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Nova NR 1 Comentada - Alexandre Sabino

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Prévia do material em texto

Orma regulamentadores 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
QUASE TUDO O QUE EU ENTENDI SOBRE A NOVA NR-1 
PROF. ALEXANDRE SABINO 
 
2 
sabino.sst@gmail.com - Material gratuito e de livre compartilhamento - @alexandresabinoaft - v. 06/04/2020 
Oi, tudo bem? 
Antes de qualquer coisa, deixe-me apresentar. Meu nome é Alexandre Sabino de 
Oliveira, sou graduado em Economia com MBA em Segurança do Trabalho e Meio 
Ambiente, pós-graduado em Tutoria na Educação à Distância e Docência no Ensino 
Superior e pós-graduando em Gestão Financeira e Controladoria. Além disso, sou 
Professor, Palestrante e Auditor-Fiscal do Trabalho atuante na área de Segurança e 
Saúde no Trabalho – SST. E, para difundir o conhecimento em torno da seara 
prevencionista, desde 2011 tenho publicado videoaulas gratuitas no Youtube para 
democratizar (e porque não “desmistificar”) o conteúdo das Normas Regulamentadoras 
– as famosas NR’s! 
E durante todo esse tempo em que pessoas de todas as regiões do país têm entrado 
em contato comigo, não foram poucas as que pediram para que eu preparasse um 
estudo mais direcionado, mais profundo e que contivesse um conteúdo mais detalhado 
do que aquele apresentado nas videoaulas. 
Pois bem! Foi justamente para atender a esses pedidos que surgiu a minha antiga série 
de e-books em .pdf que eu chamei de “Começando com o pé direito”. Eu não 
pretendia, com eles, esgotar o tema. Longe disso! Meu objetivo era tão somente o de 
comentar, com base no meu entendimento das NR’s e na prática do dia-a-dia da 
Fiscalização do Trabalho, cada um dos itens contidos nessas aparentemente 
complicadas Normas Regulamentadoras. 
Entretanto, com o fim do antigo Ministério do Trabalho – MTb (vide lei 13.844 de 18 de 
junho de 2019) e com o discurso de modernização das NR’s, aqui estou eu novamente: 
dessa vez, para compartilhar algumas reflexões pessoais sobre a Nova NR-1 
atualmente em vigor. 
Publicada em 30 de julho de 2019, a Portaria 915 (que trouxe a alteração da redação 
da NR-1) também revogou a agora antiga NR-2, que tratava da Inspeção Prévia. Já 
era!! 
Se você tiver interesse em saber um pouquinho sobre a NR-2, pode estudá-la através 
da minha videoaula sobre o assunto: é só clicar AQUI. 
Agora, vamos ao que interessa! 
 
https://www.instagram.com/alexandresabinoaft/
https://www.instagram.com/alexandresabinoaft/
https://www.youtube.com/user/sabinosst/videos
https://enit.trabalho.gov.br/portal/index.php/seguranca-e-saude-no-trabalho/sst-menu/sst-normatizacao/sst-nr-portugues?view=default
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2019/Lei/L13844.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2019/Lei/L13844.htm
https://drive.google.com/file/d/1lt3sEyHxsA52kQ1b0x06c-FYQGGelaqs/view
https://enit.trabalho.gov.br/portal/images/Arquivos_SST/SST_NR/NR-01.pdf
http://www.in.gov.br/web/dou/-/portaria-n-915-de-30-de-julho-de-2019-207941374
https://enit.trabalho.gov.br/portal/images/Arquivos_SST/SST_NR/NR-02_atualizada2019.pdf
https://www.youtube.com/watch?v=nYvVTGqlgHA
QUASE TUDO O QUE EU ENTENDI SOBRE A NOVA NR-1 
PROF. ALEXANDRE SABINO 
 
3 
sabino.sst@gmail.com - Material gratuito e de livre compartilhamento - @alexandresabinoaft - v. 06/04/2020 
Este material está organizado da seguinte maneira: 
 
 
 
1.1.1 O objetivo desta Norma é estabelecer as disposições gerais, o campo de 
aplicação, os termos e as definições comuns às Normas Regulamentadoras - NR 
relativas à segurança e saúde no trabalho. 
 
 
 
➔ Antes de qualquer coisa, é importante salientar que a Norma Regulamentadora nº 1 é 
aquela NR que vai traçar as diretrizes das demais NR’s, daí seu nome “Disposições Gerais”. 
 
 
 
Art. 5º - Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza (...) 
 
Com relação à citação literal dos dispositivos normativos e legais que vierem recuados 
e em itálico, toda vez que eles estiverem em negrito e/ou sublinhados fui eu que quis 
chamar a atenção, tudo bem? 
Importante ressaltar que as observações feitas neste material não são, 
necessariamente, a posição definitiva da Subsecretaria de Inspeção do Trabalho ou do 
Ministério da Economia sobre os temas abordados. Para obtê-la, é preciso que você 
requisite, por escrito, tal posicionamento na unidade mais próxima da Inspeção do 
Trabalho. 
Te desejo um ótimo estudo! 
 
Att, 
Prof. Alexandre Sabino - @alexandresabinoaft 
O texto da NR vem em negrito e formatado de margem à margem. 
Levemente recuados, com uma fonte menor e precedidos de uma seta, estão 
os meus comentários sobre o item da Norma. 
Quando alguma transcrição for necessária (no caso de Lei, Portaria, etc), 
ela virá ainda mais recuada, em itálico e numa fonte ainda mais reduzida. 
http://trabalho.gov.br/rede-de-atendimento
http://trabalho.gov.br/rede-de-atendimento
https://www.instagram.com/alexandresabinoaft/
QUASE TUDO O QUE EU ENTENDI SOBRE A NOVA NR-1 
PROF. ALEXANDRE SABINO 
 
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INTRODUÇÃO 
 
A “Nova NR-1” foi introduzida no nosso ordenamento jurídico através da Portaria 915, 
de 30 de julho de 2019. Essa Portaria não traz apenas a nova redação da NR-1. Ela 
nos apresenta, também, a revogação da NR-2 / Inspeção Prévia e do Anexo III da NR-
20 – Diretrizes e requisitos mínimos para utilização da modalidade de ensino à 
distância e semipresencial para capacitações, além da revogação de diversos outros 
itens presentes nas demais Normas Regulamentadoras. Todos esses itens revogados, 
citados no Anexo II da Portaria 915, são apresentados ao final deste material. 
Importante destacar, também, a menção à Portaria nº 787, de 27 de novembro de 
2018, que trata das regras de aplicação, interpretação e de estruturação das NR’s. 
O art. 7º da Portaria 915 (que trouxe a nova redação da NR-1) tem a seguinte redação: 
 
Art. 7º - Determinar, conforme previsto na Portaria SIT nº 787, de 27 de novembro de 2018, que 
a Norma Regulamentadora nº 01 e seus Anexos serão interpretados conforme o disposto na 
tabela abaixo: 
Regulamento Tipificação 
NR-01 NR Geral 
Anexo I Tipo 3 
Anexo II Tipo 1 
 
O que isso significa? O art. 3º da própria Portaria 787 explica: 
 
Art. 3º - As NR são classificadas em normas gerais, especiais e setoriais. 
§1º Consideram-se gerais as normas que regulamentam aspectos decorrentes da relação 
jurídica prevista na Lei sem estarem condicionadas a outros requisitos, como atividades, 
instalações, equipamentos ou setores e atividades econômicos específicos. 
§2º Consideram-se especiais as normas que regulamentam a execução do trabalho 
considerando as atividades, instalações ou equipamentos empregados, sem estarem 
condicionadas a setores ou atividades econômicas específicos. 
https://enit.trabalho.gov.br/portal/images/Arquivos_SST/SST_NR/NR-01.pdf
http://www.in.gov.br/web/dou/-/portaria-n-915-de-30-de-julho-de-2019-207941374
http://www.in.gov.br/web/dou/-/portaria-n-915-de-30-de-julho-de-2019-207941374
https://enit.trabalho.gov.br/portal/images/Arquivos_SST/SST_NR/NR-02_atualizada2019.pdf
https://enit.trabalho.gov.br/portal/images/Arquivos_SST/SST_NR/NR-20.pdf
https://enit.trabalho.gov.br/portal/images/Arquivos_SST/SST_NR/NR-20.pdf
https://www.legisweb.com.br/legislacao/?id=369809
https://www.legisweb.com.br/legislacao/?id=369809
http://www.in.gov.br/web/dou/-/portaria-n-915-de-30-de-julho-de-2019-207941374
QUASE TUDO O QUE EU ENTENDI SOBRE A NOVA NR-1 
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§3º Consideram-se setoriais as normas que regulamentam a execução do trabalho em setores 
ou atividades econômicas específicos. 
 
Ou seja: a Nova NR-1, como o próprio quadro apresentado nos diz, é uma NR Geral, 
isto é, é aplicada a qualquer ramo de atividade e em qualquer circunstância (desde queobedecidos os requisitos constantes em seu texto, evidentemente). 
Já as NR’s 6 (EPI), 8 (Edificações), 10 (Instalações e Serviços em Eletricidade) e a 12 
(Máquinas e Equipamentos), por exemplo, seriam NR’s Especiais, uma vez que 
estabelecem regras de trabalho sem se vincularem a um setor específico. 
Por sua vez, NR’s como a 18 (Construção Civil), a 22 (Mineração) e a 29 (Trabalho 
Portuário), por regulamentarem a execução de atividades em setores determinados, 
são consideradas NR’s Setoriais. 
Mas o art. 7º da Portaria 915 vai além! Ele estabelece que os Anexos I e II da Nova NR 
1 são, respectivamente, do Tipo 3 e 1. 
E agora? 
Calma! rs... 
De novo, a resposta está na Portaria 787, mais precisamente em seus artigos de 
número 7 e 11: 
 
Art. 7º - Os Anexos, além da classificação específica das NR às quais pertencem, podem ser 
classificados segundo Tipo 1, Tipo 2 e Tipo 3. 
§1º O Anexo Tipo 1 complementa diretamente a parte geral da NR. 
§2º O Anexo Tipo 2 dispõe sobre situação específica. 
§3º O Anexo Tipo 3 não interfere na NR, apenas exemplifica ou define seus termos. 
 
Art. 11 - Em caso de conflito aparente entre dispositivos de Anexo de NR e da parte geral desta, 
sua solução dar-se-á pela aplicação das regras seguintes: 
I. parte geral de NR se sobrepõe ao Anexo Tipo 1; 
II. Anexo Tipo 2, considerando o seu campo de aplicação, sobrepõe-se à parte geral de NR. 
 
http://www.in.gov.br/web/dou/-/portaria-n-915-de-30-de-julho-de-2019-207941374
https://www.legisweb.com.br/legislacao/?id=369809
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Voltando para o caso específico da Nova NR-1, temos que o seu Anexo I – Termos e 
Definições, sendo do Tipo 3, apenas define algumas expressões que a própria Norma 
utiliza, não sendo uma REGRA de SST propriamente dita. 
Situação diversa é a que ocorre com o seu Anexo II - Diretrizes e requisitos mínimos 
para utilização da modalidade de ensino a distância e semipresencial. Sendo do Tipo 1, 
ele complementa diretamente a parte geral da NR, sendo tão obrigatório quanto os 
itens presentes no texto geral da Norma. 
Caso você queira se debruçar sobre as regras de aplicação e interpretação das 
Normas Regulamentadoras, a SIT – Subsecretaria de Inspeção do Trabalho preparou o 
Guia de elaboração e revisão de Normas Regulamentadoras em Segurança e Saúde 
no Trabalho, um material de excelente qualidade que você pode baixar gratuitamente 
clicando AQUI. 
Dito isso, vamos finalmente ao que realmente interessa: a Nova NR-1! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
https://enit.trabalho.gov.br/portal/images/Arquivos_SST/SST_Publicacao_e_Manual/CGNOR---GUIA-DE--ELABORAO-E-REVISO-DE-NORMAS-V.5.pdf
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NR 1 - DISPOSIÇÕES GERAIS 
(com base na redação da Portaria nº 915, de 30/07/2019) 
 
Sumário 
1.1 Objetivo 
1.2 Campo de aplicação 
1.3 Competências e estrutura 
1.4 Direitos e deveres 
1.5 Da prestação de informação digital e digitalização de documentos 
1.6 Capacitação e treinamento em Segurança e Saúde no Trabalho 
1.7 Tratamento diferenciado ao Microempreendedor Individual - MEI, à Microempresa - 
ME e à Empresa de Pequeno Porte - EPP 
1.8 Disposições finais 
Anexo I - Termos e definições 
Anexo II - Diretrizes e requisitos mínimos para utilização da modalidade de ensino a 
distância e semipresencial. 
 
 
1.1 Objetivo 
 
 
1.1.1 O objetivo desta Norma é estabelecer as disposições gerais, o campo de 
aplicação, os termos e as definições comuns às Normas Regulamentadoras - NR 
relativas à segurança e saúde no trabalho. 
➔ Antes de qualquer coisa, é importante salientar que a Norma Regulamentadora nº 1 é 
aquela NR que vai traçar as diretrizes das demais NR’s, daí seu nome “Disposições Gerais”. 
http://www.in.gov.br/web/dou/-/portaria-n-915-de-30-de-julho-de-2019-207941374
https://enit.trabalho.gov.br/portal/images/Arquivos_SST/SST_NR/NR-01.pdf
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Ela surge com o objetivo de esclarecer à sociedade qual é o fio condutor de todo o 
arcabouço normativo relacionado à área de SST e os termos mais frequentemente utilizados 
nas Normas. É como se ela desse um spoiler! rs... 
 
 
1.1.2 Para fins de aplicação das Normas Regulamentadoras - NR, consideram-se 
os termos e definições constantes no Anexo I. 
➔ O Anexo I da nova NR-1 se chama “Termos e Definições”. Como o próprio nome diz, ele 
vem explicar os conceitos dos termos e das expressões encontrados nas Normas 
Regulamentadoras como um todo, tais como a diferença entre empregado e trabalhador, 
definir perigo ou fator de risco, entre outros. 
 
 
1.2 Campo de aplicação 
 
 
1.2.1 As NR obrigam, nos termos da lei, empregadores e empregados, urbanos e 
rurais. 
➔ “nos termos da lei”. A partir de agora, nós vamos encontrar essa expressão diversas 
vezes no conteúdo das NR’s. O que ele diz pra gente? Significa dizer, salvo melhor juízo, 
que não adianta vir com divagações, pensamentos filosóficos ou doutrinários acerca do 
conteúdo das Normas. Precisamos nos ater ao texto! Se isso é bom ou ruim, só o tempo 
dirá... (até porque, para adentrarmos nesse assunto, teríamos que partir para uma análise 
hermenêutica dos dispositivos normativos e não é esse o objetivo deste material). 
O item 1.2.1 deixa claro que não importa se você está em ambiente urbano ou rural, se você 
é o empregador ou o empregado: TODOS estão obrigados a cumprir as Normas 
Regulamentadoras de Segurança e Saúde no Trabalho “nos termos da lei”. Não se esqueça 
disso, ok? 
 
 
https://www.dicionarioinformal.com.br/spoiler/
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PROF. ALEXANDRE SABINO 
 
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1.2.1.1 As NR são de observância obrigatória pelas organizações e pelos órgãos 
públicos da administração direta e indireta, bem como pelos órgãos dos Poderes 
Legislativo, Judiciário e Ministério Público, que possuam empregados regidos 
pela Consolidação das Leis do Trabalho - CLT. 
➔ Este item é praticamente a cópia do 1º item da antiga NR-1. 
A nova redação da NR-1 continua deixando bastante claro: “que possuam empregados 
regidos pela CLT”. Segundo a redação do item 1.2.1.1, APENAS os trabalhadores com a 
Carteira de Trabalho e Previdência Social – CTPS assinada são alcançados pelos 
dispositivos normativos existentes nas NR’s. Sendo assim, profissionais autônomos, sócios 
de empresas, funcionários públicos estatutários e prestadores de serviço eventuais, apenas 
para darmos alguns exemplos, não obrigatoriamente precisariam estar submetidos às 
proteções existentes nas Normas Regulamentadoras. 
Contudo, vem ganhando força uma linha de raciocínio que diz que, embora o item 1.2.2.1 da 
nova NR-1 restrinja a obrigatoriedade da implementação das NR’s apenas aos 
trabalhadores celetistas (aqueles que têm vínculo empregatício regido pela CLT), elas 
devem ser aplicadas indistintamente a todos os trabalhadores por força de alguns artigos da 
Constituição Federal de 1988, entre eles: 
 
Art. 5º - Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza (...) 
 
Art. 6º São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o 
transporte, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a 
assistência aos desamparados, na forma desta Constituição. 
 
Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de 
sua condiçãosocial: 
XXII - redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de saúde, higiene e 
segurança; 
XXXIV - igualdade de direitos entre o trabalhador com vínculo empregatício permanente e 
o trabalhador avulso. 
 
Art. 196. A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e 
econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso 
universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação. 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del5452.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicaocompilado.htm
QUASE TUDO O QUE EU ENTENDI SOBRE A NOVA NR-1 
PROF. ALEXANDRE SABINO 
 
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Como se não bastassem os artigos presentes na CF/88, temos também o Código Civil, que 
deixa claro: 
 
Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica obrigado a 
repará-lo. 
Parágrafo único. Haverá obrigação de reparar o dano, independentemente de culpa, nos casos 
especificados em lei, ou quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano 
implicar, por sua natureza, risco para os direitos de outrem. 
 
Art. 949. No caso de lesão ou outra ofensa à saúde, o ofensor indenizará o ofendido das 
despesas do tratamento e dos lucros cessantes até ao fim da convalescença, além de algum 
outro prejuízo que o ofendido prove haver sofrido. 
 
Resumidamente falando, enquanto a Constituição esclarece que segurança e saúde são 
direitos de todos e que todos são iguais perante a lei sem qualquer tipo de distinção, o 
Código Civil alerta que aquele que causar dano tem o dever de repará-lo – e se esse dano 
for causado à saúde ou à integridade física, o ofendido tem o direito de ter todo o seu 
tratamento custeado pelo ofensor até a sua completa recuperação. 
E aí? As NR’s estão verdadeiramente restritas apenas aos celetistas? Ao leitor fica 
reservado o direito por qual das duas correntes ideológicas optar. Mas lembre-se: “nos 
termos da lei”. Qual lei? A Constituição? O Código Civil? A CLT? As NR’s? Pois é. Quanto 
mais a gente mexe, pior fica! É briga de cachorro grande. hehehe 
 
Mas você pode estar se perguntando: “- Sabino, você disse que a redação desse item é 
praticamente a mesma da antiga NR-1. O que mudou?” 
Vamos lá! 
A antiga NR-1 trazia a seguinte redação em seu item 1.1: 
 
1.1. As Normas Regulamentadoras - NR, relativas à segurança e medicina do trabalho, são de 
observância obrigatória pelas empresas privadas e públicas e pelos órgãos públicos da 
administração direta e indireta, bem como pelos órgãos dos Poderes Legislativo e Judiciário, que 
possuam empregados regidos pela Consolidação das Leis do Trabalho - CLT. 
 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/l10406.htm#art186
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Só pra chamar a sua atenção, eu vou reescrever o item 1.2.1.1 da nova NR-1 destacando 
alguns trechos: 
 
1.2.1.1. As NR [tiraram a parte que dizia ‘relativas à segurança e medicina do trabalho’] são de 
observância obrigatória pelas organizações [substituíram ‘empresas privadas e públicas’ por 
‘organizações’] e pelos órgãos públicos da administração direta e indireta, bem como pelos 
órgãos dos Poderes Legislativo, Judiciário e Ministério Público [citar o MP foi novidade!], que 
possuam empregados regidos pela Consolidação das Leis do Trabalho – CLT. 
 
Alguns comentários são importantes aqui. 
 
A substituição de “empresas privadas e públicas” por “organizações” dá mais amplitude ao 
conceito. Uma empresa, para existir, precisar ter contrato social, registro na Junta 
Comercial, CNPJ e etc. Uma organização, por sua vez, é formada simplesmente pela soma 
de pessoas, recursos financeiros, instalações, equipamentos e outros. 
Um exemplo simples: uma organização religiosa precisa cumprir as NR’s? Pelo texto da 
antiga NR-1, que se referia a empresas privadas e públicas, poderiam surgir vários tipos de 
questionamentos... Mas pelo novo texto, que se refere a “organizações” ao invés de 
“empresas”, fica claro que ela também está obrigada a implementar as exigências das 
Normas Regulamentadoras (desde que possua empregados regidos pela CLT, 
evidentemente). Entendido? 
O Código Civil traz a diferenciação entre as pessoas jurídicas de direito privado em seu art. 
44, entre elas as empresas privadas e as organizações religiosas. Se você quiser se 
aprofundar no tema, eu encontrei uma postagem interessante na internet que traça 
comentários sobre ele. É só clicar AQUI. 
Outro ponto que merece destaque é a inclusão do Ministério Público. 
Uma vez que o MP é um órgão independente e possui autonomia funcional, ele não integra 
nem o Poder Executivo, nem o Legislativo e nem o Judiciário. Dessa forma, ponto positivo 
para a Nova NR-1 ao estabelecer que também o MP deve implementar as NR’s caso 
possua celetistas em seus estabelecimentos. 
“- Sabino, e porque o item 1.2.1.1 não cita o Poder Executivo?” 
E quem disse que não? “Órgãos públicos da administração direta e indireta”. Leia-se “Poder 
Executivo”, aquele responsável por administrar os interesses públicos e fiscalizar o 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/l10406.htm
https://www.direitocom.com/codigo-civil-comentado/artigo-44-16
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cumprimento das leis. As atribuições, prerrogativas e deveres do executivo brasileiro são 
apresentadas no Título IV, Capítulo II da Constituição Federal de 1988. 
Agora, voltando às nossas reflexões sobre a Nova NR-1... 
 
1.2.1.2 Nos termos previstos em lei, aplica-se o disposto nas NR a outras 
relações jurídicas. 
➔ “nos termos previstos lei”, “nos termos da lei”, “na forma da lei” ... Tudo a mesma coisa! 
Como o item 1.2.1.1 estabelece que as NR’s têm o seu cumprimento obrigatório apenas 
quando os empregados estiverem sob o regime celetista, o item 1.2.1.2 vem dizer que elas 
também são obrigatórias em outras relações jurídicas dependendo do dispositivo legal ou 
normativo em questão. 
Por exemplo, uma prefeitura onde todos os funcionários sejam estatutários que assina um 
Termo de Ajustamento de Conduta junto ao Ministério Público se obrigando a aplicar as 
NR’s a todos os seus funcionários, indistintamente. Nesse caso, mesmo não sendo 
celetistas, esses trabalhadores também seriam alcançados pelas Normas 
Regulamentadoras. Beleza? 
Outro detalhe: “lei”, aqui, é entendida em seu sentido amplo. Quaisquer Leis, Normas, 
Portarias, Decretos, Convenções e Resoluções entram nesse conceito – respeitando, 
evidentemente, a hierarquia entre elas. Constituição > Lei > Portaria, etc... 
 
 
1.2.2 A observância das NR não desobriga as organizações do cumprimento de 
outras disposições que, com relação à matéria, sejam incluídas em códigos de 
obras ou regulamentos sanitários dos Estados ou Municípios, bem como 
daquelas oriundas de convenções e acordos coletivos de trabalho. 
➔ Suponhamos que a NR-18, que trata da Segurança e Saúde do Trabalho na Indústria da 
Construção Civil, seja omissa com relação a um item que esteja presente no Código de 
Obras de determinado município. O empreiteiro, sob o argumento de que cumpre a NR-18, 
não pode deixar de cumprir, também, aquela exigência do Código de Obras (desde que 
esteja construindo dentro dos limites daquele município, evidentemente). 
Esse mesmo raciocínio é aplicado a obrigações contidas em cláusulas de Convenções ou 
Acordos Coletivos de Trabalho – CCTs ou ACTs que estejam ausentes nas NR’s. As CCTs 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicaocompilado.htmTalles Caio
Realce
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são um conjunto de regras firmado entre os sindicatos representativos dos trabalhadores e 
das empresas e, por isso, fazem lei entre as partes. Logo, são igualmente obrigatórios! 
Há uma expressão muita usada no meio jurídico para representar essa ideia: “pacta sunt 
survanda”, que significa algo em torno de “o contrato faz lei entre as partes”. É aquele velho 
ditado que nos diz que “o combinado não sai caro”. É bem por aí ... 
Lembre-se que o conteúdo presente nas NR’s é o conteúdo mínimo necessário para a 
manutenção da segurança e saúde dos trabalhadores. Dessa forma, não há problema 
algum que outros dispositivos de cumprimento obrigatório acrescentem elementos protetivos 
em seus textos. Concorda? 
 
 
1.3 Competências e estrutura 
 
 
1.3.1 A Secretaria de Trabalho - STRAB, por meio da Subsecretaria de Inspeção 
do Trabalho - SIT, é o órgão de âmbito nacional competente em matéria de 
segurança e saúde no trabalho para: 
➔ Primeiramente, é importante salientar que em muitos lugares nós ainda encontraremos 
referências à SIT com o nome de “Secretaria de Inspeção do Trabalho”, sendo que a 
nomenclatura correta (pelo menos à época em que este material foi redigido) é 
“Subsecretaria” mesmo, tal qual está expresso no texto do item 1.3.1. 
Com a extinção do antigo Ministério do Trabalho – MTb através da Medida Provisória nº 
870, de 1º de janeiro de 2019 (MP que acabou se transformando na lei 13.844 de 18 de 
junho de 2019), houve a necessidade de uma reorganização interna de departamentos, 
secretarias e etc. Sendo assim, a antiga “Secretaria de Inspeção do Trabalho” acabou se 
transformando na “Subsecretaria de Inspeção do Trabalho”. 
Para você ter uma ideia do organograma, vou mostrar como era e como ficou. 
 
Antes da incorporação do MTb ao Ministério da Economia: 
➔ Ministério do Trabalho 
 Secretaria de Inspeção do Trabalho 
https://sit.trabalho.gov.br/portal/index.php/secretaria-de-inspecao-do-trabalho
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Mpv/mpv870.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Mpv/mpv870.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2019/Lei/L13844.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2019/Lei/L13844.htm
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Depois da incorporação do MTb ao Ministério da Economia: 
 ➔ Ministério da Economia 
 Secretaria Especial de Previdência e Trabalho 
 Secretaria de Trabalho 
 Subsecretaria de Inspeção do Trabalho 
 
Se você quiser um detalhamento do antigo organograma do MTb, basta clicar AQUI. 
Com relação à estrutura regimental do Ministério da Economia, ela é dada pelo Decreto nº. 
9.745, de 8 de abril de 2019. Em seus artigos 78 e 79 ele traz, respectivamente, as 
competências da Secretaria do Trabalho – STRAB e da Subsecretaria de Inspeção do 
Trabalho – SIT. Você vai perceber que enquanto a STRAB possui competências de 
natureza mais amplas, como coordenação, gerenciamento, formulação de diretrizes e 
supervisão, as atividades da SIT são mais voltadas à Fiscalização do Trabalho em si, como 
normas de atuação e cooperação entre as fiscalizações federais. 
Voltando ao item 1.3.1, ele vem para responder algumas perguntas, tais como: Qual o papel 
da SIT e da Fiscalização do Trabalho? O que a SIT pode e não pode fazer? 
Pois bem, vamos às respostas: 
 
 
a) formular e propor as diretrizes, as normas de atuação e supervisionar as 
atividades da área de segurança e saúde do trabalhador; 
➔ Cabe à STRAB traçar as linhas centrais da atividade da Fiscalização do Trabalho na área 
de SST. A Auditoria-Fiscal do Trabalho vai priorizar as empresas que mais afastaram 
trabalhadores por motivos de acidentes e adoecimentos ou aquelas onde ocorreram mais 
acidentes fatais? Os Auditores-Fiscais do Trabalho – AFTs irão fiscalizar essas empresas 
específicas ou irão atuar em todas as empresas que desempenham a mesma atividade 
econômica dessas empresas? Ao chegarem no local, os AFTs priorizarão as irregularidades 
que motivaram os acidentes e o adoecimento ou verificarão a correta implementação de 
todos os dispositivos normativos da área de SST. Essas e outras linhas de atuação são 
definidas pela STRAB. 
 
 
http://www.consultaesic.cgu.gov.br/busca/dados/Lists/Pedido/Attachments/527023/RESPOSTA_PEDIDO_Organogramas%20Ministrio%20do%20Trabalho%20e%20Emprego.pdf
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2019/decreto/D9745.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2019/decreto/D9745.htm
http://trabalho.gov.br/
https://sit.trabalho.gov.br/portal/index.php/secretaria-de-inspecao-do-trabalho
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b) promover a Campanha Nacional de Prevenção de Acidentes do Trabalho - 
CANPAT; 
➔ A CANPAT é um conjunto de ações que visam à promoção de uma cultura de segurança 
e saúde no trabalho, de cunho essencialmente prevencionista. 
O objetivo principal é implementar uma cultura de prevenção de acidentes e acidentes do 
trabalho em nosso País, despertando a consciência da população para os danos que tais 
eventos causam em nossa sociedade. 
Uma vez que a STRAB é o órgão de âmbito nacional competente para coordenar, orientar, 
controlar e supervisionar as atividades relacionadas com a segurança e saúde do trabalho, 
ela também fica imbuída de promover a Campanha. 
“Sabino, mas aqui na minha cidade quem promoveu a CANPAT foram os próprios AFTs!” 
Lembre-se que a SIT, fazendo uma analogia, é a ferramenta através da qual a STRAB 
cumpre as suas atividades relacionadas à Inspeção do Trabalho. Dessa forma, por mais que 
você tenha visto os Auditores-Fiscais do Trabalho divulgando a campanha, a promoção em 
âmbito nacional é papel da Secretaria de Trabalho. 
 
 
c) coordenar e fiscalizar o Programa de Alimentação do Trabalhador – PAT; 
➔ O Programa de Alimentação do Trabalhador - PAT é um programa governamental de 
adesão voluntária, que busca estimular o empregador a fornecer alimentação 
nutricionalmente adequada aos trabalhadores, por meio da concessão de incentivos fiscais, 
tendo como prioridade o atendimento aos trabalhadores de baixa renda. 
Cabe à STRAB coordenar e fiscalizar o programa. Uma dica: falou em “fiscalizar”, falou na 
Auditoria-Fiscal do Trabalho. Portanto, não estranhe se você souber que um AFT chegou 
num estabelecimento para fiscalizar a correta implantação das Normas relativas ao PAT, 
tudo bem? Ele está cumprindo o papel dele. 
No site do PAT há uma cartilha com perguntas e respostas que é bem legal. Se tiver 
interesse, basta clicar AQUI para fazer o download. 
 
 
http://trabalho.gov.br/pat
http://trabalho.gov.br/pat/pat-responde-orientacoes/item/download/9803_9806f1864db39ce9a890dbd43187bef9
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d) promover a fiscalização do cumprimento dos preceitos legais e 
regulamentares sobre segurança e saúde no trabalho - SST em todo o território 
nacional; 
➔ Uma vez que é papel da STRAB traçar as linhas centrais de atuação da Fiscalização na 
área de SST, é ela quem vai pôr em execução essas diretrizes, através da Subsecretaria de 
Inspeção do Trabalho, a SIT. 
 
 
e) Participar da implementação da Política Nacional de Segurança e Saúde no 
Trabalho - PNSST; 
➔ A Política Nacional de Segurança e Saúde no Trabalho - PNSST tem como objetivos a 
promoçãoda saúde e a melhoria da qualidade de vida do trabalhador e a prevenção de 
acidentes e de danos à saúde relacionados ao trabalho. 
Os responsáveis pela implementação e execução da PNSST eram os Ministérios do 
Trabalho, da Saúde e da Previdência Social. Com a reformulação ministerial ocorrida 
através da Lei nº 13.844 / 2019, essa responsabilidade ficou compartilhada entre o 
Ministério da Saúde e o Ministério da Economia (nesse caso, através da Secretaria Especial 
de Previdência e Trabalho). 
 
 
f) conhecer, em última instância, dos recursos voluntários ou de ofício, das 
decisões proferidas pelo órgão regional competente em matéria de segurança e 
saúde no trabalho. 
➔ Sempre quando lermos nas NR’s algo como “órgão regional competente em matéria de 
segurança e saúde no trabalho” temos que pensar nas Superintendências Regionais do 
Trabalho – SRTs, as antigas DRTs (Delegacias Regionais do Trabalho). São elas as 
unidades estaduais da Fiscalização do Trabalho e, portanto, os órgãos competentes em 
matéria de SST. 
 
 
 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2011/decreto/D7602.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2019/Lei/L13844.htm
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1.3.2 Compete à SIT e aos órgãos regionais subordinados à SIT em matéria de 
segurança e saúde no trabalho, nos limites de sua competência, executar: 
➔ Órgãos regionais subordinados à SIT = Superintendências Regionais do Trabalho. 
Em algumas cidades existem as Gerências e as Agências Regionais do Trabalho, que são 
vinculados à Superintendência de seu estado. Toda a rede da Fiscalização do Trabalho em 
seu estado você encontra AQUI (mas não se assuste com uma ou outra nomenclatura que 
por ventura esteja desatualizada. Acontece nas melhores famílias! 😊 ) 
 
 
a) a fiscalização dos preceitos legais e regulamentares sobre segurança e saúde 
no trabalho; 
➔ Conforme mencionado anteriormente, a SIT é a ferramenta através da qual a STRAB 
cumpre com suas competências quando o assunto se relaciona à Fiscalização do Trabalho. 
Consequentemente, é papel da SIT, através da Auditoria-Fiscal do Trabalho, a fiscalização 
das Normas Regulamentadoras e demais dispositivos legais e normativos relacionados à 
área de SST. 
Uma pergunta que sempre é feita: a fiscalização do cumprimento dos dispositivos 
normativos relacionados à área de SST só pode ser executada pela Fiscalização do 
Trabalho? Ou os Centros de Referências Especializados em Saúde dos Trabalhadores – 
CERESTs, que são vinculados ao SUS, também podem fazer essa inspeção? 
Vamos ver o que nos diz a Constituição de 88: 
 
TÍTULO III 
DA ORGANIZAÇÃO DO ESTADO 
CAPÍTULO II 
DA UNIÃO 
Art. 21. Compete à União: 
XXIV - organizar, manter e executar a inspeção do trabalho; 
 
Pela redação da CF/88 somos levados a entender que sim, que essa fiscalização é privativa 
da União. 
http://trabalho.gov.br/rede-de-atendimento/rede-de-atendimento-do-trabalho
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/dicas/116cerest.html
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/dicas/116cerest.html
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm
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Por isso que, particularmente, eu considero inconstitucional qualquer fiscalização de SST 
promovida por órgão estadual ou municipal não vinculado à Subsecretaria de Inspeção do 
Trabalho, uma vez que as competências elencadas pelo artigo 21 da CF são de natureza 
exclusivas da União (ou seja, não podem ser delegadas) – dando total liberdade para 
discordarem de mim, até porque a função de declarar a inconstitucionalidade de um ato não 
é minha, mas do Supremo Tribunal Federal – STF. 
Quem defende a possibilidade de um órgão estadual ou municipal, principalmente os 
vinculados ao SUS, realizar atos de inspeção do trabalho relacionados à área de SST se 
baseia na redação do art. 200 da Constituição e no artigo 6º da Lei 8.080, de 19 de 
setembro de 1990: 
 
CF/88, art. 200 - Ao sistema único de saúde compete, além de outras atribuições, nos termos da 
lei: 
VIII - colaborar na proteção do meio ambiente, nele compreendido o do trabalho. 
 
Lei 8.080, art. 6º - Estão incluídas ainda no campo de atuação do Sistema Único de Saúde 
(SUS): 
I - a execução de ações: 
c) de saúde do trabalhador 
V - a colaboração na proteção do meio ambiente, nele compreendido o do trabalho; 
§ 3º Entende-se por saúde do trabalhador, para fins desta lei, um conjunto de atividades que se 
destina, através das ações de vigilância epidemiológica e vigilância sanitária, à promoção e 
proteção da saúde dos trabalhadores, assim como visa à recuperação e reabilitação da saúde 
dos trabalhadores submetidos aos riscos e agravos advindos das condições de trabalho, 
abrangendo: 
VI - participação na normatização, fiscalização e controle dos serviços de saúde do 
trabalhador nas instituições e empresas públicas e privadas; 
 
Perceba uma coisa: colaborar com a proteção do ambiente de trabalho e participar de uma 
fiscalização é uma coisa; inspecionar sozinho, dando prazos, exigindo a apresentação de 
documentos, autuando quando necessário e embargando obra ou interditando máquinas e 
equipamentos no caso de grave e iminente risco à segurança e à integridade física do 
trabalhador é outra completamente diferente! 
E veja só que interessante: o Tribunal Superior do Trabalho – TST concorda comigo! 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8080.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8080.htm
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Eis a ementa do processo TST-RR-10420-06.2015.5.15.0096: 
A) RECURSO DE REVISTA INTERPOSTO PELO MUNICÍPIO DE JUNDIAÍ. AÇÃO 
ANULATÓRIA DE AUTO DE INFRAÇÃO. COMPETÊNCIA DO CENTRO DE REFERÊNCIA EM 
SAÚDE DO TRABALHADOR (CEREST) PARA AUTUAÇÃO E APLICAÇÃO DE PENALIDADE. 
A Constituição Federal, em seu art. 21, XXIV, disciplina que compete à União “organizar, manter 
e executar a inspeção do trabalho”, e o art. 14, XIX, “c”, da Lei n° 9.649/1998 determina que 
compete ao Ministério do Trabalho e Emprego a fiscalização do trabalho, bem como a 
aplicação das sanções previstas em normas legais ou coletivas. Nesse sentido, os arts. 626 a 
634 da CLT disciplinam o procedimento de fiscalização do trabalho, bem como a autuação e 
imposição de multas. Dessa forma, nos moldes dos preceitos acima mencionados, a 
fiscalização e a eventual autuação da empresa, e, por conseguinte, a aplicação de multa 
em razão do descumprimento de normas de segurança e medicina do trabalho, são de 
competência exclusiva dos auditores fiscais do trabalho. Não obstante seja garantia 
constitucional inserta no art. 7º, XXII, da CF, a redução dos riscos inerentes ao trabalho, por 
meio de normas de saúde, higiene e segurança, além de a Constituição Federal assegurar um 
meio ambiente de trabalho saudável, é certo que as disposições constitucionais e legais 
mencionadas pelo Município de Jundiaí não conferem competência ao Centro de Referência 
em Saúde do Trabalhador – CEREST, órgão municipal vinculado à Secretaria de Saúde, 
para fiscalizar as empresas, lavrar auto de infração, assim como aplicar a multa cabível 
quando constatado que não foram observadas as normas relativas à segurança, saúde e 
medicina do trabalho. Nesse contexto, revela-se acertada a decisão do Regional que declarou 
a nulidade do auto de infração, tendo em vista a incompetência do seu emissor, e, por 
conseguinte, concluiu que a multa dele derivada perdeu o seu valor impositivo. 
 
 
b) as atividades relacionadascom a CANPAT e o PAT. 
➔ A execução das atividades da CAPAT e do PAT a nível regional é de competência da 
Subsecretaria de Inspeção do Trabalho que pode, evidentemente, convidar outros órgãos 
para participarem das ações que estiverem programadas. 
 
 
1.3.3 Cabe à autoridade regional competente em matéria de trabalho impor as 
penalidades cabíveis por descumprimento dos preceitos legais e regulamentares 
sobre segurança e saúde no trabalho. 
https://sinait.org.br/docs/rr-10420-06_2015_5_15_0096_incompetencia_do_cerest.pdf
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➔ Cabe às unidades regionais da Fiscalização do Trabalho, através da Auditoria-Fiscal do 
Trabalho, a imposição das penalidades quando do descumprimento dos dispositivos 
normativos presentes nas NR’s. Por ‘imposição de penalidades” entenda-se a lavratura de 
Autos de Infração. 
Embora a NR 1 se refira à lavratura do Auto de Infração como sendo uma “penalidade” no 
sentido de medida punitiva, sempre recomendo que o Auto de Infração seja visualizado 
como uma ferramenta pedagógica, uma oportunidade de a empresa corrigir o que vem 
fazendo de errado e dar um salto adiante em segurança, saúde e qualidade do meio 
ambiente de trabalho. 
Muitas pessoas chegam a pensar que embargos e interdições são penalidades impostas às 
empresas. Não são! 
Os embargos e as interdições são medidas de urgência, não medidas punitivas. Essas 
ferramentas são medidas de cautela adotadas pela Auditoria-Fiscal do Trabalho quando da 
constatação de grave e iminente risco à saúde, à segurança e à integridade física dos 
trabalhadores (tema trazido pela NR 3 – Embargo ou Interdição). 
É muito importante que todos esses conceitos sejam entendidos de forma clara, 
combinado? 
 
 
1.4 Direitos e deveres 
 
 
1.4.1 Cabe ao empregador: 
➔ O item 1.4.1 da Nova NR-1 tem praticamente a mesma redação do item 1.7 da antiga 
NR-1. Alguns termos foram atualizados mas, em essência, as obrigações do empregador 
permanecem as mesmas da antiga redação da Norma. Esse item foi claramente inspirado 
pelo art. 157 da Consolidação das Leis do Trabalho – CLT: 
 
Art. 157 - Cabe às empresas: 
I - cumprir e fazer cumprir as normas de segurança e medicina do trabalho; 
II - instruir os empregados, através de ordens de serviço, quanto às precauções a tomar no 
sentido de evitar acidentes do trabalho ou doenças ocupacionais; 
https://enit.trabalho.gov.br/portal/images/Arquivos_SST/SST_NR/NR-03_atualizada_2011.pdf
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del5452.htm
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III - adotar as medidas que lhes sejam determinadas pelo órgão regional competente; 
IV - facilitar o exercício da fiscalização pela autoridade competente. 
Vamos lá: 
 
 
a) cumprir e fazer cumprir as disposições legais e regulamentares sobre 
segurança e saúde no trabalho; 
➔ Repare que enquanto o texto da CLT diz “cumprir e fazer cumprir as normas”, o da NR 
diz “cumprir e fazer cumprir as disposições legais e regulamentares”, o que dá um alcance 
muito maior, uma vez que aborda não apenas as Normas Regulamentadoras, mas todo e 
qualquer dispositivo legal acerca da área de Segurança e Saúde no Trabalho (como, por 
exemplo, as Resoluções da Diretoria Colegiada – RDC’s da ANVISA). 
Outro detalhe: “cumprir e fazer cumprir”. Não basta cumprir, é preciso que as empresas 
exijam o cumprimento. E aqui temos defendido a tese de que “exigir o cumprimento” e “ser 
chato” são coisas bastante distintas. Frases do tipo “Fulano... quantas vezes eu já te pedi 
isso!” enquadra-se no que chamamos “ser chato”. “Fulano, essa não é a primeira vez que 
vemos você cometendo essa irregularidade, já conversamos diversas vezes sobre isso e 
nós não podemos estimular esse tipo de comportamento”: isso se enquadra no “exigir o 
cumprimento” quando seguido de uma medida administrativa. 
Não há qualquer dispositivo legal que estabeleça uma escalada hierárquica de medidas, 
mas a Justiça do Trabalho tem entendido que advertir antes de suspender e suspender 
antes de demitir é uma boa prática quando o empregado é reincidente na prática de atos 
faltosos. 
DE PLÁCIDO E SILVA1 ensina que a advertência corresponde à formalização do aviso, da 
repreensão, enquanto a suspensão “é a medida de ordem disciplinar imposta ao empregado 
como sanção à infração regulamentar ou pelo não cumprimento de dever que lhe é imposto. 
A suspensão importa em perda do salário e de quaisquer outros benefícios durante o 
período da suspensão”. Vários modelos de advertência escrita e de aviso de suspensão 
podem ser encontrados através dos mecanismos de busca pela internet. 
A decisão sobre qual prática adotar cabe a você. E aí? 3 advertências para 1 suspensão e 3 
suspensões para a demissão? Seria interessante consultar a assessoria jurídica da 
empresa, tudo bem? 
 
1 SILVA, Oscar Joseph de Plácido e. Vocabulário Jurídico. 15. ed. Curitiba: Forense, 1999. 873 p. 
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b) informar aos trabalhadores: 
➔ A NR-1 determina uma série de informações que o empregador deve disponibilizar aos 
trabalhadores: 
 
I. os riscos ocupacionais existentes nos locais de trabalho; 
II. as medidas de controle adotadas pela empresa para reduzir ou eliminar 
tais riscos; 
➔ O trabalho será realizado em altura? Existe o risco de queda? 
O trabalho será realizado em câmaras refrigeradas? Ou com exposição a altas 
temperaturas? 
Há umidade excessiva? 
Há chances de insolação? 
Existe a possibilidade de exposição a agentes biológicos, como fungos, vírus ou 
bactérias que causem mal à saúde? 
Quais as medidas oferecidas pela empresa para que todos esses riscos sejam 
reduzidos ou eliminados? 
Tudo isso deve ser informado de maneira inequívoca aos trabalhadores, ou seja, 
eles precisam entender o que estão lendo! Tudo bem? 
 
 
III. os resultados dos exames médicos e de exames complementares de 
diagnóstico aos quais os próprios trabalhadores forem submetidos; 
➔ É dever do empregador informar a cada um de seus trabalhadores o resultado 
dos exames médicos aos quais forem submetidos, seja por ocasião do exame 
médico admissional, periódico, retorno ao trabalho, mudança de função ou por 
ocasião da demissão. 
 
 
IV. os resultados das avaliações ambientais realizadas nos locais de 
trabalho. 
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➔ Tal qual acontece com o resultado da avaliação da saúde dos empregados, o 
mesmo ocorre com a avaliação da saúde do local de trabalho. Sendo assim, uma 
vez que é dever do empregador informar aos trabalhadores o resultado dos exames 
médicos aos quais eles foram submetidos, o empregador também deve informar o 
resultado das avaliações ambientais, sejam elas feitas de forma quantitativa ou 
qualitativa. 
Em outras palavras, os trabalhadores têm o direito de conhecer aquilo a que estão 
expostos no ambiente de trabalho. 
 
 
c) elaborar ordens de serviço sobre segurança e saúde no trabalho, dando 
ciência aos trabalhadores; 
➔ Elaborar Ordens de Serviço (as famosas OS’s) é uma das tantas obrigações do 
empregador com relação ao cumprimento da NR-1. 
Lembre-se que a OS se destina ao empregado! Portanto, precisa estar numa linguagem que 
ele entenda. Falar de “vinhodo” para trabalhadores de uma plantação de cana de açúcar 
pode não significar absolutamente nada. Masfalar da “calda”... Aí é outro papo! 
Outra observação importante: muitíssimo importante deixar claro que o intuito da OS não é 
ensinar o trabalhador a fazer aquilo que ele já faz a vida toda, mas que seu objetivo é 
mostrar como fazer com segurança, naquele estabelecimento específico, aquilo que ele já 
faz tão bem a vida toda. Entendeu a diferença? 
Quer um roteiro de como elaborar uma OS? Vá ao item 1.4.4 
 
 
d) permitir que representantes dos trabalhadores acompanhem a fiscalização dos 
preceitos legais e regulamentares sobre segurança e saúde no trabalho; 
➔ É dever do empregador permitir, por exemplo, que um representante sindical acompanhe 
um Auditor-Fiscal do Trabalho numa inspeção cujo objetivo seja a correta implementação 
dos dispositivos normativos presentes nas NR’s. 
 
 
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e) determinar procedimentos que devem ser adotados em caso de acidente ou 
doença relacionada ao trabalho, incluindo a análise de suas causas; 
➔ Ligar para o 190? Para o 192? Qual a diferença entre eles? 
Ligar para o dono da empresa? Qual o número? 
Passar um rádio para o encarregado do setor? Qual o ramal? 
Adotar alguma medida imediata? Qual? Os trabalhadores foram treinados para tal? Eles têm 
liberdade para implementá-la? 
Levar para algum hospital? Qual? E o endereço? Levar de táxi? De carro? No carro de 
quem? 
Sair correndo pelos corredores gritando socorro? 
Todo esse passo-a-passo deve estar muito bem descrito, assim como a análise das causas 
que fizeram com que o acidente acontecesse, para que ele não volte a acontecer. 
 
 
f) disponibilizar à Inspeção do Trabalho todas as informações relativas à 
segurança e saúde no trabalho. 
➔ O art. 630 da CLT diz praticamente a mesma coisa, embora ele seja bem mais 
abrangente: 
 
Art. 630. Nenhum Auditor Fiscal do Trabalho poderá exercer as atribuições do seu cargo sem 
exibir a carteira de identidade fiscal, fornecida pela autoridade competente. 
§ 3º Os Auditores Fiscais do Trabalho terão livre acesso a todas dependências dos 
estabelecimentos sujeitos à legislação trabalhista, hipótese em que as empresas, por meio de 
seus dirigentes ou prepostos, ficarão obrigadas a prestar-lhes os esclarecimentos 
necessários ao desempenho de suas atribuições legais e a exibirem, quando exigidos, 
quaisquer documentos que digam respeito ao fiel cumprimento das normas de proteção 
ao trabalho. 
 
A Nova NR-1 achou por bem especificar essa obrigação nas questões relativas à área de 
SST. 
 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/Del5452.htm
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g) implementar medidas de prevenção, ouvidos os trabalhadores, de acordo com 
a seguinte ordem de prioridade: 
I. eliminação dos fatores de risco; 
II. minimização e controle dos fatores de risco, com a adoção de medidas 
de proteção coletiva; 
III. minimização e controle dos fatores de risco, com a adoção de medidas 
administrativas ou de organização do trabalho; e 
IV. adoção de medidas de proteção individual. 
➔ O item 1.4.1 ‘g’ da Nova NR-1 enfatiza que é obrigação do empregador implementar as 
medidas de prevenção que sejam necessárias no estabelecimento e traz uma hierarquia 
entre elas: eliminar os fatores de risco, minimizar e controlar os fatores de risco com 
medidas de proteção coletivas, minimizar e controlar os fatores de risco através de medidas 
administrativas ou organizacionais e, por fim, adotar medidas de proteção individuais. 
Vamos a cada uma delas: 
 
1. Eliminar os fatores de risco. Por exemplo, a substituição de uma máquina ruidosa por 
uma silenciosa ou a substituição de um produto químico cancerígeno por outro que não 
cause danos à saúde. Com a adoção dessas medidas, os fatores de risco (máquina 
ruidosa e produto químico cancerígeno) seriam eliminados. 
 
2. Minimizar e controlar os fatores de risco através de medidas de proteção coletivas. 
Continuando com o mesmo exemplo, vamos imaginar que seja impossível a substituição 
da máquina ruidosa e dos produtos químicos utilizados no processo produtivo. Sendo 
assim, a direção da empresa deverá optar por minimizar o efeito da presença desses 
riscos no ambiente de trabalho. Ela poderá enclausurar a máquina, reduzindo assim a 
exposição dos trabalhadores ao ruído elevado, e poderá reduzir a concentração de seus 
compostos químicos, reduzindo o risco à saúde. 
 
3. Minimizar e controlar os fatores de risco através de medidas administrativas ou 
organizacionais. Caso a impossibilidade persista, medidas gerenciais deverão ser 
adotadas, como a automatização de parte do processo ou o rodízio de trabalhadores, no 
intuito de reduzir o tempo de exposição de tal forma que os indicadores utilizados 
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comprovem que o risco tenha sido minimizado até os níveis aceitáveis por nossa 
legislação. 
 
4. Medidas de proteção individual. A adoção dos equipamentos de proteção individual é o 
último item da lista. Portanto, cuidado quando, na elaboração de Um Programa de 
Prevenção de Riscos Ambientais – PPRA, a sua sugestão no quadro de metas e 
prioridades for a utilização dos EPIs. Essa “prioridade” vai contra a redação da Nova NR-
1, além de colocar funcionários e empregadores numa situação de vulnerabilidade. 
 
 
1.4.2 Cabe ao trabalhador: 
➔ Enquanto o item 1.4.1 da Nova NR-1 traz as obrigações do empregador com relação às 
NR’s, coube ao item 1.4.2 as obrigações do trabalhador (e repare que a redação usa 
trabalhador e não empregado como a redação do item 1.8 da antiga NR-1. Veremos no 
Anexo I da Norma que enquanto trabalhador é toda pessoa física inserida em uma relação 
de trabalho sem vínculo de emprego, empregado é a pessoa física que presta serviços de 
natureza não eventual a empregador, sob a dependência deste e mediante salário. Portanto, 
podemos chegar à conclusão de que todo empregado é trabalhador, mas nem todo 
trabalhador é empregado. Logo, não importa se presta serviço eventual ou permanente, se 
recebe por tarefa ou salário mensal, se é ou não dependente do empregador: se está 
trabalhando, precisará cumprir com o item 1.4.2). 
E do mesmo modo em que o art. 157 da CLT traz as obrigações das empresas, o art. 158 
traz as obrigações dos trabalhadores (alertando para a distinção entre empregados e 
trabalhadores, sobre a qual acabamos de comentar): 
 
Art. 158 - Cabe aos empregados: 
I - observar as normas de segurança e medicina do trabalho, inclusive as instruções de que trata 
o item II do artigo anterior; [“instruir os empregados, através de ordens de serviço (...)”] 
(destaque nosso) 
Il - colaborar com a empresa na aplicação dos dispositivos deste Capítulo. 
Parágrafo único - Constitui ato faltoso do empregado a recusa injustificada: 
a) à observância das instruções expedidas pelo empregador na forma do item II do artigo 
anterior; 
Talles Caio
Realce
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b) ao uso dos equipamentos de proteção individual fornecidos pela empresa. 
 
Vamos aos deveres sob a responsabilidade dos trabalhadores: 
 
 
a) cumprir as disposições legais e regulamentares sobre segurança e saúde no 
trabalho, inclusive as ordens de serviço expedidas pelo empregador; 
➔ Percebemos claramente que o objetivo da Nova NR-1 nessa alínea é “destrinchar” o 
inciso I do art. 158 da CLT quando ele falasobre o cumprimento das Ordens de Serviço. 
Sugestão: no contrato de trabalho, seja ele permanente ou temporário, na parte dedicada 
aos deveres do contratado, colocar algo parecido como “cumprir as Ordens de Serviço 
emitidas pela empresa”. 
 
 
b) submeter-se aos exames médicos previstos nas NR; 
➔ Um empregado não tem a alternativa de recusar-se a submeter-se a avaliações médicas 
sem justificativa. 
Caso você tenha interesse em se aprofundar no tema, sugiro minhas videoaulas no 
YouTube sobre a NR-7, que trata do Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional – 
PCMSO (lembrando que esse material faz referência à redação da NR-7 de quando o 
presente e-book foi elaborado). Os vídeos você encontra clicando AQUI. 
 
 
c) colaborar com a organização na aplicação das NR; 
➔ É dever de todo trabalhador fazer parte do processo de implementação das NR’s em seu 
ambiente de trabalho. Apontar irregularidades, alertar colegas e lideranças e propor 
melhorias são condutas que integram esse processo de adequação. 
Destacamos, ainda, que o “desleixo” é um dos fatores que permitem com que a empresa 
demita o empregado por justa causa. O art. 482, ‘c’ da CLT fala em desídia: 
 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/Del5452.htm
https://enit.trabalho.gov.br/portal/images/Arquivos_SST/SST_NR/NR-07.pdf
https://www.youtube.com/user/sabinosst/search?query=pcmso
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Art. 482 – Constituem justa causa para rescisão do contrato de trabalho pelo empregador: 
c) desídia no desempenho das respectivas funções. 
 
 
d) usar o equipamento de proteção individual fornecido pelo empregador. 
➔ Usar o Equipamento de Proteção Individual – EPI é uma obrigação de todos os 
trabalhadores. Atente-se para o fato de que a CLT possibilita a demissão por justa causa 
quando o empregado se recusa a utilizar o EPI sem justificativa – é o que o referido 
dispositivo legal nomeia de mau procedimento ou incontinência de conduta na alínea ‘b’ do 
art. 482, o que pode ser entendido como um comportamento indesejado: 
 
Art. 482 - Constituem justa causa para rescisão do contrato de trabalho pelo empregador: 
b) incontinência de conduta ou mau procedimento; 
 
Sugestão: no contrato de trabalho, seja ele permanente ou temporário, na parte dedicada 
aos deveres do contratado, colocar algo do tipo “utilizar os Equipamentos de Proteção 
Individuais – EPIs fornecidos pela empresa” ou, melhor ainda, “Cumprir com as Ordens de 
Serviço fornecidas pela empresa” e, nas OS’s, incluir a obrigatoriedade da utilização do EPI. 
 
 
1.4.2.1 Constitui ato faltoso a recusa injustificada do empregado ao cumprimento 
do disposto nas alíneas do subitem anterior. 
➔ Caso o empregado se recuse, sem justificativa válida, a cumprir as alíneas do item 1.4.2 
(ou seja, caso ele se negue a cumprir as disposições legais e regulamentares sobre 
segurança e saúde no trabalho, inclusive as ordens de serviço; a submeter-se aos exames 
médicos; a colaborar com a organização na aplicação das NR; e a usar o equipamento de 
proteção individual fornecido pelo empregador), fica caracterizado ato faltoso por parte do 
funcionário, dando ao empregador a possibilidade de tomar as medidas administrativas que 
entender suficientes e necessárias. 
Lembre-se que é no art. 482 da CLT que estão elencadas as condutas que permitem a 
demissão por justa causa, das quais destacamos: 
 
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b) incontinência de conduta ou mau procedimento; 
e) desídia no desempenho das respectivas funções; 
h) ato de indisciplina ou de insubordinação; 
 
1.4.3 O trabalhador poderá interromper suas atividades quando constatar uma 
situação de trabalho onde, a seu ver, envolva um risco grave e iminente para a 
sua vida e saúde, informando imediatamente ao seu superior hierárquico. 
➔ O item 1.4.3 da Nova NR-1 regulamenta o Direito de Recusa, que é a possibilidade de o 
trabalhador se recusar (daí o nome) a exercer uma atividade na qual ele entenda existir 
grave e iminente risco à sua integridade física ou à sua saúde. 
Um detalhe importante: o risco deve ser GRAVE e IMINENTE, ou seja, a situação verificada 
pelo trabalhador deve apresentar elevada possibilidade de ocasionar danos graves à sua 
saúde ou à sua integridade física e o acidente deve estar na iminência de acontecer. As 
duas situações devem estar presentes simultaneamente. 
E mais: o trabalhador não pode simplesmente cruzar os braços e dizer “ali eu não vou” ou 
“isso eu não faço”. O item 1.4.3 exige que ele avise imediatamente ao seu superior 
hierárquico informando, evidentemente, os motivos que o fizeram se recusar a realizar a 
atividade. 
 
 
1.4.3.1 Comprovada pelo empregador a situação de grave e iminente risco, não 
poderá ser exigida a volta dos trabalhadores à atividade enquanto não sejam 
tomadas as medidas corretivas. 
➔ O trabalhador só será obrigado a retomar a atividade a qual ele se viu obrigado a 
interromper caso as medidas corretivas tenham sido adotadas de forma que os riscos 
evidenciados tenham sido eliminados, neutralizados ou reduzidos a ponto de acabarem a 
gravidade e a iminência do acidente. 
 
 
1.4.4 Todo trabalhador, ao ser admitido ou quando mudar de função que implique 
em alteração de risco, deve receber informações sobre: 
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➔ “que implique em alteração de risco” 
Não é toda e qualquer mudança de função que torna obrigatória a implementação do item 
1.4.4, mas somente aquelas em que os riscos aos quais o trabalhador estiver sujeito forem 
diferentes. 
Por exemplo: Adriano era auxiliar administrativo e foi promovido a contador júnior. Os riscos, 
nesse exemplo, são os mesmos. Dessa forma, não é necessária a implementação das 
obrigações contidas no item 1.4.4. 
Entretanto, se Adriano era vigia e foi classificado como betoneiro, como os riscos aos quais 
as duas funções estão expostas são diferentes, o item 1.4.4 precisará, necessariamente, ser 
implementado pela empresa. 
Atenção: a regra da alteração de risco é válida somente para a mudança de função, tudo 
bem? O item 1.4.4 sempre será obrigatório quando da admissão do trabalhador. 
 
 
a) os riscos ocupacionais que existam ou possam originar-se nos locais de 
trabalho; 
b) os meios para prevenir e controlar tais riscos; 
c) as medidas adotadas pela organização; 
d) os procedimentos a serem adotados em situação de emergência; e 
e) os procedimentos a serem adotados em conformidade com os subitens 1.4.3 e 
1.4.3.1. 
➔ Muitos alunos e profissionais da área de SST, Recursos Humanos, Departamento 
Pessoal, advogados da área trabalhista e afins entram em contato comigo perguntando 
sobre um modelo para a Ordem de Serviço. 
O item 1.4.4 não traz esse modelo, mas apresenta um ótimo roteiro! 
Perceba que as alíneas do item 1.4.4 envolvem desde os riscos que possam surgir no 
ambiente de trabalho passando pelos meios de prevenção e controle, as medidas adotadas 
pela empresa, os procedimentos a serem adotados em casos de emergência e finalmente 
chegam à forma de se exercer o direito de recusa. 
É ou não é um excelente roteiro para a construção de uma OS? 
 
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1.4.4.1 As informações podem ser transmitidas: 
 
 
a) durante os treinamentos; 
b) por meio de diálogos de segurança, documento físico ou eletrônico.➔ O item 1.4.4.1 traz as formas através das quais as exigências do item 1.4.4 devem ser 
transmitidas aos trabalhadores. 
Note que ela dá quatro alternativas: através de treinamentos específicos, de diálogos de 
segurança, de documentos físicos ou eletrônicos. 
Embora a Nova NR-1 estabeleça a possibilidade de se implementar o item 1.4.4 através de 
diálogos de segurança (é muito comum a existência de DDS’s e de DSS’s nas empresas, 
que são os diálogos diários ou semanais de segurança, respectivamente), sempre 
recomendo que todas as práticas organizacionais envolvendo a área de SST sejam 
documentadas, tanto para um controle da própria empresa quanto para uma eventual 
comprovação futura, caso seja necessária. 
 
 
1.5 Da prestação de informação digital e digitalização de documentos 
➔ A Nova NR-1 trouxe a possibilidade da disponibilização de informações por meio digital. 
Agora, tanto a digitalização de documentos (como arquivos escaneados em formato .pdf) 
quanto a manutenção de informações por meio de arquivos digitais (como fotos ou vídeos) 
podem ser adotadas pela empresa – desde que seguidos os parâmetros estabelecidos pelo 
item 1.5 e seguintes. 
Lembre-se que a NR-1 traz as disposições gerais de todas as NR’s. Logo, esse formato de 
guarda de arquivo é válido para todas as NR’s em vigor, tudo bem? (exceto, evidentemente, 
para aqueles que estabelecerem expressamente o contrário) 
 
 
1.5.1 As organizações devem prestar informações de segurança e saúde no 
trabalho em formato digital, conforme modelo aprovado pela STRAB, ouvida a 
SIT. 
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➔ O item 1.5.1 fala de um modelo aprovado pela Secretaria de Trabalho – STRAB que seria 
obrigatoriamente utilizado pelas organizações para prestarem informações relacionadas à 
SST em formato digital (“as organizações devem”). 
Contudo, sem a existência desse modelo, a implementação do item 1.5.1 fica 
impossibilitada. 
Pela redação deste subitem, toda prestação de informações da área de SST deverá ser 
feita, a partir do momento em que esse modelo for concebido, em formato digital. Vamos 
aguardar a sua confecção para nos debruçarmos mais profundamente sobre o tema. 
 
 
1.5.1.1 Os modelos aprovados pela STRAB devem considerar os princípios de 
simplificação e desburocratização. 
➔ Mais uma referência ao tal “modelo” aprovado pela Secretaria de Trabalho. 
Pelo menos até a conclusão desse e-book, esse modelo de prestação de informações da 
área de SST em formato digital ainda não havia sido disponibilizado. De qualquer forma, o 
item 1.5.1.1 dá a entender que ele será bastante simplificado, já que cita a simplificação e a 
desburocratização como princípios norteadores para sua aprovação. 
 
 
1.5.2 Os documentos previstos nas NR podem ser emitidos e armazenados em 
meio digital com certificado digital emitido no âmbito da Infraestrutura de Chaves 
Públicas Brasileira (ICP-Brasil), normatizada por lei específica. 
➔ Todo e qualquer documento previsto em NR passa a ter a permissão da Nova NR-1 de 
ser emitido em meio digital (ASO, PPRA, PCMSO, PCA, AET, Laudo de Insalubridade, de 
Periculosidade, e por aí vai...) – desde que possua certificado digital ICP-Brasil. 
Repare que aqui no item 1.5.2 a NR-1 não se refere à guarda digital de um documento físico 
(que seria a manutenção, num arquivo em .pdf, da versão física escaneada, preenchida, 
assinada e datada à mão pelos envolvidos). A norma se refere à emissão digital (“podem ser 
emitidos e armazenados em meio digital”). 
O certificado digital, por fugir ao escopo do nosso material, pode ser estudado através do 
site oficial do próprio ICP-Brasil. Clique AQUI. 
 
https://www.iti.gov.br/icp-brasil
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1.5.3 Os documentos físicos, assinados manualmente, inclusive os anteriores à 
vigência desta NR, podem ser arquivados em meio digital, pelo período 
correspondente exigido pela legislação própria, mediante processo de 
digitalização conforme disposto em Lei. 
➔ Agora sim! Aqui a NR-1 se refere ao arquivamento da versão física em formato digital. 
Vamos supor uma construtora que, por segurança, opte por arquivar em sua sede todos os 
seus documentos originais (PCMAT, PCMSO, ASOs...) mas que, em cada um dos seus 
canteiros de obra, mantenha uma versão em .pdf à disposição da Fiscalização do Trabalho 
de cada um desses documentos. 
O item 1.5.3 vem permitir que ela adote tal conduta. 
Importante!! Os documentos devem ser armazenados de tal forma que a Inspeção do 
Trabalho tenha pleno e imediato acesso a eles, tudo bem? 
Por exemplo, vamos pensar num ASO, o Atestado de Saúde Ocupacional. 
O que diz a redação da NR-7 atualmente em vigor? 
 
7.4.4.1 A primeira via do ASO ficará arquivada no local de trabalho do trabalhador, inclusive 
frente de trabalho ou canteiro de obras, à disposição da fiscalização do trabalho. 
 
“à disposição da fiscalização do trabalho”. 
Não há qualquer problema, a partir de agora, em manter o ASO admissional e os ASO’s 
periódicos dos trabalhadores arquivados em .pdf – mas eles precisam estar disponíveis para 
a Fiscalização do Trabalho. 
Se eles ficam arquivados apenas no computador do engenheiro da obra, que viajou, que 
não atende o celular, que não tem hora para aparecer, que saiu e que deixou a sala 
fechada, que saiu e deslogou seu pc da rede, que naquela semana está acompanhando as 
obras que ficam em outro estado e etc., eles não estão disponíveis. Assim não pode! 
E mais: não basta criar uma pasta e jogar todos os arquivos dentro dela de forma aleatória. 
Imagine uma pasta com 890 arquivos armazenados de forma aleatória e o AFT pede o ASO 
admissional do carpinteiro Eriberto Torres de Assis, admitido em 04/07/2016. Como achar 
esse arquivo específico? Abrindo um por um? 
É preciso que haja uma ordenação no arquivamento desses documentos. 
 
https://enit.trabalho.gov.br/portal/images/Arquivos_SST/SST_NR/NR-07.pdf
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1.5.3.1 O processo de digitalização deve ser realizado de forma a manter a 
integridade, a autenticidade e, se necessário, a confidencialidade do documento 
digital, com o emprego de certificado digital emitido no âmbito da Infraestrutura 
de Chaves Públicas Brasileira (ICP-Brasil). 
➔ Assim como os documentos emitidos digitalmente, os documentos físicos que passam 
por processo de digitalização também precisam ser armazenados com o emprego de 
certificado digital. 
Para entender melhor o assunto (que eu também desconhecia até a elaboração desse e-
book), procurei no Google e encontrei um artigo muito interessante sobre o tema. 
É só clicar AQUI. 
 
 
1.5.3.2 Os empregadores que optarem pela guarda de documentos prevista no 
caput devem manter os originais conforme previsão em lei. 
➔ “- Sabino, estou com o PCMAT digitalizado na rede de computadores da obra. Qualquer 
computador tem acesso. No processo de digitalização empreguei as regras da ICP-Brasil. 
Posso jogar esse calhamaço de papel fora para liberar espaço na sede da construtora?” 
Não, não pode. ☹ 
Conforme determinação do item 1.5.3.2, todos os originais devem ser mantidos pelos prazos 
determinados por lei. Nesse caso, cada dispositivo legal ou normativo vai lidar com prazos 
variados. Por exemplo, podemos citar os documentos relativos à eleição da CIPA, que 
devem ser armazenados por um período mínimo de 5 anos de acordo com a redação da 
NR-5 em vigor quando da elaboração deste e-book: 
 
5.40 O processo eleitoral observará as seguintescondições: 
j) guarda, pelo empregador, de todos os documentos relativos à eleição, por um período 
mínimo de cinco anos. 
 
Então mesmo que a documentação referente à eleição da CIPA esteja armazenada em 
formato digital, no nosso exemplo, no canteiro de obras, a documentação original deve ser 
mantida na sede por, pelo menos, 5 anos. 
https://www.eboxdigital.com.br/blog/digitalizacao-de-documentos-com-certificacao-digital/
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1.5.4 O empregador deve garantir a preservação de todos os documentos nato 
digitais ou digitalizados por meio de procedimentos e tecnologias que permitam 
verificar, a qualquer tempo, sua validade jurídica em todo território nacional, 
garantindo permanentemente sua autenticidade, integridade, disponibilidade, 
rastreabilidade, irretratabilidade, privacidade e interoperabilidade. 
➔ Se você já efetuou o pagamento de algum boleto online, você deve ter reparado que, ao 
final do comprovante, vem um código de autenticação. 
Nos Autos de Infração lavrados pelos Auditores-Fiscais do Trabalho acontece a mesma 
coisa: ao final, vem uma mensagem do tipo “Cód. Autenticação: NXC447OP372DYDE838 
52YT7C28E95035-W” que pode ser verificada a qualquer tempo. Esse código impede que o 
documento original, seja ele nato digital (emitido originalmente em formato digital) ou 
digitalizado (emitido originalmente em meio físico), seja adulterado. 
 
 
1.5.5 O empregador deve garantir à Inspeção do Trabalho amplo e irrestrito 
acesso a todos os documentos digitalizados ou nato digitais. 
➔ É o que comentamos no item 1.5.3, sobre a disponibilização dos documentos para a 
Inspeção do Trabalho, sejam eles originalmente digitais (emitidos de acordo com as 
diretrizes da ICP-Brasil), sejam eles emitidos em meio físico e escaneados posteriormente. 
 
 
1.5.5.1 Para os documentos que devem estar à disposição dos trabalhadores ou 
dos seus representantes, a organização deverá prover meios de acesso destes 
às informações de modo a atender os objetivos da norma específica. 
➔ Podemos citar, como exemplo, o item 2.1.7 do Anexo II - Exposição ocupacional ao 
benzeno em postos revendedores de combustíveis da redação vigente da NR-9 de quando 
esse e-book foi elaborado: 
 
2. Responsabilidades 
2.1 Cabe ao empregador: 
2.1.7 Manter as Fichas com Dados de Segurança de Produto Químico dos combustíveis à 
disposição dos trabalhadores, em local de fácil acesso para consulta. 
https://enit.trabalho.gov.br/portal/images/Arquivos_SST/SST_NR/NR-09.pdf
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Nesse caso, as organizações que atuam com revenda de combustíveis precisam 
desenvolver meios de consulta por parte dos trabalhadores caso elas optem pela 
manutenção das fichas de segurança dos produtos químicos em meio digital. 
Não há um formato padronizado ou um modelo para fazê-lo. Cada organização tem 
liberdade de adotar a forma que achar mais conveniente – desde que não crie obstáculos ao 
acesso. 
 
 
1.6 Capacitação e treinamento em Segurança e Saúde no Trabalho 
 
 
1.6.1 O empregador deve promover capacitação e treinamento dos trabalhadores 
em conformidade com o disposto nas NR. 
➔ Primeiramente, precisamos entender que capacitação e treinamento são coisas 
diferentes – senão bastaria um dos dois, concorda? Ou ‘Capacitação em SST’ ou 
‘Treinamento em SST’. Se aparece como “Capacitação e Treinamento em SST” é porque 
são coisas diferentes... 
Buscando nos dicionários, verificamos que enquanto a capacitação é o ato de tornar alguém 
capaz de fazer alguma coisa, de desenvolver alguma habilidade, o treinamento é o ato de 
aprimorar uma habilidade que esse alguém já possui. 
Sendo assim, podemos concluir que o ideal é que todas as vezes que as NR’s se referissem 
à capacitação elas estivessem se referindo àquele conjunto de práticas que vão tornar as 
pessoas capazes de realizar uma atividade de determinada maneira, desenvolvendo nelas 
algum tipo de habilidade, enquanto treinamento seria toda ação promovida para que 
habilidades já adquiridas fossem aprimoradas. 
Ficou claro? 
 
 
1.6.1.1 Ao término dos treinamentos inicial, periódico ou eventual, previstos nas 
NR, deve ser emitido certificado contendo o nome e assinatura do trabalhador, 
conteúdo programático, carga horária, data, local de realização do treinamento, 
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nome e qualificação dos instrutores e assinatura do responsável técnico do 
treinamento. 
➔ É muito comum, durante as ações fiscais, encontrarmos certificados contendo apenas o 
nome do trabalhador submetido a determinado curso, a data e o nome de quem ministrou o 
treinamento. 
O item 1.6.1.1 vem trazer o conteúdo mínimo que deve conter nos certificados emitidos – 
lembrando que, caso alguma NR traga um rol de detalhamento mais amplo, é esse 
detalhamento mais amplo que deverá ser seguido, tudo bem? 
Importante destacar que quem assina o certificado não são os instrutores, mas o trabalhador 
que foi submetido ao curso e o responsável técnico pelo mesmo (aquela pessoa que 
organizou o treinamento, normalmente um profissional da área de Segurança e Saúde do 
Trabalho). Os instrutores devem ser apenas citados no certificado, juntamente com suas 
qualificações (entendidas aqui como um currículo resumido). 
 
 
1.6.1.2 A capacitação deve incluir: 
a) treinamento inicial; 
b) treinamento periódico; e 
c) treinamento eventual. 
➔ A NR-1 amplia a definição de capacitação que mencionei no item 1.6.1, incluindo nela 
não apenas o treinamento inicial, mas também os treinamentos periódicos e eventuais. 
Ou seja, no entendimento da NR-1, todos os treinamentos estão contidos na capacitação, 
mas ela não se resume a eles, já que nela também podemos incluir as palestras, os 
seminários, as SIPATs, os workshops, os estágios, os exercícios simulados (vide item 
1.6.1.3 logo abaixo), enfim, toda aquela orientação que permita que o trabalhador 
desenvolva alguma habilidade – tal qual mencionado no item 1.6.1. 
 
 
1.6.1.2.1 O treinamento inicial deve ocorrer antes de o trabalhador iniciar suas 
funções ou de acordo com o prazo especificado em NR. 
QUASE TUDO O QUE EU ENTENDI SOBRE A NOVA NR-1 
PROF. ALEXANDRE SABINO 
 
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sabino.sst@gmail.com - Material gratuito e de livre compartilhamento - @alexandresabinoaft - v. 06/04/2020 
➔ Algumas NR’s dão prazos específicos para os treinamentos iniciais, como, por exemplo, 
a NR-17 / Ergonomia em seu Anexo I (segundo a redação da Portaria SIT nº 08, de 30 de 
março de 2007). No item 6.2.1, ela determina que “cada trabalhador deve receber 
treinamento com duração mínima de duas horas, até o trigésimo dia da data da sua 
admissão, com reciclagem anual e com duração mínima de duas horas, ministrados durante 
sua jornada de trabalho”. 
Nesse caso, os operadores de caixa em supermercados têm até 30 dias, contados a partir 
de sua admissão, para receberem os treinamentos iniciais que abordem a relação do 
trabalho com a promoção da saúde. 
Somente nos casos em que as NR’s não mencionarem prazos específicos é que os 
trabalhadores devem ser submetidos a treinamentos iniciais ANTES do início de suas 
atividades. 
 
 
1.6.1.2.2 O treinamento periódico deve ocorrer de acordo com periodicidade 
estabelecida nas NR ou, quando não estabelecido, em prazo determinado pelo 
empregador. 
➔ Voltando ao item 6.2.1 da NR-17 (com a redação da Portaria SIT nº 08, de 30 de março 
de 2007), lemos que a reciclagem deve ser realizada anualmente: “Cada trabalhador

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