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20/07/2020 Fundamentos de Gestão do Conhecimento https://cead.uvv.br/conteudo/aula/fundamentos-de-gestao-do-conhecimento/?disciplina=gestao-da-tecnologia-da-informacao&posicao=2 1/11 Lição 02 Fundamentos de Gestão do Conhecimento Gestão da Tecnologia da Informação Começar a aula 1. Introdução O acesso a dados transforma todas as áreas de atuação humana, especialmente, nos últimos anos, em função do aumento exponencial de opções de coleta, armazenamento e recuperação de dados, superando, inclusive, nossa capacidade para lidar com enorme novo volume, variedade e velocidade de acesso a dados, cenário que vem sendo definido como Big Data. Podemos estabelecer que a relação entre conhecimento, informação e dados é destacada afirmando que o primeiro é a aplicação dos dois últimos, ou seja, o conhecimento tem como base a coleta de dados e informações adequadas, com a finalidade de ser útil à organização. Monteiro (2016), em seu site “MobiBlog” voltado para divulgação de tecnologia e inovação, escreveu um interessante texto sobre dados, informação, conhecimento e, indo além, falou sobre a criação de ideias e sabedoria, apresentando a diferença entre estes conceitos de forma muito lúdica. A imagem abaixo mostra que esta diferença pode ser representada por meio de diferentes maneiras de se ligar os pontos dispersos (que seriam os dados). 20/07/2020 Fundamentos de Gestão do Conhecimento https://cead.uvv.br/conteudo/aula/fundamentos-de-gestao-do-conhecimento/?disciplina=gestao-da-tecnologia-da-informacao&posicao=2 2/11 Em sua criativa analogia, Monteiro (2016) diz que o dado é como um pingo de chuva, a informação é a descoberta: vai chover, o conhecimento é saber que iremos nos molhar. As soluções para esse problema (se molhar) são as ideias, como, por exemplo, comprar um guarda-chuva ou pedir um táxi no aplicativo; a sabedoria é o que será feito com tudo isso, ou seja, qual a melhor decisão a ser tomada? Ilustração que representa, de forma lúdica, a diferença entre dados, informação, conhecimento, ideia e sabedoria, como um processo de ligação de pontos. https://cead.uvv.br/conteudo/wp-content/uploads/2019/08/aula_gesttec_top06_img01-01-768x640.png 20/07/2020 Fundamentos de Gestão do Conhecimento https://cead.uvv.br/conteudo/aula/fundamentos-de-gestao-do-conhecimento/?disciplina=gestao-da-tecnologia-da-informacao&posicao=2 3/11 Diferenciar bons dados e transformá-los em informação e conhecimento são elementos críticos para o sucesso dos negócios no mundo atual. Assim, em um contexto de Big Data, o grande desafio é transformar todo o volume de dados em informação, a fim de gerar conhecimento com valor para as organizações. Você sabia que 90% dos dados existentes no mundo foram criados nos últimos dois anos e esses dados estão sendo gerados cada vez mais rapidamente? A humanidade nunca produziu tantos dados como hoje. Em um artigo escrito para o TechCrunch, Siegler (2010) citou que, a cada dois dias, a humanidade produz mais conteúdo do que produzia em 2003. Outro artigo na Science Daily (SINTEF, 2013) - site sobre ciência e tecnologia -, relata que 90% dos dados que existem no mundo foram criados nos últimos 2 anos. O artigo em questão foi publicado em 2013. Isso quer dizer que, entre 2011 e 2013, a humanidade criou 90% dos dados que existiam no mundo até aquela época. Apenas em 2012, foram criados aproximadamente 2,5 bilhões de Gigabytes de dados por dia. O estudo “A Universe of Opportunities and Challenges”, desenvolvido pela consultoria EMC, aponta que, até 2020, a perspectiva que o volume de investimentos no ecossistema digital deve crescer em 40% em todo o mundo e que o custo do investimento por gigabyte entre 2012 e 2020 deve cair de $2,00 para $0,20. Gerar, ler e interpretar dados faz parte da nossa vida cotidiana e é tão natural como dormir. Você, como pessoa, gera um enorme número de dados todos os dias. 2. Do Dado ao Conhecimento No nosso dia a dia, ouvimos muito sobre dados e informação. Mas, sabemos qual a real diferença entre esses dois termos? No primeiro momento, podemos até achar que tudo é a mesma coisa, pensar que os conceitos são os mesmos, mas, na verdade, não são. Os responsáveis pela tomada de decisão nas grandes corporações trabalham com uma gama enorme de dados, informações e conhecimentos. No entanto, mesmo que se façam presente no dia a dia das pessoas e organizações, não existe um consenso na literatura sobre a definição dos conceitos de dado, informação e conhecimento. Dados x Informação: qual a diferença? Ambos constituem alicerces para a construção do conhecimento. Sem dados e informações, isso seria impossível. Mas, afinal, qual seria a diferença então? 20/07/2020 Fundamentos de Gestão do Conhecimento https://cead.uvv.br/conteudo/aula/fundamentos-de-gestao-do-conhecimento/?disciplina=gestao-da-tecnologia-da-informacao&posicao=2 4/11 Ao utilizar a Abordagem Normativa, Davenport e Prusak (1998) definem “dados” como um conjunto de fatos distintos e objetivos, relativos a eventos, como registros estruturados de transações. Já Fuld (1995) conceitua os “dados” como pedaços do conhecimento. No entanto, isoladamente, o dado não possui significado relevante e não conduz a nenhuma compreensão. Representa algo que não tem sentido a princípio. Portanto, não tem valor algum para embasar conclusões, muito menos, respaldar decisões. A informação, por sua vez, contém em si um elemento de sentido e é transmitida a um ser consciente através de uma mensagem. De acordo com McGee e Prusak (1994, s/n), “a informação é capaz de criar valor significativo para as organizações, possibilitando a criação de novos produtos e serviços e aperfeiçoando a qualidade do processo decisório”. Para Beckman (1997), a informação é a representação dos dados organizados, estruturados, interpretados e sumarizados; em linhas gerais, podemos considerar que a informação é a ordenação e organização dos dados de forma a transmitir significado e compreensão dentro de um determinado contexto. Seria o conjunto ou consolidação dos dados de forma a fundamentar o conhecimento. Para gerenciar a informação é importante estar atento a diversos fatores, como: o domínio dos diferentes tipos de informações existentes na organização; à dinâmica dos fluxos destas informações (formais e informais); ao ciclo de vida de cada uma das informações; e, ao conhecimento das pessoas sobre o fluxo da informação e da cultura organizacional. Conhecimento, por sua vez, não é simples apropriação de informações, no sentido de memorizá-las ou guardá-las em nossa mente e sim, segundo Davenport e Prusak (1998), uma mistura fluída de experiência condensada, valores, informação contextual e insight experimentado, que proporciona uma estrutura para avaliação e incorporação de novas experiências e informações. Para Setzer (2015), o conhecimento é uma abstração interior, pessoal, de alguma coisa que foi experimentada por alguém. “Conhecimento é formado por informação, que pode ser expressa, verbalizada, e é relativamente estável ou estática, em completo relacionamento com uma característica mais subjetiva e não palpável, que está na mente das pessoas e é relativamente instável ou dinâmica, e que envolve experiência, contexto, interpretação e reflexão” Dados, informação e conhecimento são elementos do processo cognitivo, que permitem, respectivamente, identificar sinais e eventos, perceber a realidade, interpretando sentido e significado, e raciocinar, criando ou atualizando a estrutura que nos leva a entender a complexidade, tomar decisões e resolver problemas, em um processo conhecido como gestão do conhecimento. Do dado ao resultado. https://cead.uvv.br/conteudo/wp-content/uploads/2019/08/aula_gesttec_top06_img02-1-768x283.png 20/07/2020 Fundamentos de Gestão do Conhecimento https://cead.uvv.br/conteudo/aula/fundamentos-de-gestao-do-conhecimento/?disciplina=gestao-da-tecnologia-da-informacao&posicao=2 5/11 Em síntese, a análise dos dados permite a interpretação, para que possam ser atribuídos aos mesmos o sentidoe o propósito, gerando a informação, que altera a percepção da realidade e, quando sintetizada pelo raciocínio lógico, cria ou atualiza o conhecimento, possibilitando a solução de problemas e a inferência sobre as consequências de possíveis escolhas. Segundo Andrade et al. (2017), pode-se notar que, para a tomada das melhores decisões, é necessário conhecimento apropriado. Os resultados são frutos das decisões tomadas, este processo é chamado de inteligência competitiva. A proposta da gestão do conhecimento é de identificação, maximização, codificação e compartilhamento de conhecimentos estrategicamente relevantes acaba por criar uma disposição favorável para o aprendizado constante e a valorização do capital intelectual nas organizações. Um grupo de cientistas desenvolveu uma técnica para analisar como a rede social Facebook pode prever e identificar doenças como diabetes, ansiedade e depressão. Eles coletaram dados relacionados à linguagem recorrente no Facebook e cruzaram com as informações demográficas dos pacientes. O estudo, publicado na revista científica “PLOS One” em junho de 2019, listou 21 condições médicas que podem ser detectadas através desta análise. Mais de dois bilhões de pessoas compartilham regularmente informações sobre sua vida cotidiana por meio das mídias sociais. Muitas vezes, elas revelam quem são, seus sentimentos, sua personalidade, seus dados demográficos e comportamentos. Isto prova que o enorme volume de dados disponível se tornou diretamente proporcional à possibilidade do que se pode fazer com ele. A Gestão do Conhecimento não é uma disciplina pronta e acabada, de forma que não existe receita única para aplicação em organizações diferentes. Ainda que seja sempre possível tirar bom proveito da experiência alheia, cada organização deve criar seu modelo sob medida, pois cada contexto tem suas peculiaridades e, portanto, exige intervenção tópica. Por haver uma forte dependência dos valores, costumes e, em geral, dos sistemas associativo e ideológico do grupo social, ao mesmo tempo que trabalhamos na sua implantação, aprendemos como realizá-la e como corrigir os desvios percebidos. O livro “GESTÃO DO CONHECIMENTO: Uma experiência para o sucesso empresarial” (SANTOS, et al. 2001), disponível neste link, publicado pelo Serviço Federal de Processamento de Dados (SERPRO), pela Escola de Administração Fazendária (ESAF) e demais parceiros, apresenta uma coletânea de artigos muito interessantes com análises, ideias, propostas e experiências em torno da implantação de políticas e ações orientadas para a Gestão do Conhecimento. ftp://ftp.mct.gov.br/Biblioteca/6448-gestao_conhecimento_serpro.pdf 20/07/2020 Fundamentos de Gestão do Conhecimento https://cead.uvv.br/conteudo/aula/fundamentos-de-gestao-do-conhecimento/?disciplina=gestao-da-tecnologia-da-informacao&posicao=2 6/11 3. Organizações do Conhecimento Reconhecido seu valor estratégico, informações e conhecimentos se entrelaçam e voltam para o quotidiano da empresa em benefício da coletividade, sendo usados na obtenção de resultados que favoreçam ações de gestão. Nesse sentido, vários autores, como Davenport e Prusak (1998), afirmam que “conhecimento está relacionado ao uso inteligente da informação”. Nonaka e Takeuchi (1995) defendem a existência de dois tipos de conhecimento: a) O conhecimento “explícito”, que pode ser expresso em palavras e números, e facilmente comunicado e compartilhado sob formas de dados brutos, fórmulas cientificas, procedimentos codificados ou princípios universais; b) O conhecimento “tácito”, que é aquele que está na mente das pessoas, dificilmente, visível e exprimível, altamente pessoal e difícil de formalizar, possuindo forte ligação com a experiência de cada indivíduo, difícil de ser compartilhado e dependente da história de vida de cada um, de seus valores e modelos mentais; seria o conhecimento subjetivo. Conhecimento Tácito, aquele que está na mente das pessoas. https://cead.uvv.br/conteudo/wp-content/uploads/2019/08/aula_gesttec_top06_img03.jpeg 20/07/2020 Fundamentos de Gestão do Conhecimento https://cead.uvv.br/conteudo/aula/fundamentos-de-gestao-do-conhecimento/?disciplina=gestao-da-tecnologia-da-informacao&posicao=2 7/11 Pode se dizer que, na gestão do conhecimento, o conhecimento tácito se refere ao conhecimento que as pessoas detêm, mas, não compartilham, não divulgam ou não conseguem uma maneira segura ou suficientemente precisa de compartilhar e, muitas vezes, não são incentivadas a isso. Nesse sentido, surge a importância da aprendizagem organizacional, ou seja, o processo de aprender por meio de informação e conhecimento, e transformar o que foi apreendido em ações de melhorias para instituição. O processo de criação do conhecimento relacionado à aprendizagem organizacional se dá a partir do momento em que existe interação entre o conhecimento tácito e o conhecimento explícito. Essa interação tem por consequência quatro modos de conversão do conhecimento, estabelecidos por Takeuch e Nonaka (2008): Socialização, Externalização, Combinação e Internalização. A disseminação do conhecimento pode envolver também questões relacionadas à transferência e ao compartilhamento do conhecimento. Ou seja, uma vez identificado quais conhecimentos são relevantes para o negócio ou fim social da organização, sua disseminação pode se dar por diversas formas, por exemplo: revistas internas, boletins informativos, comunicados, conversas, workshops, eventos de socialização, educação corporativa, entre outros. Socialização: conhecimento tácito para conhecimento tácito A socialização do conhecimento se dá pela troca do conhecimento tácito entre os indivíduos, em que um aprende com o outro, ou seja, na prática. É basicamente um processo de compartilhamento de experiências. Externalização: conhecimento tácito para conhecimento explícito A externalização consiste na arte de transformar o conhecimento tácito em um conhecimento explícito e articulável. Trata-se de um conceito chave para a criação de conhecimento, por possibilitar a transição do conhecimento tácito para o explicito. Essa conversão se dá principalmente através de metáforas, analogias e modelos em que estes são utilizados para que o novo conhecimento seja claro e de fácil compreensão pelos demais. Combinação: conhecimento explícito para conhecimento explícito É um processo de combinação de diferentes conhecimentos explícitos que pode levar a novos conhecimentos. Um exemplo desse tipo de conversão é o ensino, por exemplo, em que o aluno de pós-graduação utiliza-se de conhecimentos existentes combinados para criar um novo conhecimento. Internalização: conhecimento explícito para conhecimento tácito Trata da incorporação do conhecimento explícito em conhecimento tácito e está intimamente ligado a aprender a fazer. Isso ocorre quando os indivíduos utilizam a documentação como instruções, manuais, ou procedimentos para aumentar seu conhecimento tácito. É importante lembrar que, para internalizar, é preciso reexperimentar o conhecimento explicitado, como é o caso de “aprender fazendo”. 20/07/2020 Fundamentos de Gestão do Conhecimento https://cead.uvv.br/conteudo/aula/fundamentos-de-gestao-do-conhecimento/?disciplina=gestao-da-tecnologia-da-informacao&posicao=2 8/11 A Sociedade Internacional de Organização do Conhecimento (ISKO) define que a Organização do Conhecimento (OC) é uma subárea da Ciência da Informação voltada, principalmente, para os aspectos metodológicos e experimentais de organização do conhecimento, relacionados com as abordagens semânticas de tratamento da informação. O campo da OC ganhou força e reconhecimento especialmente após a fundação da ISKO, sociedade de alcance amplo e interdisciplinar que se tornou líder no campo da Organização do Conhecimento e que reúne profissionais de diversas áreas em todo o mundo. É responsável também pela publicação de um dos periódicos mais renomados no assunto, o Knowledge Organization, que contém as mais recentes pesquisas teóricas e conceituais sobre os temasde interesse para a OC. A Organização do Conhecimento possui, pelo menos, três funções básicas: a) Facilitar pesquisas em diversos suportes de informação, tais como catálogos, bibliografias, bases de dados, entre outros, para fins de uma eficiente recuperação da informação; b) Fornecer informações sobre documentos considerados importantes para a tomada de decisão dos usuários, em formatos de índices ou resumos, e também informações sobre como obter determinados documentos de que o usuário necessita; c) Ordenar conceitos, ou seja, estabelecer uma estrutura sistemática de conceitos nos domínios de conhecimento. A primeira forma de se pensar em organizar “alguma coisa” é decidir como se quer que “esta coisa” seja encontrada. 4. Sistemas de Gestão do Conhecimento Organizacional (SGCO) O surgimento da Gestão do Conhecimento (KM) vem estimulando as empresas e, até mesmo nações, a reconhecer e explorar o poder do capital intelectual. Hoje, um Sistema de Gestão do Conhecimento eficaz é a espinha dorsal de uma organização, impulsionando a inovação, melhoria e sustentabilidade. A construção e sustentação de um Sistema de Gestão do Conhecimento (SGCO) requer uma compreensão completa do escopo, design, implementação e sustentação de cada elemento desse sistema. Isto requer uma integração completa e holística de pessoas, de processos de uma organização e de tecnologia. A implantação de uma cultura de compartilhamento de conhecimento é, muitas vezes, o primeiro e permanente elemento de um bom SGCO. A participação ativa e colaboração de todos da estrutura de uma organização é vital para estimular práticas de compartilhamento de conhecimento. Importante também a criação de processos, claros e inequívocos que definem a seleção, organização, disseminação, transferência e aplicação do conhecimento. Estes processos constituem a espinha dorsal de um SGCO. Como aliado aos processos cultural e processual, tem-se a definição e criação da infraestrutura e tecnologia que permitirá que pessoas capturem, compartilhem e criem repositórios de 20/07/2020 Fundamentos de Gestão do Conhecimento https://cead.uvv.br/conteudo/aula/fundamentos-de-gestao-do-conhecimento/?disciplina=gestao-da-tecnologia-da-informacao&posicao=2 9/11 conhecimento. O Software de gestão do conhecimento bem desenvolvido ajuda a propagação de uma “cultura de conhecimento” e fornece o suporte necessário para implementar o seu processo de gestão. Para facilitar a Organização do Conhecimento, é imprescindível a utilização de sistemas que proporcionem a representação, recuperação e o intercâmbio de informações, de acordo com necessidades e ambientes específicos. Segundo Carlan (2010), os sistemas de gestão do conhecimento mais utilizados são: a. Taxonomias: um sistema de organização hierárquica da informação, ou seja, parte de um conceito genérico até o mais específico, com o objetivo de representar toda a informação disponível na organização. Permite representar conceitos através de termos, agilizar a comunicação entre especialistas e outros públicos, encontrar o consenso, propor formas de controle da diversidade de significação e oferecer um mapa de área que servirá como guia em processo de conhecimento. b. Ontologias: sistema de descrição e sistematização padronizadas dos conceitos de um determinado domínio do conhecimento, explicitando a relação entre eles. As ontologias podem atuar no ambiente da internet, mais precisamente, na web semântica, que interliga significados de palavras e, neste âmbito, tem como finalidade conseguir atribuir um significado (sentido) aos conteúdos publicados na Internet, de modo que seja compreensível tanto pelo humano como pelo computador. c. Classificação Social: busca representar a atribuição livre e pessoal de tags (etiquetas) às informações e objetos na web. Trata-se de uma indexação livre, em linguagem natural, adotada pelo usuário, para representar um ou mais assuntos determinados conteúdo da web, em um ambiente social. Este sistema é restrito basicamente no ambiente da web e possue muitos serviços que permitem o uso das técnicas de etiquetagem nos websites. d. Mapas conceituais: mapas conceituais são representações gráficas na forma de diagramas, geralmente, hierárquicos, que indicam relações entre conceitos, oferecendo possibilidades de representações de estruturas conceituais. Estes mapas buscam refletir a organização conceitual de uma disciplina ou assunto. O importante é que o mapa conceitual seja um instrumento capaz de evidenciar significados atribuídos a conceitos e relações entre conceitos no contexto de um corpo de conhecimento. Alguns dos benefícios mais notáveis dos sistemas de conhecimento são: Valiosa informação organizacional é comum em toda a estrutura organizacional; Redução do trabalho redundante, reutilizando o trabalho já feito por outros na mesma organização; Redução do tempo de treinamento para novos funcionários; Retenção do conhecimento depois de o empregado deixar a empresa. Para a maioria das organizações, a construção de um SGCO representa muito investimento em tempo e esforço. Para que o Sistema de Gestão do Conhecimento seja bem-sucedido, deve-se proporcionar retornos sustentáveis de médio e longo prazo. 20/07/2020 Fundamentos de Gestão do Conhecimento https://cead.uvv.br/conteudo/aula/fundamentos-de-gestao-do-conhecimento/?disciplina=gestao-da-tecnologia-da-informacao&posicao=2 10/11 5. Conclusão Nesta aula, estudamos a relação entre conhecimento, informação e dados, compreendemos que a análise dos dados permite a interpretação para que possam ser atribuídos aos mesmos o sentido e o propósito, gerando a informação, que altera a percepção da realidade e, quando sintetizada pelo raciocínio lógico, cria ou atualiza o conhecimento, possibilitando a solução de problemas e a inferência sobre as consequências de possíveis escolhas. Destacamos que, para melhores decisões, é necessário conhecimento apropriado. Vimos que a proposta da gestão do conhecimento é de identificação, maximização, codificação e compartilhamento de conhecimentos estrategicamente relevantes e cria uma disposição favorável para o aprendizado constante e a valorização do capital intelectual nas organizações. Vimos também que existem dois tipos de conhecimento, o conhecimento “explícito”, que pode ser expresso em palavras e números, e o conhecimento “tácito”, aquele que está na mente das pessoas, possuindo forte ligação com a experiência de cada indivíduo. Também vimos que o processo de criação do conhecimento relacionado à aprendizagem organizacional se dá a partir do momento em que existe interação entre o conhecimento tácito e o conhecimento explícito e que esta interação tem por consequência quatro modos de conversão do conhecimento: Socialização, Externalização, Combinação e Internalização. Para finalizar, compreendemos que, para facilitar a Organização do Conhecimento, é imprescindível a utilização de sistemas que proporcionem a representação, recuperação e o intercâmbio de informações, de acordo com necessidades e ambientes específicos. 6. Referências ANDRADE, H. S.; URBINA, L. M. S.; CHAGAS JÚNIOR, M. F.; FOLLADOR, A. O. N.; CASTILHO JUNIOR, N. C.; BUTTIGNON, K. O gerenciamento da informação em um núcleo de inovação tecnológica. Espacios, v. 38, n. 26, 2017. BECKMAN, T. Methodology for Knowledge Management..In Harmza, M.H.(Eds), the IASTED International Conference on Artificial Intelligence and Soft Computing, Banff, 1997. CARLAN, Eliana. Sistemas de organização do conhecimento: uma reflexão no contexto da Ciência da Informação. Dissertação (Mestrado) – Curso de Ciência da Informação, Departamento de Ciência da Informação e Documentação, Universidade de Brasília, Brasília, 2010. CHOO, C. W. 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