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QUESTIONÁRIO E RESUMOS: FISIOPATOLOGIA DA REPRODUÇÃO EDUARDA MARTINS CAMPOS DIOGO VIVACQUA LIMA ABRIL DE 2020 QUESTIONÁRIO 1. Explique como é o ciclo estral das éguas. A duração do ciclo estral é em torno de 19 a 25 dias, sendo dividido em estro, com duração de 2 a 8 dias, com apresentação de altos níveis de estrogênio e LH, edema uterino e aceitação do macho; e diestro, com duração de 14 dias, onde há crescimento do corpo lúteo, altos níveis de progesterona e não aceitação do macho. 2. Explique como é o ciclo estral das cadelas. O ciclo estral tem duração de 45 dias, apresentando proestro, que dura de 7 a 9 dias, caracterizando os sinais do cio, sem aceitação do macho; seguido pelo estro, que dura de 7 a 9 dias, onde há um pico de LH, estimulando a ovulação; seguida pelo diestro, que dura em torno de 56 a 64 dias em fêmeas gestantes e 75 a 90 nas não gestantes. Por fim vem o anestro, com duração de 3 a 10 meses variando de cadela para cadela. 3. Explique como é o ciclo estral das gatas. O ciclo estral tem duração de 30 a 40 dias. inicia com o proestro, com duração de 48 horas, apresentando os sinais clássicos de cio; seguido pelo estro, que dura 7 dias. Para a ovulação acontecer, é preciso a indução e se esta não ocorre, a gata entra em interestro, com duração de 8 dias. Se há estimulação sem ovulação, ocorre a fase de diestro, que dura de 35 a 37 dias e com fecundação, dura em torno de 60 dias a gestação. 4. Embora a prostaglandina F2α possa ser administrada pelas vias intramuscular (IM), intravenosa (IV), intra-uterina (IU) ou intra-luteal, a via intramuscular é a preferida, pois alia praticidade a menores efeitos colaterais. Estes são observados em cerca de 10% das éguas poucos minutos após sua administração. Os sinais mais frequentes são? Sudorese, taquicardia, distúrbios hormonais, incoordenação motora e prostração. 5. Explique o que é dinâmica folicular e por quê é utilizado apenas para éguas? É um processo contínuo de desenvolvimento e regressão dos folículos ovarianos da égua. Ele é usado apenas para éguas em virtude da particularidade da espécie, pois o dia da ovulação é incerto, já que ele acaba dois dias antes do final do cio e não se sabe ao certo o dia que iniciou. 6. Explique a diferença do fotoperíodo interferindo no ciclo estral de éguas x ovelhas. No caso das éguas, a ciclagem ocorre durante a maior fase de luminosidade, pois há menor produção de melatonina pela glândula pineal, enquanto que no caso das ovelhas, a ciclagem ocorre durante a menir fase de luminosidade, produzindo maior quantidade de melatonina. 7. Para diminuir o número de inseminações em cadelas, explique o que o médico(a) veterinário(a) deverá fazer para identificar o momento correto da ovulação. Para saber o momento correto, é necessário fazer uma citologia vaginal para descobrir qual a fase do cio a cadela está. 8. Na gata existe uma particularidade para que ela possa ovular. Explique fisiologicamente como isso funciona. Para ovular, a gata necessita de um estímulo vaginal causado pelas espículas do pênis, que leva a um aumento do GnRH, elevando o LH, induzindo a ovulação. 9. Como identificar o momento correto em que a matriz suína está no estro? Ela apresenta sinais de cio específico, como reflexo de tolerância ao macho e teste de monta, em que ela aceita o estímulo sem sair do lugar, além disso, há micção frequente, edema e hiperemia vulvar, secreção de muco. A fêmea também fica estática na presença do macho e fica com os membros posteriores afastados. RESUMO APARELHO REPRODUTOR FEMININO INTRODUÇÃO O aparelho reprodutor feminino é responsável pela síntese e maturação dos óvulos, além de produzir hormônios, como a progesterona e o estrógeno. Nele, é feita a deposição do gameta masculino, levando a fertilização e desenvolvimento embrionário. ÓRGÃOS REPRODUTIVOS FEMININOS VULVA É constituída por um par de lábios, onde a face externa é coberta por pele e pelos, e a face interne é recoberta por epitélio pavimentoso estratificado (túnica mucosa). As comissuras labiais são divididas em dorsal e ventral. VAGINA É o órgão copulatório cilíndrico e tubular, localizado entre a região do óstio externo da uretra no vestíbulo e o óstio externo do útero na cérvix. Também é o canal do parto, dando passagem para o nascimento do feto. CÉRVIX É um esfíncter cilíndrico, musculoso e rígido, localizado abaixo do útero, entre o ureter e a vagina. É normalmente fechada, ocorrendo a abertura durante o cio, relaxando pela presença de estrógeno. A principal função é proteger a cavidade uterina contra contaminação externas. Também atua como reservatório do gameta masculino, facilitando o transporte do mesmo até o útero pela presença de muco na região. Promove a seleção dos espermatozoides viáveis para a fertilização. ÚTERO Anatomicamente, é um órgão muscular, composto por de dois cornos que se liam às tubas uterinas e um corpo, que se liga à cérvix. A parede uterina é formada pelo endométrio, miométrio e perimétrio. Funções: transporte de espermatozoides; implantação e desenvolvimento do embrião; produção da prostaglandina, que promove a luteólise. TUBAS UTERINAS: São estruturas retorcidas e bilaterais, fixadas nos ovários pelo óstio abdominal. São divididas em quatro segmentos: fimbrias em franja; infundíbulo, próximo ao ovário; ampola, porção mais dilatada; istmo, que se liga ao útero. Funções: transporte de espermatozoides, captação e condução do óvulo, fecundação e secreção de muco. OVÁRIOS: São órgãos pares de formato variável. É dividido em córtex (externo), com presença de folículos primordiais e em crescimento, corpo lúteo e albicans; e medular (interno), que é responsável pela nutrição e sustentação ovariana. Funções: gametogênica, produção de óvulos e endócrinas, síntese de hormônios (progesterona, produzido no corpo lúteo e estrógeno, produzido no folículo). EIXO HIPOTALÂMO HIPÓFISE OVÁRIO INTRODUÇÃO O eixo hipotálamo-hipófise-ovariano integra sistema nervoso e endócrino e abrange os neurônios hipotalâmicos, os hormônios gonadotróficos hipofisários e células da granulosa ovariana. Dessa forma, as alterações hormonais que ocorrem nesse eixo causam alterações clínicas reprodutivas, que podem levar a infertilidade. HIPOTÁLAMO Ocorre síntese e secreção do hormônio liberador de gonadotrofinas (GnRH). Após, o GnRH será transportado pelo axônio até o terminal da eminênica média e secretado nos vasos sanguíneos até chegar na adeno-hipófise. A ação do estrógeno é dose dependente, pois em até pequenas concentrações, inibe a secreção do GnRH. Já a progesterona em qualquer concentração inibe a liberação do GnRH. Além disso, o hipotálamo estimula a hipófise a produzir o hormônio luteinizante (LH) ou o hormônio folículo estimulante (FSH). HIPÓFISE É formada pela adeno-hipófise e neuro-hipófise. Na adenohipófise chega a informação pelos vasos sanguíneos, sintetizando e liberam os hormônios gonadotróficos: FSH, LH, prolactina (PRL) entre outros. Na neurohipófise chega pelos neurônios, onde há secreção de ocitocina e vassopressina. Esses hormônios sofrem alteração do GnRH, onde recebe pulsos nervosos, favorecendo aliberação do LH ou FSH, dependendo da frequência em que ocorre. Na hipófise, o estradiol sintetiza, armazena e impede que as gonadotrofinas sejam liberadas. A prostaglandina pode tanto impedir quanto liberar LH. OVÁRIOS Durante as fases reprodutivas, a reação dos ovários ao LH e FSH acontece de acordo com o ciclo estral de cada espécie. Dessa forma, o eixo hipotálamo-hipófise-ovariano controla as etapas do desenvolvimento dos folículos. O FSH aumenta conforme a queda dos números foliculares, enquanto que o LH permanece estável na fase reprodutiva do animal. CICLO ESTRAL INTRODUÇÃO É uma manifestação comum do aparelho reprodutivo feminino, enfatizando o estro do animal, que varia de acordo com as espécies. O ciclo é classificado em: monoéstrico, onde a fêmea apresenta um cio por ano; diéstrico, com dois cios anuais; e poliéstrico, com vários ciclos durante o ano,podendo ser estacional também, ocorrendo quase sempre na primavera e no verão. O ciclo estral se divide em fases: proestro, estro, metaestro, diestro e anestro. Essas fases não ocorrem precisamente no mesmo período. VACA A vaca é um animal poliéstrico, que possui um ciclo estral que dura de 18 a 24 dias. O ciclo se divide em: fase folicular, onde há o crescimento do folículo e posterior ovulação e fase luteínica, ocorrendo evolução do corpo lúteo, que produzirá progesterona para sustentar a gestação. A fase folicular se divide em proestro (dura de 2 a 3 dias), onde apresenta-se os sinais característicos do cio, como inquietação, micção constante, vulva edemaciada e presença de um muco cristalino; estro (dura de 1 a 2 dias), onde a fêmea apresenta todos esses sinais e permite a monta natural. Enquanto que a fase luteínica apresenta o metaestro (duração de 10 dias), que consiste na formação do corpo lúteo e aumento da progesterona em função do crescimento embrionário; e o anestro, período de inatividade reprodutiva da vaca. A gestação dura em torno de 275 – 287 dias e a ovulação ocorre de 10 a 15 horas após o término do cio. ÉGUA A égua é poliéstrica estacional, com um ciclo que dura de 19 a 25 dias. Divide-se em estro (duração de 7 dias), onde a fêmea apresenta altos níveis de estrogênio e LH, edema uterino e aceitação do macho; e diestro (duração de 14 dias), que ocorre a formação do corpo lúteo com altos níveis de progesterona e não aceitação do macho. A duração da gestação é de 320 a 355 dias e a ovulação acontece de 1 a 2 dias ao final do cio. CADELA A cadela é monoestral, apresentando um período reprodutivo de quiesncência. O ciclo estral é dividido em proestro (dura de 7 a 9 dias), onde há desenvolvimentos dos folículos com estímulo hormonal e o estrógeno promove hiperplasia e hipertrofia epitelial, causando sangramento vaginal, vulva edemaciada e atração dos machos; estro (duração de 7ª 9 dias), há um pico de LH, estimulando a ovulação e rompimento do folículo, além da diminuição de estrógeno e aumento de progesterona, porém a fertilização só ocorre 4 dias após o pico de LH, enquanto que a ovulação ocorre de 30 a 48 horas depois do pico; diestro, com duração de 56 a 58 dias na fêmea gestante e 75 a 90 na não gestante; e anestro, onde ocorre involução uterina e renovação epitelial, com duração de 3 a 10 meses dependendo do animal.