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APRESENTAÇÃO 
 
A Administração Ambiental é uma área que tem merecido pouca atenção por parte das 
universidades, das instituições públicas e das empresas privadas. As questões ambientais têm 
sido tratadas de forma amadorística, eis que administrar não envolve apenas conhecer 
profundamente um certo tema, como direito, biologia, engenharia e outros. É necessário, antes 
de tudo, saber que administrar envolve quatro funções básicas: planejar, organizar, dirigir e 
controlar. O primeiro passo é planejar, para que a execução, constituída pela organização, 
direção e controle, tenha condições de alcançar os objetivos de desenvolvimento sustentável. 
 
Assim, Planos Ambientais são imprescindíveis para reduzir o nível de incerteza que 
acompanha ações destinadas à proteção ambiental. Eles são o produto final de um processo de 
planejamento, realizado de forma técnica e participativa, que inicia com o conhecimento das 
condições atuais, envolve a previsão das alterações ao longo de um determinado tempo e que 
resulta no estabelecimento de propostas de ação realizáveis, com maiores chances de sucesso. 
 
A iniciativa tomada pela Prefeitura Municipal de Cachoeirinha, através da Secretaria 
Municipal de Meio Ambiente - SMMA, apoiada pelo Conselho Municipal de Desenvolvimento 
Sustentável e Meio Ambiente - COMDEMA, de elaborar um Plano Ambiental, para qualificar-se 
ao licenciamento das atividades de impacto local, constitui prova da firme disposição da 
administração municipal de enfrentar os desafios ambientais atuais e futuros, de forma objetiva. 
 
O Plano Ambiental de Cachoeirinha visa, primordialmente, o bem-estar das pessoas que 
vivem no Município. Estabelece recomendações para que o ar, a água e o solo não fiquem 
poluídos por resíduos das atividades sociais e econômicas, para que a vegetação e a fauna 
silvestres sejam protegidas, para que as áreas degradadas sejam recuperadas, para que a 
paisagem natural recupere a sua beleza, para que o patrimônio arqueológico, histórico e cultural 
seja preservado. Para que isso seja possível, é necessário que a população desperte o seu 
sentimento de cidadania e participe do processo, protegendo e melhorando o ambiente deste 
território, para si, seus semelhantes e descendentes. 
 
Na realização do Plano foi adotada a metodologia proposta por Teixeira (1999), 
envolvendo uma equipe multidisciplinar do Museu de Ciências e Tecnologia - MCT da PUCRS, 
o corpo técnico e servidores da Prefeitura e a comunidade em geral. Os resultados estão 
formalizados em quatro volumes: 
 
Volume 1 – Estrutura Legal, Administrativa e Serviços Públicos de Proteção Ambiental 
Volume 2 - Patrimônio Natural, Arqueológico, Histórico e Atividades Sócio-econômicas 
Volume 3 - Zoneamento e Programas Ambientais 
Volume 4 - Documentação Cartográfica 
 
Cada um dos inúmeros temas abordados constitui um capítulo, desenvolvido por um ou 
mais especialistas da equipe de planejamento. Todos contaram com a colaboração de 
especialistas especialmente indicados pela administração municipal. 
 
Este Volume 1 apresenta dados e informações sobre as características gerais do 
Município, seguidos do diagnóstico e o prognóstico da estrutura legal, da administração 
ambiental, das principais iniciativas para enfrentar o desafio da gestão ambiental, das ações de 
proteção ambiental desenvolvidas nas áreas da saúde pública, do saneamento e da educação 
ambiental, bem como das demandas da comunidade. Tratam-se dos primeiros elementos 
analisados pela equipe de planejamento. Junto com o acervo de dados do Volume 2, 
contribuíram para a detecção dos problemas atuais e futuros, ensejando a formulação das 
propostas de solução apresentadas no Volume 3. 
 
Engº Mario Buede Teixeira 
Coordenador 
 
 
EQUIPE EXECUTORA 
 
 
Coordenação - Engº Agrônomo Dr. Mario Buede Teixeira 
 
 
Legislação ambiental - Advogado Me. Orci Paulino Bretanha Teixeira 
 
Administração ambiental - Engº Agrônomo Dr. Mario Buede Teixeira 
 
Saúde pública - Drª. Lúcia Beatriz Lopes Ferreira Mardini 
 
Abastecimento de água e esgotamento sanitário - Engº Dr. Fábio Moreira da Silva 
 
Educação ambiental - Bióloga Esp. Kenya Ribeiro de Souza 
 
Demandas da comunidade - Geógrafa Me. Irani Schönhofen Garcia 
 
Qualidade do ar e emissões atmosféricas - Químico Dr. Marçal José Rodrigues Pires 
 Acadêmica Heldiane Souza dos Santos 
 
Geologia, geomorfologia e mineração - Geóloga Fabiana Silveira de Farias 
 
Paleontologia - Bióloga Esp. Patrícia Alano Perez 
 
Recursos hídricos e clima - Geógrafa Me. Irani Schönhofen Garcia 
 
Solos, agropecuária e silvicultura - Engº Agrônomo Dr. Mario Buede Teixeira 
 
Vegetação - Bióloga Esp. Gilda Goulart 
 
Fauna - Biólogo Esp. Cristiano Minuzzo Marin 
 
Arqueologia - Arqueóloga Drª. Gislene Monticelli 
 
Patrimônio histórico e cultural - Historiador Esp. Júnior Marques Domiks 
 
Uso atual da terra - Geógrafa Me. Irani Schönhofen Garcia 
 
Assentamentos habitacionais irregulares - Arquiteta Me. Maria Celina Santos de Oliveira 
 
Resíduos sólidos - Engº Esp. Adriano Locatelli da Rosa 
 
Efluentes líquidos - Engº Dr. Fábio Moreira da Silva 
 
Zoneamento - Engº Agrônomo Dr. Mario Buede Teixeira 
 Geógrafa Me. Irani Schönhofen Garcia 
 
Cartografia - Geógrafo Dr. Régis Alexandre Lahm 
 Geógrafo Me. Donarte dos Santos Júnior 
 
Impressão de cartas - Publicitário Me. Lucas Sgorla de Almeida 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
 
METODOLOGIA .....................................................................................................................................................1 
 
1. CARACTERÍSTICAS GERAIS ...........................................................................................................................5 
 
2. ESTRUTURA LEGAL .........................................................................................................................................7 
2.1. LEGISLAÇÃO FEDERAL............................................................................................................................................. 7 
2.1.1. Saneamento básico............................................................................................................................................. 9 
2.1.2. Educação Ambiental.......................................................................................................................................... 10 
2.2. ESTRUTURA ESTADUAL ......................................................................................................................................... 11 
2.2.1. Legislação Estadual .......................................................................................................................................... 11 
2.2.2. Ministério Público .............................................................................................................................................. 12 
2.3. ESTRUTURA MUNICIPAL......................................................................................................................................... 12 
2.3.1. Poder legislativo ................................................................................................................................................ 12 
2.3.2. Histórico da Legislação Ambiental..................................................................................................................... 13 
2.3.3. Sistema Municipal de Proteção Ambiental ........................................................................................................ 15 
2.4. PROBLEMAS............................................................................................................................................................. 16 
 
3. ADMINISTRAÇÃO AMBIENTAL......................................................................................................................17 
3.1. ÓRGÃOS PÚBLICOS ................................................................................................................................................17 
3.1.1. Órgãos Públicos Federais ................................................................................................................................. 18 
3.1.2. Órgãos Públicos Estaduais ............................................................................................................................... 18 
3.1.3. Órgãos Públicos Municipais .............................................................................................................................. 21 
3.2. OUTRAS INSTITUIÇÕES .......................................................................................................................................... 29 
3.2.1. Ministério Público .............................................................................................................................................. 29 
3.2.2. Municípios Vizinhos........................................................................................................................................... 30 
3.2.3. Comitê de Gerenciamento de Bacias Hidrográficas .......................................................................................... 30 
3.2.4. Universidades.................................................................................................................................................... 30 
3.2.5. Organizações Não Governamentais.................................................................................................................. 31 
3.3. PROBLEMAS E PROGNÓSTICO.............................................................................................................................. 31 
 
4. SAÚDE PÚBLICA.............................................................................................................................................33 
4.1. DIAGNÓSTICO.......................................................................................................................................................... 33 
4.1.1. Rede de Serviços de Saúde.............................................................................................................................. 34 
4.1.2. Indicadores epidemiológicos ............................................................................................................................. 37 
4.2. PROGNÓSTICO ........................................................................................................................................................ 45 
 
5. ABASTECIMENTO DE ÁGUA E SANEAMENTO URBANO ..........................................................................47 
5.1. ABASTECIMENTO DE ÁGUA POTÁVEL.................................................................................................................. 47 
5.1.1. Diagnóstico........................................................................................................................................................ 47 
5.1.2. Prognóstico ....................................................................................................................................................... 51 
5.2. SISTEMA DE ESGOTAMENTO DOMÉSTICO.......................................................................................................... 51 
5.2.1. Diagnóstico........................................................................................................................................................ 52 
5.2.2. Prognóstico ....................................................................................................................................................... 57 
5.3. RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS............................................................................................................................. 58 
5.3.1. Legislação ......................................................................................................................................................... 58 
5.3.2. Diagnóstico........................................................................................................................................................ 60 
5.3.3. Prognóstico ....................................................................................................................................................... 66 
 
6. EDUCAÇÃO AMBIENTAL................................................................................................................................69 
6.1. EDUCAÇÃO AMBIENTAL FORMAL.......................................................................................................................... 70 
6.1.1. Diagnóstico........................................................................................................................................................ 71 
6.2. EDUCAÇÃO AMBIENTAL NÃO-FORMAL................................................................................................................. 76 
6.2.1. Diagnóstico........................................................................................................................................................ 77 
6.3. LEVANTAMENTOS SÓCIO-AMBIENTAIS E PERCEPÇÃO DA COMUNIDADE...................................................... 86 
6.4. PROGNÓSTICO ........................................................................................................................................................ 88 
 
7. DEMANDAS DA COMUNIDADE......................................................................................................................91 
7.1. SECRETARIA MUNICIPAL DO MEIO AMBIENTE.................................................................................................... 91 
7.2. PLANO DIRETOR PARTICIPATIVO.......................................................................................................................... 92 
7.3. PROGRAMA DE DEFESA DO CONSUMIDOR DE CACHOEIRINHA - PROCONC................................................. 95 
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS....................................................................................................................97 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1 
METODOLOGIA 
 
METODOLOGIA 
A proposta de trabalho apresentada pelo Museu de Ciências e Tecnologia - MCT à 
Prefeitura Municipal de Cachoeirinha para a realização do Plano Ambiental, em junho de 2006, 
estabelece dois objetivos específicos: 
 
� Conhecer a realidade ambiental do Município de Cachoeirinha através de dados 
secundários fornecidos pela Administração Municipal, por instituições ligadas às questões 
ambientais, pela literatura e pelas lideranças comunitárias locais; 
 
� Estabelecer, com o apoio da comunidade técnica e leiga local, propostas de ações 
exeqüíveis, que harmonizem o desenvolvimento econômico com a preservação ambiental, 
que promovam a melhoria da qualidade de vida da população atual e que estendam esses 
benefícios para as gerações futuras. 
 
Face à aprovação da proposta, em 04 de dezembro de 2006, foi firmado o Contrato de 
Prestação de Serviços nº 279/06 entre o Município de Cachoeirinha e a PUCRS. Os trabalhos 
tiveram início efetivo em 11 de dezembro, por ocasião da reunião de partida da coordenação do 
MCT com o Secretário Municipal do Meio Ambiente e equipe técnica do Município. 
 
Para alcançar os objetivos estabelecidos, o MCT adotou a metodologia de planejamento 
ambiental proposta por Teixeira (1999), empregada na elaboração do Plano Ambiental de São 
Leopoldo (TEIXEIRA, 2002) e no Plano Ambiental de Gravataí (TEIXEIRA, 2005), com alguns 
aperfeiçoamentos operacionais (Figura 1). As principais ações desenvolvidas em cada uma das 
três fases da metodologia são apresentadas a seguir. 
 
 
1. DIAGNÓSTICO e PROGNÓSTICO 
 
a) Coleta e análise de dados secundários (literatura, administração municipal, instituições 
públicas e privadas); 
b) Consulta ao Plano Diretor Participativo; 
c) Conhecimento expedito do território; 
d) Avaliação multicritério (técnicos municipaise planejadores); 
e) Discussão interdisciplinar. 
 
 
2. PROPOSTAS DE SOLUÇÃO 
 
a) Análise do Diagnóstico e Prognóstico (identificação de problemas); 
b) Discussão interdisciplinar; 
c) Geração de propostas de solução; 
d) Elaboração de Relatórios Técnicos temáticos; 
e) Seminário interdisciplinar. 
 
 
3. ESTRUTURAÇÃO, DISCUSSÃO, APRIMORAMENTO e EDIÇÃO 
 
a) Estruturação do Plano Preliminar; 
b) Compatibilizações temáticas; 
c) Seminário Técnico de apresentação do Plano Preliminar à equipe técnica do Município; 
d) Incorporação de aprimoramentos; 
e) Audiência Pública de apresentação do Plano Preliminar à comunidade do Município; 
f) Incorporação de aprimoramentos; 
g) Edição do Plano Ambiental final. 
 
2 
 
 
 1. DIAGNÓSTICO e PROGNÓSTICO 
 
 
ESTRUTURA 
LEGAL 
 
ADMINISTRAÇÃO 
AMBIENTAL 
 
 
SERVIÇOS DE 
PROTEÇÃO 
AMBIENTAL 
 
 
DEMANDAS DA 
COMUNIDADE 
 
AMBIENTE 
NATURAL 
 
AMBIENTE 
CONSTRUÍDO 
 
 
 
 Saúde 
 Saneamento 
 Educação 
 
 
 Físico 
 Biótico 
 
 Cultural 
 Social 
 Econômico 
 
 
 
 
 
 
 
 2. PROPOSTAS DE SOLUÇÃO 
 
 
 
ZONEAMENTO 
AMBIENTAL 
 
 
PROGRAMAS 
AMBIENTAIS 
 
 
 
 
 
 
 
 3. ESTRUTURAÇÃO, DISCUSSÃO, APRIMORAMENTO e EDIÇÃO 
 
 
 
PLANO 
PRELIMINAR 
 
 
SEMINÁRIO 
TÉCNICO 
 
AUDIÊNCIA 
PÚBLICA 
 
PLANO FINAL 
 
 
 
Figura 1. Inter-relacionamento das etapas de elaboração do Plano Ambiental 
 
 
Para a realização do diagnóstico e prognóstico, os especialistas da equipe de 
planejamento do MCT formularam pedidos de dados e informações que foram atendidos por 
técnicos da administração municipal (Tabela 1). Em continuação, foram realizadas reuniões 
locais com os informantes, complementadas por visitas de reconhecimento a vários pontos do 
Município. Nessas oportunidades, foram feitos registros fotográficos dos aspectos mais 
representativos, utilizados na ilustração do Plano. Dados e informações complementares foram 
pesquisados pela equipe de planejamento em órgãos públicos federais e estaduais, 
universidades, organizações não governamentais, na literatura e através da Internet. 
 
Para complementar o diagnóstico, foram elaboradas quatro cartas temáticas e uma carta 
de zoneamento, georreferenciadas, na escala 1:20.000, editadas pelo Laboratório de 
Tratamento de Imagens e Geoprocessamento – LTIG da Faculdade de Geografia da PUCRS. A 
metodologia adotada está descrita no volume 4 – Documentação Cartográfica. 
 
A versão preliminar do Plano Ambiental foi apresentada pela equipe de planejamento do 
MCT à Prefeitura Municipal em Seminário Técnico, realizado em 29 de maio de 2007. Dele 
participaram técnicos da SMMA e das Secretarias Municipais envolvidas com as questões 
ambientais (Anexo 1). O Seminário serviu de ponto de partida para a análise técnica do 
documento, que resultou na formalização de recomendações para o aprimoramento do Plano. 
 
 3 
Quadro 1. Técnicos e funcionários municipais fornecedores de dados e informações. 
 
Nome Formação Órgão 
 
Clécio Martins Chaves Geólogo SMMA 
Delmira Sandra de Moura Carvalho Advogada SMMA 
Paulo Ricardo Ferraz Engº Agrônomo SMMA 
Gláuber Zettler Pinheiro Engº Químico SMMA 
Nara Elisabete Machado Prates Bióloga SMMA 
Anelise Lara Bonotto Felix Bióloga SMMA 
Selma Rubina Thomaz Arquiteta SEPLAN 
Tarso José da Rocha Arquiteto SEPLAN 
Kátia Adriana Monteiro Meyer Assistente Social SEPLAN 
Adriano Pieres Topógrafo SEPLAN 
Volnei M. Barbosa Topógrafo SEPLAN 
Alessandra N. Moreira Arquiteta SEHAB 
Tânia Bretschneider Ramos Bióloga SMS 
Alessandra Tomaz Pires Nutricionista SMS 
Maria Lúcia da Luz Veterinária SMS 
Adelaide Hoffman Professora SMEP 
Estela Maris de C. Souza Professora SMEP 
Isabel Cristina Camboim Momback Professora SMEP 
José Ouriques de Freitas Assessor SMG 
Marcos Leandro Greff Monteiro Historiador SMC 
Marcos Golembiewski Advogado PGM 
Eleci Nunes Iparraguirre Professora SMA 
Isabel Thiele Bibliotecária Biblioteca Pública Monteiro Lobato 
 
 
 
Após a incorporação de aperfeiçoamentos ao Plano Ambiental, foi marcada a realização 
de uma Audiência Pública, em 12 de setembro de 2007, no plenário da Câmara Municipal de 
Vereadores de Cachoeirinha, destinada a apresentá-lo à comunidade de Gravataí e recolher 
sugestões e comentários dos interessados. A SMMA realizou a divulgação do evento através de 
Edital veiculado pela imprensa do Município de Cachoeirinha. O Plano Ambiental foi 
disponibilizado no site da Prefeitura. Os quatro volumes impressos permaneceram por 30 dias, 
no período de 13 de agosto a 11 de setembro, nos locais abaixo relacionados. 
 
1. Escola Municipal de Ensino Fundamental Natálio Schlain 
 Rua Araçá, 130 – Vila Anair – Biblioteca 
 
2. Escola Municipal de Ensino Fundamental Ver. Jose Oledir Ramos 
 Rua Capitão Garibaldi Pinto, s/nº - Jardim do Bosque – Biblioteca 
 
3. CESUCA - Complexo de Ensino Superior de Cachoeirinha 
 Rua Silvério Manoel da Silva, 160 - Bairro Colinas – Biblioteca 
 
4. Câmara Municipal de Vereadores de Cachoeirinha 
 Rua Clóvis Pestana, 85 - Centro 
 
A Audiência Pública não foi realizada por força de uma decisão liminar em Mandado de 
Segurança, por solicitação de uma empresa proprietária de terras no Município. Após a defesa 
em juízo, foi finalmente realizada, em 17 de outubro. O evento foi filmado e contou com a 
presença de 66 pessoas, listadas no Anexo 2. 
 
As manifestações de presentes estão registradas na Ata da Audiência (Anexo 3). A 
equipe técnica da SMMA realizou a análise dos pronunciamentos e solicitou à equipe de 
planejamento algumas alterações no Plano. Todas foram integralmente atendidas. 
 
A versão final do Plano Ambiental foi entregue pelo coordenador da PUCRS ao Sr. 
Prefeito em 26 de novembro de 2007, conforme as cláusulas do Contrato e seus dois aditivos. 
4 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5 
 
Capítulo 1 
 
1. CARACTERÍSTICAS GERAIS 
CARACTERÍSTICAS GERAIS 
 
 
 
O Município de Cachoeirinha está localizado na Região Metropolitana de Porto Alegre e 
é o 2° menor Município do Estado do Rio Grande do Sul, em superfície. Conforme os cálculos 
do Laboratório de Tratamento de Imagens e Geoprocessamento - LTIG da Faculdade de 
Geografia da PUCRS, possui uma área de 44,96 km², adotada como base neste Plano. A 
FAMURS, pelo Censo de 2000, considera que a área é de 43,766 km², enquanto que o Plano 
Diretor de Desenvolvimento Urbano indica a área de 43,8 km² (PREFEITURA MUNICIPAL DE 
CACHOEIRINHA, 2006). As coordenadas geográficas são: 29º57’04’’ de latitude Sul e 
51º05’38’’ de longitude Oeste. Faz divisa com seis Municípios: ao norte Esteio e Sapucaia, a 
oeste Canoas, ao sul Alvorada e Porto Alegre e a leste Gravataí (Figura 1.1). 
 
 
BRASIL - RIO GRANDE DO SUL REGIÃO METROPOLITANA DE PORTO ALEGRE 
 
 
 
 
 
Figura 1.1. Mapa de localização do Município de Cachoeirinha. 
 
 
Seu povoamento foi iniciado com a construção da Estrada Gravataí - Santo Antônio da 
Patrulha, ao longo da qual as terras foram loteadas e iniciou a construção de casas. Esta vila, 
que tomou o nome de Cachoeirinha, fazia parte do Município de Gravataí. Em virtude de sua 
acelerada expansão, emancipou-se em 1965. 
 
Na década de 1970, quando foi criada a Região Metropolitana, o Município de 
Cachoeirinha passou a integrá-la e, ao longo desta década, sua ocupação caracterizou-se, em 
conjunto com os outros Municípios a leste de Porto Alegre, como cidade-dormitório. Na década 
de 80, houve uma nova frente de ocupação do solo do Município, na forma de parcelamento do 
solo para a implantação de grandes loteamentos e conjuntos habitacionais voltados para a 
população de menor poder aquisitivo. Nesta década, iniciou-se, também, a implantação do 
Distrito Industrial pela Companhia de Desenvolvimento Industrial e Comercial do Rio Grande do 
Sul - CEDIC (extinta em 1995), que colaborou para a mudança do perfil de Cachoeirinha. 
 
 
6 
A população, em julho de 2006, estáestimada pelo IBGE (2007) em 121.880 habitantes 
(Tabela 1.1). A área urbanizada ocupa mais de 50 % do território e está concentrada na porção 
leste do Município, ao longo da Av. Flores da Cunha, conurbada com a sede do Município de 
Gravataí. A área não urbanizada, ao norte do Município, encontra-se submetida a forte pressão 
econômico-social, já abrigando uma grande indústria e pequenos assentamentos habitacionais. 
 
 
Tabela 1.1. Crescimento populacional de Cachoeirinha. 
 
Ano 1980 1990 2000 2006 * 
População 63.196 85.738 107.564 121.880 
Crescimento - % 35,67 25,46 13,31 
 * Estimativa. 
Fonte: IBGE (2007). 
 
 
O clima é subtropical úmido, com temperaturas médias anuais de 19,7 ºC, com mínima 
absoluta de 0,7 ºC e máxima absoluta de 40,4 ºC. A precipitação média anual é de 1.538 mm. A 
topografia é suave, composta de coxilhas com altitude média de 23 metros, variando desde 
cotas ao redor de 4 metros, na várzea do rio Gravataí, até 64 metros na área urbana central do 
Município. 
 
A maior parte do Município está localizada na bacia hidrográfica do rio Gravataí, ao sul, 
e a menor parte na bacia do rio dos Sinos, ao norte. A rede hidrográfica é composta pelo rio 
Gravataí e arroios Brigadeiro, Águas Mortas, Passinhos, Sapucaia e Nazário, todos impactados 
em menor ou maior grau, pela urbanização. 
 
Em termos de vegetação e fauna, os remanescentes melhor preservados encontram-se 
no Parque Municipal Dr. Tancredo de Almeida Neves, na propriedade “mato do Júlio” e em 
Áreas de Preservação Permanente, ao longo de trechos da rede hidrográfica, para os quais 
devem ser adotadas políticas públicas de preservação e conservação prioritárias. 
 
Com respeito à economia, o Município se caracteriza por apresentar uma forte estrutura 
industrial, com mais de mil indústrias. Apesar de dispor de terras agricultáveis, a agricultura é 
pouco desenvolvida. Destaca-se, no entanto, a existência da Estação Experimental do Instituto 
Riograndense do Arroz – IRGA, referência nacional em termos de pesquisa do arroz. Por não 
dispor de recursos minerais de interesse, a mineração é inexistente. 
 
O setor comercial possui 3.800 estabelecimentos e conta com dois shopping centers. A 
rede de saúde conta com um hospital e 18 Unidades Básicas. Na área de serviços, há uma 
ampla rede de agências bancárias. Em termos de meios de comunicação, o Município possuiu 
uma rádio AM e os jornais Folha Regional, Diário de Cachoeirinha, Notícia Popular e Jornal da 
Cidade. A comunidade tem a sua disposição 50 templos de diversas religiões. 
 
Cachoeirinha está com 95,8% de sua população alfabetizada. A estrutura escolar é 
composta por 14 escolas estaduais, 7 escolas municipais para a educação infantil e 19 escolas 
para o ensino fundamental, educação para jovens e adultos, além de 7 escolas particulares. 
 
A malha rodoviária no território é constituída pela estrada federal BR 290 (free-way) e as 
rodovias estaduais RS 020 (Avenida Flores da Cunha) e RS 118. O Município tem fácil acesso 
às principais localidades da Região Metropolitana de Porto Alegre, à zona litorânea e ao interior 
do Estado através das rodovias RS 030, BR 101 e BR 116. Encontra-se em fase de projeto a 
construção da rodovia RS 010, que ligará Cachoeirinha à BR 386 (Tabaí / Canoas), com 
traçado norte-sul, na área oeste do Município. 
 
 
 
7 
 
Capítulo 2 
 
2. ESTRUTURA LEGAL 
ESTRUTURA LEGAL 
 
 
 
Este capítulo apresenta o diagnóstico das estruturas normativas legais e um exame da 
legislação ambiental mais relevante, de âmbito federal, estadual e municipal, de interesse para 
o enfrentamento das questões ambientais no Município de Cachoeirinha. Foi elaborado a partir 
de consulta à literatura citada, juntamente com dados e informações fornecidos pela Assessoria 
Jurídica da SMMA, durante visita local. As solicitações foram encaminhadas à Procuradoria 
Geral do Município de Cachoeirinha, que indicou um Procurador para acompanhar o trabalho 
informativo. 
 
Para completar, foi solicitada uma avaliação à Assessora Jurídica, que compartilhou os 
questionamentos com o Procurador do Município, referente às seguintes questões: importância 
da estrutura legal, identificação das ocorrências e ações em desacordo com a sua importância 
(problemas atuais e futuros), proposição de medidas para eliminar os desacordos, requisitos 
para realizar cada uma das medidas e formas de identificar resultados bons e ruins, em caso 
das medidas serem executadas. As respostas foram analisadas, estruturadas em um modelo 
multicritério e integradas ao trabalho. 
 
A estrutura legislativa do Município de Cachoeirinha, em face dos apelos ambientais e de 
seu crescimento sócio-econômico, precisa estar sempre se aperfeiçoando e se qualificando, 
apesar das leis existentes atenderem às demandas existentes. Dessa maneira, é preciso a 
efetiva implementação para que o Poder Público municipal possa enfrentar uma nova realidade 
econômica: a exploração imobiliária e a instalação de empresas no território municipal. Além 
disso, cabe ao Poder Público recuperar ou fazer recuperar áreas degradadas e a qualidade de 
vida local, com a expansão de áreas de preservação permanente (ambiente natural e ambiente 
cultural). A proteção e a preservação são de fundamental importância para a cidadania 
ambiental e para manter o meio ambiente ecologicamente equilibrado, essencial a uma sadia 
qualidade de vida, às presentes e futuras gerações, com o respeito à preservação da memória 
dos fundadores do Município e suas referências históricas. 
 
Um fator positivo para a implementação de uma Política Ambiental adequada e que 
procure harmonizar desenvolvimento, meio ambiente e a questão social - que impõe ao Poder 
Público a atuação para eliminar a pobreza radical -, é que os habitantes locais estão sendo 
conscientizados de sua importância para uma efetiva cidadania ambiental e a sua 
responsabilidade na questão ambiental como fundamental para as presentes e futuras 
gerações. Os problemas que possam ser classificados como de impacto ambiental negativo 
devem ser identificados e solucionados pelo Poder Público e pelos administrados. 
 
 
 
2.1. LEGISLAÇÃO FEDERAL 
 
A União Federal, para a fixação da Política Nacional do Meio Ambiente tem como 
principal instituto o Poder-Dever fixado especialmente no art. 225, caput. 1 Esse mandamento 
se refere também aos outros entes da Federação. Coerentemente com esse dispositivo legal, a 
Política Nacional do Meio Ambiente, dever de toda a Administração Pública brasileira, deve 
estar harmonizada com o princípio da legalidade. Por isso, a Constituição Federal de 1988 
 
1 “Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia 
qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preserva-lo para as 
presentes e futuras gerações. 
Capítulo 2 
8 
estabeleceu a chamada competência comum. Por ela, as entidades federativas, com autonomia 
financeira e administrativa, são competentes para a proteção e a preservação da qualidade 
ambiental, bem como estabelecerem uma Política Ambiental de âmbito municipal. 
Como embrião de uma Política local, o Decreto-lei nº 200, de 25 de fevereiro de 1967, ao 
dispor sobre a organização da Administração Federal, em seu art. 5º, inciso I, autorizou ao 
Poder Público nas três esferas governamentais a criação de autarquias para a execução de 
serviços públicos da Administração Direta.2 Os serviços próprios da Administração Direta são os 
do art. 23 da Constituição Federal, dentre outros dispositivos legais. 
 
Competência comum para proteger e preservar: 
 
Art. 23. É competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios: 
I – zelar pela guarda da Constituição, das leis e das instituições democráticas e conservar o 
patrimônio público;3 
....... 
III – proteger os documentos, as obras e outros bens de valor histórico, artísticoe cultural, os 
monumentos, as paisagens naturais notáveis e os sítios arqueológicos;4 
IV – impedir a evasão, a destruição e a descaracterização de obras de arte e de outros bens de 
valor histórico, artístico ou cultural;5 
VI - proteger o meio ambiente e combater a poluição em qualquer de suas formas; 
VII - preservar as florestas, a fauna e a flora; 
..... 
Em seu art. 24, a Constituição Brasileira trata da competência concorrente. Por este 
dispositivo legal o Município não tem competência para dispor sobre os recursos ambientais. 
Isto não impede, porém que por força do art. 23 do mesmo diploma legal, o Poder Público 
municipal legisle para a proteção desses bens, devendo o administrado cumprir a legislação 
mais rigorosa, pois a proposta do legislador é a de proteger o meio ambiente. 
 
Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre: 
..... 
VI - florestas, caça, pesca, fauna, conservação da natureza, defesa do solo e dos recursos 
naturais, proteção do meio ambiente, e controle da poluição; 
VII - proteção ao patrimônio histórico, cultural, artístico, turístico e paisagístico; 
VIII - responsabilidade por dano ao meio ambiente, ao consumidor, a bens e direitos de valor 
artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico; 
..... 
 
Para a proteção, preservação e recuperação do meio ambiente ecologicamente 
equilibrado o Poder-Dever é dos três entes da Federação. O requisito básico para a atuação do 
Município é a edição de legislação própria e de natureza administrativa. Ao Poder Público 
Municipal, atendido o princípio da legalidade, cabe a aplicação de sanções administrativas. 
Quanto ao interesse local tem-se: 
 
Art. 30 - Compete aos Municípios: 
I – legislar sobre assuntos de interesse local; 
II - suplementar a legislação federal e a estadual no que couber; 
... 
 
Quando for matéria de interesse municipal ou predominantemente local, cabe ao 
Município, por exclusão dos demais entes da Federação, regulamentar e dispor sobre a 
matéria, podendo, inclusive suplementar a legislação federal ou estadual, prevalecendo a 
 
2 Art. 5º. Para os fins desta lei, considera-se: 
I – autarquia – o serviço autônomo, criado por lei, com personalidade jurídica, patrimônio e receita próprios, para 
executar atividades típicas da administração pública, que requeiram, para seu melhor funcionamento, gestão 
administrativa e financeira descentralizada. 
3 Os bens ambientes são bens públicos, integrantes do patrimônio público ambiental sob a guarda da Administração 
Pública. 
4 Esta competência dos entes da federação é para a proteção do meio ambiente cultural que também se encontra 
protegido pelo Decreto-lei nº 25, de 30-11.1937, que organiza a proteção do patrimônio histórico e artístico nacional. 
5 O Município de Cachoeirinha tem em seu território, entre outros bens, o Prédio do Irga e o Armazém dos Wilkers. 
 ESTRUTURA LEGAL 
 9 
legislação mais rigorosa, pois o fundamento é o cuidado com o meio ambiente. O limite para o 
legislador municipal é o interesse público; in casu, local, regional ou nacional ou o mais 
relevante caso se apresente conflito de interesses. 
 
A Lei Federal nº 6.938 de 1981 que instituiu no Brasil a Política Nacional do Meio 
Ambiente, estabelecendo o Sistema Nacional do Meio Ambiente – SISNAMA, o qual é 
constituído por órgãos e entidades da União, Estados do Distrito Federal e dos Municípios e 
pelas Fundações, instituídas pelo Poder Público responsáveis pela gestão ambiental. Sendo 
assim, através de um sistema descentralizado, objetiva-se articular e interagir as diversas 
esferas do governo à promoção de uma gestão ambiental compartilhada. 
 
A Lei no 9.605, de 12.02.98 - Lei dos Crimes Ambientais, dispôs sobre as sanções penais 
e administrativas derivadas de condutas6 e atividades7 lesivas ou potencialmente lesivas ao 
meio ambiente ecologicamente equilibrado. No art. 3º desta Lei tem-se: 
 
Art. 3º - As pessoas jurídicas serão responsabilizadas administrativa, civil e penalmente 
conforme o disposto nesta Lei, nos casos em que a infração seja cometida por decisão 
de seu representante legal ou contratual, ou de seu órgão colegiado, no interesse ou 
benefício de sua entidade. 
Parágrafo único. A responsabilidade das pessoas jurídicas não exclui a das pessoas 
físicas, autoras, co-autoras ou partícipes do mesmo fato. 
 
Em uma leitura conjunta do art. 3º supra citado e do art. 225, caput, da Constituição 
Federal temos que o exercício do Poder de Polícia, em matéria ambiental, também cabe a 
autoridade ambiental local que, no caso de Cachoeirinha é o Secretário de Meio Ambiente e 
seus agentes administrativos, bem como poderia ser de uma Autarquia municipal 
especialmente criada, vinculada ao Secretário Municipal de Meio Ambiente. 
A Lei Federal nº 10.257, de 10 de julho de 2001 – denominada de Estatuto da Cidade 
regulamenta os art. 182 e 183 da Constituição Federal tem como destinatário também os 
Municípios. Estabelece as diretrizes gerais da política urbana. Por ela são regulamentas 
atribuições ao Poder Público municipal, tais como a proteção, a preservação e a recuperação 
do meio ambiente. A adequação da legislação local ao Estatuto das Cidades, com uma correta 
aplicação deste, serão instrumentos fundamentais para recuperar a qualidade de vida local e ao 
mesmo tempo permitir que a indústria da construção civil invista no Município. 
 
 
 
2.1.1. Saneamento básico 
 
O Saneamento básico, para o Município de Cachoeirinha, é um de seus principais 
problemas ambientais e de saúde pública. A Lei Federal nº 11.445, de 5.1.2007, veio para 
regulamentar e dirimir dúvidas sobre a competência dos Municípios que integram Regiões 
Metropolitanas ou que se localizem na mesma bacia hidrográfica. 
 
A lei considera como saneamento básico: a) o abastecimento de água potável, desde a 
sua captação e tratamento até as ligações prediais; b) a coleta, transporte, tratamento e 
disposição final dos esgotos sanitários; c) a limpeza urbana de manejo dos resíduos sólidos, 
com tratamento e destino final do lixo; e d) a drenagem e manejo das águas pluviais urbanas.8 
Em regra geral, a competência para o saneamento básico é municipal. Como o 
Município está situado em uma Região Metropolitana e é cortado por uma Avenida que liga 
Porto Alegre ao interior do Estado, os planos de saneamento de Cachoeirinha deverão estar 
 
6 A expressão se refere a pessoas naturais. 
7 A expressão se refere a pessoas jurídicas de direito público e de direito privado. 
8 MEIRELLES, Hely Lopes. DIREITO ADMINISTRATIVO BRASILEIRO. 33ª Edição atualizada por EURICO DE 
ANDRADE AZEVEDO, DÉLCIO BALESTERO ALEIXO e JOSÉ EMMMANUEL BURLE FILHO. São Paulo: Malheiros, 
2007, p. 411. 
Capítulo 2 
10 
interligados com os Municípios que integram o Comitê da bacia do Gravataí. Neste sentido é a 
lição esclarecedora na obra de Hely Lopes Meirelles em sua 33ª Edição. 9 
 
Cabe ressaltar que a co-responsabilidade dos entes públicos, observados os princípios 
da legalidade e do interesse público mais relevante, não impede a atuação do Município para a 
defesa ambiental no que não conflite com a legislação federal ou estadual em questões de 
competência. 
 
A Lei nº 6.938/81, em seu art. 9º, definiu os instrumentos da Política Nacional do Meio 
Ambiente, além de outras diretrizes. Estabeleceu a Polícia Administrativa ambiental. Definiu 
como instrumentos de Política Ambiental padrões de qualidade ambiental: o zoneamento 
ambiental; a avaliação de impacto ambiental; o licenciamento e a revisão de atividades efetivas 
ou potencialmente poluidoras; os incentivos à produção e instalação de equipamentos e a 
criação ou absorção de tecnologia, voltados para a melhoria da qualidade ambiental; criação de 
espaços territoriais especialmente protegidos pelo Poder Público. 
 
Peloart. 6º da Resolução CONAMA nº 237 “Compete ao órgão municipal, ouvidos os 
órgãos competentes da União, dos Estados e do Distrito Federal, quando couber, o 
licenciamento ambiental de empreendimentos e atividades de impacto ambiental local e 
daquelas que lhe forem delegadas pelo Estado por instrumento legal ou convênio”. 
 
Compete ao Município de Cachoeirinha, através do exercício do seu Poder de Polícia e 
outros instrumentos jurídicos importados do Direito Administrativo, tais como autorizações e 
licenciamentos, adotar as medidas necessárias à adequação da proteção e preservação 
ambiental com o desenvolvimento econômico, visando ao bem-estar social e a manutenção de 
um meio ambiente ecologicamente equilibrado, tendo como parâmetro que ambiente 
ecologicamente equilibrado é aquele que possibilita uma vida saudável. 
 
O Poder Público municipal tem o dever de elaborar e executar a sua própria Política 
Ambiental, implementar a legislação ambiental, regulamentando, no que couber, a Lei Orgânica 
Municipal e manter a fiscalização permanente dos recursos ambientais e culturais, além de 
divulgar suas ações e promover ações pedagógicas junto. 
 
Não podem ser esquecidos os problemas ambientais já consolidados, apresentadas no 
capítulo 7 – Demandas da comunidade e nos diagnósticos dos temas, pois cabe ao Poder 
Público local exigir a recuperação de áreas degradadas ou recuperá-las. Deverá atuar para 
gerar impactos ambientais positivos, estabelecendo assim uma poupança de recursos para as 
gerações do futuro. 
 
 
2.1.2. Educação Ambiental 
 
A Constituição Federal, em seu art. 225, prevê o direito a educação como direito 
fundamental por ser essencial ao meio ambiente ecologicamente equilibrado: 
 
”§ 1° Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder Público: ... 
VI - promover a educação ambiental em todos os níveis de ensino e a conscientização pública 
para a preservação do meio ambiente;... ” 
 
9 Assim considerado o saneamento básico, a competência para a sua execução seria, naturalmente, do Município. 
Ocorre que nas Regiões Metropolitanas isto não seria possível, dada a interligação das redes de água e esgoto de 
várias cidades. Semelhante dificuldade ocorre com os Municípios situados na mesma bacia hidrográfica. Ainda mais 
quando a própria lei determina que a utilização de recursos hídricos na prestação de serviços públicos de 
saneamento básico, inclusive para disposição ou diluição de esgotos e outros resíduos líquidos, está sujeita a 
outorga de direito de uso, os termos da Lei 9.433, de 8.1.97, de seus regulamentos e das legislações estaduais. Por 
isso mesmo a lei determina que ‘os planos de saneamento básico deverão ser compatíveis com os planos das bacias 
hidrográficas em que estiverem inseridos’ (art. 19, § 3º). MEIRELLES, Hely Lopes. DIREITO ADMINISTRATIVO 
BRASILEIRO. 33ª Edição atualizada por EURICO DE ANDRADE AZEVEDO, DÉLCIO BALESTERO ALEIXO e 
JOSÉ EMMANUEL BURLE FILHO. São Paulo: Malheiros, 2007, p.411 
 ESTRUTURA LEGAL 
 11 
 
A Lei nº 9.795, de 27 de abril de 1999 regulamentou o dispositivo constitucional e dispôs 
sobre a educação ambiental. Instituiu a Política Nacional de Educação Ambiental. A lei foi 
regulamentada pelo Decreto nº 4.281, de 25 de junho de 2002. 
 
A Constituição do Estado do Rio Grande do Sul determina, nos artigos 196 e 217,: “no 
respeito aos direitos humanos ao meio ambiente”, “o Estado elaborará política para o ensino 
fundamental e médio de orientação e formação profissional, visando a : ... III - auxiliar na 
preservação do meio ambiente”. A Lei Estadual nº 11.730, de 2002, dispõe sobre a Educação 
Ambiental, criando o Programa Estadual de Educação Ambiental. O Município de Cachoeirinha 
tem a Lei nº 2.333/2004, que institui o Programa de Educação Ambiental. Cabe salientar que a 
preocupação com a educação ambiental vem sendo contemplada no Município pela Lei 
Municipal Nº 1.050 de 1º de junho de 1989, sendo que dispõe sobre a obrigatoriedade de 
ensino nas escolas Municipais de conhecimentos sobre a defesa de ecologia e do Meio 
Ambiente. 
 
A Lei Orgânica Municipal, de 03 de abril de 1990, ressaltou, no artigo 189, que cabe ao 
Poder Público, inciso X: promover a educação ambiental em todos os níveis de ensino e através 
de ampla divulgação, constatando, inclusive, como matéria obrigatória nos concursos para 
cargos públicos municipais. 
 
Convém ressaltar as previsões contidas na Lei 1339/93 sobre a Política Ambiental do 
Município no que tange à educação sendo artigos 4º, inciso III, 6º, inciso XII, contida nos 
objetivos, artigo 4º. Há no Município um Centro Municipal de Educação Ambiental, criado por 
Decreto Municipal nº 1.583/92 e pela Lei Municipal nº 1.288, de 1993, o qual desenvolve 
atividades voltadas ao compromisso com a educação ambiental. 
 
Logo, a educação ambiental, obrigatória por ser direito de todos e dever do Estado, é o 
instrumento apto para a conscientização da população. Pode ser efetivada através de palestras, 
seminários, divulgação de material impresso obtido por meio de compromissos de ajustamento 
tomados pela Secretaria Municipal de Meios Ambiente e concurso de redação na rede pública 
local. Com o uso da educação ambiental o Poder Público atuará no estabelecimento de uma 
identidade no Município, com o resgate ou o estabelecimento do comprometimento dos 
moradores com a cidade. 
 
 
 
2.2. ESTRUTURA ESTADUAL 
 
 
 
2.2.1. Legislação Estadual 
 
A Constituição do Estado do Rio Grande do Sul, aprovada em 03.10.89 estabelece 
explicitamente a Política Ambiental Estadual, nos seguintes artigos: 
 
“Art. 40 - No prazo de cento e oitenta dias da promulgação da Constituição, serão editados: 
I - Código Estadual do Meio Ambiente; 
II - Código Estadual de Uso e Manejo do Solo Agrícola; 
III - Código Estadual Florestal. 
 
Parágrafo Único - Os códigos a que se refere este artigo unificarão as normas estaduais sobre as 
respectivas matérias, dispondo, inclusive, sobre caça, pesca, fauna e flora, proteção da natureza, dos 
cursos d’água e dos recursos naturais, e sobre controle da poluição, definindo também infrações, 
penalidades e demais procedimentos peculiares.” 
 
“Art. 250 - O meio ambiente é bem de uso comum do povo, e a manutenção de seu equilíbrio é 
essencial à sadia qualidade de vida. 
Capítulo 2 
12 
§ 1° - A tutela do meio ambiente é exercida por todos os órgãos do Estado. 
§ 2o - O causador de poluição ou dano ambiental será responsabilizado e deverá assumir ou 
ressarcir ao Estado, se for o caso, todos os custos financeiros, imediatos ou futuros, decorrentes do 
saneamento do dano. 
 
Art. 251 - Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, impondo-se ao Poder 
Público e à coletividade o dever de defendê-lo, preservá-lo e restaurá-lo para as presentes e futuras 
gerações, cabendo a todos exigir do Poder Público a adoção de medidas nesse sentido. 
.....” 
 
Como se vê, o Município brasileiro tem o dever de cuidar do meio ambiente 
ecologicamente equilibrado, bem como recuperar as áreas degradadas ou impor ao degradador 
a restauração do ambiente. 
 
 
 
2.2.2. Ministério Público 
 
As demandas da comunidade (vide capítulo 7) demonstram que a população local está 
suficientemente madura e conscientizada da necessidade de zelar pelo meio ambiente 
ecologicamente equilibrado. A sociedade civil possui condições para ser parceira do Poder 
Público no cuidado com a qualidade ambiental no Município, com isso cumprindo com o dever 
de zelar pela qualidade de vida, em um ambiente saudável. 
 
A atuação do Poder Público municipal, ao atender às demandas da comunidade e 
exercer a fiscalização e autuação dos infratores, certamente evitou que ações judiciais fossem 
propostas. Foram ajuizadas pelo Ministério Público três ações civis públicas, sendo que duas 
tratam de resíduos sólidos e uma de meio ambiente cultural.A ação da fiscalização da SMMA, 
em 2006, expediu 203 notificações, segundo se observa na Tabela 7.1. 
 
O problema mais grave é a poda de árvores. Em segundo lugar, está a queima de lixo, 
talvez por fatores culturais e por insuficiência de meios para o recolhimento dos resíduos. A 
seguir, a poluição sonora, também de competência do Poder Público local para regulamentar, 
fiscalizar e reprimir. Os dados revelam uma atuação administrativa operosa – não obstante a 
carência de meios - e o comprometimento das pessoas que vivem no Município, pois 
considerando outros Municípios, o número de ações propostas é ínfimo. 
 
A partir da oficina realizada com a comunidade local, se verifica que a população está de 
acordo com a imposição de restrições legais às atividades empresariais que possam 
comprometer o equilíbrio ambiental e a qualidade de vida. É um fato de extrema relevância para 
a implementação da legislação ambiental. A defesa ambiental não se faz somente com a 
repressão, mas também através de sua efetividade social. As pessoas precisam estar 
conscientizadas do dever de todos para a proteção, preservação e recuperação da qualidade 
ambiental. 
 
 
 
2.3. ESTRUTURA MUNICIPAL 
 
 
 
2.3.1. Poder legislativo 
 
Conforme dispõe o art. 23, incisos III, IV, V, VI, VII, IX e XI, da Constituição Federal de 
1988, o Município de Cachoeirinha é competente para legislar sobre a proteção ambiental. Esta 
atribuição da legislação trata do exercício do Poder de Polícia ambiental. Se refere a 
regulamentação, licenciamento e a fiscalização de atividades poluidoras ou potencialmente 
poluidoras, instauração de processos administrativos e a aplicação de sanções administrativas 
 ESTRUTURA LEGAL 
 13 
previstas em lei municipal. Legisla, ainda, sobre matéria ambiental de interesse local, por 
exemplo, meio ambiente urbano e poluição sonora (CF art. 30, incisos I, II, VIII, IX) e patrimônio 
cultural, com a implementação e fiscalização do cumprimento da legislação que trata dos bens 
culturais pela Secretaria Municipal de Cultura. 
 
 
 
2.3.2. Histórico da Legislação Ambiental 
 
O Município de Cachoeirinha, signatário da Legislação do Município de Gravataí, 
conforme o Decreto-lei nº 01, de 15 de maio de 1966, adotava no Município a Legislação 
vigorante no Município de Gravatai, antes de completar dois anos de sua emancipação 
legislava favorável a instalação da área industrial, exemplificado através dos Decretos-leis: 02, 
de 26 de abril de 1968, 03, de 08 de maio de 1968, 04, de 16 de maio de 1968, os quais 
autorizavam a doação de uma fração de terras para fins industriais. Em 1969, tratava de Plano 
do Parque Industrial (Lei Municipal nº 02, de 28 de fevereiro de 1969). Também marcado pelo 
aspecto cultural em 25 de agosto de 1970, através da Lei Municipal Nº 62, criou e denominou a 
Biblioteca Municipal. A ampliação da zona urbana do Município constituiu-se em fato 
continuado, pois em 1969, Lei Municipal nº 40, de 23 de dezembro desse ano, delimitava a 
zona urbana do Município, seguindo sempre em ampliação. 
 
Em 1971, há uma proibição de instalação para fábricas de explosivos, Lei Municipal nº 
119 de 10 de novembro. Poderia ser considerado o marco da ação municipal no controle dos 
impactos ambientais de interesse local. 
 
O suporte jurídico ambiental do Município é constituído por Leis esparsas com focos 
individuais, especiais, permitindo ter uma coletânea de Leis, atendendo diversos fins, conforme 
exemplificado no Quadro 2.1. 
 
 
Quadro 2.1. Leis ambientais esparsas do Município de Cachoeirinha. 
 
Lei Assunto Data 
551 Conselho Municipal de proteção ao ambiente natural 05 de setembro de 1979 
562 
Curtumes e indústrias poluentes a utilizarem processo de 
decantação coletiva 
08 de outubro de 1979 
615 Proíbe a fabricação de detergentes 08 de outubro de 1980 
645 Cria a Diretoria de reflorestamento e meio ambiente 16 de janeiro de 1981 
683 Concede título de cidadania a José Lutzemberger 23 de novembro de 1981 
692 Declara área ecológica e preservação mista o meio ambiente 06 de janeiro de 1982 
705 Cria a semana do meio ambiente em Cachoeirinha 1º de junho de 1982 
711 Institui norma de prevenção para uso de pesticida 13 de setembro de 1982 
745 Anúncios publicitários nos táxis do Município 29 de novembro de 1982 
811 Cria e denomina Parque Municipal – Parque Tancredo Neves 09 de agosto de 1985 
1.046 Dispõe sobre o uso de fumo 11 de maio de 1989 
1.050 
Dispõe sobre a obrigatoriedade de ensino nas escolas 
municipais de conhecimentos sobre a defesa de ecologia e do 
Meio Ambiente 
01 de junho de 1989 
1.051 
Dispõe sobre cadastro de estabelecimento comerciais, 
estabelece normas para comercialização do produto 
denominado “cola de sapateiro” 
01 de junho de 1989 
1.155 Institui tarifa de serviço de lixo industrial 21 de dezembro de 1990 
1.172 Código de Posturas do Município 10 de junho de 1991 
1.218 
Dispõe sobre a prevenção e controle do meio ambiente no 
Município de Cachoeirinha 
19 de março de 1992 
 
Fonte: FMMA (Assessoria Jurídica). 
 
 
Capítulo 2 
14 
 
A Lei Orgânica Municipal, de 03 de abril de 1990, possui previsão legal sobre o Meio 
Ambiente, denominado Capítulo II, do Meio Ambiente, do artigo 187 ao 209, começa 
transcrevendo o artigo Constitucional, 225 da CF/88. Dentre esses artigos, convém destacar o 
artigo 195, o qual dispõe que a derrubada, o corte ou poda de árvore existente no Município 
ficam sujeitas à autorização prévia do órgão competente de conformidade com o procedimento 
estabelecido em Lei posterior. Porém, apesar da parte inicial do artigo estar sendo aplicado, a 
Lei posterior ainda não foi elaborada. Sobre as árvores, existem as consideradas Patrimônio 
Público de Cachoeirinha, além das áreas verdes, previsão contida no artigo 18 das disposições 
transitórias da Lei Orgânica Municipal, com o teor: sendo vedado seu corte ou aplicação de 
produtos tóxicos, as seguintes árvores centenárias: plátano e paineira. Esse dispositivo legal foi 
regulamentado pela Lei nº 1694 de 1998. 
 
Em 29 de setembro de 1993, através da Lei Municipal nº 1339, foi disposta a Política 
Ambiental do Município de Cachoeirinha, prevendo a elaboração, implementação e 
acompanhamento, instituindo princípios, objetivos e normas básicas para proteção do meio 
ambiente e melhoria da qualidade de vida e sua população. É composta por 67 artigos, tendo 
os seguintes títulos: Título I – Da política ambiental de Cachoeirinha, Título II – Do meio 
ambiente; - Título III – Das atividades de apoio técnico e científico; Título IV – Do Conselho de 
política ambiental do Município de Cachoeirinha, Título V – Das infrações e respectivas 
sanções; Título VI – Disposições complementares e finais. No artigo 43, o qual prevê o valor da 
multa, inciso I, foi alterado pela Lei Municipal Nº 1.552 de 1996. No artigo 64, prevê que a 
Procuradoria Geral do Município manterá sub-procuradorias especializadas em tutela 
ambiental, defesa de interesses difusos e do patrimônio histórico, cultural, paisagístico, 
arquitetônico e urbanístico, como forma de apoio técnico-jurídico à implantação dos objetivos 
desta lei e demais normas ambientais vigentes. A Lei de Política Ambiental do Município de 
Cachoeirinha, ainda não foi regulamentada. 
 
No Poder Legislativo local foram aprovadas leis e tramitam projetos que revelam a 
preocupação do legislador municipal com a qualidade ambiental. A Lei nº 2.220, de 11 de 
dezembro de 2003, dispõe sobre a criação do Conselho Municipal de Desenvolvimento 
Sustentável e Meio Ambiente – COMDEMA; a lei nº 2.241, de 10 de fevereiro dispõe sobre a 
criação do FUMDEMA - Fundo Municipal de Defesa do Meio Ambiente da Secretaria Municipal 
do Meio Ambiente; a Lei nº 2.333, de 06 de dezembro de 2004 institui o Programa Municipal de 
Educação Ambiental – em cumprimento ao mandamento constitucional do art. 205, caput, da 
Constituição Federal de 1988;10 a Lei nº 2.491, de29 de dezembro de 2005 dispõe sobre o 
estudo de impacto ambiental e o licenciamento ambiental no Município de Cachoeirinha e cria a 
Taxa de Licenciamento Ambiental. 
 
Tramitam projetos de leis que tratam do controle das populações de animais e sobre a 
prevenção e controle de zoonoses no Município de Cachoeirinha. 
 
Preocupado com a implementação da legislação local, o Executivo instituiu, pelo Decreto 
nº 4.037, de 7 de junho de 2006, o Grupo de Trabalho para o estudo, para criação e 
implementação de legislação para regulamentação das compras e utilização de madeira no 
âmbito da Administração Municipal. No art. 2º do Decreto demonstra o zelo com que trata o 
ambiente e a participação comunitária na defesa de interesses da humanidade.11 Este Decreto 
atende às demandas da comunidade, a efetivação da legislação e a própria necessidade de 
uma educação ambiental transformadora. 
 
10 “A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a 
colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício 
da cidadania e sua qualificação para o trabalho.” 
11 Os produtos madeireiros a serem adquiridos pela Administração Municipal obedecerão ao disposto no 
Termo de Compromisso celebrado em 07 de junho de 2006, entre o Município de Cachoeirinha a 
Associação Civil Greenpeace e a Associação de Preservação da Natureza do Vale do Gravataí, pelo qual 
tais produtos devem ter origem apenas em planos de manejo florestal sustentável aprovado pelo órgão 
ambiental competente. 
 ESTRUTURA LEGAL 
 15 
 
A Comissão de Saúde e Meio Ambiente da Câmara, integrante do legislativo municipal, 
tem competência para propor a elaboração de legislação que trate do meio ambiente urbano, 
desde que observe as questões cuja competência para o encaminhamento da proposta 
legislativa cabe ao Chefe do Executivo Municipal, como por exemplo, a criação de uma 
autarquia para a fiscalização dos serviços públicos municipais relacionados diretamente ou 
indiretamente com a questão ambiental no Município. Deverá ser assessorada por especialistas 
em meio ambiente. A Comissão de Saúde e Meio Ambiente da Câmara tem atribuição para o 
exame de propostas legislativas para proteger, preservar o meio ambiente ecologicamente 
equilibrado ou recuperação da qualidade ambiental, como é o caso de projetos de arborização 
urbana ou fiscalizar a execução de políticas ambientais no Município ou cuidar da tramitação, 
discussão e propostas de legislações de competência do Poder Legislativo. Deve, também, 
opinar em matéria de natureza ambiental. 
 
 
 
 
2.3.3. Sistema Municipal de Proteção Ambiental 
 
 
O Sistema Municipal de Proteção Ambiental tem como atribuições o planejamento, a 
implementação, a execução e controle da Política Ambiental no âmbito local, bem como o 
monitoramento e a fiscalização do meio ambiente, visando preservar o seu equilíbrio e os 
atributos essenciais à sadia qualidade de vida e promover o desenvolvimento sustentável, em 
conformidade com as previsões legais. O Município tem a Secretaria Municipal de Meio 
Ambiente, como órgão central de proteção ambiental no Município, tem Conselho Municipal de 
Desenvolvimento Sustentável e Meio Ambiente - COMDEMA atuante e possui o Fundo 
Municipal de Defesa do Meio Ambiente - FUMDEMA, como órgão de captação de 
gerenciamento dos recursos financeiros alocados para o ambiente. 
 
 
 
a) Conselho Municipal de Desenvolvimento Sustentável e Meio Ambiente - COMDEMA 
 
O COMDEMA foi criado pela Lei nº 2.220, de 11 de dezembro de 2003. A composição 
atual é de 19 membros, com mandatos de dois anos, conforme o art. 4º. Possui competências, 
desde propor, formular e acompanhar as políticas municipais do meio ambiente até homologar 
termos de ajustamento de conduta que versem sobre fatos ambientais de interesse local, 
conforme os 17 incisos do artigo 3º da Lei que o criou. 
 
O Conselho, em matéria ambiental, tem competência para regulamentar a matéria 
ambiental, através de Resoluções, no interesse local. É atuante, pois se reúne religiosamente 
na última segunda-feira de cada mês e também extraordinariamente, sempre que necessário. O 
COMDEMA rege-se pela legislação municipal e pelo seu Regimento Interno (Decreto nº 3737 
de 14 de dezembro de 2004). Há uma proposta legislativa para as alterações no Conselho, 
especialmente quanto à sua composição, visto que o SIGA/SEMA define o Conselho como 
paritário e, com isso, é preciso adequar-se, além do caráter consultivo que deve ser retirado da 
Lei, em vigor. 
Atualmente, o Conselho decidiu favorável para o emprego de verbas do Fundo Municipal 
de Defesa do Meio Ambiente, no Projeto de geógrafo da UFRGS, que realiza pesquisa sobre o 
arroio Passinhos, e Agenda 21 local, apresentada pelo Setor de Projetos da SMMA. Também, 
atua como última instância julgadora dos processos administrativos relativos a matéria de sua 
competência. 
A Secretaria Municipal do Meio Ambiente compõe a Secretaria Executiva. O COMDEMA 
ainda não expediu Resoluções, mas sua atuação, pelo resultado apontado pela ação 
administrativa do Município, está adequada à demanda. A ausência de Resoluções não implica 
em imobilidade. 
Capítulo 2 
16 
 
 
 
b) Secretaria Municipal do Meio Ambiente - SMMA 
 
 
Em 1981, através da Lei nº 645, foi criada a Diretoria de Reflorestamento e Meio 
Ambiente, como órgão de apoio e integração com a Secretaria dos Serviços Urbanos do 
Município. Em 1988, através da Lei nº 983, foi transformada a Secretaria Municipal de Saúde e 
Bem-estar Social em Secretaria Municipal da Saúde, Assistência Social e Meio Ambiente e dá 
outras providências. Em 1999, através da Lei nº 1.771, foi feita a alteração da estrutura 
administrativa do Poder Executivo Municipal de Cachoeirinha, contendo no artigo 13 as 
atribuições da Secretaria Municipal de Saúde e Meio Ambiente. Em dezembro de 2002, através 
da Lei nº 2.126, foram feitas alterações à Lei Municipal nº 1.771/99, e a Secretaria Municipal de 
Meio Ambiente, no artigo 13-A recebe atribuições próprias, se desvinculando da Saúde. 
 
Em 16 de maio de 2003, através da Lei nº 2.154, a SMMA recebeu uma nova 
estruturação, porque essa Lei revogou a anterior que lotava os servidores da SMMA na 
Secretaria Municipal da Saúde, adequando-se a uma realidade administrativa própria. A SMMA 
tem pautado as suas ações dentro de suas atribuições, pois é o órgão central do Sistema 
Municipal de Proteção Ambiental. A Secretaria possui uma Assessoria Jurídica, que começou 
suas atividades em março de 2006, e é muito importante para a regulamentação, fiscalização e 
aplicação da legislação ambiental-administrativa, bem como orientação jurídica a todas as 
atividades do órgão. 
 
 
 
c) Fundo Municipal de Defesa do Meio Ambiente -– FUMDEMA 
 
O FUMDEMA foi criado pela Lei nº 2241, de 10 de fevereiro de 2004, como unidade 
orçamentária, vinculado à SMMA, de natureza contábil, sem personalidade jurídica, 
indispensável ao desenvolvimento das ações de defesa e desenvolvimento do meio ambiente 
do Município de Cachoeirinha, tendo vigência indeterminada. 
 
 
 
 
2.4. PROBLEMAS 
 
 
O principal problema é a ausência de sistematização da legislação ambiental municipal 
em vigor. Na medida em que a legislação se apresenta difusa, dificulta o conhecimento pelos 
administrados, pelos aplicadores da lei e pelos próprios agentes públicos. 
 
 
 
 
17 
 
Capítulo 3 
 
3. ADMINISTRAÇÃO AMBIENTAL 
ADMINISTRAÇÃO AMBIENTAL 
 
 
 
Este capítulo apresenta dados e informações sobre as formas de atuação dos principais 
órgãos públicos incumbidos de executar as políticas ambientais no Município de Cachoeirinha, 
pertencentes às três esferas de governo, de interesse para o Plano Ambiental. Descreve, 
também, as características básicas de algumas organizações ligadas à problemática ambiental 
que interagem coma Administração Municipal e que poderão ser parceiras na fase de 
execução do Plano Ambiental. 
 
Os dados e informações referentes aos órgãos municipais foram obtidos pela equipe de 
planejamento junto à Secretaria Municipal do Meio Ambiente - SMMA e Secretarias Municipais, 
a partir de respostas a solicitações formuladas e entrevistas com informantes. A pedido da 
equipe de planejamento, a SMMA indicou um técnico, com destacada experiência, para 
apresentar a sua avaliação pessoal sobre a situação atual e futura da administração ambiental 
local. A ele foi encaminhado um questionário contendo perguntas sobre a importância da 
administração ambiental, os problemas atuais e previsões, as medidas para eliminar os 
problemas, os requisitos para realizar as medidas e as formas de identificar resultados bons e 
ruins, em caso de execução das medidas. As respostas foram analisadas, estruturadas em um 
modelo multicritério, discutidas com o avaliador e integradas a este Plano. 
 
Todos os demais elementos foram obtidos no decorrer do processo de planejamento em 
contatos diretos com outras instituições e consultas aos seus bancos de dados, disponíveis na 
Internet. Após a realização do Seminário Técnico e da Audiência Pública, foram incorporados 
outros esclarecimentos julgados relevantes. 
 
 
 
 
3.1. ÓRGÃOS PÚBLICOS 
 
Apesar do conjunto legal e normativo disponível para a proteção do ambiente natural e 
construído ser vasto, "o aparelhamento do executivo, para garantir o seu cumprimento, tem se 
mostrado falho e descontínuo, tanto em nível federal como estadual e municipal" (MMA, 1995, 
p. 104). 
Segundo VIANA (1996), o êxito de uma política depende fundamentalmente do bom 
entrosamento entre os formuladores e os executores, bem como do conhecimento destes 
sobre as atividades pertinentes a cada fase e sobre o projeto. A disposição dos executores 
depende de três aspectos: 
• Compreensão da política; 
• Resposta (aceitação, neutralidade ou rejeição); 
• Intensidade da resposta. 
 
A seguir, são apresentadas informações básicas, procedimentos e formas de atuação 
referentes aos órgãos e instituições federais, estaduais e municipais, legalmente responsáveis 
pela execução das políticas ambientais, que atuam no Município. Este conjunto de dados é 
importante para que se possa planejar o aprimoramento da atual estrutura técnico-
administrativa do Município, objetivando eficiência nas ações, economia de esforços e a 
manutenção de um canal permanente de consultas e troca de informações com os demais 
órgãos executivos. 
 
Capítulo 3 
18 
3.1.1. Órgãos Públicos Federais 
 
Apesar do Governo Federal, através do Ministério do Meio Ambiente, possuir inúmeros 
Programas específicos de meio ambiente sendo executados em todo o País, o Município de 
Cachoeirinha está sendo beneficiado apenas pelo Projeto Sala Verde. Através dele, a SMMA se 
habilitou, em 2006, e foi classificada para receber o material que o Projeto contempla. Como foi 
baseado na Educação Ambiental, realizada pelo Centro Educacional Francisco Medeiros, 
também foi indicado para colocar nesse espaço o kit de publicações e os acessos virtuais 
concedidos pelo Projeto. O projeto Agenda 21 local está sendo implantado, com o foco na 
Educação formal e não-formal. 
 
 
O órgão federal ambiental com maior atuação local é o Instituto Brasileiro do Meio 
Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – IBAMA. O órgão “...tem por missão 
institucional executar as políticas nacionais de meio ambiente nas atribuições federais 
permanentes, por meio da gestão ambiental compartilhada, visando à preservação da qualidade 
ambiental para as presentes e futuras gerações” (www.ibama.gov.br). A gestão compartilhada 
supletivamente ocorre nas ações transitórias advindas da omissão, desvio ou falta de condições 
para agir, dos órgãos ambientais estaduais e municipais. O Instituto possui um Escritório no 
Estado, localizado em Porto Alegre, e 18 Postos de Controle e Fiscalização distribuídos no 
Estado. 
 
A política atual do órgão é de descentralizar a atuação, repassando atribuições aos 
órgãos estaduais e municipais. As principais ações no Município são supletivas e desenvolvidas 
pela Divisão de Fiscalização – DIFIS. Esta Divisão atua de forma corretiva, através de 
operações de rotina e atendimento a denúncias formais da população ou demandas da SMMA, 
muitas vezes junto com o Batalhão de Polícia Ambiental - PATRAM. Considerando a pequena 
equipe técnica volante disponível, só os casos graves são atendidos prontamente. Os demais 
são agrupados e incluídos em uma programação para atendimento futuro, eis que a Divisão tem 
pleno conhecimento dos principais problemas e locais onde ocorrem. Muitas denúncias são 
repassadas à SMMA, que tem mais presteza no atendimento. 
 
A maior parte das ocorrências registradas para o Município é referente à captura, 
cativeiro e tráfico de animais silvestres, especialmente passeriformes. Segundo informações da 
Divisão de Fiscalização, em 2006, o número de autuações em Cachoeirinha foi de 10 Autos de 
Infração, sendo oito referentes à fauna e duas ocorrências de pesca, totalizando multas no valor 
de R$ 162.000,00. 
 
 
 
 
3.1.2. Órgãos Públicos Estaduais 
 
O governo Estadual atua no Município através dos órgãos caracterizados a seguir. 
 
 
a) Secretaria Estadual do Meio Ambiente - SEMA 
 
A SEMA é responsável pela administração de dois programas de interesse para 
Cachoeirinha: o Sistema Integrado de Gestão Ambiental - SIGA-RS e o Programa para o 
Desenvolvimento Racional, Recuperação e Gerenciamento Ambiental da Bacia Hidrográfica do 
Guaíba - PRÓ-GUAÍBA. 
 
O SIGA-RS visa descentralizar as atividades de planejamento e gestão ambiental 
desenvolvidas pelo Estado, mobilizando e capacitando os Municípios a gerir as questões 
ambientais locais, especialmente o licenciamento. Para isso, possui uma Central de 
Atendimento aos Municípios que buscam adesão ao Sistema. São prestadas orientações 
 ADMINISTRAÇÃO AMBIENTAL 
 19 
administrativas e jurídicas sobre a elaboração do processo para a habilitação à gestão 
ambiental e à emissão de licenças ambientais para as atividades de impacto local. Depois do 
atendimento de todos os requisitos para a habilitação, o processo é encaminhado pela SEMA 
ao Conselho Estadual do Meio Ambiente - CONSEMA para homologação do Município, por 
meio de Resolução. Aos Municípios habilitados é oferecido um programa de treinamento com 
técnicos da SEMA. 
 
 
O PRÓ-GUAÍBA foi criado em 1989 pelo Governo do Estado. O objetivo principal é o de 
melhorar as condições ambientais da bacia hidrográfica do Guaíba, criando condições 
necessárias para o desenvolvimento racional dos recursos naturais, nas áreas urbanas e rurais. 
O programa envolve mais de 250 Municípios, dentre os quais se encontra o Município de 
Cachoeirinha. 
 
A coordenação está a cargo da SEMA e a execução é realizada por diversos órgãos 
públicos estaduais e municipais. O Programa é composto por 14 projetos, sendo alguns de 
larga abrangência. Dentre as ações executadas no Módulo I 1995 – 2005 do Pró-Guaíba, 
desenvolvidas em Cachoeirinha, destaca-se a construção de uma Estação de Tratamento de 
Esgoto no sistema Cachoeirinha / Gravataí. O Governo do Estado, através da CORSAN / Pró-
Guaíba, realizou 24 mil ligações prediais às redes de esgoto de Cachoeirinha e Gravataí, o que 
beneficiou diretamente a população local, melhorou a qualidade da água do rio Gravataí e 
garantiu mais saúde pública, e indiretamente todo o abastecimento público de água de grande 
parte da região metropolitana (PRÓ-GUAÍBA, 2007). 
 
A SEMA também desenvolve ações no Município através dos seguintes órgãos, 
caracterizados na seqüência: 
- Fundação Estadual de Proteção Ambiental – FEPAM; 
- Departamento de Florestas e Áreas Protegidas – DEFAP; 
- Departamento de Recursos Hídricos – DRH 
 
 
 
� Fundação Estadual de Proteção Ambiental - FEPAM 
 
A FEPAM é o órgão ambiental do Estado encarregado da gestão e execuçãoda política 
de proteção ambiental no Rio Grande do Sul. Possui uma equipe técnica formada por 
especialistas multidisciplinares, treinados na área ambiental, apoiados por laboratórios, onde 
são realizadas análises físicas, químicas e biológicas, de suporte a seus trabalhos. 
 
As principais atividades da FEPAM no Município estão voltadas para o licenciamento de 
atividades potencialmente poluidoras e para a fiscalização do cumprimento das leis ambientais. 
É de sua competência, ainda, o licenciamento, a fiscalização e a manutenção de cadastro 
atualizado do transporte rodoviário, ferroviário e hidroviário de produtos perigosos e do 
comércio varejista de combustíveis (postos de gasolina). 
 
O licenciamento é o procedimento administrativo, realizado pelo órgão ambiental 
competente, que pode ser federal, estadual ou municipal, para licenciar a instalação, ampliação, 
modificação e operação de atividades e empreendimentos que utilizam recursos naturais, ou 
que sejam potencialmente poluidores ou que possam causar degradação ambiental. Em 1997, 
a resolução nº. 237 do CONAMA definiu as competências da União, Estados e Municípios e 
determinou que o licenciamento deve ser sempre feito em um único nível de competência. 
 
Com respeito à fiscalização, a FEPAM realiza vistorias de rotina, blitz em conjunto com a 
Brigada Militar e o Ministério Público Estadual e atende a reclamações e representações da 
população. Durante essas ações, possui competência legal para autuar, apreender e interditar 
atividades em desacordo com a legislação, mesmo que praticadas por órgãos públicos. 
 
Capítulo 3 
20 
A FEPAM tem, ainda, a atribuição de atender emergências com danos ambientais em 
todo o Estado do Rio Grande do Sul, mantendo para isto o Serviço de Emergência Ambiental. 
Esta atividade prioritária envolve principalmente vazamentos de produtos químicos, mortandade 
de peixes, descarte clandestino de resíduos, acidentes rodoviários, ferroviários e hidroviários no 
transporte de produtos perigosos (explosivos, inflamáveis, tóxicos, radioativos etc.). Não há 
registro de acidentes de transporte de cargas perigosas ocorridos no Município de Cachoeirinha 
nos últimos cinco anos (www.fepam.rs.gov.br). 
 
 
 
� Departamento de Florestas e Áreas Protegidas - DEFAP 
 
O DEFAP está encarregado do exercício das atribuições de órgão florestal estadual, 
através do Decreto nº. 34.255/92. Desta forma, é o responsável direto pela fiscalização do 
cumprimento da Lei nº. 9.519/92, que constitui o Código Florestal do Estado do Rio Grande do 
Sul. São também, suas atribuições: 
 
• Licenciamento do "corte e destruição parcial ou total" de florestas nativas e demais formas 
de vegetação natural de seu interior, de acordo com o artigo 6o da Lei No 4.771/65 - Código 
Florestal Federal. 
• Fiscalização, autuação e julgamento de ações administrativas junto com o Batalhão de 
Polícia Ambiental; 
• Cadastro de produtores, consumidores e comerciantes de matéria-prima, produtos e 
subprodutos florestais; 
• Administração de unidades de conservação em vários Municípios do Estado. 
 
Por falta de pessoal, a agência de Porto Alegre do DEFAP não tem realizado ações de 
fiscalização no Município de Cachoeirinha. Com base em informação verbal do Engº Agrônomo 
Marcos Almeida Braga (30.07.2007), chefe da Divisão de Licenciamento Florestal, não há 
registro de autos de infração do órgão em Cachoeirinha durante o ano de 2006 e 1º semestre 
de 2007. Os processos em andamento não foram disponibilizados pelo Departamento. Apesar 
disso, a SMMA informou que a empresa Gianco Empreendimentos Imobiliários Ltda. foi 
fiscalizada pelo DEFAP em 2006, conforme o Inquérito Civil 26/06 MR Nº 029. 
 
 
� Departamento de Recursos Hídricos - DRH 
 
É o órgão da administração direta, responsável pela integração do Sistema Estadual de 
Recursos Hídricos, que concede a outorga do uso da água e subsidia tecnicamente o CRH, 
notadamente no que tange à coordenação, ao acompanhamento da execução e à elaboração 
do anteprojeto de Lei do Plano Estadual de Recursos Hídricos. 
 
 
 
b) Batalhão de Polícia Ambiental 
 
Com base no Decreto nº. 34.974/93, que regulamenta o Código Florestal Estadual, a 
Brigada Militar tem competência para o exercício do poder de polícia florestal no Estado do Rio 
Grande do Sul. O Decreto-Lei nº. 38.107/98, que define a missão do Batalhão de Polícia 
Ambiental, assim dispõe em seu art. 45: 
 
“Ao Batalhão de Polícia Ambiental compete cumprir e fazer cumprir a legislação 
ambiental, representar a Brigada Militar nas atividades atinentes à área e 
promover o intercâmbio com outros órgãos governamentais, por intermédio da 
proposição de convênios.” 
 
Com base em informações do Capitão Rodrigo Gonçalves dos Santos, Comandante da 
2ª Companhia Ambiental (24.maio.2007), o Município de Cachoeirinha, por ter uma área rural 
 ADMINISTRAÇÃO AMBIENTAL 
 21 
praticamente inexistente, não contribui significativamente na estatística quantitativa de 
ocorrências ambientais. No entanto, foi palco de um dos maiores incêndios envolvendo 
produtos químicos da área metropolitana de Porto Alegre (incêndio da empresa MBN), atingindo 
diretamente o arroio Passinhos, suspendendo a captação de água na cidade por um longo 
período. 
 
A ocorrência mais incidente no Município envolve comércio e manutenção em cativeiro 
de animais nativos, notadamente passeriformes, eis que a maior associação Riograndense de 
passeriformes tem sua sede no Município de Cachoeirinha (Tabela 3.3). 
 
As ocorrências envolvendo produtos perigosos foram todas flagradas quando do 
desenvolvimento de operações de fiscalização de trânsito em conjunto com a prefeitura 
municipal. Os desmatamentos identificados foram todos decorrentes de implantação de 
loteamentos com fins residenciais. 
 
 
 
Tabela 3.3. Ocorrências atendidas pela 2ª Companhia de Polícia Ambiental em Cachoeirinha. 
 
Crime Ambiental Quantidade 
Pássaros em cativeiro 13 
Transporte de produtos perigosos 6 
Atividade potencialmente poluidora sem licença 4 
Corte de vegetação nativa 3 
Perfuração de poços sem licença ambiental 2 
Acidente envolvendo produtos perigosos 1 
Descarte de resíduos sólidos sem licença ambiental (lixões) 1 
TOTAL 30 
 
 Fonte: 2ª Companhia de Polícia Ambiental (2007). 
 
 
 
3.1.3. Órgãos Públicos Municipais 
 
 
O Sistema Nacional de Meio Ambiente - SISNAMA é o modelo de gestão ambiental 
adotado no Brasil pela Lei nº 6.938/81 e tem como desafio formar uma rede de organizações 
em âmbitos federal, estadual e municipal que, juntas, possam alcançar as grandes metas 
nacionais na área ambiental. Muitas vezes, os órgãos do sistema Municipal de Meio Ambiente 
só existem no papel. Um diagnóstico informal do CONAMA revelou que os principais problemas 
que estes vivenciam são: falta de estrutura de apoio das prefeituras; deficiente envolvimento e 
capacitação dos quadros técnicos e dos conselheiros de meio ambiente, além de falta de 
comunicação com a sociedade (IBAMA, 2006). 
 
Em Cachoeirinha, segundo a SMMA, o Sistema Municipal de Proteção Ambiental - 
SISMUPRA foi instituído pela Lei nº 2.126/ 2002 (Altera dispositivos da Lei Nº 1771/99, que 
estabelece a Estrutura Administrativa do Poder Executivo Municipal de Cachoeirinha e dá 
outras providências). As ações relacionadas ao meio ambiente são desenvolvidas de forma 
isolada, na sua maior parte, por Secretarias Municipais e órgãos, cujas atribuições básicas, de 
interesse para o Plano Ambiental, são apresentadas a seguir. 
 
 
a) Secretaria Municipal do Meio Ambiente – SMMA 
 
É o órgão ambiental municipal, encarregado da fiscalização e proteção ambiental do 
Município de Cachoeirinha, caracterizado no capítulo 1. 
 
Capítulo 3 
22 
 
 
b) Secretaria Municipal de Planejamento - SEPLAN 
 
Compete desenvolver o Plano de Desenvolvimento Integrado e o Plano Diretor, desenvolver 
projetos e programas voltados para a obtenção e alocação de recursos governamentais,

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