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“Para nos comunicarmos efetivamente, precisamos entender que todos nós percebemos o mundo de maneira diferente e usar esse entendimento como guia para nossa comunicação com os outros” Anthony Robbins AULA 01 1. Comunicação eficaz – O metamodelo de linguagem Nós escolhemos, de modo consciente ou não, como representar a realidade para nós mesmos, dentre uma variedade enorme de experiências sensoriais. A forma como fazemos essas escolhas são diferentes para cada um, e trata-se do que a PNL denomina de “processo de modelagem”. Na Linguagem, esses processos foram identificados, na PNL, como omissões, generalizações e distorções. “A Eliminação ou Omissão é um processo pelo qual nós prestamos atenção seletivamente a certas dimensões de nossa experiência e excluímos outras.” (A Estrutura da Magia, 1977, p.37). Quando omitimos, estamos eliminando algumas partes da realidade, na nossa linguagem. Nesse momento não falamos tudo o que aconteceu apenas alguns pontos são revelados. Torna-se um mecanismo limitante quando deixamos de perceber fatos importantes que foram omitidos, no entanto, é útil quando há muita informação e isso pode tornar confuso o momento da fala. A generalização acontece quando a pessoa toma toda a realidade a partir do que acontece com apenas uma parte dela, ou seja, se algo acontece num dado momento, ela afirma que tem sido sempre assim. È um mecanismo útil quando estamos falando de aprendizado, porém limitante quando estamos falando de acontecimentos desagradáveis como fobias, por exemplo. Já na distorção, a pessoa substitui algumas informações do que aconteceu, por outras criadas por suas abstrações de pensamento. A experiência real é substituída por partes inteiramente subjetivas. Isso é bom quando falamos de criação artística e não tão bom quando falamos de relacionamentos interpessoais. O metamodelo de linguagem, portanto, é muito útil para: • Colher informações com mais detalhes e clareza durante uma interação em duas ou mais pessoas. O metamodelo recupera informações omitidas durante a conversa. • Esclarecer significados através de perguntas sistemáticas, como por exemplo: “O que exatamente você quer dizer com...”? Sugere-se que, quando não se está entendendo o que a outra pessoa está querendo dizer, essa é uma oportunidade para se utilizar as perguntas do metamodelo a fim de esclarecer significados, evitando ruídos na comunicação. • Oferecer mais escolhas, na medida em que identifica onde estão os limites da linguagem que omite, distorce e generaliza. O que perturba a ação da pessoa devido à limitação do seu mapa de mundo. O metamodelo contribui para ampliar esse mapa, sem pretender dar a resposta certa ou o mapa correto, mas sim, enriquecer o mapa de ambos os interlocutores. 2. Mudando a linguagem limitante A linguagem que usamos cotidianamente pode limitar ou potencializar os nossos pensamentos. Ela os dirige para direções específicas e nos ajuda a criar a nossa realidade. Geralmente acreditamos no que falamos. Portanto, a habilidade de usar a linguagem com precisão é essencial para nos comunicarmos melhor. As palavras são poderosas. Vejamos alguns casos em que a simples troca de algumas palavras pode dirigir o foco das ações para o positivo ao invés de criar limites. Substitua o pretérito perfeito pelo presente Ao invés de “eu gostaria de poder viajar nas férias”, diga “eu quero viajar nas férias”. O verbo no presente dá mais força de ação positiva na direção do objetivo. Vamos parar de “TENTAR” ! O verbo “tentar” já pressupõe a possibilidade de “falha”. Exemplo: “vou tentar fazer isso ainda hoje”. É provável que você não faça, até porque existe a “desculpa”, “Olha, eu tentei...” Evite o “tentar”, diga no positivo...”eu farei...”, e AJA no sentido de fazer acontecer o que disse ! Aprendendo a usar o “NÃO” A questão do “não” é que a frase que o contém, para ser compreendida, traz à mente o que está junto com ela. O “não” existe apenas na linguagem e não na experiência. Por exemplo, pense em “não”... (não vem nada à mente). Agora não pense num elefante voando. Foi pedido que você não pensasse num elefante voando e você, provavelmente, pensou e chegou a visualizar na sua tela mental um elefante voando. Portanto, procure falar no positivo, diga o que você quer e não o que não quer. Exemplo: “Eu quero viajar nas minhas férias”, ao invés de, “Eu não quero deixar de viajar nas minhas férias”. “TENHO QUE”, “DEVO” ou “PRECISO” Essas expressões pressupõem que alguma coisa externa a você está no controle. Ao invés, use “VOU”, “QUERO”, “DECIDO”. Assim, o controle é seu. O mesmo acontece com o uso de: “NÃO CONSIGO”, “NÃO POSSO” Essas expressões dão a idéia de que você é incapaz. Lembre-se que a linguagem é o símbolo da nossa experiência, ou seja, se você acha que pode, você está certo, e se você acha que não pode, você também está certo. Portanto, evite essas afirmações de incapacidade pessoal. Junte a palavra “AINDA” e diga então “NÃO CONSIGO AINDA” ou “AINDA NÃO POSSO”. Isso pressupõe que vai poder, vai conseguir. Uma boa maneira de começarmos a questionar nossos limites internos é sempre que nos ouvirmos dizendo (ou pensando) “Não posso”, “Não consigo”, etc., repetirmos para nós mesmos a pergunta: “O que me impede?” Quando tiver de falar de alguma coisa negativa expresse-se com o tempo verbal no passado. Desse modo você não traz o problema para o presente. Exemplo: “Eu não conseguia fazer isso”, “Eu tinha alguma dificuldade para realizar tal tarefa”. O verdadeiro significado do “MAS” MAS gostaria que você não chegasse atrasado”. Qual frase o funcionário vai memorizar? Certamente, a que é iniciada por “MAS”. Além disso, ficará com a impressão de que chegar atrasado chama mais a atenção de seu chefe do que o fato de ser competente, honesto e dedicado. A palavra “MAS” coloca uma frase em oposição à outra. É como se a frase iniciada por “MAS” apagasse tudo o que havia sido dito antes. O que se pode fazer para evitar os efeitos negativos do “MAS”? Primeiro, não usá-lo da forma como demonstramos nos exemplos acima. Segundo, substituí-lo pela palavra “E”, quando isto for apropriado. Falar de suas mudanças pessoais Falar de suas mudanças pessoais desejadas para o futuro fica melhor se você usar os tempos verbais no presente. Exemplo: ao invés de “vou conseguir” diga “estou conseguindo”. Ao invés de “SE” use “QUANDO” Ao invés de falar “se eu conseguir juntar dinheiro irei à Grécia” fale “quando eu conseguir ter a quantia necessária, irei à Grécia”. O “QUANDO” pressupõe que você está decidido a fazê-lo. Exercício: quebrando padrões limitantes da linguagem Em duplas: Os participantes revezam-se contando ao outro uma meta que desejam alcançar e os obstáculos que podem atrapalhar. Quem conta sua história não se preocupa com seu padrão de linguagem. Quem ouve, ouve atentamente e detectando padrões limitantes na linguagem, faz observações sobre como poderia ser quebrado o padrão limitante mudando-o para uma linguagem mais assertiva. _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ 3. Rapport – Comunicação eficaz "Rapport é a capacidade de entrar no mundo de alguém, fazê-lo sentir que você o entende e que vocês têm um forte laço em comum. Éa capacidade de ir totalmente do seu mapa do mundo para o mapa do mundo dele. É a essência da comunicação bem-sucedida." Anthony Robbins Imaginemos a seguinte cena: um casal conversando à mesa de um restaurante, parecendo absolutamente absortos no diálogo, como se houvessem se desligado de tudo. Eles adotam inclusive a mesma postura corporal (a mesma fisiologia): ambos estão inclinados à frente, braços apoiados sobre a mesa, apresentam a mesma expressão fisionômica. Se fosse possível ouvi-los, provavelmente estariam usando até o mesmo tom de voz, o mesmo ritmo, etc. Há tanta sincronia entre eles que se um muda (sua postura, sua voz), o outro também muda, como que por reflexo. É como se eles estivessem sendo o espelho um do outro. A este tipo de experiência dá-se o nome de “rapport”, palavra de origem francesa que significa concordância, afinidade, analogia, empatia. A habilidade de entrar em “rapport ”pode ser aprendida e aperfeiçoada, havendo inúmeras técnicas para isto. Estas técnicas são muito utilizadas por várias abordagens terapêuticas (Psicanálise, Abordagem Centrada na Pessoa, PNL, entre outras). Técnica de Espelhamento Assim sendo, como nós podemos conscientemente melhorar a nossa própria habilidade de rapport? Podemos começar aprendendo o processo chamado de "espelhamento" – que é utilizado para reproduzir o comportamento da outra pessoa. Comportamentos que você pode espelhar incluem: • Postura corporal • Gestos da mão • Expressões faciais • Deslocamento do peso • Respiração • Movimento dos pés • Movimento dos olhos Espelhar é "copiar" fisicamente os comportamentos da outra pessoa de uma maneira sutil. Tente espelhar apenas um aspecto do comportamento da outra pessoa enquanto estiver falando com ela – talvez a postura dela. Quando isso se tornar fácil, inclua outro suavemente, como os gestos da mão dela. Gradualmente acrescente outro e outro até você estar espelhando sem pensar sobre isso. Quanto mais você praticar, mais fácil se torna. Como retribuição, a mesma reação positiva e confortável que você criou para a outra pessoa, será sentida por você mesmo.