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Construção da verdade

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Capítulo 1
VERDADE: FUNDAMENTOS E HISTÓRIA
O presente capítulo busca encontrar as raízes sobre a noção de verdade, como ela surge na sociedade, sua relevância nas relações sociais e como diversos filósofos abordaram a temática com pontos de vistas distintos. Faremos uma breve análise acerca dessa trajetória e suas conexões na humanidade em épocas históricas distintas. 
1.1 Origem da Noção de Verdade
A noção de verdade ocorre frequentemente nas nossas reflexões sobre a linguagem, o pensamento e a ação. Em princípio, é o objetivo genuíno da investigação científica. A questão parece ser bem mais complexa do que a explicação de correspondência faz parecer. Todavia, descobrir o que ela seria pode estar fora de alcance. A nossa ideia contemporânea acerca dos fatos foi construída ao longo de séculos, desde a antiguidade, misturando a concepção grega, latina e hebraica. Para explicar o surgimento da verdade como construção social é preciso voltar aos primórdios da filosofia, na Grécia antiga. Lá surgiu a escola dos Céticos:
“O Ceticismo Filosófico é exatamente esse que começa com a escola de Pirro e que se expandiu pela chamada “Nova Academia” que ampliou as perspectivas teóricas, refutando verdades absolutas e mentiras. Seus seguidores alegavam a impossibilidade de alcançar o total conhecimento e adotaram métodos empíricos para afirmar seus conhecimentos. Assim, o Ceticismo Filosófico se dedicou a examinar criticamente o conhecimento e a percepção sobre a verdade.”(Quem disse isso?)
Para melhor compreensão de tal conceito, é relevante identificar a sua raiz terminológica, afim de esclarecer, ainda que de maneira superficial, alguns entendimentos em torno de tal palavra. Em grego, a verdade (aletheia) significa aquilo que não está oculto, o não escondido, manifestando-se aos olhos e ao espírito, tal como é, ficando evidente à razão. Em latim, a verdade (veritas) é aquilo que pode ser demonstrado com precisão, referindo-se ao rigor e a exatidão. Em hebraico, a verdade (emunah) significa confiança, é a esperança de que aquilo que é será revelado, irá aparecer por intervenção divina. 
Em outras palavras, a verdade é convencionada pelo grupo que possui crenças em comum. A união destes conceitos fez com que Tomás de Aquino terminasse definindo a verdade como expressão da realidade, a concepção em voga entre nós no senso comum até hoje. Assim, a verdade depende da veracidade, da memória e dos detalhes. Significa aquilo que está intimamente ligado a tudo que é sincero, que é verdadeiro, é a ausência da mentira, também é a afirmação do que é correto, do que é seguramente o certo e está dentro da realidade apresentada. 
A verdade é muitas vezes desacreditada e o ceticismo é a descrença ou incredulidade da verdade. Aquele indivíduo que tem predisposição constante para duvidar da verdade é chamado de cético. A verdade dos fatos exerce grande importância no julgamento da ações humanas. Quando uma verdade deixa dúvidas, é imprescindível verificar sua veracidade, que podem ou não incriminar um indivíduo. 
Uma verdade pode ser demonstrada sem ser reconhecida como verdadeira, por não ser muito clara. Diz-se que é um postulado, pois precisa ainda de comprovações para se chegar a real verdade. 
Para a corrente filosófica conhecida como relativismo a verdade é relativa, ou seja, não existe uma verdade absoluta que se aplique no plano geral. Assim, a verdade pode se aplicar para algumas pessoas e para outras não, pois depende da perspectiva e contexto de cada indivíduo. 
A verdade absoluta é aquela, que é verdade todo o tempo e em todos os lugares. O que é verdade para uma pessoa é verdade para todos. Exemplo: Todos precisam de ar para respirar; As pessoas não podem viver ao mesmo tempo no passado e no futuro. 
1.2 - Verdade e Filosofia
 Uma das características do ser humano é a busca permanente pela verdade, é o desejo de comprovar a veracidade dos fatos e de distinguir o verdadeiro do falso e que frequentemente nos coloca dúvidas no que nos foi ensinado. A busca pela verdade surge logo na infância e ao longo da vida, estamos sempre questionando as verdades estabelecidas pela sociedade, e a filosofia tem na investigação da verdade o seu maior valor.
A Escola dos sofistas também tinham algumas ponderações a respeito do conceito de verdade, dentre eles podemos citar Protágoras:
“Para Protágoras, não há uma verdade objetiva válida. Contudo, sustentava a necessidade do estudo e da educação, pois não havendo proposições verdadeiras em absoluto, deve-se saber diferenciar entre as opiniões melhores e piores, mais ou menos úteis ao indivíduo e à sociedade.”
A verdade filosófica: Em filosofia, uma designação tradicional de verdade diria que é aquilo que permanece inalterável a quaisquer contingências, um conceito que não está em concordância com o senso comum e que trás um problema. O conceito tradicional de verdade, do ponto de vista do senso comum e da filosofia, contraria o objetivo da filosofia, uma busca pelo que está oculto por trás das aparências, tornando a verdade relativa e provisória. Em outras palavras, a verdade espelha aquilo que é, o problema é encontrar a essência do que as coisas são, adquirir a certeza incontestável sobre algo, o que geraria uma atitude dogmática. O grande problema é que a verdade não possui um significado único, tampouco estático e definitivo, sendo influenciada por inúmeros fatores. Dessa maneira, a construção de um sistema filosófico configura uma verdade dogmática que se contrapõem a outras verdades dogmáticas. Neste sentido, em filosofia existem várias verdades, todas possíveis desde que exista a ausência de contradições, já que somente elementos que se anulam mutuamente poderiam invalidar a verdade. Na filosofia e nas Ciências Humanas paradigmas coexistem e não se anulam
. Leibniz, Kant e Husserl. 
 A concepção de verdade foi objeto de estudo de diversos pensadores ao longo da história da filosofia, mas três particularmente exerceram forte influência: Leibniz, Kant e Husserl. Para Leibniz seria necessário distinguir dois tipos de verdade: de um lado as verdades de razão e de outro as verdades de fato. As verdades de razão enunciam que uma coisa é, necessariamente e universalmente, não podendo ser diferente do que é, tal como as ideias matemáticas, sendo inatas. As verdades de fato, ao contrário, são aquelas que dependem da experiência, expressando ideias obtidas através das sensações, percepção e memória, sendo, portanto, empíricas. A relação entre verdades de razão e de fato, julgadas pela racionalização das informações, permite conhecer a realidade. Já para Kant, a verdade surge a partir da relação entre juízos analíticos e sintéticos, expressando em primeiro, as operações intelectuais e o segundo as estruturas ou fenômenos analisados. Em outras palavras, a realidade que conhecemos não corresponde aquilo que é, mas sim ao que a razão interpreta. Partindo do mesmo princípio, Husserl criou a fenomenologia, um ramo da filosofia que estuda a leitura dos fenômenos pela razão, já que a realidade seria relativa e subordinada à manifestação para consciência. O entendimento sofreria influência dos sentidos e da razão, além dos conhecimentos previamente presentes na mente e no contexto.
 A verdade segundo Platão, diz respeito a uma verdade que deve estar sempre sendo buscada. A verdade não é algo concreto, papável. Para Platão a verdade é relativa. De acordo com a história formulada por Platão, sobre o “Mito da Caverna”, exista um grupo de pessoas que viviam numa grande caverna, com seus braços, pernas e pescoços presos por correntes, forçando-os a fixarem-se unicamente para a parede que ficava no funda da caverna. Atrás dessas pessoas existia uma fogueira e outros indivíduos que transportavam ao redor da lis do fogo imagens de objetos e seres, que tinham as suas sombras projetadas na parede da caverna, onde os prisioneiros ficavam observando. Como estavam presos, os prisioneiros podiam enxergar apenas as sombras das imagens, julgando serem aquelas projeções a realidade.Certa vez, uma das pessoas presas nesta caverna conseguiu se libertar das correntes e saiu para o mundo exterior. A princípio,a luz do sol e a diversidade de cores e formas assustou o ex-prisioneiro, fazendo-o querer voltar para a caverna. No entanto, com o tempo, ele acabou por se admirar com as inúmeras novidades e descobertas que fez. Assim, quis voltar para caverna e compartilhar com os outros prisioneiros todas as informações e experiências que existiam no mundo exterior. As pessoas que estavam na caverna, põem, não acreditaram naquilo que o ex-prisioneiro contava e chamaram-no de louco. Para evitar que suas idéias atraíssem outras pessoas para os “perigos da insanidade”, os prisioneiros mataram o fugitivo. 
 Na interpretação de Platão, a caverna simbolizava o mundo onde todos os seres humanos vivem, enquanto que as correntes significam a ignorância que prendem os povos, que pode ser representadas pelas crenças, culturas e outras informações de senso comum que são absorvidas ao longo da vida. As pessoas ficam presas a estas ideias pré-estabelecidas e não buscam um sentido racional para determinadas coisas, evitando a tarefa do pensar e refletir, preferindo contentar-se com as informações que lhe foram oferecidas por outras pessoas. O indivíduo que consegue se “libertar das correntes” e vivenciar o mundo exterior é aquele que vai além do pensamento comum, criticando e questionando a sua realidade. O Protagonista desta metáfora foi morto para evitar a disseminação de ideias “revolucionárias”. O Mito da Caverna de Platão, mantém-se contemporâneo nas diversas sociedades ao redor do mundo, que preferem permanecer alheios ao pensamento crítico e aceitar ideias e conceitos importas por um grupo dominante, por exemplo.
Logo após existiram outros filósofos contemporâneos que se dedicaram a definir a verdade:
Jean-Paul Sartre (1905 - 1980)
O filósofo francês Sartre, no contexto do final da 2ª Guerra Mundial, vai levar em conta o existencialismo. Para ele, a verdade está na essência do indivíduo, ela é resultado dos valores de uma sociedade. Para Sartre, não importa o que você é, importa você saber o que fazer com aquilo que fizeram de você.
Friedrich Nietzsche (1844 - 1900)
Nietzsche, nascido na Alemanha, faz uma crítica forte ao pensamento clássico - ao mundo das ideias, de Platão e Sócrates. Ele vai defender que a verdade não existe.
Michel Foucault (1926 - 1984)
O contemporâneo francês, Foucault, vai dizer que para ser verdade, ela precisa ser livre (totalmente). Ela não pode estar vinculada a uma institucionalização porque, desta forma, a verdade será manipulada, gerando constrangimentos e formas de comportamento. A teoria do conhecimento, através da epistemologia (ciência que estuda o discurso), mesclada a discussão em torno do conceito de verdade, a partir do racionalismo, do empirismo e do criticismo; fundou posturas que influenciaram a construção da ciência e atitudes, maneiras de enxergar o mundo e agir. A maneira de lidar com informações e tomar decisões, considerando especialmente os critérios para solucionar problemas, acabaram sendo influenciados por três tendências que dizem respeito à forma de conhecer e encarar a verdade: 1. Dogmatismo: Baseado no racionalismo de Descartes, afirma que o conhecimento adquirido é seguro e universal, alguns inclusive inatos, conferindo certeza absoluta às decisões. 2. Ceticismo: Oposta ao dogmatismo, originado a partir do empirismo, afirma que o verdadeiro conhecimento é fornecido pelos sentidos e pela experiência, sendo impossível construir uma verdade segura; portanto toda decisão é provisória e sujeita a constantes reajustes. 3. Relativismo: Atitude filosófica originada a partir do criticismo kantiano, a qual defende a ideia de que cada indivíduo possui uma verdade, um ponto de vista e uma perspectiva, para qual as decisões só podem ser tomadas em conjunto, analisando os diversos ângulos e pontos de vista. Chegar à verdade pode ser mais complexo do que aparente, talvez mesmo impossível dentro da limitada capacidade humana de racionalização. Porém, o interessante é o caminho percorrido em busca da verdade, uma luz que pode iluminar novas tentativas.
Capítulo 2
A DESCONSTRUÇÃO DA VERDADE
2.1 – Lógica e Argumentação na Desconstrução da Verdade
2.2 – Dogmática e Zetética
Capítulo 3
3.1 – Texto
3.2 –Relação do Filme com o Tema Trabalhado
Referências Bibliográficas:
http://fabiopestanaramos.blogspot.com/2011/09/concepcao-filosofica-da-verdade.html
https://www.significados.com.br/verdade
infoescola
sbgfilosofia