencialidades do sujeito e, para a escola, a defasagem de aprendizagem da criança não era problema dela e sim um problema orgânico, excluindo deste modo estes alunos do ensino regular. 
	Ainda segundo o autor, após longo período de estudos, os neurologistas que passaram a tratar das questões dos alunos com dificuldades de aprendizagem, chegaram à conclusão que não possuíam respostas aos distúrbios de aprendizagem e que não havia drogas que resolvessem tais problemas, percebendo a importância de uma visão interdisciplinar. Concluindo então que o déficit de aprendizagem não estavam necessariamente (em alguns casos) associados a disfunções cerebrais, mas que cada criança tinha suas próprias especificidades e com causas diversas para suas dificuldades em aprender. Chegou-se, portanto, a conclusão de que as causas de não aprender podem estar relacionadas aos aspectos cognitivos, emocionais e motores. E que a psicomotricidade está vinculada ao movimento, mas também ao afeto e ao intecto, pois ela se relaciona com o processo maturacionais, nos quais o corpo é o lugar onde nascem as aquisições cognitivas, afetivas e orgânicas (BASEGIO, 2007). 
Em seu trabalho, Sánchez et al. (2003) aborda que a prática psicomotora utilizada nas creches e escolas, tem o aspecto preventivo e educativo. Preventivo por auxiliar na prevenção de inúmeras dificuldades de comportamento e de aprendizagem, por tratar-se de uma prática não diretiva, onde o adulto (professor) pode observar através de diferentes estratégias pedagógicas, seus alunos no momento de intensa expressão e de espontaneidade, desenvolvidos em um ambiente que lhe transmite confiança, deixando fluir assim suas emoções, fantasias e sua imaginação.
Neste sentido, conforme a teoria de Piaget, citado por Rossi (2012), a inteligência da criança é a partir da atividade motriz desde o início de sua vida até os sete anos onde sua educação é psicomotriz. Portanto, o conhecimento e a aprendizagem se adquirem através das ações da criança sobre o meio e seu entorno, como também, nas experiências de ação e movimento por ela desempenhadas. 
Assim sendo, Le Boulch (1984) citado por Rossi (2012) afirma que o objetivo central da educação psicomotora é o de contribuir para o desenvolvimento psicomotor da criança, da qual depende, ao mesmo tempo, a evolução de sua personalidade e o sucesso escolar.
 
	
6 CONCLUSÃO
Ao término deste estudo sobre a importância da psicomotricidade na educação infantil, como sendo uma prática preventiva e educativa, possibilitou a reflexão acerca da efetividade da educação psicomotora na aquisição das aprendizagens, como também na formação integral dos alunos, sendo extremamente necessária sua exploração no planejamento dos educadores de crianças de 0 a 7 anos, através da implementação de diversificadas práticas pedagógicas de psicomotricidade no cotidiano de todas as creches e escolas.
Deste modo, se faz necessário a conscientização dos profissionais da educação de que a educação pelo movimento auxilia à criança a resolver mais facilmente os problemas das dificuldades de aprendizagem, enquanto as prepara para assegurar percepções, desenvolver a atenção e a explorar a inteligência, onde através destas conquistas são favorecidas novas percepções sensoriais e novas experiências. A criança deste modo, vai se desenvolvendo sua autonomia, o uso das diferentes linguagens, na organização espaço-temporal, nas brincadeiras e na relação com as pessoas.
A grande necessidade é que os educadores estejam preparados através de diferentes práticas pedagógicas psicomotoras, de acordo com a maturação e as fases de desenvolvimento de seus alunos, para promover o fortalecimento da estrutura simbólica nas crianças pequenas, mediante atividades como as de representação teatrais, com fantoches, histórias dramatizadas e uma multiplicidade de recursos que atualmente fazem parte do espaço nos objetivos da educação infantil e do processo ensino e aprendizagem. 
Por meio da experiênciaconcreta, do brincar e do movimentar-se, o processo de ensino e aprendizagem tornar-se-á um processo contextualizado e repleto de significados reais e práticos, que irão motivar a participação de todos de forma prazerosa nas atividades pedagógicas, principalmente nas de grupo, onde o resultado será enriquecedor na formação de indivíduos plenos, críticos, criativos e autônomos.
	 
REFERENCIAS 
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BASEGIO, I. A. Psicomotricidade. Canoas: Pró Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação, Pró Reitoria de Ensino a Distância, 2007.
BRASIL. Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 24 dez. 1996.
FONSECA, V. Introdução as Dificuldades de Aprendizagem. Porto Alegre: Artes Médicas, 1995.
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LE BOULCH, J. O Desenvolvimento Psicomotor: do nascimento até os 6 anos. Tradução de Ana Guardrola Brizolara. Porto Alegre: Artes Médicas, 2001.
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SÁNCHEZ, P. A.; MARTINEZ, M. R.; PEÑALVER, I. V. A psicomotricidade na educação infantil uma prática preventiva e educativa. Porto Alegre: Artmed, 2003. 
SANTOS, B. M. (2013). Um Breve Histórico da Psicomotricidade e suas Aplicações Práticas Junto a um Grupo de Estudantes da Rede Pública de ensino no Município de Barra Mansa – RJ. Disponível em: https://psicologado.com.br/psicologia-geral/desenvolvimento-humano/um-breve-historico-da-psicomotricidade-e-suas-aplicacoes-praticas-junto-a-um-grupo-de-estudantes-da-rede-publica-de-ensino-no-municipio-de-barra-mansa-rj. Acesso em Set/2019.
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SILVA, G. S. O desenvolvimento psicomotor na educação infantil de 0 a 3 anos. (2010) Disponível em: https://www.avm.edu.br/docpdf/monografias_publicadas/T205654.pdf. Acesso em Out./2019.
STAES, L. & DE MEUR, A. Psicomotricidade: educação e reeducação. Rio de Janeiro: Manoele, 1984.

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