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AULA 6 INDICADORES DE GESTÃO DE PESSOAS Profª Gislaine Teles Rodrigues Potta 2 CONVERSA INICIAL Nesta aula, teremos a oportunidade de verificar na prática os indicadores de recrutamento, seleção e de qualidade de vida. Você aprenderá a calcular e analisar alguns dos indicadores que podem ajudar a desenvolver o processo de recrutamento e seleção. Entenderá também como utilizar, na prática, alguns indicadores importantes para mensurar a qualidade de vida dos empregados. Esta aula tem como objetivo o desenvolvimento de um olhar crítico e reflexivo sobre a prática dos indicadores de recrutamento, seleção, condições de trabalho, benefício e satisfação dos empregados CONTEXTUALIZANDO Os indicadores de recrutamento, seleção e de qualidade de vida são de extrema importância para a organização. Afinal, uma admissão sem qualidade poderá impactar nos custos organizacionais, além de todo o do desgaste e tempo utilizado no processo, que poderá gerar perda de competitividade, de eficiência e de eficácia organizacional. Lembrando que é sempre necessário garantir um ambiente produtivo, com pessoas satisfeitas, com as melhores condições de trabalho, pois a organização deve estar preocupada com a qualidade de vida do capital humano. Procure imaginar alguns problemas recorrentes em algumas organizações, como prazos, eficiência, controle, custos, métricas, dentre outros. Assim, é preciso saber mensurar e conhecer algumas métricas em Gestão de Pessoas para saber se os gestores têm recebido relatórios com os indicadores pertinentes sobre a condução do capital humano na organização. Essas métricas têm sido suficientes para agir e tomar decisões, em referência às estratégias adotadas pela organização? TEMA 1 – INDICADORES DE RECRUTAMENTO NA PRÁTICA Em uma organização, existem muitos ativos; dentre eles, o capital humano tem-se mostrado o mais valioso. Ele é visto como diferencial competitivo, e por isso o processo de recrutamento precisa ser eficiente e eficaz, contribuindo para atrair profissionais de qualidade para a organização. Para recrutar pessoas, é preciso angariar candidatos cujo perfil atenda à necessidade da organização. Esse processo começa com o levantamento da 3 demanda dos setores da empresa, o que pode ser feito por diversos motivos. Via de regra, começa-se pela requisição de um novo funcionário, seguindo um fluxo de trabalho que provavelmente já estará preestabelecido pela área de recrutamento e seleção. Segundo Chiavenato (2014), o recrutamento é bem-sucedido quando o recrutador conhece bem o que são as funções ou o que se é exigido no cargo. Sabemos assim qual o melhor candidato disponível no mercado. Para tanto, é importante ter um planejamento de RH que determine as necessidades da organização, com perfil, fontes de recrutamento e pré-requisitos – como nível de experiência e nível de escolaridade e habilidades. Para saber se as práticas estabelecidas pela área do recrutamento estão sendo cumpridas, é preciso ter indicadores como ferramentas essenciais para medir o impacto da estratégia de recrutamento e para determinar como ela pode ser aperfeiçoada. 1.1 Fórmula para o cálculo dos Indicadores de Recrutamento O cálculo do primeiro indicador, quantidade de candidatos por vaga, é realizado pela seguinte fórmula: Vejamos um exemplo. Imagine que uma empresa recebeu 400 currículos para quatro vagas. Aplicando a fórmula, temos: Portanto, nesse processo foram recrutados 100 candidatos por vaga. A quantidade de candidatos encaminhados para o processo seletivo revela a qualidade do recrutamento, o tipo de anúncio utilizado, a forma de elaboração desse anúncio e, principalmente, a maneira como foi realizada a triagem dos currículos. A organização pode querer realizar um recrutamento utilizando uma base de dados interna, ao invés de anunciar a vaga por meio de canais externos. Veja que o cálculo, neste caso, será o mesmo, porém a quantidade de candidato por Quantidade de candidatos por vaga = Número de currículos recebidos Quantidade de vagas Quantidade de candidatos por vaga = 400 = 100 4 4 vaga será dada pelo número de currículos disponíveis no banco de dados da empresa, dividido pela quantidade de vagas. O indicador de qualidade de candidatos por vaga nos leva a descobrir se o recrutamento foi exitoso. O cálculo desse indicador considera a quantidade de candidatos triados e encaminhados para o processo seletivo, com base na seguinte fórmula: Suponha que, dos 400 currículos recebidos pela empresa no recrutamento das quatro vagas citada no exemplo anterior, foram encaminhados apenas 200 candidatos para participar do processo seletivo. Dessa forma, temos: A qualidade dos candidatos recrutados é de 50 candidatos por vaga. Além dos índices de quantidade e qualidade dos candidatos recrutados, o tempo médio de duração dos processos de recrutamento é outro indicador importante. Para calculá-lo, utiliza-se a seguinte formula: Vejamos um outro exemplo. Considere que, no mês passado, em determinada organização, foram abertas quatro vagas para compor o quadro de empregados efetivos, sendo: • duas vaga para secretária; • uma vaga para assistente administrativo; • uma vaga para assistente de recursos humanos. Cada processo de recrutamento demorou um tempo diferente de conclusão, conforme o quadro a seguir Quadro 1 – Processo de recrutamento Cargo Duração do processo de recrutamento Secretária 18 Assistente Administrativo 22 Quantidade de candidatos recrutados = Número candidatos triados para o processo seletivo Número de vagas Quantidade de candidatos recrutados = 200 = 50 4 Tempo médio de duração de recrutamentos = Número total de dias gastos em recrutamento Número total de processos de recrutamento 5 Assistente De Rh 4 Aplicando esses dados à fórmula teremos: Portanto, o tempo médio de recrutamento no mês em questão foi de 11 dias. O indicador tempo médio de recrutamento tem por finalidade demonstrar o tempo utilizado no recrutamento de candidatos, considerando as vagas em aberto na organização. Este indicador pode ser medido em termos globais e por recrutamento interno ou externo, assim como por qualquer outra necessidade específica. O indicador de eficácia também pode ser convertido para custos e ajudar os gestores a verificar a flutuação desse índice ao longo do tempo. As organizações pensam muito em custos e despesas, e o recrutamento sempre envolve um custo significativo para a organização. Conhecer esses indicadores possibilita ao gestor um olhar reflexivo e crítico quanto à eficiência do processo de recrutamento. O processo de recrutamento envolve diversos recursos para a busca de um profissional. A organização ainda precisa investir em integração e em treinamentos, para adaptar o novo contratado, por isso é muito importante ter essas métricas atualizadas para medir a eficácia. TEMA 2 – INDICADORES DE SELEÇÃO NA PRÁTICA Segundo Chiavenato (2014), não existe organização sem pessoas. Sendo assim, o processo de seleção é como se fosse um filtro, permitindo que algumas pessoas possam compor o quadro de empregados da organização. Dessa forma, a seleção tem como objetivo agregar talentos e competências a longo prazo para que esses indivíduos realizem suas atividades de modo produtivo, com qualidade, aumentando assim a produtividade e a competitividade da organização. O processo de seleção precisa contar com um planejamento estratégico de recursos humanos, visando reduzir custos e ter melhores resultados a longo prazo, de modo a manter um bom andamento para as atividades da organização. Portanto, os indicadores de seleção são ferramentas importantes para entender, analisar e propor correções ao longo de todo o processo de seleção, para assim tomar decisõesque proporcionem o sucesso organizacional. Tempo médio de duração de recrutamentos = 18+22+4 =11 4 6 O processo de seleção contém um conjunto de práticas para a comparação de requisitos do cargo e traz as características dos candidatos triados que apresentam o perfil mais adequado para a organização e a melhor oportunidade de cargos. Para isso acontecer, é essencial que esse processo seja avaliado pela organização, tanto pela quantidade dos candidatos quanto pela sua qualidade. 2.1 Fórmulas para o cálculo dos indicadores de seleção O papel do Recrutamento é divulgar no mercado de RH as oportunidades, que a organização irá oferecer para as pessoas que possuem os requisitos exigidos pelo cargo em evidência, para que estas possam submeter-se ao processo seletivo. Dessa forma, a seleção tem como objetivo escolher o melhor capital humano, para alcançar com eficiência e eficácia os objetivos da organização (Lima et al., 2016). O processo de recrutamento e seleção influencia o mercado de trabalho com dois enfoques: quantitativo (quanto mais candidatos, melhor será o recrutamento) e qualitativo (trazer candidatos que sejam triados, entrevistados e encaminhados ao processo seletivo). É importante fazer uso dos indicadores e controlá-los para análises e ajustes que possam surgir durante todo o processo. O indicador de quantidade de candidatos contratados pela quantidade de candidatos selecionados, conhecido como Quociente de Seleção (QS), é calculado pela seguinte fórmula: Vejamos um exemplo para esse indicador. Uma organização, em determinado mês, selecionou 20 candidatos em processos de recrutamento. Desses 20, foram admitidos dois candidatos. Assim, para aplicarmos a fórmula, temos: Nº de candidatos admitidos no mês: 2. Nº de candidatos selecionados: 20. Quociente de seleção = Número de candidatos admitidos × 100 Número de candidatos selecionados Quociente de seleção = 2 × 100 = 10% 20 7 Portanto, o quociente de seleção daquele mês foi de 10%. O quociente de seleção (QS) é o resultado da proporção entre o número de pessoas admitidas e o número de candidatos submetidos ao processo de seleção. À medida que o quociente de seleção diminui, aumenta-se a eficiência e a seletividade. Este indicador pode sofrer alterações em função da oferta e procura no mercado. Sendo assim, o tempo médio entre a abertura e o preenchimento da vaga pode ser calculado com base na seguinte fórmula: Mais um exemplo. Uma organização realizou 2 processos seletivos, ambos com duração de 22 dias. Para aplicarmos a fórmula de cálculo do tempo médio de preenchimento de vaga, temos os seguintes dados: Tempo do processo um: 22 dias. Tempo do processo dois: 22 dias. Nº de processos: 2. Portanto: O tempo médio entre a abertura da vaga e o preenchimento foi de 22 dias. Normalmente, para grandes organizações, o tempo médio de preenchimento de vaga tende a ser um número maior em média 43 dias, já para pequenas organizações pode-se reduzir o tempo para 29 dias. Esse indicador tem uma representatividade boa, devido à sua facilidade de cálculo. Porém, pode esconder variações, quando cada processo apresenta valores de tempo diferentes. A organização deve estabelecer um tempo limite como balizador de eficácia, porém isso pode variar de organização para organização. Já o índice de satisfação do candidato contratado é um indicador qualitativo do processo seletivo, e mede sua eficácia, pois demonstra a capacidade de adaptação do candidato contratado ao cargo e a sua integração com a equipe e a organização. Tempo processo um + Tempo processo dois + ... Tempo processo n Número total de processos seletivos Tempo médio de preenchimento de vaga = 22 + 22 = 22 2 8 O indicador de satisfação do candidato contratado é medido consi- derando os candidatos que permaneceram na organização após os três meses de experiência. Para calcular esse indicador, define-se uma data-base e verifica- se quais candidatos contratados nessa data-base ainda permanecem na organização. Para esse indicador, utiliza-se a seguinte fórmula: Um exemplo: imagine que uma organização contratou 40 candidatos em um dado determinado período. Destes, apenas 16 permaneceram na empresa após os três meses de período de experiência. Os dados para aplicar a fórmula de cálculo do indicador de satisfação do candidato contratado, neste caso, são: Quantidade de empregados que permaneceram na organização: 16. Quantidade de empregados contratados no período: 40. Nessa organização, os cálculos mostram que o índice de satisfação de candidatos contratados é de 40%. Algumas organizações revelam um certo grau de dificuldade em medir e avaliar seus processos. Por isso, é importante estabelecer como prática o acompanhamento de indicadores de avaliação da qualidade do recrutamento e da seleção, para propor melhorias e intervenções no processo, sempre que necessário. O conhecimento das métricas no processo de seleção é relevante para a organização poder se posicionar do modo mais estratégico, tomar decisões mais assertivas e, com isso, se destacar em relação aos seus concorrentes. TEMA 3 – INDICADORES DAS CONDIÇÕES DE TRABALHO NA PRÁTICA Os indicadores das condições de trabalho têm uma representatividade legal e são de extrema importância para a organização, pois englobam dados previstos em lei, considerando que as organizações devem cumprir a legislação e os acordos de convenções. A Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) Quantidade candidatos que permanecem após 3 meses de experiência × 100 Quantidade de candidatos contratados Índice de satisfação do candidato contratado: 16 × 100 = 40% 40 9 estabelece que o empregador deve evitar abusos e não expor o empregado a uma carga horária que possa prejudicar sua saúde e seu convívio familiar e social. A legislação impõe limites; contudo, as organizações procuram compensar financeiramente o empregado por meio de adicionais à jornada (hora extra), o que é permitido desde que sejam seguidas determinadas regras. A CLT, no artigo 59, deixa expresso que a jornada de trabalho é de 08 (oito) horas diárias, prevendo a possibilidade de o empregado estender sua jornada em mais duas horas, desde que não ultrapasse a jornada máxima de dez horas e desde que elas sejam pagas com acréscimo de no mínimo 50% - aqui, é preciso verificar acordos coletivos e convenções. 3.1 Fórmulas para o cálculo dos indicadores das condições de trabalho Quando o indicador de jornada de trabalho adequada apresenta taxa elevada, pode ser um sinal de que existem problemas de eficiência, pois há muitas horas para além da jornada normal de trabalho. O indicador tem como objetivo acompanhar a evolução do tempo médio que cada empregado executa de trabalho extraordinário em um determinado período. O indicador de jornada de trabalho adequada pode ser medido em um contexto geral, em toda a organização; ou separadamente, por áreas, grupos de trabalho, unidades de negócio ou outras divisões, além de cálculos por períodos (semanas, finais de semanas, feriado etc.). Calculado individualmente, esse indicador possibilita identificar a necessidade de contratação de funcionários. Esse indicador também pode ser utilizado para calcular custos, transformando em valor as horas extras e as horas trabalhadas no período. Veja a fórmula para esse indicador: Vejamos um exemplo. Uma empresa tem 150 empregados trabalhando 8 horas diárias em situação normal, de segunda a sexta-feira, ao longo de 230 dias úteis a cada ano. Entretanto, as horas extraordinárias realizadas no ano chegaram a um total de 4.330. Aplicando essesdados à fórmula de indicador de jornada de trabalho adequada, temos: Indicador de jornada de trabalho = Número de horas extras de trabalho × 100 Número de horas de trabalho no período 10 Então, o indicador de jornada de trabalho adequada nesta empresa é de 1,56%, o que é um bom resultado. Agora vamos apresentar o indicador de ambiente físico adequado, o qual apresenta as condições físicas de instalações e equipamentos onde o empregado realiza suas atividades, verificando se o ambiente é apropriado. Essa informação é bastante relevante para a qualidade de vida do empregado, pois um ambiente inadequado pode gerar problemas legais e de saúde para os empregados. Segundo Chiavenato (2014), um ambiente saudável envolve condições ambientais físicas que sejam percebidas por todos os sentidos humanos. O ambiente físico envolve iluminação, ventilação, temperatura, ruído e conforto. A VI Conferência Internacional de Estatística do Trabalho estabeleceu dois coeficientes para medir o índice de acidentes no trabalho: o coeficiente de frequência e o coeficiente de gravidade. O indicador de segurança no trabalho está relacionado à prevenção de acidentes e segue duas formas de cálculo (Chiavenato, 2014). A primeira fórmula é: O Coeficiente de Frequência (CF) de acidentes de trabalho traz o número de acidentes com afastamento em cada milhão de homens/horas trabalhadas, num determinado período de tempo, que pode ser mensal ou anual. A segunda fórmula é: É importante sempre controlar essa análise, pois se houver uma maior incidência de acidentes, é preciso aumentar a atenção e a preocupação com seu pessoal. Vejamos um exemplo. Indicador de jornada de trabalho = 4.330 × 100 = 1,56% 150 x 8 x 230 Coeficiente de frequência (CF) = Número de acidentes com afastamento x 1.000.000 Homens horas trabalhadas Coeficiente de gravidade (CG) = Número de dias perdidos + número de dias computados mento x 1.000.000 Homens horas trabalhadas 11 Imagine que uma empresa teve três acidentes de trabalho no ano; nesse mesmo período, os empregados ficaram afastados por seis meses. Essa empresa tinha 250 empregados que trabalhavam 220 horas por mês. Considerando que um ano tem 12 meses, ou seja, 365 dias, temos: Homens horas trabalhadas no ano: (220 x 250) x 12 = 660.000 homens horas Nº de dias perdidos = (6 x 30) x 3 = 540 dias Nº de dias computados = 0 CF = 3 x 1.000.000/660.000 = 4,54 acidentes em com cada um milhão de homens/horas trabalhadas. CG = 540 x 1.000.000/660.000 = 818,18 dias perdidos em cada um milhão de homens/ horas trabalhadas. Nesse exemplo em questão, o Coeficiente de Frequência é baixo, ou seja, ocorrem poucos acidentes. Entretanto, o Coeficiente de Gravidade é alto, o que significa que esses poucos acidentes, quando ocorrem, são significativamente graves. Esses índices podem variar de organização para organização, pois dependem de características próprias e da atividade de cada organização. Vale salientar que o ideal é que as organizações mantenham ambos (Coeficiente de Gravidade e Coeficiente de Frequência) sempre baixos ou tão baixos quanto possível. A temática dos indicadores das condições de trabalho revela, para a organização, informações de suma importância, pois tem um impacto direto na qualidade de vida do empregado e nas condições legais das atividades exercidas na organização, bem como em sua lucratividade. Assim, atualizar sempre esses dados torna a organização muito mais competitiva. TEMA 4 – INDICADORES DE BENEFÍCIOS NA PRÁTICA Segundo Assis (2014), os indicadores de benefícios precisam ser ajustados pelas estratégias organizacionais e pelo mercado, permitindo análises para a adequação de quais benefícios atendem às necessidades dos empregados de determinada organização. Eles podem ser os mais variados, como os benefícios sociais: férias, 13º salário, salário maternidade, vale-transporte; e os benefícios espontâneos: assistência médica, assistência odontológica, participação nos 12 lucros e resultados. Os indicadores de benefício ajudam na percepção do equilíbrio interno e externo empresa. Os indicadores de benefícios auxiliam na visão geral de custos, o que é de extrema importância para que toda organização tenha um planejamento orçamentário, podendo alinhar suas estratégias aos objetivos organizacionais e assim fazer projeções de custos, com seguro saúde, assistência odontológica, convênios com clínicas e hospitais, dentre outros. É importante também apurar o número de concessões aos beneficiários ao longo de um período (mês, semestre ou ano). 4.1 Fórmulas para o cálculo dos indicadores de benefícios O indicador número de vidas cobertas pela assistência médica considera os empregados e todos os dependentes inclusos no plano. A operadora de assistência médica envia mensalmente, para a organização, junto com a fatura para pagamento, a relação dos empregados e dependentes dos usuários de cada plano. Para esse indicador, a fórmula de cálculo é a seguinte: Um exemplo simples: Total de empregados + dependentes plano A = 220 Total de empregados + dependentes plano B = 150 Total de empregados + dependentes plano C = 100 Número de vidas cobertas pela AM = 220 +150 + 100= 470 vidas cobertas Segundo Assis (2014), as organizações podem fazer o cálculo do indicador pelo custo médio mensal, facilitando a comparação com outras organizações com relação aos indicadores de benefícios e à observância do custo médio por organizações que sejam, principalmente, do mesmo porte e segmento de mercado. O indicador do custo com saúde por empregado é calculado pela divisão dos valores gastos com os programas de saúde por empregado beneficiário, permitindo assim conhecer o custo médio com saúde por empregado. Veja a fórmula a seguir: Número de vidas cobertas pela AM = número titulares + dependentes plano A + número titulares + dependentes plano B + .... + número titulares + dependentes plano n. 13 Mais um exemplo: uma organização teve como custo total no mês de fevereiro R$ 35.000,00, com 250 empregados. Custo médio por empregado = 35.000/250 = 140. As organizações podem também calcular os indicadores de frequência, a fim de melhorar os custos relacionados à assistência à saúde. A fórmula de cálculo desses indicadores de frequência é a seguinte: Exemplo: Atendimento pronto socorro: 20 Atendimento total: 150 Frequência de utilização de pronto socorro = 20/150 x 100= 13, 33% O indicador de vidas cobertas pela assistência odontológica é calculado da mesma forma que o indicador de vidas cobertas pela assistência médica, valendo-se também do relatório que a operadora de assistência odontológica envia juntamente com a fatura mensal. A quantidade de empregados usuários do vale-transporte também pode ser controlada por meio de relatório que é emitido mensalmente para a compra do benefício do vale-transporte. Por meio desse relatório, o empregador obtém a quantidade por empregado e também o tipo de transporte que o empregado utiliza para ir e vir do trabalho. Utilizamos a fórmula a seguir: Exemplo: Nº usuários transporte A = 120 Nº usuários transporte B = 80 Nº usuários transporte B= 50 Quantidade de empregados usuários do vale-transporte= 120+80+50=250 Custo médio por empregado = Custo total saúde mês Número beneficiados no mês Frequência de utilização de pronto socorro = Nº total de atendimentos em pronto socorro x 100 Número de atendimentos totais Quantidade de empregados usuários do vale-transporte = número usuários transporte A + número de usuáriostransporte B + número usuários transporte C +...+ número usuários transporte n 14 A gestão de pessoas precisa manter esses indicadores atualizados. Por mais simples que pareçam, esses números têm um grande impacto no orçamento da organização. Vale lembrar que outros indicadores de benefícios, como vale-refeição, vale-alimentação, seguro de vida, entre outros, seguem o mesmo padrão de cálculo. É fundamental que tais indicadores sejam acompanhados com a evolução do tempo. TEMA 5 – ÍNDICE DE SATISFAÇÃO DOS EMPREGADOS NA PRÁTICA O índice de satisfação dos empregados (ISE) é o grau de satisfação do empregado em relação aos seus colegas de trabalho. É medido, preferencialmente, entre todos aqueles que atuam na mesma área ou equipe de trabalho. Inclui o grau de satisfação em relação ao superior imediato, e também pode incluir no seu cálculo a somatória de todas as variáveis que foram pesquisadas separadamente. Mede, assim, o índice de satisfação geral dos empregados. Pesquisar os fatores internos da organização é buscar as informações, necessidades e insatisfações sentidas pela equipe. Os dados coletados proporcionam orientação para tornar a organização um lugar melhor para exercer as atividades organizacionais. 5.1 Fórmula para o cálculo do índice de satisfação dos empregados (ISE) As organizações precisam manter seus esforços para a sustentação de um ambiente saudável, em que as pessoas são motivadas, e em que o clima organizacional é propício para as pessoas se desenvolverem, sentindo-se satisfeitas com a organização e com o que realizam (Chiavenato, 2014). Para tanto, é preciso fazer um levantamento de questões relacionadas a diversas variáveis – comportamentais, motivacionais, ambiente de trabalho, relações interpessoais, questões de qualidade e produtividade. Permite-se assim uma comparação com pesquisas anteriores, para medir a variação do grau de satisfação dos empregados em um determinado período. Essas informações possibilitam tomadas de decisões mais coerentes com a realidade do empregado na organização. 15 Para obter o resultado do índice de satisfação dos empregados, define-se quais respostas dentro da escala serão consideradas como satisfatórias ou insatisfatórias para cada variável analisada. Soma-se as respostas de todos os empregados dadas para cada variável satisfatória e divide-se pela quantidade total de empregados respondentes. Pode ser calculado também atribuindo uma nota de 0 a 10 para cada variável. Assim, calcula-se a média aritmética simples das notas dadas por cada empregado respondente conforme cada variável. São consideradas como satisfatórias as notas acima de 5. Um exemplo: uma organização fez uma pesquisa de clima para analisar a satisfação dos empregados. Valeu-se das seguintes variáveis: trabalho em equipe, supervisão/chefia, condições de trabalho, segurança no trabalho e relações interpessoais. A organização tem 440 empregados e obteve os seguintes resultados: Trabalho em equipe: 380 respostas satisfatórias Supervisão/chefia: 370 respostas satisfatórias Condições de trabalho: 250 respostas satisfatórias Segurança no trabalho: 332 respostas satisfatórias Relações interpessoais: 330 respostas satisfatórias Utilizando a fórmula, tem-se: De posse desses dados, é importante fazer uma análise para descobrir quais as soluções espera-se encontrar para os indicadores que apresentarem problemas. Para obter o índice de satisfação por aspectos gerais, por área, e o ISE = (Σ Respostas satisfatórias) × 100 Quantidade total de empregados respondentes ISE (trabalho em equipe) = 380/440 x 100 = 86,36% ISE (supervisão/chefia) = 370/440 X 100 = 84,09 % ISE (condições de trabalho) = 250/440 x 100 = 56,81% ISE (segurança no trabalho) = 332/440 x 100 = 75,45 % ISE (relações interpessoais) = 330/440 x 100 = 75% 16 índice de satisfação com as políticas de recursos humanos, procedemos da mesma forma que anteriormente. Portanto, os indicadores de satisfação dos empregados ajudam a organização a implementar estratégias e ações que cooperem para a satisfação dos empregados, o que culminará em empregados mais satisfeitos; com isso, a organização torna-se mais competitiva no seu cotidiano. FINALIZANDO Nesta aula, apresentamos indicadores e a prática de bases de cálculo. Sublinhamos a importância de manter sempre atualizados os indicadores de recrutamento, seleção, condições de trabalho, benefícios, satisfação com os aspectos gerais, por área e políticas de RH, visando correções, acompanhamentos, projeções e a busca por melhorias nos processos e concessões de benefícios. Destacamos aqui o índice de satisfação, com aspectos gerais e um caráter sinalizador para a área de gestão de pessoas, de modo que as práticas e políticas sejam revistas e adequadas às necessidades dos empregados. Enfim, o conhecimento da prática desses indicadores proporcionará o desenvolvimento de uma capacidade analítica da organização, levando a organização a melhores práticas, por poder contar com métricas atuais e confiáveis para a tomada de decisão. LEITURA OBRIGATÓRIA Textos de abordagem teórica CHIAVENATO, I. Gestão de pessoas: e o novo papel dos recursos humanos nas organizações. Rio de Janeiro: Elsevier, 2014. Textos de abordagem prática LIMA, F. et al. Processo de Recrutamento e Seleção na Empresa AP Empreendimentos. CONGRESSO IBERO-AMERICANO EM INVESTIGAÇÃO QUALITATIVA, 5., 2016. Disponível em: <http://proceedings.ciaiq.org/index.php/ciaiq2016/article/view/953>. Acesso em: 24 maio 2018. 17 REFERÊNCIAS ASSIS, M. T. de. Indicadores de gestão de recursos humanos: usando indicadores demográficos, financeiros e de processos na gestão do capital humano. Rio de Janeiro: Qualitymark, 2014. BRASIL. Decreto-Lei n. 5.452, de 1º de maio de 1943. Diário Oficial da União, Poder Legislativo, Brasília, DF, 1º maio 1943. Disponível em: <www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del5452.htm>. Acesso em: 24 maio 2018. CHIAVENATO, I. Gestão de pessoas: e o novo papel dos recursos humanos nas organizações. Rio de Janeiro: Elsevier, 2014. LIMA, F. et al. Processo de Recrutamento e Seleção na Empresa AP Empreendimentos. CONGRESSO IBERO-AMERICANO EM INVESTIGAÇÃO QUALITATIVA, 5., 2016. Disponível em: <http://proceedings.ciaiq.org/index.php/ciaiq2016/article/view/953>. Acesso em: 24 maio 2018.