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https://novaescola.org.br/conteudo/19087/mudanca-de-rotina-como-se-manter-
proximo-das-familias-em-tempos-de-pandemia
Publicado em NOVA ESCOLA 28 de Abril | 2020
Educação em tempos de quarentena
Mudança de rotina: como se
manter próximo das famílias em
tempos de pandemia
Da noite para o dia as escolas receberam uma missão: se reinventar para
atender seus alunos. E agora?
Anna Rachel Ferreira
Crédito: Getty Images
Com a pandemia de Covid-19, o Brasil não teve alternativas a não ser implementar a quarentena para
evitar o contágio acelerado da doença. Isso porque um número alto de infectados ao mesmo tempo
sobrecarregaria o sistema de saúde do país e faria com que muitas pessoas não tivessem acesso a
tratamento adequado. Apesar das notícias sobre a crise causada por essa doença em outros países
circular desde o início deste ano, a mudança na rotina dos brasileiros foi brusca e repentina. Da noite
para o dia, escolas foram fechadas e passaram a ter que atender seus alunos de maneira remota. Pais
e responsáveis passaram a ter que acompanhar a rotina escolar de seus filhos de perto. Mas essa é
apenas uma face do problema. Ainda há aqueles que não têm acesso à internet e muitas vezes nem a
comida, pois não podem trabalhar nesse período. Diante desse cenário, como proceder?
Um ponto importante a levar em consideração é a maneira como a Educação tem sido pensada. “Ao
longo dos anos, não tivemos uma Educação que priorizasse a autonomia dos alunos e nem que
utilizasse o digital como ferramenta permanente de estudo”, explica Luciene Tognetta, pesquisadora
do Departamento de Psicologia Educacional da Faculdade de Educação da Universidade Estadual de
Campinas (Unicamp).
https://novaescola.org.br/conteudo/19087/mudanca-de-rotina-como-se-manter-proximo-das-familias-em-tempos-de-pandemia
/conteudo/19049/a-prioridade-sao-aulas-presenciais-mas-nao-sabemos-quanto-durara-a-suspensao
https://box.novaescola.org.br/etapa/3/educacao-fundamental-2/caixa/96/inverta-a-sala-de-aula-durante-a-quarentena
Do lado dos pais, o cenário não é diferente. Ninguém os preparou para equilibrar o acompanhamento
das atividades escolares ao mesmo tempo que precisam lidar com tarefas e preocupações do trabalho
e de casa. Então, a primeira coisa a se fazer é entender que a adaptação não será perfeita e que todos
estão dando o seu melhor nessa nova realidade. É o que ressalta a professora Adriana Marcondes, do
Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo (USP). “Todos estão se esforçando para dar conta
de um jeito de fazer Educação que é remoto e cheio de imprevistos”, afirma. Além disso, a professora
aponta que esse é o momento de reforçar os vínculos dentro entre professores, pais e alunos. Por isso,
é importante entender a sua comunidade escolar para atendê-la bem.
O lugar do outro
A situação é nova para todo mundo, por isso, tenha em mente que todos estão tentando entender
como agir. Agora, mais do que nunca, é essencial fazer o exercício de se colocar no lugar do outro
não depositar cobranças excessivas de produtividade para esse período. Considere:
- A relação professor-aluno é muito diferente da relação pai-filho. Além disso, os responsáveis não
estão preparados para dar conta do conteúdo escolar. Eles também estão angustiados e
pressionados pela quarentena em si;
 - O tempo que a criança tem disponível para o ensino remoto é diferente do tempo na escola. Não
apenas por questões de estrutura, mas porque o ambiente e nível de atenção também mudam;
 - Pensar em ações mediadas pela tecnologia que levem ao aprendizado, considerando todas as
circunstâncias, é um exercício difícil. Os professores têm se desdobrado para aprender a trabalhar
com novas ferramentas. Mas não só eles: estudantes, pais e familiares também estão se
adequando às novas dinâmicas.
O momento é o de dar as mãos simbolicamente, testar coisas novas e repensar se a Educação e a
dinâmica escolar que estávamos exercendo é a que faz mais sentido ou não para o momento atual.
Não existe resposta pronta. Mas existe uma grande oportunidade de construir novos caminhos para
a escola.
Redes sociais a favor da Educação
Na EMEI Nelson Mandela, na Zona Norte da capital paulista, a produção para o Facebook e Instagram
já acontecia com alguma frequência. Mas com a quarentena, essa passou a ser uma ferramenta
essencial. “Assim que o fechamento da unidade foi anunciado [15 dias de recesso], uma mãe veio
conversar comigo sobre quais atividades poderia fazer com seu filho em casa”, comenta a diretora
Jaqueline Rinaldo. As professoras e equipe da escola produziram alguns vídeos de conscientização
para prevenir o coronavírus e também de atividades simples para os responsáveis realizarem com as
crianças. Até então, o planejamento da escola se tratava de uma medida apenas para suprir uma
necessidade imediata dos pais e responsáveis.
Com o retorno das aulas, de maneira remota a partir do dia 13 de abril, as necessidades mudaram.
“Percebemos que precisávamos continuar trabalhando dentro daquilo que havíamos planejado para o
semestre e também do material que a prefeitura está enviando às casas dos pequenos”, comenta a
diretora.
Pesquisar planos de aula 
para usar a distância
Para dar sequência ao trabalho, o corpo docente da escola tem produzido um portfólio online,
colocado especificações de aprendizagens nas descrições dos vídeos e planejado devolutivas aos pais.
Como devolutiva das entregas, várias famílias passaram a enviar vídeos de seus filhos realizando as
atividades propostas por meio das redes sociais da unidade escolar. Claro que esta não é uma solução
definitiva. Um primeiro levantamento da escola, mostra que de 212 alunos, apenas 45 famílias
/plano-de-aula/busca-em-casa?query=
participam do grupo de WhatsApp dos pais na EMEI Nelson Mandela. Ainda não se sabe ao certo o
tamanho do alcance dessas iniciativas. Mas a equipe tem se reunido todos os dias por meio de
videoconferência para discutir os próximos passos.
Comunidade escolar unida
Ao pensar no fechamento das unidades escolares, é comum imaginar o ensino mediado pela
tecnologia como única alternativa possível. Entretanto, essa não é uma opção para muitos que não
possuem equipamentos ou mesmo acesso. Há ainda outras preocupações mais básicas nesse
momento que tomam as rotinas das famílias, como a alimentação. Foi com uma realidade assim que
os professores se depararam na EMEF M’boi Mirim I, localizada no bairro de Jardim Novo Santo Amaro,
em São Paulo. Muitos pais entraram em contato para compartilhar a situação difícil que estavam
vivendo por não conseguirem trabalhar. “Algumas famílias já eram atendidas pela Assistência Social,
mas mapeamos outras que não imaginávamos e também estavam passando necessidade por conta da
quarentena”, conta a professora Iara Mara Silva de Souza.
Assim como outras escolas da região, os professores da M’boi Mirim se uniram a fim de atender essas
famílias. Para isso, pediram doações a seus amigos e familiares para a compras de cestas básicas.
Foram 277 cestas compradas do pequeno mercado localizado nas proximidades da unidade escolar.
Os pais foram até a escola para pegar um voucher que lhes dava o direito de retirar a cesta no
mercado. Além do que já foi entregue, ainda há mais 100 cestas básicas compradas com o dinheiro
dessa arrecadação e mais 100 doadas pela Uneafro.
Do ponto de vista pedagógico, Iara comenta que os seus estudantes têm pouco acesso à internet.
“Algumas dessas famílias que atendemos, tiveram que receber nossa visita na porta de casa, pois nem
contato telefônico foi possível”, explica. No momento, os professores desenvolveram um blog com
conteúdos educacionais e vídeos no Youtube com alunos, ex-alunos e um dos professores da unidade
falando sobre os cuidados que devem ser tomados em relação ao coronavívrus. Os próximos passos
serão dados um por vez, de acordo com o momento da comunidade em que a EMEF M’boi Mirim I
estiver. Nesta reta final de abril, a unidade está no aguardo de que as turmas recebam os materiais
que serão disponibilizadospela prefeitura e se reunirá para tomar as decisões seguintes.
5 dicas para repensar a rotina com a comunidade escolar
As histórias dessas três escolas podem inspirar direcionamentos do que fazer. Mas, como é sabido,
cada escola vive uma realidade muito particular. Com a ajuda da Luciene Tognetta, pesquisadora do
Departamento de Psicologia Educacional da Faculdade de Educação da Universidade Estadual de
Campinas (Unicamp), elencamos alguns questionamentos e atitudes que podem colaborar com o dia a
dia da sua unidade. Confira abaixo:
1) Entenda qual é a necessidade real da comunidade escolar hoje. É muito importante estar em contato
ativo com os pais e alunos para entender do que eles mais precisam nesse momento. Lembre-se de
que as necessidades vão mudando e que é preciso manter sempre o diálogo aberto para antecipar
problemas e um planejamento que faça sentido para a comunidade escolar.
2) Analise como a comunidade pode apoiar a escola. A equipe pedagógica precisa estar ciente do que
os alunos precisam aprender e de como eles aprendem para que essa informação chegue de maneira
clara aos pais.
3) Procure saber como o governo pode ajudar nesse cenário. Se há alunos e professores sem
computador, famílias sem comida e outras questões de infraestrutura tente uma integração com o
governo ou outras redes de apoio locais. Diversas iniciativas estão sendo estruturadas para atender ao
momento da Covid-19.
4) Convoque a comunidade para que todos participem. Mantendo as recomendações de
distanciamento social, é possível criar uma comissão que pense em estratégias de como chegar nas
famílias que têm mais dificuldades.
5) Mantenha um grupo de trabalho escolar. Esse grupo vai pensar em estratégias sobre como chegar
com conteúdos e discussões para os alunos e auxiliar outros docentes no processo. 
https://uneafrobrasil.org/
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